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Caso clinico Schistossoma Mansoni

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Citar os principais agentes de peneumonia comunitária e os tratamentos medicamentosos recomendados.
Os principais patógenos responsáveis pela pneumonia no adulto são: H. influenzae, Staphylococcus aureus, Chiamidia pneumoniae e Streptococcus pneumoniae.
Onde a chamada pneumonia típica tem como principais agente S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus; e a chamada pneumonia atípica: Mycoplasma pneumoniae, Chlamidia e Coxiella burnetti.
O tratamento da pneumonia comunitária geralmente é feito em casa com a toma de antibióticos como Penicilina, Ceftriaxona ou Metronidazol após o médico descobrir qual o causador da doença. E também. As principais drogas usadas para as pneumonias comunitárias são a amoxacilina, azitromicina, claritromicina, levofloxacino e moxifloxacino. Esperam-se sinais de melhora a partir do terceiro dia de tratamento.
ATORES DE RISCO: Idosos e lactantes, Fumantes, Alcoolismo, Antecedentes de bronquite crônica, Diabetes, Neutropenia, Viver em grandes comunidades muito 
próximos uns dos outros, Berçários e Instituições geriátricas. 
A pneumonia pode ter inicio súbito. Os primeiros sinais e sintomas que aparecem são: febre, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares, cefaléia, taquipnéia e taquicardia. Em alguns casos, pode ser acompanhada de dor pleural, que geralmente está associada à pneumonia bacteriana. Em casos graves, esta sintomatologia é geralmente acompanhada de hipotensão, náuseas e vômitos. A presença de infiltrado 
pulmonar pode ser detectada por imagem radiológica simples do tórax.
PREVENÇÃO: Independente da higiene, evitar o frio assim como atividades físicas 
extenuantes. Existem vacinas que ajudam prevenir alguns tipos de pneumonia como as vacinas anti pneumococos e Haemofilus influenzae tipo B.
A infecção pode afetar não somente o sistema respiratório superior e os dutos pulmonares, mas também o tecido pulmonar e os alvéolos, causando a pneumonia. A 
pneumonia é geralmente uma infecção aguda causada por vírus ou por bactérias, O 
tecido do pulmão com pneumonia apresenta edemaciado e seus alvéolos são invadidos pelo plasma, pelos glóbulos brancos, por glóbulos vermelhos, por bactérias e por macrófagos ativos. Todo este material faz uma massa pegajosa causando a congestão. Durante o período da recuperação as bactérias mortas, os fluídos e as células inflamatórias são expectorados ou então reabsorvidos.
Alguns agentes bacterianos e virais são contagiosos e são encontrados nas secreções nasais e orais de pessoas infectadas. Esses agentes podem viajar de uma pessoa infectada para outra por várias formas como a tosse, o espirro e compartilhando objetos. Também se pode adquirir uma pneumonia por inalação acidental de um líquido ou químico.
Sintomas: A dificuldade em respirar, tosse e febre estão geralmente presentes em todos os casos de pneumonia. Em geral os sintomas e gravidade estão relacionados 
aos agentes causais (bactérias, vírus, químicos) e às condições de saúde do paciente antes de iniciar os sintomas.
Explicar no que consiste a pesquisa de BAAR e sua utilidade clinica
É o exame em que se pesquisa o contato ou presença das Micobactérias patogênicas (Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae), que causam tuberculose e hanseníase.
BAAR significa Bácilo Ácido Álcool Resistente, e tem essa nomenclatura pq as Micobactérias patogênicas (Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae), são analisadas por bacterioscopia direta, através dos métodos de coloração de Ziehl-Neelsen e de Kinyoun, os quais utilizam a característica destas bactérias de possuírem paredes celulares com alto teor de lipídeos (cerca de 60%, principalmente de Ácido micólico), que quando tratadas pelo corante Fucsina fenicada, coram-se de vermelho e persistem ao descoramento subseqüente por uma solução de Álcool-ácido forte (diferenciador). É por isto que são conhecidas por Bacilos Álcool-Ácido Resistentes (BAAR). As outras bactérias, que não possuem tais paredes celulares ricas em lipídeos, têm a sua coloração pela Fucsina descorada pela solução de Álcool-ácido e coram-se em azul pela coloração de fundo do Azul de metileno (contra-corante). Utilidade clínica: diagnóstico de processos infecciosos causados por micobactérias. As infecções causadas por micobactérias têm aumentado sua incidência devido ao aumento no número de casos de imunodeficiência e ao desenvolvimento de resistência aos quimioterápicos observado na atualidade. Processos patológicos causados por estes microorganismos são de difícil diagnóstico, devido à característica crônica e inespecífica do processo e à dificuldade de isolamento do germe nos locais afetados. A opção de pesquisa de micobactérias por PCR melhorou a capacidade do laboratório em responder com boa sensibilidade e maior rapidez à necessidade diagnóstica. Os materiais empregados podem ser variados, desde escarro, sangue, urina, biópsia, etc.
3- Resumir o ciclo biológico do Shistosoma Mansoni destacando os modos de transmissão e principais aspectos biológicos
   O ciclo é do tipo heteroxênico. O ovo do S. mansoni  é eliminado nas fezes do homem, sendo a forma diagnóstica de esquistossomose encontrada no Exame Parasitológico de Fezes. Eliminados e alcançando a água, os ovos eclodem originando miracídios , e vão parasitar o hospedeiro intermediário: um caramujo do gêneroBiomphalaria . No caramujo, o miracídio se desenvolve, dando origem a cercárias. Um miracídio pode dar origem a 100.000 cercárias. Na água, as cercárias parasitam o homem, penetrando-lhe a pele. Depois da penetração, as cercárias passam a se chamar esquistossômulos. Esses ganham a circulação venosa, chegam ao pulmão, coração, artérias mesentéricas e sistema porta. A maturação sexual ocorre nesse local após cerca de 30 dias da penetração, originado machos  e fêmeas . Há reprodução e ovipostura. Os ovos, após passarem da submucosa para a luz intestinal, são eliminados nas fezes. O tempo entre a penetração cutânea e o aparecimento dos ovos nas fezes é de 3 a 4 semanas. Na fase aguda da infecção, ocorre a dermatite cercariana (inflamação aguda da pele no local da penetração da cercária). Na fase crônica, ocorre embolia pulmonar; hepatite granulomatosa (infiltrado mononuclear, gigantócitos, eosinófilos) provocada pela presença dos ovos; fibrose do sistema porta, com conseqüente ascite e hepatoesplenomegalia. A Esquistossomose é um indicativo sócio-econômico importante, estando relacionada à pobreza. No Brasil, ocorre nas regiões Norte, Nordeste, e no norte das regiões Sudeste e Sul.
4- Explicar o quadro clinico relacionando com sinais e sintomas
A esquistossomose mansônica é uma doença de evolução crônica, de gravidade variada,
causada por um verme trematódeo – Schistosoma mansoni – que, no homem, habita os
vasos sangüíneos do fígado e intestino. A maioria das pessoas infectadas pode permanecer assintomática, dependendo da intensidade da infecção; a sintomatologia clínica corresponde ao estágio de desenvolvimento do parasito no hospedeiro. O conhecimento completo da evolução da doença, somado às características epidemiológicas, serve para o estabelecimento de bases para o seu controle.Clinicamente, a esquistossomose pode ser classifi cada em:
Fase aguda:
Dermatite cercariana – corresponde à fase de penetração das larvas (cercárias) através
da pele. Varia desde quadro assintomático até apresentação de quadro clínico de dermatite
urticariforme, com erupção papular, eritema, edema e prurido, podendo durar até 5
dias após a infecção.
Esquistossomose aguda ou febre de Katayama – após três a sete semanas de exposição
pode aparecer quadro caracterizado por alterações gerais que compreendem: febre,
ANOREXIA, dor abdominal e cefaléia. Com menor freqüência, o paciente pode referir diarréia,
náuseas, vômitos e TOSSE SECA Ao exame físico, pode ser encontrado HEPATOESPLENOMEGALIA. Laboratorialmente, o achado da EOSINOFILIA ELEVADA é bastante sugestivo, quando associadoa dados epidemiológicos.
Fase crônica:
Esquistossomose crônica – inicia-se a partir dos 6 meses após a infecção, podendo durar
vários anos.Nela, podem surgir os sinais de progressão da doença para diversos órgãos,
podendo atingir graus extremos de severidade, como HIPERTENSÃO PULMONAR E PORTAL, ascite, ruptura de varizes do esôfago. As manifestações clínicas variam, dependendo da localização e intensidade do parasitismo, da capacidade de resposta do indivíduo ou do tratamento instituído. Apresenta-se por qualquer das seguintes formas:
Tipo I ou forma intestinal – caracteriza-se por diarréias repetidas que podem ser
mucossangüinolentas, com dor ou desconforto abdominal. Porém, pode apresentar-se assintomática;
Tipo II ou forma hepatointestinal – caracteriza-se pela presença de diarréias e epigastralgia.
Ao exame físico, o paciente apresenta HEPATOMEGALIA, podendo-se notar, à palpação,
nodulações que nas fases mais avançadas dessa forma clínica, correspondem a áreas de
fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fi brose de Symmers;
Tipo III ou forma hepatoesplênica compensada – caracteriza-se pela presença de
HEPATOESPLENOMEGALIA. As lesões perivasculares intra-hepáticas são em quantidade suficiente para gerar transtornos na circulação portal, com certo grau de hipertensão que provoca congestão passiva do baço. Nessa fase, inicia-se a formação de circulação colateral e de varizes do esôfago, com o comprometimento do estado geral do paciente;
Tipo IV ou forma hepatoesplênica descompensada – inclui as formas mais graves
de esquistossomose mansônica, responsáveis pelo obituário por essa causa específica. Caracteriza-se por fígado volumoso ou já contraído pela fi brose perivascular, esplenomegalia
avantajada, ascite, circulação colateral, varizes do esôfago, hematêmese, anemia acentuada,
desnutrição e quadro de hiperesplenismo. Podem ser consideradas, ainda, como formas particulares, as formas pulmonar e cardiopulmonar, verificadas em estágios avançados da doença. Predomina uma arteriolite obstrutiva que ocasiona cor pulmonale crônica, insuficiência cardíaca direta e perturbações respiratórias severas. Dentre as formas ectópicas a mais grave é a neuroesquistossomose (mielorradiculite esquistosssomótica), cuja prevalência nas áreas endêmicas tem sido subestimada. O diagnóstico é difícil, mas a suspeita clínica e epidemiólogica conduz, com segurança, ao diagnóstico presuntivo. O seu diagnóstico e a terapêutica precoce previnem a evolução para quadros incapacitantes e óbitos.
Complicações – a principal complicação da esquistossomose mansônica é a hipertensão
portal nos casos avançados, que se caracteriza por hemorragias, ascites, edemas e
insuficiência hepática severa. Estes casos, a despeito do tratamento, quase sempre evoluem
para óbito.
5- Discutir o tratamento medicamentoso
O tratamento da esquistossomose consiste na utilização de medicamentos específicos, para a cura da infecção. Existem dois medicamentos disponíveis para tratamento de crianças e adultos portadores de S. mansoni: o praziquantel e a oxaminiquina.
O praziquantel na apresentação de comprimidos de 600mg é administrado por via oral, em dose única de 50mg/kg de peso para adultos e 60mg/kg de peso para crianças. Os efeitos colaterais são leves, não existindo evidências de que provoque lesões tóxicas graves no fígado ou em outros órgãos. Dentre as reações adversas observadas, predominam diarréia e dor abdominal.
Recomenda-se que a pessoa permaneça em repouso por, pelo menos, 3 horas após a ingestão do medicamento, prevenindo assim o aparecimento de náuseas e tonturas, que podem incomodar o paciente, embora sejam sintomas passageiros. É o medicamento preferencial para o tratamento da esquistossomose em todas as suas formas clínicas, respeitados os casos de contra-indicação.
A oxamniquina é apresentada em cápsulas com 250mg e solução de 50mg/ml, para uso pediátrico.
A dose recomendada é de 20mg/kg para crianças e 15mg/kg para adultos, tomadas de uma só vez, cerca de 1 hora após uma refeição. Dentre as reações adversas, podem ser observadas náuseas, tonturas e reações urticariformes.
A distribuição dos medicamentos esquistossomicidas é gratuita e repassada para as secretarias de estado da saúde (SES), pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Estão disponíveis na rede de Atenção Básica de Saúde dos municípios ou nas unidades de referência para tratamento da esquistossomose.
Contraindicações do praziquantel e oxamniquina
De maneira geral, recomenda-se não adotar os medicamentos que compõem a terapêutica
anti-esquistossomótica, nas seguintes situações:
• durante a gestação;
• durante a fase de amamentação. Se a nutriz for medicada, ela só deve amamentar a criança
72 horas após a administração da medicação. O risco/benefício do tratamento deve ser avaliado pelo médico;
• crianças menores de 2 anos;
• insuficiência hepática grave (fase descompensada da forma hepatoesplênica);
• insuficiência renal ou outras situações graves de descompensação clínica, a critério
médico.
O tratamento quimioterápico da esquistossomose através das drogas mais modernas, oxarnniquina e praziquantel, deve ser preconizado para a maioria dos pacientes com presença de ovos viáveis nas fezes ou na mucosa retal. Deve-se considerar que a esquistossomose mansoni é uma doença resultante da reação inflamatória dos ovos nos tecidos e que, diariamente, cada casal de S. mansoni pode levar a formação de cerca de 200 granulomas. Desta maneira, a esquistossomose apresenta efeito acumulativo de lesões, o que pode resultar, ao longo do tempo, no aparecimento de formas graves da doença. Por outro lado, mesmo nos indivíduos com cargas parasitárias baixas, podem ocorrer complicações, como presença de ovos na medula espinhal que podem levar a paraplegia e também, devido a características peculiares do sistema imunológico individual, pode ocorrer deposição de imunocomplexos na membrana basal glomerular, gerando reações inflamatórias com graves conseqüências renais. Em casos de indivíduos com alterações neurológicas, mulheres grávidas, doenças cardíacas graves e hepatite, deve-se estudar criteriosamente o uso de ambas as drogas. A suposição de que os vermes mortos por quimioterapia, quando levados pela circulação porta, causariam lesões apreciáveis no fígado está descartada e, hoje em dia, não é mais considerada relevante. O tratamento quimioterápico demonstrou, em vários estudos epidemiológicos, que pode prevenir as formas graves da doença e a faixa etária mais favorecida pelo tratamento seria a de jovens de até 20 anos. A droga até então mais usada no país tem sido a oxamniquina, que apresenta baixa toxicidade, sendo adrninistrada em dose oral única em adultos (15mg/kg) e em crianças dividida em duas doses diárias orais de 10mg/kg, após as refeições.
A oxamniquina pertence ao grupo químico aminoalquiltolueno e seu mecanismo de ação se baseia em efeito anticolinérgico, o qual aumenta a motilidade do parasito, como também na inibição de síntese de ácidos nucléicos. Nas cepas já descritas como resistentes a droga esse efeito de inibição da síntese protéica de ácidos nucléicos é reversível, enquanto nas linhagens suscetíveis esta alteração é irreversivel. Os efeitos colaterais mais evidentes são alucinações e tonteiras, excitação e até mesmo mudanças de comportamento, que só permanecem por um período de seis a oito horas após administração do medicamento. Deve-se, assim, tratar com muito critério ou mesmo trocar de droga em pacientes com manifestações neuropsíquicas. Trabalhos recentes mostram que, no esquema terapêutico descrito, ocorre falha na cura parasitológica em apreciável número de pacientes tratados (cerca de 45%). Nessa posologia há uma diminuição da população de vermes, de tal maneira que fica dificil de ser detectada por vários exames de fezes. A infecção nesses casos só pode ser detectada pela biópsia retal. Novos esquemas terapêuticos devem ser pensados com doses maiores da oxamniquina. Por outro lado, como a droga atua nas formas evolutivas da pele e dos pulmões, os indivíduos tratados com 50mg/kg, nos primeiros dias após forte suspeita de infecção, se curaram, enquanto os parceiros queparticiparam do mesmo processo de infecção apresentaram a doença muitas vezes de forma grave. E importante considerar que, apesar das dificuldades do diagnóstico preciso nesta etapa, se houver uma suspeita bem fundamentada de infecção por cercárias, vale a pena o tratamento, na primeira semana após o contato, pois a cura nesta fase previne a postura dos ovos, elementos fundamentais da patogenia. O tratamento em larga escala com a oxamniquina foi feito em extensas áreas do país pelo Ministério da Saúde, originairnente PECE (Programa Especial de Controle da Esquistossomose) e atualmente PCE (Programa de Controle da Esquistossomose), atingindo milhões de pessoas e a cura e/ ou a diminuição acentuada da carga parasitária resultaram em baixa significativa da prevalência e do número de casos graves da doença (formas hepatoesplênicas). No gênero Schistosoma a oxamniquina tem ação específica contra o S. mansoni. O praziquantel é uma droga que atua contra todas as espécies do gênero Schistosoma que infectam o homem. Pertence ao grupo químico isoquinolino-pirazino, estrutura química esta que dificulta a ocorrência de resistência cruzada com oxamniquina. O esquema terapêutico que mostra melhor eficácia é a dose oral diária de 60mgkg por três dias consecutivos. Os efeitos colaterais são pouco intensos e passageiros, e a dor abdominal, cefaléia e sonolência constituem-se as mais importantes. O praziquantel atua também nas formas jovens do parasito. Apresenta ainda forte dependência com a resposta imune específica no processo de eliminação dos vermes. A droga atua, principalmente, lesando o tegurnento do parasito, expondo assim antígenos-alvo da resposta imune. Mostrou-se também que o conteúdo de glutationa (importante no processo de desintoxicação entre outras funções) é altamente reduzido pela ação da droga. O esquema terapêutico mencionado anteriormente leva a cura de cerca de 90% dos pacientes tratados e avaliados pela biópsia retal e pelo exame de fezes. Este medicamento foi a princípio utilizado no Brasil para tratamento de cestódeos. Hoje em dia o Ministério da Saúde (Fiocruz) já está produzindo a droga para uso no tratamento da esquistossomose mansoni.
Existem substâncias que, aplicadas na pele, impedem a penetração cercariana. O uso de tais produtos jamais poderia ser preconizado para uso rotineiro. Só se justificaria o uso desses produtos em ocasiões especiais, como em operários que fazem limpeza em canais com caramujos positivos, campanhas militares etc. Por outro lado, este conceito de uso tópico tem de ser revisto, pois estas substâncias podem ser absorvidas pelas pele e causar efeitos tóxicos.
6- Indicar métodos utilizados para a identificação de ovos de S. mansoni nas fezes. Destacar as características morfológicas do mesmo.
Mede cerca de 50um de comprimento por 60 de largura, sem opérculo, com um formato oval, e na parte mais larga apresenta um epísculo voltado para trás. O que caracteriza o ovo maduro é a presença de um miracídio formado, visível pela transparência da casca. O ovo maduro é a forma usualmente encontrada nas fezes.
Como já foi enfatizado, os ovos são os elementos fundamentais da patogenia da esquistossomose. Quando apenas pequeno número de ovos viáveis consegue atingir a luz intestinal, as lesões produzidas são mínimas, com reparações teciduais rápidas; quando em grande número, podem provocar hemorragias, edemas da submucosa e fenômenos degenerativos, com formações ulcerativas pequenas e superficiais; essas lesões são em geral reparadas, com reconstituição da integridade dos tecidos. Os ovos que atingem o figado, lá permanecem e causam as alterações mais importantes da doença. O antígeno solúvel excretado pelos poros do ovo vivo provocarão a reação inflamatória granulomatosa. Portanto, a deposição dos ovos do parasito nos tecidos do hospedeiro é o evento fundamental de um complexo fisiopatológico que promoverá a formação do granuloma (ovo mais reação granulomatosa que o envolve). Os granulomas apresentam, durante o seu desenvolvimento, as seguintes fases:1) fase necrótica-exsudativa, com aparecimento de uma zona de necrose em volta do ovo, circundada por exsudação de eosinófilos, neutrófilos e histiócitos com deposição de material eosinofilico conhecido como fenômeno de Hoeppli; 2) fase produtiva ou de reação histiocitária, com início de reparação da área necrosada; 3) fase de cura ou fibrose, na qual o granuloma, endurecido, é denominado nódulo. Em seguida, poderá haver calcificação do ovo ou mesmo absorção e desaparecimento do granuloma (Bogliolo, 1970). Os granulomas podem apresentar-se em pontos isolados ou difusos no intestino grosso e fígado .Essas lesões granulomatosas são as principais responsáveis pelas variações clínicas e pelas complicações digestivas e circulatórias vistas. Entretanto, mesmo antes da postura de ovos, podem ocorrer alterações orgânicas. Assim sendo, descreveremos a seguir a evolução típica da esquistossomose depois da penetração das cercarias.
Exame de Fezes
Pode ser feito por métodos de sedimentação ou centrifugação em éter sulfúrico, métodos estes com
base na alta densidade dos ovos, ou por método de concentração por tamização (Kato e Kato-Katz). Quando existe uma carga parasitária média ou alta, todos estes métodos de exame dão resultados satisfatórios. Entretanto, com cargas parasitárias baixas, há necessidade de repeti-los. A Emea acasalada do S. mansoni elimina diariamente cerca de 200 ovos pelas fezes. Assim, a probabilidade de uma lâmina do método de Kato detectar a infecção por um casal de vermes (200 ovos/fêmea -200g fezes/dia - 42mg de fezes examinadas) seria de cerca de 1/24. Portanto, principalmente para controle de cura, após quimioterapia, deve-se pedir vários exames de fezes para se ter certeza da cura parasitológica. O controle de cura por exames de fezes deve ser feito após três meses da administração da droga devendo-se considerar a possibilidade de reinfecções. Para levantamentos epidemiológicos, recomenda-se a técnica quantitativa de Kato-Katz. Apesar da grande variação diária no número de ovos eliminados por paciente quando se trabalha com população, a média reflete com bastante precisão a carga parasitária da comunidade. Por outro lado, a quantificação desta carga parasitária é indispensável para se ter elementos para avaliar a eficácia de medidas profiláticas (quimioterapia, aplicação de moluscicidas, saneamento básico etc.).
Biópsia ou Raspagem da Mucosa Retal
Constitui um método que depende de pessoal treinado e resulta em inegável desconforto para o paciente. A principal vantagem da técnica é a maior sensibilidade e a verificação mais rápida do efeito da quimioterapia. Como se sabe, os ovos depositados nos tecidos levam cerca de seis dias para formar o miracídio e, se uma semana depois do tratamento forem encontrados só ovos maduros, pode-se inferir
que as fêmeas não estão realizando postura. Este resultado não significa necessariamente cura, pois as fêmeas podem não ter sido mortas, mas somente cessado temporariamente a postura de ovos. Assim, a interpretação do resultado deve ter em conta esta ressalva. A biópsia hepática, para o diagnóstico exclusivo da esquistossomose, não pode jamais ser recomendada. Só se justifica procurar ovos em tecido hepático quando existem suspeitas de outras etiologias que demandem biópsia hepática; neste caso, um pequeno fragmento poderia ser enviado para o exame parasitológico.
Ultra-sonografia
Constitui-se em um dos mais importantes avanços para o diagnóstico clínico, principalmente na fase crônica da doença, e está se tomando de uso corrente no nosso país. E uma técnica que diagnostica as alterações hepáticas determinando com precisão o grau de fibrose. Ainda assim, quando a fibrose é pouco extensa pode ser confundida com outras etiologias (hepatitie, salmoneloses, tuberculose.)
MÉTODOS IMUNOLÓGICOS OU INDIRETOS
As técnicas imunológicas medem a resposta do organismo do hospedeiro (reações alérgicas, produção de anticorpos etc.) frente a antígenos do parasito. Estas técnicas não permitema certeza absoluta do parasitismo, a exemplo do encontro de ovos na biópsia ou no exame de fezes, pois ocorrem reações cruzadas dando resultados falso-positivos. Do mesmo modo, os resultados negativos não permitem a
certeza da ausência do parasitismo, já que ocorrem também reações falso-negativas. Diversas técnicas foram descritas para o diagnóstico imunológico da esquistossomose. Entretanto, algumas destas,
pela dificuldade de execução, baixa sensibilidade etc., só são utilizadas eventualmente, em algum trabalho de pesquisa. Dentre estas, podemos citar a reação pericercariana, a reação periovular ou circum-ovular, reação de imobilização do miracídio e o teste de aglutinação cercariana. As técnicas com perspectivas de uso em diagnóstico individual ou de população são:
REAÇÃO INTRADÉRMICA OU INTRADERMORREAÇÃO 
É um teste alérgico (hipersensibilidade tipo I) que se baseia na medida da pápula formada 15 minutos após a inoculação intradérmica de 0,05ml de antígeno (40ug nitrogênio protéico/ml) de verme adulto. A reação é positiva quando a pápula formada atinge a área de 1,0 cm em crianças e 1,2cm em adultos. A reação apresenta uma sensibilidade de 95% em maiores de 20 anos do sexo masculino e cerca de 65% em mulheres e jovens. A especificidade da reação, de maneira geral, pode ser considerada boa (2,1% de falso-positivo em homens maiores de 20 anos do sexo masculino e 1,9% em mulheres e jovens). Em algumas áreas com alta incidência de dermatites por outros tipos de cercaria, esta incidência de falso-positivo pode aumentar para até 10%. A reação não se toma negativa após uma quimioterapia eficaz, portanto, não serve como critério de cura. A indicação da aplicação desta técnica para casos individuais só se justifica para esclarecer casos em que a anarnnese reforça a suspeita de infecção e que os vários exames de fezes deram resultados negativos. Um teste positivo individual justificaria a recomendação de novos exames de fezes. A aplicação mais evidente do teste seria em inquéritos epidemiológicos pois, sabendo-se das limitações da técnica frente a variáveis com sexo, idade, tratamento anterior etc., poder-se-ia estimar com bastante precisão a prevalência da endemia em determinada área. A rapidez da leitura (15 minutos) e a simplicidade de execução da técnica permitem que uma equipe reduzida de pessoal treinado realize o teste, em espaços de poucas horas, em centenas de indivíduos.
O custo por teste também é reduzido. A intradermorreação em inquéritos epidemiológicos deve se associar ao exame de fezes quantitativo, que é a técnica que mede a carga parasitária da população.
REAÇÃO DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO
A sensibilidade da reação é de 90% em casos com exames de fezes positivos. A especificidade é muito boa, menos de 1% de falso-positivos. A técnica não serve como controle de cura. É uma técnica que já foi muito utilizada em estudos epidemiológicos e, hoje em dia, devido a complexidade do método, está sendo pouco utilizada.
REAÇÃO DE HEMAGLUTINAÇÃO INDIRETA
 A sensibilidade varia de 7 1% a 93% e a especificidade, 88%. É uma técnica pouco utilizada devido a problemas logísticos (obtenção e conservação das hemácias marcadas etc.). 
RADIOIMUNOINSAIO
Esta técnica, na verdade, não leva nenhuma vantagem frente as citadas quanto a sensibilidade e a especificidade. Além disso, depende de equipamento sofisticado, condições especiais para manuseio de substâncias radioativas, como também é difícil e cara a obtenção de radioisótopos.
REAÇÃO DE IMUNOINFLUORESCÊNCIA INDIRETA
 O teste apresenta uma sensibilidade semelhante a do teste de fixação do complemento, embora a especificidade seja inferior. A cura por quimioterapia não leva a negativação da reação e o teste começa a dar resultados positivos entre quatro e sete semanas após contato com cercárias. Com execução
complicada e leitura demorada, esta técnica não apresenta vantagens para ser empregada rotineiramente. 
MÉTODO IMUNOENZIMÁTICO ELISA
Este método se constitui hoje em dia em um dos melhores instrumentos para o diagnóstico das doenças infecciosas e parasitárias. Vários trabalhos foram publicados nos quais se utilizaram vários tipos de antígenos. O excelente trabalho de Mott & Dixon (1982), com amostragem de diversos países, mostra que a técnica imunoenzimática é igual ou superior a todas as outras técnicas sorológicas até então descritas quanto a sensibilidade e especificidade. Além disso, o uso do antígeno do verme adulto é mais econômico com relação a rendimento e facilidade de obtenção e não apresenta quedas significativas na sensibilidade e especificidade quando se compara com outros antígenos mais complexos de se obter e com rendimento menor. Esta técnica tem a grande vantagem de se usar quantidades ínfimas de soro e antígenos (microgramas). Um técnico bem treinado pode executar mais de 500 reações em um único dia. Depois do advento da técnica de ELISA, os outros testes sorológicos podem ser considerados obsoletos. Estudos em camundongos e macacos Cebus, seguramente curados por quimioterapia, os títulos de anticorpos relativos a diversos antígenos decrescem significativamente e o teste se toma negativo em tomo do quarto mês após tratamento.
TÉCNICA IMUNOENZIMÁTICA PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOS PARASITÁRIOS CIRCULANTES (ELISA DE CAPTURA OU SANDUÍCHE)
As técnicas desenvolvidas para detecção de antígenos circulantes poderiam, em princípio, ser consideradas como verdadeiros métodos diretos, pois detectam matéria-prima parasitária, Entretanto, como o resultado é medido por desenvolvimento de coloração nas placas de ELISA, e não pela visualização do ovo do parasito, permanece a dúvida da posição real desta técnica, se direta ou indireta. Nesta técnica se utiliza um anticorpo monoclonal fixado as paredes das cubas da placa de ELISA, que se ligará aos determinantes antigênicos do chamado antígeno catódico circulante ou anódico (CCAICAA), provenientes do soro ou urina de pacientes infectados. Estes antígenos circulantes são proteoglicanos provenientes do tubo digestivo do verme e apresentam. notável estabilidade estrutural, pois foi possível ser detectado em eluatos de tecidos de múmias egípcias com milhares de anos. Outra grande vantagem, além da estabilidade, é o rápido desaparecimento (em torno de 10 dias) deste antígeno do sangue circulante, após a cura por drogas.
REAÇÃO EM CADEIA – POLIMERASE (PCR POLIMERASE CHAIN REACTION)
Atualmente, a técnica do PCR tem mostrado resultados promissores podendo, após alguns aperfeiçoamentos ligados a descoberta de novos iniciadores (primers), ser usada principalmente nos casos de controle de cura após quimioterapia e em infecções com baixas cargas parasitárias. O custo desta técnica e a complexidade da mesma ainda são fatores limitantes para seu uso generalizado.

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