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1 RODOLFO SILVA BERTOLI RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR ÁREA: MEDICINA DE ANIMAIS SILVESTRES REVISÃO DE LITERATURA: NUTRIÇÃO CLÍNICA DE AVES CURITIBA 2009 2 RODOLFO SILVA BERTOLI RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR ÁREA: MEDICINA DE ANIMAIS SILVESTRES REVISÃO DE LITERATURA: NUTRIÇÃO CLÍNICA DE AVES Relatório de estágio curricular supervisionado apresentado como requisito para a graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Medicina Veterinária Autor: Rodolfo Silva Bertoli Supervisor: MSc Rogério Ribas Lange Orientadores: M.V. Mathias Dislich M.V. Esp. Grazielle Soresini CURITIBA 2009 3 FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO Locais de estágio - Centro de Triagem de Animais Silvestres da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (CETAS-PUCPR) - Parque das Aves Carga horária - 160 horas no CETAS-PUCPR - 160 horas no Parque das Aves Período - 6 a 30 de julho de 2009 no CETAS-PUCPR - 3 a 31 de agosto de 2009 no Parque das Aves Orientadores - M.V. Esp. Grazielle Cristina Garcia Soresini - M.V. Mathias Dislich Supervisor - MZ. Rogério Ribas Lange Carga horária total: 320 horas 4 “Um ser humano deveria ser capaz de trocar uma fralda, planejar uma invasão, fatiar um porco, construir um barco, projetar um prédio, escrever um soneto, gerenciar contas, levantar um muro, consertar um osso, confortar os moribundos, receber ordens, dar ordens, cooperar, agir sozinho, resolver equações, analisar um novo problema, preparar adubo, programar um computador, cozinhar uma refeição saborosa, lutar com eficiência, morrer com estilo. Especialização é para insetos.” Robert A. Heinlein 5 AGRADECIMENTOS Pai e Mãe, muito obrigado. Há 22 anos zelando por mim, apoiando-me em cada decisão, dando força em todas as etapas da minha vida, adotando meus bichos (muitas vezes tomando-os de mim permanentemente). Prometo honrá-los em minhas ações e carregá-los sempre em meu coração. “Brothers and sista”, quando a ponte já tinha sido interditada, surge um pequeno cabeção. Obrigado pelo companheirismo, atenção e carinho. Rafaela: sinceridade, cumplicidade e companheirismo. 3 anos, muitas dificuldades e alegrias enfrentamos juntos. Obrigado! Professor Rogério, obrigado por todo o apoio, orientação e disposição em ajudar. Orgulho-me de tê-lo como supervisor, você é um exemplo a ser seguido. Grazi, obrigado pela oportunidade e confiança. “Resida Nath”, estertor fraco/moderado/forte? Gotinha em canarinho? Sulfa ou Enro? Muito Obrigado, pela amizade, conhecimentos e experiência proporcionada. Mari, intragável e sagaz, ótima companheira de estágio e de contenção de sagüis e pavós! Paulinho e Sr. Belmiro, Luisa, Tias do Refeitório, Muito obrigado! Mathias, obrigado pelos inesgotáveis ensinamentos, tanto veterinários como fotográficos, de Excel, Access... sempre lembrarei que “se quisermos ser ainda mais sistemáticos... ficaria bem mais elegante!” Laiz e Adriana, Zana, Giovane, Vanderlei, Paulinho, Sr Mário, Francisco, Amarildo, Dona Amélia, Girlei e Yara, muito obrigado pela receptividade e ensinamentos. Professores, muito obrigado pela dedicação, seriedade e competência. Vocês honram o nome da nossa Universidade, se sacrificam por nós, e a isto serei eternamente grato. Amigos: estudar, fazer trabalhos, festar, jogar video game, beber uma cervejinha... a base para manutenção de uma mente sã no meio de tanta piração. Agora só restarão saudades dos melhores anos de nossas vidas. 6 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS 07 LISTA DE GRÁFICOS 08 LISTA DE TABELAS 09 RESUMO 10 1 INTRODUÇÃO 11 2 OBJETIVO GERAL DO ESTÁGIO 12 3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO ESTÁGIO 12 4 CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES - PUCPR 13 5 PARQUE DAS AVES 32 6 DISCUSSÃO 45 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 46 8 REVISÃO DE LITERATURA: NUTRIÇÃO CLÍNICA DE AVES, UMA ABORDAGEM PRÁTICA 48 ANEXO 1: TABELA DE NOMES POPULARES E CIENTÍFICOS DOS ANIMAIS CITADOS NO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR 64 ANEXO 2: PLANTEL VIVO DO PARQUE DAS AVES NO MÊS DE AGOSTO DE 2009 69 ANEXO 3: INSTRUÇÕES AOS AUTORES: REVISTA “ARCHIVES OF VETERINARY SCIENCE” 68 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Vista parcial da fachada do Centro de Triagem de Animais Silvestre da Pontifícia Universidade católica do Paraná, localizado em Tijucas do Sul, Paraná 16 Figura 2 - Vista interna das salas de atendimento veterinário do Centro de Triagem de Animais Silvestres da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A, Sala de internamento. B, ambulatório 16 Figura 3 - Vista geral dos recintos externos do Centro de Triagem de Animais Silvestres da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A, recintos extras. B, recintos de rapinantes 17 Figura 4 - Mapa esquemático das instalações do Parque das Aves. Fonte: www.parquedasaves.com.br 33 Figura 5 - Internamento de um Flamingo. Uso de espelhos para proporcionar maior conforto e segurança ao animal. Parque das Aves. Fonte: Mathias Dislich 40 8 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Novos casos recebidos divididos por classe animal no centro de Triagem de Animais Silvestres durante julho de 2009 27 Gráfico 2 - Condição dos animais no momento de sua recepção no Centro de Triagem de Animais Silvestres durante julho de 2009 28 Gráfico 3 - Principais afecções dos animais recebidos no Centro de Triagem de Animais Silvestres durante julho de 2009 29 Gráfico 4 - Atividades desenvolvidas no mês de agosto no Parque das Aves, divididas por área 37 Gráfico 5 - Exemplo de gráfico de acompanhamento de consumo alimentar diário e massa corporal de um paciente internado no Parque das Aves 38 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Inventário do Centro de Triagem de Animais Silvestres em julho de 2009 22 Tabela 2 - Animais em tratamento em julho de 2009 no Centro de Triagem de Animais Silvestres da Pontifícia Universidade Católica do Paraná 25 Tabela 3 - Animais internados no mês de agosto no Parque das Aves 39 Tabela 4 - Características de diferentes fórmulas enterais de uso médico adaptadas para o uso veterinário 50 Tabela 5 - Volumes e frequências de alimentação sugeridos para alimentação de aves anoréticas, adaptado de QUESENBERRY e HILLYER, 1994. 55 Tabela 6 - Volumes e frequências de alimentação por sonda oro-esofágica sugeridos para alimentação enteral de aves anoréticas, adaptado de QUESENBERRY e HILLYER, 1994. 56 10 RESUMO A medicina de animais silvestres é uma importante área de atuação do médico veterinário, e pode ser realizada em distintas maneiras: clínica de mascotes não convencionais, assistência a criadouros, medicina de animais de zoológico, projetos de conservação, Centros de triagem de animais silvestres, entre outras. O objetivo geral do estágio curricular realizado no CETAS-PUCPR e no Parque das Aves foi aprimorar conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante a graduação sobre clínica, cirurgia e manejo de animais silvestres. Durante o período de 06 de julhoa 31 de agosto de 2009 foram acompanhados diversos casos, em sua maioria aves. Neste trabalho também será apresentada uma revisão de literatura sobre nutrição clínica de aves. Por camuflarem que encontram-se enfermas e apresentarem metabolismo muito acelerado, as aves são pacientes muitos suscetíveis à caquexia e que freqüentemente necessitam receber suplementos nutricionais ou alimentação forçada para que tenham uma adequada recuperação durante o tratamento. Aspectos referentes ao cálculo de energia metabólica basal e fatores de correção para diferentes moléstias serão abordados no artigo de revisão. 11 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como finalidade apresentar as atividades desenvolvidas durante o estágio curricular no Centro de Triagem de Animais Silvestres – PUCPR durante o período de 6 a 30 de julho de 2009 e no Parque das Aves durante o período de 3 a 31 de agosto de 2009. A escolha por duas instituições deve-se à ampla área de atuação do médico veterinário de animais silvestres e por serem áreas com as quais eu não havia desenvolvido suficiente experiência, favorecendo assim minha formação profissional e melhor preparação para atuação no mercado de trabalho. O CETAS-PUCPR é uma instituição de referência em seu meio, conta com todo o suporte da Pontificia Universidade Católica do Paraná e apresenta grande casuística por ser o único da região, favorecendo dessa forma a vivência e o aprendizado prático. O Parque das Aves é o maior do gênero na América Latina e é referência em medicina preventiva, conhecimento fundamental na formação de um profissional que pretende trabalhar com animais de zoológico. 12 2 OBJETIVO GERAL DO ESTÁGIO Aprimorar conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante a graduação sobre clínica, cirurgia e manejo de animais silvestres. 3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO ESTÁGIO Acompanhar a rotina de um Centro de Triagem de Animais Silvestres; aumentar o conhecimento sobre biologia e medicina de espécies silvestres; auxiliar no diagnóstico de enfermidades, no tratamento de animais internados e realização de necropsias; aumentar conhecimentos sobre medicina preventiva e nutrição de animais silvestres. 13 4 CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES – PUCPR 4.1 Centros de Triagem de Animais Silvestres segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA “A Lei nº 5.197/67, afirma que os animais silvestres são propriedade do Estado. Quando os agentes da fiscalização do IBAMA ou das Polícias Florestais encontram algum desses animais sendo vendidos ilegalmente, apreendem a "mercadoria" e encaminham para um local denominado Centro de Triagem de Animais Silvestres - CETAS. Esses Centros podem ser gerenciados pelo próprio IBAMA ou por outras Instituições, em sistema convênio ou parceria, sob a supervisão do Órgão. Os CETAS tem a finalidade recepcionar, triar e tratar os animais silvestres resgatados ou apreendidos pelos órgãos fiscalizadores, assim como eventualmente, receber animais silvestres de particulares que os estavam mantendo em cativeiro domésticos de forma irregular como animais de estimação O trabalho de recepcionar e triar animais implica em registrar a entrada de cada indivíduo; identificando qual é a espécie e o sexo (quando possível), buscando o máximo de informações quanto ao local em que foi capturado e o tempo de cativeiro; verificando qual é o habitat da espécie; e alojando os animais em local adequado para receberem o devido tratamento. Após serem examinados, os animais ficam sob quarentena para receber nutrição adequada e sob observação para identificar o aparecimento de possíveis 14 doenças. Durante esse período, a equipe de técnicos do CETAS estuda o melhor destino para os animais. O destino dos animais apreendidos, desde que não estejam na lista oficial das espécies ameaçadas de extinção, é preferencialmente, zoológicos, criadouros registrados no IBAMA, e centros de pesquisa. Solturas são, sempre que possível, vinculadas a programas específicos de manejo para as diferentes espécies. Animais ameaçados de extinção são tratados de maneira especial, caso a caso, seguindo recomendações de planos de manejo elaborados para cada espécie e de comitês nacionais e internacionais, quando existentes. A quantidade de viveiros que um CETAS necessita ter é relativa à quantidade e variedade das espécies que os órgãos fiscalizadores costumam encontrar na região onde o Centro está instalado. Para que um CETAS funcione a contento, precisa dispor em seu quadro de pessoal, no mínimo, um biólogo, um médico-veterinário e tratadores pois são atividades complexas e requerem bastante conhecimento de quem as desempenha. Os Centros de Triagem são apoiados e supervisionados pelo Ibama por meio de termos de cooperação técnica e normalmente são administrados por instituições científicas, universidades, jardins zoológicos, empresas privadas, fundações e secretarias estaduais ou municipais. Por tratar-se de empreendimento oneroso e que lida diretamente com vida, as suas atividades não podem ser interrompidas repentinamente por falta de recursos. 15 Dessa forma, os CETAS normalmente são vinculados à pessoas jurídicas ou a órgãos de governo.” Fonte: http://www.ibama.gov.br/fauna-silvestre 4.2 O Centro de Triagem de Animais Silvestres – Pontifícia Universidade Católica do Paraná O Centro de Triagem de Animais Silvestres da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (CETAS-PUCPR) localiza-se na Estrada Principal, sem número, na cidade de Tijucas do Sul – PR. Surgiu através de uma parceria, firmada em 1999 entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Sociedade Paranaense de Cultura (SPC), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e a Instituição Filantrópica Sergius Erdelyi (IFSE). A instituição recebe animais de diversas localidades do estado do Paraná, compreendendo desde a faixa litorânea, a serra do mar e o interior do estado. Os animais são, em sua maioria, entregues por autoridades locais ambientais como a Polícia Ambiental, o IBAMA, a Força Verde, que resgataram ou apreenderam estes animais. Há também a entrega por autoridades municipais e a doação por civis. O objetivo principal da fundação deste estabelecimento foi suprir a carência no atendimento a animais silvestres vítimas do tráfico e de maus tratos, abandonados ou acidentados. O trabalho consiste basicamente em atendimento veterinário emergencial para recuperação dos animais e sua pronta destinação, seja ela a soltura ou o envio para zoológicos, criadouros conservacionistas ou criadouros comerciais. 16 4.3 Estrutura do CETAS – PUCPR O CETAS-PUCPR tem uma estrutura física construída especificamente para a função que desempenha, de atendimento imediato e abrigo provisório de animais silvestres. É constituído basicamente por uma sala de recepção, sala de internamento, ambulatório, depósito, cozinha, sala de répteis, viveiros externos e piquetes para animais de maior porte. Figura 1 – Vista parcial da fachada do Centro de Triagem de Animais Silvestre da Pontifícia Universidade católica do Paraná, localizado em Tijucas do Sul, Paraná Figura 2 – Vista interna das salas de atendimento veterinário do Centro de Triagem de Animais Silvestres da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A, Sala de internamento. B, ambulatório A B 17 Figura 3 – Vista geraldos recintos externos do Centro de Triagem de Animais Silvestres da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A, recintos extras. B, recintos de rapinantes Com o aumento do número de animais recebidos, algumas modificações foram feitas, visando o alojamento dos mesmos, sendo algumas estruturas suprimidas, como é o caso dos recintos de quarentena, que atualmente são ocupados por macacos- pregos (Cebus sp.). A ausência de uma área de quarentena pode ser um risco aos animais mantidos na instituição, mas devido ao desinteresse de zoológicos e criadores conservacionistas ou comerciais por determinadas espécies, o CETAS torna-se o lar permanente de muitos animais. O objetivo de um CETAS é servir como uma “casa de passagem” para triagem e tratamento de animais vítimas do tráfico e de maus tratos, mas muitos animais não são destinados, ocupando um valioso espaço que poderia ser utilizado por animais em condições mais críticas. 4.3.1 Recepção Na recepção encontram-se todos os formulários de recebimento e destinação de animais, o livro de registros, fichas clínicas, obituário, controle de inventário e demais A B 18 formulários. Há um grande espaço para o recebimento de animais, até que todos os documentos de entrega ou doação sejam conferidos e preenchidos. Apenas após a confirmação dos dados e da legalidade da ação, o animal poderá ser encaminhado para o ambulatório, onde será avaliado. 4.3.2 Sala de Internamento Sala com duas pias, uma mesa central de aço inox®, gaiolas grandes para psitacídeos e pequenos mamíferos e prateleiras onde são acomodadas gaiolas com aves de menor porte, principalmente passeriformes e pequenos psitacídeos. A sala possui aquecedor, servindo de abrigo e dando suporte a animais enfermos ou que não se adaptariam adequadamente aos viveiros coletivos externos. 4.3.3 Ambulatório É a sala de atendimento veterinário. Está equipada com aquecedor, mesa central de aço inox®, escrivaninha, armários para armazenamento de medicamentos e equipamentos de uso veterinário. No ambulatório são feitas as medicações da maior parte dos animais, pequenas cirurgias, avaliações e reavaliações dos animais recebidos. No ambulatório são mantidos os animais que encontram-se em estado mais crítico, pois ficam sob constante supervisão dos veterinários e estagiários. 4.3.4 Sala dos Répteis Pequena sala onde são mantidos cágados, jabutis e serpentes. Os cágados e jabutis permanecem nesta sala por estarem em tratamento ou por serem muito pequenos, até serem transferidos para recintos externos. As serpentes são mantidas em caixas de madeira, com a frente de vidro, para melhor acompanhamento. A sala 19 está equipada com aquecedor, termômetro e higrômetro, para monitorar se temperatura e umidade estão sendo mantidas na faixa ideal de conforto dos animais. 4.3.5 Sala de Lavagem de Utensílios/Comedouros Sala localizada ao lado da cozinha onde são preparados os alimentos para os animais. Nesta sala é feita a higienização dos bebedouros e comedouros dos animais mantidos na instituição. Esta higienização é feita apenas através da limpeza dos utensílios com água e sabão. 4.3.6 Cozinha Composta por uma mesa, uma pia, duas geladeiras com congelador, um fogão e um liquidificador. Nela são preparados os alimentos de todos os animais, de acordo com recomendações da médica veterinária e biólogo responsáveis. 4.3.7 Depósito de Alimentos Anexo à cozinha, nele são armazenados os grãos e rações secas que servem de alimento aos animais. Os alimentos são acomodados em prateleiras para minimizar a umidade e o acesso de animais indesejados. 4.3.8 Depósito de Equipamentos Galpão de madeira localizado próximo à cozinha. Nele são armazenadas as gaiolas que não estão em uso, vassoura-de-fogo, material de limpeza, equipamentos de marcenaria e maquinário necessário para manutenção dos recintos, gramado e demais instalações. Há também uma geladeira para armazenamento de cadáveres, os quais são encaminhados uma vez por semana para que seja feita a necropsia no Campus PUCPR de São José dos Pinhais. 20 4.3.9 Biotério Localiza-se dentro do depósito de equipamentos. É uma área cercada por tela, com prateleiras onde são acondicionadas as caixas para criação dos ratos e camundongos. Os animais são separados em categorias, conforme sua função, em reprodutores, futuros reprodutores, animais para alimentação e animais de descarte. Constantemente novas caixas de reprodutores são formadas, para garantir a viabilidade do plantel, tendo em vista que o ciclo de vida e reprodutivo destes animais é muito curto. Os animais são alimentados com ração peletizada própria para ratos e camundongos. 4.3.10 Recinto Carcarás Situa-se na área externa, próxima ao internamento. É um recinto com aproximadamente 2,5 x 2,5 x 3 m (largura, comprimento e altura). Nele são alojados 5 carcarás (Polyborus plancus) que aguardam destinação. A alimentação destes animais consiste em carne enriquecida com cálcio ou presas inteiras (principalmente ratos). 4.3.11 Recintos Extras Constituído por sete piquetes, que são grandes áreas cercadas, mas sem cobertura. Cada um contém uma casa de alvenaria que serve de abrigo para os animais. O recinto é gramado e com vegetação arbustiva de pequeno porte. Neles são abrigados grandes mamíferos, como veado, capivara, cachorro do mato entre outros. 4.3.12 Recinto dos Jabutis É um recinto amplo, gramado, com espelho d`água, abrigo e vegetação arbustiva para que os animais possam se esconder/proteger. 21 4.3.13 Recinto dos Tigres-d’água Nele são mantidos os tigres-d`água (Trachemis sp.), que somavam um total aproximado de noventa indivíduos na época do estágio. É um recinto bem estruturado, com mureta de pedra, gramado, tanque para natação dos animais, solário e área sombreada. 4.3.14 Recintos dos Rapinantes Constituem-se de cinco viveiros de dimensões variadas que tem em comum o mesmo corredor de segurança. Neles são alojados rapinantes que na medida do possível são separados por espécie ou por compatibilidade de comportamento e tamanho, para que os menores não sejam predados. 4.3.15 Viveiros Externos e Quarentena Somam um total de quatorze viveiros, nos quais são abrigados animais em observação ou que aguardam destinação. Cada recinto possui área de manejo individual, planejada para evitar fugas para o corredor interno, o qual serve de local de abrigo para alguns animais mantidos em gaiolas. Os animais são divididos de acordo com espécie ou tamanho, na medida do possível. Como exemplo tem-se um recinto de pequenos passeriformes, outro de passeriformes maiores, de pequenos psitacídeos, de macacos-pregos, de gato-do-mato, etc. Um dos recintos servia como quarentena, a qual foi suprimida devido à grande lotação do CETAS e hoje abriga sete macacos- pregos. 22 4.4 Inventário do CETAS – PUCPR Por se tratar do único Centro de Triagem da Região, o CETAS-PUCPR recebe grande número de animais e por não conseguir destinar satisfatoriamente estes animais, seja por problemas burocráticos ou falta de interessados, conta com um sério problema de superlotação. O CETAS passa então a ser o lar definitivo de muitos indivíduos, que vivem em condições não ideais. O grande número de animais também acarreta mais custos para a instituição mantenedora, pois requer maior número de funcionários e há maior gasto em alimentos. Na tabela 1 há uma lista de animais presentes no CETAS-PUCPR durante o período de estágio. Na época do estágio 360 animais (mamíferos, aves e répteis) eram mantidos na instituição, os quais chegavam por intermédiodo Batalhão da Polícia Ambiental, IBAMA, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Autoridades Municipais ou até mesmo por doação de civis. Tabela 1 – Inventário do Centro de Triagem de Animais Silvestres em julho de 2009 ANIMAL Nome científico Total Arara-canindé Ara ararauna 1 Azulão Passerina brissonii 7 Baitaca Pionus maximiliani 2 Bem-te-vi Pitangus sulphuratus 2 Bigodinho Sporophila lineola 2 Cachorro-do-mato Cerdocyon thous 2 Canário-da-terra Sicalis flaveola 52 Canário-do-campo Sicalis columbiana 5 Capivara Hydrochaeris hydrochaeris 1 Carcará Polyborus plancus 5 Cardeal Paroaria coronata 2 Cascavel Crotalus durissus 2 Catatau Haplospiza unicolor 1 Cateto Tayassu tayacu 1 23 Tabela 1 (continuação) ANIMAL Nome científico Total Coleirinho Sporophila caerulescens 21 Coruja-buraqueira Speotyto cunicularia 2 Coruja-do-mato Otus sp. 4 Coruja-listrada Strix hilophila 1 Coruja-orelhuda Rhinoptynx clamator 3 Coruja-sapo Megascops atilapella 1 Cuiú-cuiú Pionopsita pileato 1 Curió Oryzoborus angolensis 8 Gato-do-mato-pequeno Leopardus tigrinus 3 Gavião-carijó Rupornis magnirostris 5 Gralha-picaça Cyanocorax chrysops 1 Guasco Cacicus haemorrhous 2 Inhapim-soldado Icterus cayanensis 2 Jararaca Bothrops jararaca 18 Lagarto Mabuya dorsivittata 1 Macaco-prego Cebus apella 21 Mão-pelada Procyon canaivorus 1 Mocho Asio stygius 1 Papagaio-do-mangue Amazona amazonica 2 Papagaio-peito-roxo Amazona vinacea 1 Papagaio-verdadeiro Amazona aestiva 10 Pássaro-preto Gnorimopsar chopi 5 Periquito-verde Brotogeris tirica 5 Pichochó Sporophila frontalis 2 Pintassilgo Carduelis magellanica 5 Pomba-avoante Zenaida auriculata 4 Quiri-quiri Falco spavienus 4 Sabiá-laranjeira Turdus rufiventris 12 Sabiá-poca Turdus amauroehalinus 2 Sabiá--uma Platycichla flavipes 3 Sagui-tufo-branco Callitrix jacchus 1 Sagui-tufo-preto Callitrix penicillata 4 Suindara Tyto alba 1 Tigre-d'água-americano Trachemis scripta 87 Tigre-d'água-brasileiro Trachemis dorbignyi 4 Tiriva Pyrrura frontalis 5 Trinca-ferro Saltator similis 18 Tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus 2 Veado Mazama sp. 2 Total 360 24 4.5 Atividades Desenvolvidas As atividades do estágio no CETAS-PUCPR iniciavam-se diariamente às oito horas da manhã e encerravam-se às cinco horas da tarde, com uma hora de intervalo para o almoço, totalizando assim uma carga horária de oito horas diárias, de segunda à sexta-feira. A primeira atividade a ser desenvolvida nas manhãs era a medicação dos animais internados. Dava-se prioridade aos animais medicados com antibióticos. Posteriormente eram feitos outros procedimentos como troca de curativos, alimentação forçada, pequenas intervenções cirúrgicas, etc. Na Tabela 2 há uma lista de todos os animais que já estavam em tratamento no mês de julho, com os respectivos quadros clínicos expostos de maneira simplificada. Novos animais eram recebidos diariamente, dando-se preferência à recepção nos dias de semana, durante o horário de trabalho dos médicos veterinários (8:00 as 17:00 horas). Se não fosse possível a entrega dos animais nesse horário, um tratador com residência vizinha ao CETAS se encarregava pelo recebimento, preenchimento da documentação necessária e primeiros cuidados aos animais. Às sextas-feiras o IBAMA realizava a entrega de animais que haviam sido resgatados/apreendidos durante a semana e estavam sendo mantidos na sede do IBAMA em Curitiba. Todos os animais eram avaliados e identificados individualmente. As funções dos estagiários incluíam a alimentação de aves, mamíferos e répteis, medicação dos animais internados, contenção física de aves, répteis (os ofídios eram apenas manipulados pelos técnicos) e mamíferos silvestres, acompanhamento de intervenções cirúrgicas e exames complementares, exame clínico dos animais, limpeza 25 de gaiolas e recintos, auxílio na organização e preenchimento de fichas clínicas e registro e identificação dos animais. Ao receber os animais de uma autoridade, o boletim de ocorrência era analisado para verificar se os dados condiziam com o animal entregue. Depois, um termo de recebimento era preenchido e uma cópia entregue à autoridade que realizou a entrega. Logo em seguida o animal era registrado no livro tombo e devidamente acondicionado nas dependências do CETAS. Em caso de doação por civis, um termo de doação era preenchido e o animal também registrado no livro tombo. Os animais poderiam sair do CETAS em apenas três situações: óbito, soltura ou encaminhamento para instituição ou pessoa autorizada pelo IBAMA. A veterinária ou o biólogo responsável poderiam realizar esses tramites mediante a aprovação do IBAMA. Toda a destinação ou óbito de animais era imediatamente anotado no livro tombo, e os cadáveres encaminhados para necropsia no Campus PUCPR de São José dos Pinhais. 4.6 Casuística Durante a realização do estágio pude acompanhar 79 casos clínicos já em andamento (Tabela 2) e 77 novos casos (Gráficos 1, 2 e 3). Tabela 2 – Animais em tratamento em julho de 2009 no Centro de Triagem de Animais Silvestres da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Animal Quadro Clínico Quantidade Azulão sarna + estertores 1 Baitaca enoftalmia (indicação de enucleação) 1 lesão em bico 1 Cágado-feio lesões em carapaça 1 26 Tabela 2 (continuação) Animal Quadro Clínico Quantidade Canário-da-terra estertores 4 estertores + pododermatite 1 obesidade + sarna 1 sarna + estertores 16 sarna + estertores + fratura 2 sarna + estertores + fratura + obesidade + pododermatite 1 sarna + estertores + hipovitaminose A 2 sarna + fratura 2 Canário-do-campo sarna + estertores 3 sarna + estertores + hipovitaminose A 1 Chopim sarna + fratura + obesidade 1 Coleirinho estertores 1 obesidade + estertores 1 Coruja-orelhuda escoriação em asa 1 Corujinha-do-Mato fratura de úmero direito 1 lesão em bico 1 Curió estertores 2 estertores + hipovitaminose A 1 estertores + úlcera de córnea 1 sarna + estertores 2 sarna + estertores + pododermatite 1 Jabuti Doença ósteo-metabólica 1 Doença ósteo-metabólica + afagia 1 Jacu sarna + pododermatite severa 1 Macaco-prego lesão em cauda (indicação de caudectomia total) 1 Papagaio-campeiro Pododermatite + Estertores Moderados + Candidíase 1 Papagaio-do-peito-roxo estertores + hipovitaminose A + candidíase 1 Papagaio-verdadeiro abscesso em olho direito (indicado enucleação) 1 automutilação 1 estertores + pododermatite 1 Pavó fratura em asa direita + enfisema subcutâneo 1 Periquito-verde escoriação em cabeça 1 Pichochó estertores + obesidade 1 Sagüi alopecia em cauda 2 Suindara filhote (mantida internada até empenamento completo) 1 fratura consolidada 1 fraturas consolidadas e distrofia óssea 1 Tigre-d'água doença ósteo-metabólica + hipovitaminose A 1 lesões em carapaça e plastrão 5 27 Tabela 2 (continuação) Animal Quadro Clínico Quantidade Tigre-d'água filhote (tamanho insuficiente para ir ao recinto externo) 1 hipovitaminose A 3 Trinca-ferro inflamação em glândula uropigea 1 Veado lesão contaminada em falange 1 Grande parte dos animais em tratamento originou-se de uma mesma apreensão realizada pelo IBAMA, na qual mais de duzentas aves chegaram ao CETAS-PUCPR no mesmo dia, e das quais metade apresentava-se enferma, principalmente com sinais de doença respiratória. Dos 79 animais em tratamento, 4 eram mamíferos, 13 répteis e 62 aves. Doença ósteo-metabólica, hipovitaminose A e lesões em casco eram as principais enfermidades dos répteis, enquanto que em aves o parasitismo e problemas respiratórios predominaram(80% das aves afetadas). Já em mamíferos os casos eram bem distintos e se constituíram basicamente de alopecia em cauda, lesão em dígito e lesão em cauda. Dentre os 77 novos casos recebidos no mês de Julho, a maioria foi representada por aves, seguida de mamíferos e répteis, como pode-se observar no gráfico 1. Gráfico 1 – Novos casos recebidos divididos por classe animal no centro de Triagem de Animais Silvestres durante julho de 2009 28 No gráfico 2 verificam-se as condições dos animais no momento de sua recepção. Todos, independentemente se chegavam saudáveis, enfermos ou mortos, eram registrados no livro tombo. Os animais saudáveis recebiam antiparasitários e eram então encaminhados para recintos externos ou para a soltura. Os enfermos eram internados e acompanhados até a resolução do caso clínico e os animais que já chegavam mortos eram devidamente identificados, embalados e enviados para o Campus de São José dos Pinhais da PUC-PR para que a necropsia fosse feita e a causa da morte elucidada. Gráfico 2 – Condição dos animais no momento de sua recepção no Centro de Triagem de Animais Silvestres durante julho de 2009 Dos 77 animais recebidos no mês de Julho, 9 chegaram mortos, 33 enfermos e 35 saudáveis, como exposto no gráfico 2. No momento da recepção a primeira medida 29 a ser tomada era fornecer água e alimento para os animais, pois estes muitas vezes encontravam-se em jejum prolongado devido a maus tratos ou longo período de transporte. Dos 33 animais enfermos, predominaram quadros de doença respiratória e parasitária (aerossaculite e sarna), seguidos de traumas, como pode-se observar no gráfico 3. Gráfico 3 – Principais afecções dos animais recebidos no Centro de Triagem de Animais Silvestres durante julho de 2009 A grande incidência de doenças respiratórias (aproximadamente 55%) pode estar associado à estação do ano (inverno), que somada à má nutrição e maus tratos predispõem ao aparecimento de infecções do trato respiratório. Algumas bactérias, como a Yersinia sp., são capazes de se multiplicar em baixas temperaturas, sendo assim mais incidentes no inverno (BROWN, 2000; AGUILAR, 2006; CUBAS, 2006). Pode ocorrer também aerossaculite por proximidade dos sacos aéreos com lesões em 30 órgãos vizinhos, e traqueíte secundária a infecções do trato respiratório inferior ou superior (MORRISEY, 1997). Devido aos maus tratos domiciliares, durante a venda ou transporte inadequado, 21% dos animais recebidos no CETAS durante o mês de Julho apresentavam-se com traumas, que variavam desde pequenas lacerações na pele, fratura de ossos ou até mesmo necrose e perda de membros. Doenças nutricionais totalizaram importante porcentagem dentre as afecções apresentadas. Sua ocorrência pode ser justificada por desconhecimento dos proprietários que alimentaram os animais com dietas inapropriadas ou adquiriram rações com composição inadequada ou de baixa qualidade. A comercialização de animais legalizados, com a devida orientação para instruir os compradores e o acompanhamento médico veterinário reduziria significativamente o número de enfermidades observadas. Este comportamento já é uma realidade nos Estados Unidos da América e alguns países europeus, onde o comércio de animais silvestres e exóticos é legalizado. 31 5 PARQUE DAS AVES 5.1 Histórico do Parque O Parque das Aves foi criado em 1994, em Foz do Iguaçu/PR, por Dennis e Anna Croukamp. Conta com uma área de 16 hectares, dos quais 8 são de construções e destinados à visitação do público e os outros 8 hectares são área de preservação ambiental. O parque não é apenas um zoológico de aves, é um centro destinado à educação e conservação ambiental e de realização de importantes projetos de preservação de espécies ameaçadas. Conta atualmente com 919 espécimes de 132 espécies distintas. Atualmente é o maior parque de aves da América latina. Localiza- se em Foz do Iguaçu, no estado do Paraná. 5.2 Objetivos e Projetos Desenvolvidos Os principais objetivos do parque são a exposição de animais e arrecadação de recursos para manutenção do parque, reprodução de aves em cativeiro, desenvolvimento de projetos referentes à reintrodução de animais à áreas protegidas, pesquisa em conservação ambiental e manutenção sustentável do parque e promoção de atividades educacionais a fim de despertar a consciência ecológica de adultos e crianças. Além de importantes projetos de pesquisa, o parque das aves esmera-se em desenvolver projetos para a população de Foz do Iguaçu e cidades vizinhas. Desde 2007 desenvolve-se o projeto “O Parque das Aves é de Foz”, no qual os moradores da cidade têm acesso gratuito ao parque em uma determinada data, beneficiando até entao 11830 pessoas. Também é notável o projeto “Criança Especial”, realizado na 32 Semana do Excepcional, que desde 2006 já atendeu mais de 1720 pessoas com necessidades especiais. Os profissionais da Educação Ambiental realizam visitas guiadas e atividades lúdicas referentes à preservação ambiental. 5.3 Estrutura Física São 16 hectares, sendo a metade de área construída. As principais estruturas serão mencionadas a seguir, dentre elas estão a oficina, hospital veterinário, cozinha e depósito de alimentos, recintos de imersão, recintos fechados, quarentena, educação ambiental, etc. Figura 4 – Mapa esquemático das instalações do Parque das Aves. Fonte: www.parquedasaves.com.br 33 5.3.1 Oficina Todas as instalações do parque (casas, depósitos, recintos, sistema de filtração de água) são construídas por uma equipe própria de funcionários do parque. Na oficina há todos os instrumentos necessários para a manutenção e construção dessas estruturas. Os recintos estão em constante renovação, para um maior conforto dos animais. Os projetos de novos recintos são discutidos e acompanhados de perto por toda a equipe de profissionais responsáveis, incluindo os biólogos, o médico veterinário responsável e a proprietária do parque. 5.3.2 Área Interna Na área interna localiza-se a cozinha e o refeitório, no qual os funcionários tomam café da manhã e almoço. Próximo ao refeitório há 16 recintos extras, que servem para manutenção de animais que não estão em exibição ou que estejam em tratamento, recuperação ou observação. Há também o recinto das cobras mansas, que abriga jibóias que podem ser manipuladas pelos visitantes. No isolamento são mantidas as araras e jandaias mansas que podem ser manipuladas pelos turistas e também animais que serão encaminhados para outras instituições. Há ainda o biotério, que abriga ratos, galinhas e coelhos, sendo apenas os ratos reproduzidos no parque, as galinhas e coelhos são comprados conforme necessidade e mantidos em recintos apropriados em uma divisão específica do biotério. 5.3.3 Hospital Veterinário O hospital veterinário é uma construção recente, com espaços bem aproveitados e de alta funcionalidade. É constituído basicamente por uma sala de internamento com 34 gaiolas móveis de diversos tamanhos que podem ser retiradas conforme necessidade, dois banheiros, um ambulatório e escritório do médico veterinário, uma sala de autoclavagem e esterilização de materiais e um laboratório. A sala de incubação e sala de filhotes localizam-se no mesmo prédio, porém o acesso é restrito para evitar a veiculação de patógenos. 5.3.4 Sala de NecropsiaComposta por uma bancada, torneira, exaustão de ar, armários para armazenamento de equipamentos e materiais para exames complementares, balança de precisão e geladeira. Nela eram realizadas necropsias e preparação de materiais (esqueletos, ovos, etc.) para o uso na educação ambiental. 5.3.5 Cozinha e Depósito de Alimentos Há uma funcionária responsável pela cozinha, preparando a comida de todos os animais mantidos no parque, facilitando o trabalho dos tratadores que devem apenas retirar a quantidade necessária de alimento já preparado para os animais sob seus cuidados. Na cozinha são preparados também alimentos de maior complexidade, como uma ração especialmente formulada para tucanos, para lóris, entre outras. Os alimentos frescos como frutas, verduras e ovos são armazenados em refrigeradores no interior da cozinha. As rações secas são armazenadas em um depósito especial, com controle de umidade para evitar o crescimento de fungos e o acesso de pragas. 35 5.3.6 Recintos de Imersão Um grande diferencial do parque que encanta visitantes são os viveiros de imersão. São recintos muito grandes, com portas duplas e corredor de segurança, que permitem a entrada de pessoas sem risco de fuga de animais. Nesses recintos as pessoas ficam a poucos metros dos animais, podendo interagir com eles e observar seu comportamento mais próximo ao natural, por estarem em ambientes amplos que permitem com que desenvolvam seu repertório amplo de atividades. No Parque das Aves os recintos de imersão são temáticos, retratando habitats e seus respectivos habitantes. Alguns exemplos são o “Floresta”(com tucanos, perdizes, jacupemba, jandaia-maracanã, etc.), o “Pantanal”(com tucanos, guará, tuiuiú, gralha- do-pantanal, socó-dorminhoco, etc.), o “Borboletário” (com distintas espécies de borboletas e beija-flores) e o “Asiático” (abriga tucanos, araçaris, gralhas, pavões e em uma parte fechada corujas). 5.3.7 Recintos Fechados Animais agressivos ou que apresentem algum risco ao visitante não podem ser mantidos em recintos de imersão, o mesmo ocorre com animais destinados à reprodução ou que não convivem pacificamente com outras espécies e devem ser mantidos isolados em ambiente tranqüilo e que proporcione o maior bem estar possível. Há recintos para avestruzes, casuares, flamingos, jacutingas, papagaios, araras, tucanos, urubus-rei e ararajubas, adequados à necessidade de cada espécie e todos podem ser observados pelos visitantes. 36 5.3.8 Quarentena Quando novos animais ingressam no parque são mantidos em um prédio isolado, chamado de quarentena, por uma período aproximado de 30 dias. Durante esse período são feitos vários exames complementares para assegurar a saúde do animal e evitar o ingresso de patógenos ao plantel, é feita também a adaptação à dieta elaborada no parque, acompanhamento de peso e comportamento e marcação com microchip e/ou anilha (caso o animal não esteja identificado). 5.3.9 Educação Ambiental Ao lado da loja, pouco antes da saída do parque, encontra-se a área de educação ambiental. Trata-se de uma estrutura construída especialmente para que as biólogas responsáveis possam realizar trabalhos de educação e conscientização sobre fauna e flora silvestre para grupos escolares ou visitas guiadas. Conta com mesas, material de desenho e pintura, murais educativos, local para apresentação de teatro e outros materiais de apoio que enriquecem o aprendizado e aumentam o interesse das crianças pelas questões ambientais. 5.4 Inventário Na época do estágio o Parque das Aves contava com um plantel vivo de 919 espécimes e 132 espécies distintas de animais, entre aves, répteis e mamíferos, como pode-se observar no Anexo 2. 37 5.5 Atividades Desenvolvidas e Casuística Como parte das atividades, o estagiário em medicina veterinária do Parque das Aves deve acompanhar cada tratador por um dia, totalizando quatro dias para acompanhar o tratamento e manejo de todos os animais mantidos no parque. No quinto dia acompanha-se a rotina da cozinha, com a preparação de alimentos específicos para cada uma das 132 espécies do acervo. A partir do sexto dia acompanhei a rotina do médico veterinário responsável. A distribuição das atividades desenvolvidas pode ser observada no gráfico 4. Gráfico 4 – Atividades desenvolvidas no mês de agosto no Parque das Aves, divididas por área A rotina da veterinária constituía-se basicamente de cuidado dos internados, ronda diária, atendimento de novos casos, exames complementares (parasitologia, patologia clínica e bacteriologia), programa de reavaliação anual, desverminação e 38 microchipagem, elaboração de novas dietas e orientação de tratadores e demais funcionários relacionados ao manejo animal. Os animais internados eram alimentados duas vezes ao dia. A comida era pesada antes e após a oferta para estimar o consumo alimentar diário. O peso do animal era aferido regularmente para melhor acompanhamento de sua evolução clínica e os dados tabulados no Excel, como pode-se observar no gráfico 5 Gráfico 5 – Exemplo de gráfico de acompanhamento de consumo alimentar diário e massa corporal de um paciente internado no Parque das Aves No mês de agosto pude acompanhar o internamento e tratamento de 14 animais, citados na tabela 3. 39 Tabela 3 – Animais internados no mês de agosto no Parque das Aves Durante o período de internamento buscava-se oferecer o maior conforto para o animal e reduzir ao máximo fatores estressantes, para maximizar a resposta ao tratamento. Um exemplo foi o internamento do Flamingo, um animal muito sensível e suscetível ao estresse, mas que graças à uma boa ambientação e manejo recuperou- se e pôde retornar sem prejuízos ao grupo após o tratamento. Animal Nome Científico Quadro Clínico Ararajuba Guarouba guarouba Escoriações e retenção de ovo Flamingo-africano Phoenicopterus ruber Apatia e caquexia Gralha-picaça Cyanocorax crysops Edema de terceira pálpebra Gralha-picaça Cyanocorax crysops Hematomas e perfuração de olho esquerdo Jacutinga Aburria jacutinga Escoriações e ectoparasitas Jandaia-maracanã Aratinga leucophtalma Auto mutilação Jandaia-verdadeira Aratinga jandaya Escoriações e fratura de metacarpo Jandaia-verdadeira Aratinga jandaya Escoriações e hematomas Lóris-arco-íris Trichoglossus haematodus Dispnéia, apatia e afagia Papagaio-de-peito-roxo Amazona vinacea Pneumonia e paralisia de membros posteriores Tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus Perda de peso e capilariose crônica Tucano-de-peito-branco Ramphastos tucanus Tumor em região uropigeana Tucano-toco Ramphastos toco Apatia Tucano-toco Ramphastos toco Hematomas generalizados 40 Figura 5 – Internamento de um Flamingo. Uso de espelhos para proporcionar maior conforto e segurança ao animal. Parque das Aves. Fonte: Mathias Dislich A ronda diária era realizada de preferência no período da manhã. Seus objetivos eram a avaliação dos animais e dos recintos, com a finalidade de fazer um diagnóstico precoce de qualquer alteração e/ou irregularidade. Todos os profissionais relacionados ao manejo animal realizavam uma ronda, e qualquer alteração era comunicada imediatamente ao veterinário, biólogas ou ao tratador responsável ou se não fosse urgente era discutida na reunião diária realizada antes do almoço. Exames complementares eram realizados freqüentemente, tanto em animais enfermos e em tratamento como em animais sadios em seus recintos, para diagnóstico precoce e profilaxia de enfermidades. Os principaisexames realizados no parque eram exames coproparasitológicos, esfregaços sanguíneos e hematócrito. Durante o estágio pude acompanhar a realização de 51 exames complementares, dos quais 30 foram exames de fezes, 19 esfregaços sanguíneos e duas citologias. 41 As necropsias eram realizadas pelo médico veterinário com o auxílio de sua assistente e do estagiário. Procurava-se realizar este procedimento imediatamente após o óbito do animal, mas quando não era possível acondicionava-se o cadáver em um saco plástico no refrigerador. Todos os órgãos eram separados e pesados individualmente. Fragmentos de tecidos eram sempre separados e enviados ao laboratório de Anatomia Patológica da Universidade de São Paulo (USP). Durante os meses de agosto e setembro é feito o recenseamento anual, com avaliação clínica e desverminação de todos os animais. Em 2009, além dessas ações, todos os animais que não portavam microchip seriam também microchipados. Acompanhei este procedimento em 283 animais, de diversas espécies, como flamingos, papagaios, jandaias, emas, marrecos, araras, grous, guteras, vulturinas, cisnes, tucanos, etc. 42 6 DISCUSSÃO A realização de estágio curricular em duas instituições propicia a oportunidade de conhecer distintas realidades e modos de trabalhar. A rotina de um CETAS é o atendimento clínico e/ou cirúrgico imediato de animais que muitas vezes foram vítimas de maus tratos ou posse irresponsável. Por outro lado, o trabalho em um parque zoológico é muito mais voltado ao manejo e nutrição animal, com especial ênfase em medicina preventiva. Fato esse que é claramente observado na casuística das duas instituições. Durante o mesmo período (quatro semanas), acompanhei 156 casos clínicos no CETAS, a maioria devido à má alimentação ou maus tratos. Já no Parque das Aves acompanhei 14 casos, dentre os quais prevaleciam traumas por brigas devido à aproximação da estação reprodutiva. Esses dados reforçam a importância de um manejo adequado para a manutenção de animais saudáveis. O CETAS, apesar de mantido por uma instituição privada, enfrenta sérios problemas financeiros e de abastecimento. Muitos medicamentos fora do prazo de validade, carência de material básico como algodão e ausência de material essencial para o uso em emergências, como cilindro de oxigênio. No Parque das Aves a situação era distinta, e todo o material necessário era prontamente providenciado. Porém, ambas instituições tem suas vantagens para realização do estágio curricular. Estando no CETAS é possível acompanhar uma imensa variedade de casos e espécies, praticar distintos procedimentos e técnicas, pesquisar e aprender a cada dia sobre as novas espécies recebidas. No Parque das Aves pude perceber a importância do planejamento de ações, da elaboração de dietas adequadas, de programas de prevenção e controle de doenças para que o plantel mantenha-se em equilíbrio. 43 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estágios realizados foram de fundamental importância para minha formação como médico veterinário. Tive a oportunidade de conviver com profissionais muito qualificados e equipes com grandes habilidades sempre dispostas a ensinar-me e ajudar-me quando necessário. Através da vivência clínica diária pude unir conhecimentos aprendidos em diferentes disciplinas durante a graduação e colocá-los em prática. Tanto no CETAS como no Parque das Aves havia uma programação para os estagiários e foi gratificante sentir-me parte da equipe e capaz de auxiliar nas tarefas do dia-a-dia. 44 8 REVISÃO DE LITERATURA NUTRIÇÃO CLÍNICA DE AVES, UMA ABORDAGEM PRÁTICA (Avian clinical nutrition, a practical approach) RESUMO – A nutrição clínica é uma área de crescente interesse em medicina veterinária, mas ainda praticada empiricamente por muitos profissionais. Quando enfermas ou submetidas a estresse severo, as aves entram rapidamente em um estado catabólico associado a anorexia. O suporte nutricional é fundamental para a recuperação destes animais. Muitos avanços já foram alcançados no homem e em pequenos animais, porém ainda há muitas melhoras a serem realizadas no que se refere ao paciente aviário. A maioria dos clínicos extrapola o conhecimento adquirido em pequenos animais para aves, mas há particularidades que devem ser consideradas na abordagem desses pacientes. O suporte nutricional pode ser enteral, quando o alimento é absorvido pelo trato gastrintestinal ou parenteral, quando nutrientes são administrados por via intravenosa. Nesta revisão será abordada a nutrição enteral por ser a mais prática, barata e fácil de ser realizada em aves. Objetiva-se orientar clínicos e estudantes de medicina veterinária quanto à importância do suporte nutricional de pacientes em estado crítico, das técnicas de nutrição enteral e da escolha do paciente e das fórmulas disponíveis. Palavras-chave: – anorexia, catabolismo, desnutrição, enteral, suporte nutricional 45 ABSTRACT – Clinical nutrition is an area of increasing interest in veterinary medicine, but that is still empirically done by many professionals. When sick or under severe stress, birds become rapidly catabolic and anorexic. Nutritional support is essential for these animals recovery. Many advances have been achieved in human and small animals clinical nutrition, but there is a lot to be done when it comes to the avian patient. The majority of the clinicians adjust the knowledge acquired in small animal practice to birds, but there are particularities that must be considered when dealing with the avian patient. The nutritional support can be enteral or parenteral. In this review the enteral nutrition will be discussed because it is the most practical, the safest and the cheapest method to be used with the avian patient. The main purpose of this paper is to inform clinicians and veterinary students about the importance of nutritional support in critical patients, the main tube feeding techniques, the patient choice and available commercial formulas. Key words – anorexia, catabolism, desnutrition, enteral, nutritional support INTRODUÇÃO A maioria das aves em estado crítico são catabólicas. Hipovolemia e choque podem reduzir a taxa metabólica inicialmente, mas o catabolismo predomina após reestabelecimento do volume sanguíneo (HILL, 1994). O peso corporal pode subir inicialmente, pois a elevada secreção de aldosterona e ADH aumenta a retenção de 46 sódio e o acúmulo de fluido extracelular. Entretanto, a taxa metabólica, gluconeogênese, glicólise e lipólise aumentam concomitante à redução na ingestão de alimento, havendo uma rápida perda de proteínas musculares e gordura corporal (HAZELWOOD, 2000). A inapetência, hiporexia e anorexia são condições comuns em animais enfermos, principalmente naqueles em ambiente hospitalar, e, muitas vezes, acarretam severos quadros de desnutrição com conseqüente agravamento da enfermidade primária (MICHEL, 1998; VEADO, 2000 apud OLIVEIRA, 2008). O suporte nutricional é determinante para o sucesso na recuperação de uma ave anorética (QUESENBERRY, 1994). O suporte alimentar em pacientes debilitados normalmente envolve a alimentação por sonda oro-esofágica ou infusão intravenosa de nutrientes. Neste trabalho será abordado o suporte nutricional enteral, por ser o mais seguro, mais barato e mais fácil de utilizar na nutrição clínica de aves. Nos mamíferos, a alimentação enteral tem sido demostrada tão eficiente ou até mesmo superior à alimentação parenteral (WEEREN e MUIR, 1992). A presenterevisão visa orientar o uso e a importância do suporte nutricional terapêutico em aves hospitalizadas, tanto para o clínico de animais silvestres quanto para o clínico de pequenos animais que eventualmente depara-se com aves na rotina clínica. 47 DESENVOLVIMENTO Hipermetabolismo, também denominado má-nutrição protéico-calórica, tem sido estudado em mamíferos e presume-se que ocorra também em aves. Esta alteração metabólica está associada com a aumentada demanda por nutrientes que ocorre em casos de sepse, trauma, enfermidade severa, cirurgia, dor, hipotensão e/ou desbalanço ácido-base (LABATO, 1992). Patofisiologia da resposta orgânica à injúria Com o fim da injúria, a resposta sistêmica é passageira. Se ela persiste ou é acompanhada de uma má nutrição pode ocorrer imunossupressão, aumento na migração de bactérias do intestino, maior risco de sepse, atraso na cicatrização e prolongamento da permanência no hospital (WATERS et al., 1986). As alterações corporais secundárias ao trauma são caracterizadas por uma resposta hormonal bifásica. A primeira fase, aguda, é mediada pelo sistema nervoso simpático, com a liberação de catecolaminas e de ACTH que resultam em catabolismo protéico periférico e gluconeogênese. Glicocorticóides e outros peptídeos antagonizam a ação periférica da insulina, acarretando perda tecidual devido à proteólise com o objetivo de manutenção de níveis adequados de aminoácidos livres para a síntese de proteínas viscerais e fonte energética (BLACKBURN, 1977; O’DONNELL, 1976; WILMORE et al, 1974 apud BLACKBURN e GAZITUA). Esta fase tem uma duração variável conforme a espécie de ave, sendo que um jejum de três horas pode ter um efeito significativo em um passeiriforme de pequeno porte; entretanto, uma mudança 48 significativa não é observada em um pombo nas primeiras 24 horas e em um rapinante em até três dias de jejum (LABATO, 1992). A partir de então segue-se uma fase adaptativa hipermetabólica, na qual há um aumento na utilização de gordura como combustível energético, já que os estoques de glicogênio foram esgotados (BLACKBURN, 1977; O’DONNELL, 1976; WILMORE et al, 1974 apud BLACKBURN e GAZITUA). Ocasionalmente, a taxa metabólica diminui na medida em que o organismo tenta conservar as proteínas remanescentes para manutenção das funções vitais (CHANDLER et al., 1992). Nesta fase a perda de massa tecidual pode ser tão extensa, que pode haver diminuição da musculatura esquelética, lisa e cardíaca levando ao colapso e falência sistêmicos (BILBREY e BUFFINGTON, 1996). Quando começar o suporte nutricional OLIVEIRA et al.(2008), compilou informações descritas por LIPPERT e BUFFINGTON(1992), DONOGHUE (1994), ELLIOT E BIORGE (2007) e MITCHEL (2007) para a seleção do paciente que será submetido ao suporte nutricional, o qual dar-se-á com base no histórico, exame clínico e exames laboratoriais complementares. Histórico: Perda de peso aguda superior a 10%, ingestão alimentar diminuída há mais de cinco dias, ingestão alimentar menor que 85% da necessidade energética de manutenção, uso de medicamentos imunossupressores, antineoplásicos, antibióticos ou outros que possam levar à inapetência ou anorexia. 49 Exame clínico: Peso anormal ou escore corporal menor que dois (em escala de zero a cinco), presença de caquexia ou emaciação, subdesenvolvimento ou crescimento retardado, cicatrização retardada de feridas, atrofias musculares, flacidez muscular, fraqueza generalizada, apatia e prostração. Exames laboratoriais: Anemia, leucopenia, linfopenia e diminuição das proteínas totais são confirmatórios do quadro de subnutrição ou desnutrição, mas não são achados específicos. A correlação com os resultados do exame clínico e histórico são essenciais para um correto diagnóstico. Produtos de uso enteral Dietas especiais foram criadas para pacientes que não podem, não queiram ou não devam comer alimentos regulares. Objetivam prover nutrientes para pacientes que tenham o trato gastrintestinal funcionante. Há diferentes classificações de produtos para uso na terapia de suporte nutricional enteral. Na Fórmula enteral padrão (DFD), entre oito e 16% das calorias são de fonte protéica. Aproximadamente 90% do total de carboidratos é glicose, não contendo lactose. Requer mínima digestão. Os Substitutos de refeição contêm níveis variáveis de lactose, a qual não é digerida por aves, e entre 12 e 16% das calorias são providas por proteínas. Requerem adequada capacidade digestiva, pois as fontes de nutrientes são mais complexas que as encontradas na DFD. Suplementos são ricos em proteínas, sendo que 23% do total de calorias são de fonte protéica. São indicados para pacientes que seguem alimentando-se, com consumo energético em torno de 75% da necessidade diária, mas consumo insuficiente de proteínas. Já os Módulos nutricionais são fontes concentradas de apenas um 50 nutriente; seja ela proteína, carboidrato ou gordura. É utilizado como fator corretivo tanto para a alimentação normal do animal como para dietas terapêuticas enterais (BLACKBURN e GAZITUA). Tabela 4 – Características de diferentes fórmulas enterais de uso médico adaptadas para o uso veterinário Produto Densidade energética em Kcal/ml Osmolaridade em mOsm/Kg água Distribuição Calórica em % Proteína Lipídeo Carboidrato Danoninho® 1,1 - 26 12 61 Ensure Pó® 1,0 395 14,8 29,2 56 Nuteral Total Nutrition® 1,1 323 21 28 51 Osmolite Plus HN® 1,2 295 18,5 29 52,5 Oxepa® 1,5 385 16,7 28,1 55,2 Perative® 1,3 304 20,5 25 54,5 ProDiet Trophic Basic® 1,0 – 1,5 366 15 30 55 ProDiet Trophic Bio® 1,0 498 15 30 55 Profort® 1,0 286 25 23 52 ProSure® 1,2 474 21 18 61 51 Nutrientes, cuidados especiais para aves A habilidade das aves em absorver glicose geralmente condiz com a quantidade deste carboidrato contida na dieta natural. Porém, quando uma ave é alimentada por sonda oro-esofágica, a osmolaridade da dieta deve ser levada em conta. Dietas contendo glicose são hipertônicas e podem levar a um atraso no esvaziamento gástrico, podendo resultar em náusea e vômito. Soluções extremamente hipertônicas causarão diarréia severa e desitratação devido ao desvio de fluido para o lúme intestinal (DIAMOND e KARASOV, 1987; KARASOV, 1990). Presume-se que os enterócitos de todas as aves sejam deficientes em lactase. Quando são alimentadas com grandes quantidades de leite ou outros alimentos que contenham lactose, intolerância ocorre. Carboidratos, quando não são absorvidos no lúme intestinal, acarretam diarréia osmótica, desequilíbrio na microbiota bacteriana e produção de gases como o dióxido de carbono, metano e hidrogênio, que levam à flatulência e distenção celomática. Muitas espécies de aves, como alguns integrantes das famílias Sturnidae, Turdidae e Mimidae não possuem a enzima sacarase. Essas espécies evitam naturalmente o consumo de sacarose, mas quando alimentadas com este dissacarídeo apresentam sinais de intolerância, incluindo diarréia osmótica (KLASING, 1998; MALCARNEY, 1994; MARTINEZ DEL RIO, 1990 apud POLLOCK, 2002). Ulrey et al. (1991) recomenda dietas com 24% de proteínas para todos os estágios de vida de psitacídeos. O nutricionista ou clínico deve preocupar-se não somente com a quantidade de proteínas, mas também com a qualidade, digestibilidade 52 e composição. Em geral, aves são incapazes de sintetizar os aminoáciodos essenciais arginina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, valina, triptofano e treonina. Glicina, histidina e prolina são frequentemente considerados essenciais,pois estudos em frangos demonstraram que a taxa de síntese destes aminoácidos não atende à demanda metabólica (AUSTIC, 1976 apud KOUTSOS et al., 2001). A glutamina é importante substrato para as células com alta taxa de divisão, como os enterócitos, linfócitos e macrófagos. Também é importante para várias outras funções, como o equilíbrio ácido-base, precursor de purinas e pirimidinas, carreador de nitrogênio entre os tecidos e regulador da síntese de proteínas hepáticas. Embora no animal sudável não seja essencial, a sua síntese pode ser insuficiente para a recuperação de um paciente em estado crítico, devendo ser suplementada (ELLIOT e BIOURGE, 2006) Ácidos graxos de cadeia longa, ômega 3, são antiinflamatórios. Sua suplementação pode reduzir a produção de citocinas, diminuindo a resposta inflamatória sistêmica. Fibras fermentáveis ou prebióticos podem ter efeito benéfico por estimular o crescimento de Lactobacilus sp. e Bifidobacter sp., diminuindo o crescimento de microorganismos patógenos como Clostridium sp. e Escherichia coli. Além disso são substratos para a produção de butirato, acetato e propionato, que melhoram a absorção de água e sódio, aumentam o fluxo sanguíneo na mucosa entérica e a liberação de hormônios gastrointestinais. Deficiência de zinco está associada ao aumento no catabolismo protéico, retardo na cicatrização de feridas e 53 imunossupressão, sendo sugerida a suplementação de zinco para a recuperação de animais enfermos (ELLIOT e BIOURGE, 2006). Passos básicos A entubação deve ser evitada em pacientes desidratados e em aves que possuam desordens gastrointestinais, tais como vômito, paralisia ou queimadura no englúvio, dilatação do proventrículo, impactação do ventrículo e hipomotilidade intestinal (HARRISON, 1986; QUESENBERRY e HILLYER, 1994). Uma sonda estéril deve ser usada para cada ave para prevenir a transmissão de doenças. Medicações parenterais devem ser administradas antes da alimentação com sonda, para evitar que ocorra regurgitação. Medicações orais podem ser feitas juntamente com o alimento preparado para nutrição enteral (BAILEY, 2000). O suporte nutricional deve começar aos poucos, com pequenos volumes e concentrações. Se tolerada após 24 horas, ou seja, se não for observada diarréia, regurgitação ou acúmulo de gases, deve-se aumentar o volume a ser administrado. A concentração só deverá ser corrigida quando o volume apropriado já estiver sendo administrado (BLACKBURN e GAZITUA). Para entubar uma ave de grande porte pode ser necessário o uso de um espéculo, o qual deve ser manipulado cuidadosamente para evitar dano aos tecidos moles das comissura oral. Em aves de médio e pequeno porte não é necessário o uso deste instrumento. O tubo de alimentação enteral deve ser introduzido pela comissura oral esquerda, passar pelo esôfago ao lado direito do pescoço e pode ser facilmente 54 visualizado e palpado até a altura do englúvio. Durante todo o procedimento o pescoço da ave deve ser mantido em extensão. O volume total a ser administrado depende do tamanho do paciente (Tabela 5). Após a administração do alimento, a sonda deve ser removida cuidadosamente para evitar refluxo e o animal mantido com o pescoço estendido até que seja solto em sua gaiola. Se ocorrer refluxo durante o procedimento o animal deve ser solto imediatamente, para que possa limpar a cavidade por conta própria. Tentativas de limpar a cavidade com zaragatoas ou virá-lo de cabeça para baixo só aumentam a possibilidade de aspiração. Caso o englúvio ou esôfago estejam danificados ou o animal apresente severo trauma oral, a nutrição enteral poderá ser provida através de um tubo de faringostomia ou de um cateter duodenal. O primeiro se faz através de uma pequena incisão na base da mandíbula, colocação de um tubo flexível que passe pelo esôfago e entre no proventrículo pela abertura localizada na base direita do englúvio. O tubo é mantido suturado à pele. O cateter duodenal, por sua vez, é indicado apenas para aves de maior porte e é posicionado cirurgicamente na porção proximal do duodeno. Este tipo de técnicas foi utilizado por seis dias consecutivos em aves, sem complicações decorrentes (QUESENBERRY e HILLYER, 1994). 55 Tabela 6 – Volumes e frequências de alimentação por sonda oro-esofágica sugeridos para alimentação enteral de aves anoréticas, adaptado de QUESENBERRY e HILLYER, 1994. Espécie Volume Frequência Curió 0,1 – 0,3 ml Seis vezes/dia Periquito australiano 0,5 – 1,0 ml QID* Calopsita 1,0 – 2,5 ml QID Jandaia 2,5 – 5,0 ml QID Papagaio 5,0 – 8,0 ml TID** Cacatua 8,0 – 12 ml BID*** Arara 10,0 – 20,0 ml BID *Quatro vezes ao dia, ** Três vezes ao dia, *** Duas vezes ao dia. O tamanho, peso, status reprodutivo e estação do ano afetam a necessidade calórica diária das aves. O primeiro passo ao formular um esquema de nutrição enteral é calcular o requerimento calórico diário do paciente. A taxa metabólica basal (TMB) é a quantidade mínima de energia necessária para manutenção diária e pode ser calculada através da seguinte fórmula, descrita por SEDGWICK, PAKRAS e KAUFMAN, 1990. TMB = K (PesoKg 0,75), onde: K = 129 em passeriformes, K = 78 em não passeriformes. 56 O requerimento energético de manutenção (REM) é a TMB acrescida da energia necessária para atividade física, digestão e absorção. Para animais adultos hospitalizados geralmente é 25% superior à TMB (LABATO 1992). Em passeriformes, a REM varia de 1,3 a 7,2 vezes mais que a TMB, de acordo com a energia necessária para atividade e termorregulação durante as diferentes épocas do ano (WHITTON, 1986 apud QUESENBERRY e HILLYER 1994). Deste modo: REM = 1,25TMB Submetidos a enfermidades, os animais estão em estado hipermetabólico, necessitando um aporte energético maior que o de manutenção. O aumento na demanda varia conforme a natureza da injúria, podendo variar de uma a três vezes a mais que o REM. Sendo assim, calcula-se o requerimento final de energia (RFE): RFE = REM x FATOR DE AJUSTE Os fatores de ajuste podem ser observados na Tabela 6. Tabela 6 – Fatores de ajuste para o cálculo do requerimento final de energia, adaptado de QUESENBERRY e HILLYER, 1994. Condição Fator de Ajuste Caquexia 0,5 – 0,7 Cirurgia eletiva 1,0 – 1,2 Trauma leve 1,0 – 1,2 Trauma severo 1,1 – 2,0 Crescimento 1,5 – 3,0 Sepse 1,2 – 1,5 Queimaduras 1,2 – 2,0 Traumas cranianos 1,0 – 2,0 57 O médico veterinário deve ter em mente que o cálculo de necessidade energética é importante para estimar um valor inicial a ser administrado para um determinado paciente, mas os ajustes deverão ser realizados com base nas observações clínicas e resposta do paciente. São muitas as espécies de aves e cada indivíduo responderá de uma forma diferente ao tratamento e ao suporte nutricional. A densidade calórica das fórmulas comerciais varia de 0,8 a 2,0 Kcal/ml. Com uma fórmula mais densa, o volume a ser administrado será menor. Porém, uma boa hidratação é fundamental para pacientes que recebam fórmulas muito densas, devido ao desvio de fluido ao lúme intestinal. Muitos clínicos preferem preparar fórmulas caseiras ao adquirir produtos específicos. Alimentos peletizados, frutas e cereais são comumente utilizados. Estas fórmulas podem ser uma boa opção para a nutrição enteral, porém enfrentam o problema de não serem padronizadas, sendo muitas vezes ricas em água e deficientes em energia. Acompanhar o peso diariamente e a resposta clínica do animal são as melhores medidas para avaliar a qualidade do tratamento ofertado. É importante sempre estimular oconsumo voluntário do paciente em recuperação, oferecendo alimentos atrativos como frutas, verduras, pequenos insetos ou outros alimentos que a ave costume aceitar naturalmente com maior facilidade. O retorno a alimentação oral voluntária deve ser gradual, até que o paciente esteja ingerindo a quantidade total necessária de nutrientes espontâneamente. 58 Algumas complicações podem ocorrer devido à terapia nutricional, sendo a diarréia muito freqüente. Devido à hiperosmolaridade da maioria das fórmulas, a administração inicial de pequenas quantidades e na forma diluída deve ser enfatizada. Pacientes que foram submetidos a cirurgias no trato gastrintestinal podem não suportar a carga da diarréia osmótica e se beneficiariam de fórmulas que contenham lipídeos como principal fonte energética, por ter menor osmolaridade. Pacientes com pouca capacidade digestiva devem receber nutrientes na sua forma mais simples, parcialmente diregidas, com pouca ou nenhuma fonte de lipídeo para prevenir esteatorréria e diarréia (BLACKBURN e GAZITUA). Problemas mecânicos, como obstrução luminar, dano às mucosas do esôfago e englúvio são possíveis de ocorrerem, mas facilmente evitados com a aplicação correta da técnica de entubação. Aspiração também pode ocorrer, levando a quadros de pneumonia e/ou aerossaculite que deverão ser devidamente tratados. Por fim, complicações sépticas podem ocorrer em casos nos quais procedimento cirúrgico de colocação de sonda é necessário, e normalmente são resolvidos quando a sonda é removida (QUESENBERRY e HILLYER, 1994). CONCLUSÃO O suporte nutritional deve ser utilizado como um importante aliado no tratamento de pacientes em estado crítico. Quando corretamente utilizado otimiza a resposta ao tratamento e diminui o tempo para a recuperação do paciente, minimizando consequentemente o tempo de permanência hospitalar. O clínico deve saber quando e 59 como utilizar a terapia de nutrição enteral, sabendo que não é uma medida emergencial e que deve ser estabelecida com rigoroso critério para evitar os efeitos colaterais, que podem ser fatais em pacientes muito debilitados. Muitas formulações comerciais destinadas ao paciente humano podem ser utilizadas, tendo em vista sua adequada composição e equlíbrio de nutrientes, que condizem com as necessidades de pacientes aviários. É costumeiro o uso de queijo tipo “petit suisse” na nutrição enteral de aves, pois apesar de ser um derivado do leite contém grande quantidade de caseína e lactose desdobradas, sendo digeríveis para as aves. Deve-se, entretanto, estar ciente para os sinais adversos que podem advir devido presença de creme de leite nas fórmulas comerciais, que podem levar à distúrbios gastrointestinais. Formulações caseiras são corriqueiramente utilizadas, porém o clínico deve estar conciente dos níveis nutricionais do produto, devendo a evolução do paciente ser metodicamente avaliada. Mesmo com a realização da nutrição enteral, outras medidas de suporte não devem ser abandonadas, tendo em vista que é o conjunto de terapias que será responsável pela recuperação plena do paciente. 60 REFERÊNCIAS BAILEY TA: Tube feeding and nutritional support. In SAMOUR J (ed) Avian Medicine, Elsevier Limited, 2000, pp 104-106. BLACKBURN GL, BISTRIAN BR: Nutritional care of the injured ando r septic pacient. Surgical Clinics of North America, 56, 1976, pp 1195-1224. BLACKBURN GL e GAZITUA R: Hyperalimentation. In Small animal surgery and critical care, pp 467-484 CHANDLER ML, GRECO DS and FETTMAN MJ: Hypermetabolism in ilness and injury. 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Centros de Triagem de Animais Silvestres – CETAS, <http://www.ibama.gov.br/fauna- silvestre (15/11/2009) 64 ANEXO 1: TABELA DE NOMES POPULARES E CIENTÍFICOS DOS ANIMAIS CITADOS NO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR Nome Popular Nome Científico Anacã Deroptyus accipitrinus Araçari-banana Pteroglossus bailloni Araçari-castanho Pteroglossus castanotis Araçari-de-bico-branco Pteroglossus aracari Araçari-de-pescoço-vermelho Pteroglossus bitorquatus Araçari-poca Selenidera maculirostris Aracuã Ortalis guttata Arapapá Cochlearius cochlearius Araponga Procnias nudicollis Arara-azul-grande Anodorhynchus hyacinthinus Arara-canindé Ara ararauna Arara-macao Ara mação
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