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AULAS 2 CONTRATOS EM ESPÉCIE

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26/01/16	
1	
CONTRATOS	EM	ESPÉCIE	
OBJETIVOS	DA	DISCIPLINA:	
	
Propiciar	ao	futuro	bacharel	em	direito	o	conhecimento	das	relações	contratuais	e	seus	
efeitos,	desde	a	formação	dos	vínculos	aos	contratos	tratados	na	lei	civil,	de	maneira	que	o	
aluno	seja	plenamente	capacitado	à	compreensão	e	uClização	destes	insCtutos	do	Direito	
Civil	em	sua	vida	profissional.		
	
DESCRIÇÃO	DA	EMENTA:	
	
1-Do	Emprés>mo	
1.1.	Comodato.	Natureza	Jurídica.	Caracterís>cas	e	Requisitos	
1.	2-Do	Emprés>mo:	Mútuo.	Natureza	Jurídica	caracterís>cas	e	requisitos.	
2	-	Do	Depósito.	Conceito.	Natureza	jurídica.	Caracterís>cas.	Espécies.	Prisão	Civil.	
3	-	Do	Mandato.	Conceito.	Natureza	jurídica.	Espécies.	Obrigações	das	partes.	Ex>nção.	
4	-	Do	Transporte.	Conceito.	Natureza	jurídica.	Espécies.	Obrigações	das	partes.	
5	-	Do	Seguro.	Conceito.	Natureza	jurídica.	Espécies.	Obrigações	das	partes.	
6	-	Da	Cons>tuição	de	Renda.	Conceito.	Natureza	jurídica.	Sujeitos.	
Obrigações	das	partes.	Ex>nção.	
7	-	Do	Jogo	e	da	Aposta.	Noções	gerais.	Espécies.	Prêmio.	
8	-	Da	Fiança.	Conceito.	Natureza	jurídica.	Caracterís>cas.	Efeitos	da	fiança.	
Ex>nção	da	fiança.	
9	–	Declarações	Unilaterais	de	vontade	
9.1.	Da	Promessa	de	Recompensa.	Conceito.	Obrigações	das	partes.	
Ex>nção.	
9.2	-	Da	Gestão	de	Negócios.	Conceito.	Obrigações	das	partes.	Ex>nção.	
10	-	Do	Pagamento	Indevido.	
11	-	Do	Enriquecimento	Sem	Causa.	
12-	Títulos	de	Crédito.	Conceito.	Obrigação	das	partes.	Natureza	jurídica.	
Ex>nção.	
	
	
	
26/01/16	
2	
CRITÉRIOS	DE	AVALIAÇÃO	
	
1.	Prova	escrita	(duas	–	parte	objeCva,	parte	aberta,	a	critério	do	professor);	Valor:	0	
a	10	(dez)	pontos.	
2.	Realização	de	trabalhos	individuais	ou	em	grupo;	Valor:	0	a	10	(dez)	pontos	
3.	Apresentação	de	“cases”;	Valor:	0	a	1,0	(um)	ponto	(desconto	em	questões	da	
prova)	
Fórmula	da	média:	M=	P+T1+T2/3,	sendo	P=prova;	T1=trabalhos	individuais;	T2=	
trabalhos	em	grupo.	
	
•  DATAS	PROVÁVEIS	DAS	PROVAS:		
•  AV-1:	27/01/2016	
•  AV-2:	10/03/2016	
•  AV.	SUBSTITUTIVA:	17/03/2016	
•  AV-SUPLEMENTAR:	24/03/2016	
	
4	–	Contrato	de	Transporte	
-	Transporte	é	práCca	muito	anCga	–	o	contrato	se	confundia	
com	 locação	 de	 serviços	 ou	 empreitada	 –	 transportador	 era	
quem	se	encarregava	de	realizar	obra	para	outrem.	
-	 Crescimento	 do	 comércio	 e	 modernização	 dos	 meios	 de	
transporte	 levaram	 à	 especialização	 da	 aCvidade	 –	 exigência	
de	normas	próprias.		
-	 O	 Código	 Comercial	 	 de	 1850	 –	 primeiro	 a	 regular	 o	
transporte	de	pessoas,	embora	tratasse	mais	do	transporte	de	
coisas	 e	 do	 transporte	maríCmo,	 atendendo	 às	 necessidades	
da	 época.	 Referia-se	 a	 condutores	 de	 gêneros	 e	 aos	
comissários	de	transportes	(arts.	99	a	118).	
26/01/16	
3	
-	 Depois	 disso,	 apareceram	 algumas	 normas	 de	 transporte	
ferroviário,	com	referências	ao	transporte	terrestre.		
-	 Faltava	 legislação	mais	 apropriada	 –	 dificultava	 a	 aplicação	
do	direito.	
-	 	 Código	Civil	 de	2002	 -	 Capítulo	XIV	 -	 Seção	1,	 parte	 geral;	
Seção	II,	transporte	de	pessoas;	Seção	III,	transporte	de	coisas.		
4.1.	 Conceito	 –	 CC,	 art.	 730	 -	 “Pelo	 contrato	 de	 transporte	
alguém	se	obriga,	mediante	retribuição,	a	transportar,	de	um	
lugar	para	outro,	pessoas	ou	coisas”	-		inspirado	em	Pontes	de	
Miranda:	 “Contrato	 de	 transporte	 é	 o	 contrato	 pelo	 qual	
alguem	 se	 vincula,	 mediante	 retribuição,	 a	 transferir	 de	 um	
lugar	para	outro	pessoas	e	bens”.	
–	 Negócio	 pelo	 qual	 um	 sujeito	 se	 obriga,	 mediante	
remuneração,	a	entregar	coisa	em	outro	 local	ou	a	percorrer	
um	iCnerário	para	uma	pessoa	(VENOSA,	Silvio	Savio).		
4.2.	Elementos		
a)	Transportador	–	o	que	realiza	a	tarefa	de	translado;	
b)	 Passageiro	 –	 o	 que	 adquire	 a	 passagem,	 recebe	 do	
transportador	ou	de	terceiros	que	adquiriram.	
c)	 Transladação	 	 -	 transferência	 de	 um	 lugar	 para	 outro	 –	
mesmo	a	pequena	distância	(dentro	de	casa,	do	prédio,	de	um	
andar	a	outro,	do	térreo	para	a	cobertura	–	C.R.	Gonçalves)	
26/01/16	
4	
4.3.	Natureza	jurídica		
Contrato	kpico	de	adesão	–	as	partes	não	discutem	as	
cláusulas	 previamente	 -	 são	 esCpuladas	 por	 uma	 das	
partes,	às	quais	a	outra	simplesmente	adere.		
Ex.	Contrato	de	transporte	coleCvo	–	há	contrato	tácito	
de	adesão	com	a	empresa	transportadora.	
-	Adesão	se	dá	com	a	aquisição	da	passagem.	
-	 Rege-se	 também	 pelas	 normas	 do	 contrato	 de	
depósito,	 quando	 a	 coisa	 é	 também	 guardada	 pelo	
transportador	–	CC,	art.	751.		....	
	
	
a)	Diferença	do	contrato	de	fretamento	(charter)	–	o	meio	de	
transporte	é	cedido	–	ônibus,	avião,	navio	–	o	responsável	é	o	fretador	
do	meio	de	translado;	no	contrato	de	transportes	o	responsável	é	o	
transportador	–	(direção	e	deslocamento)	
4.4.	Caracterís>cas	
a)	Bilateral	ou	sinalagmáCco		-	gera	obrigações	para	ambas	as	partes,	
entre	transportador	e	o	passageiro	ou	expedidor;	
b)	Consensual		-		se	aperfeiçoa	com	simples	acordo	de	vontades;	
c)	Oneroso	-as	partes	buscam	vantagens	recíprocas	–	para	o	
transportador,	o	preço	cobrado;	para	o	passageiro	a	chegada	dele	(ou	
de	coisas	que	envia)	ao	desCno.	...		
26/01/16	
5	
–	Mesmo	quando	não	há	remuneração	será	oneroso	se	
representar	vantagens	indiretas	ao	transportador	–	CC,	
art.	736,	§	Único.	
c)	Típico		-	previsão	expressa	no	art.	730	e	ss.	do		Código	
Civil	de	2002;	
d)	ComutaCvo	-	as	partes	estão	cientes	desde	logo	das	
obrigações	de	cada	uma	-	não	depende	de	evento	
futuro	ou	incerto	
e)	Não	solene	–	independe	de	forma	prescrita	para	ser	
celebrado.	
	
Importante:	disCnção	entre	transporte	de	pessoas	e	simples	carona	
amigável	–	na	carona	não	estão	presentes	as	caracterísCcas	do	
contrato	de	transporte	-	implica	efeitos	de	responsabilidade	
extracontratual	-	CC,	art.	736.	
4.5.	Espécies	de	transporte	-	CC,	arts.	730-756	
a)	de	pessoas	
b)	de	animais	ou	coisas	
-	Diferença:		o	objeto	do	contrato,	não	a	causa.	
c)	 Terrestre	 -	 ferroviário	 ou	 rodoviário.	 Urbano,	 metropolitano,	
intermunicipal,	interestadual	ou	internacional.	
d)	aéreo,	fluvial	ou	maríCmo	
e)	individual	
26/01/16	
6	
f)	coleCvo	–	quando	várias	pessoas	são	transportadas	por	um	
mesmo	 veículo,	 cada	 qual	 paga	 sua	 passagem	 –	 surgem	
contratos	individuais	de	cada	uma	com	o	transportador.	
OBS.	 Contrato	 único	 para	 transportar	 várias	 pessoas	 não	 se	
considera	coleCvo.	
f.1.)	 Transporte	 oriundo	 de	 autorização,	 permissão	 ou	
concessão	 da	 adm.	 pública	 –	 contrato	 se	 rege	 pelas	 normas	
contratuais	 administraCvas	 (Leis	 8.784/95	 e	 9.074/95	 -
Permissões	e	concessões	de	serviço	público,	e	prorrogações,	e	
outras).	Disposições	do	Código	Civil	são	subsidiárias	para	esses	
contratos	–	CC,	art.	731.	
	
g)	Transporte	internacional	–	especialmente	companhias	aéreas	–	Legislação	
especial,	tratados	e	convenções	internacionais	–	CC,	art.	732.	
h)	Transporte	cumulaCvo	-	vários	transportadores	realizam	o	translado,	por	
trechos,	que	estabelece	a	unidade	do	serviço,	feito	mediante	bilhete	único	–	
como	a	obrigação	fosse	de	uma	única	empresa.		
	
-	 Ausência	 de	 unidade	 desnatura	 o	 transporte	 cumulaCvo,	 tornando-se	
transporte	sucessivo,	caracterizado	por	uma	cadeia	de	contratos,	cada	qual	
com	empresa	independente.	
	
-	CC,	art.	733	–	A	responsabilidade	é	de	cada	transportador,	que	se	obriga	a	
cumprir	 o	 contrato	 de	 acordo	 com	 o	 percurso,	 e	 respondem	 pelos	 danos	
causados	no	trecho	a	pessoa	e	coisas.		
	
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7	
-	O	dano,	 resultante	do	atraso	ou	da	 interrupção	da	viagem,	
será	determinado	em	razão	da	totalidade	do	percurso	(§	1°).	
-	 Se	 houver	 subsCtuição	 de	 algum	 dos	 transportadores	 no	
decorrer	 do	 percurso,	 a	 responsabilidade	 solidária	 estender-
se-á	ao	subsCtuto”	(§2°).	
-	Responsabilidade	é	solidária	entre	os	transportadores:	
-	 CC,	 art.	 756:	 	 “no	 caso	de	 transporte	 cumulaCvo,	 todosos	
transportadores	 respondem	 solidariamente	 pelo	 dano	
causado	perante	o	remetente,	ressalvada	a	apuração	final	da	
responsabilidade	 entre	 eles,	 de	 modo	 que	 o	 ressarcimento	
recaia,	 por	 inteiro,	 ou	 proporcionalmente,	 naquele	 ou	
naqueles	em	cujo	percurso	houver	ocorrido	o	dano”.	
4.5.2.	Transporte	de	pessoas	
-	Contrato	começa	quando	o	passageiro	entra	no	âmbito	de	direção	
do	 transportador	 	 a)	 Transporte	 rodoviário	 -	 ao	 tocar	 os	 pés	 no	
veículo,	 inicia-se	 para	 o	 passageiro	 a	 garanCa	 de	 integridade	 e	
incolumidade	até	o	desCno.	
b)	Viagens	aéreas	–	 inicia	 a	 garanCa	 com	o	 início	de	execução	da	
viagem	–	desde	o	embarque	–	ainda	que	a	passagem	seja	adquirida	
antes.	
c)	 Passageiro	 clandesCno	 –	 não	 caracteriza	 responsabilidade	 do	
transportador,	nasce	a	parCr	de	contrato.	
d)	Culpa	de	terceiro	–	não	ilide	a	responsabilidade	do	transportador	
–	 CC,	 art.	 735	 (Reprodução	 Súmula	 187	 do	 STF).	 Obrigação	 do	
transportador	é	de	resultado.	
	
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8	
e)	Responsabilidade	objeCva	do	transportador	–	CC,	art.	734	-		
excludente	por	força	maior,	não	caso	fortuito.			
–	Jurisprudência:	tese	de	AgosCnho	Alvim:		
-	 fortuito	 interno	 (não	excludente	 -	 referente	à	pessoa,	coisa	
ou	empresa);	
-		fortuito	externo	(força	maior	–	inundações,	vendavais,	etc.).	
Ex.	de	fortuito	interno:	defeitos	mecânicos,	estouro	de	pneus,	
etc.			
-	 Decreto	 n.	 2.681/1912:	 a	 culpa	 concorrente	 da	 víCma	 não	
exonera	o	transportador	da	obrigação	de	compor	os	danos	–	
responsável	 por	 50%	 dos	 prejuízos	 –	 mesmo	 para	 os	
chamados	“pingentes”	(jurisprudência	do	STJ).	
	
	
f)	Contrato	de	serviço	de	natureza	pública	 -	 responsabilidade	
objeCva	 do	 transportador	 e	 subsidiária	 da	 Administração	 -–	
CF,	art.	37,	§	6º.	Excludentes:	 força	maior,	culpa	exclusiva	da	
víCma	ou	fato	exclusivo	de	terceiro.		
Importante:	 Novidade	 do	 Código	 Civil,	 art.	 927,	 §	 Único:	
Quando	a	aCvidade	normalmente	desenvolvida	pelo	autor	do	
dano	 implicar,	 por	 sua	 natureza,	 risco	 para	 os	 direitos	 de	
outrem,	responderá	ele	independentemente	de	culpa.		
-	 Parte	da	doutrina	 considera	que	 transporte	 se	 insere	entre	
aCvidades	perigosas		
26/01/16	
9	
g)	Transporte	de	bagagem	ou	mercadoria	do	passageiro	–	contrato	acessório	
ao	de	transporte	de	pessoas	–	obrigação	é	assumida	pelo	transportador	de	
modo	tácito,	quando	contrata	o	translado.	
	
4.5.3.	Transporte	de	coisas	
Integram	o	serviço	de	transporte	de	coisas:	
a)	o	expedidor	ou	remetente;		
b)	o	transportador,	que	recebe	a	coisa	com	a	obrigação	de	transportá-la;		
c)	o	desCnatário	ou	consignatário,	pessoa	a	quem	a	coisa	é	desCnada.	
-	A	coisa	 transportada	deve	ser	descrita	ou	especificada	de	modo	a	não	se	
confundir	 com	 outra.	 Quando	 entregue	 deve	 estar	 caracterizada	 pela	 sua	
natureza,	valor,	peso	e	quanCdade	–	CC,	art.	743.	
-	 O	 transportador	 deve	 emiCr	 conhecimento,	 mencionando	 dados	 que	 a	
idenCfiquem,	obedecido	o	disposto	em	lei	especial-	CC,	art.	744.		
-	 Cabe	 indenização	 ao	 transportador	 que	 sofrer	 prejuízo	 por	 receber	
informação	inexata	ou	falsa	descrição	da	coisa	transportada	–	CC,	art.	745.	
-	Direito	de	recusa	–	produto	cuja	embalagem	não	for	adequada,	produtos	
que	ofereçam	riscos	à	saúde.	E	obrigatoriamente,	coisas	que	de	transporte	
ou	 venda	 proibidos,	 ou	 não	 esCverem	 acompanhadas	 de	 documentação	
exigida	por	lei	–	CC,	arts.	746	e	747.	
-	 Título	 de	 crédito	 impróprio:	 recibo	 de	 entrega,	 conhecimento	 de	
transporte	ou		conhecimento	de	frete	ou	de	carga:	documento	emiCdo	pelo	
transportador	 que	 se	 desCna	 a	 comprovar	 a	 conclusão	 do	 contrato,	 do	
recebimento	 da	 mercadoria	 e	 das	 condições	 do	 transporte.	 Pode	 ser	
transferido	por	simples	endosso.	
	
26/01/16	
10	
-	 Responsabilidade	 do	 transportador:	 limitada	 ao	 valor	
constante	do	conhecimento	-	CC,	art.	750.	Começa	quando	o	
transportador	 ou	 seus	 prepostos	 recebem	 a	 coisa,	 e	 	 acaba	
quando	é	entregue	ao	desCnatário,	ou	depositada	em	juízo,	se	
aquele	 	não	for	encontrado	CC,	art.	750;	ou	se	houver	dúvida	
sobre	quem	é	o	desCnatário	–	CC,	art.	755.	
-	 Até	 a	 entrega	 da	 coisa,	 	 o	 remetente	 pode	 desisCr	 do	
transporte,		reclamando-a	de	volta,	ou	determinando	que	seja	
entregue	a	outro	desCnatário	Nestes	casos,	 	paga	acréscimos	
de	 despesa	 decorrentes	 da	 contra-ordem,	 mais	 perdas	 e	
danos,	se	houver	–	CC,	art.	748.	
	
Importante	 –	 CC,	 art.754,	 §	 Único	 –	 Afasta	 a	
aplicação	do	Código	do	Consumidor	no	que	se	refere	
a	 prazos	 decadenciais	 –	 específico	 para	 o	 contrato	
de	 transporte.	 Em	 caso	 de	 perda	 parcial	 ou	 avaria	
não	 percepkvel	 à	 primeira	 vista,	 a	 ação	 do	
desCnatário	 contra	 o	 transportador	 fica	 garanCda	 ,	
desde	que	 seja	 feita	 a	denúncia	da	perda	no	prazo	
de	dez	dias	a	parCr	da	entrega.	
	
26/01/16	
11	
Depositário	 da	 coisa	 –	 Quando	 o	 bem	 esCver	
depositado	 nos	 armazéns	 do	 próprio	 transportador	
(CC,	 art.	 751)	 responsável	 por	 sua	 guarda	 e	
conservação,	 devendo	 receber	 remuneração	 pela	
custódia,	 ajustada	 em	 contrato	 ou	 conforme	 usos	
adotados	 em	 cada	 sistema	de	 transporte	 –	CC,	 art.	
753,	§	4°.	Aplicam-se	os	disposiCvos	do	contrato	de	
depósito.	
	
JURISPRUDÊNCIA	
	CONTRATO	DE	TRANSPORTE	
1)	Responsabilidade	civil	transporte	de	carona	
APELAÇÃO	 CÍVEL.	 RESPONSABILIDADE	 CIVIL	 EM	 ACIDENTE	 DE	 TRÂNSITO.	 ÓBITO	 DO	 FILHO	 DOS	
AUTORES.	 CARONEIRO	 DE	 VEÍCULO	 SAVEIRO,	 NA	 QUAL	 HAVIA	 TRÊS	 OCUPANTES.	 CULPA	 DO	
CONDUTOR	DA	SAVEIRO	RECONHECIDA	NA	SENTENÇA.	MANUTENÇÃO.	CULPA	DO	CORRÉU	LUCAS	EM	
DECORRÊNCIA	 DE	 SUPOSTA	 OMISSÃO	 NÃO	 CONFIGURADA.	 QUANTUM	 INDENIZATÓRIO.	 REDUÇÃO.	
HONORÁRIOS	ADVOCATÍCIOS.	MANUTENÇÃO.		
É	 de	 ser	manCda	 a	 sentença	 no	 tópico	 em	 que	 reconheceu	 a	 culpa	 do	 réu	 gustavo,	 o	 qual	 agiu	 com	
imprudência	ao	dirigir	sob	influência	de	álcool	e	transportar	três	pessoas	em	um	veículo	que	comportava	
apenas	dois	com	segurança.	Circunstâncias	do	acidente	que	revelam	excesso	de	velocidade.	Alegação	de	
culpa	de	terceiros	não	comprovada.		
Quantum	 indenizatório	reduzido,	a	fim	de	adequar-se	aos	padrões	da	câmara.	Em	relação	a	lucas,	deve	
ser	afastada	a	condenação,	pois	a	conduta	de	negar	carona	à	víCma	não	se	mostra	contrária	a	qualquer	
dever,	 não	 restando	 configurado	 ato	 ilícito	 ou	 omissão	 que	 tenha	 causado	 diretamente	 o	 resultado	
morte.	 Primeiro	 apelo	 parcialmente	 provido.	 Segundo	 apelo	 provido.	 Unânime.	 (TJRS;	 AC	
0013533-94.2015.8.21.7000;	 Seberi;	 Décima	 Segunda	 Câmara	 Cível;	 Rel.	 Des.	 Pedro	 Luiz	 Pozza;	 Julg.	
26/11/2015;	DJERS	01/12/2015).	
26/01/16	
12	
2)	Responsabilidade	civil	em	transporte	de	coisa	
	
	 APELAÇÃO	 CÍVEL.	 CONTRATO	 DE	 TRANSPORTE	 DE	 COISAS.	 AÇÃO	 DE	
INDENIZAÇÃO	 POR	 DANOS	 MATERIAIS	 E	 MORAIS.	 OBRA	 DE	 ARTE.	 CUTELARIA.	
EXPOSIÇÃO	 INTERNACIONAL.	CONVITE	A	MESTRE	CUTELEIRO	PARA	EXPOR	OBRA	
DE	 ARTE	 (GLÁDIO	 ROMANO)	 NO	 INSTITUTO	 PARA	 OS	 ASSUNTOS	 CÍVICOS	 E	
MUNICIPAIS	 DE	 MACAU,	 REPÚBLICA	 POPULAR	 DA	 CHINA.	 PEÇA	 PERDIDA	 NO	
RETORNO	 AO	 BRASIL.	 EMBARAÇO	 ALFANDEGÁRIO.	 RESPONSABILIDADE	 DA	
TRANSPORTADORA	 PATROCINADORA	 OFICIAL	 NO	 TRANSPORTE	 DAS	 PEÇAS	
EXPOSTAS.	 PRESCRIÇÃO.	 [...]	 Preliminar	 afastada.	 2-	 mérito.	 Não	 foi	 posto	 em	
dúvida	o	fato	de	que	a	ré	se	comprometera	a	realizar	o	transporte	da	peça	(espada)	
para	o	local	de	sua	exposição,	não	se	mostrando	crível	 	[...]-	ademais,	para	atender	
convite	expresso	de	exposição	internacional,	o	contrato	firmado	entre	as	partes	se	
exaurisse	 com	 a	 etapa	 do	 envio,	 nada	 havendo	 a	 ré,	 sobretudo	 patrocinadora	 do	
evento	no	transporte	das	peças,	por	se	 responsabilizar	no	que	tange	o	 retorno	da	
espada.		
Não	 se	 cuida	 de	 se	 analisar	 a	 quem	 cabia	 ou	 de	 que	 forma	 se	 daria	 o	
"desembaraçoalfandegário"	da	obra.	Tal	questão	é	secundária	(subsidiária)	
àquela	 acomeCda	 pelo	 contrato	 de	 transporte	 firmado,	 uma	 vez	 que,	
consoante	se	tem	da	legislação	de	regência,	art.	750,	do	Código	Civil,	verbis:	
A	 responsabilidade	 do	 transportador,	 limitada	 ao	 valor	 constante	 do	
conhecimento,	 começa	 no	 momento	 em	 que	 ele,	 ou	 seus	 prepostos,	
recebem	a	coisa;	termina	quando	é	entregue	ao	desCnatário,	ou	depositada	
em	 juízo,	 se	 aquele	 não	 for	 encontrado.	 Portanto,	 a	 entrega	 da	 peça	 era	
inerente	ao	contrato	firmado,	sendo	despropositadas	as	 razões	defensivas,	
no	 senCdo	 de	 que	 o	 embaraço	 no	 Brasil	 ocorreu	 por	 absoluto	 ato	
d i s c r i c i o n á r i o	 d a	 a l f â n d e g a	 b r a s i l e i r a .	 N o s	 t e rmo s	 d o	
art.	14	do	Código	de	Defesa	do	Consumidor,	a	responsabilidade	da	empresa	
demandada,	considerada	como	fornecedora	de	serviços	de	transporte,	pelos	
danos	causados	aos	seus	clientes	(no	caso	dos	autos,	o	autor)	é	objeCva.		...	
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13	
Ou	seja,	responde,	independentemente	da	existência	de	culpa,	por	defeitos	
relaCvos	à	prestação	do	serviço,	bem	como	por	informações	insuficientes	ou	
inadequadas	sobre	sua	fruição.	[...]	Tampouco	exculpa	a	ré	a	situação	de	que	
fora	autorizada	terceira	empresa,	na	china,	para	providenciar	o	despacho	da	
peça	em	retorno	ao	Brasil,	dada	a	responsabilidade	de	todas	as	integrantes,	
p r e s t a d o r a s	 d o s	 s e r v i ç o s , 	 n a	 c a d e i a	 d o	 c o n s um o	 (
art.	18	do	Código	de	Defesa	do	Consumidor).		
Ademais,	 a	 solidariedade,	 no	 caso	 em	 liça,	 encontra	 correspondência	 no	
art.	 756	 do	 Código	 Civil,	 que	 dispõe:	 No	 caso	 de	 transporte	 cumulaCvo,	
todos	 os	 transportadores	 respondem	 solidariamente	 pelo	 dano	 causado	
perante	o	remetente,	ressalvada	a	apuração	final	da	responsabilidade	entre	
eles,	 de	 modo	 que	 o	 ressarcimento	 recaia,	 por	 inteiro,	 ou	
proporcionalmente,	naquele	ou	naqueles	em	cujo	percurso	houver	ocorrido	
o	dano.		
	
Por	 tais	 razões,	 deverá	 a	 demandada	 responder	 pelos	 prejuízos	 de	 ordem	
material	 e	 moral	 causados	 ao	 autor,	 julgando-se	 procedente	 a	 ação.	 3-	
danos	materiais	 [...]	 	 4-	 danos	morais.	 Os	 danos	morais,	 no	 caso	 em	 tela,	
decorrem	 in	 re	 ipsa.	 Houve	 o	 extravio	 não	 só	 definiCvo	 do	 bem	
transportado,	como	também,	e	principalmente,	a	perda	da	obra	forjada	pelo	
autor,	 mestre	 cuteleiro,	 não	 sendo	 dicil	 imaginar-se	 o	 senCmento	 de	
hipovalia,	 impotência,	 frustração	 e	 até	 mesmo	 "desfalecimento"	 (SIC)	
experimentado	pelo	expositor,	que,	depois	da	euforia	e	entusiasmo	de	ter	o	
seu	 trabalho	 presCgiado	 em	 solo	 estrangeiro	 e	 com	 a	 expectaCva	 de	 ser	
valorizado	depois	da	bem	sucedida	exposição,	viu	ruir	qualquer	possibilidade	
de	reaver	a	obra	forjada	e,	quiçá,	reforçar	a	importância	do	seu	ocio.	[...].	
Apelo	 provido.	 (TJRS;	 AC	 0008083-10.2014.8.21.7000;	 Nova	 Petrópolis;	
Décima	 Segunda	 Câmara	 Cível;	 Relª	 Desª	 Ana	 Lúcia	 Carvalho	 Pinto	 Vieira	
Rebout;	Julg.	23/04/2015;	DJERS	28/04/2015)		
	
	
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14	
3)	Responsabilidade	em	transporte	público	
AÇÃO	 DE	 INDENIZAÇÃO.	 VEÍCULO	 DE	 TRANSPORTE	 COLETIVO	
URBANO.	 QUEDA	 DA	 VÍTIMA.	 EMPRESA	 DE	 ÔNIBUS.	 CULPA	
EXCLUSIVA	 DA	 VÍTIMA.	 COMPROVAÇÃO.	 DEVER	 DE	 INDENIZAR	
AUSENTE.	 MANUTENÇÃO	 DA	 SENTENÇA.	 A	 concessionária	 de	
serviço	público	de	transporte	responde	objeCvamente	pelos	danos	
c a u s a d o s	 a	 t e r c e i r o s .	 T o d a v i a ,	 e s t a	 s e	 e x im i r á	
da	responsabilidade	pelo	acidente	de	trânsito	se	comprovar	a	culpa	
exclusiva	 da	 víCma.	 Hipótese	 que	 restou	 caracterizada	 a	 culpa	
exclusiva	da	viCma,	que	se	encontrava	embriagada	e	dormindo	na	
poltrona	da	frente.	(TJMG;	APCV	1.0245.08.154815-9/001;	Rel.	Des.	
Domingos	Coelho;	Julg.	03/12/2015;	DJEMG	15/12/2015)	
5	-	DO	CONTRATO	DE	SEGURO	
	 5.1.	 Origem:	 muito	 antes	 de	 Cristo	 caravanas	
at ravessavam	 desertos	 do	 Or iente	 para	
comercializar	camelos.	
Animais	 sempre	morriam	 no	 caminho	 -	 cameleiros	
fizeram	acordo	para	subsCtuir	o	camelo	de	quem	o	
perdesse.		
-	Navegação	-	princípio	de	seguro	entre	os	 fenícios,	
cujos	 barcos	 navegavam	 pelos	 mares	 Egeu	 e	
Mediterrâneo.		
	
26/01/16	
15	
-	 Preocupação	 com	 transporte	 maríCmo	 se	 devia	 a	
interesses	econômicos	-	o	comércio	exterior	dos	países	
ocorria	 apenas	 por	 mar.	 Havia	 acordo	 entre	
navegadores,	 para	 garanCr	 a	 construção	 de	 um	 novo	
navio	 para	 quem	o	 perdesse,	 valor	 pago	 pelos	 demais	
parCcipantes	da	mesma	viagem.	
-	 Primeiro	 contrato	 de	 seguro	 –	 1347	 –	 Gênova	 (IT),	
emissão	da	primeira	apólice.	Era	um	contrato	de	seguro	
de	transporte	maríCmo.		
-	Século	XVI:	Grandes	Navegações,	Revolução	Industrial	
e	 desenvolvimento	 da	 teoria	 das	 probabilidades	 (de	
ocorrer	 um	 evento	 futuro	 e	 incerto),	 associada	 à	
estaksCca.		
-	Século	XVIII	–	seguros	contra	incêndio	e	contra	a	vida.		
No	 Brasil	 -	 abertura	 dos	 portos	 ao	 comércio	
internacional,	em	1808,	uso	do	seguro	maríCmo.	
ACvidade	seguradora	regulada	por	leis	portuguesas.		
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16	
1850	-	Código	Comercial	Brasileiro		(Lei	n°	556,	de	25	de	
junho/50)	 regulação	 e	 estudo	 do	 seguro	 maríCmo.	
Depois	veio	o	seguro	terrestre.		
-	C.Com.	–	proibição	de	seguro	de	vida	–	autorizado	em	
1855	 –	 sob	 argumento	 de	 que	 proibição	 se	 referia	
apenas	ao	seguro	de	vida	atrelado	ao	seguro	maríCmo.	
-  Expansão	do	setor	-	empresas	estrangeiras	de	seguro	
criam	sucursais	no	Brasil	–	evasão	de	divisas.	
-  Contrato	não	contemplado	nos	Códigos	civis	francês	e	
alemão.	
-  1895	 –	 Lei	 924	 –	 tratando	 exclusivamente	 dos	
negócios	 de	 companhias	 estrangeiras	 de	 seguros	 de	
vida	 –	 obrigou	 a	 consCtuição	 de	 reservas	 técnicas	 e	
aplicação	 de	 recursos	 no	 Brasil,	 enfrentar	 riscos	
assumidos	no	Brasil. 
-	 1916	 -	 Código	 Civil	 Brasileiro	 –	 capítulo	 específico	
dedicado	ao	"contrato	de	seguro".	 
		
26/01/16	
17	
-  2002	 –	 Código	 Civil	 –	 estrutura	 fundamental	 do	
contrato	 de	 seguro,	 arts.	 757-802	 –	 	 pormenores	 na	
legislação	extravagante. 
-  Tratamento	no	CC	2002:	
Seção	I	–	Disposições	gerais	–	arts.	757-777;	
Seção	II	–	Seguro	contra	dano	–	arts.	778-788;	
Seção	III	–	Seguro	de	pessoa	–	arts.	789-802.	
Seguro	maríCmo	–	Código	Comercial,	arts.	666-730.	
	
5.2.	Conceito	-		CC,	art.	757		
a)  contrato	 em	 que	 uma	 das	 partes	 (segurador)	 se	
obriga,	 mediante	 o	 recebimento	 de	 um	 prêmio,	 a	
garanCr	 interesse	 legíCmo	 da	 outra	 parte	 (segurado),	
relaCvo	 a	 pessoa	 ou	 a	 coisa,	 contra	 riscos	
predeterminados.	
b)	 Contrato	 pelo	 qual	 o	 segurados,	 mediante	 um	
prêmio,	 assume	 perante	 o	 segurado	 a	 obrigação	 de	
pagamento	de	uma	prestação,	se	ocorrer	o	risco	a	que	
está	exposto	(Pedro	Alvim).	
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18	
Principal	 elemento	 –	 risco	 –	 transferido	 a	 outra	
pessoa.	
5.3.	Intervenientes	do	contrato	
a)  Segurador	–	Contratante	que	assume	os	riscos	e	
se	 propõe	 a	 indenizar	 o	 segurado	 dos	 danos	
sofridos,	na	hipótese	de	sinistro.		
-	 Podem	 ser	 seguradores	 	 sociedades	 anônimas,	
mútuas	 (bancos)	 e	 cooperaCvas,	 mediante	 previa	
autorização	do	governo	federal.	
b)	 Segurado	 –	 pessoa	 sica	 ou	 jurídica	 –	 paga	 o	
prêmio	 –	 geralmente	 em	 prestações	 sucessivas	 e	
recebe	a	indenização	em	caso	de	sinistro.	
-	Seguro	de	vida	e	seguro	obrigatório	–	pode	haver	
terceira	 pessoa	 –	 beneficiário	 da	 indenização	 em	
caso	de	morte	do	segurado.		
-	 Seguro	 social	 –	 pago	 pelo	 Estado	 –	 INSS	 –	 não	
integra	o	estudo.	
	
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19	
5.4.	Elementos	do	contrato	de	seguro	
a)	Risco:	 elemento	mais	 importante	do	 seguro.	ConsCtui	o	
próprio	objeto	do	contrato.	Acontecimento	futuro	e	incerto	
do	qual	segurado	busca	se	prevenir.		
	 CC,	 art.	 762:	 Nulo	 contratopara	 garanCa	 de	 risco	 com	
origem	 em	 ato	 doloso	 do	 segurado,	 beneficiário	 ou	
representante	de	um	ou	outro.	
b)	 Prêmio:	 contraprestação	 devida	 pelo	 segurado,	 ao	
segurador,	para	que	este	assuma	o	risco	do	evento.	
b.1)	 Composição	 do	 prêmio:	 importância	 em	 dinheiro	 mais	
encargos	 desCnados	 à	 administração,	 mais	 o	 lucro	 do	
segurador.	
O	prêmio	é	fixo,	 estabelecido	pelo	 segurador	 e	determinado	
no	contrato.	Feito	com	base	em	cálculos	atuariais.	
Cálculo	 atuarial:	método	matemáCco	 –	 a	 parCr	 de	 conceitos	
financeiros,	 econômicos	 e	 probabilísCcos,	 determina	 o	
montante	 de	 recursos	 e	 de	 contribuições	 necessárias	 ao	
pagamento	de	despesas	administraCvas	e	benecios	 futuros,	
para	definir	o	valor	de	coberturas	presentes	e	futuras.	
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20	
CC,	art.	764:	Salvo	disposição	especial,	o	fato	de	se	não	
ter	 verificado	 o	 risco,	 em	 previsão	 do	 qual	 se	 faz	 o	
seguro,	não	exime	o	segurado	de	pagar	o	prêmio.	
b.2.	Atraso	no	pagamento	do	prêmio:	
CC,	art.	763:	Não	terá	direito	a	 indenização	o	segurado	
que	 esCver	 em	 mora	 no	 pagamento	 do	 prêmio,	 se	
ocorrer	o	sinistro	antes	de	sua	purgação.	
Segurado	 pode	 ser	 reabilitado	 pela	 purgação	 da	mora	
no	prazo	da	noCficação	-	que	é	obrigatória.	
	
	
b.2.1.)	 Interpretação	 gramaCcal	 do	 art.	 763:	 quem	
pagou	o	prêmio	uma	vida	toda,	e	atrasa	um	só	dia,	
não	 teria	 direito	 a	 indenização.	 Atraso	 no	
pagamento	 do	 prêmio	 não	 resolve	 o	 contrato	 ipso	
jure.	O	caso	concreto	determina	a	solução.	
c)	Apólice	ou	bilhete	de	seguro	–	CC,	art.	760	 -	é	o	
instrumento	do	contrato.	
c.1.	Requisitos:		
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21	
c.1.1.		constar	os	riscos	assumidos	
c.2.2.	 início	 e	 fim	 da	 validade:	 mês,	 dia	 e	 hora	 do	
começo	e	fim	do	risco.	
c.2.3.	limite	da	garanCa		
c.2.4.	 prêmio	 devido	 e	 –	 se	 for	 o	 caso,	 nomes	 de	
segurado	e	beneficiário.	
Podem	ser	nominaCvas,	a	ordem	ou	ao	portador.		
Importante:	 	 seguro	 de	 pessoas	 -	 apólice	 ou	 o	 bilhete	
NÃO	podem	ser	ao	portador.	
	
NominaCvas	se	transferem	por	cessão	civil.	Apólices	
à	ordem	só	se	transferem	com	endosso	do	cedente.	
5.5.	Natureza	jurídica	do	contrato	de	seguro	
a)	 Bilateral	 (sinalagmáCco)	 –	 gera	 obrigações	 para	
ambas	 as	 partes	 –	 o	 inadimplemento	 de	 uma	 das	
partes	 rompe	 o	 equilíbrio	 contratual	 –	 passível	 de	
resolução	pelo	prejudicado	–	CC,	art.	476.	
	
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22	
b)	 Oneroso	 –	 ambos	 os	 contraentes	 aproveitam	 o	
contrato	 mediante	 o	 cumprimento	 de	 suas	
obrigações:		
-  segurado,	 garanCndo	 efeitos	 dos	 riscos	 previstos	
no	contrato,	com	o	pagamento	do	prêmio;		
-	 segurador	 recebendo	 o	 prêmio	 logo	 no	 início,	 e	
assumindo	 obrigação	 de	 pagar	 a	 indenização	 em	
caso	de	sinistro.	
	
	
c)	Aleatório	–	obrigação	certa	para	o	segurado	–	pagar	o	
prêmio	 da	 apólice	 –	 aleatória	 para	 o	 segurador	 –	
prestação	 depende	 de	 fato	 eventual	 –	 de	 ocorrer	 ou	
não	 o	 sinistro	 –	 risco	 é	 elemento	 essencial	 –	
acontecimento	 incerto,	 independente	 da	 vontade	 das	
partes.		
d)	 Adesão	 –	 Cpicidade	 do	 contrato	 de	 seguro	 –	 se	
aperfeiçoa	 com	 a	 aceitação	 das	 cláusulas	 previamente	
elaboradas	pelo	segurador	e	inscritas	na	apólice...	
26/01/16	
23	
	 –	 conteúdo	 é	 imposto	 ao	 segurado,	 que	 adere	 às	
cláusulas	sem	contestação.	
d.1.)	 Vedação	 –	 CC,	 arts.	 423	 e	 424	 –	 resguarda	 o	
aderente	de	cláusulas	ambíguas	ou	contraditórias	e	
proibição	 ao	 aderente,	 de	 renunciar	 a	 direito	 que	
resulte	 da	 natureza	 do	 negócio.	 Ex.:	 renunciar	 a	
prêmio	 do	 seguro	 por	 liberalidade	 do	 causador	 do	
sinistro	em	oferecer	certa	quanCa	em	dinheiro.	
	
d.2.)	 CDC,	 art.	 47	 –	 cláusulas	 do	 contrato	 terão	
interpretação	mais	favorável	ao	consumidor	–	
CDC:	 Art.	 54.	 Contrato	 de	 adesão	 é	 aquele	 cujas	
cláusulas	 tenham	 sido	 aprovadas	 pela	 autoridade	
competente	 ou	 estabelecidas	 unilateralmente	 pelo	
fornecedor	 de	 produtos	 ou	 serviços,	 sem	 que	 o	
consumidor	 possa	 d i scuCr	 ou	 mod ificar	
substancialmente	seu	conteúdo.	
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24	
-  §	 1º	 A	 inserção	 de	 cláusula	 no	 formulário	 não	
desfigura	a	natureza	de	adesão	do	contrato.	
-  §	 2º	Nos	 contratos	 de	 adesão	 admite-se	 cláusula	
resolutória,	 desde	 que	 a	 alternaCva,	 cabendo	 a	
escolha	 ao	 consumidor,	 ressalvando-se	 o	 disposto	
no	§	2º	do	arCgo	anterior.	
	
-	 §	 3º	Os	 contratos	 de	 adesão	 escritos	 serão	 redigidos	
em	termos	claros	e	com	caracteres	ostensivos	e	legíveis,	
de	modo	a	facilitar	sua	compreensão	pelo	consumidor.	
(Redação	dada	pela	nº	11.785,	de	2008)	
-	§	4º	As	cláusulas	que	 implicarem	 limitação	de	direito	
do	 consumidor	 deverão	 ser	 redigidas	 com	 destaque,	
permiCndo	sua	imediata	e	fácil	compreensão.	
		
	
	
	
	
	
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25	
e)	Consensual	–	há	divergências	–	CC,	art.	758	–	e.1.)	se	
aperfeiçoa	 somente	 depois	 de	 emiCda	 a	 apólice	 –	
contrato	solene;		
e.2.)	forma	escrita	apenas	para	objeto	de	prova	–	não	é	
essencial	 -	 se	prova	com	o	pagamento	do	prêmio	pelo	
segurado	(art.	758,	final).	
5.6.	Boa-fé		-	CC,	art.	765-766	
Exigência	para	todos	os	contratos,	maior	nos	contratos	
de	seguro.	Ausência	de	boa-fé	implica	penalidades	para	
o	segurado.	
	
Ex.	 segurado	 sabe	 da	 existência	 de	 doença	 prévia,	
responde	 negaCvamente	 ao	 ser	 indagado:	 perde	
indenização	e	terá	de	pagar	o	prêmio	vencido.	
-  Desinformação	 do	 segurado	 sobre	 a	 doença:	 	 o	
segurador	 tem	 direito	 à	 resolução	 do	 contrato	 ou	
cobrança	 da	 diferença	 a	 maior	 no	 prêmio,	 mesmo	
depois	do	sinistro.	
	
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26	
5.7.	Espécies	de	seguro		
	O	direito	moderno	contempla	 	a	 	possibilidade	de	
assegurar	 praCcamente	 todos	 os	 riscos.	 Todo	 contrato	
deve	ter	objeto	lícito.	
5.7.1.	 Vedações	 -	 	 CC,	 arts.	 778,	 781	 e	 782.	 A	 lei	
brasileira	 veda	 certas	 modalidades	 de	 seguro,	 que	
consCtuem	ilícitos	especiais:	
-  valor	 assegurado	maior	 do	 que	 o	 do	 bem	objeto	 do	
seguro;	
-  pluralidade	 de	 segurados	 sobre	 um	 mesmo	 bem,	
exceto	seguro	de	vida	(art.	789).		
Os	seguros	mais	conhecidos	são:	
a)	 Seguros	 sociais:	 são	 desCnados	 a	 resguardar	 os	
interesses	 de	 determinadas	 categorias	 de	 pessoas		
em	 situações	 diversas:	 contra	 a	 velhice,	 invalidez,	
acidentes	 de	 trabalho,	 desemprego.	 Geralmente	
obrigatórios.	
b)	Seguros	privados:	buscam	atender	interesses	dos	
indivíduos	 regra	 geral	 são	 facultaCvos.	 Dividem-se	
em:	
	
26/01/16	
27	
b.1.	terrestres,		
b.2.	maríCmos	
b.3.	aéreos	
Cada	classe	se	divide	em	seguro	de	coisas	e	de	pessoas:	
b.4.	 seguro	 de	 dano	 –	 CC,	 art.	 778	 -	 seguro	 de	 coisas	 	 -	
desCnado	 a	 assegurar	 o	 valor	 de	 bens	 móveis,	 imóveis	 e	
semoventes.	 O	 termo	 garanCa	 é	 usado	 como	 sinônimo	 de	
cobertura.	
Dividido	em:		
1	 -	 seguro	 de	 coisas	 próprias.	 Ex.:	 seguro	 contra	 incêndio,	
seguro	de	transporte,	seguro	contra	roubo.	
	
1.1.	 Coisas	 transportadas:	 nestes	 casos,	 a	 vigência	 da	
garanCa	começa	no	momento	em	que	são	recebidas	as	
coisas	 pelo	 transportador,	 e	 termina	 quando	 são	
entregues	ao	desCnatário.	
1.2	 Excludente	 da	 garanCa	 –	 CC,	 art.	 784	 -	 	 sinistro		
provocado	 por	 vício	 intrínseco	 da	 coisa	 e	 não	
comunicado	pelo	segurado.	
2	 -	 Seguro	 de	 responsabilidade	 civil	 –	 CC,	 art.	 787:	
garanCa	 do	 segurado	 contra	 indenizações	 que	 tenha	
que	pagar	a	terceiros,	por	atos	praCcados	com	prejuízos	
a	outrem.	
	
	
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28	
-	Comunicação	ao	segurador	deve	ser	feita	tão	logo	
o	segurado	conheça	os	efeitos	de	seu	ato.	
-	 É	 proibido	 ao	 segurado	 reconhecer	 sua	
responsabilidade	 ou	 confessar	 a	 ação,	 assim	 como,	
transigir	 com	 o	 terceiro	 prejudicado	 ou	 indeniza-lo	
diretamente,	sem	anuência	expressa	do	segurador	–art.	787,	p.	2º.		
-	Se	proposta	ação	contra	o	segurado,	este	deve	dar	
ciência	da	lide	ao	segurador	–	art.	787,	p.	3º.	
	
-	O	segurado	responde	perante	terceiro,	se	a	seguradora	for	
insolvente	–	art.	787,	p.	4º.	
b.5.	 Seguro	 de	 pessoas	 –	 voltado	 à	 garanCa	 da	 integridade	
sica	e	mental	de	seres	humanos.	Se	divide	em:		
b.5.1.	 seguro	 de	 vida/seguro	 contra	 acidentes	 pessoais:	 o	
segurador	estabelece	com	o	segurado	uma	indenização	para	o	
caso	deste	sofrer	um	acidente.	
	 –	 difere	do	 contrato	 tradicional	 de	 seguro.	 Trata-se	de	bem	
insuscekvel	de	apreciação	pecuniária	–	pode	 ter	mais	de	um	
seguro	e	ser	esCmada	por	qualquer	valor.	
	
	
26/01/16	
29	
a)	Livre	esCpulação:	
-	O	segurado	é	 livre	para	contratar	mais	de	um	seguro	
sobre	 o	 mesmo	 interesse,	 com	 o	 mesmo	 ou	 diversos	
seguradores.	
-  O	capital	também	é	livremente	esCpulado.	
b.5.2.	Seguro	sobre	a	vida	de	outros	–	CC,	art.	790:	
A)	 Proponente	 é	 obrigado	 a	 declarar,	 sob	 pena	 de	
falsidade,	 seu	 interesse	 pela	 preservação	 da	 vida	 do	
segurado.		
	
*	 Presunção	 quando	 o	 segurado	 é	 cônjuge,	
ascendente,	descendente	do	proponente	(p.	Único).	
B)	 SubsCtuição	do	beneficiário	–	CC,	art.	791:	Pode	
ser	 feito	 por	 ato	 inter	 vivos	 ou	 causa	 morCs.	
Segurador	 deve	 ser	 cienCficado.	 Se	 não	 for,	 ficará	
desobrigado	da	indenização	ao	anCgo	beneficiário	–	
P.	Único.	
26/01/16	
30	
*	Quando	segurado	renuncia	a	essa	 faculdade,	ou	se	a	
causa	declarada	do	seguro	não	é	a	garanCa	de	alguma	
obrigação,	não	pode	trocar	o	beneficiário.	
C)	 Falta	 de	 beneficiário	 ou	 a	 inviabilidade	 de	 que	 o	
beneficiário	 original	 receba	 a	 indenização,	 	 segurador	
deve	pagar	–	CC,	art.	792:		
C.1.)	 	 metade	 ao	 cônjuge	 não	 separado	 judicialmente	
(hoje,	divorciado).	
C.2.)	 metade	 aos	 herdeiros	 do	 segurado,	 obedecida	 a	
ordem	de	vocação	hereditária.	
	
C.2.1.)	Vocação	hereditária:		
Art.	1.798.	 LegiCmam-se	a	 suceder	as	pessoas	nascidas	ou	 já	
concebidas	no	momento	da	abertura	da	sucessão.	
Art.	 1.799.	 Na	 sucessão	 testamentária	 podem	 ainda	 ser	
chamados	a	suceder:	
I	 -	os	filhos,	ainda	não	concebidos,	de	pessoas	 indicadas	pelo	
testador,	desde	que	vivas	estas	ao	abrir-se	a	sucessão;	
II	-	as	pessoas	jurídicas;	
III	 -	 as	 pessoas	 jurídicas,	 cuja	 organização	 for	 determinada	
pelo	testador	sob	a	forma	de	fundação.	
	
26/01/16	
31	
C.3.)	 Na	 falta	 de	 cônjuge/herdeiros	 serão	
beneficiados	 aqueles	 q	 provarem	 que	 a	 morte	 do	
segurado	 os	 privou	 dos	 meios	 necessários	 à	
subsistência.	
C.4.)	Companheiro	–	CC,	art.	793	
Pode	 ser	 beneficiário	 se	 ao	 tempo	 do	 contrato,	 o	
segurado	 estava	 	 separado	 judicialmente	 ou	 se	
estava	separado	de	fato.	
	
	
D)	Dívidas	do	beneficiário	–	CC,	art.	794	
*	 Seguro	 de	 vida/acidentes	 pessoais	 para	 o	 caso	 de	
morte	 -	 capital	 esCpulado	 não	 se	 sujeita	 às	 dividas	 do	
segurado,	 nem	 se	 considera	 herança	 para	 todos	 os	
efeitos	de	direito.	
*	É	nula,	no	seguro	de	pessoa,	qualquer	transação	para	
pagamento	reduzido	do	capital	segurado	–	CC,	art.	795	
E)	Prêmio	-	CC,	art.	796:	no	seguro	de	vida,	pode	ser	por	
prazo	 limitado	 no	 contrato,	 ou	 por	 toda	 a	 vida	 do	
segurado.	
	
	
	
26/01/16	
32	
P.	Único	-	Em	qualquer	hipótese,	no	seguro	individual,	o	
segurador	não	terá	ação	para	cobrar	o	premio	vencido,	
cuja	 falta	 de	 pagamento	 acarretará,	 nos	 prazos	
previstos,	a	resolução	do	contrato,	com	a	resCtuição	da	
reserva	 já	 formada,	 ou	 a	 redução	 do	 capital	 garanCdo	
proporcionalmente	ao	prêmio	pago.	
F)	 Carência	 –	 CC,	 art.	 797	 -	 	 em	 seguro	 de	 vida,	 para	
evento	morte,	pode	ser	esCpulado	prazo	de	carência	–	
no	qual	não	há	responsabilidade	do	segurador.	
	
*	P.	Único	-	Morte	em	período	de	carência	obriga	o	
segurador	a	devolver	ao	beneficiário	o	montante	da	
reserva	técnica	já	formada.	
G)	 Suicídio	 do	 segurado	 –	 CC,	 art.	 798:	 quando	
ocorre	nos	primeiros	dois	anos	de	vigência	inicial	do	
contrato,	 desobriga	 o	 segurador	 do	 pagamento	 do	
prêmio	ao	beneficiário.	Também	não	tem	direito	nos	
dois	 anos	 depois	 de	 sua	 recondução	 quando	 o	
contrato	foi	suspenso.	
	
26/01/16	
33	
-P.	Único	–	além	dessa	possibilidade,	clausula	contratual	 	que	
exclui	 o	 pagamento	do	 capital	 por	 suicídio	 do	 segurado	 será	
nula.	
H)	 Risco	 de	 morrer/incapacidade	 –	 CC,	 art.	 799	 -	 Segurador	
não	 pode	 se	 eximir	 do	 pagamento	 do	 seguro,	 ainda	 que	
conste	 da	 apólice	 a	 restrição	 de	 não	 pagamento	 se	 a	morte	
resulta	de:	
H.1.)		uClização	de	meio	de	transporte	arriscado	
H.2.)	prestação	de	serviço	militar	
H.3.)	práCca	de	esporte	
H.4)	atos	de	humanidade	em	auxilio	de	outrem.	
	
I)	 Sub-rogação	 –	 CC,	 art.	 800:	 em	 seguros	 de	
pessoas,	 é	 vedado	 pela	 lei	 a	 sub-rogação	 do	
segurador	 nos	 direitos	 e	 ações	 do	 segurado	 ou	 do	
beneficiário	contra	o	causador	do	sinistro.	
J)	 EsCpulação	 de	 seguro	 de	 pessoas	 –	 CC,	 art.	 801:	
pode	 ser	 esCpulado	 por	 pessoa	 natural	 ou	 como	
jurídica	em	proveito	de	grupo	que	a	ela,	de	qualquer	
modo	se	vincule.	
	
26/01/16	
34	
J.1.)	 EsCpulante	não	 representa	o	 segurador	perante	o	
grupo	 segurado,	 e	 é	 o	 único	 responsável	 para	 com	 o	
segurador,	 pelo	 cumprimento	 de	 todas	 as	 obrigações	
contratuais	-	§	1º.	
J.2.)	 Modificações	 da	 apólice	 em	 vigor	 dependem	 da	
anuência	expressa	de	¾	dos	segurados	do	grupo.	
L)	 Exclusão	 do	 Código	 Civil	 –	 art.	 802	 -	 garanCa	 de	
reembolso	 por	 despesas	 médicas	 ou	 hospitalares,	 ou	
custeio	de	despesas	de	luto	e	funeral	do	segurado.	
	
5.8.	Indenização	
Deve	corresponder	exatamente	à	quanCa	declarada	
-	seguro	não	tem	finalidade	lucraCva.	Exige	apuração	
real	do	prejuízo.		
Art.	781:	A	indenização	não	pode	ultrapassar	o	valor	
do	 interesse	 segurado	 no	 momento	 do	 sinistro,	 e,	
em	 hipótese	 alguma,	 o	 limite	 máximo	 da	 garanCa	
fixado	 na	 apólice,	 salvo	 em	 caso	 de	 mora	 do	
segurador.	
26/01/16	
35	
5.8.1.	 Exoneração	 do	 segurador	 –	 CC	 art.	 778	 -	 o	
segurador	poderá	se	exonerar	provando:	
a)	-	o	valor	dado	à	coisa	é	superior	ao	real;		
b)	que	se	trata	de	segundo	seguro	da	coisa	pelo	mesmo	
risco	e	no	seu	valor	integral	–	CC,	arts.	778/782;	
c)	 caducidade	 da	 apólice	 pelo	 não	 pagamento	 do	
prêmio;	
d)	inexistência	de	cobertura	para	o	sinistro	ocorrido;		
	
e)	 descumprimento	 das	 obrigações,	 principalmente	
relacionadas	ao	agravamento	dos	riscos	e	a	falta	de	
comunicação	do	sinistro.		
•  GaranCa	não	 compreende	 sinistro	provocado	por	
vício	 oculto	 da	 coisa	 segurada,	 não	 declarado	 pelo	
segurado	 (defeito	 próprio	 da	 coisa,	 que	 não	 é	
encontrado	 normalmente	 em	 outras	 coisas	 da	
mesma	espécie).	
	
	
26/01/16	
36	
*	 Segurador	 só	 responde	 pelos	 riscos	 assumidos,	
constante	 da	 apólice.	Mas	 se	 ressalvado,	 o	 risco	 pode	
alcançar	 todos	 os	 prejuízos	 resultantes,	 caso	 estejam	
relacionados	 a	 situações	 desCnadas	 a	 evitar	 o	 sinistro,	
reduzir	o	dano	ou	salvar	a	coisa.	
*Transferência	 de	 contrato	 a	 terceiro	 –	 CC,	 art.	 785	 -		
admiCda	 quando	 não	 ressalvada	 no	 contrato	 com	 a	
alienação	ou	cessão	do	interesse	segurado.	
	
*	Transmissão	é	facultaCva	–	Quando	o	instrumento	
contratual	 é	 nominaCvo	 só	 produz	 efeitos	 em	
relação	 ao	 segurador	 mediante	 aviso	 escrito	
assinado	pelo	cedente	e	pelo	cessionário.	
*	 Apólice	 ou	 bilhete	 a	 ordem	 só	 se	 transfere	 por	
endosso	 em	 preto,	 datado	 e	 assinado	 por	
endossante	e	endossatário.	
26/01/16	
37	
	
	
•  Jurisprudência:	 direito	 à	 indenização	 pode	
ser	 t ransmiCdo	 como	 acessór io	 da	
propriedade,	 operando-se	 a	 transmissão	 de	
pleno	direito	quando	não	vedado	na	a	apólice.	
Jurisprudência		
transferência	indenização	
A PE L A Ç Ã O	 C Í V E L . 	 A ç ã o	 d e	 c o b r a n ç a	 e	
de	 indenização	 por	 danos	 morais.	 Seguro	 de	 vida.	
Procedência	na	origem.	Prefaciais	de	não	conhecimento	
do	 recurso	 e	 condenação	 por	 liCgância	 de	 má-fé	
arguidas	 em	 contrarrazões.	 Afastamento.	 Doença	
terminal.	 Transferência	 da	 apólice	 da	 seguradora	 Sul	
América	 para	 Mapfre	 seguros.	 Endosso	 ocorrido	 em	
p e r í o d o 	 a n t e r i o r 	 a o 	 f a t o 	 g e r a d o r	
da	 indenização	 securitária,	 que	 se	 configura	 diante	 do	
caráter	 irreversível	 da	 molésCa	 grave,	 e	 não	 de	 seu	
surgimento.	Ciência	do	segurado	acerca	da	transmissão.		
	
	
26/01/16	
38	
Reconhecida	a	ilegiCmidade	da	ré	Sul	América	para	figurar	no	
polo	 passivo	 da	 demanda.	ManCda	 a	 responsabilidade	 da	 ré	
Mapfre	Seguros.	Falecimento	do	autor	no	curso	da	demanda.	
Pleito	 de	 reconhecimento	 de	 perda	 de	 objeto.	 Alegação	 de	
direito	 personalíssimo,	 sem	 legiCmidade	 aos	 sucessores.	
Inaplicabilidade.	 	 (...)	 Mérito.	 Aplicabilidade	 do	 CDC.	 Fato	
gerador	 que	 se	 subsume	 à	 hipótese	 de	 indenização	 por	
molésCa	 grave.	 Alegada	 doença	 preexistente.	 Insubsistência.	
ConCnuidade	 do	 contrato	 originalmente	 firmado.	 Patologia	
desenvolvida	posteriormente	à	contratação.	
	 Dever	 de	 indenizar.	 Danos	 morais.	 Pedido	 de	 exclusão	 da	
condenação	a	este	ktulo.	Descabimento.	Dano	moral	caracterizado	
diante	 da	 negaCva	 de	 pagamento	 da	 indenização	 securitária	 em	
momento	 críCco	 de	 saúde	 do	 autor.	 Abalo	 moral	 inconteste.	
Requerimento	 de	 alteração	 do	 termo	 inicial	 de	 incidência	 da	
correção	 monetária	 e	 dos	 juros	 de	 mora	 para	 a	 data	 do	
arbitramento.	Afastamento.	Aplicação	das	Súmulas	n.	54	e	n.	362	
do	STJ.	Recursos	conhecidos.	Apelo	da	ré	Sul	América	provido	para	
excluí-la	 do	 polo	 passivo	 da	 demanda.	 Insurgência	 da	 ré	 Mapfre	
seguros	 desprovida.	 (TJSC;	 AC	 2014.071978-6;	 Tubarão;	 Quinta	
Câmara	 de	 Direito	 Civil;	 Rel.	 Des.	 Sérgio	 Izidoro	 Heil;	 Julg.	
10/12/2015;	DJSC	18/12/2015;	Pág.	454)	
26/01/16	
39	
5.8.	Obrigações	das	partes	
5.8.1.	Do	segurado	
a)  Pagar	 o	 premio	 esCpulado	 no	 contrato.	 	 A	 não	
ocorrência	 do	 risco	 não	 exime	 o	 segurado	 do	
pagamento.	
b)	 Não	 agravar	 intencionalmente	 o	 risco,	 sob	 pena	
de	perder	a	 	 	garanCa	–	CC,	art.	768.	Ex.:	segurado	
que	morre	durante	práCca	de	roubo.		
	
	
C)	 Comunicar	 o	 segurador	 a	 respeito	 de	 qualquer	 incidente	
capaz	de	agravar	o	risco,	sob	pena	de	perder	a	garanCa.	
*	 A	 perda	 ocorre	 quando	 o	 segurado	 Cnha	 conhecimento	 e	
não	comunicou	o	segurador,	o	que	caracteriza	má-fé.	
*	Agravamento	de	riscos	sem	culpa	do	segurado	-	o	segurador	
pode	dar	 ciência	 ao	 segurado	por	 escrito,	 de	 sua	decisão	de	
resolver	o	contrato,	desde	que	seja	nos	quinze	dias	seguintes	
ao	recebimento	do	aviso.	
*	 Resolução	 do	 contrato	 só	 será	 eficaz	 30	 após	 ao	
recebimento	do	aviso.	Segurador	deve	resCtuir	a	diferença.	
	
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40	
de	premio	ao	segurado.	
D)	 Comunicar	 o	 sinistro	 ao	 segurador,	 assim	 que	 souber	 e	
tomar	 todas	as	providencias	para	amenizar	as	consequências	
do	sinistro.	
	 *Correm	 pelo	 segurador	 as	 despesas	 de	 salvamento	
consequentes	do	sinistro,	ate	o	limite	fixado	no	contrato.	
E)	 Não	 pode	 pedir	 redução	 do	 pagamento	 do	 prêmio	
esCpulado,	no	caso	de	redução	do	risco.		
Se	a	redução	do	risco	for	considerável,	segurado	poderá	exigir	
a	revisão	do	prêmio,	ou	a	resolução	do	contrato.	
	
5.8.2.	Do	segurador	
a)	 Pagar	 em	 dinheiro	 o	 prejuízo	 resultante	 do	 risco	
assumido,	 não	 foi	 convencionado	 outro	 modo	 (ex.:	
consertar	 o	 veículo);	 conforme	 as	 circunstâncias,	 deve	
entregar	outra	coisa	em	 lugar	da	coisa	assegurada	 (Ex.	
dar	um	carro	novo).	
b)	A	mora	do	segurador	no	pagamento	dos	prejuízos	do	
sinistro	 lhe	 obriga	 a	 pagar	 indenização	 com	 correção	
monetária	e	juros	moratórios.	
26/01/16	
41	
c)	Agentes	autorizados	do	segurador	presumem-se	seus	
representantes	 para	 todos	 os	 atos	 relacionados	 aos	
contratos	agenciados.	
d)	 Cláusula	 tácita	 de	 renovação	 do	 contrato	 –	 CC,	 art.	
774	 -	 se	 as	 partes	 nada	 argumentam,	 o	 contrato	 se	
renova	pelo	mesmo	prazo,	por	apenas	uma	vez.		
e)	Segurador	paga	em	dobro	o	valor	pago	pelo	segurado	
ao	tempo	do	contrato,	quando,	sabendo	não	haver	mais	
risco	para	o	segurado,	expede	a	apólice.	
	
e.1.)	Risco	 	em	cosseguro	–	CC,	art.	761	-	 	a	apólice	
deve	 indicar	 o	 segurador	 para	 administrar	 o	
contrato	 e	 representar	 os	 demais,	 para	 todos	 os	
efeitos.	
f)	Seguro	a	conta	de	outrem	-	segurador	pode	opor	
ao	 segurado	 todas	 as	 defesas	 que	 tenha	 contra	 o	
esCpulante,	 por	 descumprimento	 das	 normas	 de	
conclusão	do	contrato,	ou	de	pagamento	do	prêmio.	
	
26/01/16	
42	
Jurisprudência	-	culpa	do	segurado	e	
fixação	do	quantum	da	indenização	
DIREITO	 CIVIL	 E	 PROCESSO	 CIVIL.	 APELAÇÕES	 CÍVEIS.	
AÇÃO	 DE	 REPARAÇÃO	 POR	 DANOS	 MATERIAIS	 E	
MORAIS.	 CONTRATO	 DE	 SEGURO	 DEVIDA.	 RECUSA	 NO	
P A G A M E N T O 	 D A 	 I N D E N I Z A Ç Ã O 	 S O B 	 A	
ALEGAÇÃO	 DE	 AUMENTO	 DO	 RISCO	 PELO	 SEGURADO.	 NÃO	
COMPROVAÇÃO.	 ART.	 333,	 II,	 DO	 CPC.	 DANO	 MORAL	
C O N F I G U R A D O . 	 Q U A N T UM	 I N D E N I Z A T Ó R I O	
FIXADO	 DE	 FORMA	 RAZOÁVEL	 E	 JUSTA.	 JUROS	 DE	 MORA.	
T E RMO	 I N I C I A L .	 1 .	 O	 c e r n e	 d a	 c o n t r o v é r s i a	
trata	 de	 cobrança	 de	 seguro	 de	 vida,	 tendo	 em	 vista	 o	
falecimento	 do	 Sr.	 Raimundo	 Lindoval	 Ferreira,	 em	
virtude	de	acidente	de	trânsito.	
	
A	 seguradora	 apelante	 resiste	 ao	 pagamento,	 tendo	 por	
fundamento	o	aumento	do	risco	pelo	de	cujus.	2.	Não	há	nos	
autos	prova	cabal	da	 culpa	do	 segurado	pelo	acidente	ou	da	
voluntariedade	 da	 conduta	 de	 agravar	 o	 risco,	 ônus	 que	
incumbia	 à	 seguradora	 e	 da	 qual	 não	 se	 desincumbiu,	 nos	
termos	do	arCgo	333,	 inciso	 II,	do	CPC,	não	se	desonerando,	
portanto,	do	pagamento	da	indenização	securitária.	[...].	3.	Em	
relação	 aos	 danos	 morais,	 a	 negaCva	 da	 indenização	
extrapolou	 o	mero	 e	 simples	 aborrecimento,	 tendo	 em	 vista	
que,	além	de	negar	o	direito	dos	promoventes	à	indenização,	
a	 promovida	 coloca	 em	 cheque	 a	 culpa	 da	 fatalidade,	
atribuindo	ao	falecido	a	responsabilidade	pela	morte.		
	
26/01/16	
43	
4.	Para	a	fixação	do	quantum	devido	a	ktulo	de	danos	
morais,	a	jurisprudência	pátria	tem	consagrado	a	dupla	
função:	Compensatória	e	penalizante,	bem	assim	que	a	
referida	 verba	 deva	 ser	 arbitrada	 com	 moderação,	
evitando	 o	 enriquecimento	 sem	 causa,	 em	 atenção	 à	
condição	econômico-	financeira	das	partes.	Na	hipótese	
vertente,	 a	 condenação	 atende	 aos	 princípios	 gerais	 e	
específicos	 que	 devem	 nortear	 a	 fixação	 da	
compensação	 pelo	 dano	 moral,	 notadamente	 o	 bom	
senso	 e	 a	 proporcionalidade.	 Assim,	 não	 procede	 o	
pedido	de	majoração.		
	
5.	Os	juros	demora	sobre	o	valor	da	indenização,	em	se	
tratando	de	responsabilidade	contratual,	como	é	o	caso	
dos	 autos,	 devem	 incidir	 a	 parCr	 da	 citação.	 Sentença	
reformada	 neste	 ponto.	 6.	 Recurso	 de	 apelação	
interposto	por	Panamericano	de	Seguros	S/a	conhecido	
e	 improvido.	 7.	 Recurso	 de	 apelação	 aviado	 por	 João	
Victor	 da	 Silva	 Ferreira	 e	 Francisca	 Eliane	 da	 Silva	
Ferreira	 conhecido	 e	 parcialmente	 provido.	 (TJCE;	 APL	
0023811-62.2012.8.06.0151;	 Sé]ma	 Câmara	 Cível;	 Rel.	
Des.	 Francisco	 Bezerra	 Cavalcante;	 DJCE	 18/12/2015;	
Pág.	52)

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