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TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL


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Ponto 4
4Direito Administrativo.	
Atos administrativos: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies. Invalidação dos atos administrativos.	4
Extinção e Invalidação do ato administrativo	10
Teoria dos motivos determinantes.	13
Contratos administrativos. Execução, inexecução, revisão e rescisão de contrato administrativo.	17
Lei de Orgânica do Distrito Federal: Organização dos Poderes - Poder Legislativo - Poder Executivo.	22
Direito Civil	37
Interpretação da lei:	37
Negócio jurídico	40
Direito das sucessões: sucessões em geral	77
Direito Constitucional	97
Fundamentos constitucionais dos direitos sociais. Conceito e classificação dos direitos sociais. Ordem social e direitos sociais.	97
Direitos sociais e direitos econômicos.	103
Ordem Econômica e Financeira: princípios gerais da atividade econômica	103
Política urbana. Políticas agrícola e fundiária.Reforma agrária.	106
1. Política urbana	106
2. Política agrícola e fundiária	107
3. Reforma Agrária	108
Ministério Público, Judiciário e políticas públicas	108
Sistema financeiro nacional.	110
Habeas Data	111
Direito Eleitoral:	112
Comentários à minirreforma eleitoral (Lei nº 11.300/2006), que modificou em alguns aspectos a “Lei das Eleições” (Lei N. 9.504/97)	112
Comentários à Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997)	126
Empresarial.	160
Lei n. 11.101/2005.	161
Instauração da Falência	161
Insolvência.	163
Procedimento da Falência.	166
Indenização.	176
Ministério público	177
Visão geral da administração falimentar.	177
Penal.	179
Conceito de crime.	179
Crime: Classificações.	182
Crimes instantâneos, permanentes e instantâneos de efeitos permanentes	182
Crimes condicionados e incondicionados	182
Crimes comissivos, omissivos puros e omissivos impróprios	182
Crimes unissubjetivos e plurissubjetivos	182
Crimes simples, qualificados e privilegiados	182
Crime progressivo e progressão criminosa	182
Crime impossível	182
Crime preterdoloso ou preterintencional	182
Crime habitual	183
Crime gratuito	183
Crimes em trânsito	183
Crimes de tipo fechado e de tipo aberto	183
Tentativa branca	183
Crime de responsabilidade	183
Crime profissional	183
Crime exaurido	183
Crimes de ação única e de ação múltipla	183
Crimes unissubsistentes e plurissubsistentes	183
Crimes materiais, formais e de mera conduta	183
Crime a prazo	183
Delito putativo, imaginário ou erroneamente suposto	183
Crime falho	183
Crime mono-ofensivo e pluri-ofensivo	184
Crime de mera suspeita	184
Crime multitudinário	184
Crime de opinião	184
Crime de dano e de perigo	184
Crimes complexos	184
Crimes comuns, próprios e de mão própria	184
Crimes principais e acessórios	184
Crimes vagos	184
Crimes comuns e crimes políticos	184
Crimes militares	184
Crimes hediondos	184
Crime organizado	185
Crime de forma livre e de forma vinculada	185
Crime de ímpeto	185
Crime a distância ou de espaço máximo	185
Crime plurilocal	185
Delito de intenção	185
Delito de circulação	185
Delito de atentado ou de empreendimento	185
Crime internacional ou mundial	185
Crime remetido	185
Crimes preterintencionais e qualificados pelo resultado.	185
Crime qualificado pelo resultado	185
Crime preterdoloso ou preterintencional	185
Inimputabilidade.	186
1. Imputabilidade penal	186
2. Causas de Exclusão da Imputabilidade	186
Crime impossível.	187
Concepções da culpabilidade.	187
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE	187
CULPABILIDADE PENAL,	187
1. CONCEITO DE CULPABILIDADE	188
2. EVOLUÇÃO DOUTRINÁRIA DO CONCEITO DE CULPABILIDADE	188
a) TEORIA PSICOLÓGICA:	188
B) TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA OU NORMATIVA COMPLEXA:	188
C) TEORIA NORMATIVA PURA OU FINALISTA:	189
3. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE	189
a) IMPUTABILIDADE:	189
B) POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE:	189
C) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA:	189
4. POSIÇÃO DA CULPABILIDADE NA TEORIA DO DELITO	189
5. OBSERVAÇÃO ESPECIAL: CO-CULPABILIDADE	190
Crimes contra a liberdade individual.	190
Constrangimento ilegal (art.146 do CP)	190
Ameaça (art. 147 do CP)	191
Seqüestro e cárcere privado (art. 148 do CP)	192
Redução à condição análoga à de escravo (art. 149 do CP)	193
Violação de Domicílio (art. 150 do CP)	194
Violação de Correspondência (art. 151 do CP).	196
Correspondência Comercial (art. 152 do CP)	197
Divulgação De Segredo (art. 153 do CP)	197
Violação De Segredo Profissional (art. 154 do CP)	198
Processo Civil.	199
Contestação.	200
Reconvenção	209
Exceções.	212
Pedido contraposto.	213
Procedimentos especiais de jurisdição voluntária.	214
Regimento Interno do TJDF.	225
Impenhorabilidade do bem de família.	244
Ação popular.	247
Ação de desapropriação.-	250
Processo Penal.	269
Princípios do Processo Penal.	269
Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/1995) – JECrim do Distrito Federal – Turmas Recursais.	293
Juizados Especiais Criminais E Turmas Recursais no DF	315
Processo e Julgamento dos Crimes da Competência do Juízo Singular. (Lei nº 11.719 – junho/2008)	328
Tributário.	342
Princípio da Legalidade.	342
Responsabilidade Tributária.	350
Empréstimo compulsório.	361
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Direito Administrativo.
Conteúdo do Ponto: 	Atos administrativos: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies. Teoria dos motivos determinantes. Invalidação dos atos administrativos. Contratos administrativos. Execução, inexecução, revisão e rescisão de contrato administrativo. Lei de Orgânica do Distrito Federal: da Organização dos Poderes – Poder Legislativo e Poder Executivo.
Atos administrativos: conceito, requisitos, atributos, classificação, espécies. Invalidação dos atos administrativos. 
	Atos adm.
	Conceito
	- Segundo a doutrina majoritária, é toda declaração unilateral do Estado ou de quem lhe faça às vezes (ex: concessionário), expedida em nível inferior à lei (é infralegal), para cumpri-la sob o regime de direito público e sujeito a controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
José dos Santos Carvalho Filho traz conceito semelhante ao abordado acima: “é a exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários, nesse condição, que, sob o regime de direito público, vise à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público”. 
	
	Atributos
	- Presunção de legitimidade
	- Os atos administrativos presumem-se praticados de acordo com o direito (norma jurídica).
	
	
	- pres. De veracidade
	- conformidade dos fatos declarados no ato com a verdade. Presumem-se verdadeiros os fatos invocados pelo Administrador.
	
	
	- imperatividade ou coercibilidade
(também chamado de “PODER EXTROVERSO”)
	- A Administração pode constituir o particular unilateralmente em obrigações. Impõe obrigações ao administrado, unilateralmente, ainda que contra sua vontade e independentemente de prévia autorização judicial. 
	
	
	
	- Revela a força obrigatória ou coativa do ato.
	
	
	- exigibilidade
	- A auto-executoridade é gênero que abrange: exigibilidade (qualidade de exigir que a obrigação imposta seja cumprida, sob pena de sanções legais – são os meios de coação indireta, independentemente de prévia autorização judicial. Por exemplo, a imposição de uma multa, aplicada para compelir o particular a cumprir decisão proferida pela Administração); executoridade, que será vista a seguir.
	
	
	- Executoriedade 
	- possibilita a Adm., por seus próprios meios, executar os seus próprios atos, conferindo-lhes plena efetividade, sem a necessidade de autorização judicial. Segundo a doutrina, ocorre essa possibilidade em dois casos: quando a lei expressamente autoriza; nos casos de urgência, para proteção do interesse público. 
	
	
	- Tipicidade
	-exige que o ato administrativo tenha previsão legal. Como os atos administrativos são infralegais, devem corresponder a modelos previstos em lei (circulares, instruções, decretos, aprovações etc.). 
	Perfeição, validade e eficácia do ato adm
	- perfeição
	- o ato adm é perfeito quando exauridas as fases necessárias à sua produção, ou seja, quando exauridoseu ciclo de formação.
	
	- Validade
	- o ato adm é válido quando expedido em absoluta conformidade com o sistema normativo. Resulta da conformidade do ato com a lei ou com outro ato de grau mais elevado.
	
	- eficácia
	- é eficaz quando apto a produzir efeitos. José dos Santos Carvalho afirma que “Se o ato completou seu ciclo de formação, podemos considerá-lo eficaz, e isso ainda que dependa de termo ou condição futuros para ser executado”. 
	Elementos / requisitos ou pressupostos de validade do ato administrativo
	1-sujeito competente
	- o agente público que tem atribuições para a prática do ato. Competência é o feixe de atribuições, cometidas por lei, a determinado órgão ou agente. 
Delegação e avocação => Não obstante haja essa rigidez na conformação da competência, pode a norma autorizar que um agente transfira a outro, normalmente de plano hierárquico inferior, funções que originalmente lhe são atribuídas. Como exemplos de funções indelegáveis temos o art. 13, da Lei 9.784/99, que veda delegação da atos de caráter normativo, de decisão de recurso administrativo ou quando as matérias são da competência exclusiva do órgão ou da autoridade (outros exemplos de atos indelegáveis: art. 84, CF/88, salvo o § único, que admite delegação). Avocação é o fenômeno oposto: ato delegado é avocado pelo delegante.
	
	2-finalidade pública
	- é o resultado ou interesse que se busca alcançar com a prática do ato. A finalidade por ser: mediata ou imediata. A mediata é que é a finalidade como requisito do ato administrativo, que é sempre a satisfação do interesse público. A imediata é o conteúdo, que muda a cada ato administrativo. 
A finalidade (interesse público) é alcançada quando o agente atua nos estritos limites da norma..
	
	3-forma prescrita em lei
	- é o modo de exteriorização do ato, seu revestimento exterior. É a maneira como se exterioriza a declaração do Estado ou de quem lhe faça as vezes. 
Costuma se afirmar que a forma é elemento vinculado, mas o art. 22, da Lei9.784/99 mudou isso e hoje a forma é ato, de regra, livre, ou seja, só depende de forma quando a lei exigir. 
	
	4-motivo
	O motivo é a razão que enseja, que impulsiona a prática do ato. Ou seja: é o pressuposto de fato ou de direito que autoriza ou exige a expedição do ato administrativo. 
Quando há vício de motivo? Quando é falso ou inexistente. É falso quando havia o pressuposto, mas não é o que a Administração leva em conta; e é inexistente quando não havia pressuposto nenhum. Motivo x Motivação => não se confundem. A motivação, é a explicitação dos motivos. Prevalece que só os atos previstos no art. 50, da Lei 9784/99, necessitam ser motivados.
	
	5-conteúdo 
	A maioria dos autores dizem que conteúdo é sinônimo do objeto. A posição majoritária não diferencia objeto de conteúdo, sendo “o objetivo imediato da vontade exteriorizada pelo ato” (ex: o ato de nomeação tem como objeto a admissão do indivíduo no serviço público). 
	
	Há autores, entretanto, que acrescentam a estes 5 elementos, mais 2, quais sejam
	
	6-conteúdo 
	- seria a própria disposição jurídica do ato, enquanto o objeto seria a coisa ou a relação sobre a qual o ato recai
	
	7-causa (Celso Antônio)
	A correlação lógica entre o motivo do ato e seu conteúdo à luz de sua finalidade. Causa não é elemento ou pressuposto, mas exigência de razoabilidade. 
OBS: Sobre delegação e avocação: “Para evitar distorções no sistema regular dos atos administrativos, é preciso não perder de vista que tanto a delegação como a avocação devem ser consideradas como figuras excepcionais, só justificáveis ante os pressupostos que a lei estabelecer. Na verdade, é inegável reconhecer que ambas subtraem de agentes administrativos funções normais que lhes foram atribuídas. Por esse motivo, é inválida qualquer delegação ou avocação que, de alguma forma ou por via oblíqua, objetive a supressão das atribuições do círculo de competência dos administradores públicos” (José dos Santos Carvalho). 
	Classificação dos atos adm (José dos Santos Carvalho)
	1) simples (emana da vontade de um só órgão ao agente administrativo)
	
	2) complexo (exige a manifestação de mais de um agente ou órgão, mas havendo certa autonomia, ou conteúdo próprio em cada manifestação – ex: investidura de Ministro do STF, que se inicia com manifestação do Presidente da República e se completa com o Senado – art. 101, § único, CF)
	
	3) composto (não se compõem de vontades autônomas, embora múltiplas – ex: autorização sujeita a outro ato confirmatório, que é o visto da autoridade superior. Há uma só vontade autônoma, sendo a outra meramente instrumental)..
	
	4) gerais ou normativos - regulam quantidade indeterminada de pessoas numa mesma situação jurídica (instruções normativas etc.).
	
	5) individuais ou concretos – destinatários individualizados (licença para construção, decreto expropriatório etc.)
	
	6)constitutivos – cria, modifica ou extingue direitos (revogação, sanção disciplinar etc.)
	
	7)declaratórios – declara situação preexistente (ato que constata de irregularidade em órgão administrativo etc.)
	
	8) meramente enunciativos – indicam juízos de valor, mas sem conteúdo de caráter decisório (pareceres etc.). Tais atos não são considerados típicos atos administrativos por alguns autores.
	
	9) discricionários – a lei autoriza o agente a proceder a uma avaliação de conduta, dando certa liberdade de escolha dentre alternativas igualmente justas, mas sempre tomando em consideração a inafastável finalidade do ato (o fim legal – é o limite da discricionariedade).
	
	10) vinculados – a lei não dá margem de liberdade de escolha ao agente (ex: licença para exercer profissão regulamentada por lei – se o administrado preenche os requisitos, não pode o agente negar a licença)
	 Espécies quanto ao conteúdo (José dos Santos)
	- Autorização (ato administrativo pelo qual a Administração consente que particular utilize bem publico ou exerça atividade no seu próprio interesse – esse final que diferencia a autorização da permissão. É também ato discricionário e precário.
	
	- permissão (ato discricionário e precário pelo qual a Administração consente que o particular execute serviço de utilidade pública ou utilize privativamente bem público. Em que pese essa definição clássica, atualmente a legislação vem modificando o instituto, podendo-se falar em dois “tipos” de permissão: 1) de uso de bens públicos, tendo as características clássicas (unilateral, discricionário e precário) / 2) de serviços públicos, tendo natureza diversa da clássica (contrato administrativo e vinculado,já que exige licitação – art. 175, CF/ 88 c/c art. 40, L. 8987/95). 
	
	- licença (ato vinculado por meio do qual a Administração confere ao interessado consentimento para o desempenho de certa atividade – através desse ato o Poder Público exerce o poder de polícia fiscalizatório). Caracteres: ato vinculado / provocado (Adm. não age ex officio) / natureza declaratória (o direito do administrado preexiste à licença, mas só se legitima após a licença ser concedida).\
	
	- admissão (ato administrativo que confere ao indivíduo, desde que preencha os requisitos legais, a receber serviço público – ex: admissão em escolas ou universidades públicas). Caractere: é vinculado (preenchido os requisitos, faz jus).
	
	- aprovação (manifestação discricionária do administrador sobre outro ato, podendo ser prévia ou posterior – ex: art. 52, III, CF/88 é prévia / art. 49, IV, CF/88 é posterior)
	
	- homologação (ato viculado e a posteriori – contudo, há casos em que a lei, impropriamente, dá caráter discricionário à homologação, como na “homologação de licitação”).
	
	- visto (condição de eficácia do ato que o exige, limitando-se a verificar a legitimidade formal do outro ato – ex: ato de “A”, dirigido a “C”, é examinado e aposto visto por “B”). 
OBS: Estes três últimos atos são considerados espécies de um gênero: atos de confirmação.Espécies quanto à forma
	- decretos e regulamentos (os primeiros provêm de manifestação do Chefe do Executivo, resultante de competência administrativa específica – art. 84, IV, CF/88, qual seja, dar curso à fiel execução das leis. Já os regulamentos são meros apêndices de outros atos, mais comumente de decretos, e são postos em vigência por decretos. 
	
	- instruções (instruções, portarias, circulares, ordens de serviço, provimentos e avisos têm a mesma função: servem para que a ADM. organize suas atividades e seus órgãos, sendo, por isso, chamados “atos ordinatórios”).
	
	- portaria
	
	- resoluções (atos, normativos ou individuais, emanados de autoridades de elevado escalão, como Ministros ou Secretários de Estado, que possui como conteúdo matérias de suas competências específicas, ditadas pela lei).
	
	- circular
	
	- ordem de serviço
	
	- alvará (instrumento formal pelo qual a Adminitração expressa aquiescência no sentido de ser desenvolvida certa atividade pelo particular. Seu conteúdo é o consentimento dado pelo Estado, por isso se fala em alvará de licença, alvará de autorização etc.).
	
	- despacho (atos administrativos praticados no curso de processos administrativos, sendo, contudo, mais amplos que os judiciais, pois podem ter caráter decisório).
	
	- parecer administrativo (opiniões de agente administrativos sobre matéria submetida à sua apreciação. Pode ser: facultativo/obrigatório. Nenhum dos dois gera responsabilidade do parecerista, salvo se agir com dolo, não obstante algumas leis específicas – ex: Lei 8666/93, art. 38 – apontem para responsabilidade solidária deste. 
Por fim, fala-se de parecer normativo, que seria o parecer que, por esgotar o tratamento de determinada matéria, o administrador resolve estendê-lo a todas hipóteses idênticas. Contudo, na verdade não é o parecer que é normativo, mas o ato do administrador que decide transformá-lo em ato normativo).
	
	- ofício (atos formais, rotineiros, através dos quais as autoridades administrativas se comunicam entre si ou com terceiros. Pode conter solicitações, recomendações, imposições ou meras informações). 
Extinção e Invalidação do ato administrativo
	
Extinção dos atos administrativos
	Os eficazes extinguem-se pelo:
	1) cumprimento do efeitos jurídicos ou extinção natural (é a chamada CESSAÇÃO) 
	a) esgotamento do conteúdo jurídico do ato (ex: servidor recebeu 30 dias de férias e gozou deles).
	
	
	
	b) desaparecimento da pessoa ou do objeto da relação jurídica que o ato constitui (ex: morre o destinatário do ato)
	
	
	
	c) implemento de uma condição resolutiva ou de um termo final
	
	
	
	
	
	
	2) retirada do ato em razão da prática de outro ato (as formas de retirada dependem da manifestação de vontade da Adm.)
	a) revogação
	
	
	
	b) invalidação
	
	
	
	c) cassação (forma de retirada do ato adm. válido, expedido validamente, como punição ao destinatário que passou a se comportar de maneira a violar as normas)
	
	
	
	d) caducidade (em Dir. Adm., tem 3 significados – em matéria de desapropriação, de ato adm. e de contrato de concessão. No pertinente à caducidade do ato adm., é a forma de retirada que se dá porque legislação nova impede a permanência da situação – ex: autorização para estacionar veículo em bem público, se o bem é afetado para construir hospital, não há como subsistir – obs: o ato adm. tem que ser precário para admitir extinção por caducidade). 
	
	
	
	e) contraposição ou derrubada (forma de retirada que se dá com a expedição de ato posterior que se contrapõe ao 1º. É residual, ou seja, será todo caso que não se inclua nos outros).
	
	
	4) renúncia (assim como a recusa, depende de manifestação do particular destinatário do ato. Na renúncia, como é forma de extinção de ato adm. eficazes, ocorre quando o particular abre mão de situação que já gozava frente à Adm.)
	Revogação 
	- É a extinção, com efeitos ex nunc (futuro) do ato administrativo válido ou de seu efeitos válidos, por outro ato adm., por ter se tornado inconveniente ou inoportuno. 
	
	
Limites ao poder de revogar: 1) pode ser irrevogável, se a lei assim estabelecer; 2) atos que exauriram seus efeitos não podem ser revogados, por pura inutilidade, já que são ex nunc; 3) atos vinculados não podem, já que não cabe juízo de conveniência ou oportunidade (Obs: já dissemos que o STF admite revogação de licença para construir antes de começada a obra, o que gera uma exceção à regra); 4) atos enunciativos também não podem ser revogados, já que os efeitos deles decorrem de lei e não da vontade da Adm. (ex: uma certidão de que eu trabalhei na Adm. por “x” anos não pode ser revogada depois); 5) atos isolados de um procedimento administrativo (ou revoga todo o procedimento ou não revoga nada, já que são atos que precluem); 6) atos que produziram direitos adquiridos não podem ser revogados.
Dever de indenizar: existe se houver prejuízo.
	invalidação
	- é a extinção, com efeitos ex tunc (retroativamente), do ato administrativo inválido ou de seus efeitos inválidos, causada por outro ato administrativo, por razões de legalidade. 
	
	- Competência: aqui, pode invalidar tanto a Adm. como o Judiciário (no exercício do poder jurisdicional). A Adm. pode invalidar ex officio ou por provocação; o Judiciário só por provocação.
Efeitos: tradicionalmente, diz-se ser ex tunc, mas há tendência moderna de modular os efeitos, em nome da segurança jurídica, admitindo efeitos ex nunc e até pro futuro.
No caso de o administrado estar de boa-fé, o prazo para a Adm. anular é de 5 anos, sob pena de decadência (art. 54, L. 9784/99) 
Já no caso de má-fe do administrado, a doutrina majoritária diz que não há prazo para a Adm. anular. Contudo, José dos Santos e outros falam que não só o decurso do tempo é limite para invalidação, mas também a “consolidação dos efeitos produzidos.
 
Convalidação: Corresponde à expedição de outro ato corrigindo os vícios sanáveis, com efeitos retroativos. Não há convalidação tácita. Quais os vícios do ato sanáveis?? Os de forma e de competência. Mas nem sempre. Os de competência só podem ser convalidados quando ela poderia ser delegada (para saber isso, é só ver quando cabe delegação – art. 13, L. 9784/99). Já quanto aos vícios de forma, podem ser convalidados quando não interfiram na essência do ato.
Espécies de convalidação: ratificação (correção do vício pela mesma autoridade) e confirmação (correção do vício por autoridade distinta). 
Competência para convalidar: A pergunta que se costuma fazer é: Só a Administração tem competência para convalidar ou o Judiciário também pode? Para responder, deve-se, preliminarmente, saber se a convalidação é ato vinculado ou discricionário. A Lei 9784 parece indicar que a convalidação é ato discricionário, pois o art. 55 traz as expressões “poderão” e “pela própria Administração”, mas os autores (sobretudo Weida Zancaner e Celso Antônio) interpretam que “quando a Administração pode convalidar, na verdade deve convalidar”. Portanto, de regra, a convalidação é ato vinculado, podendo o prejudicado acionar o Judiciário quando a Adm. não convalidar ato que “poderia” (deveria) convalidar.
 
A regra é a natureza vinculada da convalidação, podendo o Judiciário convalidar ato que deveria ter sido convalidado pela Adm., excepcionando a situação de ato discricionário
 praticado por agente incompetente, quando a convalidação é ato discricionário.
Efeitos da convalidação: são ex tunc, já que o objetivo é que o ato que padece de vício sanável tenha seus efeitos preservados. Retroage à data da expedição do ato. 
Limites da convalidação: Os 2 limites são: 1) impugnação do ato; 2) decurso do tempo. No 1º caso, ocorre quando 3º prejudicado impugna o ato. No 2º caso, ocorre quando a Adm. não pode mais anular o ato (regra do prazo para anular: 5 anos – art. 54, Lei 9784). Ora, se se passou o prazopara anular, não há mais interesse em convalidar, pois seria inócuo o ato de convalidação.
Convalidação, conversão e reforma: A conversão é a transformação de um ato com vício de conteúdo em outro ato sem tal vício, de modo a preservar-lhe	 os efeitos. Este ato, por conter vício de conteúdo, não pode ser convalidado (só é possível convalidar vício de forma ou de competência, como foi visto anteriormente). 
Já a reforma é apenas a alteração de ato que não contém vício algum. Neste caso, os efeitos, obviamente, são ex nunc, já que não havia vício anteriormente. 
Teoria dos motivos determinantes. 
Já se falou acerca da diferença entre motivo e motivação. A motivação, como se viu, é a explicitação dos motivos. Prevalece que só os atos previstos no art. 50, da Lei 9784/99, necessitam ser motivados. Então, se o ato não se encontra previsto no art. 50, da referida lei, não necessita ser motivado. 
Digamos, porém, que ato fora do rol do art. 50 seja motivado. Nesse caso, a Adm. ficará vinculada à existência e veracidade do motivo explicitado. Portanto, sendo falso ou inexistente o motivo, o ato será nulo. 
Nisto consiste a teoria dos motivos determinantes: desenvolvida no direito francês, baseia-se no princípio de que o motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade. Segundo Carvalho Santos, a aplicação mais importante desse princípio incide sobre os atos discricionários, por possuir uma maior amplitude de ação. 
Contratos administrativos. Execução, inexecução, revisão e rescisão de contrato administrativo. 
	Contrato administrativo
	- “contrato administrativo é o ajuste de vontades, celebrado entre a Administração Pública e um particular, com a estipulação de obrigações recírpocas para a consecução de finalidade de interesse público, reconhecendo-se ao contratante a prerrogativa de instabilizar o vínculo (jus variandi) e, ao contratado, o direito à manutenção do equilíbrio econõmico-financeiro”. A parte final traz as duas principais características: prerrogativa de instabilizar o vínculo x manutenção do equilíbrio econômico-financeiro.
Importante mencionar que, embora o conceito se refira ao contratado como um particular, eventualmente pode ser o contratado uma pessoa administrativa. Contudo, as prerrogativas serão do contratante, equiparando-se o contratado pessoa administrativa ao particular. 
	Características dos contratos administrativos
	1) é contrato de adesão (contratado não tem oportunidade de discutir com a Adm. as cláusulas, vez que, de regra, há licitação prévia, que traz a minuta do contrato no instrumento convocatório – art. 40, §2º, inciso III, L. 8666/93. Mas, mesmo nos casos de dispensa e inexigibilidade, onde não há licitação, esta característica se mantém).
	2) finalidade pública (decorre dos princípios basilares da Adm. – supremacia do interesse público sobre o privado // indisponibilidade, pela Adm., do interesse público e bens públicos).
	3) obediência à forma prescrita em lei 
	4) procedimento legal
	5) natureza intuitu persone (não significa que é personalíssimo, mas que o contratado foi escolhido de acordo com suas características pessoais, de acordo com a melhor qualificação para atender ao interesse público, verificada na licitação. Esta característica traz como conseqüência a regra da impossibilidade de subcontratação do objeto do contrato, salvo se houver previsão no edital e no contrato e a Adm. consentir – arts. 72 e 78, VI, Lei 8666/93).
	6) presença de cláusulas exorbitantes (também chamadas “derrogatórias” ou “de privilégios”)
(PRINCIPAL CARACTERÍSTICA) 
	- exigência de garantia (desde que previsto no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. É o contratado quem escolhe a garantia – v. art. 56, caput c/c §1º). 
	
	- alteração unilateral (A Adm. pode, unilateralmente, modificar o objeto do contrato, de duas formas: qualitativa e quantitativamente, respeitados os limites legais – arts. 65, I, “a” e “b” c/c §1º, Lei 8666/93. Tais limites não são apenas para alterações quantitativas, mas também qualitativas, segundo entendimento dominante, inclusive no TCU). 
- Aliada a esta cláusula exorbitante, vem uma contrapartida: manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. 
	
	- rescisão ou extinção unilateral (A Adm. pode pôr fim, unilateralmente, ao contrato, sem precisar recorrer ao Judiciário e sem precisar do consentimento do contratado. Os casos em que isto pode ocorrer são: ilegalidade (art. 59) / razões de interesse público, ou seja, revogação (art. 78, XII) / por inadimplemento do contratado, também chamada culpa do contratado (art. 78, I a XI e XVIII) / força maior e caso fortuito (art. 78, XVII).
	
	- fiscalização 
	
	- aplicação de penalidade (multa, advertência, suspensão temporária e declaração de inidoneidade). 
	
	- anulação 
	
	- ocupação temporária de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, quando o ajuste visa à preservação de serviços essenciais (visa evitar a descontituidade destes serviços – art. 58, V)
	
	- restrição ao emprego da cláusula da exceção do contrato não cumprido – exceptio non adimpleti contractus 
	Duração e prorrogação do contrato administrativo
	- art. 57, § 3º da lei 8666/93 – é vedado o contrato com prazo de vigência INDETERMINADO 
	- em regra, a duração dos contratos adm ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários (dura, portanto, de regra, 1 ano), salvo disposição legal em contrário – art. 57, caput, Lei 8.666/93. 
	Extinção do contrato administrativo
	- rescisão unilateral Obs: Questiona-se se o TCE ou TCU poderia extinguir o contrato adm., por conta da previsão do art. 71, X, c/c §1º e 2º, da CF/88 – o STF já decidiu que não, só pode sustar ato, não contrato adm., muito menos extinguir. Não obstante, autores ligados ao Tribunal de Contas, como Ulysses Jacobi, que é do TCDF, entendem que pode sim. 
	- rescisão amigável 
	- rescisão judicial (ocorre por iniciativa do contratado, sempre exigindo provocação do Judiciário – incisos XII a XVI, art. 78). 
OBS: Nesta modalidade, também pode provocar a rescisão o MP (via Ação Civil Pública) ou qualquer cidadão (via Ação Popular), nos casos de ilegalidade, ou seja, quando há vícios no contrato adm. ou na precedente licitação. 
	- inexecução sem culpa (álea extraordinária administrativa – fato da adm. e fato do príncipe // álea extraordinária econômica – teoria da imprevisão, interferências imprevistas, caso fortuito e força maior). 
	- fato do príncipe (o Estado, mediante ato lícito, modifica as condições do contrato, provocando prejuízo ao contratado. Aqui, o ato do Estado é de repercussão geral.
Prevalece a posição de que o fato deve emanar da mesma pessoa jurídica que celebrou o ajuste,.
Conseqüência: o contratado tem direito à revisão do contrato, para preservar o equilíbrio econômico-financeiro e, não sendo possível, tem direito à rescisão do contrato sem culpa). 
	
	- Fato da Administração (Aqui é o comportamento da Administração na qualidade de parte contratante que torne difícil ou impossível a execução do contrato. 
Conseqüência: a mesma do Fato do Príncipe). 
	
	- teoria da imprevisão (eventos excepcionais e imprevisíveis, não decorrentes de ato da Adm., que subvertem a equação econômico-financeira do pacto. O fundamento dessa teoria é a cláusula rebus sic stantibus, que significa que a obrigatoriedade do cumprimento do pacto pressupõe a inalterabilidade da situação fática..
Conseqüência: a mesma das anteriores. 
	Concessão de serviço público –Lei 8.987/95 – art. 2º, II
	- é contrato adm, por meio do qual a admP DELEGA a prestação de serviços públicos, mediante licitação, na modalidade de CONCORRÊNCIA, à pessoa JURÍDICA ou CONSÓRCIO DE EMPRESAS que demonstre CAPACIDADE para seu desempenho, por sua CONTA e RISCOe por PRAZO DETERMINADO. 
	- extingue-se a concessão de serviço público pelo
- art. 35
	- a) advento do termo contratual
	
	- b) encampação
	
	- c) caducidade
	
	- d) rescisão
	
	- e) anulação
	
	- f) falência ou extinção da empresa concessionária e 
	
	- g) falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.
	Encampação – art. 27
	É a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização.
	caducidade
	Decorre da inexecução total ou parcial do contrato.
	Rescisão – art. 39
	Poderá ser requerida por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. 
- os serviços só poderão ser interrompidos ou suspensos, após o trânsito em julgado de decisão judicial. 
	Rescisão amigável
	- é sustentação doutrinária – não há na lei. 
	Reversão – art. 35, §§ 1º e 2º
Art. 36
	Uma vez extinta a concessão, os bens concessionário aplicados ao serviço público são passados para o poder concedente
	Permissão de serviço público
	é um contrato através do qual a admP DELEGA, a título PRECÁRIO e mediante LICITAÇÃO a prestação de serviços públicos à pessoa FÍSICA ou JURÍDICA que demonstre CAPACIDADE para seu desempenho, POR SUA CONTA E RISCO. 
É CONTRATO DE ADESÃO 
É delegação a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, ... art. 2º, IV. 
	Aplicam-se às permissões as mesmas regras das concessões – art. 40 §u
	Concessão de obra pública
	- é o contrato adm pelo qual a admP DELEGA a outrem a execução de uma obra pública para que a execute por sua CONTA E RISCO, mediante remuneração paga pelos BENEFICIÁRIOS da obra ou obtida em decorrência da exploração dos serviços ou utilidades que a obra proporciona.
	Contrato de parceria público-privada Rege-se pela Lei nº 11.079/04
	- PPP é um contrato adm de CONCESSÃO, que pode assumir as seguitnes modalidades
	a) patrocinada ou
	
	b) administrativa.
	CONCESSÃO PATROCINADA
	- é contrato de CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS ou de OBRAS PÚBLICAS de que trata a Lei nº 8.98795, quando envolver ADICIONALMENTE à tarifa cobrada dos usuários, CONTRAPRESTAÇÃO PECUNIÁRIA do parceiro público ao parceiro privado. 
	CONCESSÃO ADMINISTRATIVA
	- é o contrato de PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS de que a admP seja usuária DIRETA ou INDIRETAMENTE, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. 
	Convênio 
	- não constitui modalidade de contrato.
	- trata-se de uma avenca entre o PODER PÚBLICO e ENTIDADE PÚBLICAS ou PRIVADAS para a realização de objetivos de interesse comum, mediante mútua colaboração.
	Consórcio administrativo
	- é acordo de vontades entre duas ou mais pessoas jurídicas públicas, da mesma natureza e mesmo nível de governo ou entre entidades da Adm. Indireta para a consecução de objetivos comuns.
	- A Lei nº 11.107 de 06 de abril de 2005, dispôs sobre normas gerais para a União , os Estados, o DF e os Municípios contratarem CONSÓRCIOS PÚBLICOS para a realização de OBJETIVOS DE ITNERESSE COMUM.
	- segundo a Lei em tela, o CONSÓRCIO público constituirá ASSOCIAÇÃO PÚBLICA ou PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO, formalizado por CONTRATO precedido, necessariamente, de SUBSCRIÇÃO DE PROTOCOLO DE INTENÇÕES, cujos OBJETIVOS serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os limites constitucionais, destacando-se a GESTÃO ASSOCIADA DE SERVIÇOS PÚBLICOS. 
Lei de Orgânica do Distrito Federal: Organização dos Poderes - Poder Legislativo - Poder Executivo. 
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 53. São Poderes do Distrito Federal, independentes e harmônicos entre si, o Executivo e o Legislativo.
§ 1º É vedada a delegação de atribuições entre os Poderes.
§ 2º O cidadão, investido na função de um dos Poderes, não poderá exercer a de outro, salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica. 
CAPÍTULO II
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
Da Câmara Legislativa
Art. 54. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa, composta de Deputados Distritais, representantes do povo, eleitos e investidos na forma da legislação federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos, iniciando-se com a posse dos eleitos.
Art. 55. A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem sede em Brasília, Capital da República Federativa do Brasil.
Parágrafo único. Poderá a Câmara Legislativa reunir-se temporariamente, em qualquer local do Distrito Federal, por deliberação da maioria absoluta de seus membros, sempre que houver motivo relevante e de conveniência pública ou em virtude de acontecimento que impossibilite seu funcionamento na sede.
Art. 56. Salvo disposição em contrário da Constituição Federal e desta Lei Orgânica, as deliberações da Câmara Legislativa e de suas comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros, em votação ostensiva. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 47, de 2006.)�
Parágrafo único. Quando o sigilo for imprescindível ao interesse público, devidamente justificado, a votação poderá ser realizada por escrutínio secreto, desde que requerida por partido político com representação na Câmara Legislativa e aprovada, em votação ostensiva, pela maioria absoluta dos Deputados Distritais. 
(...)
Art. 60. Compete, privativamente, à Câmara Legislativa do Distrito Federal:
(...)
VI – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, configurando crime de responsabilidade sua reedição;
VII – fixar, para cada exercício financeiro, a remuneração do Governador, Vice-Governador, Secretários de Estado do Distrito Federal e Administradores Regionais, observados os princípios da Constituição Federal; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)�
VIII – fixar a remuneração dos Deputados Distritais, em cada legislatura, para a subseqüente;
IX – solicitar intervenção federal para garantir o livre exercício de suas atribuições, nos termos dos arts. 34, IV, e 36, I, da Constituição Federal;
(...)
XIV – convocar Secretários de Estado, dirigentes e servidores da administração direta e indireta do Distrito Federal a prestar pessoalmente informações sobre assuntos previamente determinados, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificativa adequada ou o não atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas, nos termos da legislação pertinente; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)�
XV – julgar anualmente as contas prestadas pelo Governador e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos do governo;
(...)
XIX – suspender, no todo ou em parte, a execução de lei ou ato normativo declarado ilegal ou inconstitucional tanto pelo Supremo Tribunal Federal quanto pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal nas suas respectivas áreas de competência, em sentenças transitadas em julgado;
(...);
XXII – declarar a perda do mandato do Governador e do Vice-Governador;
XXIII – autorizar, por dois terços dos seus membros, a instauração de processo contra o Governador, o Vice-Governador e os Secretários de Estado; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)�
XXIV – processar e julgar o Governador nos crimes de responsabilidade, bem como adotar as providências pertinentes, nos termos da legislação federal, quanto ao Vice-Governador e Secretários de Estado, nos crimes da mesma natureza ou conexos com aqueles; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)�
XXV – processar e julgar o Procurador-Geral nos crimes de responsabilidade;
(...)
XXVIII – aprovar previamente a alienação de terras públicas com área superior a vintee cinco hectares e, no caso de concessão de uso, com área superior a cinqüenta hectares;
(...)
XXXI – declarar a perda de mandato de Deputado Distrital, como prevê o art. 63, § 2º;
(...)
XXXIV – apreciar vetos, observando, no que couber, o disposto nos arts. 66 e 67 da Constituição Federal;
XXXV – aprovar previamente a indicação de presidente de instituições financeiras oficiais do Distrito Federal;
(...). 
Seção III
Dos Deputados Distritais
Art. 61. Os Deputados Distritais são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Artigo e parágrafos com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 48, de 2007)�
§ 1º Os Deputados Distritais, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
(...)
§ 6º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
(...)
Seção IV
Do Funcionamento da Câmara Legislativa
Subseção I
Das Reuniões 
Art. 65. A Câmara Legislativa reunir-se-á, anualmente, em sua sede, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.
(...)
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, nem encerrada sem a aprovação do projeto de lei do orçamento.
(...)
Seção V
(...)
Subseção I
Das Emendas à Lei Orgânica
Art. 70. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Legislativa;
II – do Governador do Distrito Federal;
III – de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no mínimo, por um por cento dos eleitores do Distrito Federal distribuídos em, pelo menos, três zonas eleitorais, com não menos de três décimos por cento do eleitorado de cada uma delas.
§ 1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, e considerada aprovada se obtiver, em ambos, o voto favorável de dois terços dos membros da Câmara Legislativa.
(...)
Art. 75. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta dos Deputados da Câmara Legislativa e receberão numeração distinta das leis ordinárias.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, constituirão leis complementares, entre outras:
I – a lei de organização do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
II – o estatuto dos servidores públicos civis;
III – a lei de organização da Procuradoria-Geral do Distrito Federal;
IV – a lei do sistema tributário do Distrito Federal;
V – a lei que dispõe sobre as atribuições do Vice-Governador do Distrito Federal;
VI – a lei que dispõe sobre a organização do sistema de educação do Distrito Federal;
VII – a lei de organização da previdência dos servidores públicos do Distrito Federal;
VIII – a lei que dispõe sobre o plano diretor de ordenamento territorial do Distrito Federal;
IX – a lei que dispõe sobre a Lei de Uso e Ocupação do Solo; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)
X – a lei que dispõe sobre o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)
XI – a lei que dispõe sobre o Plano de Desenvolvimento Local. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)
(...)
Seção VI
Da Fiscalização Contábil e Financeira
Subseção I
Das Disposições Gerais
(...)
Art. 78. O controle externo, a cargo da Câmara Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, ao qual compete:
(...)
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Câmara Legislativa, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá da questão.
(...)
CAPÍTULO III
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
Do Governador e Vice-Governador
Art. 89. São condições de elegibilidade para Governador e Vice-Governador do Distrito Federal:
I – nacionalidade brasileira;
II – pleno exercício dos direitos políticos;
III – domicílio eleitoral na circunscrição do Distrito Federal pelo prazo fixado em lei;
IV – filiação partidária;
V – idade mínima de trinta anos;
VI – alistamento eleitoral.
(...)
Art. 93. Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou de vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o Presidente da Câmara Legislativa e o seu substituto legal.
Art. 94. Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador do Distrito Federal, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga, devendo os eleitos completar o período de seus antecessores, na forma do art. 81 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador do Distrito Federal, ou vacância dos respectivos cargos, no último ano do período governamental, serão sucessivamente chamados para o seu exercício, em caráter definitivo no caso de vacância, o Presidente da Câmara Legislativa, o Vice-Presidente da Câmara Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 37, de 2002.)�
(...)
Das Atribuições do Governador
Art. 100. Compete privativamente ao Governador do Distrito Federal:
I – representar o Distrito Federal perante o Governo da União e das Unidades da Federação, bem como em suas relações jurídicas, políticas, sociais e administrativas;
II – nomear, observado o disposto no caput do art. 244 e em seu parágrafo único, os membros do Conselho de Educação do Distrito Federal;
III – nomear e exonerar Secretários de Estado; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)�
IV – exercer, com auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior da administração do Distrito Federal; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)�
V – exercer o comando superior da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, e promover seus oficiais;
VI – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
VII – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
VIII – nomear, na forma da lei, os Comandantes-Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, bem como o Diretor da Polícia Civil;
IX – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
X – dispor sobre a organização e o funcionamento da administração do Distrito Federal, na forma desta Lei Orgânica;
(...)
XIII – nomear e destituir o Procurador-Geral do Distrito Federal, na forma da lei;
(...)
XV – nomear e destituir presidente de instituições financeiras controladas pelo Distrito Federal, após a aprovação pela Câmara Legislativa, na forma do art. 60, XXXV;
XVI – enviar à Câmara Legislativa projetos de lei relativos a plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, dívida pública e operações de crédito;
(...)
XIX – nomear e destituir diretores de sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações mantidas pelo Poder Público;
(...)
\
Seção III
Da Responsabilidade do Governador
Art. 101-A. São crimes de responsabilidade os atos dos Secretários de Estado, dos dirigentes e servidores da administração pública direta e indireta, do Procurador-Geral, dos comandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar e do Diretor-Geral da Polícia Civil que atentarem contra a Constituição Federal, esta Lei Orgânica e, especialmente, contra: 
I – a existência da União e do Distrito Federal;
II – o livre exercício dos Poderes Executivo e Legislativo e das outras autoridades constituídas;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País e do Distrito Federal;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;VII – o cumprimento das leis e decisões judiciais.
§ 1º A recusa em atender a convocação da Câmara Legislativa ou de qualquer das suas Comissões constitui igualmente crime de responsabilidade.
(...)
§ 3º Admitida a acusação constante da denúncia, por maioria absoluta dos deputados distritais, será a autoridade julgada perante a própria Câmara Legislativa.
§ 4º Após admitida a denúncia pela Câmara Legislativa a autoridade será afastada imediatamente de seu cargo.
(...)
(...)
Art. 103. Admitida acusação contra o Governador, por dois terços da Câmara Legislativa, será ele submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas infrações penais comuns, ou perante a própria Câmara Legislativa, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Governador ficará suspenso de suas funções:
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pela Câmara Legislativa.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Governador, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória nas infrações comuns, o Governador não estará sujeito a prisão. (Parágrafo declarado inconstitucional: ADI nº 1020 – STF, Diário de Justiça de 17/11/1995, republicado em 24/11/1995.)
§ 4º O Governador, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. (Parágrafo declarado inconstitucional: ADI nº 1020 – STF, Diário de Justiça de 17/11/1995, republicado em 24/11/1995.)
(...)
. Seção IV
Dos Secretários de Estado
(Título da seção com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)�
Art. 105. Os Secretários de Estado serão escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um anos, no exercício dos direitos políticos. (...)
Art. 107. Os Secretários de Estado serão, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, processados e julgados pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, ressalvada a competência dos órgãos judiciários federais. �
Direito Civil
Conteúdo do Ponto: 	Interpretação da lei. Negócio jurídico. Direito das sucessões: sucessão em geral.
Interpretação da lei: 
Para aplicação das normas são fundamentais: a INTERPRETAÇÃO e a INTEGRAÇÃO. 
a) conceito
A interpretação é a atividade que procura realizar na prática a hermenêutica, é a projeção prática da teoria da interpretação, que se chama hermenêutica (acima, já esclarecemos que interpretação e hermenêutica não se confundem, mas estão interligadas). 
LICC: Artigo 5o. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
c) Tipologias da interpretação
Quanto à origem das interpretações
1) Autêntica (legislativa) - Vem de autos, (própria). Aquele que faz a norma, estabelece sua interpretação por meio de outra norma, donde seu caráter de obrigatoriedade. 
2) Judicial (judiciária, usual) 
3) Doutrinária (doutrinal) – São as opiniões científicas emanadas dos doutrinadores. Não são mais obrigatórias, ao contrário do que se passava em Roma, que dava efeitos vinculantes às opiniões dos jurisconsultos.
Quanto aos processos interpretativos ou aos métodos de interpretação (Caio Mário da Silva fala em interpretação quanto aos elementos das normas jurídicas)
Não há hierarquia em relação aos critérios abaixo, e um não exclui o outro; há, inclusive, quem afirme que não existem várias espécies de interpretação, mas, na verdade, uma INTERPRETAÇÃO ÚNICA, que combina vários métodos de interpretação (FERRARA).
A classificação dos métodos a seguir é uma das mais aceitas:
1) Gramatical (também denominada literal, judaica, farisáica e especiosa) – Foi introduzida na ciência jurídica pelos adep​tos da Escola de Exegese, movimento cultural contemporâneo do Código Napoleônico de 1804.
Consiste em analisar a norma meramente sob o aspecto lingüístico, gramatical, a colocação das palavras na frase, o significado de cada uma delas, etc. 
A interpretação literal não é suficiente, mas é necessária. Primeiro, é preciso saber o que está escrito. Em seguida, parte-se para o processo lógico de interpretação.
2) Lógico – Consiste na ênfase oferecida à analise do texto da norma, em lugar das palavras que compõem o mesmo. Busca des​cobrir o sentido e o alcance da lei independentemente do auxílio de elementos exteriores, aplicando ao dispositivo regras tradicionais e preci​sas, tomadas de empréstimo à lógica geral. Pode ser fracionada em três subespécies: lógico-analítica, lógico-sistemática e lógico-jurídica.
3) Sistemático (sistêmico) – Para quem não vislumbra subdivisão no método lógico, o sistemático tem o mesmo sentido já afirmado acima, ou seja, cuida-se de analisar a norma no sistema em que se insere e que lhe atribui um sentido diferente do que adquiriria se estivesse em um outro processo. 
4) Histórico-evolutiva – deve-se entender a norma dentro do contexto social cambiante. A evolução social deve vir acompanhada de uma evolução no entendimento da norma. 
5) Teleológica (finalista, finalística) – por meio desse processo, tenta-se encontrar o fim último da norma. Toda norma tem uma finalidade social que deve ser levada em conta pelo intérprete. É a única modalidade de interpretação obrigatório no direito brasileiro, pelo contido no art. 5° da lei de introdução ao Código Civil.
Quanto ao resultado
1) Interpretação declarativa ou estrita – é aquela que conclui que a fórmula verbal da norma coincide com a mens legis. 
2) Interpretação abrogante – é a interpretação que leva à conclusão de que a norma foi revogada. Não é o intérprete que a revoga, ele apenas reconhece a revogação.
3) Interpretação retificadora (corretiva) – ocorre ante a existência de erro material. Tem-se que adaptar a norma para que a interpretação não leve a um absurdo.
4) Interpretação restritiva – nela, constata-se que o legislador se utilizou de uma fórmula ampla em demasia para traduzir a mens legis. Então, o intérprete restringe o significado dos termos usados e chega à conclusão que a lei disse mais do que queria (plus dixit quam voluit).
5) Interpretação extensiva – ao contrário do que se passa na interpretação restritiva, entende-se que o sentido da lei foi insuficientemente traduzido pelo envoltório verbal. A lei minus dixit quam voluit.
d) Metodologias (escolas) interpretativas (SÓ PARA QUEM QUISER SE APROFUNDAR NO TEMA E TIVER TEMPO)
Também aqui diverge a doutrina quanto a quais e quantas são. Existem basicamente duas gamas de metodologias, as correspondentes às escolas tradicionais e as chamadas modernas escolas de interpretação.
1) Escolas tradicionais – as escolas tradicionais se valiam preponderantemente ou exclusivamente de um dos processos interpretativos já analisados.
2) Escolas modernas:
Escola da evolução histórica – tem em Raymond Saleilles seu principal teórico. Apregoa que a interpretação deve ser evolutiva, variando no tempo e no espaço. A norma jurídica estaria sempre evoluindo, adaptando-se à sociedade, à ética e a seus valores. Em suma, a lei deve se adaptar ao momento histórico.
Escola da livre investigação – seu mais conhecido defensor foi François Gény. Deve-se aplicar a lei no exato sentido que lhe deu o legislador. Predica-se a busca da mens legislatoris. A denominação da escola não é boa, pois dá a entender que defendia exatamente o contrário do que pensavam seus criadores.
Escola do direito livre – criada por Von Kirchmann, mas aperfeiçoada por Kantorowicz. Por ela, o juiz poderia até julgar contra a lei. Existiria liberdade para se julgar conforme suas próprias convicções de justiça. Ainda tem sua função por conta do ressurgimento do direito alternativo.
Escola da teoria pura do direito – criada por Hans Kelsen. Basicamente, consiste em vislumbrar a leicomo um marco de possibilidades, uma moldura, na qual cabem sempre ao menos duas soluções interpretativas. A escolha por uma das opções seria preocupação da política jurídica, não da ciência do direito. Assim, a relação entre justiça e ciência do direito terminaria por ser meramente acidental, não essencial.
Escola da teoria egológica do direito – partindo de filosofias existencialistas, o jurista argentino Carlos Cossio desenvolveu a chamada teoria egológica do direito. No que toca à interpretação, defendia que se interpretam não as leis, mas os fatos através de conceitos, que são as normas. Seria impossível interpretar as normas sem os fatos.
Negócio jurídico
	
Os autores trazem o gênero Fatos Jurídicos, dos quais são espécies: fatos jurídicos strictu sensu e atos jurídicos lato sensu (que, por sua vez, têm como espécies os atos jurídicos lícitos ou strictu sensu, atos ilícitos e negócios jurídicos). Alguns (doutrina minoritária) isolam os atos ilícitos, entendendo que não fazem parte dos atos jurídicos lato sensu, pois não seriam jurídicos, mas antijurídicos. Pontes de Miranda desenvolveu a categoria do ato-fato jurídico, sendo uma categoria intermediária entre o ato jurídico e o fato jurídicos. Trata-se de uma espécie de fato jurídico em sentido amplo. Trata-se de um comportamento humano que determina a produção de efeitos jurídicos, embora desprovido de consciência ou intenção na sua realização. 
�
Já para o NCC (2002), foi feita uma TRIPARTIÇÃO do gênero FATO JURÍDICO em 03 espécies: a) NEGÓCIO JURÍDICO (artigos 104 a 184); b) ATO JURÍDICO LÍCITO (artigo 185) e c) ATO ILÍCITO (artigos 186 e 187). 
	FATO NÃO JURÍDICO : Sem conseqüência jurídica (o CC/02 não regula, óbvio).
	FATO JURÍDICO 
Com conseqüência jurídica. Todo acontecimento natural ou humano que determina a produção de efeitos na órbita jurídica, ou seja, tem conseqüência jurídica. Acontecimento hábil a modificar, criar ou extinguir direitos. Que seja relevante para o Direito
	FATO JURÍDICO INVOLUNTÁRIO (strictu sensu): Não provocado voluntariamente pelo homem, que gera conseqüências jurídicas (o CC/02 não traz essa categoria sistematicamente, mas fala de forma esparsa, como, por exemplo, quando trata do nascimento com vida e conseqüente aquisição da personalidade jurídica etc.). 
	
	VOLUNTÁRIO
ATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO 
Conduta humana
	ATO ILÍCITO 
Ato praticado é contrário a lei.
	
	
	ATO JURÍDICO LÍCITO / EM SENTIDO ESTRITO 
Trata-se de um simples comportamento humano consciente, de natureza não negocial, e que determina a produção de efeitos legalmente previstos. A PARTE NÃO TEM A LIBERDADE DE ESCOLHER OS EFEITOS. Falta a liberdade negocial, os efeitos são automáticos.
Afasta o elemento vontade para definição da construção do ato, ele sempre decorre de lei (Artigo 185). 
Ex1: estar caminhando e encontrar um tesouro, sem estar procurando nada. 
	
	
	NEGÓCIO JURÍDICO 
É uma declaração de vontade que nasce de um processo complexo de elaboração e, por meio da qual a parte auto-disciplina os efeitos que escolheu e pretende atingir. O negócio jurídico permite a liberdade de escolha dos defeitos que pretende atingir, ou seja, as partes têm autonomia para escolher os efeitos que pretendem produzir. 
Ele é a aplicação do princípio da autonomia da vontade. Há liberdade negocial. Também provoca efeitos jurídicos, mas o indivíduo ao praticar o ato tem como objetivo alcançar os efeitos jurídicos decorrentes. 
Ex1: assinar nota promissória (vinculação cambiária). 
Ressalvas à tabela acima: 
A palavra negócio não leva necessariamente a um contrato bilateral, ou seja, ele pode ser unilateral, como: promissória ou testamento. Mas, evidentemente, pode ser bilateral (contratos).
As regras que serão tratadas adiante (artigos 104 a 184) tratam somente ao negócio jurídico, aplicando-se somente no que couber ao ato jurídico lícito. P. ex., a norma do art. 104, quanto à validade, aplica-se. “Artigo 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior”. 
INGRESSO NO MUNDO JURÍDICO (Teoria originária de Pontes de Miranda)
PLANO DA EXISTÊNCIA
Existência: um negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se, para que seja considerado como tal, o atendimento a certos requisitos mínimos
Engloba o estudo dos elementos constitutivos ou existenciais do negócio jurídico. O CC/02 não traz um capítulo específico para o plano de existência. Sem os elementos o negócio jurídico é um nada, é inexistente. São os elementos do plano de existência (Pablo Stolze):
manifestação da vontade – Manifestação de vontade totalmente ausente, configura a inexistência
agente – pessoa física ou jurídica.
objeto – precisa ter um objeto.
forma – meio pelo qual se exterioriza a vontade, para que exista, o negócio jurídico deve ser manifestado de alguma forma, a forma está ligada à manifestação de vontade, mas ela é um revestimento exterior de vontade.
PLANO DA VALIDADE
Validade: o fato de um negócio jurídico ser considerado existente não quer dizer que ele seja considerado perfeito.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
O plano da validade possui os elementos necessários para a validade, sendo o rol abaixo mais complexo do que o previsto no artigo 104, do CC. Basta pegar os elementos da existência e qualificá-los:
manifestação da vontade – deve ser totalmente livre (a vontade pode existir, mas não ser livre – defeito da coação, por exemplo) e de boa-fé (o dolo é um artifício que engana alguém, daí não há boa-fé, o que interfere na manifestação da vontade). Os defeitos ou vícios do negócio jurídico interferem no ato jurídico no plano de validade.
agente – o agente deve ser capaz e legitimado para a prática do negócio jurídico. A falta de legitimação traduz um impedimento específico para a prática de determinado ato (por exemplo, a outorga conjugal para a alienação de bens móveis).
objeto – o objeto deve ser lícito, possível e determinado ou determinável. Esse assunto tem repercussão em Direito das Obrigações. Em direito civil, considera-se lícito não apenas o que é legal, mas, também, o que é moral, dentro de uma moral de um homem médio (padrão médio de moralidade). Exemplo: a atividade da prostituição não é crime (casa de prostituição é), o contrato celebrado entre a prostituta e o cliente é existente, mas o contrato é inválido, porque não tem um objeto lícito.
forma – é a forma prescrita em lei. No CC/02, há a previsão de liberdade de forma, exceto quando a lei prescrever determinada forma como requisito de validade, o negócio é solene ou formal. 
Artigos correlatos: Artigo 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Artigo 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 (trinta) vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: (...) IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade.
PLANO DA EFICÁCIA
Eficácia: ainda que um negócio jurídico existente seja considerado válido, ou seja, perfeito para o sistema que o concebeu, isto não importa em produção imediata de efeitos, pois estes podem estar limitados por elementos acidentais da declaração
O plano da eficácia estuda os elementos acidentais dos negócios jurídicos: CONDIÇÃO, TERMO, MODO OU ENCARGO, que são fatores que interferem na eficácia dos negóciosjurídicos.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Elementos essenciais (plano da validade) são os requisitos de validade e a manifestação da vontade; há autores que entendem que a manifestação de vontade seja um requisito de existência:
 MANIFESTAÇÃO DE VONTADE
 +
 REQUISITOS DE VALIDADE
MANIFESTAÇÃO DA VONTADE
Pode ser feita de forma expressa (escrita, oral ou gestual) ou de forma tácita (muito em voga, com o direito do consumidor), ela é inferida de um comportamento, podendo sua vontade ser concluída do que comportamento contundente, ou seja, o comportamento que leve à conclusão de que o indivíduo pretende alcançar os efeitos do negócio, 
O silêncio, via de regra, não gera manifestação da vontade, mas em alguns casos (excepcionalmente) pode gerar, pois no direito quem cala, cala, não quer dizer que consente. Por exemplo: 
a aceitação da doação em um prazo, quando assim o convencionar o doador (artigo 539); 
ninguém é obrigado a aceitar a herança, ela pode ser recusada; contudo, qualquer interessado pode, 20 dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de 30 dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita (art. 1807, CC/02). Trata-se de aceitação presumida. 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa 
O silêncio equivale à manifestação de vontade, nas seguintes hipóteses:
Acordo entre as partes, desde que a lei não exija manifestação expressa.
A lei determina que pode ser aceito o silêncio como manifestação de vontade.
Artigo 111, parte final – o silêncio importa anuência quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem e não for necessária a declaração de vontade expressa. USOS: quando se está em uma assembléia, e a manifestação de vontade for solicitada – “quem não se opuser, fique como está”. 
SUJEITO CAPAZ
Não basta somente a capacidade, a pessoa deve estar não impedida para a prática do ato. 
Artigo 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
Se o capaz contrata com o relativamente incapaz não pode alegar o vício da vontade. 
Os menores atualmente fazem pequenos contratos (comprar revistas, andar de ônibus); sobre isso, a doutrina se manifesta das seguintes formas, entre outras:
ato jurídico lícito (em sentido estrito): essas aquisições automáticas que não deixam espaço para auto-regramento, afastam a configuração do negócio jurídico.
negócios jurídicos: a finalidade das regras de incapacidade é a proteção do menor; nesses casos, não é preciso que se aplique a regra protetiva, já que não é malévola ao menor.
autorização implícita: os pais implicitamente autorizaram que o menor praticasse os atos.
Negócio nulo ou anulável (arts. 166, I e 171, I, CC).
OBJETO POSSÍVEL, LÍCITO, DETERMINADO OU DETERMINÁVEL
Lícito é o que não contraria a LEI, a MORAL ou os BONS COSTUMES. 
Possível é sob o aspecto FÍSICO, Trata-se de impossibilidade absoluta, sendo impossibilidade para qualquer pessoa. Note-se que se a impossibilidade for relativa, poder-se-á estar diante de um caso de inadimplemento. 
Determinado ou determinável – p. ex. obrigar-se a entregar um carro, qualquer um, a cláusula é nula, porque, não é determinável, determinável seria dizer que entregaria um carro de sua frota.
Artigo 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
FORMA PRESCRITA OU NÃO PROIBIDA EM LEI
Normalmente, tudo ligado a imóveis exige forma solene. Essa exigência de formas especiais se justifica quando os bens em questão sejam importantes, garantindo a liberdade de manifestação de vontade da parte e facilitando a prova do negócio jurídico. 
Artigo 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Artigo 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 30 (trinta) vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Artigo 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
INTERPRETAÇÃO
A interpretação foi um tema pouco explorado pelo novo CC/02 (artigos 112 a 114)
Artigo 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
A vontade está privilegiada, mas não acima de tudo, é preciso se atentar à intenção do agente, que deve, de alguma maneira, ter se manifestado na declaração, esse foi um abandono da Teoria Pura da Vontade. O NCC conseguiu um equilíbrio entre as Teorias da Vontade e da Declaração, agora, é aplicada a Teoria da Auto-Responsabilidade, que consiste no prestígio da vontade (ainda é uma mola propulsora), atribuindo responsabilidade ao emissor dessa vontade, mas deve-se procurar um lastro na declaração. 
A manifestação de vontade, portanto, constitui conteúdo do negócio jurídico. É preciso configurarem-se dois elementos: a vontade e sua declaração. O que se procura é extrair, dos elementos contidos na declaração, a intenção das partes. Ou seja: não quer dizer que a vontade omitida da declaração deva ser levada em conta. Quer dizer que deve se extrair a vontade dos elementos extraídos da declaração, preocupando-se com a intenção mais que com o sentido literal da linguagem. 
Artigo 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
Essa regra de interpretação é objetiva. A boa-fé que se fala aqui é a OBJETIVA, que em cada livro do CC ela se renova; ela é uma regra de conduta, um padrão de comportamento leal, um modelo de conduta social, verdadeiro standard jurídico, o que se espera de pessoas leais e solidárias, ela é objetiva porque, para verificar se alguém está de boa-fé ou não, não importa mais o que está na cabeça do agente, basta a verificação se sua conduta está adequada ou não ao padrão objetivo ideal. Trata-se de uma manifestação do Princípio da Eticidade (segundo Miguel Reale, os paradigmas do CC/02 são eticidade, socialidade e operabilidade). A boa-fé objetiva desempenha várias funções no CC: desempenha papel de paradigma interpretativo na teoria dos negócios jurídicos (art. 113); assume caráter de controle, impedindo o abuso do direito subjetivo, qualificando-o como ato ilícito (art. 187); finalmente, desempenha atribuição integrativa, pois dela emanam deveres que serão catalogados pela reiteração de precedentes jurisprudenciais (art. 422). 
Aqui, está funcionando como uma regra interpretativa, p. ex., ao invés de buscar a intenção das partes especificamente, o intérprete se abstrai e procura descobrir o que pessoas legais, solidárias e honestas queriam ter dito com as declarações expostas. Entendimento predominante: sempre deve ser feita a interpretação com os aspectos subjetivos; não dando certo, parte-se para os aspectos objetivos (Godoy discorda, acreditando que as duas formas de interpretação devem coexistir).
Artigo 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
	Casos que impõem interpretação estrita, seguindo esta regra geral, oferece o Código na doação (arts. 538 a 564), na fiança (art. 819), na transação (art. 843), na renúncia à prescrição (art. 191), à herança (art. 1806) etc. 
MOTIVO
Estádisposto na parte de “defeitos do negócio jurídico”, mais precisamente no ERRO ou IGNORÂNCIA (art. 138 a 144). Isso porque o motivo que vicia o negócio jurídico configura o “erro quanto ao motivo”. 
Motivo que leva alguém a praticar um negócio jurídico é irrelevante quando permanece na cabeça do indivíduo, mas, se o motivo for expresso como razão determinante da celebração do negócio, haverá a vinculação do negócio jurídico, de modo que, havendo erro quanto ao motivo, nesse caso, haverá defeito do negócio jurídico, como está previsto no artigo 140. 
P. ex., o indivíduo perde a consciência durante o afogamento, ao recobrar sua consciência, encontra pessoa que acreditou que o salvou; assim, o indivíduo decide fazer uma doação por esse motivo, mas não houve salvamento: 1) se foi externado o motivo, e não houve salvamento, a doação perde a validade; 2) se não foi externado o motivo, mesmo com a inexistência de salvamento, a doação é válida.
Artigo 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
RESERVA MENTAL
Artigo 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Parte da doutrina entende que é um vício do negócio jurídico (artigo 110). Alguns autores chamam de “simulação unilateral”. É uma proposital divergência entre a vontade interna e a vontade declarada.
Se a RESERVA MENTAL não for conhecida do destinatário, ela não tem relevância. Somente terá relevância se for do conhecimento do destinatário – nesse caso, a doutrina diverge: alguns entendem que será causa de nulidade; outros entendem que será causa de inexistência (por ausência de manifestação de vontade). 
TIPOS DE RESERVA MENTAL
A reserva mental pode ser dos seguintes tipos:
1) Conhecida: o outro contratante sabe da reserva mental e adere a ela. Esse ato é equiparado à simulação.
2) Desconhecida: o outro contratante desconhece a reserva mental. O ato é existente e subsiste, ou seja, não é capaz de anular o negócio jurídico.
Artigo 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
REPRESENTAÇÃO
Está prevista nos artigos 115 a 120.
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido substabelecidos.
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Há representação quando uma pessoa atua juridicamente em nome de outra. Esse poder resulta da lei ou de concessão pelo interessado. Os atos de representação legal, em regra, têm lugar no âmbito do direito de família, por institutos de proteção da personalidade, que são o poder familiar (art. 1.690), a tutela (art. 1.747, I) e a curatela (art. 1.772). A representação voluntária se dá no campo da autonomia privada, normalmente pela procuração, que a lei qualifica como o instrumento do mandato (art. 653), ou mediante a figura do preposto (art. 1169 e ss.). 
O artigo 120, CC/02, afirma que a representação legal rege-se pelas disposições do respectivo instituto (ex: poder familiar – art. 1630 e ss.), mas também pelas disposições respectivas (arts. 115 a 119). Já a representação convencional rege-se pelo negócio jurídico entabulado entre representante e representado. Submetem-se, todavia, estes às regras legais que disciplinam o referido negócio (previstos na parte especial). 
Pelo artigo 116, se atuar fora de seus poderes, estará atuando ultra vires e aí não vincula o representado. O representado somente se vincula pelo ato do representante, se este houver atuado dentro de seus poderes. Se for legal, a lei estabelecerá quais são os limites de atuação do representante; se for convencional, o instrumento escrito (procuração) estabelecerá quais são esses poderes.
 
Exceção: somente em um caso, o representado se vincula pela manifestação do representante, mesmo atuando ULTRA VIRES: representação putativa, que muito excepcionalmente pode ocorrer no caso de representação voluntária, p. ex., procuração feita sem o conhecimento do representado, porque assinou folha em branco; assim, é preciso que o representado tenha de alguma forma contribuído para o ato, como no exemplo (assinou folha em branco).
Imprecisão técnica cometida pelos dois CCs: A procuração é o instrumento do mandato, isso está errado porque o mandato pode ser até mesmo verbal, na verdade, a procuração é instrumento da representação.
Pelo 119, o representante age de acordo com os poderes que lhe foram outorgados, mas está em desacordo com os interesses do representado (aquele negócio jurídico, naquela situação e condições) – há conflito de interesses. 
Artigo 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesse com o representante, se tal era ou devia ser do conhecimento de quem com ele tratou.
Parágrafo único. É de 180 dias a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista nesse artigo.
Por outro lado, a regra do artigo 117, estabelece que
Artigo 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é ANULÁVEL o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido estabelecidos.
	A regra é a invalidade do contrato consigo mesmo (ou autocontrato), porém é admitido se o autorizar a lei ou o representado. Inexistindo previsão legal ou contratual, é anulável o negócio jurídico que o representante fizer consigo mesmo. O mesmo vício se verificará se realizado pelo representante com o substabelecido. O instituto do autocontrato também é chamado de procuração em causa própria e, consoante a norma, somente é admitida se autorizada pela lei ou pelo representado. 
MODALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO OU ELEMENTOS ACIDENTAIS
Elementos acidentais podem ou não estar nos negócios jurídicos (PLANO DA EFICÁCIA), mas, se estiverem presentes, são obrigatórios. 
Quais atos podem conter elementos acidentais? Responde Sílvio Venosa: “Geralmente, todos os atos com conteúdo econômico permitem a aposição de elementos ditos acidentais. Não podem, no entanto, constar de negócios que digam respeito ao estado das pessoas, aos direitos de família puros, que não admitem restrição”.
São elementos acidentais: 
Condição
Termo
Encargo
CONDIÇÃO (“se” – palavra reveladora)
Há negócios jurídicos que não podem ser subordinados a nenhuma espécie de condição, esta somente é cabível em negócios patrimoniais. Sendo assim, não é cabível condição nos seguintes casos:
Celebração de casamento
Adoção de filho
Reconhecimento de filho
Aceitação ou renúncia de herança
CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES
É importante para a determinação de quais são válidas ou não e quais que prejudicam o negócio jurídico como um todo ou não:
Condições possíveis e impossíveis
	CONDIÇÕES
	CONSEQUÊNCIA
	
 
POSSÍVEIS