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NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 88 
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GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Nutrição Animal 
 
A ÁGUA NA NUTRIÇÃO ANIMAL 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Desde o ano de 400 a.C., a importância da qualidade da água tem sido enfa-
tizada, especialmente por Hipócrates em sua obra Sobre Ares, Águas e Lugares, onde 
ele ressalta a importância da escolha adequada de fontes de água para o abasteci-
mento público, visando a saúde da população. Vivemos em um tempo onde a quanti-
dade de água potável disponível é única e não se renovará, o que nos obriga a pro-
tegê-la e usá-la de forma eficiente, uma vez que cada ser vivo possui o direito inego-
ciável de acessar água pura para sua sobrevivência e crescimento. No entanto, polí-
ticas de desregulamentação e privatização dos recursos hídricos podem ameaçar o 
objetivo global de garantir acesso a água potável e limpa para todas as formas de 
vida. 
No que diz respeito à sustentabilidade e conservação da água, é vital a sen-
sibilização do setor agrícola sobre os perigos do uso excessivo de antibióticos e pes-
ticidas, e a importância de adotar tecnologias que protejam nossos solos, águas su-
perficiais e subterrâneas, já que isso tem um impacto direto na qualidade da água. 
Uma análise mais detalhada mostra que o manejo inadequado de substâncias preju-
diciais ao meio ambiente compromete a sustentabilidade dos recursos hídricos, afe-
tando negativamente a vida de organismos aquáticos e terrestres e contribuindo para 
o aumento da resistência microbiana. 
Em 2015, aproximadamente 6,5 bilhões de pessoas tiveram acesso a fontes 
de água potável que requeriam menos de 30 minutos por coleta, sendo consideradas 
beneficiárias de ao menos um serviço básico de água. Por outro lado, 263 milhões de 
indivíduos (4% da população mundial) dependiam de fontes de água que demanda-
vam mais de 30 minutos por coleta, categorizados como possuidores de serviços limi-
tados de água potável. Além disso, 844 milhões de pessoas não dispunham de acesso 
a serviços básicos de água potável em 2015, recorrendo a fontes com coleta acima 
de 30 minutos (serviços limitados), poços e nascentes não protegidos, ou obtendo 
água diretamente de corpos d'água superficiais. Essa deficiência no acesso à água 
AULA 4 
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tratada resulta na morte anual de aproximadamente 362 mil crianças menores de 5 
anos, devido a doenças veiculadas pela água. 
 
Enquanto os problemas relacionados à crise da água são grandes desafios a 
serem enfrentados, é clara a exigência do organismo animal por esse fluído, que é o 
mais abundante do organismo. A educação básica tem ensinado sobre as necessida-
des para o bom funcionamento de diversos tecidos do organismo animal, como a pele, 
o desempenho produtivo e a saúde de modo geral. É comum ouvir no dia a dia frases 
como “se você está se sentindo doente, limpe seu corpo bebendo água”, “se você não 
beber uma quantia suficiente de água seu cabelo pode cair”, “o consumo de água 
pode reduzir o apetite e fazer você perder peso”, “você pode saber se está hidratado 
pela cor de sua urina: ela deve ser clara”, entre outras. Essas afirmações possuem 
consideráveis verdades sobre o consumo de água, uma vez que o organismo possui 
mais de 70% de água em sua composição, sendo cerca de 60% do peso corporal de 
um animal adulto (40% no meio intracelular e 20% no meio extracelular, e dos 20% 
do meio extracelular, 15% é fluido intersticial e 5% compõe o plasma). Esse fato de-
monstra que a água é um dos mais importantes nutrientes para a manutenção da vida, 
pois é exigido em todos os processos metabólicos, atrás apenas do oxigênio. 
Entre os principais processos essenciais para a manutenção da vida de um 
sistema biológico animal em que a água está presente podemos citar o transporte de 
nutrientes e outros componentes para dentro e também para fora das células, a di-
gestão e o metabolismo dos nutrientes, a ação como veículo de eliminação de resí-
duos metabólicos (urina, fezes, e respiração) e excesso de calor produzido pelo corpo, 
a manutenção da fluidez e do balanço de íons no corpo e o aprovisionamento de um 
Estes dados mostram a necessidade de implementar políticas de controle 
quanto ao uso consciente da água e de substâncias que possam interferir na bio-
logia natural dos meios aquáticos. 
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ambiente fluido para o desenvolvimento fetal (Figura 9). O equilíbrio entre os compar-
timentos é feito por complexos mecanis-
mos entre uma grande variedade de 
membranas que mantêm a homeos-
tase. A homeostase do organismo ani-
mal deve ser zero, apresentando condi-
ções de termoneutralidade, ou seja, a 
ingestão de água, nutrientes e minerais, 
são balanceados pela excreção diária 
dessas substâncias ou seus subprodu-
tos metabólicos. 
O principal sinal clínico-físico da 
falta de fornecimento de água para o or-
ganismo é a sede, embora o turgor da 
pele, o pulso e a pressão sanguínea 
possam permanecer normais em um curto período de tempo de privação. Entretanto, 
dados laboratoriais relatam significantes diferenças entre um organismo desidratado 
quando comparado ao organismo hidratado, como a diminuição do volume urinário, o 
aumento da concentração de solutos na urina como o cloro e o sódio vindos do sangue 
e também a alta concentração de ureia. A perda de 20% de água corporal pode levar 
o animal à morte. 
Dito isso, devemos ter em mente que a água na produção animal possui três 
dimensões: ser um recurso natural finito, o qual é ameaçado em sua qualidade e quan-
tidade; ser um fator de produção, viabilizando a produção de alimentos aos humanos 
e, por fim, como alimento para os animais. A primeira e a última dimensão costumam 
ser negligenciadas pelos técnicos, demonstrando a necessidade de se conhecer o 
funcionamento desse alimento no organismo animal para utilizá-lo de maneira susten-
tável. 
 
 
2. BIOQUÍMICA DA ÁGUA 
 
2.1 Propriedades físicas e químicas da água 
Fonte: adaptado de Chew, 1965 por Silva e Netto, 2019. 
Legenda: INT: intestino; FEC: fluido extracelular; FIC: 
fluido intraclular; ADH: hormônio antidiurético 
Figura 9 – Água corporal total: entradas e 
saídas obrigatórias diárias. 
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Todos os aspectos estruturais e funcionais das células são adaptados às pro-
priedades físicas e químicas da água. As forças atrativas entre as moléculas de água 
e a leve tendência de a água ionizar são de suma importância para a função e a es-
trutura das biomoléculas. Abordaremos as propriedades da água como molécula H2O 
e os produtos de sua ionização, H+ ou OH-, como ela afeta as propriedades dos com-
ponentes celulares (proteínas, ácidos nucleicos e lipídeos), a ionização em termos de 
equilíbrios constantes, pH e curva de titulação e como os ácidos fracos ou bases e 
seus sais agem como tampões contra mudanças de pH no sistema biológico. 
 
2.1.1 Pontes de hidrogênio 
 
O solvente (água) pode influenciar profundamente as interações não covalen-
tes responsáveis pela força e especificidade do reconhecimento entre biomoléculas, 
isso devido a formação de pontes dehidrogênio da própria água e dos solutos do 
meio. As pontes de hidrogênio entre as moléculas de água são responsáveis pela 
força de união que faz dela um líquido quando em temperatura ambiente e um extremo 
ordenado de moléculas, que é o gelo, em baixas temperaturas. 
Quando uma substância possui uma parte polar na molécula, ou seja, carre-
gada com carga (não nula), ela se dissolve rapidamente em água graças à capacidade 
de substituição das interações água-água por água-soluto, por ser uma reação ener-
geticamente mais favorável. Por outro lado, biomoléculas não polares interferem nas 
interações água-água, mas não são hábeis para formar a interação água-soluto, 
sendo pouco solúveis em água ao formar um aglomerado de moléculas não polares 
separadamente (óleo em água). 
Assim como as ligações iônicas e as forças de van der 
Waals, as pontes de hidrogênio são individualmente fracas, mas 
coletivamente podem influenciar de maneira drástica sobre a es-
trutura tridimensional de proteínas, ácidos nucleicos, polissacarí-
deos e membranas lipídicas. As pontes de hidrogênio são 10% 
covalentes e 90% eletrostáticas. 
A dependência da vida em relação à água não é uma questão simples e ca-
sual e isso pode ser atribuído à propriedade não usual, tanto química como física, 
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dessa molécula. A propriedade da molécula de água de formar ligações entre molé-
culas adjacentes por pontes de hidrogênio proporciona a ela propriedades não usuais, 
como alto ponto de fusão, o alto ponto de ebulição e maior calor de vaporização 
quando comparada a outros solventes comuns (Tabela 7). 
 
Tabela 7 – Ponto de fusão, ponto de ebulição e calor de vaporização de solventes 
comuns. 
 
Fonte: adaptado de Lehninger et al., 2014 por Silva e Netto, 2019. 
* Energia mínima exigida na conversão de 1g de líquido em ponto de ebulição, à pressão atmosférica, no estado 
gasoso na mesma temperatura. É uma medida direta da energia necessária para superar forças atrativas entre 
moléculas na fase líquida. 
 
Ao comparar a água (hidreto de oxigênio) com componentes químicos de or-
ganização atômica similar, como os híbridos de oxigênio próximos na tabela periódica 
tais como amônia (NH3) e fluoreto de hidrogênio (HF) e, o mais próximo, enxofre 
(H2S), a água é o componente com maior ponto de fusão, ebulição, calor de vapori-
zação e alta tensão de superfície, propriedades nada comuns para uma molécula com 
este peso molecular que não é nem metálica e nem iônica. Além disso, a água possui 
uma constante dielétrica não usual, densidade máxima no estado líquido e valor ne-
gativo de fusão, fazendo com que sua forma sólida (gelo) ocupe mais espaço do que 
sua forma líquida (água), diferente de qualquer substância da natureza. Os dois áto-
mos de hidrogênios da água são ligados covalentemente ao átomo de oxigênio cen-
tral, cada um compartilhando um par de elétrons, o que proporciona à molécula uma 
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geometria não linear, estrutura importante para suas propriedades não usuais. Os elé-
trons externos do átomo de oxigênio ditam a forma da molécula e são semelhantes 
aos orbitais de ligação sp3 ligando os orbitais de carbono. Esses orbitais descrevem 
um tetraedro com um átomo de hidrogênio em um canto e os elétrons não comparti-
lhados nos outros dois cantos. O ângulo de ligação da molécula de água (H–O–H) é 
104,3º, um pouco menos do que o necessário para um tetraedro perfeito (109,5º) por 
causa dos orbitais do oxigênio, que não se ligam. 
O núcleo do oxigênio atrai elétrons mais fortemente do que os núcleos de 
hidrogênio (um próton), devido a maior eletronegatividade do oxigênio. Isso faz com 
que o compartilhamento de elétrons entre o hidrogênio e o oxigênio seja desigual, pois 
eles se aproximam mais do núcleo do oxigênio. O resultado das distribuições desi-
guais de cargas de elétrons vindos do hidrogênio e os do núcleo 
do oxigênio formam dois polos elétricos na molécula de água. 
Um polo é formado ao longo das ligações H–O, em que cada 
hidrogênio carrega uma carga parcial positiva (δ+) e o oxigênio, 
uma carga parcial negativa igual à soma de duas cargas positivas (δ-). Essa distribui-
ção de cargas faz com que o átomo de oxigênio de uma molécula de água possua 
uma atração eletrostática com o átomo de hidrogênio de outra molécula, o que é cha-
mado de ponte de hidrogênio. 
 
2.1.2 Pontes de hidrogênio com solutos 
 
As pontes de hidrogênio não se formam somente entre as moléculas de água. 
Elas ocorrem rapidamente com qualquer átomo eletronegativo, em que o “hidrogênio 
aceptor” pode ser uma molécula de oxigênio ou de nitrogênio que tenha um par de 
elétrons sozinhos e um átomo de hidrogênio que esteja ligado covalentemente a outro 
átomo eletronegativo (hidrogênio doador). Isso pode ocorrer na mesma molécula ou 
entre diferentes moléculas. Quando o átomo de hidrogênio está covalentemente li-
gado ao átomo de carbono, não há a formação de pontes de hidrogênio, pois o car-
bono é somente um pouco mais eletronegativo do que o hidrogênio, formando uma 
ligação polar muito fraca. Isso explica a enorme diferença entre o ponto de fusão do 
butanol e do butano, 117 ºC e -0,5 ºC, respectivamente. O butanol possui um grupo 
hidroxil polar que forma pontes de hidrogênio intermoleculares, que o faz mais estável. 
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A molécula de açúcar não possui carga, mas são polares e dissolvem rapida-
mente na água graças a estabilização entre o grupo carboxil ou hidroxil do açúcar e 
as moléculas polares de água. O mesmo acontece com aminas. Essas interações 
polares entre solutos e solventes são mais fortes do que a atração intermolecular entre 
as moléculas dos solutos causadas pelas Forças de van der Waals e mais fracas do 
que as pontes de hidrogênio. 
 
2.1.3 Interações hidrofóbicas 
 
Já em solutos não polares, o comportamento da água é diferente do que o 
apresentado até agora. Esses solutos (grupos funcionais não polares em macromolé-
culas biológicas) não interagem seu átomo de hidrogênio com a água, sendo mode-
radamente solúveis. O processo de dissolução é complexo e consiste na reorganiza-
ção da molécula de água em torno das moléculas do soluto, formando uma estrutura. 
Porém, como as moléculas não polares não interagem com as moléculas de água e 
ocupam espaço, a rede aleatória de pontes de hidrogênio da água deve se reorganizar 
para acomodá-las. Assim, as moléculas de água formam inúmeras pontes de hidro-
gênio entre moléculas (água-água) formando um rearranjo chamado clatrato (cavida-
des), altamente ordenados, em torno das moléculas do soluto não polar. Sob essas 
condições, as moléculas não polares passam por um processo de interação hidrofó-
bica, promovendo menor organização global das moléculas de água quando compa-
rado às moléculas não polares dispersas na água. Esse mecanismo promove o au-
mento da entropia, o que diminui a ordem entre as moléculas de água e é termodina-
micamente favorável. 
Diversas biomoléculas têm caráter anfipático (região hidrofílica e hidrofóbica 
na mesma molécula), como as proteínas, os pigmentos, as vitaminas, os esteroides e 
os fosfolipídios de membrana. 
As interações hidrofóbicas auxiliam na mantença da estrutura,em solução aquosa di-
luída, sendo muito comum em sistemas biológicos e desempenhando papel funda-
mental no metabolismo e em sua regulação. Ácidos perdem seus prótons em solução 
aquosa e suas bases recebem esses prótons, constituindo um par ácido-base conju-
gado reversível, obedecendo à seguinte fórmula: 
 
Keq = [H+] [A-] / [HA] = Ka 
 
As constantes de equilíbrio (Keq) para as reações de ionização são comu-
mente chamadas de constantes de dissociação (Ka). Ácidos fortes possuem constan-
tes de dissociação maiores e o inverso é verdadeiro paras os ácidos fracos. 
Assim, podemos determinar o pKa como o logarítmico negativo da constante 
de dissociação da seguinte maneira: 
 
pKa = log 1/Ka = – log Ka 
 
ou seja, quanto maior a tendência de um ácido de dissociar um próton, mais forte é o 
ácido e menor é o seu pKa. 
A curva de titulação consiste em um gráfico de valores de pH em função do 
volume de uma base forte (NaOH) adicionado a uma solução ácida. A adição de uma 
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base proporciona a elevação dos valores de pH da solução, formando uma curva ca-
racterística até que o pH suba rapidamente para o valor de 14. O volume de base para 
que isso aconteça é 1,0 equivalente. O pKa do ácido é constante e determinado 
quando, no ponto médio da titulação, exatamente 0,5 equivalente de base é adicio-
nada, sendo esse o ponto em que o pH se iguala ao pKa. Nesse ponto, metade do 
ácido está dissociado e a concentração de doador é igual à do aceptor de prótons. A 
ampla região descrita pela curva de titulação mostra que o par ácido-base conjugado 
funciona como um tampão extremamente importante para homeostase do ser vivo, 
minimizando mudanças bruscas de pH, que pode exercer influência negativa sobre as 
biomoléculas estruturais das células. 
Por exemplo, o estado iônico dos grupos amino e carboxila protonados dos 
aminoácidos e dos grupos fosfatos dos nucleotídeos depende do pH do meio circun-
vizinho, proporcionando a estabilização primária de moléculas de proteínas e permi-
tindo que uma enzima reconheça e ligue-se a seu substrato. Os fluidos intra e extra-
celulares dos organismos pluricelulares apresentam um pH característico e constante, 
particularmente por ocasião da existência dos sistemas-tampão como os grupos fun-
cionais de aminoácidos, nucleotídeos, sistema fosfato e o sistema bicarbonato. 
 
2.1.9 A água como reagente 
 
Além de todas as participações fundamentais da água em sistemas biológicos 
devido a suas capacidades físicas e químicas (já descritas), a água também participa 
diretamente de reações de condensação (elimina água) e hidrólise (adiciona água) de 
moléculas. A formação de biopolímeros ocorre por meio de reações endergônicas, 
assim como as reações de despolimerização enzimática, e, por serem desfavoráveis 
termodinamicamente, são acopladas a processos exergônicos, como por exemplo a 
quebra de uma ligação de ATP. As reações de hidrólise são extremamente importan-
tes no processo de digestão, em que moléculas de proteínas, carboidratos e ácidos 
nucleicos ingeridos na alimentação são quebradas por enzimas, proporcionando au-
mento da área de superfície e levando a uma maior disponibilidade de absorção no 
trato gastrintestinal (TGI) dos animais. 
 
 
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2.1.10 A adequação do ambiente aquoso para os seres vivos 
 
O fato de a vida na Terra ter evoluído em um ambiente rico em água fez com 
que as características peculiares dessa molécula influenciassem fortemente nos pro-
cessos metabólicos dos seres vivos. O alto calor específico da água (calor exigido 
para elevar a temperatura de 1 g de água em 1 ºC) é útil, por exemplo, em manter 
constante a temperatura corporal mesmo quando há variações de amplitude conside-
rável na temperatura do ambiente e também na geração de calor como produto cola-
teral do metabolismo, agindo como um tampão de calor. Outra característica que res-
salta a importância da água no bom funcionamento do organismo é sua baixa visco-
sidade, o que a coloca em extrema vantagem quando comparada a outros líquidos. A 
baixa viscosidade é importante na distribuição de metabólitos no sistema circulatório 
e também na melhor difusão da solução. 
É complexo tratar do metabolismo da água, pois ela flui passivamente pelas 
células do organismo por difusão osmótica direta, e a palavra metabolismo descreve 
mudanças químicas nas células vivas. 
 
 
3. A ÁGUA NO ORGANISMO ANIMAL 
 
Entre os inúmeros papéis desempenhados pela molécula de 
água no organismo, a regulação da temperatura corporal, a importância 
na reprodução e no crescimento e a influência na digestão dos alimen-
tos e no metabolismo de excreção são fundamentais na manutenção 
da vida. 
A água é responsável pela motilidade dos nutrientes que fornecem energia 
para o funcionamento do organismo a nível celular e também por retirar produtos tó-
xicos nocivos ao bom funcionamento do sistema biológico. Três são as fontes de for-
necimento de água para o organismo animal: água livre ou dessedentação; água em-
butida no alimento e água metabólica. 
O consumo de água embutida nos alimentos é extremamente variável e de-
pende da composição dos alimentos no momento da ingestão. As células de plantas 
jovens apresentam conteúdo de água mais elevado, que declina com a maturação. 
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Efeitos nutricionais atribuídos ao conteúdo de água podem ser consequência do vo-
lume celular que contém a água da planta viva. Por exemplo, as forragens colhidas 
durante o pastejo sofrem ação de intempéries e podem mudar drasticamente de com-
posição ao longo dos dias; para alimentos concentrados, isso depende do momento 
da colheita dos grãos de leguminosas e cereais e também do processo de beneficia-
mento. O armazenamento, tanto para volumosos como para concentrados, também 
influencia a quantidade de água. Alimentos concentrados sofrem ação da umidade 
ambiente e podem ter a composição modificada. Entre os volumosos armazenados, o 
feno tem 100% 
Fonte: adaptado de Nunes, 1998 por Silva e Netto, 2019. 
 
3.1 A água e a digestão 
 
Ainda na boca e no esôfago, a saliva (composta fundamentalmente por água) 
tem a função mecânica de formar o bolo alimentar, que facilita o fluxo do alimento pelo 
esôfago. Os principais reflexos que estimulam a formação da saliva são psíquicos 
(cheiro dos alimentos), mecânico (mastigação e ruminação) ou químicos (ácidos ou 
sais). Isso demonstra como a atuação da água é fundamental mesmo no início do 
processo de digestão dos alimentos. 
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A água não sofre transformação alguma no TGI, sofrendo absorção nula ou 
insignificante no estômago digestivo. Entretanto, sua participação concentra-se acen-
tuadamente nos três compartimentos digestivos de animais ruminantes. A importância 
da água no intestino delgado é grande, pois ela mantém o meio aquoso e possibilita 
a atividade das enzimas digestivas, além de propiciar a movimentação de nutrientes 
concomitantemente aos movimentos peristálticos, para que sejam digeridos e absor-
vidos em diversos locais do intestino. 
No intestino grosso a água propicia a proliferação de microrganismos que pro-
movem a fermentação, mantendo um ambiente aquoso. Nele, sua importância tam-
bém depende da consistência das fezes que varia de acordo com cada espécie em 
particular. No TGI a água compreende sempre substâncias dissolvidas, em particular 
os sais minerais, aos quais serve de veículo para a movimentação até os enterócitos, 
mas também de outros nutrientes. 
A absorção da água no TGI se inicia especificamente no intestino delgado 
proximal, entretanto é a taxa de água que deixa o estômago que determinará a taxa 
de absorção nesse local. No intestino delgado a absorção de água é feita pelas células 
devido a um gradiente osmótico adequado que promove a captura da água do lúmen 
intestinal. A absorção de solutos (sais minerais, como Na+ e Cl-, proteínas e carboi-
dratos) ativa carreadores das membranas dos enterócitos, efetivos em criar um gradi-
ente osmótico que promove a captação de água do lúmen intestinal para dentro das 
células de maneira passiva pelas junções intercelulares, ou, como acontece no cólon, 
por transporte facilitado. Uma moderada hipotonicidade luminal potencializa a absor-
ção de água nos enterócitos, e o inverso é verdadeiro. A movimentação da água pelo 
intestino nada mais é do que um recurso que mantém o bolo alimentar isosmótico. 
Em momentos de jejum, a secreção de água no lúmen intestinal é importante 
para manter a umidade intestinal. De maneira geral, os vilos intestinais – extensivas 
dobras observadas no intestino que aumentam a área de superfície do órgão – absor-
vem água em direção aos enterócitos, já as criptas – extensivas fossas encontradas 
entre os vilos com uma base estendida até a submucosa, encontradas em todas as 
partes do intestino – tem a função de secretar a água em direção ao lúmen intestinal, 
entre outras (secreção de hormônios, fornecimento de células novas para os vilos). 
Normalmente, a absorção de água é acompanhada pela secreção de bicar-
bonato (HCO3-) em troca da absorção de Cl-. Com isso, há uma proteção sobre a 
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parede do cólon contra a queda de pH, devido à produção de ácidos por bactérias. 
Entretanto, quando há a presença de um agente nocivo ao intestino (infecção), a se-
creção de fluido em direção ao lúmen intestinal pode ser ativada. O mecanismo de 
secreção de fluidos por enterócitos em caso de infecção ocorre por meio da ativação 
de neurotransmissores pelos agentes infecciosos devido à secreção de histamina, ati-
vando a secreção de água pela elevação de AMPc e a condutância do Cl- (AMPc ativa 
o canal de Cl-) dentro dos enterócitos do intestino delgado. O aumento do íon Cl- 
aumenta a osmolaridade do lúmen, que atrai a água do sangue em sua direção atra-
vés das junções intercelulares. Esse mecanismo é um sintoma clínico da diarreia. 
 
3.2 O balanço de água nos animais 
 
Vários fatores podem influenciar no consumo de água como bebida pelo ani-
mal, que representa de 70 a 97% do fornecimento diário de água para o organismo. 
Os fatores podem ser inerentes ao animal (idade, atividade, estado fisiológico e gené-
tica), inerentes à produtividade (ingestão de matéria seca, tipo de dieta, taxa de ganho 
de peso e produção de leite) e também inerentes ao ambiente (umidade, temperatura 
e velocidade do vento). Por outro lado, os rins têm um papel fundamental no equilíbrio 
da quantidade de água no organismo. O hormônio antidiurético controla a reabsorção 
de água pelos túbulos e ductos renais, afetando a excreção de água. Assim, quando 
há restrição quantitativa do fornecimento de água ao animal, o corpo pode reabsorver 
uma quantia de água não usual, concentrando a urina. Esse recurso pode reduzir a 
exigência de água a ínfimas quantidades diárias, implicando em uma limitação tem-
poral. 
A idade é um dos fatores inerentes ao animal que influencia o consumo de 
água. Animais jovens possuem uma taxa de renovação mais rápida, o que exige maior 
suprimento de água ao organismo, proporcionalmente. Quanto à atividade física, a 
influência no consumo de água é óbvia, pois quando há aumento da taxa de produção 
de calor produzido pela oxidação de metabólitos para gerar energia eleva-se a quan-
tidade de calor embutida no animal. Como estratégia de resfriamento, o organismo 
emprega mecanismos como a sudorese e a respiração, excretando grande volume de 
água corporal na forma líquida e gasosa, respectivamente. 
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Quanto ao estado fisiológico, há aumento na exigência de água durante a 
gestação, tanto para o crescimento fetal como para a manutenção da fluidez do am-
biente uterino a fim de proporcionar um melhor desenvolvimento fetal. Outro estado 
fisiológico que exige extremas quantidades de água é a lactação, que direciona o ani-
mal a um maior consumo de alimentos (aumentando a ingestão de água embutida nos 
alimentos) e aumenta o metabolismo de eliminação e consumo de água, além da pro-
dução de leite propriamente dita, para suprimento das exigências da cria e consumo 
humano. No caso do leite bovino, 87% de sua composição é água. 
Em relação às raças, a variabilidade das exigências se baseia no 
nível de produtividade e na adaptabilidade ao meio. 
Por exemplo, no caso dos bovinos, uma vaca zebuína extremamente adap-
tada ao clima quente tropical com níveis de produção inferiores aos de uma vaca tau-
rina pouco adaptada ao clima demonstram menor exigência de consumo de água, 
tanto para secreção de leite como para resfriamento corporal. Tratando de produtivi-
dade, um animal altamente produtivo exige maior consumo de alimento, o que produz 
aumento na produção de calor no processo de digestão e exige maiores quantidade 
de água para manutenção da fluidez dos nutrientes no TGI. Portanto, quanto mais 
produtivo um animal é, tanto maior é o seu consumo de água. Além disso o aumento 
na produção de carne e leite eleva a necessidade de água concomitantemente, pois 
a proteína muscular é composta por 42% de água, e o leite, por 87%. 
O tipo de dieta influencia o consumo de água principalmente em relação a 
concentração de sal e proteína, pois uma maior quantidade desses nutrientes incluí-
dos na dieta aumenta a necessidade de excreção, aumentando também o volume de 
urina e, consequentemente, o volume exigido de água. Do mesmo modo, alimentos 
mais secos aumentam a necessidade de ingestão de água para a manutenção da 
fluidez do TGI, e o inverso é verdadeiro para alimentos mais úmidos. 
O aumento da temperatura ambiente aumenta a exigência de água dos ani-
mais, uma vez que ela é fundamental para a manutenção da termoneutralidade cor-
poral (Tabela 9). 
 
 
 
 
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Tabela 9 – Efeito do aumento da temperatura sobre a exigência de água para vacas. 
Temperatura (ºC) Ingestão de água (L/kg de MS*) 
10-15 3,6 
15-21 4,1 
21-27 4,7 
>27 5,5-6,4 
Fonte: adaptado de Church, 1998 por Silva e Netto, 2019. 
* MS = matéria seca. 
Vacas acima de 100 kg de peso corporal, não gestantes, não lactantes, ingerindo água não salina. 
 
 
4. PARTICULARIDADE DOS PRINCIPAIS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
 
Como visto, a água é um nutriente fundamental para a manutenção da vida 
por estar envolvida em inúmeros processos metabólicos, como a fosforilação oxida-
tiva, a ligação de monômeros formando proteínas, carboidratos e lipídeos e o favore-
cimento da atividade enzimática. Além disso, cada espécie tem particularidades 
quanto à exigência, que deve ser disponibilizada para maximizar o conforto e o bem-
estar animal. Esses dois fatores, entre outros relativos à influência da água sobre o 
metabolismo basal, estão altamente correlacionados ao aumento da produtividade em 
animais de produção e a maximização da saúde de animais atletas e de companhia. 
 
4.1 Bovinos 
 
Iniciaremos a discussão sobre as exigências dos principais animais domésti-
cos pela vaca leiteira, um dos animais que mais sofre com a privação de água. Sua 
alta exigência deve-se à excessiva secreção no leite, formado por cerca de 87% de 
água. A exigência deve ser atendida com mais intensidade se tratarmos de animais 
altamente produtivos, mesmo que a eficiência na utilização de água (kg de água/kg 
de leite) seja menor. 
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Cerca de 56 a 81% do peso total de uma vaca é água. Estado fisiológico e 
condição corporal afetam nessa porcentagem de água no corpo do animal. Vacas no 
início da lactação possuem mais água corporal do que vacas no final da lactação, e 
vacas no final da lactação possuem menos água do que vacas secas no final da ges-
tação (69 vs. 64,7 vs. 62,4%). Vacas gordas têm menos água corporal do que vacas 
magras (não é a água metabólica) e, como já dito, vacas jovens têm mais água cor-
poral do que vacas velhas. 
Vacas em início da lactação possuem mais água no TGI do que vacas no fim 
da lactação e gestação (15 vs. 10,5%), onde o tempo de permanência da água é es-
timado em 62 minutos para vacas lactantes. A perda de água corporal da vaca leiteira 
ocorre pela produção de leite, excreção de urina, excreção fecal, suor e pulmões, em 
forma de vapor de água. A perda de água pela produção de leite por uma vaca pro-
duzindo 33 kg de leite/dia foi cerca de 30% do total de água consumida (água de 
bebida mais água embutida em alimentos), e o mesmo valor foi encontrado como per-
das por fezes. Já a perda via urina está na faixa de 20%. 
Cerca de 83% da água consumida por uma vaca lactante é por bebida (Nocek 
e Braund,1985 apud Silva e Netto, 2019). O teor de umidade da dieta pode afetar o 
consumo, pois quando em pastagem, onde o alimento é rico em água, o consumo de 
água de bebida é cerca de 38% do consumo total de água diário. Além da umidade 
da dieta, as concentrações de sódio e potássio e proteína bruta da dieta e temperatura 
ambiental costumam ter efeito sobre consumo de água. Cada grama de sódio consu-
mido aumenta 0,05 kg/dia de água consumida. A quantidade de forragem da dieta 
pode aumentar a exigência de água devido à perda de água pelas fezes e urina. 
O aumento da temperatura de 18 para 30 ºC aumenta em 29% o consumo de 
água e diminui a perda de água fecal em 33%. Além disso, o animal perde maior 
quantidade de água via urina, suor e respiração, no intuito de manter a homeotermia, 
levando a perda de 15, 59 e 50% de água, respectivamente. A exposição de vacas 
leiteiras à luz do sol aumenta em 18% o consumo de água se comparado a animais 
em mesmas condições de temperatura mas com sombra à disposição. 
A equação para estimar a quantidade de água consumida por uma vaca é: 
 
 
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Consumo de água (L/dia) = 15,99 + 1,58 × CMS, kg/dia + 0,90 × produção de leite, 
kg/dia + 0,05 × consumo de sódio (g/dia) + 1,20 × Temperatura máxima (em ºC) 
onde CMS = consumo de matéria seca. 
 
O consumo de água por vacas leiteiras ocorre principalmente por meio da 
alimentação e ordenha, mas varia muito ao longo do dia, uma vez que quanto maior 
o fornecimento de alimento durante o dia, maior o consumo de água e de alimentos. 
A vaca pode beber de 4 a 15 kg de água/minuto. Recomenda-se fornecimento de no 
mínimo 5 centímetros de espaço por vaca no bebedouro no intuito de maximizar o 
consumo de água, sendo 90 centímetros de bebedouro o ideal total. Recomenda-se 
ainda um bebedouro para cada 10 vacas. 
A temperatura da água de bebida das vacas deve estar entre 17 e 28 ºC, nem 
muito fria nem muito quente. Experimentos que estudaram a temperatura da água 
fornecida às vacas observaram grande variação nos resultados (devido às condições 
ambientes do estudo), mas temperaturas acima de 24ºC têm sido correlacionadas a 
baixo consumo de água. 
O consumo de água de bezerros ocorre principalmente via dieta líquida (leite 
ou sucedâneo de leite). Entretanto, reconhece-se que o fornecimento de água na pri-
meira semana de vida aumenta o ganho de peso e inicia mais rapidamente o consumo 
de alimentos secos. O consumo passa de 1 litro por dia na primeira semana para 2,5 
litros por dia na quarta semana de vida. O caso dos bovinos de corte é semelhante ao 
que foi apresentado até aqui. Entretanto, outra equação é utilizada para estimar a 
quantidade de água exigida por um animal, a qual se segue: 
 
Consumo de água (L/dia) = –18,67 + (0,3937 × Temperatura Máxima, ºF) + (2,432 × 
CMS) – 3,870 × Precipitação, cm/dia 4,437 × % de sal na dieta 
 
 Assim como para a vaca leiteira, os fatores de maior impacto para o consumo 
de água são o consumo de matéria seca, a temperatura ambiental e o estágio e o tipo 
de produção em que o animal se encontra, intimamente relacionado ao peso do ani-
mal. 
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Cinco critérios frequentemente considerados à acessibili-
dade da qualidade de água para humanos e animais são: 
• propriedades organolépticas (odor e gosto); 
• propriedades físico-químicas (pH, sólidos dissolvidos totais, oxi-
gênio dissolvido total, e dureza); 
• presença de componentes tóxicos (metais pesados, minerais tóxicos, 
organofosfatos, hidrocarbonos); 
• presença de minerais em excesso (nitrato, sódio, sulfato e ferro); 
• a presença de bactérias. 
 
Os resultados de pesquisas sobre contaminantes da água e seus possíveis 
efeitos no desempenho de ruminantes costumam variar muito. Os maiores problemas 
são salinidade (cloreto de sódio e outros componentes), sólidos dissolvidos totais e 
sais solúveis totais (bicarbonato, sulfato, cálcio, magnésio e sílica), além do ferro, ni-
trato, estrôncio, potássio, carbonato, fósforo, boro e flúor. 
 
Tabela 10 – Limites para sais solúveis totais (SST) na água de bovinos. 
estas águas para animais prenhes ou em lactação, pode ser 
oferecida a animais sem exigência de desempenho máximo 
7000 Estas águas não devem ser oferecidas aos animais. Podem 
resultar em problemas de saúde e pobre desempenho 
Fonte: adaptado de National Research Council, 1974. 
 
A dureza da água está relacionada à quantidade de cálcio e magnésio pre-
sentes nela. Não costuma interferir no desempenho de animais de produção, mas seu 
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efeito pode potencializar o efeito negativo da água já salina, acarretando em diminui-
ção do desempenho. A Tabela 11 apresenta os limites de dureza sobre o desempenho 
de bovinos. 
 
Tabela 11 – Limites de dureza na água para bovinos. 
Categoria Dureza (mg/l) 
Macia 0-60 
Moderadamente dura 61-120 
Dura 121-180 
Muito dura >180 
Fonte: adaptado de National Research Council, 1980. 
 
A quantidade de nitrato lixiviado aos rios é altamente relacionada ao uso 
agressivo de fertilizantes químicos e biológicos nos campos de agricultura. Usual-
mente, grande quantidade de nitrato é convertida em nitrito no rúmen de animais ru-
minantes, por ser altamente tóxicos aos animais. Sob circunstâncias normais, o nitro-
gênio da molécula de nitrito é convertido em amônia pelos microrganismos ruminais, 
mas pode ocorrer envenenamento caso haja excesso na ingestão. 
O nitrito é absorvido na corrente sanguínea, reagindo com a hemoglobina e 
formando metahemoglobina. Essa reação reduz drasticamente a capacidade das he-
mácias de carregar oxigênio, caracterizando a meta-hemoglobinemia. 
 
Tabela 12 – Limites de nitrito na água para bovinos. 
Nitrato (NO3), 
(mg/L) 
Nitrogênio em Nitrato 
(NO3-N), (mg/L) 
Guia 
0-44 0-10 Segura para o consumo de ruminantes 
45-132 10-20 Geralmente segura em dietas 
balanceadas com alimentos de baixo 
nitrato 
133-220 20-40 Pode ser perigosa em longos períodos 
de consumo 
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221-660 40-100 Risco para o gado e possível morte 
661 100 Não segura – possível morte; não deve 
ser utilizada como fonte de Água 
Fonte: adaptado de National Research Council, 1974. 
 
Sinais desse de intoxicação por nitrito incluem fraqueza, ataxia, tremor, hiper-
sensitividade, dificuldade respiratória e aumento do pulso cardíaco. Em muitos casos 
pode ocorrer aborto e morte do animal. O envenenamento pode ser tratado com solu-
ção aquosa de azul de metileno endovenosa e óleo mineral oral. 
 
4.2 Aves 
 
São vários os trabalhos científicos que elucidam a importância da qualidade e 
da quantidade de água oferecida na avicultura ao demonstrarem problemas de de-
sempenho significantes em caso de privação de consumo. Assim como em outras 
espécies animais, a água participa de muitos eventos metabólicos, mas tem como 
principais funções promover o transporte de nutrientes entre células e a retirada de 
substâncias tóxicas do organismo (NRC, 1998). 
Além das principais formas de perdas de água pelo organismo (respiração, 
transpiração e a excreção por fezes e urina), outra fonte de perda pode ser caracteri-
zada para galinhas poedeiras, que é a água contida no ovo. Um ponto negativo da 
fisiologia dos frangos é a ausência de glândulas sudoríparas, impedindo que exista 
processo de transpiração como recurso de manutenção da homeotermia. Assim, a 
respiração é o recurso mais importante para controle da temperatura corporal em 
aves, uma vez que um grama de água exige 0,575 kcal de energia para evaporar. 
A temperatura ambiental e a umidade relativa do ar afetam drasticamente as 
perdas de calor pela respiração. Leeson e Summers (1997 apud Silva e Netto, 2019) 
indicam que somente 12% do calor total corporal pode ser dissipado pela evaporação 
em frangos mantidos à 10 ºC. Mas, quando a temperatura está entre 26 e 35 ºC, esse 
recurso homeotérmico pode ser responsável por 50% da perda total de calor corporal. 
Em ambientes de alta umidade, a perda de calor pela pele pode ser ainda mais preju-
dicada, e a temperatura alta pode ocasionar que perdas por evaporação se igualem 
ao consumo de água, exigindo cuidado na ventilação dos aviários. 
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Nas fezes, 20 a 30% do total de água consumida é perdido, mas a excreção 
urinária é a que carreia maior quantidade de água do organismo. Como em outras 
espécies, vários são os fatores que afetam as perdas de água em aves, como tempe-
ratura e umidade do ambiente, composição mineral da dieta e da água, teor de prote-
ína da ração, nível de consumo e ní-
vel de saúde e estresse. 
A Tabela 13 demonstra o 
efeito da temperatura ambiente nas 
perdas de peso, água e do saco vi-
telínico em pintos de um dia. 
Devido ao mecanismo de 
maior turn-over de água em animais 
mais jovens em comparação a aves 
mais velhas e pesadas, momentos 
de maior estresse calórico são be-
néficos ao pinto no sentindo de manutenção da homeotermia, uma vez que se trata 
de uma categoria mais suscetível a fatores ambientais. 
Quando uma ave passa por falta de consumo de água, a água sai por osmose 
das células em direção aos vasos sanguíneos na tentativa de manter a circulação 
sanguínea, mantendo o débito cardíaco. Com a ocorrência da desidratação celular, 
renina é secretada pelos rins. A renina converte o angiotensinogênio produzido no 
fígado em angiotensina I e a enzima conversora converte-a a angiotensina II, desen-
cadeando um processo de consumo de água na ave e ativando o centro da sede no 
hipotálamo, além de promover re-
tenção renal de água e sais. 
Como em outras espécies, o 
consumo de água em aves sofre in-
terferência da genética, idade, sexo 
(Tabela 14), temperatura ambiente, 
temperatura da água, umidade rela-
tiva do ar, composição da dieta e 
forma física do alimento. 
Figura 13 – Efeito da temperatura do ambiente na 
perda de peso, água e peso do saco vitelino ex-
pressos em percentagem, em pintos de um dia. 
Fonte: adaptado de Van der Hel et al., 1991 por Silva e Netto, 
2019. 
Fonte: adaptado de Ingraci et al., 1995 por Silva e Netto, 2019. 
Figura 14 – Efeito do sexo sobre o consumo de 
água de frangos nas semanas iniciais de vida em 
mL/dia. 
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É relatado maior consumo de água se há peletização da dieta de aves, mas 
não devido ao processo em si, e sim pelo efeito indireto da elevação do consumo 
desses animais quando há fornecimento de alimento peletizado. 
 
4.3 Equinos 
 
A fisiologia da homeostase da água no organismo dos equinos se assemelha 
a de outras espécies já citadas e, assim como em outras espécies, a dieta é fator 
determinante no consumo de água pelos equinos. A qualidade da água também segue 
os mesmos princípios já citados anteriormente. 
Estima-se que são consumidos de dois a três litros de água para cada quilo-
grama de matéria seca ingerida, mas a prática de atividade física pode aumentar o 
consumo em 20 a 300%. A restrição do consumo de água pode levar a uma depreci-
ação do apetite e redução no consumo voluntário de alimentos. Estudos de compor-
tamento de ingestãode água por equinos à pasto relatam ingestão de água de duas 
a três vezes ao dia, mas mais pesquisas devem ser feitas para elucidar tal informação. 
 
4.4 Suínos 
 
A atividade de criação de suínos possui alta demanda de água, tanto para o 
consumo pelos animais como para a limpeza e higienização das instalações, promo-
vendo a manutenção do bem-estar dos animais. Um ponto importante é utilizar o con-
sumo de água como indicador de saúde dos animais, ou seja, quando há a redução 
de consumo de água por três dias consecutivos ou uma redução de 30% em um 
mesmo dia pode ser um indicativo de problemas de saúde. Entre os fatores que inter-
ferem no consumo de água pelos suínos estão o peso do animal, a qualidade da água, 
a salinidade da água, a temperatura da água e do ambiente, a umidade relativa do 
ambiente e do alimento, o nível de consumo de alimentos sólidos, teor de proteína, 
sal e de fibra da dieta, a condição de saúde, tipo e regulagem do bebedouro. 
O consumo médio de água por suínos com peso corporal entre 36 a 97 kg é 
5,5 L/animal/dia (com peso corporal de 25 kg consomem 2 litros e com peso corporal 
de 110 kg consomem 6 L/animal/dia). Harper (2006 apud Silva e neto, 2019) indica 
que na fase de crescimento os animais consomem 2,0 a 5,0 L/animal/dia e na fase de 
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acabamento consomem de 4,0 a 10,0 L/animal/dia. A temperatura ambiental afeta o 
consumo de água dos suínos. 
Embora não haja resultados consistentes na literatura, estudos demonstram 
que a temperatura ambiental indo de 22ºC para 35ºC aumenta em 
média 60% o consumo de água dos animais (ciclo completo), 
sendo que os animais jovens podem aumentar o consumo de água 
em até 80% em estresse calórico. 
Como resumo prático recomendado, tem-se que os inter-
valos entre consumos de água de acordo com o peso são:1,0 a 3,2 L/animal/dia (7-22 
kg); 3,2 a 4,5 L/animal/dia (23-36 kg); 4,5 a 7,3 L/animal /dia (36-70 kg) e 7,3 a 10 
L/animal/dia (70-110 kg). Além disso, outra estimativa de consumo de água pode ser 
feita em relação ao consumo de ração em que valores de 2 a 2,5 L/kg de ração, sendo 
a ração na base de matéria seca. 
O consumo de água para limpeza de instalações entre as saídas e entradas 
de lotes é estimado em 25 L/suíno acabado e 600 L/porca/ano. Porém, a variação é 
enorme e a limpeza diária deve ser feita com raspagem e varredura. 
Neste tipo de criação a qualidade da água segue os mesmos princípios já 
apresentados, mas a quantidade de água utilizada deve ser monitorada para maximi-
zar seu uso eficiente. Uma medida recomendada é o uso de sistema de medição da 
quantidade de água consumida, no intuito de promover a segurança hídrica da propri-
edade. Deve-se colocar um medidor em cada galpão de forma segmentada, e outro 
medidor para a quantidade de água utilizada na limpeza. A medição deve ser feita no 
mínimo mensalmente, mas a frequência deve ser maior em períodos de seca por oti-
mizar o uso desse recurso natural finito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vá no tópico VÍDEO COMPLEMENTAR em sua sala virtual e 
acesse o vídeo “Água na nutrição animal”. 
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ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
1 - A absorção de água no TGI começa especificamente em qual parte do intestino? 
a) Intestino delgado proximal. 
b) Intestino grosso. 
c) Estômago. 
d) Esôfago. 
 
2 - Qual é o efeito da temperatura ambiente sobre a ingestão de água em vacas, 
segundo a Tabela 9? 
a) A ingestão de água diminui com o aumento da temperatura. 
b) A ingestão de água aumenta com o aumento da temperatura. 
c) A ingestão de água permanece constante, independente da temperatura. 
d) A temperatura ambiente não afeta a ingestão de água. 
 
3 - Quais fatores podem influenciar o consumo de água como bebida pelo animal? 
a) Idade, atividade física e estado psicológico. 
b) Cor do pelo, tamanho e peso. 
c) Idade, atividade, estado fisiológico e genética. 
d) Tipo de habitat, cor dos olhos e formato das orelhas. 
 
4 - Qual a porcentagem de água no leite produzido por vacas leiteiras? 
a) 50% 
b) 75% 
c) 87% 
d) 92% 
 
5 - Qual a relação entre a qualidade da água e o desempenho de ruminantes, de 
acordo com pesquisas? 
a) A qualidade da água não afeta o desempenho de ruminantes. 
b) A presença de bactérias na água melhora o desempenho digestivo de ruminan-
tes. 
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c) Somente a presença de metais pesados na água afeta o desempenho de rumi-
nantes. 
d) A salinidade e a presença de certos sais e componentes tóxicos podem afetar 
negativamente o desempenho de ruminantes. 
 
6 - Como o estresse calórico afeta o consumo de água em suínos? 
a) Não afeta o consumo de água, pois os suínos são resistentes a variações de 
temperatura. 
b) Reduz o consumo de água, pois os suínos buscam economizar energia. 
c) Aumenta em média 60% o consumo de água, com os animais jovens podendo 
aumentar em até 80%. 
d) O estresse calórico faz com que os suínos consumam menos alimento e, por 
consequência, menos água. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1) ANDRIGUETTO, José Milton et al. As bases e os fundamentos da nutrição 
animal. Reimpressão. São Paulo: Nobel, 2006. 
2) CARVALHO, H. H. et al. Alimentos: métodos físicos e químicos de análise. 
Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2002. 
3) NRC. Mineral tolerance of domestic animals. Washington, D.C.: The National 
Academies Press, 1980 
4) NRC. Nutrient requirements of dairy cattle. 7.ed. Washington, D.C.: The Natio-
nal Academies Press, 2001 
5) NRC. Nutrient requirements of swine. 10.ed. Washington, D.C.: The National 
Academies Press, 1998. 
6) NRC. Nutrients and toxic substances in water for livestock and poultry. Wa-
shington, D.C.: The National Academies Press, 1974 
7) NRC. Nutrients requirements of beef cattle. 7.ed. Washington, D.C.: The Nati-
onal Academies Press, 1996 
8) NRC. The nutrient requirements of horses. 6.ed. Washington, D.C.: The Natio-
nal Academies Press, 2007 
9) PESSOA, Ricardo Alexandre Silva. Nutrição animal: conceitos elementares. 1. 
ed. São Paulo: Editora Érica, 2014. 
10) SILVA, Thiago Henrique da; NETTO, Arlindo Saran. A água na nutrição animal. 
In: ARAÚJO, Lúcio Francelino; ZANETTI, Marcus Antônio (Eds.). Nutrição Ani-
mal. Barueri: Manole, 2019. 
mailto:secretaria@funec.com.brde água por equinos à pasto relatam ingestão de água de duas 
a três vezes ao dia, mas mais pesquisas devem ser feitas para elucidar tal informação. 
 
4.4 Suínos 
 
A atividade de criação de suínos possui alta demanda de água, tanto para o 
consumo pelos animais como para a limpeza e higienização das instalações, promo-
vendo a manutenção do bem-estar dos animais. Um ponto importante é utilizar o con-
sumo de água como indicador de saúde dos animais, ou seja, quando há a redução 
de consumo de água por três dias consecutivos ou uma redução de 30% em um 
mesmo dia pode ser um indicativo de problemas de saúde. Entre os fatores que inter-
ferem no consumo de água pelos suínos estão o peso do animal, a qualidade da água, 
a salinidade da água, a temperatura da água e do ambiente, a umidade relativa do 
ambiente e do alimento, o nível de consumo de alimentos sólidos, teor de proteína, 
sal e de fibra da dieta, a condição de saúde, tipo e regulagem do bebedouro. 
O consumo médio de água por suínos com peso corporal entre 36 a 97 kg é 
5,5 L/animal/dia (com peso corporal de 25 kg consomem 2 litros e com peso corporal 
de 110 kg consomem 6 L/animal/dia). Harper (2006 apud Silva e neto, 2019) indica 
que na fase de crescimento os animais consomem 2,0 a 5,0 L/animal/dia e na fase de 
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acabamento consomem de 4,0 a 10,0 L/animal/dia. A temperatura ambiental afeta o 
consumo de água dos suínos. 
Embora não haja resultados consistentes na literatura, estudos demonstram 
que a temperatura ambiental indo de 22ºC para 35ºC aumenta em 
média 60% o consumo de água dos animais (ciclo completo), 
sendo que os animais jovens podem aumentar o consumo de água 
em até 80% em estresse calórico. 
Como resumo prático recomendado, tem-se que os inter-
valos entre consumos de água de acordo com o peso são:1,0 a 3,2 L/animal/dia (7-22 
kg); 3,2 a 4,5 L/animal/dia (23-36 kg); 4,5 a 7,3 L/animal /dia (36-70 kg) e 7,3 a 10 
L/animal/dia (70-110 kg). Além disso, outra estimativa de consumo de água pode ser 
feita em relação ao consumo de ração em que valores de 2 a 2,5 L/kg de ração, sendo 
a ração na base de matéria seca. 
O consumo de água para limpeza de instalações entre as saídas e entradas 
de lotes é estimado em 25 L/suíno acabado e 600 L/porca/ano. Porém, a variação é 
enorme e a limpeza diária deve ser feita com raspagem e varredura. 
Neste tipo de criação a qualidade da água segue os mesmos princípios já 
apresentados, mas a quantidade de água utilizada deve ser monitorada para maximi-
zar seu uso eficiente. Uma medida recomendada é o uso de sistema de medição da 
quantidade de água consumida, no intuito de promover a segurança hídrica da propri-
edade. Deve-se colocar um medidor em cada galpão de forma segmentada, e outro 
medidor para a quantidade de água utilizada na limpeza. A medição deve ser feita no 
mínimo mensalmente, mas a frequência deve ser maior em períodos de seca por oti-
mizar o uso desse recurso natural finito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vá no tópico VÍDEO COMPLEMENTAR em sua sala virtual e 
acesse o vídeo “Água na nutrição animal”. 
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ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
1 - A absorção de água no TGI começa especificamente em qual parte do intestino? 
a) Intestino delgado proximal. 
b) Intestino grosso. 
c) Estômago. 
d) Esôfago. 
 
2 - Qual é o efeito da temperatura ambiente sobre a ingestão de água em vacas, 
segundo a Tabela 9? 
a) A ingestão de água diminui com o aumento da temperatura. 
b) A ingestão de água aumenta com o aumento da temperatura. 
c) A ingestão de água permanece constante, independente da temperatura. 
d) A temperatura ambiente não afeta a ingestão de água. 
 
3 - Quais fatores podem influenciar o consumo de água como bebida pelo animal? 
a) Idade, atividade física e estado psicológico. 
b) Cor do pelo, tamanho e peso. 
c) Idade, atividade, estado fisiológico e genética. 
d) Tipo de habitat, cor dos olhos e formato das orelhas. 
 
4 - Qual a porcentagem de água no leite produzido por vacas leiteiras? 
a) 50% 
b) 75% 
c) 87% 
d) 92% 
 
5 - Qual a relação entre a qualidade da água e o desempenho de ruminantes, de 
acordo com pesquisas? 
a) A qualidade da água não afeta o desempenho de ruminantes. 
b) A presença de bactérias na água melhora o desempenho digestivo de ruminan-
tes. 
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c) Somente a presença de metais pesados na água afeta o desempenho de rumi-
nantes. 
d) A salinidade e a presença de certos sais e componentes tóxicos podem afetar 
negativamente o desempenho de ruminantes. 
 
6 - Como o estresse calórico afeta o consumo de água em suínos? 
a) Não afeta o consumo de água, pois os suínos são resistentes a variações de 
temperatura. 
b) Reduz o consumo de água, pois os suínos buscam economizar energia. 
c) Aumenta em média 60% o consumo de água, com os animais jovens podendo 
aumentar em até 80%. 
d) O estresse calórico faz com que os suínos consumam menos alimento e, por 
consequência, menos água. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1) ANDRIGUETTO, José Milton et al. As bases e os fundamentos da nutrição 
animal. Reimpressão. São Paulo: Nobel, 2006. 
2) CARVALHO, H. H. et al. Alimentos: métodos físicos e químicos de análise. 
Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2002. 
3) NRC. Mineral tolerance of domestic animals. Washington, D.C.: The National 
Academies Press, 1980 
4) NRC. Nutrient requirements of dairy cattle. 7.ed. Washington, D.C.: The Natio-
nal Academies Press, 2001 
5) NRC. Nutrient requirements of swine. 10.ed. Washington, D.C.: The National 
Academies Press, 1998. 
6) NRC. Nutrients and toxic substances in water for livestock and poultry. Wa-
shington, D.C.: The National Academies Press, 1974 
7) NRC. Nutrients requirements of beef cattle. 7.ed. Washington, D.C.: The Nati-
onal Academies Press, 1996 
8) NRC. The nutrient requirements of horses. 6.ed. Washington, D.C.: The Natio-
nal Academies Press, 2007 
9) PESSOA, Ricardo Alexandre Silva. Nutrição animal: conceitos elementares. 1. 
ed. São Paulo: Editora Érica, 2014. 
10) SILVA, Thiago Henrique da; NETTO, Arlindo Saran. A água na nutrição animal. 
In: ARAÚJO, Lúcio Francelino; ZANETTI, Marcus Antônio (Eds.). Nutrição Ani-
mal. Barueri: Manole, 2019. 
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