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DIREITO DE FAMÍLIA Resumo das Aulas Prof. Denis de Souza Luiz DIREITO DE FAMÍLIA O direito de família é, de todos os ramos do direito, o mais inerentemente ligado à própria vida e a dignidade da pessoa humana. Como é cediço a proteção da e n t i d a d e f a m i l i a r p o s s u i s t a t u s constitucional. A Constituição Federal no seu artigo 226 determina que a família é a base da sociedade e possui especial proteção do Estado. Nesse contexto, emana a sua importância do seu estudo pelo operador do direito. DIREITO DE FAMÍLIA DIREITO DE FAMÍLIA 1. Conceito. 2. Objeto do Direito de Família. 3. Natureza. 4. Conteúdo e disposição legal. 5. Evolução do Direito de Família. 6. Os princípios do Direito de Família. 7. O objeto do Direito de Família. 8. O conceito de família. 9. As espécies de família. 10. A família na CF/88. 11. As outras formas de família não explicitamente previstas na CF/88. 12. Revisão 13. Referências 1. Conceito de Direito de Família: A família é a célula mater da sociedade, sendo, portanto, constitucionalmente tutelada pelo direito. O Estado objetiva tutelar e regular à família procurando preservar essa célula que o sustenta. Lôbo (2011), dispõe que o Direito de Família é “um conjunto de regras que disciplinam os direitos pessoais e patrimoniais das relações de família”. Gonçalves (2012) determina que o “Direito de família regula exatamente as relações entre os seu diversos membros e as consequências que delas resultam para as pessoas e bens” . 2. Objeto do Direito de Família: É o complexo de disposições, pessoais e patrimoniais, que se origina do entrelaçamento das múltiplas relações estabelecidas entre os componentes da entidade familiar. 3. Natureza: Pelo fim tutelado pode ser considerado um direito “quase público”. É direito privado com ingerência do direito público. É ramo do direito privado, apesar do interesse estatal. Contudo, o fato de pertencer ao ramo do Direito Privado não quer dizer que as normas componentes do sistema sejam todas de cunho individual. Em DIREITO DE FAMÍLIA 2 DIREITO DE FAMÍLIA razão da importância social, predominam no direito de família as normas de ordem pública, impondo antes deveres do que direitos. Daí por que se observa uma intervenção crescente do Estado no campo do direito de família, visando-lhe conceder maior proteção e propiciar melhores condições de vida às gerações novas. Mas essa ligação não retira o caráter privado, pois está disciplinado num dos mais importantes setores do direito civil, e não envolve diretamente uma relação entre o Estado e o cidadão. E, com a instalação do processo de “constitucionalização do Direito Civi l”, a publicização de suas normas se tornou ainda mais necessária, com o objetivo de se atender, plenamente, a sua função social. Porquanto, vislumbra-se que o Direito de Família, ramo do Direito Civil, integra, sob o ponto de vista enc i c l opéd i co , o D i re i t o Pr i vado , po s to reconheçamos a cogência da grande maioria de seus institutos, integrantes de seu corpo normativo positivo. 4. Conteúdo e disposição legal: O quadro a seguir demostra o conteúdo estudado pelo Direito de Família: 3 Relações Pessoais Casamento, união estável, maternidade, etc. Conteúdo do Direito de Família 5. A evolução do Direito de Família Brasileiro: Lôbo (2011) destaca três grandes períodos no processo de evolução do Direito de Família Brasileiro: • Do direito de família religioso, ou do direito canônico, que perdurou por quase quatrocentos anos, que abrange a Colônia e o Império (1500-1889), de predomínio do modelo patriarcal; • Do direito de família laico, instituído com o advento da República (1889) e que perdurou até a Constituição de 1988, de redução progressiva do modelo patriarcal; • Do direito de família igualitário e solidário, instituído pela Constituição de 1988. Características da família no modelo clássico do Direito de Família: • Hierarquizada. • Transpessoal. • Matrimonializada. • Patrimonializada O m o d e l o a t u a l d o D i r e i t o d e F a m í l i a constitucionalizado tem por característica: • Valorização da afetividade no direito de família. • Poliamorismo. • Indenização para as esposas paga pelas amantes. • União homoafetiva. • Alimentos gravídicos. • Alienação Parental. • Contrato de Namoro. • Indenização por abandono afetivo. 6. Os princípios do Direito de Família: Princípio da dignidade da pessoa humana: O artigo 1º, inciso III da CF/88 determina que o princípio da 4 dignidade humana é objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, sendo mandamento que deve ser aplicado em todas as relações jurídicas públicas ou privadas. Lôbo (2011) define a dignidade da pessoa humana como o “núcleo existencial que é essencialmente comum a todas as pessoas humanas, como membros iguais do gênero humano, impondo-se um dever geral de respeito, proteção e intocabilidade.” Princípio da solidariedade familiar: O princípio da solidariedade familiar é decorrência do princípio constitucional da solidariedade social. Lôbo (2011), entende que este princípio “significa um vínculo de sentimento racionalmente guiado, limitado e autodeterminado que compele à oferta de ajuda, apoiando-se em uma mínima similitude de certos interesses e objetivos, de forma a manter a diferença entre os parceiros”. Princípio da igualdade entre os cônjuges e da igualdade entre os filhos: A consagração do princípio da igualdade, em nível constitucional, representou um avanço inegável do Direito Brasileiro, talvez nenhum outro princípio tenha provocado tamanha transformação, tanto quanto o da igualdade entre homem e mulher, quanto entre filhos e entre entidades familiares. Assim, a aplicação da igualdade substancial nas relações familiares surge, especificamente, nas seguintes hipóteses: • No § 5º do art. 226 da Constituição Federal – determina que os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. • No § 6º do art. 227 da Constituição Federal – determina que os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Princípio da afetividade: atualmente este princípio representa o núcleo das relações familiares, relativizando muitas vezes a própria norma positivada. Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente: O princípio do melhor interesse da 5 criança previsto no art. 227 da Constituição Federal garante a ela, inclusive aos adolescentes, prioridade no tratamento de seus interesses, pelo Estado, pela sociedade e pela família. Princípio da convivência familiar: Esse princípio determina que em regra pais e filhos devem permanecer juntos. O afastamento definitivo dos filhos da sua família natural é sempre medida de exceção, apenas recomendável em situações justificadas por interesse superior, a exemplo da adoção, do reconhecimento da paternidade socioafetiva ou da destituição do poder familiar por descumprimento de dever legal. 7. O objeto do Direito de Família: A família é a célula fundamental da sociedade, tutelada constitucionalmente. Portanto, a família é o objeto precípuo do Direito de Família. No direito positivo brasi leiro, conforme o texto expresso da Constituição Federal (art. 226), a família é constituída: a) pelo casamento civil entre o homem e a mulher (CF, art. 226, § 1.º); b) pela união estável entre o homem e a mulher (CF, art. 226, § 3.º); e c) pela relação monoparental entre o ascendente e qualquer de seus descendentes (CF, art. 226, § 4.º). Contudo, o atualprocesso de constitucionalização do Direito de Família, vislumbra outras formas de entidades familiares. Em decisão da ADI 4.277 recentemente compreendeu-se que a “entidade familiar”, entendida esta como sinônimo perfeito de “família”.” Voto do Min. Ayres Britto (ADI dos homoafetivos). Assim, atualmente, pode-se dizer que o rol presente no art. 226 da Constituição Federal é considerado meramente exemplificativo, permitindo a existência de outras, ainda que não legisladas. 8. O conceito de Família: Conceito em sentido amplo: é o grupo de pessoas que descendem de um ancestral comum e os afins. Conceito em sentido estrito ou nuclear: é o grupo que se forma pelo casamento, união estável, filiação, bem como a comunidade formada por um dos pa i s e descendentes (família monoparental). 6 9. As espécies de Família: Família matrimonial: Decorre de casamento civil validamente contraído. Família monoparental: Estabelecida entre um dos genitores e sua prole. Família informal: Decorre da constituição da união estável. Família homoafetiva: Estabelecida na união entre pessoas do mesmo sexo. Família anaparental: Estabelecida no convívio entre pessoas (parentes ou não) dentro de uma estruturação com identidade de propósitos. Família pluriparental ou reconstituídas: Entidades familiares complexas que decorrem de uma recomposição afetiva, nas quais, pelo menos um dos cônjuges traz filhos de outros relacionamentos. Famílias paralelas: São formadas entre concubinos (art. 1.727, CC). Família extensa ou ampliada: É “aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade”. (art. 25, parágrafo único, ECA). 10. A Família na CF/88: Casamento: § 1º do art. 226 da CF/88: “O casamento é civil e gratuita a celebração”. § 2º do art. 226 da CF/88: “O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei”. União Estável: § 3º do art. 226 da CF/88: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. A família monoparental: § 4º do art. 226 da CF/88: “Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. 7 11. Outras formas de família não explicitamente prev istas na CF/88: Afetiva, recomposta, homoafetiva. IMPORTANTE: Este material tem por escopo proporcionar aos alunos uma noção básica do que foi debatido em sala de aula. Grande parte do material são paráfrases dos autores indicados no plano de ensino, cujas obras são recomendadas para um maior aprofundamento na matéria. 8 9 12. Revisão Verificar Resposta Adriana começou a namorar Rodrigo quando já estava grávida de um mês. Mesmo assim, por uma questão de lealdade resolveu contar ao mesmo sobre o fato. Rodrigo, que sempre sonhou em ser pai, resolveu assumir o filho de Adriana como se fosse seu, o que realmente ocorreu no nascimento da criança. Adriana e Rodrigo, após um ano do nascimento do bebê, casaram-se e assim permaneceram por sete anos. Porém, quando da separação, Rodrigo resolveu propor uma ação negatória de paternidade, cumulando seu pedido com a anulação do registro de nascimento da criança. Qual princípio de direito de família poderia ser utilizado em sede de contestação? A. Princípio da solidariedade familiar. B. Princípio da convivência familiar. C. Princípio da igualdade. D. Princípio da afetividade. Lisboa, Roberto Senise. Manual de direito civil, v. 5 : direito de família e sucessões. 7. ed. – São Paulo : Saraiva, 2012. Lôbo, Paulo. Direito civil: famílias. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Gagliano, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume 6: Direito deamília — As famílias em perspectiva constitucional. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012. Gonçalves, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6: direito de família. 9. ed. São Paulo : Saraiva, 2012. x REFERÊNCIAS
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