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Disciplinas Educação Inclusiva: Princípios e Práticas Docentes Prof. Gabriela Maffei Curso PEDAGOGIA Módulo 5.1 Síntese Unidade VI: As políticas educacionais inclusivas no contexto de sistema educacional brasileiro Neste capítulo, veremos as leis que regem pelas políticas educacionais inclusivas no contexto do sistema educacional brasileiro, ou seja, conheceremos quais são as leis que asseguram o direito de educação e serviços para as crianças com necessidades especiais na rede regular de ensino. No contexto das políticas educacionais inclusivas, vários são os documentos que legitimam a educação como direito da criança com necessidades especiais. Dentre eles podemos citar a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, a Declaração de Salamanca de 1994, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, o Processo do Conselho Estadual de Educação de 1998, o Plano Nacional de Educação de 2001, o Parecer CNE/CEB nº 17 de 2001 e a Resolução CNE/CEB nº 2 de 2001. Vejamos o que diz cada um deles. Assim, o Estatuto está de acordo que o Estado deverá assegurar as condições de igualdade para o acesso e permanência da criança na escola, além de garantir a frequência dos portadores de necessidades especiais preferencialmente na rede regular de ensino. Em 1994, reuniram na cidade de Salamanca, Espanha, vários representantes de noventa e dois governos e vinte e cinco organizações institucionais para discutirem, em conferência, medidas para promover a educação para todos, enfocando a inclusão de crianças com necessidades especiais. Sendo aprovada a Declaração de Salamanca, que está voltada para os princípios, políticas e práticas das necessidades educacionais especiais. A Declaração de Salamanca é o primeiro documento internacional que trata do tema da inclusão. Nota-se pela leitura desses tópicos que toda a criança tem direito à educação, mas que cada uma delas tem particulares. Nesse sentido, os sistemas educacionais devem levar essas condições em consideração visto que todas as crianças devem ter acesso à escola regular. Para levar adiante essas premissas, o documento acredita que a educação deve ter prioridade política e orçamentária, para que possam ser desenvolvidos projetos, intercâmbios e pesquisas com as escolas que já adotaram a prática inclusivista. Além disso, a prioridade também se justifica, pois é necessário pensarmos em mecanismos de planejamento, supervisão e avaliação do ensino de pessoas com necessidades especiais, bem como investir na formação de professores. A pedagogia centrada na criança, conforme afirma o documento, poderá evitar o desperdício de recursos e a frustração de esperanças, pois provavelmente as taxas de desistência e de repetência escolar irão reduzir. Escolas voltadas para essa concepção estarão educando para uma sociedade que respeite a dignidade de todos os seres humanos. No entanto, é importante ressaltar que o envolvimento e a participação de todas as pessoas é primordial: professores, pais e colegas devem estar comprometidos com a concepção de escola inclusiva. O princípio das escolas inclusivas, conforme o documento, é de que todas as crianças aprendam juntas, independente de suas particularidades. As escolas devem atender essas particularidades. O encaminhamento para escolas ou classes especiais deve ocorrer somente quando a educação em classe regular não satisfazer as necessidades educacionais e sociais da criança e ainda assim, em tempo parcial, ela deverá estar frequentando a escola regular. Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais deverão receber suporte extra para assegurar a sua educação efetiva. O documento ainda sugere que as escolas especiais podem ser centro de formação profissional, orientando as escolas regulares quanto aos conteúdos e métodos de ensino. As escolas inclusivistas devem estar permeadas por políticas claras e de financiamento, requerendo mudanças na escolarização. Desse modo, para além da inclusão da pessoa portadora e necessidades educacionais especiais, deve-se pensar em mudanças que estejam voltadas para melhorar a qualidade e a relevância do ensino, garantindo assim a escolarização satisfatória para toda a população. Outra questão pertinente que o documento coloca é que o currículo deve ser adaptado para as necessidades das crianças e não o contrário. As crianças com necessidades especiais devem receber apoio instrucional e não um currículo diferente. Quanto à avaliação, o documento preconiza que ela deve ser formativa, ou seja, incorporada no processo educacional regular, procurando manter alunos e professores informados da aprendizagem adquirida para identificar dificuldades e elaborar estratégias para superá-las. As formas de avaliação precisam ser, portanto, revistas. A Declaração de Salamanca define algumas áreas prioritárias que poderiam viabilizar a inclusão de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais quais seriam, a educação infantil, a transição da escola para a vida economicamente ativa e a educação das meninas. Mediante a educação infantil, as crianças teriam acesso a programas de estimulação precoce, por exemplo, que atuam na promoção do desenvolvimento físico, intelectual e social e a prontidão para a escolarização. Outra questão se faz importante e pertinente: a participação da comunidade. Compõem a comunidade, os pais, a própria comunidade e a conscientização pública. Aos pais cabe escolher o tipo de educação que desejam para os filhos. Juntos com a equipe escolar podem pensar em desenvolver estratégias para atividades educativas em casa. De acordo com a Declaração de Salamanca, as escolas inclusivas devem ser reconhecidas pela política governamental como o modo mais efetivo de atingir a educação para todos. Os recursos precisam ser destinados para a formação de professores, para os centros de recursos e para a assistência técnica. Outro importante documento para viabilizar a Educação Inclusiva no Brasil é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB, lei nº 9.393 de 1996. A Lei, assim como os outros documentos, também assegura que quando necessário, deverá haver apoio especializado nas escolas regulares para atender as necessidades das crianças e que o atendimento educacional somente será feito em classes, escolas ou serviços especializados sempre que não for possível a inclusão da criança nos serviços regulares. Percebe-se, portanto, que os documentos estão em consonância, ou seja, estão retratando a urgência de medidas e de ações para a inclusão de crianças e jovens com necessidades especiais no sistema educacional regular de ensino. Não basta apenas incluir. É preciso que se assegure educação de qualidade, mediante o investimento no campo, assim como também afirma o Processo CEE 1796/73, que fixa as normas para a educação especial no sistema de ensino do Estado de São Paulo. Esse documento relata que há várias concepções e práticas que precisam ser mudadas para que haja a real inclusão dos alunos. Dentre essas medidas, destaca-se a delimitação do número de alunos com necessidades educacionais especiais por classe e a adaptação dos recursos físicos na sala de aula e na escola. Quanto às concepções, é preciso buscar a articulação entre a escola regular e a escola especial para juntas pensarem na meta da inclusão. Também é preciso se voltar para a nova concepção de avaliação, ou seja, contínua e cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Outro documento importante é o Parecer CNE/CEB nº 17/2001, que fixa as Diretrizes Nacionais para a educação especial na Educação Básica. Através da busca pelos princípios de preservação da dignidadehumana, de busca da identidade e do exercício da cidadania, o documento reafirma os diretos ao acesso e permanência na escola regular pelos alunos com necessidades educacionais especiais, resguardando as adaptações necessárias e os serviços de apoio quando os mesmos se fizerem pertinentes. O Plano, na área que nos interessa aqui, preconiza que o direito à educação deve estar acessível a todas as pessoas e sempre que possível junto das demais nas escolas regulares. De acordo com o documento, a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais no ensino regular faz parte da política governamental e abrange o âmbito social e o âmbito educacional. O âmbito social se refere ao reconhecimento das crianças, jovens e adultos como cidadãos e sendo assim, o seu direito de estarem incluídos em todos os setores da sociedade. O âmbito educacional está voltado tanto para os aspectos administrativos, ou seja, de adequação do espaço da escola, de seus equipamentos e materiais pedagógicos como na qualificação dos professores e demais profissionais. A generalização de programas de formação de professores e de atendimentos aos alunos. Também objetiva tornar disponível os recursos materiais adaptados, como livros em braille, para alunos cegos; transporte escolar e equipamentos para deficientes físicos como órteses e equipamentos de informática também estão previstos, dentre outras medidas. Bom estudo! Equipe de Dependência Pedagogia.
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