Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Agente etiológico: Tritrichomonas foetus 
Protozoário flagelado que apresenta três flagelos anteriores, um posterior, 
citoplasma com grânulos cromáticos, núcleo, membrana ondulante ao longo do 
corpo e axóstilo de sustentação. 
• Transmissão: 
Doença venérea, transmitida principalmente durante o coito natural com touros 
infectados. 
• Importância: 
Doença reprodutiva de grande impacto econômico em rebanhos bovinos, 
especialmente devido a: 
o Baixo índice de fecundação. 
o Alta incidência de abortos e morte embrionária. 
o Queda na produção de bezerros (13% a 50%). 
• Distribuição geográfica: 
Cosmopolita. Tem sido reduzida em países que adotaram inseminação artificial 
e práticas rigorosas de profilaxia. 
Patogenia 
• Machos: 
o Portadores assintomáticos. 
o A infecção é permanente, com o protozoário alojado no prepúcio e pênis. 
• Fêmeas: 
o O parasito se aloja inicialmente na vagina e depois no útero. 
o Em vacas não prenhes, o parasito é eliminado naturalmente em cerca de 
60 dias (3 cios). 
o Em vacas prenhes, o parasito multiplica-se na placenta causando: 
▪ Morte embrionária (13%–50%). 
▪ Aborto em torno de 120 dias (3,1%–14%). 
▪ Retenção de placenta. 
▪ Fetos macerados (0,6%–2,4%). 
▪ Piometra (2,1%–8%). 
▪ Infertilidade subsequente (9,4%–35,4%). 
Diagnóstico 
• Anamnese e histórico reprodutivo do rebanho. 
• Presença de infertilidade em rebanhos é um sinal de alerta. 
• Exame direto do muco vaginal ou prepucial (requer repetições). 
• Cultivo laboratorial do protozoário (confirmação definitiva). 
Profilaxia 
• Não adquirir animais de procedência desconhecida. 
• Separar e retirar da reprodução os animais com suspeita ou diagnóstico positivo. 
• Descanso sexual das fêmeas por 3 cios consecutivos. 
• Tratar touros valiosos. 
• Eliminar touros de baixo valor econômico. 
• Monitorar os reprodutores e priorizar inseminação artificial. 
Tratamento 
• Machos: 
o Aplicação tópica de pomadas com tripoflavina no pênis. 
o Requer exposição do órgão com anestesia pudenda ou epidural. 
o Uso de Dimetridazole (ENTRIL): 
▪ 50 mg/kg EV (dose única) ou 
▪ 10 mg/kg EV por 5 dias consecutivos. 
• Fêmeas: 
o Não se utiliza medicamentos específicos. 
o Apenas descanso sexual por 3 cios consecutivos. 
 LEISHMANIOSE 
• Agente etiológico: Leishmania spp. 
o Formas: promastigota (inseto vetor) e amastigota (hospedeiro 
vertebrado). 
• Vetores: Flebotomíneos (Lutzomyia, Psychodopygus – conhecidos como 
mosquito-palha). 
• Transmissão: Picada do vetor, transfusão de sangue, possível via 
transplacentária ou lactogênica. 
• Formas clínicas: 
o Tegumentar: cutânea (única ou múltipla), mucocutânea, difusa (grave, 
imunossupressão). 
o Visceral (calazar): febre, hepatoesplenomegalia, caquexia. 
• Reservatórios: cães (principal), roedores, raposas. 
• Diagnóstico: 
o Clínico-epidemiológico (área endêmica). 
o Parasitológico: biópsia, escarificação, esfregaço, cultura, inoculação em 
hamster. 
o Imunológico: teste de Montenegro (cutânea), ELISA, RIFI. 
o Molecular: PCR. 
• Tratamento: 
o Humanos: Antimoniais pentavalentes, Anfotericina B, Pentamidina. 
o Cães: Proibido uso de medicamentos humanos – Portaria nº 1.426/2008. 
Alta taxa de recidiva. 
• Controle e profilaxia: 
o Eutanásia de cães positivos, coleiras com deltametrina, vacinação, 
controle do vetor e criadouros (detritos, lixo, mato), uso de telas, evitar 
exposição noturna. 
SARNAS 
• Classificação: 
o Escavadoras (epiderme ou derme): Sarcóptica (Sarcoptes scabiei), 
Notoédrica (Notoedres cati), Knemidocóptica (aves). 
o Superficiais: Psoróptica (Psoroptes ovis), Otodécica (Otodectes cynotis). 
o Profundas: Demodécica (Demodex canis). 
• Transmissão: Contato direto, fômites. 
• Sinais clínicos: 
o Prurido intenso (principalmente à noite), alopecia, crostas, espessamento 
e escurecimento da pele. 
o Sarna notoédrica: lesões em orelhas, cabeça e focinho dos gatos. 
o Sarna otodécica: prurido auricular, produção de cerúmen escuro, 
otohematoma. 
o Sarna demodécica: relacionada à imunossupressão, não contagiosa. 
• Diagnóstico: Raspado cutâneo (superficial ou profundo), otoscópio, 
microscopia. 
• Tratamento: 
o Ivermectina, moxidectina, doramectina. 
o Amitraz (banhos) – cuidado com lesões secundárias. 
o Selamectina, isoxazolinas, suporte com ômegas, anti-histamínicos, 
shampoos queratolíticos, antibióticos. 
. MIÍASES 
• Definição: Infestação por larvas de moscas (dípteros). 
• Tipos: 
o Furuncular: Dermatobia hominis (berne) – penetração direta, forma 
nódulo. 
o Cutânea: Cochliomyia hominivorax (bicheira) – feridas pré-existentes, 
larvas causam necrose. 
o Cavitária: Oestrus ovis (seios nasais ovinos), Gasterophilus intestinalis e 
nasalis (trato digestivo de equinos). 
• Sinais: Dor, sangramento, odor fétido, ulceração, infecção secundária, perda de 
peso. 
• Tratamento: 
o Remoção cirúrgica da larva, ivermectina, limpeza da ferida, uso de 
antibióticos e anti-inflamatórios. 
• Controle: Repelentes, higiene ambiental, tratamento de feridas, eliminação de 
criadouros. 
ENDOPARASITOSES 
• Principais parasitas: 
o Nematódeos: Haemonchus, Trichostrongylus, Ostertagia, Strongylus. 
o Cestódeos: Moniezia, Dipylidium. 
o Trematódeos: Fasciola hepatica, Platynosomum. 
o Protozoários: Eimeria, Cryptosporidium, Toxoplasma. 
• Localização: 
o Estômago (abomaso), intestino delgado/grosso, fígado, pulmão. 
• Sinais clínicos: Anemia, diarreia, perda de peso, colestase, morte em jovens, 
cólica (equinos), má absorção. 
• Diagnóstico: OPG (ovos por grama), flutuação, técnica de Willis, PCR. 
• Tratamento: Benzimidazóis, levamisol, ivermectina, albendazol, praziquantel, 
sulfas. 
• Controle: Pastagens rotacionadas, manejo sanitário, controle de vetores, 
medicações estratégicas. 
MICOPLASMOSE FELINA (HEMOBARTONELOSE) 
• Agente: Mycoplasma haemofelis 
• Transmissão: Pulgas (Ctenocephalides felis), brigas, transfusão, transplacentária. 
• Risco aumentado em: gatos machos, não castrados, com acesso à rua, 
FeLV+/FIV+. 
• Sinais clínicos: Anemia, mucosas pálidas, anorexia, taquicardia, icterícia, 
esplenomegalia. 
• Diagnóstico: Esfregaço sanguíneo, hemograma, PCR (mais sensível), sorologia. 
• Tratamento: 
o Antibióticos: doxiciclina, enrofloxacino, marbofloxacino. 
o Corticoides: prednisolona (anemia imunomediada). 
o Suporte: soro, omeprazol, ferro, interferon, nutrição reforçada. 
TRIPANOSSOMOSES 
• Agentes e formas: 
o Trypanosoma cruzi: Doença de Chagas (sessão estercorária – fezes do 
barbeiro). 
o T. evansi: Mal das Cadeiras (equinos, transmissão mecânica). 
o T. vivax: Secadeira (bovinos). 
o T. equiperdum: Durina/Mal do Coito (transmissão venérea). 
• Sinais clínicos: 
o Febre, anemia, emagrecimento, aborto, ataxia, incoordenação, caquexia. 
o T. cruzi: miocardite, megacólon, megasôfago. 
o T. evansi: paralisia pélvica, edema posterior. 
o T. equiperdum: vaginite, parafimose, “placas de prata”. 
• Diagnóstico: Esfregaço, PCR, ELISA, RIFI, xenodiagnóstico. 
• Tratamento: Benznidazol (T. cruzi), Diminazeno, Isometamídio (T. evansi, T. 
vivax). 
CRIPTOSPORIDIOSE 
• Agente: Cryptosporidium spp. 
• Tipo: Coccídio intracelular e extracitoplasmático. 
• Zoonose: Alta resistência ambiental, veiculação hídrica. 
• Transmissão: Fecal-oral, água contaminada, autoinfecção (oocistos de parede 
fina). 
• Sinais clínicos: Diarreia (aguda em filhotes, crônica em imunossuprimidos), 
prolapso retal, má absorção. 
• Diagnóstico: Ziehl-Neelsen, auramina, PCR, ELISA, flutuação fecal. 
• Tratamento: Não há específico. Suporte com hidratação, azitromicina, nutrição 
adequada. 
• Controle: Saneamento básico, evitar contato com répteis, manejo sanitário. 
BABESIOSE E ERLIQUIOSE CANINA 
• Agentes: Babesia canis, Ehrlichia canis 
• Transmissão: Carrapato Rhipicephalus sanguineus 
• Babesiose: 
o Hemólise, anemia, febre, icterícia, hemoglobinúria. 
• Erliquiose: 
o Pancitopenia, sangramentos, linfadenomegalia,apatia. 
• Diagnóstico: Esfregaço, PCR, ELISA. 
• Tratamento: 
o Doxiciclina (ambas), imidocarb (babesiose). 
o Suporte: transfusão, fluidoterapia. 
 
EPM – MIELOENCEFALITE PROTOZOÁRIA 
EQUINA 
• Agente: Sarcocystis neurona 
• Hospedeiro definitivo: Gambá. Equino é acidental. 
• Transmissão: Ingestão de alimentos ou água contaminados com oocistos. 
• Sinais clínicos: Ataxia, claudicação, paralisia pélvica, desvio de cabeça, 
convulsões, disfagia, paresia de cauda. 
• Diagnóstico: Sinais clínicos, PCR, Western blot, análise do líquor. 
• Tratamento: 
o Sulfadiazina + pirimetamina (120 a 180 dias) 
o Diclazuril ou Toltrazuril 
o Anti-inflamatórios, vitamina E, fisioterapia, acupuntura 
• Prevenção: Controle de gambás, higiene, armazenar corretamente os alimentos. 
TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA (TPB) 
Agentes etiológicos: 
• Babesia bovis 
• Babesia bigemina 
• Anaplasma marginale 
Vetores: 
• Rhipicephalus microplus (carrapato) 
• Babesia bigemina: transmissão por ninfas e adultos 
• Babesia bovis: transmissão por larvas 
• Anaplasma: também pode ser transmitido por outros artrópodes hematófagos 
Patogenia: 
• Babesia → destruição de hemácias (anemia, febre, icterícia, hemoglobinúria) 
• Anaplasma → destruição nos órgãos linfoides → icterícia 
 Sinais clínicos: 
• Febre, anemia, prostração, icterícia, hemoglobinúria 
• Após infecção, o animal torna-se portador subclínico 
Diagnóstico: 
• Esfregaço sanguíneo periférico (corado) 
o Babesia bovis → hemácias com parasitas pequenos e viscerais 
o Babesia bigemina → parasitas grandes e periféricos 
o Anaplasma marginale → periferia das hemácias 
Achados de necrópsia: 
• Palidez, icterícia, hidropericárdio, baço aumentado, fígado inchado, bilis espessa 
 Tratamento: 
Doença Medicamento Dose 
Anaplasmose Tetraciclina 6,6 a 11 mg/kg EV ou IM 
Anaplasmose Imidocarb 3 mg/kg SC ou IM 
Babesiose Diaminazina 3,5 mg/kg IM 
Babesiose Imidocarb 1 a 3 mg/kg SC ou IM 
Premunição: 
• Considerar idade, origem, raça, saúde, assepsia 
• Planejar inoculação controlada com doadores conhecidos 
 
	Agente etiológico: Tritrichomonas foetus
	Patogenia
	Diagnóstico
	Profilaxia
	Tratamento
	LEISHMANIOSE
	ENDOPARASITOSES
	MICOPLASMOSE FELINA (HEMOBARTONELOSE)
	TRIPANOSSOMOSES
	BABESIOSE E ERLIQUIOSE CANINA
	TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA (TPB)
	Agentes etiológicos:
	Vetores:
	Sinais clínicos:
	Diagnóstico:
	Tratamento:
	Premunição:

Mais conteúdos dessa disciplina