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Nutrientes calóricos e balanço energético - Lipídeos Apresentação Nesta Unidade de Aprendizagem, iremos discorrer sobre os nutrientes calóricos e balanço energético - lipídeos. Os lipídeos são importantes na alimentação, uma vez que fornecem energia, ácidos graxos essenciais e carreiam as vitaminas lipossolúveis e antioxidantes. A sua escolha e inclusão são imprescindíveis na composição de uma dieta saudável. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as classes de lipídeos e seu papel na saúde nutricional.• Descrever a classificação dos ácidos graxos conforme a saturação e suas fontes alimentares.• Explicar como os lipídeos são digeridos e absorvidos.• Desafio Interpretação: Os alimentos da coluna A tendem a ser mais ricos em gorduras saturadas, ácidos graxos trans, colesterol e gorduras totais. Os da coluna B geralmente têm baixo teor desses componentes. Se você quiser reduzir o seu risco de doenças cardiovasculares, escolha mais alimentos da coluna___ e menos da coluna____. A partir da sua interpretação, faça um breve relato sobre o consumo de gorduras saturadas e gorduras trans pela sociedade urbana brasileira e o papel das equipes de saúde na aplicação das quatro recomendações, assim como uma regra de ouro do Guia Alimentar para a população brasileira. Dica: No "Saiba mais" está disponível um link para o Guia alimentar para a população brasileira. Infográfico Observe e analise a imagem abaixo, pois ela sintetiza o que vamos estudar nesta Unidade de Aprendizagem. Conteúdo do livro O aumento da prevalência da obesidade e das doenças cardiovasculares gerou certa "gordofobia" ou seja, medo ao consumo de gorduras na dieta. Contudo, ao falar sobre lipídeos, tem-se um grupo de moléculas muito diverso, com características e impactos fisiológicos muito específicos. Assim, conhecer os lipídeos, suas características bioquimicas, fontes alimentares e ações fisiológicas é fundamental para reconhecer os impactos desses nutrientes no organismo humano. Nesse capítulo "Lipídios" você vai poder aprofundar seus conhecimentos sobre o que são os lipídeos, suas características, funções e fontes alimentares. Além disso, você vai conhecer os diferentes tipos de ácidos graxos, os principais ácidos graxos da dieta e os impactos que cada um deles promovem na saúde cardiovascular. Por fim, você vai aprender com detalhes todo o processo digestivo e absortivo das gorduras. Boa leitura. NUTRIÇÃO BÁSICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Identificar as classes de lipídeos e seu papel na saúde nutricional. > Descrever a classificação dos ácidos graxos conforme a saturação e suas fontes alimentares. > Explicar como os lipídeos são digeridos e absorvidos. Introdução O princípio da alimentação saudável é a presença de todos os nutrientes em quantidade suficiente para atender as demandas orgânicas. Dentre os nutrientes que contribuem com a oferta de energia, está o grupo dos lipídeos. Esse macronutriente, além de fornecer energia, é importante matéria-prima para formação de estruturas corporais, como produção de hormônios e das membranas celulares. Dada a crescente preocupação com a obesidade e as doenças cardiovascu- lares, houve uma “vilanização” das gorduras em geral. Assim, é importante co- nhecer as diferentes substâncias que são consideradas lipídeos e compreender as distinções entre elas e os potenciais impactos que exercem no organismo. Dessa forma, com a ingestão de lipídeos de boa qualidade, bem como seu consumo em quantidades adequadas (de acordo com as recomendações de ingestão diária), esse grupo de nutrientes é benéfico à saúde humana. Neste capítulo, você vai conhecer o grande grupo dos lipídeos, suas clas- sificações e suas funções corporais. Também vai entender o que são ácidos graxos saturados, insaturados e trans e reconhecer suas respectivas fontes ali- mentares. Por fim, vai acompanhar todo o processo de digestão e absorção das gorduras, bem como os sucos digestivos e enzimas envolvidas nesse processo. Lipídeos Ramona Baqueiro Boulhosa Definições e funções dos lipídeos Gorduras e lipídeos são definidos como uma classe de substâncias solúveis em solventes orgânicos, como acetona, éter, metanol e clorofórmio, e insolúveis ou pouco solúveis em água. São incluídos na classe dos lipídeos os ácidos graxos, fosfolipídeos, glicoesfingolipídeos, esteróis e ceras (Voet; Voet, 2013). Ácidos graxos são ácidos carboxílicos com grupos laterais de hidrocar- bonetos de cadeia longa. Os ácidos graxos são encontrados na natureza esterificados a outros compostos. A principal forma de lipídeos na dieta é o triglicerídeo, que consiste em três ácidos graxos esterificados a uma molécula de glicerol (Figura 1). O triglicerídeo é também a forma de armazenamento da gordura no organismo, na célula adiposa (Voet; Voet, 2013). Os tipos e características dos ácidos graxos serão discutidos no próximo tópico. Figura 1. Estrutura do triglicerídeo. Fonte: Adaptada de French (2004). H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H C O O O O O O C C C C C C C C C C C C C C C C C H H CH H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H CC C C C C C C C C C C C C C C H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H H C C C C C C C C C C C C C C C HC Os fosfolipídeos, diferentemente dos triglicerídeos, apresentam grupos polares em sua estrutura química ligados a duas moléculas de ácidos graxos, o que confere a essa substância a característica anfipática (possuem porção hidrofóbica e hidrofílica). Essas cabeças polares podem ser inositol, colina, serina, etanolamina e glicerol (Voet; Voet, 2013). Alguns exemplos de fosfoli- pídeos são apresentados na Figura 2. Lipídeos2 Figura 2. Exemplos de fosfolipídeos. Fosfatidilserina Fosfatidilinositol Fosfatidiletanolamina Fosfatidilcolina O OO O R1 R1 R1 N R’ R’ R R2 R2 NH2 P P P P O O O OH OH O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O N+ CH3 CH3 H3C OO O O O O O O Os ácidos graxos podem ser esterificados a carboidratos. Nesses casos, tem-se os glicoesfingolipídeos, importantes componentes das membra- nas celulares. Eles estão presentes sobretudo no tecido cerebral, como o cerebrosídeo. Os esteróis são estruturalmente derivados do ciclopentanoperidrofe- nantreno, e o principal exemplo deles é o colesterol. Sendo uma molécula exclusiva de origem animal, o colesterol constitui as membranas plasmáticas das células e de algumas organelas, além de ser precursor de hormônios como estrogênio, progesterona e testosterona. Os vegetais possuem esteróis em sua estrutura, chamados de fitosteróis. Alguns exemplos são o β-sitosterol e o estigmasterol, e as leveduras e fungos apresentam o ergosterol (Figura 3) (Voet; Voet, 2013). Figura 3. Exemplos de esteróis. A C B C HCH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH2 — CH3 CH3 H3C H3C HO HO HO H H H H H CH3 CH3 CH2 CH2 CH2 CH3 CH3 CHCH HA Colesterol Ergosterol β-sitosterol 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 18 20 21 22 23 24 25 26 27 14 13 17 16 1519 D H B Lipídeos 3 As ceras são ésteres de ácidos graxos saturados ou insaturados de cadeia longa (com 14 a 36 átomos de carbonos), com álcoois de cadeia longa (contendo de 16 a 30 carbonos). Suas funções na natureza se referem à sua propriedade impermeabilizante (Voet; Voet, 2013). Além de ser armazenada no tecido adiposo, a gordura também circula no organismo por meio das lipoproteínas plasmáticas. Essas estruturas rece- bem esse nome pois são formadas por lipídeos e proteínas (apoproteínas). A lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) transporta triglicerídeos, colesterol e fosfolipídeos do fígado para os tecidos periféricos. A lipoproteína de baixa densidade (LDL) apresenta em sua composição colesterol em maior proporção, e emmenores quantidades triglicerídeos e fosfolipídeos. LDL é a lipoproteína com potencial aterogênico e, quando em grandes concentrações e em condições inflamatórias, pode promover a formação e progressão das placas de ateroma. As placas de ateroma podem obstruir parcial ou totalmente a luz de vasos sanguíneos, causando eventos cardiovasculares como angina (dor no peito) e infarto agudo do miocárdio. Por fim, a lipoproteína de alta densidade (HDL) é formada no fígado e liberada na corrente sanguínea com baixo teor de lipídeos. O HDL é considerado uma lipoproteína de proteção cardiovascular, pois faz o transporte reverso do colesterol, levando de volta para o fígado o colesterol acumulado na parede vascular e nas placas de ateroma. São diversas as funções dos lipídeos a saúde humana. Por ser a molécula com maior densidade energética — 9 Kcal por grama —, os lipídeos têm a função de prover energia ao organismo. Além disso, a maior reserva energética corporal é lipídica, na forma dos triglicerídeos armazenados nos adipócitos. A reserva adiposa também tem funções específicas, como a proteção mecânica dos órgãos e a proteção térmica. Embora tenham função energética, os lipídeos são nutrientes construtores, pois atuam formando a estrutura de membranas celulares e hormônios esteroides (estrogênio, testosterona, progesterona). Na alimentação, as gorduras são fontes de ácidos graxos essenciais e veículo para vitaminas lipossolúveis — A, D, E e K. A gordura confere textura e sabor agradáveis aos alimentos, o que justifica seu largo consumo pela população. Adicionalmente, a gordura estimula a saciedade por diferentes mecanismos fisiológicos. Os lipídeos podem ser classificados de acordo com sua complexidade molecular. Assim, são considerados lipídeos simples os triglicerídeos e as ceras, formados apenas por ácidos graxos e álcoois (como o glicerol). Os fosfolipídeos e os cerebrosídeos, por conterem outros grupamentos além do glicerol e dos ácidos graxos, são considerados lipídeos complexos. Por fim, Lipídeos4 são categorizados como lipídeos derivados aqueles com estrutura complexa derivada de lipídeos simples ou compostos, como os esteróis. Por muito tempo, a gordura dietética tem sido foco dos estudos. Os níveis crescentes de obesidade e de doenças cardiovasculares têm suscitado a ques- tão de quais gorduras devem ser preferencialmente consumidas e evitadas na alimentação. Os eventos cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio, estão diretamente associados ao excesso de peso e às alterações no perfil lipídico, com destaque para a redução dos níveis de HDL e concentrações aumentadas de LDL. O consumo excessivo de gordura saturada e gordura trans também está relacionado a doenças cardiovasculares. Por outro lado, o padrão alimentar mediterrâneo, em que há consumo frequente de azeite de oliva extravirgem, fonte de ácido oleico (ácido graxo monoinsaturado), tem se mostrado protetor contra as doenças cardiovascu- lares. Assim, observa-se que, além da quantidade de gordura da dieta, o perfil de ácidos graxos tem relação direta com a proteção ou risco cardiovascular. As recomendações atuais da Sociedade Brasileira de Cardiologia sinalizam para um consumo de 25 a 30% do valor energético total (VET) da dieta na forma de gorduras. Dentro desse valor, indivíduos saudáveis devem consumir até 10% do VET na forma de gordura saturada, cerca de 15% do VET na forma de gordura monoinsaturada e 5 a 10% do VET como gordura poli-insaturada. A gordura trans deve ser excluída da dieta habitual (Faludi et al., 2017). Cabe ressaltar que, embora as gorduras insaturadas apresentem bene- fícios ao metabolismo e à saúde, seu consumo deve estar de acordo com as recomendações. Independentemente do tipo de ácido graxo (saturado, insaturado ou trans), cada grama de lipídeo fornece 9 Kcal. Assim, o excesso de alimentos fontes de gorduras, inclusive insaturadas, pode levar a um balanço energético positivo e a ganho de peso, com consequente aumento do risco cardiovascular. Embora essas recomendações sejam atestadas em todo o mundo, sua implementação prática ainda se mostra desafiadora. A presença de alimentos ultraprocessados na dieta global, e mais especificamente na dieta brasileira, dificulta o cumprimento dessas orientações. Alimentos ultraprocessados tendem a serem ricos em calorias e em gorduras, com destaque para a gor- dura saturada e a gordura trans. Essa prática vai contra o recomendado pelo Guia alimentar da população brasileira, que prioriza o consumo de alimentos in natura e minimamente processados e sugere que alimentos ultraproces- sados sejam evitados. Ademais, este mesmo guia orienta que óleos e gordu- ras sejam utilizados em pequenas quantidades nas preparações culinárias, reforçando a importância do consumo limitado desses alimentos (Brasil, 2014). Lipídeos 5 As diretrizes do Guia alimentar da população brasileira (Brasil, 2014) orientaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a modificar a legislação de rotulagem de alimentos no Brasil. A Instrução Nor- mativa n° 75/2020 da Anvisa (Brasil, 2020) determina que produtos que contêm quantidade de gordura saturada acima dos limites estabelecidos devem ter posicionado frontalmente na embalagem o alerta conforme os modelos apre- sentados na Figura 4. Essa resolução ajuda o consumidor a identificar alimentos potencialmente prejudiciais à sua saúde cardiovascular no momento da compra. Figura 4. Modelo de identificação em embalagem de produtos alimentícios com alto teor de gordura saturada. Fonte: Brasil (2020, p. 34). Os lipídeos estão presentes de forma abundante na natureza. Essa classe de macronutriente tem diversas funções no organismo humano, tanto para fins energéticos quanto fins de construção de células e sinalizadores. Assim, mesmo frente à crescente preocupação em relação ao consumo de gorduras devido às doenças cardiovasculares, compreende-se que não deve haver medo em relação ao consumo de gorduras. Esses nutrientes são essenciais em si e servem também de veículos a outros nutrientes, como as vitaminas lipossolúveis. A seleção das gorduras na dieta, preferindo gorduras insatu- radas, limitando consumo de ácidos graxos saturados e excluindo gorduras trans, e o consumo quantitativamente adequado são seguros e devem ser orientados para a população em geral. O excesso de consumo de alimentos fontes de gorduras, por sua vez, deve ser desencorajado, uma vez que este é o macronutriente com maior densidade calórica, e sua ingestão acima das necessidades pode favorecer o ganho de peso e aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Lipídeos6 Classificação dos ácidos graxos Os ácidos graxos podem ser classificados de acordo com diferentes critérios, como presença de ramificações, tamanho da cadeia carbônica e presença de insaturações (Voet; Voet, 2013). De acordo com o tamanho da cadeia carbônica, os ácidos graxos podem ser classificados como (Izar et al., 2021): � Ácidos graxos de cadeia curta — formados por 4 a 6 carbonos, como ácido butírico e ácido capróico. � Ácidos graxos de cadeia média — formados por 8 a12 carbonos, como ácido caprílico, ácido cáprico e ácido láurico. � Ácidos graxos de cadeia longa — formados por 14 ou mais carbonos. Os ácidos graxos de cadeia longa mais presentes na dieta são ácido mirístico, ácido palmítico, ácido esteárico e ácido linoleico. O tamanho da cadeia carbônica interfere no ponto de fusão e, consequen- temente, nas características físicas desses triglicerídeos. Quanto menor a cadeia carbônica, menor o ponto de fusão. Assim, alimentos com alto teor de triglicerídeos de cadeia curta e cadeia média tendem a ser líquidos sob temperatura ambiente (Voet; Voet, 2013). Um exemplo é o óleo de coco, produto rico de ácido láurico, que contém 12 carbonos na cadeia (Izar et al., 2021). A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e SíndromeMetabólica (Abeso) (2015) contraindicam o uso regular de óleo de coco para fins de emagrecimento. Isso se deve à composição deste óleo, com predominância de ácidos graxos saturados (92%), como ácido láurico (50%) e ácido mirístico (16%), que são considerados ácidos graxos aterogênicos, por aumentarem colesterol LDL. As entidades ainda sugerem o uso de óleos com maior teor de ácidos graxos insaturados (tal como óleo de soja) com moderação, para cozimento e preparo das refeições. Essa contraindicação é corroborada pelo “Posicionamento sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular”, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (Izar et al., 2022). Lipídeos 7 A presença de instauração (ligação dupla ou tripla entre os carbonos) mo- difica as características dos ácidos graxos, e é um dos critérios mais utilizados para classificá-los. De acordo com a presença de ligações insaturadas, os ácidos graxos podem ser classificados como (Izar et al., 2021; Voet; Voet, 2013): � Ácidos graxos saturados — todas as ligações entre os carbonos são ligações simples, ou seja, não há ligações duplas ou triplas entre eles, o que confere uma cadeia retilínea ao ácido graxo (Figura 5). Os ácidos graxos saturados apresentam alto ponto de fusão e, por isso, alimentos com maior concentração desse tipo de lipídeos tendem a ser sólidos sob temperatura ambiente (como a manteiga e a banha de porco). Os principais ácidos graxos saturados da dieta são o palmítico (carnes e óleo de palma), seguido do esteárico (cacau), mirístico (leite e coco) e, em pequena quantidade, ácido láurico (coco). � Ácidos graxos insaturados — apresentam uma ou mais ligação dupla ou tripla entre os carbonos, o que torna a cadeia não retilínea (Figura 5). Os ácidos graxos insaturados apresentam ponto de fusão mais baixo e, por isso, alimentos com maior concentração desse tipo de lipídeo tendem a ser líquidos sob temperatura ambiente. São exemplos os óleos vegetais, como azeite de oliva e óleos de soja, girassol e milho. Os ácidos graxos insaturados, por sua vez, podem ainda ser classificados como monoinsaturados e poli-insaturados. Os ácidos graxos monoinsaturados apresentam uma única insaturação na sua cadeia carbônica, que pode ser uma ligação dupla ou tripla. Já os ácidos graxos poli-insaturados apresentam duas ou mais insaturações ao longo da cadeia carbônica. Essas ligações insaturadas nunca são conjugadas, sendo separadas por pelo menos três carbonos (Voet; Voet, 2013). O ácido oleico é o ácido graxo monoinsaturado mais abundante na dieta humana, encontrado principalmente no azeite de oliva e no óleo de canola, enquanto o ácido linoleico é o ácido graxo poli- -insaturado mais presente na dieta humana, cuja fonte alimentar principal é o óleo de soja (Izar et al., 2021). Lipídeos8 Figura 5. Representação da cadeia de ácidos graxos saturados, insaturados e trans. Fonte: Adaptada de Bortolan (2016). ÁCIDO GRAXO SATURADO ÁCIDO GRAXO INSATURADO CIS Dupla ligação (insaturação) Hidrogênio do mesmo lado Dupla ligação (insaturação) Hidrogênio de lados opostos ÁCIDO GRAXO INSATURADO TRANS O Quadro 1 apresenta o nome e o código padronizado dos principais ácidos graxos encontrados na alimentação. Lipídeos 9 Quadro 1. Ácidos graxos e seus respectivos códigos de padronização inter- nacional e pontos de fusão Nome Código Ponto de fusão (°C) Ácido graxo saturado Ácido butírico C4:0 Ácido capróico C6:0 Ácido caprílico C8:0 Ácido cáprico C10:0 Ácido láurico C12:0 44,2 Ácido mirístico C14:0 52 Ácido palmítico C16:0 63,1 Ácido esteárico C18:0 69,6 Ácido graxo insaturado Ácido oleico C18:1, n-9 cis 13,4 Ácido linoleico C18:2, n-6,9 cis –9 Ácido α-linolênico C18:3, n-3,6,9 cis –17 Ácido γ-linolênico C18:3, n-6,9,12 cis Ácido eicosanoico C20:1, n-9, cis Ácido araquidônico C20:4, n-6,9,12,15 cis –49,5 Ácido timnodônico ou ácido eicosapentaenoico C20:5, n-3,6,9,12,15 cis –54 Ácido docosaexenoico C22:6, n-3,6,9,12,15,18 cis Fonte: Adaptado de Jones e Kubow (2016). Dentre os ácidos graxos poli-insaturados, existem as famílias de ácidos graxos ômega-6 e ácidos graxos ômega-3, que são ácidos graxos essenciais. Em outras palavras, esses ácidos graxos não podem ser sintetizados pelo orga- nismo, sendo necessário sua ingestão via alimentação ou suplementação dieté- tica. Os ácidos graxos ômega-6 são necessários para estimular o crescimento, Lipídeos10 a manutenção da pele e o crescimento capilar, a regulação de metabolismo de carboidratos, a atividade e manutenção do desempenho reprodutivo, entre outros efeitos. O ômega-6 também atua como precursor de mediadores pró- -inflamatórios, como leucotrienos, tromboxanos e prostaglandinas da série par (Jones; Kubow, 2016). As principais fontes alimentares dessa família de ácidos graxos são óleos vegetais, como óleo de soja, de milho e de girassol, além de oleaginosas como nozes e castanha-do-pará (Izar et al., 2021). Por sua vez, os ácidos graxos ômega-3 têm ação na manutenção da in- tegridade da retina, sendo essencial para a saúde ocular. O cérebro contém quantidades significativas de ômega-3, evidenciando a importância desse lipídeo para o sistema nervoso central. Durante a gestação, é recomendada a suplementação dietética de ácido docosaexenóico (DHA), tendo em vista o aumento da demanda para o crescimento fetal e maturação do sistema nervoso do feto, além das necessidades maternas. Por fim, os ácidos graxos ômega-3 têm ação anti-inflamatória, pois são precursores de leucotrienos, tromboxanos e prostaglandinas da série ímpar (Jones; Kubow, 2016). As prin- cipais fontes alimentares de ômega-3 são peixes como salmão, atum, robalo, sardinha, arenque, cavala, truta, dourada e aliche. Nozes, chia e linhaça são alimentos de origem vegetal que também apresentam ácidos graxos ômega-3 em sua composição (Izar et al., 2021). Visando a proteção cardiovascular para população em geral, recomenda-se o consumo de duas porções de peixes ricos em ômega-3 por semana. Pacientes com hipertrigliceridemia se beneficiam da suplementação de ômega-3 para melhora dessa condição (Izar et al., 2021). O processo de hidrogenação dos ácidos graxos insaturados pela indústria levou à formação de ácidos graxos trans. Nesse processo, ocorre a inversão da disposição dos átomos de hidrogênio, modificando a estrutura do ácido graxo de cis para trans. Esses ácidos graxos, embora apresentem insaturação, mostram alto ponto de fusão e, por isso, são sólidos sob temperatura ambiente (Figura 5). Produtos industrializados como margarina, biscoitos recheados, chocolates hidrogenados e produtos de panificação tendem a apresentar alto teor de gordura trans. O principal ácido graxo trans da dieta é o ácido elaídico (Izar et al., 2021). A Sociedade Brasileira de Cardiologia publicou em 2021 o “Posicio- namento sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular”, um documento que orienta o profissional de saúde a respeito do conteúdo e Lipídeos 11 tipo de gorduras presentes nos alimentos mais consumidos pela população brasileira. Ele reforça que os alimentos não são constituídos de apenas um tipo de gordura, e sim por diferentes tipos de ácidos graxos, e que a orientação dietética para o consumo desses alimentos deve considerar a condição clínica e o risco cardiovascular do paciente (Izar et al., 2021). O posicionamento emitido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia apresenta gráficos e diagramas que ilustram o conteúdo de gordura saturada em alimentos lácteos (Figura 6a), a proporção dos diferentes tipos de ácidos graxos em óleos vegetais (Figura 6b) e em carnes e ovos (Figura 6c), bem como o teor de ácidos graxos ômega-3 em peixes (Figura 6d). A B Lipídeos12 C D Figura 6. Informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre gordura em produtos alimentares: (a) conteúdo de ácidos graxos saturados totais em alimentos lácteos (g/100 g); (b) conteúdo de ácidos graxos monoinsaturados, poli-insaturados e saturados em óleos ve- getais (g/100 g) (ALA= ácido alfalinolênico) ; (c) conteúdo de ácidos graxos monoinsaturados, poli-insaturados, saturados e trans em carnes e ovos (g/100 g); (d) Conteúdo de DHA (ácido docosaexaenoico) e EPA (ácidos eicosapentaenoicos) em peixes (g/100 g). Fonte: Izar et al. (2021, p. 196-197). Lipídeos 13 Existe uma diversidade de ácidos graxos disponíveis nos alimentos, e um mesmo alimento contém diversos tipos diferentes de ácidos graxos. Dessa forma, as recomendações nacionais atuais que orientam a seleção de consumo dos alimentos podem ser baseadas no “Posicionamento sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular” da Sociedade Brasileira de Cardiologia, priorizando o consumo de ácidos graxos insaturados, limitando o consumo de ácidos graxos saturados e eliminando os ácidos graxos trans da dieta (Izar et al.,2021). Digestão e absorção dos lipídeos O processo digestivo dos lipídeos é complexo e envolve diversos órgãos do sistema digestivo, enzimas e sucos digestivos. Junto com a saliva, as glândulas serosas da cavidade oral secretam a lipase lingual, iniciando a digestão dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol na boca. Essa enzima promove a clivagem do ácido graxo da posição sn-3 e hidrolisa, preferencialmente os ácidos graxos de cadeia curta. Contudo, a contribuição dessa enzima para digestão de lipídeos é muito limitada (Cisternas, 2006). No estômago, há secreção da lipase gástrica pelas células principais, a qual atua quebrando os triglicerídeos de cadeia curta em ácidos graxos de cadeia curta e glicerol. A gordura que entra no intestino misturada ao quimo é composta por 70% de triglicerídeos, sendo o restante formado por uma mistura de produtos de hidrolise parcialmente digeridos. Com a chegada do quimo ácido no duodeno, as células I presentes nessa porção liberam o hormônio colecistoquinina (CCK) e as células S produzem o hormônio secretina. A CCK tem função de estimular a contração da vesícula biliar, órgão que armazena a bile, suco digestivo responsável pela emulsifi- cação das gorduras a serem digeridas. Além disso, a CCK estimula a secreção de enzimas digestivas do pâncreas, incluindo as enzimas responsáveis pela digestão intestinal de lipídeos da dieta — lipase pancreática, colipase, fosfo- lipase A2 e hidrolase de éster de colesterol. A secretina, por sua vez, estimula a liberação dos eletrólitos presentes no suco pancreático (Cisternas, 2006). A ação da lipase pancreática promove a quebra das ligações entre os ácidos graxos com glicerol nas posições sn-1 e sn-3. Assim, como produtos de sua ação sobre o triglicerídeo, tem-se dois ácidos graxos livres e 2-mo- noglicerídeo (Jones; Kubow, 2016). Lipídeos14 O suco pancreático ainda contém a família de enzimas fosfolipases A2, com capacidade de catalisar a hidrólise específica da ligação sn-2 dos fosfo- lipídeos, liberando um ácido graxo e um lisofofolipídeo. A enzima hidrolase de éster de colesterol também está presente na secreção pancreática e tem função de digerir os ésteres de colesterol formando colesterol e um ácido graxo livre (Jones; Kubow, 2016). O Quadro 2 resume os substratos lipídicos da dieta, suas respectivas enzimas digestivas e os produtos de digestão. Quadro 2. Lipídeos da dieta, enzimas e respectivos produtos da digestão Lipídeo Enzima Produtos da digestão Triglicerídeo Lipase Monoglicerídeo e dois ácidos graxos livres Fosfolipídeo Fosfolipase A2 Lisofosfolipídeo e um ácido graxo livre Ésteres de colesterol Hidrolase de éster de colesterol Colesterol e um ácido graxo livre Fonte: Adaptado de Cisternas (2006). A colecistoquinina (CCK) é um hormônio com múltiplas ações. Além de estimular a contração da vesícula biliar para ejeção da bile na cavidade intestinal, a CCK retarda o esvaziamento gástrico, contraindo o piloro e aumentando o tempo de digestibilidade dos alimentos, e assim induzindo saciedade. Esse hormônio também tem ação de redução da pressão do esfíncter esofágico inferior, levando à sua hipotonia. Essa ação favorece o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, causando sintomas de pirose (queimação) retroesternal (Cisternas, 2006). A CCK também atua no sistema nervoso central, mais especificamente no hipotálamo, estimulando o centro da saciedade, o que reforça sua característica anorexígena. Lipídeos 15 A bile é uma secreção central para a digestão dos lipídeos no intestino. Ela é produzida no fígado, passando pelos canais biliares intra-hepáticos até o ducto biliar comum e a vesícula biliar, onde é armazenada. A capacidade de armazenamento da vesícula é em torno de 50 ml e a produção diária de bile é de aproximadamente 1.000 ml. Contudo, esse volume sofre redução em 10 a 20% por um processo de concentração da bile durante sua estocagem na vesícula biliar. A bile é constituída por água, sais biliares, pigmentos biliares, colesterol e outras substâncias dissolvidas numa solução eletrolítica alcalina (Cisternas, 2006). A ação da bile serve para emulsificar os lipídeos da dieta. Em outras palavras, a bile torna a gordura mais “solúvel” no lúmen intestinal e atua aumentando a superfície de ação das enzimas digestivas. Os sais biliares são estruturas que possuem um núcleo esteroide (hidrofóbico) e uma cadeia lateral alifática conjugada por uma ligação com a taurina e glicina (hidrofílica). Essa característica anfipática permite que o sal biliar estabeleça a interface entre a gordura (hidrofóbica) com o meio aquoso intestinal (hidrofílico). Os sais biliares inibem a atividade da lipase pelo deslocamento da enzima do seu substrato na superfície da gotícula de gordura. A colipase reverte essa inibição, ligando-se à lipase e garantindo sua adesão à gotícula. Por consequência, a colipase facilita a transferência dos produtos da hidrolise (monoglicerídeos e ácidos graxos livres) para o interior das micelas que contêm os sais biliares. Assim, a micela é essa estrutura formada pela gotícula de gordura e os seus produtos de hidrolise e sais biliares (Jones; Kubow, 2016). Após o processo de emulsificação das gorduras, os sais biliares são re- ciclados através da circulação êntero-hepática. Assim, os sais biliares são reabsorvidos no íleo e direcionados para o fígado de forma a constituir no- vamente a secreção biliar (Jones; Kubow, 2016). A absorção dos produtos de digestão de lipídeos se dá por difusão pas- siva, sem gasto de energia, ocorrendo principalmente nas regiões distais do jejuno e no íleo. Em seguida, os produtos da digestão dos lipídeos alcançam o sistema linfático e, por fim, atingem a corrente sanguínea. A eficiência da absorção dos produtos da digestão dos triglicerídeos é bem elevada (cerca de 95% dos triglicerídeos da dieta são digeridos e absorvidos). A absorção é mais eficiente para ácidos graxos insaturados e quanto menor o tamanho da cadeia de carbonos. Por outro lado, a eficiência da absorção do colesterol dietético é de 40 a 65%, devido à sua baixa solubilidade micelar. Se considerados os fitoesteróis, essa eficiência é ainda menor (cerca de 5% para o β-sitosterol e 10% para campesterol) (Jones; Kubow, 2016). Lipídeos16 Os processos digestivos e absortivos das gorduras são complexos e en- volvem diversas porções do trato digestivo, enzimas e sucos digestivos. Essa complexidade exige que todos os processos fisiológicos estejam organizados a fim de garantir a absorção adequada dos lipídeos. A menor secreção de enzimas ou dos sucos digestivos e a presença de lesões na mucosa intestinal terminal pode prejudicar parcialmente a digestão e absorção dos lipídeos, comprometendo a saúde e o estado nutricional do indivíduo. O grupo dos lipídeos é composto por diversas substâncias diferentes, mas que têm em comum a solubilidade em solventes orgânicos e a baixa so- lubilidade em água. Embora seja o nutriente com maior densidade energética, os lipídeos têm função estrutural muito importante. Em relação às gorduras da dieta, é fundamental a ingestão da quantidade adequada, bem como seleçãode gorduras com menor potencial aterogênico, além do consumo dos ácidos graxos essenciais. Dessa forma, reduz-se o risco de eventos cardiovasculares e garante-se uma boa nutrição. Referências BORTOLAN, L. Ácidos graxos. Biomedicina dinâmica, 7 jan. 206. Disponível em: https:// biomedicinadinamica.blogspot.com/2016/01/acidos-graxos.html. Acesso em: 9 ago. 2023. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução nor- mativa IN nº 75, de 8 de outubro de 2020. Brasília: Anvisa, 2020. Disponível em: http:// antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/3882585/IN+75_2020_.pdf/7d74fe2d-e187-4136- 9fa2-36a8dcfc0f8f. Acesso em: 9 ago. 2023. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: MS, 2014. CISTERNAS, J. R. 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Nutrição moderna de Shils. 11. ed. Barueri: Manole, 2016. p. 71-101. Lipídeos 17 SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) sobre o uso do óleo de coco para perda de peso. São Paulo: SBEM; ABESO, 2015. Disponível em: https:// www.endocrino.org.br/media/uploads/posicionamento_oficial_%C3%B3leo_de_coco_ sbem_e_abeso.pdf. Acesso em: 9 ago. 2023. VOET, D.; VOET, J. G. Lipídeos e membranas. In: VOET, D.; VOET, J. G. Bioquímica. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 386-462. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito- res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Lipídeos18 Dica do professor Acompanhe, no vídeo da Dica do Professor, a exposição sobre a digestão e a absorção das gorduras. Destacamos, ainda, a ação dos ácidos biliares nesse processo. E, como reforço de conteúdo, serão apresentadas as principais fontes de ácidos graxos e seus estados em temperatura ambiente. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/aaf1a390a93a41b0170d52be508189e1 Exercícios 1) Geralmente, as margarinas são fabricadas por um processo chamado ____________, no qual átomos de hidrogênio são adicionados às ligações duplas carbono-carbono presentes nos ácidos graxos poli-insaturados dos óleos vegetais. A) Saturação. B) Esterificação C) Isomerização D) Hidrogenação E) Hidrólise. 2) O colesterol é: A) Essencial na dieta, pois o corpo humano não é capaz de sintetizá-lo. B) Encontrado em alimentos de origem vegetal. C) Um importante componente das membranas celulares humanas, necessário para a produção de alguns hormônios. D) É um acido graxo essencial. E) Todas as anteriores. 3) Quais dos seguintes de alimentos seriam importantes fontes de ácidos graxos saturados? A) Azeite de oliva, óleo de amendoim e óleo de canola. B) Óleo de palma, óleo de palmito e gordura de coco. C) Óleo de açafrão, óleo de milho e óleo de girassol. D) Azeite de oliva, óleo de palmito e óleo de soja. E) Todas as alternativas anteriores. 4) Qual dos seguintes alimentos é a melhor fonte de ácidos graxos ômega-3? A) Peixes gordurosos. B) Manteiga e pasta de amendoim. C) Toucinho e margarina culinária. D) Carnes vermelhas gordurosas. E) Óleo de açafrão e de girassol. 5) A principal forma de lipídeo encontrada nos alimentos que consumimos é: A) Colesterol B) Fosfolipídeos C) Triglicerídeos D) Esteróis vegetais E) Todas as alternativas anteriores. Na prática No quadro abaixo, trazemos as metas dietéticas e de estilo de vida para redução do risco de doença cardiovascular, por tratar-se de uma importante ferramenta para as atividade dos profissionais de saúde junto à comunidade e pacientes. Da mesma forma, entendemos como oportuno apresentar exemplos de cardápios diários de 2.000 calorias com 30 a 20% das calorias sob a forma de gordura, para enriquecer os estudos de planos alimentares saudáveis. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Disponibilidade domiciliar de lipídeos para consumo e sua relação com os lipídeos séricos de adolescentes. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Guia alimentar para a população brasileira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.scielo.br/pdf/rpp/v30n2/12.pdf http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira.pdf