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a) Apresentações e introduções b) Conceito Pelo entendimento de Fredie Didier Jr., Testemunha é uma pessoa natural, distinta de um dos sujeitos processuais, que é chamada a juízo para dizer o que sabe sobre o fato probando. c) Admissibilidade i. A gente vai falar um pouco das hipóteses em que a PROVA TESTEMUNHAL É, OU NÃO, ADMITIDA. ii. Lendo o art. 442, vemos que a prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso Porém, o que se pode interpretar do artigo? O Artigo 442 vai nos trazer que o testemunho é admitido em todos os casos, salvo aqueles em que a lei expressamente inadmitir prova testemunhal. Algumas dessas exceções estão nos artigos do slide: 819, 1543 e 472/CC, por exemplo. (explicar o porquê de esses artigos estarem aí) iii. Já o artigo 443 vai dar hipóteses ao juiz deferir ou não o uso da prova testemunhal. Essa decisão se dá, via de regra, no saneamento do processo, quando o juiz vai analisar se fatos ainda controvertidos podem ou não ser provados por testemunhas. Masss, na própria audiência de instrução e julgamento o juiz pode dispensar o meio de prova, de ofício, de acordo com o art. 370. Digamos que na decisão saneadora o juiz tenha deferido a prova testemunhal requerida, mas na própria audiência, uma das partes confessa sobre o feito (443, II). Naquele momento, o juiz pode dispensar a produção de prova testemunhal naquela mesma audiência. Já no inciso II, a teor do art. 442, o dispositivo vai dar possibilidade ao juiz de indeferir prova testemunhal nos casos onde só se admite a prova documental ou pericial para elucidar tal fato controvertido ou duvidoso. Isso não constitui cerceamento ao direito da ampla defesa, uma vez que o juiz se apoia em situações onde a prova testemunhal não é admissível ou necessária, observando logicamente o princípio da fundamentação das decisões judiciais, evitando arbitrariedades. (mostrar decisão da justiça Federal) https://drive.google.com/file/d/1JsQWykC8pVZtN_gNALVcG3E-OMI-7Zpe/ view?usp=sharing Na decisão, falar: - curso do processo: Ação civil pública; mpf e ibama x dirceu e manasa > manasa contestou; autores replicaram > dirceu foi revel porém apresentou contestação posterior. No saneamento, a manasa requereu a prova testemunhal, aí, decisão: - sobre a decisão acerca do indeferimento da prova testemunhal iv. O art. 444 vai tratar de mais uma hipótese de restrição à prova testemunhal. “Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova.” ● O artigo abre uma possibilidade para o uso da prova testemunhal, mesmo nos casos em que a lei exija a prova escrita. Da seguinte forma: no começo de prova por escrito pode-se traduzir como indícios do objeto a ser provado, indícios estes, emanados pela parte contra a qual se quer produzir a prova. Exemplo: em um contrato em que há fiança, já antes mencionado, eu como autor não tenho este dispositivo em mãos para levar à juízo, mas tenho e-mails, mensagens do réu falando sobre o contrato, o que pode ser somado à inquirição de testemunhas, para dar materialidade, ou não, ao contrato. v. No art. 445, o legislador dá outras hipóteses de cunho moral ou material em que não se era possível à parte provar o fato por meio de prova por escrito, dando a possibilidade da prova testemunhal. vi. Art. 446, I: O contrato simulado, ou simulação de negócio jurídico, segundo o STJ, ocorre quando há uma declaração enganosa de vontade de quem praticou o negócio, de forma a fazer parecer real o acordo que tem por origem uma ilicitude, visando, no geral, fugir de obrigações ou prejudicar terceiros. Logo, se há nesse contrato uma vontade que não está nele averbada, é lícito que a parte requeira prova testemunhal a fim de esclarecer https://drive.google.com/file/d/1JsQWykC8pVZtN_gNALVcG3E-OMI-7Zpe/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1JsQWykC8pVZtN_gNALVcG3E-OMI-7Zpe/view?usp=sharing a real vontade por trás deste contrato, já que esta não está explícita no instrumento. II: vícios de consentimento = erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão d) Quem pode ser testemunha Art. 447: A regra geral é que qualquer pessoa possa ser testemunha. Todavia, o código prevê três hipóteses em que não há a possibilidade subjetiva da testemunha INCAPAZES - §1º - Não pode ser testemunha porque é considerada incapaz - Interdito (pessoas que foram alvo de uma ação de interdição, logo, tem sua capacidade civil limitada ou reduzida) em virtude de uma enfermidade ou deficiência mental - Os que não podem discernir ou transmitir percepções por qualquer motivo. Ou seja, a pessoa pode até ter visto ou presenciado o fato, mas em virtude de uma incapacidade de comunicação ou discernimento, ela não é considerada apta a depor sobre o que viu ou ouviu. - Menor de 16 (absolutamente incapaz, segundo o CC) - O inciso IV trata do cego e do surdo, quando a ciência do fato depende do sentido que lhes faltam. Aqui, se tem que atentar ao fato de que o inciso não estabelece uma proibição absoluta ao cego nem ao surdo, apenas estabelece que, para fatos em que se dependa visão ou audição, estes não poderão depor. É importante ressaltar também que o mudo pode ser arrolado como testemunha, já que no artigo 149 do CPC, que fala dos auxiliares da justiça, designa um intérprete da libras para atuação, quando necessário. IMPEDIDAS - §2º - Nesse caso, o código se preocupa com a imparcialidade da testemunha, ou seja, nas próximas hipóteses, não há a imparcialidade necessária para relatar os fatos, assegurando compromisso com a verdade ou com a inalterabilidade dos fatos. - Cônjuge, companheiro, ascendente e o descendente - A parte na causa - O que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes (curador etc.) Obs.: Juiz como testemunha: o juiz não pode ser arrolado como testemunha, porém, no art. 452 do cpc, diz que quando o juiz da causa é arrolado como testemunha, há duas possibilidades: se tiver conhecimento de fatos que possa influenciar na decisão, este mesmo deverá ser declarado como impedido, nos termos do art. 144, I. Ooou, se o juiz nada souber sobre os fatos, ele apenas manda excluir seu nome do rol de testemunhas. SUSPEITAS - §3º - O inimigo da parte ou o seu amigo íntimo (tido pela afeição+confiança); - Ou o que tiver interesse no litígio, que é o interessado judicialmente, tido como aquele que será atingido pelos efeitos da sentença. §4º permite que mesmo em condição de impedimento, suspeição ou menores de 18, essas pessoas possam depor em juízo, sendo consideradas como meras informantes, porém, apenas em casos imprescindíveis. §5º vai nos trazer que o informante não é comprometido com a verdade, não podendo incorrer no art. 342 do código penal, que vai tratar do falso testemunho. A valoração dessa informação será tida apenas no momento da sentença. O código também prevê as escusas para depor como testemunha, que são casos onde se admite que a pessoa nomeada para ser testemunha se abstenha do depoimento, observando as hipóteses do artigo 448. e) Local do testemunho Em regra, os atos processuais são realizados na sede do juízo, incluindo a oitiva de testemunhas. As exceções a esta regra são no caso de oitiva de testemunha por carta precatória, rogatória ou videoconferência. Outra exceção seria o caso das testemunhas egrégias, contidas no rol do art. 454, que gozam da prerrogativa para serem ouvidas em sua residência ou na sede do seu local de trabalho. f) Requerimento e Arrolamento O momento oportuno para se requerer a prova testemunhal é na inicial, em consonância com os requisitos do art. 319, para o autor, e na contestação para o réu. De acordo com o art. 357, caso seja deferida a prova testemunhal,o prazo máximo para apresentar rol de testemunhas é de 15 dias, contados a partir da decisão saneadora ou da audiência de saneamento. Para cada fato, se pode arrolar até 3 testemunhas, e 10 no total. Agora, no seu § 7º, ele prevê a possibilidade do juiz limitar o número de testemunhas, levando em consideração a complexidade da causa. Depois de apresentado o rol de testemunhas, só se admitirá substituição nas hipóteses em que a testemunha falecer; que, por enfermidade, não estiver em condições de depor; que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for encontrada. g) Intimação das testemunhas De acordo com o CPC, é responsabilidade do advogado informar ou intimar a testemunha por ele arrolado sobre o dia, hora e local da audiência designada. Na exceção, a intimação será feita por via judicial quando: - a intimação prévia pelo advogado for frustrada - a necessidade de via judicial for demonstrada - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar - testemunha foi arrolada por MP ou DP - testemunha estiver no rol do art. 454 h) “Cross examination” O sistema chamado “cross examination” vai falar sobre a forma de inquirição das testemunhas, previsto no art. 459 do CPC, vai disciplinar que o Advogado faça a pergunta diretamente à testemunha, começando pela parte que arrolou a testemunha. Tendo em vista que não é mais o juiz que se dirige à testemunha, como mandava o código de processo de 73, no código de 2015, explicita-se que o juiz, agora, funciona apenas como um mediador. Isso não significa que o juiz não possa formular perguntas, afinal, ele é o destinatário da prova. Mas sua principal função é indeferir perguntas as quais possam induzir a resposta, não têm relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já respondida, podendo essas serem consignadas em ata, caso a parte requeira. ● obs.: 457, §1º contradita é um mecanismo para se alegar vícios na prova testemunhal; antes de prestar depoimento, a testemunha será qualificada e diz se tem interesse ou parentesco com alguma parte, e, nessa hora, o advogado da parte contrária aparece e fala “é inverossímil, ele tem parentesco/ligação/interesse sim, meritíssimo e deve ser considerado impedido” (exemplo). Se a testemunha contraditada confessa o fato imputado a ela, o juiz pode dispensar a testemunha ou ouvir o depoimento como informante.