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Agronegocio da Caprinocultura e Raças.docx

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INTRODUÇÃO 
A atividade de criação de cabras está ligada ao homem desde o início da civilização e foi importante para ajudar na fixação dos primeiros núcleos de assentamentos, fornecendo leite, carne e pele. Também para a civilização ocidental a criação de cabras foi importante como fator de sobrevivência nos inícios de assentamentos, e no Brasil não foi diferente, com os primeiros colonos portugueses trazendo caprinos logo no início da colonização, e com isto deixando em nosso país uma importante fonte de suprimentos de leite, carne e pele, principalmente naquelas áreas mais inóspitas quanto ao clima. 
1. CAPRINOCULTURA CENÁRIO MUNDIAL 
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o rebanho mundial de caprinos em 2.006 era de 879.744.635 cabeças. Atualmente a China é o maior rebanho mundial, com 148,4 milhões de cabeças, o que representa 17,3%do efetivo mundial. Em seguida vêm a Índia e Bangladesh. O Brasil fica na décima sétima colocação , com um rebanho de 9.164.420 cabeças, cerca de 1% do rebanho mundial. Ficando nosso país em 22° na produção de carne e 18° na produção de leite, produzindo 104 mil toneladas de carne e 135 mil toneladas de leite.
O maior exportador de carne ovina e caprina é o Uruguai com 95 % da dominância desse mercado sendo nosso principal fornecedor. 
2. SITUAÇÃO ATUAL DO BRASIL
Grande parte do rebanho caprino brasileiro se encontra no Nordeste, com ênfase para Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará cerca de 92% do rebanho nacional.Porém lá a caprinocultura não é vista como uma atividade empresarial, e sim considerada uma atividade marginal.
Nas demais regiões onde o efeito é menor no sul sudeste e centro-oeste do Brasil onde se faz uso intensivo e semi intensivo da criação de caprinos para a produção de leite e seu derivados.A produção nacional diária de leite de cabra é da ordem de 85.000 litros. O Nordeste, embora detentor da quase totalidade do rebanho nacional, participa com pouco mais de 26% da produção de leite de cabra, e com 17% do total comercializado.
3. SISTEMA AGROINDUSTRIAL DA CAPRINOCULTURA
Deve-se levar mais em conta o agronegócio na caprinocultura, com o objetivo de produzir mais lucro ao empresário. Mas não se deve esquecer a sustentabilidade do investimento e a utilização de práticas ecologicamente adequadas. Isso se diz respeito a cadeia produtiva da caprinocultura, onde ninguém esta sozinho na atividade, pois envolve desde os fornecedores de insumos até o consumidor final, onde passa pelos serviços de extensão e pesquisa, abatedouros, açougues, supermercados, restaurantes, curtumes, industria calçadista e vestuário, entre esses esta o produtor de caprino no qual tem sido o principal sujeito da cadeia mas também o menos organizado, com menor evolução, e menor tecnologia. 
3.1 Insumos: Isto inclui desde o suprimento de medicamentos, vacinas, rações, genética, até máquinas e implementos agrícolas. Nesse segmento é importante ressaltar que embora tenha observado uma evolução no número de insumos específicos para a atividade, são ainda insuficientes e inadequados alguns itens básicos que atenda de forma plena e econômica as necessidades do produtor de caprinos no Brasil.
3.2 Produção: É à base de toda cadeia. Este segmento, também chamado “dentro da porteira”, já que suas ações ocorrem na fazenda, é responsável pela regulamentação da oferta, do preço, da qualidade da matéria-prima e, ainda, serve como caixa de ressonância para maioria das mudanças demandadas pelos consumidores. 
3.3 Processamento: Este segmento é responsável pelo processamento e transformação da carne produzida. Embora existam algumas experiências inovadoras nesse campo, a indústria de processamento de carne caprina no Brasil é ainda bastante incipiente.
3.4 Comercialização: A comercialização é caracterizada, na sua grande maioria, por um elevado grau de informalidade. Esse processo começa na própria propriedade e nas feiras livres das cidades do interior,por meio de agentes intermediários ou dos próprios produtores e termina em diferentes pontos de abate e de comercialização de carne chegando até o consumidor final.
3.5 Consumidor: Os consumidores representam o último segmento da cadeia, sendo responsável por diversas mudanças que ocorrem ao longo de toda cadeia produtiva, principalmente nos sistemas de produção. É o consumidor quem determina o peso de um corte especial ou qual tipo de lácteo irá comprar. É claro que esse é que impõe também suas preferências, e exigências de inspeção e qualidade. 
4. CAPRINOCULTURA DE CORTE 
Apesar do baixo nível tecnológico ainda presente em todo processo produtivo, a caprinocultura de corte no Brasil, principalmente no Nordeste, tem apresentado configurações que a coloca numa posição privilegiada no cenário do agronegócio. Na Região Nordeste,os sistemas de produção pouco tecnificados, utilizando animais de descarte desqualificados para atender as exigências do mercado consumidor de carne sendo que para uma boa qualidade de carne (maciez e suculência) se abata o animal ainda jovem pesando no máximo 45 kg,entretanto é usando para essa pratica animas velhos provocando um desequilíbrio entre a oferta e demanda e, consequentemente, oscilações de preços.
Somente nos últimos anos, as carnes ovinas e caprinas estão sendo encontrados em supermercados. A produção de carne e a produção de peles de ovinos e caprinos são atividades complementares. De fato, a pele de boa qualidade pode agregar até 30% do valor do produto final (animal destinado ao abate) os produtores, via de regra, não estão preocupados em colocar no mercado matéria-prima de qualidade, pois não são remunerados por este mister. A pele que chegou a representar até 30% do valor do animal vivo, hoje oscila entre R$ R$ 2,50 a R$ 4,00. A razão da queda brusca dos preços pagos reside na péssima qualidade dos produtos ofertados, os quais apresentam defeitos diversos provocados por manejo inadequado (arame farpado, espinhos e doenças). 
A demanda por alimentos saudáveis tem crescido nos últimos tempos, fazendo também com que haja um maior desenvolvimento de produtos "light", "diet", fortificados, etc, visando alimentos com elevado valor protéico e baixos níveis de colesterol e ácidos graxos.
O aumento no consumo da carne caprina teve um grande crescimento, principalmente em função de suas propriedades dietéticas e sabor , uma vez que, apresenta baixos teores de colesterol, gorduras saturadas e calorias, quando comparada com as demais carnes vermelhas, o que a torna uma fonte protéica de alto valor biológico conhecida cientificamente. 
4.1 Raças caprinas
4.1.1 Boer: de origem africana é considerado a principal raça caprina com características apresenta rápida e altas taxa de crescimento, fertilidade e fecundidades, pelagem uniforme, excelente conformação de carcaça, grande rusticidade e adaptabilidade à varias condições ambientais.A sua carne apresenta sabor agradável, maciez e suculência superior quando comparadas a outras raças caprinas. 
A sua pele é de grande aceitação, e bastante valorizada, não só por possuir pêlos curtos e lisos, mas também por possuir elasticidade superior. O caprino Boer é um animal de baixa manutenção, porque a fêmea possui leite suficiente para alimentar sua cria, fazendo com que ela cresça mais cedo, sem ser necessário a adição extra de concentrado. A desmama do cabrito ocorre rapidamente
4.1.2 Moxotó:De origem brasileira vale do Rio Moxotó, em Pernambuco ,chama também de lombo preto com dupla aptidão (carne-pele) é uma raça rústica e bastante prolifera com quase 40% dos partos múltiplos 
4.1.3 Marota ou Curaça: Originou-se através da seleção natural dos vários tipos de caprinos introduzidos pelos portugueses é um animal q se trata de de um tipo de formado sob as condições desfavorável do semi árido , tem pelagem branca chifres grossos e presença de barba com dupla aptidão (carne-pele)
4.1.4 Repartida : Os animais tipo Repartido, têm um porte pequeno, são rústicos e bem adaptados às condiçõesdo Nordeste, com aptidão para pele e carne, são caracterizados por apresentarem pelagem escura na parte anterior ou posterior do corpo. 
4.1.5 Savana : Surgiu na África do Sul. Desde o princípio, a seleção foi dirigida para se obter animais de pelagem branca e muito resistentes aos parasitas, com eficiente produtividade em carne. 
4.1.6 Mambrina: Recebe a denominação de Síria, Indiana e Zebu. É uma raça caprina que teve a origem identificada como sendo do Oriente. São animais que podem apresentar qualquer pelagem, menos a característica da raça Toggemburg Têm aptidão para leite, pele e carne.
5. CAPRINOCULTURA DE LEITE
O leite de cabra vem conquistando espaço cada vez maior no mercado de lácteos. De fácil digestão e com menor teor de colesterol e açúcar, o produto é indicado para crianças. Além do leite, derivados como queijo e iogurte já caíram no gosto do consumidor.De acordo com o IBGE, o Brasil tem 14 milhões de cabeças de caprinos sendo que metade desse rebanho(50,52%) é de dupla ou tripla aptidão (carne-leite-pele).Dentre as raças criadas no Brasil apresentam-se em maior destaque a Saanen, a Parda Alpina e a Anglo Nubiana. Com uma produtividade média, permanecendo em 30 kg/cabra/ano.
O leite de cabra tem diversas características positivas. Entre elas, destaca-se a menor alergenicidade, uma vez que a proteína Alfa-S1-Caseína, que imprime dado alergênico ao leite de vaca, é menor na cabra. Além disso, como o leite é composto por ácidos graxos também de dimensões reduzidas, isso lhe garante melhor digestibilidade. O leite de cabra é digerido em 40 minutos, enquanto o da vaca leva, em média, duas horas e meia. O leite também permite melhor absorção e aproveitamento pelo organismo de cálcio, vitaminas, proteínas, ferro, cobre, etc.Como é rico em CLA (ácido linoleico conjugado), dificulta a formação de placas de gorduras nas artérias, facilita a redução das taxas de açúcar no sangue, contribui para a redução dos níveis sanguíneos de colesterol e triglicerídeos sem alterar os níveis de HDL (o bom colesterol) e é um excelente antioxidante. O leite de cabra também foi considerado pela National Academy of Science, dos Estados Unidos, um dos mais potentes anticancerígenos de origem animal na prevenção e ataque às células cancerígenas.
Segundo os criadores, as cabras são muito mais vantajosas que as vacas, pois são menores e demandam menor custo para a manutenção do rebanho. Os preços pagos ao produtor de leite de cabra também são melhores que os pagos ao de leite de vaca. Hoje, se situam, em média, em 1,30 real por litro, enquanto o criador de vaca recebe, em média, 0,70 real.Este mercado só não é maior por causa de um problema ligado à legislação,não existe uma lei específica para derivados de leite de cabra. Assim, os produtores precisam atender as mesmas exigências do leite de vaca.
5.1 Raças Caprinas
As raças de cabras leiteiras são, basicamente, as seguintes: Saanen, Parda Alpina, Toggemburg e Anglo-Nubiana e suas mestiças. As raças Alpina Britânica e Murciana também são especializadas na produção leiteira, mas o número de exemplares é pequeno. Estima-se que exista na região Nordeste, somente 300 (trezentas) cabeças da raça Murciana. A Bôer, importada da África do Sul, é a raça caprino exótica mais especializada para a produção de carne em regime de campo. Dentre as raças nativas (de origem européia que se adaptaram as condições do clima nordestino), destacam-se as seguintes: Canindé, Marota, Moxotó,e a Repartida 
5.1.1 Anglo-nubiana: Os caprinos da raça Anglo-Nubiana originados do Sudão e da Inglaterra são assim denominados, devido aos cruzamentos entre caprinos da Núbia (Sudão) e da Inglaterra com o duplo objetivo de produção de carne e leite. 
A raça Anglo-Nubiana está bem distribuída, no Brasil, sendo muito utilizada nos cruzamentos absorventes para a produção de leite e carne, principalmente no Nordeste e, mais recentemente, nos cruzamentos com a raça Boer, para produção específica de carne. Apresenta grande importância econômica para introdução inicial em rebanhos criados, extensivamente, e que pretendem melhorar a produção leiteira. Têm pelos curtos e brilhantes, com as mais diversas colorações. 
5.1.2 Canindé: Os caprinos da raça Canindé são de origem européia introduzidos no Brasil durante sua colonização são animais rústicos, prolíferos, pouco exigentes e resistentes às doenças, além de possuírem aptidão para produção de carne, leite e pele; A exploração caprina deve levar em consideração programas de melhoramento que visem à preservação do patrimônio genético das raças nativas; já que essa se encontra em graus de extinção. É importante o estudo do efeito das variáveis climáticas sobre o desempenho animal, a fim de amenizar o estresse imposto pelas condições ambientais e maximizar o potencial produtivo.
5.1.3 Murciana: A raça Murciana recebe este nome em função da província onde se originou, Múrcia, na Espanha. É uma raça especializada na produção de leite
 No Brasil, recentemente foi introduzido um lote desta raça por criadores do estado da Paraíba
5.1.4 Parda alpina: Originada dos Alpes suíços tem como aptidão a produção de leite Parda Alpina - Apresenta um perfil reto ou ligeiramente côncavo. É de tamanho médio e tem uma aptidão geral para produzir leite. As alpinas geralmente têm a cara e o ventre negros. A pelagem é de cor preta com listras faciais brancas, que vão desde a parte de cima dos olhos até o focinho. Têm pernas brancas (desde os joelhos e jarretes) e triângulo na inserção da cauda também branco.
5.1.5 Saanen: Indiscutivelmente a cabra leiteira mais criada no Mundo. Está presente em todos os países que têm uma caprinocultura leiteira razoavelmente desenvolvida, invariavelmente sendo a raça mais criada e de maior média de produção de leite, no Brasil mais encontradas em fazendas de clima mais ameno. A Saanen exerce grande influência nos cruzamentos do Sudeste e Sul do país, mas pouca influência no Nordeste, onde está restringida às periferias de grandes cidades ou em alguns pólos leiteiros. e com um sistema tecnológico mais desenvolvido para a produção de leite. É uma raça característica leiteira chegando a produzir 4 kg leite por dia.
5.1.6 Toggenburg: A raça Toggemburg é uma das raças leiteiras mais antigas que se tem notícia segue os passos da Saanen, com grande influência no Sudeste e Sul do país, mas pouca no Nordeste, de onde vem sendo gradativamente descartada. Sua origem é Suíça, do vale do Toggemburg. Por sua rusticidade e boa produção de leite, goza de aceitação considerável entre os criadores brasileiros.
Esses animais possuem pelagem de cor acinzentada, variando do claro ao escuro. As fêmeas diferem dos machos por apresentarem duas faixas brancas contínuas, partindo das orelhas e passando próximo aos olhos, terminando ao lado da boca. A ponta do focinho e a borda das orelhas são brancas.
6.CONCLUSÃO
No Brasil nos últimos 50 anos o resultado vem sendo desanimador, o consumo de carne é o mesmo a 4 décadas.O baixo desempenho produtivo da maior parte dos caprinos criados na região Nordeste juntamente com a exigência do mercado consumidor em obter animais mais precoces vem ao longo dos anos impulsionando a importação de animais, para através do cruzamento entre raças nativas e exóticas, aumentando a produtividade dos rebanhos locais 
Uma das alternativas para o desenvolvimento da caprinocultura no Nordeste brasileiro, visando aumentar a produtividade dos rebanhos, tem sido a importação de raças especializadas. 
Uma boa solução para a produção leiteira seria a comercialização do iorgutes pois tem baixo custo de produção não precisar de alta tecnologia e devido também sua grande capacidade de conservação. 
Claro que todas as soluções destacadas potenciariam sua eficiência se houve mais propagandas que incentive o consumo da carne das qualidades nutricionais de cada produto alem de conscientização dos produtores da importância da visão de agronegócio que ele se encontra.

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