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Teoria_Geral_do_Direito_(_Direito_Civil-_Parte_Geral)

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APOSTILA DE TEORIA GERAL DO DIREITO (CIVIL)
PARTE GERAL
Profa. Lucivânia Guimarães Salles
I –Unidadade:
Primeira parte:
	CODIGO CIVIL BRASILEIRO: etimologia histórica, divisão, objeto e parte geral
I – Direito Civil:
1. Conceito: ramo do Direito que disciplina todas as relações jurídicas da pessoa, seja uma com as outras (físicas e jurídicas), envolvendo relações familiares e obrigacionais, seja com as coisas ( posse e propriedade). Assim, e um ramo do direito privado.
2. Conteúdo do direito civil: tem por finalidade regular os direitos e obrigações de ordem privada concernente as pessoas, aos bens e as suas relações.
II – Raízes históricas:
Compilação: é um agrupamento de leis em ordem cronológica.
Consolidação: é uma reunião de leis por matéria.
Codificação: o legislador estabelece valores fundamentais para uma determinada disciplina.
A primeira codificação do Direito Civil foi o Código Civil Francês – (Código de Napoleão) – 1.804
O Código Civil francês também teve bases na legislação de justinianéia (Romana), mas adotou valores que eram atuais na época:
Individualismo
Patrimonialismo
Estes valores migraram para o BGB – Código Civil Alemão que surgiu da obra dos pandectistas e ressuscitou institutos do Direito Romano. 
III - Direito Civil no Brasil: Etiologia histórica do Código Civil Brasileiro.
1. Brasil Colônia:
2.Brasil Republica:
O novo Código Civil (2002) se baseou nos seguintes valores:
socialidade ( voltado para os valores sociais, ou seja, reflete a prevalência do interesse coletivo sobre o individual));
eticidade( preza a ética nas relações privadas, ou seja, funda-se no respeito à dignidade da pessoa humana, dando prioridade a à boa fé subjetiva e objetiva, à probidade e à equidade);
- operabilidade: vem com clausulas gerais conferindo ao aplicador do direito maior amplitude na busca do mais justo.
V- Objeto e função da Parte Geral.
O Direito Civil Brasileiro é dividido em uma parte geral e outra especial seguindo o sistema germânico preconizado por Savigny que parte do pressuposto de que para que haja uma boa codificação se faz mister que haja ordem metódica na classificação das matérias. 
A Parte geral se divide tendo em vista a relação jurídica, da seguinte forma:
Sujeitos de Direito: Pessoas ( físicas e jurídicas)
O objeto do Direito: bens e suas várias categorias : imóveis e móveis, fungíveis e consumíveis, divisíveis e indivisíveis, singulares e coletivos, bens reciprocamente considerados, públicos e particulares.
Dos Fatos jurídicos: o negócio jurídico, o dos atos jurídicos lícitos, o dos atos ilícitos, o da prescrição e decadência e o da prova.
A parte Especial se divide em vários livros, a saber:
Direito das Obrigações ( arts. 233 a 965);
Direito de Empresa ( arts. 966 a 1.195);
Direito das Coisas ( arts. 1.196 a 1.510)
Direito de Família ( arts. 1.511 a 1.783)
Direito das Sucessões ( arts. 1.784 a 2.027)
Livro Complementar contendo disposições transitórias: arts. 2.028 a 2.046).
VI.Importância da parte geral do Código:
Contém normas aplicáveis a qualquer relação jurídica;
Fixa princípios que produzem reflexos em todo o ordenamento jurídico e cuja fixação é condição de aplicação da Parte Especial da ordem jurídica;
Contém preceitos normativos à prova dos negócios jurídicos, à noção dos defeitos dos atos jurídicos, à prescrição e à decadência, institutos comuns a todos os ramos do direito;
Tem função operacional no sentido de fornecer à ordem jurídica conceitos necessários à sua aplicabilidade.
VII-Constituição Federal de 1988, nova tábua axiológica do Direito Civil:
Como já nos referimos o Código civil tendia a ser o centro de toda a legislação, a verdadeira constituição do direito privado.
A mudança do foco individualista para o social com o fim das grandes guerras gerou uma grande queda na hegemonia do Código consolidada com o surgimento dos microssitemas.
A Constituição de 1988 consagrou de forma direta a intervenção estatal no direito privado, aquela deixou de ser apenas uma carta política de intenções e trouxe em seu bojo os seguintes valores fundamentais:
-Dignidade da pessoa humana, art. 1º, III da C.F.;
- Solidariedade Social, art. 3º da CF
Igualdade Substancial, arts. 3º e 5;
A igualdade e proteção dos filhos,
O exercício não abusivo da atividade econômica. 
Assim a Constituição revalorizou o Direito Civil, fazendo-se necessário interpretar o Direito Civil a partir da legalidade Constitucional.
 
	Princípios do Direito Civil
I – CONSIDERAÇOES GERAIS:
Toda ciência se assenta em normas e princípios;
Os princípios são relevantes porque marcam todo o sistema jurídico
A desatenção a um princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo sistema de comandos;
Todo e qualquer princípio de Direito Civil está conectado diretamente com a legalidade constitucional, pois o direito civil foi constitucionalizado;
II – CONCEITO DE PRINCÍPIO:
São ordens de otimização; normas que determinam que algo seja realizado na maior medida possível, dentro do contexto jurídico e real existentes. ( Robert Alexy).
III – PRINCÍPIOS BASILARES DO DIREITO CIVIL:
Personalidade: todo ser humano é capaz de titularizar obrigações e direitos;
A autonomia da vontade: têm as pessoas o poder de praticar ou se abster dos atos que lhes prover;
A liberdade de estipulação negocial ou autonomia privada: possibilidade de escolher o conteúdo e as categorias dos atos jurídicos praticados;
A propriedade Individual: possibilidade de construir patrimônio;
A intangibilidade familiar: querendo significar o equilíbrio entre a proteção da família e a dignidade da pessoa humana, constituindo-se a família na célula-mater da sociedade e expressão imediata do ser;
Segunda Parte:
	PESSOA NATURAL: CONCEITO DE PESSOA. A PESSOA COMO ELEMENTO DA RELAÇÃO JURÍDICA NATURAL. COMEÇO DA PERSONALIDADE NATURAL.
CONCEITO DE PESSOA: é o ente capaz de exercer direitos e submeter-se a deveres na órbita jurídica, ou seja, é aquele que poderá compor o pólo ativo ou passivo de uma relação jurídica. É o sujeito de direitos.
ESPÉCIES DE PESSOA: 
Pessoa natural( ou física): é aquele ente dotado de estrutura biopsicológica. É o ser humano 
 Pessoa Jurídica: é a entidade formada pela soma de esforços de pessoas naturais ou por uma destinação específica do patrimônio, visando a consecução de uma finalidade específica e constituída na forma da lei.
Obs. Importante: a toda e qualquer pessoa é reconhecida a potencialidade de ser sujeito de direitos.
III – DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO VALOR FUNDAMENTAL DO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO: 
Assim deflui do principio da dignidade da pessoa humana s seguintes consectários naturais:
o respeito a integridade física e psíquica das pessoas,
a admissão da existência de pressupostos matérias( patrimoniais, inclusive) mínimos para que se possa viver,
o respeito pelas condições fundamentais de liberdade e igualdade.
Destas idéias chegamos a conclusão que: O Direito Civil não pode assegurar apenas o direito a vidas, mas o direito a uma vida digna.
 
IV - PERSONALIDADE JURÍDICA: é a aptidão genérica reconhecida a toda e qualquer pessoa para que possa vir a titularizar relações jurídicas.
Art. 1º do Código Civil( ler)
Toda pessoa é dotada de personalidade, assim toda pessoa pode ser titular de uma relação jurídica. Personalidade jurídica é o pressuposto dos direitos e deveres.
Começo da personalidade jurídica da pessoa natural; art.2º do CC :O NASCITURO.
1 – INTRODUÇÃO:
2 - INÍCIO DA VIDA E DA PERSONALIDADE JURÍDICA
2.1 Etimologia e conceito da palavra nascituro:
No sentido lingüístico com base no eminente Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1996, p. 1181) nascituro provém do latim nascituru, é adjetivo e substantivo masculino, cujo significado é “que, ou aquele que há de nascer”.
O conceito jurídico de Nascituro para o ilustre civilista R. Limongi França (1968, p. 123) é: “pessoa que está por nascer, jáconcebido no ventre materno”.
Segundo De Plácido e Silva (1987, p. 28), a palavra latina nasciturus indica aquele que há de nascer, o ente gerado ou concebido que tem existência no ventre materno. É o que está em vida intra-uterina, mas não nasceu ainda e, somente quando do nascimento, iniciará sua vida como pessoa.
3.2 – Concepção e gravidez
- Personalidade e capacidade:
2.4 – Teorias sobre o início da personalidade:
 2.4.1 – Teoria natalista
Estamos diante de corrente doutrinária defendida por grandes juristas, a exemplo de Pontes de Miranda, Sílvio Rodrigues, Vicente Ráo, Eduardo Espínola, Paulo Carneiro Maia, João Luiz Alves e Sady Cabral Gusmão. Fundamenta-se na primeira parte do art. 2º, in verbis do Código Civil:
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
 
Esta corrente sustenta que a personalidade do ser humano só se inicia do seu nascimento com vida. Desta forma, evidencia-se a existência de dois elementos que condicionam o início da personalidade jurídica, o nascimento e a vida.
3.4.2- Teoria da personalidade condicional
Funda-se no reconhecimento da personalidade do nascituro desde a concepção, mas subordinada a condição do seu nascimento com vida, ou seja, o nascituro adquire a personalidade no momento da sua concepção e a aquisição dos seus direitos se dará pelo implemento de um evento futuro e incerto que nada mais é do que o nascimento com vida.
3.4.3-Teoria concepcionista
Atualmente, principalmente após a Lei dos alimentos gravídicos, constitui-se na corrente majoritária. Funda-se no reconhecimento da personalidade do nascituro desde a sua concepção sem considerá-la condicional com exceção de alguns direitos, ou seja, apenas em relação a aquisição dos direitos materiais há a subordinação ao nascimento com vida. Demais direitos como os da personalidade são plenamente adquiridos pelo nascituro desde o momento da concepção.
	Capacidade da pessoa natural. Incapacidade absoluta. Incapacidade relativa
I – Conceito de capacidade: é a medida jurídica da personalidade.
II – Divisão da capacidade:
Capacidade de direito (de gozo): diz respeito a toda e qualquer pessoa ter capacidade de adquirir direito. Não há gradação, pois é absoluta como a personalidade.
Capacidade de fato (ou de exercício): é a aptidão para praticar, por si só, os atos da vida civil. Admite variação e gradação, ou seja, comporta verdadeira diversidades de graus, pode-se ter plenamente capazes, absolutamente incapazes e relativamente incapazes.
Conclusão: enquanto a capacidade de direito – que se confunde com a própria personalidade- deflui do próprio nascimento com vida, a capacidade de fato resulta do preenchimento de condições biológicas e legais.
III – Diferença entre capacidade e legitimação:
A legitimação é apenas um plus da capacidade, trata-se de requisito extra exigido para a prática de determinados atos., ou seja, capacitada plenamente, a pessoa poderá não está habilitada para a prática de determinados atos da vida civil.
 Ex. art. 496 do Cód. Civil
IV- A teoria das incapacidades:
A capacidade é a regra a incapacidade é a exceção. Desta forma, há hipóteses de restrição da plena capacidade, restringindo a possibilidade de exercitar os atos da vida civil.
Por serem excepcionais as hipóteses devem ser encaradas restritivamente.
Incapacidade absoluta ( art. 3º): são reputados absolutamente incapazes aqueles que não possuem qualquer capacidade de agir, sendo, irrelevante, do ponto de vista jurídico, a sua vontade, devendo ser representados por terceira pessoa. O representante praticará os atos da vida civil em nome do representado( o incapaz absolutamente). A incapacidade absoluta veda, portanto, o exercício das situações jurídicas pessoalmente pelo titular.
Os menores de 16 anos: abaixo deste limite etário o legislador considera que a pessoa é inteiramente imatura para atuar na órbita do direito.
Os que por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos: 
Incapacidade transitória: os que não tiverem o necessário desenvolvimento ainda que por motivo transitório.
Nestes casos, o exame da incapacidade transitória depende da averiguação da situação concreta. Nem sempre será fácil sua avaliação e nem sempre a perícia médica será conclusiva principalmente quando o ato já ocorreu há muito tempo e quando não possa o agente ser examinado diretamente.
VI – Incapacidade relativa ( art. 4º do NCC): figuram pessoas localizadas em zona intermediária, por não gozarem de total capacidade de discernimento e autodeterminação.
1. Maiores de 16 anos e menores de 18 anos: 
A maturidade plena é alcançada aos dezoito anos equiparando-se aos diplomas penal e CLT,
O menor absolutamente incapaz pode praticar atos da vida civil desde que assistidos por seu representante legal ( pai, mão ou tutor);
Para figurar como réu em um processo tem que ser citado e o seu representante legal, também.
O menor relativamente incapaz equipara-se ao maior quando:
nas obrigações por atos ilícitos ( art. 927)
quando dolosamente ocultar sua idade ( art. 179)
Os ébrios habituais, viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido:
Embriaguez: quando reduzir sem privar totalmente a capacidade de discernimento do homem. Note-se que se a embriaguez houver evoluído para um quadro patológico, aniquilando completamente a capacidade de autodeterminação, equiparar-se-á a doença mental e deverá figurar entre as causas de incapacidade absoluta.
Toxicômanos: aqueles que apresentam a capacidade de entendimento reduzida. Como na embriaguez a depender do grau da intoxicação e dependência poderá gerar causa de incapacidade absoluta.
Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo:
Tais indivíduos merecem educação especial e podem ingressar no mercado de trabalho, a exemplo dos portadores de síndrome de Down.
A previsibilidade de sua incapacidade tem apenas o escopo de protegê-los pois praticarão os atos judiciais assistidos.
Os pródigos: são aqueles que gastam e destroem a sua fazenda, reduzindo-se a miséria por sua própria culpa.
Trata-se de um desvio comportamental que refletido no patrimônio individual, culmina por prejudicar, ainda que por via obliqua a tessitura familiar.
A interdição do pródigo somente o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar e ser demandado, e praticar em geral, atos que não sejam de mera administração, art. 1.782 do NCC.
	 Proteção aos incapazes. Cessação da incapacidade.
-PROTEÇÃO AOS INCAPAZES
I – Medidas de ordem geral:
Os negócios feitos com menores e demais incapazes, desde que representados ou assistidos, são plenamente válidos e eficazes. Pois para proteção dos incapazes se faz uso do instituto da representação ou assistência de outra pessoa para os atos da vida civil.
II – Medidas de ordem especial:
Contra o menor não corre prescrição ( art. 198, I do CC)
O mútuo feito a menor não pode ser reavido ( art. 588 do CC);
Aos 18 anos completos cessa a incapacidade para tanto é consignado no assento de nascimento dia, mês, ano e lugar do nascimento e a hora certa, sendo possível determiná-la ou aproximá-la ( art. 54, § 1º da Lei n.º 6.015/73);
Antes dos 18 anos o individuo só pode adquirir a maioridade pela emancipação.
III –MOMENTO DA CESSAÇÃO DA MENORIDADE: No direito Civil brasileiro a incapacidade cessa aos dezoito anos.
 
Pergunta-se: Em que instante precisamente se completa a maioridade? Contam-se os 18 anos de momento a momento? Será preciso se compute o último dia integralmente? 
EMANCIPAÇÃO:
I - CONCEITO: é a aquisição da capacidade civil ( de exercício) antes da idade legal.
O menor só [poderá se emancipado se contar com 16 anos completos.
II – CASOS DE EMANCIPAÇÃO ( art. 5º, parágrafo único, I a V do CC):
Concessão dos pais, ou por um deles, na falta do outro:
Emancipaçãofeita pelo tutor:
Só poderá ser feita mediante autorização judicial.
Casamento: (forma de emancipação determinada pela lei, emancipação legal)
-Recebendo-se em casamento o homem e a mulher se emancipam automaticamente, pois é determinada por lei.
-A responsabilidade adquirida com o casamento, justifica-se esta espécie de emancipação.
 O exercício de emprego público efetivo: ( emancipação legal ou automática)
Com o novo CC este inciso se encontrou esvaziado, pois só pode ingressar no serviço público com caráter efetivo aos 18 anos, e é com esta idade que há a emancipação. Só tinha validade no Código Civil de 1916 que a maioridade se adquiria aos 21 anos.
colação de grau em curso de ensino superior: ( emancipação legal ou automática)
Dificilmente alguém se emancipará por esta causa, visto a extensão do ensino fundamental e médio aqui no Brasil.
Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria:
esta hipótese somente é deferida aos maiores de 16 anos;
a simples relação de emprego ou o estabelecimento civil ou comercial próprio não são suficientes pois estaria gerando uma possibilidade de fraudes;
faz-se necessário recursos próprios de manutenção;
 por poder gerar dúvidas a terceiros a emancipação deverá ser declarado por sentença judicial nestes casos.
 
	Individualização da pessoa natural: Nome Civil, Estado e Domicílio
A individualização da pessoa natural se dá pelo nome, que a individualiza; pelo estado, que define a sua posição na sociedade e na família, como indivíduo; e pelo domicílio, que é o lugar de sua atividade social.
Passemos a estudar cada um dos elementos individualizadores citados, a saber:
 A) - NOME CIVIL
I – CONCEITO: O nome da pessoa natural é o sinal exterior mais visível de sua individualidade, sendo através dele que identificamos no seu âmbito familiar e no meio social.
II- NATUREZA JURÍDICA: A teoria adotada expressamente pelo NCC visualiza o nome como um direito da personalidade, ainda que submetido a regras especiais, conferindo-lhe toda a sua tutela específica.
III – ELEMENTOS DO NOME: ART. 16 CC 
Prenome: trata-se do primeiro nome, que corresponde ao chamado “nome de batismo”. Pode ser simples ou composto.
Patronímico: trata-se do nome de família, o que chamamos coloquialmente de sobrenome.
Agnome: é um sinal distintivo que se acrescenta ao nome completo para diferenciá-lo de parentes próximos.
Ex. Filho, Irmão, Neto, Terceiro...
Pseudônimo: é o nome escolhido pelo indivíduo para o exercício de uma atividade específica. O NCC outorga proteção igual ao do nome real.
IV- POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO NOME:
1. Alteração do prenome: O nome é um atributo da personalidade, desta forma, só poderá haver sua alteração por motivo relevante. 
Expuser seu portador ao ridículo ou a situação vexatórias: neste caso se faz necessário que se prove o escárnio que é exposto. ( art. 58, paragrafo único da LRP)
 
Houver erro gráfico evidente: Osvardo em lugar de Osvaldo, Reinata em lugar de Renata, Ulice em vez de Ulisses...
Houver mudança de sexo: com o avanço da ciência há a possibilidade de cirurgias transexuais.
Causar embaraço no setor comercial ou em atividade profissional:
Pelo uso prolongado e constante de nome diverso:
Incluir apelido público notório ( art. 58 e PU da LRP):
g. Pela tradução: nos casos em que o nome foi grafado em língua estrangeira 
2. Alteração de prenome e apelidos de família:
Para proteção de vítimas e testemunhas de crime: Lei n.º 9.807/99 regulamente a proteção a testemunha que houver colaborado em proceso penal ou inquérito policial permitindo a alteração do nome completo da testemunha, ascendentes descendentes, cônjuges e companheiros. Esta mudança pode ser temporária, ou seja, posteriormente à pessoa poderá voltar a usar o seu nome originário.
b. Adoção: 
3. Alteração do nome de família:
casamento: é facultado a qualquer dos nubentes acrescer o nome do outro, CC, art. 1.565, § 1º.
Pelo divórcio: os cônjuges que alteraram os nomes quando casaram podem voltar a assinar o nome de solteiro, art. 1571, § 2º e 1.578 do CC.
acrescer sobrenome: para inclusão de sobrenome de ascendente ( inclusive abraçando a chamada inclusão de sobrenome avoengo) desde que não prejudique o patronímico dos demais ascendentes.
erro gráfico: havendo erro gráfico pode haver a retificação.
V -TUTELA JURÍDICA DO NOME:
O Novo Código Civil optou por proteger de forma explicita o nome art.s 17 e 18.
Gera possibilidade de proibição e indenização por uso indevido do nome. 
B) – ESTADO DA PESSOA NATURAL:
CONCEITO: O estado das pessoas é o seu modo particular de existir:
ESPÉCIES:
Estado Individual: é a maneira da pessoa ser quanto à idade ( maior ou menor), sexo ( feminino ou masculino) e saúde mental e física ( são de espírito, alienado, surdo-mudo), elementos que influenciam sua capacidade civil
Estado Familiar: indica sua situação na família: casado, solteiro, viúvo, divorciado no que concerne ao matrimonio. No que consercerne ao parentesco consangüíneo: pai, mãe, irmão, filho, avô, avó, tio, sobrinho, primo. E quanto a afinidade: sogro, sogra, genro, nora, cunhado, madrasta, padrasto, enteado, enteada.
Estado Político: é a qualidade jurídica que advém da posição da pessoa na sociedade política, caso em que é estrangeira, naturalizada ou nacional.
 C)- DOMICILIO:
Definição: corresponde a sede jurídica da pessoa, ao local onde ela se presume presente, praticando atos da vida civil. ( art. 70 do CC). e art. 72 ( domicílio profissional)
Distinção entre domicílio, moradia e residência:
 Moradia ou habitação: é o local que a pessoa permanece, acidentalmente, sem o animo de ficar, ex. aluguel de uma casa de praia para passar o verão.
A residência: é o local que habita, com intenção de permanecer mesmo que ausente temporariamente.
Elementos do domicílio:
Objetivo: é a fixação da pessoa em dado lugar.
Subjetivo: é a intenção de ali permanecer com ânimo definitivo.
Pluralidade de domicílios ( arts. 71 e 72 do CC)
Falta de domicílio fixo ou certo: (art. 73 do CC).
VI – Espécies de Domicílio:
Necessário: quando for determinado por lei em razão da condição ou situação de certas pessoas. Vide o art. 76 e seu parágrafo único)
Voluntário: quando for escolhido livremente>
A – geral: se fixado pela vontade do individuo quando for capaz,
B- especial: se estabelecido conforme o interesse das partes num contrato.
VII – Perda do domicílio:
Pela mudança: quando houver transferência de residência com a intenção de deixar a anterior para estabelecê-la em outra localidade. (Art. 74 e seu parágrafo único).
Por determinação de lei: nas hipóteses de domicílio legal, o domicílio antecedente cede lugar ao preceito normativo.
Por contrato: em razão da eleição das partes ( súmula 335 do STF): trata-se do domicílio de eleição, baseado no princípio da autonomia da vontade, que permite as partes contratantes a escolha do foro onde se promoverá o cumprimento ou a execução do ato negocial efetivado por eles.
	DIREITOS DA PERSONALIDADE
I – CONCEITO: São os direitos em que se convertem as projeções físicas, psíquicas e intelectuais do seu titular, individualizando-o de modo a lhe emprestar segura e avançada tutela jurídica.
II- FONTES: a doutrina majoritária salienta que os direitos da personalidade se relacionam com tributos inerentes à própria condição humana, motivo pelo qual entendem decorrer do chamado direito natural. Para outra corrente, os positivistas a fonte dos direitos da personalidade é o próprio ordenamento jurídico.
III- CARACTERÍSTICAS:
Absolutos: porque produz eficácia contra todos, erga omnes.
Indisponibilidade: impede que o titular possa dispor, alienar. Daí advém o fato de que são irrenunciáveis, intransmissíveis e impenhoráveis.
 A indisponibilidade é relativa, ou seja, em casos específicos o titular poderádispor dos direitos da personalidade, Ex. caso da imagem, ele poderá ceder a título oneroso e a título gratuito, propaganda, posar para revista, modelos.
Imprescritível: impede que a lesão a um direito da personalidade viesse a convalecer com o tempo, obstando a pretensão ressarcitória.
Extrapatrimonialidade: consiste na insuscetibilidade de apreciação econômica destes direitos, ainda que eventualmente a lesão possa produzir conseqüências monetárias ( na indenização por dano moral).
V – PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE: 
Art. 12 do CC
Art. 5º, X da CF
V – CLASSIFICAÇÃO:
Direito a integridade física: pertine a proteção jurídica do corpo humano, à sua incolumidade (proteção ao corpo vivo e ao corpo morto).
Direito a integridade psíquica(moral): compreende os direitos a honra, liberdade, recato, imagem, vida privada e nome.
Direito a integridade intelectual: compreende a liberdade de pensamento e criação.
O direito a vida.
I 
FIM DA PESSOA NATURAL: A MORTE
I - COMO OCORRE: Art. 6º do C.C.
Morta a pessoa ( morte natural) extingue-se, automaticamente, a personalidade. 
II – CONSEQUENCIAS IMEDIATAS DA MORTE:
Abrir a sucessão, art. 1.784 do CC
Extinguir o poder familiar e os contratos intuito personae,
Fazer cessar a obrigação de alimentos
Por fim ao regime de bens no casamento e ao próprio casamento,
III – PROVA DA MORTE REAL:
A certidão de óbito, art. 80 LRP.
Existem situações que a pessoa é sepultada sem se lavrar a certidão de óbito e os familiares deixam de fazê-la no prazo hábil, desta forma, tem que se fazer uma Procedimento de Justificação de óbito ( ver peça)
IV- OUTRAS HIPÓTESES DEMORTE REAL: (Art. 7º do CC)
Nestes casos e nos do art. 88 da LRP far-se-á uma ação de suprimento de óbito com base no rito dos arts. 861 a 866 do CPC.
V – COMORIENCIA:
Conceito: É a presunção de simultaneidade de óbitos, ou seja, presume-se que morreram ao mesmo tempo quando morrendo duas ou mais pessoas ao mesmo tempo não for possível precisar quem morreu primeiro, art. 8º do CC.
Fundamento: tem que haver um verdadeiro estado de dúvida dada a falta de provas de quem morreu primeiro.
Requisitos: Somente poderá haver a declaração de comoriência entre parentes sucessíveis entre si, pois não há interesse jurídico em determinar quem morreu primeiro nas hipóteses de pessoas que não herdam entre si.
Mortes em locais diversos: é perfeitamente possível a declaração de comoriencia de pessoas que morreram em locais diversos, pois a dúvida paira sobre o momento em que se deu a morte.
DA AUSÊNCIA
CONCEITO: ART. 22 DO CC:
Pressupõe o desaparecimento da pessoa sem deixar notícias ou procurador( as é possível declarar a ausência da pessoa mesmo tendo deixado procurador:
quando os poderes forem insuficiente
quando o mandatário não aceitar o mandato. Art. 23 do CC
FASES:
Curatela dos bens do ausente: nesta fase será feita a arrecadação dos bens do ausente que serão administrados por rum curador e o juiz mandará publicar editais a cad intervalo de 02 meses, anunciando o levantamento dos bens e convocando o ausente a retomar a posse de seus bens ( art. 1.161 do CPC).
Quem será o curador que administrará estes bens arrecadados?
Sucessão provisória: onde os bens do ausente passaram para seus sucessores que terão que prestar caução, art. 30 CC
Esta fase terá início:
-decorrido o prazo de um ano da arrecadação dos bens, ou
caso o ausente tenha deixado procurador, transcorrido 03 anos da arrecadação;
Pessoas legitimadas a requerer a sucessão provisória:
o cônjuge não separado judicialmente
os herdeiros presumidos, legítimos u testamentários;
os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte.
- os credores de obrigações vencidas e não pagas
Sucessão definitiva: (art. 37)
Após dez anos do transito em julgado da sucessão provisória poderão os interessados requerer a sucessão definitiva.
Forma especial de sucessão definitiva: Se o ausente, quando do seu desaparecimento, já contar com mais de 80 anos e deste desaparecimento já decorrer 05 anos. 
Conseqüência: -Com o transito em julgado da sucessão definitiva ocorrerá a morte presumida do ausente, art. 6º, 2 parte do Cód. Civil.
- Será declarado dissolvido o vínculo conjugal ( art. 1.571, § 2º do CC)
 
LIVRO II – DOS BENS
BENS
CONCEITO: “ são coisas materiais ou imateriais úteis ao homem e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação.” (GONÇALVES)
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
-Coisa é gênero do qual o bem é espécie.
-o bem compõe a relação jurídica como objeto desta.
 
NOÇÕES DE PATRIMÔNIO:
Definição: é representado pelo acervo de seus bens, conversíveis em dinheiro, ou seja, é composto por todo o ativo e por todo o passivo de um indivíduo.
Ativo- patrimônio bruto
Passivo- patrimônio líquido
CLASSIFICAÇÃO:
A-DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS:
1. Bens corpóreos e incorpóreos:
Corpóreos: são aqueles que têm existência material, perceptível pelos nossos sentidos, como os bens móveis (livro, carteira, cadeira, quadro) e imóveis (casa, sítio, apartamento)
Incorpóreos: são aqueles abstratos, de visualização ideal, não são palpáveis. Tem existência jurídica e não matérias. Ex. Direitos autorias, direito ao nome, marca...
Diferenças entre os bens corpóreos e incorpóreos:
	Corpóreos
	Incorpóreos
	Podem ser objeto de contrato de compra e venda,
	Só se transferem pelo contrato de cessão de direitos,
	São usucapíveis,
	Não podem ser adquiridos por usucapião,
	Os bens móveis são objeto de tradição
	Não podem ser objeto de tradição
	
	
2. Bens móveis e imóveis:
2.1- Bens imóveis: são aqueles que não podem ser transferidos de um lugar para o outro sem alteração de sua substância.
2.1.1- Características:
2.1.2 – Classificação dos bens imóveis:
Imóveis por sua própria natureza (art. 79 CC):
No entendimento de GONÇALVES, “a rigor somente o solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo é imóvel por sua própria natureza. Tudo o mais que a ele adere deve ser classificado como acessão.”
Imóveis por acessão natural: incluem-se nesta categoria as árvores e os frutos pendentes, bem como todos os acessórios e adjacências naturais. (GONÇALVES)
Imóveis por acessão artificial ou industrial: acessão significa justaposição ou aderência de uma coisa a outra.
Inclui-se tudo aquilo que o homem incorpora ao solo, permanentemente, sem poder ser retirado sem que cause destruição da coisa.
Observações importantes: art. 81 do CC
Imóveis por determinação legal (art. 80, I e II do CC):
2.2 – móveis: são os passíveis de deslocamento sem alterar a sua substância. Existem, também, nesta categoria os semoventes que são suscetíveis de movimento próprio. (art. 82 CC)
2.1- Alienação: dispensa-se a formalidade legal, há, apenas, a tradição.
2.2- Classificação dos bens móveis:
Moveis por sua própria natureza: são aqueles bens que, sem deteorização de sua substancia podem ser transferidos de um local para outro, mediante o emprego de força alheia.
Moveis por antecipação: são os bens, que embora incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e convertidos em móveis.
Moveis por determinação legal: são declarados móveis por expresso mandamento legal. (art. 83 do CC)
3. Bens fungíveis e infungíveis: ( art. 85 do CC)
Bens fungíveis: são aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Bens infungíveis: são aqueles de natureza insubstituível. Ex. uma obra de arte.
Possibilidade de se transformar coisa fungível em infungível:
Comodato “ad pompam”: ocorre quando a vontade das partes tornam um bem fungível em infungível.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
De regra a fungibilidade se relaciona com coisas móveis, mas a doutrina vem admitindo que haja a extensão da idéia de fungibilidade aos imóveis.
4. Bens consumíveis e inconsumíveis:
- Bens consumíveis: são os bens cujo uso importa destruição imediata da própria substância, bem como aqueles destinados a alienação.
-Bens inconsumíveis: sãoaqueles que suportam o uso continuado (sem prejuízo do seu natural desgaste).
5. Bens divisíveis e indivisíveis:
Definição (art. 87 do CC)
- os bens poderão ser indivisíveis:
Por determinação legal:
 
Por natureza: quando a impossibilidade do fracionamento advem da substancia da coisa. 
Por vontade das partes: ocorre quando as partes convencionam a indivisibilidade, embora a coisa seja divisível.
6. Bens singulares e coletivos:
6.1 – Singulares: são as coisas que embora reunidas devem ser consideradas individualmente, independente das demais que a compõem (art. 89 CC).
6.2 - Coletivas: são aquelas agregadas a um conjunto, constituídas por várias coisas singulares, passando a formar um todo único, possuidor de individualidade própria, distinta de seus componentes (art. 90 CC)
6.2.1 – Universalidade de fato (universitas rerum): art. 90 do CC 
6.2.2- universalidades de direito ( art. 91 do CC)
 
B- BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS (arts. 92 a 97 CC):
Principal: é aquele que tem existência própria, concreta ou abstrata, ou seja, é aquele que existe por si, exercendo sua função e finalidade, independe de outro.
Acessório: não tem existência própria depende de outro bem para existir, que é o principal.
2.1- características: 
-a acessoriedade dá idéias de subordinação, dependência,
- O acessório tem a mesma natureza do principal, segue e pertence, em regra, ao proprietário do principal.
2.2– Classificação dos acessórios:
2.2.1 -Frutos: são as utilidades que a coisa principal periodicamente produz cuja percepção não diminua sua substância.
2.2.1.1– Classificação dos frutos:
-quanto a sua natureza:
Naturais: são gerados pelo bem principal sem necessidade de intervenção humana.
Industriais: são decorrentes da atividade industrial humana, 
Civis: são utilidade que coisa periodicamente produz. 
- quanto à ligação com a coisa principal:
a) colhidos ou percebidos: sãos os frutos já destacados da coisa, mais ainda existentes.
b) pendentes: são aqueles que ainda se encontram ligados a coisa principal, não tendo sido destacados.
c) percipiendos: são aqueles que deveriam ter sido colhidos, mais ainda, não o foram.
d) estantes: são os frutos já destacados que se encontram estocados e armazenados para a venda.
e) consumidos: são os que não mais existem.
2.2.2 -Produtos: são as utilidades que podem ser retiradas das coisa alterando a sua substância, diminuindo a sua quantidade e levando até o esgotamento de seu conteúdo.
2.2.3 -Rendimentos: são os frutos civis, as prestações periódicas em dinheiro, decorrentes da concessão do uso e gozo, de que é exemplo o aluguel.
2.2.4 -BENFEITORIAS:
Conceito: As benfeitorias: são as despesas e obras realizadas em determinada coisa (móvel ou imóvel) para sua conservação, melhoramento ou para simples deleite, embelezamento.
2.2.4.1- Não se consideram benfeitorias:
- os melhoramentos e acréscimos sobrevindos na coisa sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentos,
- as acessões artificiais (construções ou plantações)
- a pintura em relação à tela, a escultura em relação à matéria prima, a escritura e qualquer outro trabalho gráfico em relação à matéria prima.
 
2.2.4.2- Espécies de benfeitorias:
a) voluptuárias: são aquelas que tornam a coisa agradável, servindo para mero deleite ou embelezamento.
b) úteis: aumentam ou facilitam o uso da coisa, dando maior conforto ao usuário.
c) necessárias: são aquelas indispensáveis à conservação da coisa, evitando o seu perecimento.
2.2.4.3- importância da distinção suso referida:
Faz-se necessária e importante a distinção para se averiguar o direito de indenização:
- o possuidor de boa-fé terá direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis e poderá levantar as voluptuárias se não importar danificação do bem.
O possuidor de boa-fé em caso de não indenização terá o direito de retenção pelo valor das necessárias e úteis.
- O possuidor de má-fé será indenizado, apenas, das benfeitorias necessárias que realizar na coisa. Não terá direito de retenção.
2.2.5 -Partes integrantes: são bens que se unem ao principal, formando um todo, uma massa única, desprovida de existência material própria, embora mantenha sua utilidade.
2.2.6 -As pertenças: art. 93 CC – são os bens que, não constituindo partes integrantes, destinam-se de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou aformoseamento de outro.
2.2.6.1- Pressupostos para a caracterização da relação de pertinencialidade:
C- BENS PÚBLICOS E PRIVADOS:
Bens públicos: (art. 98 CC) – são aqueles cuja titularidade é de uma pessoa jurídica de direito público interno.
Espécies: 
(A) bens de uso comum: são aqueles que admitem a utilização por qualquer pessoas, indiscriminadamente, a título gratuito ou oneroso. Ex. praças, praias, parques públicos, estradas...
 Poderá o poder público estabelecer o pagamento de taxa para a utilização do bem público (art. 103 do CC)
b)Bens de uso especial: são aqueles utilizados pelo próprio poder público para a instalação do serviço público, 
Dominicais ou dominiais: são os bens que integram o patrimônio estatal, compondo as relações apreciáveis economicamente da União ( CF, art. 20, I a XI), dos Estados ( CF, art. 26, I a IV) ou dos municípios como objeto de direito pessoal ou real dessas pessoas jurídicas de direito público interno.
Bens particulares: são aqueles pertencentes à iniciativa privada.
D- BENS NO COMÉRCIO E FORA DO COMÉRCIO:
Bens no comércio: são aqueles suscetíveis de alienação ( compra, venda, permuta, doação...)
Bens fora do comércio: são aqueles que não podem ser alienados.
– Categorias: 
Inapropriáveis por sua própria natureza: são aqueles bens que não podem ser passiveis de posse exclusiva pelo homem, devido a sua inesgotabilidade. 
Legalmente inalienáveis: são aqueles que tem sua comercialização vedada por lei para atender interesses econômico-sociais, a defesa social ou proteção de determinadas pessoas. 
Inalienáveis pela vontade humana: sãos os bens que se tornam inalienáveis quando as partes impõem clausula de inalienabilidade, temporária ou vitalícia, a partir de ato inter vivos, doação, causa mortis, testamento, deixando a salvo de futuro ato de disposição pelo beneficiário.
TEORIA GERAL DOS FATOS JURÍDICOS
I - Conceito de Fato jurídico em sentido amplo: todo acontecimento, natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, modificativos ou extintivos de direitos e obrigações, na órbita do direito. E, também, tem aptidão para modificar e conservar relações jurídicas.
O que e relação jurídica? E o elo entre pessoas, tutelado pelo direito, por criar direitos e deveres.
II -Classificação dos Fatos Jurídicos em sentido amplo:
1. Fato natural ou fato jurídico sticto sensu:
1.1– Conceito: são os acontecimentos oriundos da natureza ( evento), que repercute na órbita jurídica, ou seja, é o elemento em cuja tipicidade estão presentes apenas fatos da natureza, independentes de atividade humana como dado essencial a sua formalização.
1.2 Característica:
O critério essencial para a classificação dos acontecimentos em fatos jurídicos em sentido estrito se funda na presença, ou não, de ato humano como elemento necessário para a sua composição.
Para o seu reconhecimento basta a ocorrência de acontecimento natural, sendo desnecessária a atuação humana – ainda que, eventualmente, esteja presente.
1.2_ Classificação:
Ordinário: são aqueles que por sua freqüência são de rotina, como por exemplo, o nascimento, a morte, a maioridade, o decurso de tempo...
Extraordinário: são os fatos imprevisíveis ou embora previsíveis, inevitáveis. Como por exemplo, terremoto, tempestade, raio, caso fortuito, força maior.
O caso fortuito e a força maior : a força maior é decorrente em regra de um fato natural e a sua característica essencial é a sua absoluta inevitabilidade. Já o caso fortuito que pode ser decorrente de um ato humano tem o caráter de imprevisibilidade (um acidente de veículo).
Fato Humano ou ato jurídico:
2.1_ conceito: são aqueles atos que emanam de uma vontade, quer tenham ou não, a intenção principal de ocasionar efeitos jurídicos.
Classificação:
2.2.1-Lícitos:
 
2.2.1.1meramente lícitos: são aqueles atos praticados pelo homem sem a intenção direta de ocasionar efeitos jurídicos. Inicialmente não contêm um intuito negocial. Tendem a realizar a mera vontade do agente, sem criar normas para regular os interesses da parte.
Aplica-se o disposto ao negócio jurídico naquilo que for compatível.
2.2.1.2 negócios jurídicos: quando existe a intenção específica por parte do homem de gerar efeitos na órbita do direito ao adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Há um intuito negocial, ou seja, cria normas para regular os interesses das partes, harmonizando vontades. Tem nesta sua principal fonte de efeitos.
. 
Atos Ilícitos: são aqueles atos humanos que advém direta ou indiretamente da vontade e que ocasionam efeitos jurídicos contrários ao ordenamento.
3 Ato-fato jurídico: é um fato jurídico qualificado pela atuação humana. Ë irrelevante para o direito se a pessoa teve ou não a intenção de praticá-lo. O que se leva em consideração é o efeito resultante do ato que pode ter repercussão jurídica, inclusive ocasionando prejuízo a terceiros. Seus efeitos decorrem por conta da norma.
 ª Características: 
A hipótese de incidência pressupõe um ato humano
Seus efeitos decorrem por conta da norma;
Não importa se houve ou não vontade em sua prática, ou seja, a vontade inexiste no sentido de produzir determinados efeitos, pois estes decorrerão independentes da vontade;
Surge de um ato-humano e produz seus efeitos independente da vontade.
Classificação:
B1 – Atos reais: também ditos matérias, quando consistir em ato humano do qual resultem circunstâncias fáticas, geralmente irremovíveis.
B2 – Atos-fatos indenizativos: que se configura na hipótese de um ato humano não contrário ao direito, decorrer prejuízo a terceiro, ocasionando o dever de reparar o dano.
B3- Atos-fatos caducificantes: corresponde a situações que constituem fatos jurídicos, cujo efeito consiste em extinguir direitos.
CONSEQUENCIAS DOS FATOS JURÍDICOS
GENERALIDADES:
Aquisição de direitos: a aquisição do direito é a sua conjuçãp com seu titular. Desta forma, surge a propriedade quando o bem se subordina a um dominus.
Aquisição de direitos na seara patrimonial se pode dar pelos modos:
 
Modo originário: é aquela feita pelo titular, sem qualquer relacionamento com o titular anterior do direito a adquirir, tanto porque o direito surge pela primeira vez.
Aquisição derivada: quando há existência de uma relação jurídica anterior com o direito ou o bem objeto da relação.
Importância da distinção:
- reside nas relações advindas entre sucessor e sucedido nas aquisições derivadas, pois ninguém pode transmitir mais direitos do que tem.
Quanto a forma a aquisição poderá ser:
Onerosa: quando há o enriquecimento de uma ou de ambas as partes pela contraprestação.
Gratuita: quando não há contraprestação da outra parte. 
A aquisição pode se operar:
a título singular: ocorre uma relação de sucessão que se perfaz em uma coisa, ou num conjunto plúrimo de coisas determinadas, ou em um ou mais direitos.
a título universal: quando existir a sucessão do adquirente na totalidade ou em uma quota-parte dos seus direitos.
Quanto ao ato de aquisição:
simples: quando o fato gerador consiste num só ato,.
complexa: quando se faz necessária a intercorrência simultânea ou sucessiva de mais de um fato.
Direitos atuais e Direitos Futuros:
direito atual: é o que tendo sido adquirido, está em condições de ser exercido, por estar incorporado ao patrimônio do adquirente.
Direito futuro: é aquele cuja aquisição ainda não se operou, que não pode ser exercido. Sua realização depende de uma condição ou prazo.
BI- direito futuro deferido: é aquele que para o complemento de sua aquisição há dependência exclusiva de um ato do próprio sujeito, ou seja, de sua própria aceitação.
B2- direito futuro não deferido: quando para o aperfeiçoamento houver dependência de condições falíveis, que escapam ao mero arbítrio do interessado.
B3- Direitos eventuais: são direitos incompletos, referem-se a situações que o interesse do titular ainda não se encontra completo, pelo fato de não se terem realizado todos os elementos básicos exigidos pela norma jurídica.
Expectativa de Direito: é a mera possibilidade da aquisição do direito, não estando amparada pela legislação em geral, uma vez que ainda não foi incorporada ao patrimônio jurídico da pessoa.
DEFESA DE DIREITOS
I CONSIDERAÇÕES GERAIS:
II Espécies de atos de defesa:
Atos de Conservação: atos praticados pelo titular do direito para evitar o perecimento, turbação ou esbulho de seu direito.
Atos de defesa do Direito lesado: tendo ocorrido a violação do direito, o ajuizamento de ações cognitivas ou executivas, no exercício do direito constitucional de ação ( art. 5º, XXXV da CF de 1988).
Atos de Defesa preventiva: antes mesmo da violação mas diante de sua ameaça evidente, é possível o ajuizamento de procedimentos próprios para uma defesa preventiva.
Autotutela: ocorrida a violação do direito, a ordem jurídica admite, sempre excepcionalmente, a prática de atos de autotutela.
MODIFICAÇÃO DE DIREITO:
1. DEFINIÇÃO:Os direitos são passíveis de modificações ainda que não haja alteração da sua essência, é perfeitamente possível a prática de atos ou a ocorrência de fatos jurídicos que impliquem a modificação de direitos.
– Modificação subjetiva: ocorre quando se altera a pessoa titular do direito. A relação jurídica permanece a mesma, mas o sujeito se altera, trasmitindo as prerrogativas do direito que possuía.
1.1.1- Formas: substituição do sujeito ativo ou passivo
 multiplicação de sujeitos
 concentração de sujeitos
Obs. Os direitos personalíssimos não comportam alterações, são instrasmissíveis.
– Modificação objetiva: quando se modifica o próprio conteúdo do direito ou objeto das relações jurídicas.
– Formas:
- Quantidade – volume: aumento da propriedade pelo aluvião ( exemplo da mudança do curso do rio)
Qualidade- conteúdo ( pagamento que foi acertado em dinheiro e foi feito em cheque)
EXTINÇÃO DE DIREITOS
Os direitos extinguem-se quando ocorrer:
Extinção do direito: o direito desaparece para qualquer titular.
Perda do Direito: é o desligamento do titular passando a existir no patrimônio de outrem.
Perecimento do objeto sobre o qual recaem:
Se ele perder sua qualidades essenciais ( campo invadido pelo mar, campo invadido pelo curso do rio) ou valor econômico ( cédulas recolhidas) – arts. 1410, V e 1.436, II.
Se o objeto se confundir com outro de modo que não se possa distinguir ( arts. 1.272, 1.273 e 1274 ( confusão, cosmitão, mistura de líquidos, de sólidos e adjunção, justaposição de uma coisa a outra)
Se cair em lugar que não possa ser retirado, ex. anel que cai na correnteza de um rio.
Se a perda do objeto se der por culpa de alguém seu valor se reverterá em indenização.
Alienação; é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a outro, perdendo o direito o antigo titular.
Renuncia: é o ato pelo qual o titular do direito dele e despoja sem transferi-lo para ninguém;
São insuscetíveis de renuncia e alienação: - direitos públicos
os que envolvem interesse de ordem pública ( direito de família, os referentes ao poder familiar, aos alimentos para menor)
os da personalidade ( o direito a vida, a honra, a liberdade, a integridade física;
Abandono: que é a intenção do titular de se desfazer da coisa, por que não quer mais continuar sendo seu dono.
Prescrição: que extingue a pretensão, fazendo com que o direito desapareça pela ausência de tutela jurídica.
Decadência: que atinge o próprio direito.
Representação
I -Conceito: ocorre quando alguém, o representante, substitui o representadona manifestação externa e na própria vontade do representado.
II- Requisitos: 
- é necessário que o ordenamento jurídico permita;
- que os requisitos legais tenham sido cumpridos,
- É necessária a emissão de vontade em nome do representado e dentro do poder de representação por ele outorgado, ou pela lei.
III- Espécies de representação:
Legal: quando resulta de disposição de lei, que estabelece para certas situações uma representação.
Voluntária: resulta da vontade das partes, é baseada em regra, no mandato, cujo instrumento é a procuração.
IV- Efeitos da representação:
Uma vez realizado o negócio pelo representante, é como se o representado houvesse atuado, pois seus efeitos repercutem diretamente sobre o último;
Aquele que celebra negócio com o representante tem o direito de saber se existe tal poder e quais seus limites ( art. 118)
Na representação decorrente da lei, o pai possui direitos de gerência mas não pode gravar nem alienar os bens dos menores sem a autorização judicial. Para contrair obrigações o princípio é o mesmo. 
Na representação voluntária é na vontade emitida pelo representado que se deve averiguar a extensão dos poderes conferidos ao representante;
V – Auto-contratação: art. 117 do Cód. Civil
VI – Responsabilidade Civil:
Na representação legal: o representado responde, apenas, por aquilo que lhe aproveitou, pois esta representação não foi fruto de sua escolha e sim da lei.
Na representação convencional: o representado responde solidariamente com o representante se este causou danos a terceiro, sem prejuízo do direito de regresso. 
NEGÓCIO JURÍDICO
Conceito: é o acordo de vontades que surge da participação humana e projeta efeitos desejados e criados por ela, tendo por fim a aquisição, modificação, transferência ou extinção de direitos.
Características: 
no negócio jurídico o resultado final é pretendido, assim, seu principal elemento caracterizador é a manifestação da vontade.
 
Função social: significa considerar que os interesses da sociedade se sobrepõem aos do indivíduo, sem que isso implique, necessariamente, a anulação da pessoa humana, justificando-se a ação do estado pela necessidade de acabar com as injustiças sociais. ( arts. 113, 421 e 422 do NCC).
Classificação:
Quanto a declaração de vontade:
unilateral: é aquele que se aperfeiçoa com uma única manifestação de vontade.
Bilateral: é aquele que só se aperfeiçoa com duas ou mais manifestações de vontade coincidente com o objeto.
Plurilateral: refere-se aqueles negócios que envolvem a composição de mais de duas vontades paralelamente manifestadas por diferentes partes.
Quanto aos titulares:
inter-vivos: destinado a produzir efeito desde logo, quando ainda vivas as partes. 
causa mortis: são aqueles cujos efeitos somente decorrem após o óbito do declarante.
Quanto aos benefícios reconhecidos às partes:
Oneroso: quando há vantagens para ambas as partes. 
Gratuito: refere-se aqueles que só uma das partes aufere benefícios. 
Neutro: constitui-se em espécie desprovida de expressão econômica. 
Quanto a forma:
formal: também dito solene, devendo obedecer a uma forma determinada em lei, como da essência do ato.
Informal: com forma livre. Ex. os contratos em geral.
Quanto à importância: 
principal: tem existência própria.
Acessórios: depende de outro contrato para existir.
Quanto à duração:
Instantâneo: são aqueles cujos efeitos são exauridos em momento único.
Duração ou trato sucessivo: são aqueles cujos efeitos são protraídos no tempo. Somente estes negócios é que admitem a revisão judicial por onerosidade excessiva.
Quanto à eficácia:
consensual: basta para o seu aperfeiçoamento a exteriorização da vontade das partes.
Solene: para o aperfeiçoamento do negócio, faz-se necessário o atendimento das formalidades legais.
Real: para que se dê o aperfeiçoamento do negócio tem que se dá a tradição.
Quanto ao interesse das partes:
intersubjetiva: contando com apenas uma pessoa em cada um dos pólos da relação jurídica.
Plúrima: quando em um, ou ambos, os pólos da relação negocial tem mais de um sujeito.
PLANOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Foram idealizados por Pontes de Miranda em seu Tratado de Direito Privado:
I – Conceito: são planos que a mente humana deve sucessivamente examinar no negócio jurídico a fim de verificar se ele obtém plena realização. 
II – Estrutura do negócio jurídico( Planos):
Plano de existência: relativo a sua estruturação, de acordo com a presença de elementos básicos, fundamentais para que possa ser admitido, considerado. Sem os quais o negócio não terá sequer possibilidade de produzir efeitos.
Plano de validade: refere-se a aptidão do negócio frente ao ordenamento jurídico para produzir efeitos concretos.
Plano de eficácia: pertine a sua capacidade de produzir desde logo efeitos jurídicos ou ficar submetido a determinados elementos acidentais, que podem conter ou liberar tal eficácia.
III-PLANO DE EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO:
 1. ELEMENTOS COSNTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO:
1.1Manifestação de vontade: 
pode se dar de forma expressa ou seja, através da palavra escrita ou falada, gestos ou sinais;
pode se dar tacitamente ou seja, resultando do comportamento do agente;
A violência absoluta ou a hipnose tornam inexistentes o negócio, pois impede a manifestação da vontade.
– O silêncio como manifestação de vontade;
Via de regra o silêncio é ausência de manifestação de vontade assim não deverá produzir efeitos, não se opera a máxima de quem fala consente.
O novo código civil empresta em alguns casos efeito ao silêncio, art. 111
 Idoneidade do Objeto: todo negócio jurídico pressupõe a existência de um objeto – utilidade física ou ideal – em razão do qual giram os interesses d aparte.
Forma:
Entendida como meio pelo qual a declaração se exterioriza.
Finalidade negocial:
Todo negócio jurídico é composto por um motivo, ou seja, o propósito de adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos
O nCC reconhece a causa como pressuposto de validade do negócio jurídico, art. 166, II e art. 140.
IV -PLANO DE VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Cód. Civil, art. 104.
1.- Agente capaz:
Não se trata de capacidade de direitos, que todos são detentores, mas de capacidade de exercício.
O ato jurídico praticado pelo absolutamente incapaz sem a devida representação legal é nulo.
O ato jurídico praticado pelo relativamente incapaz sem a devida assistência legal é anulável.
A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, art. 105, pois a incapacidade é uma exceção pessoal desta forma só pode ser formulada pelo próprio incapaz ou seu representante legal.
1.1Em relação a capacidade do agente podemos classificá-la:
.1 – Geral: - arts. 3º, 4º, 166, I 171, I e 105.
 - Representação: legal e convencional
.1 – Especial: - legitimação
2- Objeto lícito, possível e determinável, art. 166, II do CC.
Objeto lícito: conforme a lei, não sendo contrário aos bons costumes, à ordem pública e à moral.
Se um negócio tiver objeto ilícito nulo será o negócio jurídico, não produzindo qualquer efeito.
Objeto possível: o negócio deve ser física ou juridicamente possível, pois se for impossível será nulo, art. 166 e 104.
A impossibilidade deverá ser absoluta, ou seja, a prestação deverá ser irrealizável para qualquer pessoa.
Objeto determinado; (deve-se descrever o objeto)
Objeto determinável( deverá ser, no mínimo, possível a indicação do gênero e da quantidade).
3 – Forma adequada: ( livre ou legalmente prescrita) ( art. 107):
em regra a forma dos negócios jurídicos é livre;
quando a lei estabelece um determinado tipo de forma para a realização do negócio jurídico, a desobediência eivará o negócio de nulidade, pois é um requisito de validade, ele existiu mas não é válido pois desobedeceu um requisito de validade.
Negócios ad solemnitatem: quando a norma legal impõe determinado revestimento para o ato, traduzido emuma forma especial ou em uma indispensável solenidade.
2. Contratos traslativos ou constitutivos de direitos reais sobre imóveis acima do valor consignado em lei ( a escritura pública é indispensável para o ato, art. 108 do CC.
DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
I – Considerações Gerais:
II – Nulidade:
	1 – Conceito: trata-se de vício que impede o ato de ter existência legal e produzir efeito, em razão de não ter sido obedecido qualquer requisito essencial.
	2 – Peculiaridades: além do interesse privado há o interesse social para que o ato não ganhe força.
	3 – Caso elencados na Lei geradores de nulidade absoluta: 
	Art. 166
agente capaz: 
objeto ilícito: quando afronta a moral e os bons costumes. Determinável: não é necessário que o negócio exista perfeitamente delineado quando da realização do negócio, até porque é possível;
Se ambas as partes se articularem para obter fim ilícito, haverá nulidade . 
A escrita pública para imóveis ou quando for reduzido o número de testemunhas para o testamento particular, (diz duas e só tiver uma);
Art.1548, 489, 142, 548, 549 ou então quando fala é vedado, não pode.
4 – Características:
	- A nulidade é penalidade que importa em deixar de existir qualquer efeito do ato, desde o momento de sua formação (ex tunc.). A sentença que decreta a nulidade retroage a data da formação do ato viciado.
	- As partes contratantes devem ser conduzidas ao estado anterior ou indenizados os prejuízos (art.182) que se aplica a nulidade e anulabilidade.
	- A nulidade em regra é provada de forma objetiva, pelo próprio instrumento ou por prova literal. Porém, há casos que a nulidade necessita ser provada.
	
	- Não podem ser convalidadas, ainda que a requerimento das partes.
5 – Quem pode argüir?
		Art. 168 e Parágrafo Único do C. Civil
6 – Imprescritibilidade: art. 169 C. C.
7 – Invalidação parcial: art. 184
8 – Conversão do negócio jurídico: art. 170
	8.1 – Conceito: trata-se da hipótese em que o negocio jurídico nulo não pode prevalecer na forma querida pelas partes, mas seus elementos são suficientes para caracterizar outro.
	
	- Uma nota promissória nula, por não conter os requisitos formais pode ser convertida em uma confissão de dívida plenamente válida.
	8.2 – Requisitos:
		- reunião no negócio nulo de todos os elementos para um negócio de natureza diversa;
		- esse negócio para ser entendido como contido na vontade das partes;
		- não seja proibida taxativamente pela Lei.
III- Anulabilidade: art. 171
	1- Definição: O negócio jurídico se realiza com todos os elementos necessários a sua validade, mas as condições em que foi realizado justificam a anulação, quer por incapacidade relativa do agente, quer pela existência de vícios do consentimento ou vícios sociais.
	2 – Algumas considerações sobre os atos do menor incapaz:
		- A anulabilidade não poderá ocorrer quando o menor agir maliciosamente: art. 180 do C. C.
		- Quando o interesse do filho menor colidir com o interesse dos pais, ainda que em tese, ou potencialmente.
	3 – Características:
		- não há interesse público em sua declaração;
		- podem ser ratificadas pela vontade das partes ou convalidadas pelo decurso do tempo (decadência);
		- produzem efeitos até a decretação da anulabilidade (ex nunc), ou seja, a sentença que decretar a anulabilidade não retroagirá a data da realização do negócio.
	4 – Quem pode requerer? (art. 177)
		- os interessados que intervém no ato;
		- seus sucessores;
		- terceiros (no caso de fraude contra credores).
	5 – Prazo de decadência:
		Art. 178 e 179 do C. C.
	6 – Ratificação de Confirmação dos Negócios Anuláveis:
		- Pode ser ratificado ou confirmado ( art. 172)
	Ratificar ou confirmar é dar validade a ato ou negócio que poderia ser desfeito por decisão judicial. Por meio da ratificação, há renúncia à faculdade de anulação.
	6.1 – Ratificação expressa (art. 173): quando houver declaração do interessado com intenção de manifestar o ato isento de causa de anulação.
	- O ato praticado por menor entre 16 e 18 pode ser ratificado por seu representante legal. (art. 176)
	6.2 – Ratificação tácita (art. 174)
	6.3 – Características:
		- pode ocorrer de forma unilateral, pois, não se faz necessária a presença do outro contratante;
		- não representa novo contrato.
	6.4 – Efeito (art. 175): Ocasiona a extinção de todas as ações ou exceções que contra ele pudesse opor o interessado.
IV – Distinção entre Negócios Nulos e Negócios Anuláveis:
 NEGÓCIOS NULOS:
- Não há prescrição ou decadência;
- É de ordem pública, pois é decretada no interesse da coletividade;
- Pode ser requerida por qualquer interessado ou pelo MP e decretada de ofício pelo Juiz;
- Não podem ser convalidadas;
- Nem sempre se faz necessário a ação judicial para a sua decretação;
 - É sanção mais interesse;
- Não produz efeitos ( ex tunc).
NEGÓCIOS ANULÁVEIS:
- São suscetíveis a decadência;
- É deferida apenas no interesse privado;
- Só as partes interessadas ou terceiros prejudicados (em alguns casos) podem requerer;
- Permite a ratificação;
- Tem que ser decretada mediante ação judicial;
- É sanção mais branda;
- Produz efeitos enquanto não for anulada (ex nunc)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Considerações gerais:
Art. 171, II do CC
No CC de 1916 a Simulação era vício social, hoje é causa de nulidade absoluta,
No CC de 2002 foram criados mais dois defeitos: lesão e estado de perigo.
Formas:
Vícios do consentimento: ocorrem quando se detecta mácula na vontade declarada, ou seja, há divergência entre a vontade que se percebe e o real interesse do declarante. Ex. Erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo.
Vícios sociais: a vontade é exteriorizada em consonância com a intenção do agente, no entanto, há deliberada intenção de prejudicar terceiro ou burlar a lei.
 
Conseqüência: anulação conforme o art. 171, II do CC e art. 178, I e II do CC.
Erro ( art. 138 a 144 do Código Civil):
Conceito: “ocorre quando o agente por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias, age de um modo que não seria a sua vontade, se conhecesse a verdadeira situação.”( Caio Mário)
 
Requisitos: 
escusabilidade: é quando é erro não é perceptível pelo homem de inteligência comum, ou seja, é aquele erro que não é grosseiro, de fácil percepção.
Real: deve ser tangível, palpável, importe prejuízo efetivo para o interessado.
Referir-se ao próprio negócio:
Espécies:
Erro substancial:
– Conceito:È aquele que tem papel decisivo na determinação da vontade do declarante, de modo que, se conhecesse o verdadeiro estado das coisas, não teria desejado de modo algum concluir o negócio.
Modalidades ( art. 139 do CC)
Erro que interessa a natureza do ato ( error in ipso negatio): é aquele que uma das partes manifesta a sua vontade pretendendo e supondo celebrar determinado negócio jurídico e na verdade, realiza outro diferente.
 Erro sobre o objeto principal da declaração( error in corpore): é o que incide sobre a identidade do objeto. 
 
c) Erro sobre alguma das qualidades essências do objeto principal ( error in substantia ou error in qualitate): ocorre quando o motivo determinante do negócio é a suposição que a coisa possui determinada qualidade que posteriormente se verifica inexistir:
Diferença desta espécie de erro do vício redibitório: é quando existe um vício oculto na coisa. O seu fundamento é que a lei impõe ao alienante, nos contratos onerosos, o dever de garantir o uso da coisa. Surgindo um vício oculto o adquirente tem o direito de recorrer a justiça para rescindir o contrato ou pedir o abatimento no preço. ( prazo para recorrer a justiça 30 dias se for objeto móvel e 1 ano se for imóvel).
d) Erro quanto à pessoa ( erro in persona): pode se referir tanto a identidade quanto a qualidade da pessoa.
 
- Erro acidental: é o erro que recai sobre motivos ou qualidades secundárias do objeto ou da pessoa, não alterando a validade do negócio jurídico.
Erro consistente numafalsa causa(art. 140 CC): quando a causa for expressa como fator determinante do negócio.
Convalescimento do erro: art. 144 CC.
Conseqüências da anulação: 
Neste caso a responsabilidade pela anulação do negócio é de quem está pedindo, pois pode ocasionar duplo prejuízo a outra parte, ou seja, a anulação do negócio e o prejuízo advindo desta anulação.
Deve-se restabelecer o equilíbrio econômico, pois nenhuma das partes poderá sofrer lesão em seu patrimônio. Assim, deverá o autor da ação ( aquele que errou) restabelecer as coisas ao estado anterior, se não puder deverá indenizar a outra parte, é o que se chama de interesse negativo do erro.
DOLO
Conceito: “ é todo artifício ou ardil empregado por uma das partes, ou por terceiro, com o fito de induzir outrem a prática de um ato” .
Diferença entre dolo e erro:
No erro: há uma espontânea falsa impressão das circunstancias do negócio.
No dolo: o agente é induzindo a se equivocar em virtude de manobras ardilosas
Características:
- Não há necessidade de prejuízo da parte enganada que se configure o dolo;
- Não se confunde com o dolo penal, pois tem disciplina própria;
- Finalidade de conduzir a prática de um ato;
- Gravidade dos artifícios utilizados;
- Ser a causa determinante da declaração de vontade, viciando-a;
- Ser realizado pela outra parte do negócio do seu procurador;
- Se realizado por terceiro, a parte a quem aproveite o dolo deve ter conhecimento;
Elementos:
- O subjetivo (animus dicipiende): é a vontade de causar dano;
- O objetivo: que é o comportamento ilícito.
Conseqüências Jurídicas:
Anulabilidade do negócio jurídico por vício do conhecimento, dolo. Nos termos do art. 171, II do C.C. e art. 145 do C.C.
Está submetido ao prazo decadencial de 04 anos para requerer esta anulação judicialmente. Art. 178, II C. Civil.
* Não se admite dolo no direito matrimonial.
Dolo Essencial (principal) art. 145: configura-se como aquele que funciona côo elemento necessário para a realização do negócio, ou seja, sua causa determinante, motivo que conduziu a prática de ato negocial.
- Esta espécie de dolo é que gera a anulabilidade nos termos da Lei.
Dolo acidental (dolos in cidens) art. 146: é aquele que não se atua como elementos determinante para a prática do negócio.
- Não leva a anulação do negócio gera apenas a indenização dos danos causados, assim não pode ser cogitado como vício do consentimento.
→ cabe perdas e danos
Dolus bonus e Dolus malus:
Somente o dolus malus macula o negócio jurídico podendo acarretar a sua anulabilidade, por nele existir vontade de elucidar para viciar o consentimento, é indesculpável, escusável.
Já dolus bonus é consistente nos exageros cometidos pelo vendedor, valorizando o objeto a ser vendido. Mas não exageros perceptíveis pelo homem de inteligência normal. Por ser inescusável não gera a anulabilidade do negócio jurídico.
Dolo positivo (comissivo) e dolo negativo (omissivo) art. 147 do C.C.
– Positivo: Quando consistir em uma ação perpretada pelo agente.
 - Negativo: Se caracteriza pelo silencio intencional de uma das partes sobre fato ou qualidade do objeto e sobre o qual repousa a manifestação da vontade.
- No dolo por omissão, objeto do art. 147, deve ser ele a causa determinante da manifestação de vontade.
- É preciso que se comprove que o contratante prejudicado pelo dolo não teve ciência do fato ou qualidade ocultada, e que se deles tivesse conhecimento, não praticaria negócio jurídico.
- A omissão dolosa deve ser provocada.
9.2.1 – Requisitos: 
a) Intenção de levar o outro contratante a se desviar de sua real vontade, de induzi-lo ao erro;
b) Silêncio sobre circunstância pela outra parte;
c) Relação de essencialidade entre a omissão dolosa intencional e a declaração de vontade;
d) Ser a omissão do próprio contraente e não de terceiros. 
9.2.2 – Dever de informação:
	O silencio intencional quebra o dever de informação que existe em todos os negócios jurídicos decorrentes do princípio da boa-fé objetiva.
	O dever de informar consiste em fornecer todas as informações relativas ao produto ou serviço, nos negócios jurídicos bilaterais.
- Entre estas informações: qualidades e eventuais problemas verificados ainda que já tenham sido solucionados, informações que sejam relevantes a ponto de influírem na decisão do contratante, de realizar ou não o negócio.
 
* Anula-se o negócio efetivado com o dolo negativo ante o princípio da boa-fé objetiva.
Dolo de Terceiro art. 148 n CC:
Hipóteses:
O dolo é de terceiro, praticado com a cumplicidade da parte:
Neste caso trata-se de dolo comissivo, pois um dos contratantes agiu mancomunado com o terceiro para enganar o terceiro;
Conseqüência: anulabilidade do negócio.
O dolo é do terceiro, mas a parte não cooperou para ele, apenas o conhecendo:
Um dos contratantes sabendo, não fez nada para evitar, houve dolo negativo, gerando a anulabilidade.
Pois ter conhecimento mostra a evidência que a parte beneficiada conhecia e não tomou providências para evitar.
O dolo de terceiro é completamente ignorado pela parte beneficiada.
O negócio é vendido mas o terceiro é responsável pelas perdas e danos que haja causado.
* Só nos negócios jurídicos unilaterais que o dolo pode ser de quem que seja, o negócio sempre será anulado. (Maria Helena Diniz).
Dolo do Representante: art. 149
O negócio jurídico é anulável a conseqüência advem para efeitos de indenização.
- Representação legal:
Só prejudica o representado naquilo que lhe favoreceu. Assim o representado responde civilmente até o valor que o beneficiou.
- Representação convencional: há uma escolha, esta representação não se dá por imposição legal. Ao fazer uma má escolha (culpa in eligendo) o representado cria risco para se mesmo, e não fiscalização dos atos do representante (culpa em vigilando). Desta forma responde solidariamente por perdas e danos, tendo ação regressiva contra o representador.
Dolo de ambas as partes:
Há empate na torpeza. A lei não poderá amparar a qualquer dela, pois estaria protegendo a má-fé.
Pouco importa a espécie de dolo que uma outra cometa. Por exemplo, se uma cometer dolo essencial e a outra dolo acidental mesmo assim se compensam, ninguém pode recorrer ao judiciário pois não há boa-fé a defender.
* Execução, art. 1256 do CC. 
 
VI -COAÇÃO ARTS. 151 À 155 DO N. C.CIVIL
Conceito: Coação é toda a pressão física ou moral exercida contra alguém, de modo a forçá-la á prática de um determinado negócio jurídico, contra a sua vontade, tornando defeituoso o negócio.
2. Diferença do Erro e Dolo:
- No erro o declarante se engana sozinho, espontaneamente;
- No dolo é levado a se equivocar por força de manobras ardilosas.
- na coação o agente (o declarante da vontade) sofre intimação moral: ou pratica o ato ou sofrerá as conseqüências decorrentes da ameaça que lhe é imposta.
Espécies de Coação:
Coação física, a “vis absoluta”: consiste na pressão resultante da força exterior que vem a tolher os movimentos do agente, fazendo desaparecer sua vontade.
Coação Moral, a “vis compulsiva”: faz com que paire sobre a vítima uma ameaça, séria e idônea, de algum dano, de ordem material ou moral, viciando sua vontade. 
4. Conseqüências Jurídicas:
- Na violência absoluta o negócio jurídico é considerado inexistente.
- Na coação moral, o negócio jurídico é defeituosos, há vício de vontade gerando a possibilidade de anulação, pois não há o total tolhimento da liberdade volitiva. 
5. Requisitos:
Gravidade: ameaça de um sério dano em relação a vítima ou a pessoa a quem e vincule afetivamente.
Seriedade: que haja idoneidade da ameaça, capaz de assustar verdadeiramente a vítima.
critério abstrato – tem como base o homem comum
critério concreto – leva em consideração as peculiaridades da vida (sexo, idade, educação, temperamento assustadiço ou não). 
Iminência ou atualidade.
Nexo causal entre a coação e o ato extorquido – ou seja, o negócio só se realizou porque houve coação.
Que o ato ameaçadoseja injusto.
6. Coação Essencial e Coação Acidental:
Coação Essencial – sem esta o negócio não teria se realizado, gera anulabilidade;
Coação acidental – o negócio teria se realizado embora de forma diferente cabe indenização por perdas e danos.
Ameaça do exercício normal de um direito(art. 153) e Temor Reverencial:
Nos termos do artigo em exame de um exercício normal de um direito não se considera coação.
Temor Reverencial não configura coação.
Temor reverencial – é um estado psicológico de dependência, de reverência ou de respeito a determinada pessoa, que influencia a realização de um negócio jurídico, mas não chega a coagir.
Coação de terceiros:
Art. 154 – quando a parte a quem aproveita tem conhecimento ou devesse ter conhecimento – anula o negócio jurídico e responde por perdas e danos solidariamente com a terceira;
Art. 155 – sem o conhecimento da parte a quem aproveite: o negócio não é suscetível de anulação e o terceiro coator responderá por todas e danos.
Deveria ter conhecimento> implica noção de negligência, em que, ante indícios, a parte beneficiada deixou de investigar melhor o sentido da contratação para evitar o desastre contratual. 
VII – ESTADO DE PERIGO
1 – Conceito: 
	Instituto que visa dar solução a negócios jurídicos celebrados, em condições desvantajosas, por alguém que se encontra envolvido em situação de grava risco, por si, ou para pessoa que lhe é querida.
2 – Diferença entre Estado de Perigo e Coação:
	Assemelha-se a coação porque liberdade de opção, mas difere porque não há ameaça de quem quer que seja. O declarante impelido pelo desejo de solver-se, ou a pessoa que lhe é cara, assume obrigação excessivamente onerosa.
3 – Conseqüências jurídicas:
	Anulabilidade do ato:
Grande parte da doutrina entende, inclusive Pablo e Venosa, que a solução deveria ser diversa porque o outro contratante não tem culpa do estado de perigo que o outro se encontra, deveria, apenas, haver redução do valor desproporcional para um valor justo.
4 – Requisitos: art. 156
Que o estado de perigo seja causa do negócio;
Exista assunção obrigacional excessivamente onerosa;
Seja grave o dono e conhecido pela outra parte
VIII – LESÃO (ART. 157 DO C.C.)
1 – Conceito:
	Caput do art. 157 →é o prejuízo que um contratante experimenta em contrato comutativo quando não recebe da outra pare valor igual ao da prestação que forneceu.
2 – Características:
- Justifica-se como forma de prestação ao contratante que se encontra em estado de inferioridade;
- O agente em situação de inferioridade perde a noção do justo e sua vontade é conduzida a praticar atos que constituem verdadeiros disparates do ponto de vista econômico;
- Só ocorre nos contratos cumulativos (que há equivalência de prestações).
3 – Requisitos:
3.1 – Objetivo: configura-se pelo lucro, pela desproporção das prestações que fornece um dos contratantes.
3.2 – Subjetivo: dolo de aproveitamento que se configura na circunstância de uma das partes aproveitar-se da outra pela inexperiência, leviandade ou estado de premente necessidade.
4 – Lesão especial ou lesão-vício: é a lesão objeto de estudo do vício de consentimento, ar. 157.
	- para a sua caracterização não é bastante a desproporção entre as prestações (elemento objetivo);
	- exige-se elementos subjetivos, consciência da parte que causa a lesão (da inexperiência ou premente necessidade de outra parte). Mas não se faz necessário o dolo de aproveitamento para que se configure, ou seja, má fé. 
	 
5. Procedimento judicial:
5.1. Finalidade:
- restituição do bem vendido, se se tratar de compra e venda;
-restabelecimento da situação anterior, quando possível.
- quando impossível restabelecer a situação anterior, haverá indenização por perdas e danos.
-outras possibilidades: parágrafos do art. 157.
5.2- Natureza da ação:
Pessoal, mas se versar sobre imóveis se faz necessário a presença de ambos os cônjuges no pólo passivo ou ativo ( art. 10, §1º do CPC).
5.3-Coisa em poder de terceiro:
A discussão envolverá, apenas, as partes do contrato originário alienante e adquirente. O terceiro será simples detentor que terá direito á indenização de acordo com os princípios da evicção.
6. Renuncia antecipada a alegação de lesão:
-não se admite que os contratantes renunciem previamente o direito de anular o contrato por qualquer vício de vontade, pois seria cecear o direito a justiça.
- a renúncia posteriores só é válida se ausente os fatores lesionários,
7.Prazo decadencial: art. 178, II do CC.
IX – DA FRAUDE CONTRA CREDORES:
Conceito: “ implica a prática, por parte do devedor insolvente (ou na iminência de assim se tornar), de atos suscetíveis de diminuir seu patrimônio, reduzindo, desse modo, a garantia que este representa, para resgate de suas dívidas” ( Sílvio Rodrigues) art. 158, caput, CC.
Requisitos:
Eventus damni: o prejuízo da parte credora tem que está evidenciado, pois este se constitui no caráter essencial da fraude. (art. 158,§ 1º do CC)
Anterioridade do crédito: fundamenta-se na premissa de que: “ quem contrata com alguém já insolvente não encontra patrimônio garantidor”. (art. 158,§ 2º do CC)
Consilium fraudis ( elemento subjetivo): dispensa-se a intenção essencial de prejudicar, faz-se necessário, apenas, o conhecimento dos danos resultantes da prática do ato, ou seja, a fraude poderá existir sem que haja premeditação, pois a má-fé se presume.
3. Fraude nas transmissões gratuitas:
art. 158 e parágrafos:
Credores quirografários: são aqueles que não tem uma garantia real da dívida ( penhor, hipoteca) dependem d o patrimônio geral do devedor.
Credor privilegiado: é aquele que possui uma garantia real do seu crédito. Mas quando este não for suficiente, poderá se utilizar do expediente legal para anular os negócios em fraude contra credores.
Contratos onerosos e insolvência: art. 159
Neste caso, não se faz necessária, apenas, a insolvência mas que esta seja conhecida da outra parte.
3.1- Notoriedade da insolvência:
- não se tem como notória a insolvência, decorrente de simples conhecimento de que o alienante tem dívidas,
- Precisa ser público, ou saber, o terceiro adquirente, que a soma do patrimônio passivo é superior a do patrimônio ativo e sendo realizado o negócio não restarão bens para o pagamento de todos os credores.
Realidade Objetiva da fraude: art. 160 CC
Este dispositivo legal tem por escopo a preocupação de preservar a justiça do preço, a sua realidade como pagamento e como valor de mercado no sentido de impedir que o pagamento seja dissipado pelo devedor.
Ação Pauliana:
– Fundamento: inspira-se no princípio do repúdio a fraude e no propósito de evitar que o devedor burle, usando de malícia, a fé do contratado, frustrando a execução de procurar deliberadamente a insolvência.
Legitimidade para requerer para requerer esta ação: ( art. 158, II)
- Os credores quirografários que já o eram na época que os atos fraudulentos foram celebrados,
- Os credores privilegiados, com garantia real que ao é suficiente para cobrir a dívida.
Legitimidade passiva: ( art. 161)
Obrigatoriamente a ação deverá ser ajuizada em contra o devedor insolvente e contra o adquirente detentor o bem alienado.
Finalidade: anulação dos atos praticados em fraude.
Efeito: restauração do patrimônio do devedor, restabelecendo-se as garantias originais com que contavam o credor.
Não gera privilégio creditício para aquele que requereu a anulação.
 
O pagamento antecipado de dívidas: ( art. 162)
-O credor que paga dívidas vencidas age licitamente, seu ato é válido.
- mas aquele que paga dívidas não vencidas age de maneira anormal, frustra a igualdade no aquinhoamento dos credores quirografários, assim os demais credores terão direito de ação para tornar sem efeito este pagamento, pois o ato por si só revela o propósito fraudulento.
Garantia de dívidas fraudatórias: ( art.163)
Estabelece uma presunção absoluta de fraude, a garantia só será válida se foi feita antes da insolvência.

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