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A Antropologia da Educação é um campo de estudo que explora a relação entre a educação, a cultura e a sociedade, buscando compreender como a educação influencia a formação dos indivíduos e como a cultura molda as práticas educativas. 
O que a Antropologia da Educação estuda?
· Educação como um processo cultural:
A Antropologia da Educação considera a educação não apenas como um sistema formal, mas também como um processo social e cultural que ocorre em diferentes contextos, como a família, a comunidade e a escola. 
· Diversidade cultural e práticas educativas:
Estuda as diferentes formas de educação e aprendizagem em diferentes culturas, reconhecendo a importância da diversidade cultural no processo educativo. 
· Relação entre escola e comunidade:
Analisa a relação entre a escola e a comunidade, identificando como a escola pode ser um espaço de encontro e diálogo entre diferentes culturas e modos de vida. 
· Processos de construção de identidade e pertencimento:
Investigação sobre como a educação contribui para a construção de identidades e pertencimentos, tanto em nível individual como em nível social e cultural. 
· Crítica aos modelos tradicionais de educação:
Refere-se à necessidade de questionar os modelos tradicionais de educação que muitas vezes ignoram a diversidade cultural e as diferentes formas de conhecimento. 
Como a Antropologia da Educação contribui para a educação?
· Desenvolvimento de práticas pedagógicas mais inclusivas:
A Antropologia da Educação contribui para a construção de práticas pedagógicas mais inclusivas e que respeitem a diversidade cultural, promovendo uma educação mais significativa e relevante para os estudantes. 
· Formação de professores mais conscientes:
A formação de professores com uma perspectiva antropológica contribui para que eles possam compreender melhor as necessidades dos alunos e as diferentes culturas presentes na sala de aula. 
· Promoção da reflexão sobre a educação:
A Antropologia da Educação estimula a reflexão sobre a educação, questionando suas práticas e buscando novas formas de ensinar e aprender. 
· Contribuição para a pesquisa e o desenvolvimento de políticas públicas:
A pesquisa antropológica na área da educação pode contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a igualdade e a justiça social na educação. 
Principais autores e conceitos em Antropologia da Educação:
· Pierre Bourdieu: Teoria da reprodução social e capital cultural. 
· Michael Foucault: Poder e saber, relações de poder na educação. 
· Paulo Freire: Educação como práxis, pedagogia do oprimido. 
· Harry Wolcott: Etnografia educacional e pesquisa em sala de aula. 
· Letramento: Conceito de que a leitura e a escrita são práticas sociais e culturais. 
· Interculturalidade: Reconhecimento e valorização da diversidade cultural. 
· Pluralismo educacional: A busca por diversidade de práticas educativas e formas de conhecimento. 
Diante do atual debate a respeito das transformações sociais e da percepção da crescente ênfase na centralidade da cultura como base para a análise deste momento histórico, a antropologia adquire uma importância fundamental, devido a sua contribuição na discussão sobre a contradição entre a função social da escola na sociedade contemporânea, como formadora para a inserção em um mercado de trabalho marcado pela preocupação com o imediatismo das respostas às demandas provindas de diversos setores e obcecado pelo acúmulo de capital, e a formação dos cidadãos voltada para uma inserção crítica na vida pública, de forma a contribuir com a transformação das desigualdades que habitam esta sociedade democrática.
As atuais desigualdades caminham em direção a algo drástico: os seres humanos estão cada vez menos semelhantes, não por conta da riqueza da sua multiplicidade cultural, mas, sim, pela diferença no acesso aos bens e serviços engendrados na modernidade.
Essas questões se ampliam quando se focaliza a formação de nossas crianças, adolescentes e jovens. Sendo a escola um espaço de longa jornada de convivência, que busca melhor compreender a realidade, formar para o presente e o futuro, questiona-se qual contribuição vem auferindo para a caminhada histórica da humanidade.
Os diversos grupos culturais que até recentemente se encontravam alheados da escola ou não eram nela reconhecidos, nela adentraram-se. Contribui, sobremaneira, para ressignificar a educação e a escola, o reconhecimento da presença escolar de outros grupos identitários historicamente sem poder, tais como, as mulheres (meninas), as diversas sexualidades e diversidades de gênero, as minorias étnicas (negros e indígenas) e religiosas (as religiões afro-brasileiras), os desfavorecidos economicamente, sem falar nas sub culturas que caracterizam a juventude (o movimento hip-hop, por exemplo).
As diferenças culturais manifestam-se intensamente no interior da escola. Neste contexto, a antropologia tem um papel inquestionável no processo de mudança paradigmática, ganhando importância para os fundamentos da educação, ampliando o campo a ser investigado, notadamente no diálogo entre cultura e educação.
O que objetivamos não é a realização de estudos etnográficos sobre a escola, simplesmente, mas de uma mudança de olhar sobre ela, privilegiando os saberes locais, a diversidade étnico-cultural, as complexidades e as subjetividades do cotidiano social, portanto, trata-se de um novo olhar sobre a prática educativa.
Sendo a cultura este trajeto entre um “núcleo duro” e os diversos polos que borbulham, este circuito dialético entre a repetição/diferença e o desejo/horizonte histórico, as “histórias” (de cada pessoa, de cada escola) não serão as mesmas, tampouco as reações ou entendimentos advindos do seu contexto não serão semelhantes para os diferentes sujeitos.
Mas, nem sempre foi assim, nem sempre foi este o entendimento sobre cultura. Por isso, destaco a importância de se conhecer as principais escolas da antropologia, com seus principais pensadores e as interpretações dadas por eles à questão da diversidade humana, nos aspectos biológico (diferenças genéticas) e social (as organizações de parentesco, as instituições sociais e políticas, os sistemas simbólicos, religiosos e de comportamento), o que nos possibilitará desenvolver uma educação com respeito às diferenças étnicas e culturais e que promova a eliminação das diferenças econômico-sociais e, com isso, possibilitar que nos tornemos, mais, humanos.

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