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Nutaliose em Cavalos: Causas, Sintomas e Diagnóstico

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Greyka Franceschini 
VET 6M - UNIGUAÇU 
 
Nutaliose 
 
A Nutaliose é uma doença causada pelos protozoários Babesia caballi e o Babesia 
equi e também é chamada de Babesiose eqüina ou simplesmente Babésia (em 
alusão ao nome do agente causador) ou Piroplasmose. A Nutaliose é transmitida, 
principalmente, pela picada do carrapato (Dermacentos sp - carrapato que se aloja 
na orelha do cavalo; Rhipicethalus sp, Hyaloma sp e Amblioma cajannense). A 
transmissão de uma geração a outra de carrapatos dá-se por infecção 
transovariana, ou seja, os ovos são postos já contendo o parasita (babésia) que 
irá acompanhar todo o desenvolvimento até que o carrapato atinja o estágio adulto 
para tornar-se infectante. 
São citados outros transmissores como pulgas e mosquitos, podendo ser 
transmitida, também, por agulhas e instrumentos cirúrgicos contaminados, mas 
não é transmitida de cavalo para cavalo. 
O Protozoário infesta as células do sangue, destruindo-as, causando uma anemia 
que pode variar de intensidade. Se ela for muito intensa, observa-se o animal 
triste, magro, com febre, fraco, com as mucosas amareladas, pelagem feia e pode 
levar ao óbito. Felizmente, o mais comum é uma anemia branda, observando-se 
certa fadiga após o exercício e diminuição do desempenho. 
O ciclo de vida, tanto da Babesia caballi quanto da Babesia equi é dividido em 
duas fases: Uma no sangue periférico dos eqüinos, onde se encontram em forma 
de merozoítos e trofozoítos, e outra no carrapato. Após a infecção com o 
carrapato, o período de incubação é de 12 a 30 dias para B.caballi e de 12 a15 
dias para B.equi. São de fácil diagnóstico, tratamento simples, prognóstico 
favorável desde que seja descoberta em seus estágios iniciais (e SEMPRE 
acompanhada de um veterinário). 
 
Sintomas 
Anemia grave – devido à destruição dos glóbulos vermelhos; 
Febre; 
Amarelamento das mucosas (icterícia); 
Incoordenação dos movimentos; 
Morte (em casos muito severos). 
Ainda podem ser observados: 
Falta de apetite; 
Depressão (apatia - sendo um dos primeiros sinais clínicos a queda da 
performance); 
Lacrimejamento; 
Greyka Franceschini 
VET 6M - UNIGUAÇU 
 
Pulso aumentado, podendo chegar até a 80 a 100 por minuto (em alguns casos foi 
noticiada pulsação da jugular); 
Inchaço dos membros (edema); 
O animal permanece deitado por mais tempo. 
Alguns casos agudos levam a hemorragias petequiais nas mucosas, as quais 
assumem coloração amarelada. Podem ocorrer, também, edemas subcutâneos no 
abdômen, nos órgãos genitais e nas extremidades, assim como nos pulmões. 
Distúrbios gastrointestinais (cólica e/ou diarréia) podem ser observados, e também 
abortos, assim como a infecção do feto devido à transmissão intra-uterina que é 
relativamente comum. O feto pode ser infectado por ambas as espécies de 
Babésia durante a gestação sem que a égua apresente qualquer sinal clínico da 
doença. Em casos crônicos os sinais clínicos podem persistir por um período 
longo (mais de 15 dias). A taxa de mortalidade depende do estado geral do animal 
infectado e da virulência do parasita. Ocorre uma alta taxa de mortalidade quando 
a doença ocorre na fase aguda em animais velhos e que nunca foram expostos à 
Babésia, quando introduzidos em áreas endêmicas. 
 
Na necrópsia de cavalos que morreram devido à infecção aguda de B.caballi, 
encontram-se, geralmente, exsudato seroso e edema subcutâneo em todas as 
cavidades do corpo; edema pulmonar, glomerulonefropatia (alterações nos rins), 
hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e pâncreas), e hemorragias petequiais 
nas mucosas. 
A queda no rendimento do animal é explicada pelo fato de haver uma menor oferta 
de oxigênio, decorrente destruição das hemáceas (similar à malária humana), 
responsável pelo transporte de gases (O2 e CO2) no corpo animal. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico preciso só pode ser confirmado através de exames laboratoriais – 
exame de Piroplasmose ou de Babésia – coleta-se, aproximadamente 5ml de 
sangue sem anticoagulante. Pode-se fazer, também, uma pesquisa de 
hematozoários, que é mais antiga e conhecida, mas ela só funciona bem nos 
casos agudos, quando o animal apresenta febre alta. 
Para fins de viagens internacionais e de seguro, este é um dos exames exigidos 
para controle fito-sanitário de cavalos e a liberação para competição. Felizmente, 
para o plantel brasileiro, onde a doença apresenta-se praticamente endêmica, 
esse modelo de exame apresenta baixa sensibilidade e pode-se tratar o portador 
crônico para que o animal possa viajar alguns meses após o início do tratamento. 
Já existindo, porém a probabilidade da obrigatoriedade da aplicação do teste 
Elisa, que detecta portadores crônicos, que não apresentam sintomas e são 
chamados de portadores Assintomáticos. 
 
Greyka Franceschini 
VET 6M - UNIGUAÇU 
 
Isto poderia significar o término de várias carreiras internacionais para alguns 
cavalos brasileiros de renome, uma vez que nosso plantel já apresenta grande 
número de animais infectados. 
 
Controle 
A única medida eficaz para o controle da Nutaliose é combater os carrapatos. 
Para isso, identifica-se a espécie correta de carrapato que está parasitando os 
cavalos do plantel e/ou hípica a fim de detectar exatamente quais espécies estão 
presentes. 
Detectando-se o parasita, a próxima etapa consiste em determinar o habitat exato, 
para tornar o combate mais preciso e definitivo, pois cada espécie possui ciclo de 
vida diferente e deve ser controlada de modo diferenciado, variando-se a 
intensidade do controle e a época de combate. Algumas espécies não podem ser 
detectadas a olho nu devendo-se proceder ao teste Elisa em todo o Plantel para 
que haja precisão na determinação das espécies presentes. O recomendável é a 
visita de um técnico especializado que avalie as medidas corretas e adequadas a 
cada propriedade/plantel a serem implantadas, como o controle de plantas 
invasoras nas pastagens, banhos, manejo dos animais e propriedade, etc. 
 
Tratamento 
A Nutaliose provocada pela Babesia caballi pode ser combatida pelo sistema 
imunitário do animal que a elimina da circulação sangüínea, basta apenas dar 
suporte alimentar e vitamínico e eliminar o transmissor para que não ocorra 
reinfestação e contaminação. Já a Babesia equi não pode ser eliminada pelo 
animal e ele se tornará um portador crônico pelo resto da vida. Apesar da proteção 
(anticorpos) que um portador assintomático possui, ele pode vir a apresentar 
sinais agudos em situações de estresse. Existem alguns medicamentos 
disponíveis no mercado que podem controlar a doença, porém não eliminá-la, 
havendo uma queda de resistência no organismo do animal, é provável que a 
doença se manifeste em sua fase aguda, sendo necessária a utilização de 
medicamentos para a manutenção. Devem-se deixar os cuidados a cargo de um 
veterinário, pois os medicamentos são bastante tóxicos, afetando o animal e 
produzindo, muitas vezes, efeitos colaterais severos, como cólicas, diarréias, 
salivação, sudorese, inflamação no local da injeção, e que apenas um profissional 
especializado sabe como contornar. 
 
Devemos nos conscientizar e a todos que lidam com o problema (criadores, 
veterinários, cavaleiros, tratadores e treinadores) para que haja controle do 
vetor (carrapatos, mosquitos, pulgas) e da doença, para melhoria dos 
planteis brasileiros.

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