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LORRANE BRAGA RANGEL LXIX – UFG Anatomia macroscópica e seus envoltórios • Ela forma uma via espinal de condução de impulsos • Ela tem capacidade de processar reflexos de alterações que podem machucar a gente → Essencial para a nossa sobrevivência ➢ Arco reflexo monossináptico: só tem dois neurônios envolvidos ➢ Arco reflexo polissináptico ➢ Arco reflexo polissináptico e intersegmentar: envolve mais grupos musculares e outros centros integradores da medula Usados para avaliar a integridade do sistema nervoso: • Reflexo bicipital • Reflexo tricipital • Reflexo patelar • Reflexo do tendão calcaneano Função LORRANE BRAGA RANGEL LXIX – UFG • Medula = miolo • A medula espinal é uma massa cilindroide de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral, sem entretanto ocupa-lo inteiramente Cranialmente = limitada com o bulbo, aproximadamente no nível do forame magno Caudal = Geralmente entre a L2 (importância clínica) A medula termina se afilando para formar o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. Estrutura geral • Cilíndrica e ligeiramente achatada no sentido anteroposterior Não tem o calibre uniforme → apresenta duas dilatações denominadas intumescência: • Essas intumescências correspondem às áreas em que fazem conexão com a medula as grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial e lombossacral • Intumescência cervical: ( C IV – T1): nervos dos membros superiores (plexo braquial) • Intumescência lombar (T11-L1): nervos dos membros inferiores (plexo lombossacral) • A formação destas intumescências se deve à maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas e que são necessárias para a inervação dos membros. A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos: • Sulco mediano posterior • Fissura mediana anterior • Sulco lateral anterior = conexão das raízes dos nervos ventrais • Sulco lateral posterior = conexão das raízes dos nervos dorsais • Medula cervical → existe o sulco intermédio posterior, situado entre o mediano posterior e o lateral posterior A substância cinzenta • Localiza-se no centro e tem forma de H • Possui três colunas (cornos) que são as: o Anterior: núcleos motores somáticos o Posterior: corpos celulares e axônios de interneurônios, bem como axônios de neurônios sensitivos. (corpos – gânglios sensitivos do nervo espinal) o Lateral: só aparece na medula torácica e parte da lombar → neurônios motores autônomos (músculos cardíacos, lisos e das glândulas) . Ela está presente só em T1-T12 e L1 a L2 (simpática) / S1 e S4 (parassimpático) No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula (ou canal do epêndima), resquício da luz do tubo neural do embrião Substância branca Formada por fibras mielínicas que podem ser agrupadas em três funículos • Funículo anterior: entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior • Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior • Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último ligado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula, o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme. • Comissura branca: local de cruzamento de fibras perpendicularmente Anatomia da medula LORRANE BRAGA RANGEL LXIX – UFG Conexões com os nervos espinais – segmentos medulares • Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, fazem conexão pequenos filamentos nervosos denominados filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. Essas duas raízes se unem para formar os nervos espinais. Essa união marca a segmentação da medula, mas ela não é completa, pois não existem septos ou sulcos transversais separando um segmento do outro. • Considera-se segmento medular de um determinado nervo a parte da medula onde fazem conexão os filamentos radiculares que entram na composição deste nervo. • 31 segmentos = 31 pares de nervos • O primeiro par emerge acima da C1 e o oitavo abaixo da C7 → sempre emergem abaixo do par correspondente Topografia vertebromedular • Abaixo da L2 o canal vertebral só tem meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinais que, dispostas em torno do cone medular e filamento terminal constituem a cauda equina Porque a medula não ocupa todo o canal vertebral? ✓ Por causa do ritmo de crescimento diferente da medula e da coluna ✓ 4° mês intra-uterina: ocupa todo o canal vertebral ✓ Ao nascimento: O canal vertebral vai aumentando e o tamanho dos forames também, assim a medula fica para trás ✓ Como as raízes nervosas mantêm suas relações com os respectivos forames intervertebrais, há o alongamento das raízes e diminuição do ângulo que elas fazem com a medula. Estes fenômenos são mais pronunciados na parte caudal da medula, levando à formação da cauda equina No adulto, as vértebras T 11 e T 12 não estão relacionadas com os segmentos medulares de mesmo nome, mas sim com segmentos lombares. • Assim, uma lesão da vértebra T 12 pode afetar a medula lombar. Já uma lesão da vértebra L3 irá afetar apenas as raízes da cauda equina, sendo o prognóstico completamente diferente nos dois casos LORRANE BRAGA RANGEL LXIX – UFG Como saber qual segmento medular a vértebra pertence? C2 – T10: Soma-se 2 ao número do processo espinhoso ao número do processo espinhoso da vértebra e tem-se o número do segmento medular adjacente. Assim, o processo espinhoso da vértebra C6 está sobre o segmento medular C8; o da vértebra TIO sobre o segmento T 12. T11 – T12: 5 segmentos lombares L1: 5 segmentos sacrais • Como todo o sistema nervoso central, a medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges, que são: dura-máter; pia-máter e aracnoide • É a segunda camada protetora das meninges, a primeira é o canal vertebral Dura-máter: • Mais externa • Muitas fibras colágenas → espessa e resistente • Prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinhais, continuando com o tecido conjuntivo (epineuro) que envolve estes nervos • Forame magno → 2° vértebra sacral • Envolve toda a medula → saco dural Aracnoide • Entre a dura-máter e a pia-máter • Trabéculas aracnóideas – unem esse folheto à pia-máter • Intermediária, delgada e avascular • Células e fibras finas e dispersas de material elástico e colágeno • Espaço subdural (entre ela e a dura-máter)→ líquido subdural, suficiente apenas pra evitar aderências das paredes Pia-máter • Mais delicada e mais interna • Ela adere intimamente ao tecido nervoso da superfície da medula e penetra na fissura mediana anterior • Continua caudalmente formando o filamento terminal → perfura o saco dural → hiato sacral • Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento da dura-máter espinhal → ligamento coccígeo • Ligamentos denticulados: pregas longitudinais da pia-máter que se dispões em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula Espaços entre as meninges • Epidural: entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral o Tecido adiposo e muitas veias que constituem o plexo venoso vertebral interno • Subdural: entre a dura-máter e a aracnóide o É uma fenda estreita com pouca quantidade de líquido → evita a aderência das paredes • Subaracnóideo: é o mais importante pois apresenta grande quantidade de líquido cerebrospinal ou liquor Envoltórios da medulaLORRANE BRAGA RANGEL LXIX – UFG Correlação anatomoclínicas • Sabe-se que o saco dural e a aracnoide que o acompanha terminam em S2, ao passo que a medula termina mais acima, em L2. Entre estes dois níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de liquor e nele se encontram apenas o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina • Assim, é a área ideal para a punção lombar Feito para: • Retirada de liquor para fins terapêuticos ou de diagnóstico nas punções lombares • Medida da pressão do liquor • Introdução de substâncias que aumentam o contraste em exames de imagem, visando o diagnóstico de processos patológicos da medula na técnica denominada mielografia; • Anestésicos • Medicamentos Anestésicos nos espaços meníngeos • Anestesias raquidianas → o anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo o Em seu trajeto, a agulha perfura sucessivamente a pele e a tela subcutânea, o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo, a dura-máter e a aracnoide o O liquor goteja quando atingiu • Anestesias epidurais → Na região lombar atingindo os forames por onde passam os nervos. o Confirma-se que a ponta da agulha atingiu o espaço epidural quando se observa súbita baixa de resistência, indicando que ela acabou de perfurar o ligamento amarelo. o Usadas em partos • São os que fazem conexão com a medula e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça. • 31 pares • Raiz dorsal + Raiz ventral = tronco do nervo espinal • Na raiz dorsal localiza-se o gânglio espinal → corpos dos neurônios sensitivos pseudounipolares Componentes funcionais das fibras dos nervos espinais Aferentes • Fibras exteroceptivas: impulsos da superfície, relacionados com temperatura, dor, pressão e tato • Fibras proprioceptivas: conscientes ou inconscientes Eferentes • Somáticas → músculo estriado esquelético • Viscerais → cardíaco, liso e glândulas As fibras nervosas que constituem os nervos são isoladas uma das outras e funcionam independentemente Trajeto dos nervos espinhais • Podem ser superficiais (sensitivos) ou profundo (motores) • Os nervos são mistos • Canal vertebral → forame intervertebral → ramos dorsais e ventrais • Ramos ventrais: continuação do tronco do nervo espinal (pele, músculos, ossos, vasos, região anterolateral do pescoço e do tronco) o Nervos intercostais → disposição metamérica Nervos espinhais LORRANE BRAGA RANGEL LXIX – UFG o Plexos: nervos que se anastomosam (Nervos plurisegmentares) Territórios cutâneos de inervação radicular – dermátomo • Dermátomo: território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal • Ao ter uma raiz seccionada, o dermátomo correspondente não perde toda a sensibilidade, visto que as raízes dorsais adjacentes inervam áreas sobrepostas → precisaria cortar 3 raízes Herpes Zoster → o vírus acomete especificamente as raízes dorsais, causando o aparecimento de dores e pequenas vesículas em uma área cutânea que corresponde a todo o dermátomo da raiz envolvida. Nervos unissegmentares: cada nervo corresponde a um dermátomo que se localiza em seu território de distribuição cutânea Nervos plurissegmentares: o nervo contribui com fibras para vários dermátomos, pois recebe fibras sensitivas de várias raízes Campo radicular motor: território inervado por uma única raiz ventral • Unirradiculares ou plurirradiculares Unidade motora: conjunto de fibras musculares inervadas por um único neurônio motor (somáticas) • Miótomos: grupo de músculos inervados pelo mesmo par de raízes motoras Unidade sensitiva: conjunto de neurônio sensitivo com toas as suas ramificações e seus receptores Dor referida • Os nociceptores viscerais enviam informações por meio de aferências viscerais que vão seguindo as fibras simpáticas até os gânglios sensitivos dos nervos espinais → raiz posterior. • É importante notar que as aferências somáticas também entram pela raiz posterior • Assim, pode ocorrer uma confusão de informações e a gente acabar sentindo a dor visceral em estruturas somáticas, como o que acontece no infarto LORRANE BRAGA RANGEL LXIX – UFG Tratos: Contingente menor de fibras – feixes que se estendem por grandes distâncias ➢ Lembre-se de que tratos são feixes de axônios no SNC, enquanto os nervos são feixes de axônios no SNP. ➢ Tratos sensitivos (ascendentes) ➢ Tratos motores (descendentes) Azul: sensibilidade – aferentes • Trato espino-cerebelar: está saindo da medula e indo pro cerebelo → propriocepção inconsciente (capacidade de processar informações de correção de movimentos sem nem perceber) • Trato espino-cerebelar anterior → controle da motricidade somática • Trato espino-talâmico lateral (temperatura e dor) • Trato espino-talâmico anterior → pressão e tato protopático (mais grosseiro) Vermelho: vias motoras – eferentes • Trato córtico – espinal lateral (informações para as regiões mais distais) • Trato córtico – espinal anterior (região do tronco) • Trato rubro espinal (parte distal dos membros • Trato retículo espinal (parte axial e proximal dos membros) • Trato vestíbulo espinal (parte axial e proximal dos membros) • Trato tecto espinal (parte axial e proximal dos membros A organização interna da medula espinal permite que as aferências (influxo) sensitivas e as eferências (efluxo) motoras sejam processadas do seguinte modo • Detecção por receptores sensitivos • Transmitem, por seus axônios, está aferência sensitiva na forma de impulsos nervosos → raiz posterior do nervo espinal • Podem ir pra substância branca e ascender até o encéfalo como parte de um trato sensitivo • Podem penetrar no corno posterior e realizarem sinapses com interneurônios que se estendem para a substância branca e ascendem para o encéfalo como parte de um trato sensitivo • Podem entrar no corno posterior e realizar sinapse com interneurônios, que se comunicam com neurônios motores sinápticos envolvidos com vias espinais reflexas • As eferências motoras da medula espinal para os músculos esqueléticos envolvem neurônios motores somáticos do corno anterior. o Encéfalo • Transmissão de eferências motoras por seus axônios. Corno anterior → raiz anterior → nervo espinal • As eferências motoras para o músculo cardíaco, músculo liso e glândulas envolvem neurônios motores do corno lateral. • Medula espinal → SNP • À medida que a medula espinal sobe do segmento sacral para o segmento cervical, mais axônios ascendentes se juntam à substância branca para formar mais tratos sensitivos; • À medida que a medula espinal desce do segmento cervical para o segmento sacral, os tratos motores diminuem sua espessura, pois mais axônios descendentes deixam estes tratos para realizar sinapse com neurônios da substância cinzenta. LORRANE BRAGA RANGEL LXIX – UFG Neurônios radiculares • Seu longo axônio sai da medula para constituir a raiz ventral • Viscerais: são os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo → corpos na substância intermédia lateral (T1 – L2) (S2 – S4) • Somáticos: inervação de músculos estriados esqueléticos → coluna anterior (neurônios motores inferiores) • Alfa: são grandes e seu axônio é bem grosso, destinando à inervação das fibras musculares que contribuem efetivamente para a contração de músculos (neurônio alfa + fibras que ele inerva = unidade motora) • Gama: menores com axônios mais finos responsáveis pela inervação motora das fibras interfusais Neurônios cordonais • Substâncias branca da medula → ascendem ou descentes → formam os funículos da medula Classificaçãodos neurônios medulares