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Administração Científica 
Profª. Débora de Gois Santos 
DEC/UFS 
São Cristóvão, 2014 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE OBRAS 
 Taylor (EUA) – criador da Escola da Administração Científica, 
com a racionalização do trabalho. 
 Objetivo: aumentar a produtividade da empresa através do 
aumento da eficiência no nível operacional. 
 Seguidores: Frederick Taylor (1856-1915); Henry Gantt; 
Franck Gilbreth; Henry Ford (1863-1947); Harrington Emerson 
(1853-1931). 
 
 Fayol (França) – Teoria Clássica, ao promover o aumento da 
eficiência da empresa, com a estrutura da organização. 
 Objetivo: organizar os departamentos. 
 
Abordagem Clássica da Administração 
Origem da Abordagem Clássica 
 Revolução Industrial: 
 Crescimento acelerado e desorganizado das empresas, bem como 
necessidade de aumentar a eficiência; e 
 Competência das organizações (produção em massa): 
 
Trabalho dividido entre as pessoas que pensam e aquelas que 
executam 
 
 Administrar métodos e fixar produção 
 
 
Taylorismo e do Fayolismo 
 
Administração Científica 
 Conhecido como método de observações e mensuração e 
também como Teoria Geral da Administração (TGA). 
 
 Características da produção (1903): engenheiro de uma 
fábrica e pagamento por peça. 
 
 Problemas da indústria da época: vadiagem dos operários para 
evitar redução de salários pela gerência, porque se pensava que 
o maior rendimento do homem e da máquina leva ao 
desemprego; desconhecimento pela gerência das rotinas de 
trabalho e do tempo necessário para sua realização; e falta de 
uniformidade dos métodos. 
 
Administração Científica 
 Solução: Racionalização do Trabalho (estudo dos tempos e 
movimentos). 
 
 Objetivo: Processos padronizados para permitir o controle: 
 Os operários devem ter os materiais e as condições de trabalho 
necessárias, ser treinados, e ter um ambiente de trabalho agradável. 
 Deve-se procurar aplicar ao operário os princípios aplicados 
anteriormente às máquinas, ou seja, identificação do trabalho, 
decomposição, determinação da maneira certa para cada operação e 
reunião das operações na sequência de maior rapidez e com economia 
de tempos e movimentos - método cartesiano. 
75% de análise e 25% de bom senso 
 Conforme Chiavenato (2000), “a administração científica 
é uma combinação de ciência em lugar de empirismo. 
Rendimento máximo em lugar de produção reduzida. 
Desenvolvimento de cada homem, a fim de alcançar 
maior eficiência e prosperidade”. 
 
 Os elementos da administração científica são: estudos de 
tempos e padrões; supervisão funcional; padronização 
(materiais e equipamentos); planejamento; princípios de 
exceção; prêmio de produção; e definição da rotina de 
trabalho. 
 
 Observou que os operários aprendiam com 
outros, tinham métodos executivos e ferramentas 
variáveis. 
 
 O operário não era capaz de tomar suas próprias 
decisões. 
 Administração →supervisão. 
 Encarregados → assistência ao trabalho durante a 
produção. 
 Operário → execução. 
 
Administração Científica: Organização 
Racional do Trabalho (ORT) 
 Os fundamentos da ORT são: 
1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e 
movimentos 
- Decomposição de tempos e operações em movimentos 
simples, eliminando os movimentos inúteis e simplificando 
os úteis; e 
- Determinação do tempo médio de produção (uso do 
cronômetro) tempo padrão padronização do trabalho 
(eficiência) prêmios de produção. 
 
Gilbreth (1868- 1924) movimentos elementares (cortar, 
separar, transportar, etc.) (therbligs). 
Eficiência = Produto 
 Recursos 
 
2. Estudo da fadiga humana 
Estudo dos movimentos com base na anatomia e na fisiologia 
humana. 
 
Gilbreth estudou o efeito da fadiga na produtividade dos 
operários (estatística). 
Resultado: redução de produtividade; qualidade do trabalho; 
perda de tempo; aumento da rotatividade; doenças e 
acidentes redução da eficiência. 
Solução: princípios de economia de movimentos relativos ao 
corpo humano; arranjo local de trabalho; desempenho de 
ferramentas e equipamentos. 
 
 
3. Divisão do trabalho e especialização dos 
operários 
A análise do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos 
 
Reestruturação do trabalho industrial 
 
Resultado: divisão e especialização dos operários. 
 
Para elevar a produtividade, cada operário é especializado em 
uma única tarefa, com movimentos padrões e repetitivos 
durante a jornada de trabalho. 
4. Desenho de cargos e tarefas 
 Tarefa é toda atividade executada por uma pessoa 
Cargo é um conjunto de tarefas 
 Os operários devem executar e não pensar ou decidir . 
 Objetiva aprendizado rápido do método e controle visual 
pelo superior Linha de produção cada operário 
relaciona-se apenas como ser superior. 
 A simplicificação no desenho de cargos permitia: 
 Contratação de operários com pouca qualificação e salários 
maiores; 
 Minimização do custo de treinamento; 
 Redução de erros; 
 Facilidade de supervisão, a um número maior de operários; e 
 Aumento da eficiência do trabalho, logo da produtividade. 
5. Incentivos salariais e prêmios da produção 
 O operário que produz pouco ganha pouco e o que produz 
mais ganha mais (prêmio). 
 Operários bem remunerados, mas executando tarefas simples e 
repetitivas. 
 
 6. Conceito de Homo Economicus 
 Supunha-se que as pessoas trabalhavam influenciadas por 
recompensas e salários produção máxima dentro de sua 
capacidade física. 
 O homem da época era visto então como um empregado por 
dinheiro, mesquinho, limitado e preguiçoso e deveria ser 
controlado. 
 
7. Condições de trabalho 
 A eficiência está relacionada com o bem estar físico do 
trabalhador e a diminuição da fadiga: 
 
 
 
Ação Objetivo 
Adequação de instrumentos e 
ferramentas de trabalho 
Reduzir esforços e perda de 
tempo 
Arranjo físico das máquinas Racionalizar o fluxo de 
produção 
Melhoria do ambiente físico de trabalho 
(ruído, ventilação, iluminação) 
Não reduzir a eficiência 
Projetos de instrumentos e 
equipamentos 
Reduzir os movimentos inúteis 
8. Padronização 
 De métodos e processos de trabalho, da matéria-prima, de 
máquinas e equipamentos : 
 Reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo, 
 Eliminar a perda e aumentar a eficiência. 
 
9. Supervisão funcional 
Supervisor de 
Manutenção 
Supervisor de 
Produção 
Supervisor de 
Qualidade 
Operário A Operário B Operário C Operário D 
Gerência 
Chiavenato (2000) 
1. Princípio da Administração Científica de 
Taylor: 
 Planejamento (métodos baseados em procedimentos 
científicos); 
Preparo (seleção de operários e treinamento para maior 
produção); 
Controle (certificar-se que o trabalho está sendo feito de 
acordo com o método estabelecido); 
e Execução 
 
Administração Científica: Princípios 
2. Princípios implícitos de Administração 
Científica: 
 Estudar o trabalho, decompor em movimentos, para 
reduzir ou racionalizar. 
 Estudar cada trabalho antes de fixar o modo como 
será executado; 
 Treinar; 
 Separar funções de preparo das de execução; 
 Preparar a produção, estabelecer planos; 
 Padronizar a matéria prima ao comportamento da 
mão de obra; e 
 Dividiras vantagens entre todos os que participam da 
fábrica. 
 
3. Princípio da eficiência de Harrington Emerson 
(1853-1931): 
 Simplificou os métodos de trabalho; desenvolveu os 
primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de 
empregados, fazendo uso de plano de trabalho, bom 
senso, orientação e supervisão competentes, 
manutenção da disciplina, registro de dados, fixação 
de normas padronizadas e remuneração proporcional 
ao trabalho. 
4. Princípios básicos de Ford (1863-1947): 
 Era mecânico, fundou duas fábricas (1899, que fechou) e 
1903, a Ford Motor Co. (venda a preços populares, com 
assistência técnica garantida) produção em massa 
(1905-1910) 800 carros/dia. 
 Dividiu as tarefas, estabeleceu o salário por dia e a jornada 
de trabalho de 8h, aplicou um sistema de integração vertical 
e horizontal. 
 Criou uma linha de montagem (racionalização da produção), 
com produção em série (produtos ordenados e continuados). 
 Seus princípios são: 
 De intensificação, economicidade (volume de estoque); e 
 produtividade (especialização e linha de montagem). 
5. Princípio da exceção: 
controle operacional 
simples. 
6. Princípios de Gantt e 
Gilbreth: Gantt - dedicou-se ao 
planejamento e controle 
(cronogramas para 
acompanhamento dos fluxos de 
produção). Gilbreth - estudos 
voltados à Construção Civil e 
Psicologia. 
 É o estudo científico do trabalho. 
 Resultou na redução nos custos dos bens manufaturados. 
 Provocou aumento dos salários e reduziu custos de 
produção. 
 Em decorrência da produção acelerada, os trabalhadores 
especializados (entre 1910 e 1940) superaram o número 
de trabalhadores no campo. 
 Segundo Chiavenato (2000), “a substituição do esforço 
manual pelo conhecimento como fonte produtiva do 
trabalho constitui a maior mudança na história do 
trabalho”. 
Administração Científica: Apreciação crítica 
 Porém, ocorreram muitas críticas. 
1. Mecanismo da Administração Científica: foco 
na tarefa e não no homem, tratando o homem 
como uma máquina. 
1. Resultado: Greves de operários (inconvenientes 
morais, psicológicos e sociais, com oposição de 
trabalhadores e sindicatos). 
2. O método é mais uma intensificação do trabalho do 
que uma racionalização. 
 
Administração Científica: Apreciação crítica 
2. Superespecialização do operário: 
 As tarefas mais simples podem ser ensinadas 
facilmente, o que leva a padronização o operário 
só conhece seu trabalho e isso reduz sua satisfação no 
trabalho Tem aumento de eficiência? 
 Facilidade de seleção, treinamento e supervisão do 
pessoal pode-se trocar o operário e empregar 
mais gente. 
 Busca de altos lucros em curto prazo, com baixos 
salários, o que gerou tensões nos sindicatos. 
 A tecnologia era o senhor e o homem o escravo? Ou 
A tecnologia exige mais competência e não mais 
servis? 
3. Visão microscópica do homem: 
 Separa-se o homem trabalhador de seu lado humano 
e social, vê-se apenas o indivíduo a obediência a 
ordens. 
 Adequar as características do homem e da máquina; 
porém, os estudos limitavam-se ao homem em seus 
trabalhos rotineiros (estudo dos movimentos e da 
fadiga). 
4. Ausência de comprovação científica: 
 Pretender criar uma ciência, mas não comprovou 
suas proposições e princípios. 
 Teve pouca pesquisa, onde o conhecimento é obtido 
da evidência e não da abstração. Buscou-se o “como” 
em detrimento do “por quê”. 
 
5. Abordagem incompleta da organização: 
 Restringiu-se aos aspectos formais, esquecendo-se 
dos informais e do lado humano. 
 Os indivíduos são considerados isolados e agrupados 
de acordo com suas habilidades para o trabalho. 
 Não aborda o conflito entre objetivos individuais e 
organizacionais. 
6. Limitação do campo de aplicação: 
 Foram observados apenas os problemas da fábrica 
(produção). 
 O desenho de cargos e tarefas passam a ideia de que 
a tecnologia permaneceria inalterada até que se 
tivesse um retorno do investimento. 
 Separação entre o pensar do fazer, resultando em 
treinamento de tarefas simples e repetitivas. 
 
7. Abordagem prescritiva e normativa: 
 Foram definidas normas a serem seguidas e repetidas 
inúmeras vezes e em todas as circunstâncias pelo 
administrador (padronização). “Diz como a 
organização deveria funcionar em vez de explicar seu 
funcionamento” (CHIAVENATO, 2000). 
8. Abordagem de sistema fechado: 
 É como se a organização não tivesse influências 
externas. 
 Expressa um comportamento mecânico, previsível e 
determinístico. 
 Com a primeira Guerra Mundial (1914-1918), os 
princípios de Taylor foram intensamente utilizados 
na indústria e no exército, por produzir muitos 
conhecimentos e mudanças em um curto espaço de 
tempo. 
 
Administração Científica 
Profª. Débora de Gois Santos 
DEC/UFS 
São Cristóvão, 2014 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE OBRAS