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DIREITO CVIL V


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Direito Civil V
DIREITO CIVIL V – Família 
Parentesco 
Natural > Biológico
Civil > Por adoção, Inseminação heteróloga
Sócio afetivo > Por afinidade: Parentesco estabelecido em relação aos parentes do cônjuge ou companheira. 
Obs: Marido e mulher, companheiro e companheira não são parentes. O parentesco por afinidade pode se dar por linha reta, não possuindo limitação de grau. O FIM DO CASAMENTO OU DA UNIÃO ESTAVEL NÃO ROMPEM ESTE PARENTESCO. Art. 1595, §1 e §2. 
Na linha colateral, o parentesco por afinidade é restrito ao 2º grau. Além disso, extingue-se com o término do relacionamento.
Por linha 
Reta: descendem um dos outros. art. 1591 cc 1594, primeira parte 
Transversal ou colateral: Os parentes não descendem um dos outros, todavia, são provenientes de um tronco em comum. Ex: Irmãos, primos. Contagem feita em graus, de um ponto ao outro, passando pelo ponto em comum. Dessa maneira, irmãos são parentes colaterais em segundo grau, por exemplo. Art. 1592 c/c 1594, in fine do cc/02. O parentesco na linha colateral ou transversal vai até o 4º grau. (Primos, tio-avô e sobrinho neto).
Art. 1521 do cc/02 – Impossibilidades e impedimentos para o casamento. 
Art. 1697 do cc/02 – Alimentos (pode pleitear no máximo aos irmãos, até o colateral de 2º grau). 
“O parentesco por afinidade é aquele que se estabelece em função do casamento ou da união estável válida, onde o cônjuge ou companheira assume a família do outro, muito embora não exista parentesco entre os cônjuges e os companheiros. No que diz respeito ao parentesco por afinidade na linha reta, não há limitação de grau para que o mesmo se estabeleça. Assim, a avó de sua esposa, por exemplo, é sua parente ascendente em 2º grau por afinidade. O parentesco por afinidade em linha reta não se dissolve com o termino do relacionamento. Assim, determinada pessoa poderá ter durante toda a sua existência muito mais de dois ascendentes por afinidade. O Impedimento para o casamento permanecerá com o término da união ou casamento, não se admitindo casamento entre ex-sogro e ex-sogra, até porque jamais serão considerados como ex. 
No parentesco por afinidade na linha transversal o mesmo só se estende até o 2º grau. Assim, apenas o irmão ou irmã de sua companheira ou cônjuge poderão ser considerados seus parentes, sendo certo que sobrinhos de cônjuge ou companheira só a ela pertencem. O vínculo por afinidade na linha transversal extingue-se com o término do relacionamento. Assim, é perfeitamente admissível o casamento entre ex cunhados.”
CASAMENTO
Capacidade para o casamento – Relativamente incapaz (16 anos completos). Idade Núbil. (Necessária a autorização dos pais), tal autorização difere da assistência, já que naquela o ato é praticado conjuntamente, já no casamento o ato é praticado apenas pelo relativamente incapaz. Essa autorização é concedida administrativamente junto ao cartório do RCPN, não sendo necessária a intervenção judicial. O casamento do relativamente incapaz gera a sua emancipação. Vale lembrar que os pais não podem resistir injustificadamente a essa autorização. 
“No direito brasileiro, muito embora a capacidade civil plena seja adquirida aos 18 anos completos, o legislador admite que o casamento seja realizado aos 16 anos, mediante prévia autorização dos responsáveis, na forma do art. 1517 do cc/02. Como os futuros cônjuges não possuem capacidade plena, necessário se faz a autorização dos pais. Tal autorização se distancia da assistência, uma vez que nesta última o ato ou negócio jurídico é praticado em conjunto, ao passo que na autorização o ato é praticado exclusivamente pelo incapaz, mediante prévio consentimento de seus representantes. A autorização possui natureza administrativa, sendo conferida junto ao cartório do RCPN (procedimento administrativo de habilitação para o casamento), prescindindo de autorização judicial. A autorização é inerente ao exercício do poder familiar, assim, o menor não possui o direito de exigir a emancipação. Muito embora o menor não possua direito subjetivo a ter tal autorização, os pais não podem abusar do direito de exercer o poder familiar, considerando que caso isso ocorra o filho que insistir no casamento poderá tentar obter a autorização pela via judicial.”.
Art. 1518 do cc/02 – A autorização pode ser revogada até o momento do casamento. 
Ação de suprimento para condição de casamento: Ocorre na falta de um dos pais, tutores ou curadores do menor. 
Art. 1519 do cc/02 – 
“A partir dos 16 anos, em não havendo a autorização necessária de ambos os pais, seja porque um quer concede-la outro não, seja porque nem um dos dois quer concede-la, ou ainda porque o pai, por exemplo, é ausente, deverá ser ajuizada ação de suprimento de consentimento para o casamento do menor assistido pelo pai ou pelo curador especial na hipótese de ambos os pais não quiserem dar a autorização. Ajuizada a demanda os pais terão oportunidade de manifestar a razão pela qual não concederam a autorização, e o juiz, após a oitiva dos pais decidirá.”.
O casamento antes dos 16 anos só é permitido mediante gravidez, necessitando de autorização judicial, já que não possui idade núbil. Nesse caso, deverá ajuizar ação de suprimento de idade para o casamento, podendo vir cumulada com ação de suprimento de consentimento para casamento. Uma vez tido o casamento válido, a menor estará emancipada, sendo está irrevogável. 
“Antes dos 16 anos o casamento em regra é proibido considerando a inexistência de idade núbil. Com a revogação dos artigos do CP que permitiam a extinção da punibilidade por alguns crimes sexuais quando ofensor e ofendido viessem a casar, a única hipótese que admite o casamento antes dos 16 anos é em caso de gravidez. Nessa última hipótese será necessária a propositura de ação de suprimento de idade para o casamento, não podendo o matrimônio ser realizado mesmo havendo o consentimento de ambos os pais. A ação de suprimento de idade poderá ser cumulada a ação de suprimento de consentimento caso os pais não autorizem a celebração do ato. Uma vez realizado o matrimônio válido, independentemente da idade, o menor se emancipa e adquire capacidade civil plena que é irrevogável e irretratável, permitindo-se assim, eventualmente, que um menor com 14 anos de idade, por exemplo, se torne plenamente capaz.”.
AULA CIVIL – 08/08 
Família – 
Casamento – 
Impedimentos para o casamento: Art. 1521 do cc/02 
Nas causas impeditivas o indivíduo não pode se casar, norma de conteúdo imperativo, cogente. As situações definidas no dispositivo são de ilegitimidade para o casamento. ROL TAXATIVO 
Caso o casamento seja contraído tendo uma das cláusulas impeditivas, o casamento será nulo.
Art. 1522 do cc/02 – O impedimento pode ser manifestado a qualquer tempo, até o momento da celebração do ato. 
“O casamento não pode ser celebrado pelas pessoas que estão impedidas de contraí-lo na forma do art. 1521 do cc/02. A referida norma tem conteúdo imperativo e não de recomendação, razão pela qual o casamento naquelas circunstâncias não pode ser efetuado. O rol dos impedimentos é taxativo, considerando que a regra geral é a liberdade em contrair núpcias. Muito embora a pessoa natural goze de capacidade civil plena não está LEGITIMADA a praticar esse negócio jurídico em específico quando presente tais condições. Se antes da realização do matrimônio se toma conhecimento da presença de um impedimento é possível que qualquer interessado se oponha a realização do matrimônio junto ao procedimento de habilitação de casamento no cartório do RCPN, podendo se afirmar que como os impedimentos são caracterizados como matéria de ordem pública, poderão ser arguidos até o dia da celebração do ato. 
	“Se o casamento é celebrado mesmo estando presente uma causa impeditiva, o casamento é nulo, NULIDADE ABSOLUTA, pronunciada de ofício, a qualquer tempo ou através de ação declaratória de nulidade ajuizada pelo MP ou por algum interessado.”
Hipóteses de impedimento: 
OBS: TODOS OS IMPEDIMENTOS PARA O CASAMENTO APLICAM-SE AUNIÃO ESTÁVEL. 
O ascendente com o descendente, seja parentesco natural ou civil. 
Os afins em linha reta (sogro e sogra, por exemplo). 
O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem foi cônjuge do adotante. 
Os irmãos unilaterais, bilaterais (germano) e colateral até o 3º grau (DL 3200/41) Prevê uma exceção à regra.
O adotado com o filho do adotante. 
As pessoas casadas. (Bigamia) – Obs: Cônjuge de boa-fé, casamento putativo (cônjuge de boa-fé tem aproveitado os direitos patrimoniais até a data de declaração de nulidade do casamento). PREVISÃO NO CC/02 Art. 1561 
O cônjuge sobrevivente ao condenado pelo crime de homicídio. 
O casamento do absolutamente incapaz também é NULO.
“O legislador prevê no art. 1521 do cc/02 sete situações distintas de impedimento do casamento, conduzindo-o a sua nulidade, ou, em um primeiro momento, impedem que ele se realize. Muito embora o art. 1521 proíba casamento entre colaterais em 3º grau, o entendimento acolhido pelo DL 3200/41 é no sentido de que tios e sobrinhos podem se casar desde que comprovada a inexistência de comprometimento a eventual prole do casal por laudo médico. Assim, se a mulher não se encontra mais em idade reprodutiva poderá livremente contrair matrimônio com seu sobrinho, por exemplo. As pessoas casadas não podem casar (bigamia) sem se divorciar previamente. Caso isso aconteça, o casamento posterior é nulo admitindo, entretanto, a norma o chamado CASAMENTO PUTATIVO, quando um ou ambos os cônjuges desconhecem a circunstância anterior. O efeito do casamento putativo é de que o cônjuge que está de boa-fé terá os efeitos patrimoniais do casamento aproveitados a seu favor até a data da declaração de nulidade do ato viciado. O casamento putativo aplica-se não só a pessoa já casada, mas a qualquer hipótese de impedimento não conhecido. 
	Na sistemática do cc/02 só duas situações conduzem a nulidade do casamento, quais sejam, a presença de um dos impedimentos elencados no art. 1521 ou o casamento contraído por ABSOLUTAMENTE INCAPAZ pela sua falta de discernimento. 
	Todos os impedimentos para o casamento aplicam-se à união estável, salvo a pessoa casada que pode constituir união estável desde que esteja separada de fato.
CAUSAS SUSPENSIVAS Art. 1523 do cc/02 
Nas causas suspensivas não há proibição a realização do ato de casamento, podendo estas serem agrupadas em dois grupos. A norma possui conteúdo de recomendação, não há uma ordem proibitiva. Caso o casal resolva por bem se casar, a lei impõe uma sanção de ordem patrimonial, devendo o casamento ser obrigatoriamente realizado sobre o regime da separação legal de bens. 
Para evitar confusão patrimonial.
Para evitar confusão de sangue (turbatio sanguinis). 
“As causas suspensivas para o casamento não inviabilizam a realização do ato, recomendando o legislador que aqueles cônjuges não se casem. Como a norma não é uma proibição, mas sim uma recomendação, caso os nubentes insistam na realização do matrimônio a norma impõe uma sanção de ordem patrimonial, exigindo que o casal se case pelo regime da separação legal (obrigatória) de bens, sem possibilidade de escolher outro regime. Apesar da lei prever quatro causas suspensivas, estas poderão ser agrupadas em duas situações, ou seja, para evitar confusão patrimonial ou para evitar a chamada Turbatio sanguinis. No procedimento de habilitação os cônjuges são obrigados a trazer ao conhecimento do oficial do cartório a documentação pessoal para aferir em um primeiro momento a presença de um impedimento e, logo após, a existência de uma causa suspensiva.”
Art. 1524 – Legitimados para sustentar as causas suspensivas no procedimento de habilitação:
Pelos parentes em linha reta consanguíneos ou afins.
Pelos colaterais em 2º grau consanguíneos ou afins.
Obs: O rol do art. 1524 é exemplificativo, podendo haver outras hipóteses. 
“Os incisos I, III e IV do art. 1523 do cc/02, tem por objetivo evitar a confusão patrimonial. Caso Maria tenha liberdade para escolher qualquer regime ao se casar com José, possivelmente haverá confusão patrimonial, caso não tenha partilhado seu patrimônio com João ou não tenha feito o inventário do seu antigo marido. Muito embora o art. 1524 apresente os legitimados a apresentar as causas suspensivas do casamento junto ao procedimento de habilitação, o entendimento pacificado em nossos tribunais é de que o rol ai previsto é exemplificativo, admitindo-se, assim, que qualquer pessoa que tenha interesse patrimonial possa sustentar a causa suspensiva, como o marido divorciado. 
	No procedimento de habilitação é possível que Maria e José requeiram que seja afastado a causa suspensiva, provando que os bens já foram partilhados ou ainda que não há bens a partilhar. Nessas circunstâncias, o juiz com competência para vara de família deverá decidir se poderão os cônjuges ou não se casar pelo regime que quiserem. Caso não seja possível antes do casamento afastar o regime da separação obrigatória, após o casamento e realizada a partilha de bens é possível judicialmente requerer a mudança de regime, o que passou a ser admitido em nosso ordenamento a partir da entrada em vigor do novo cc/02. (Alteração de regime de bens).”
Inciso IV – Objetivo de evitar confusão patrimonial também. 
Inciso II - evitar turbatio sanguinis
“O art. 1523 II, tem por objetivo o de evitar a chamada turbatio sanguinis, recomendando assim que o casamento não se concretize para que não se tenha dúvida acerca da paternidade do nascituro. A norma é de conteúdo extremamente criticado na medida em que o correto nessa situação seria que casamento fosse proibido até que se apure quem é o pai, o atual ou o anterior. O regime da separação obrigatória poderá ser afastado no procedimento de habilitação comprovando a mulher que está casando de novo sem estar grávida, cabendo mais uma vez ao magistrado afastar a causa suspensiva. Da mesma forma, considerando o princípio da mutabilidade do regime de bens será possível judicialmente requerer a mudança de regime posteriormente a realização do matrimônio após atestada a paternidade. 
Aula Civil – 11/08/2014 
Procedimento de habilitação para o casamento: Art. 1525 até 1532 do cc/02.
Procedimento de caráter administrativo, não é processo judicial, correndo junto ao cartório do RCPN. O Ministério Público participará do feito, manifestando-se como custus legis. 
Apresentação dos documentos dos futuros cônjuges, tendo por objetivo verificar a presença de alguma causa impeditiva ou suspensiva do casamento. Art. 1525 e Incisos.
Em havendo pacto antenupcial é necessário que tal documento seja anexado ao procedimento de habilitação. Via de regra o pródigo não necessita estar assistido na habilitação de casamento, todavia, nos casos em que há pacto antenupcial o pródigo deverá estar assistido para celebrar a escritura pública definitiva de casamento. 
Art. 1640, § único – Poderão os nubentes optar por qualquer regime previsto no cc/02. 
Fases:
Apresentação de documentos
“O procedimento de habilitação de casamento possui natureza jurídica de procedimento administrativo e deve ser instaurado de forma a se constatar a presença de um impedimento que inviabilize o ato ou de uma causa suspensiva que imponha o regime da separação obrigatória de bens. O procedimento de habilitação tramita junto ao cartório do RCPN e é composto de 4 (quatro) fases, iniciando-se pela chamada apresentação dos documentos. Caso um dos cônjuges seja pródigo não há necessidade do seu curador participar do ato. Porém, caso o cônjuge pródigo tenha a intenção de firmar pacto antenupcial o curador do pródigo deverá assisti-lo, não na habilitação, mas na celebração do pacto antenupcial. A apresentação dos documentos tem por objetivo constatar a presença de impedimento ou causa suspensiva de plano pelo oficial do cartório.”. 
Apresentação dos Proclamas: Editais que comunicam a formalidade de que os futuros cônjuges pretendem se casar. Tal determinação se faz em razão de dar publicidade aos atos, a fim de que os possíveis interessados manifestemalguma causa impeditiva ou suspensiva de casamento. A manifestação se dá através de oposição (não é forma de intervenção de terceiros prevista no CPC). Art. 1529 e 1530 do cc/02. 
Registro da habilitação art. 1531 do cc/02
Certidão de habilitação. Art. 1532 do cc/02 - A lei diz que o cônjuge tem 90 dias para se casar a partir da certidão de habilitação. Não havendo o casamento, caso os cônjuges ainda queiram se casar deverão entrar com outro procedimento de habilitação.
“Após uma verificação pelo oficial do RCPN da possibilidade do matrimônio acontecer, são publicados os editais conhecidos como fase de proclamas. A publicação dos editais tem por objetivo levar ao conhecimento da sociedade da intenção daqueles indivíduos em se casar, permitindo a qualquer um a manifestação formal de um impedimento e aos legitimados a causa suspensiva. Tanto o impedimento como a causa suspensiva serão manifestados através de oposição, indicando-se as razões pelas quais são alegadas, e o juiz com a participação do Ministério Público, ouvidos os cônjuges, decidirá. Permitindo o juiz o prosseguimento, a habilitação será registrada junto ao RCPN e os noivos terão a certidão de habilitação, possuindo assim 90 dias para celebrar o casamento, sob pena de ter que renovar o ato através de novo procedimento de habilitação.”. 
Art. 1539 do cc/02 – Caso de moléstia grave de um dos nubentes o presidente do ato fará o ato aonde se encontrem. 
CASAMENTO NUNCUPATIVO ou IN EXTREMIS – Art. 1540: Não há prévio procedimento de habilitação, os futuros cônjuges deliberam em se casar, estando um deles em flagrante risco de morte. Caso o cônjuge sobreviva, deverá fazer o procedimento de habilitação. 
“A certidão de habilitação exige ser complementada pela sua celebração, podendo-se afirmar que até a celebração do ato não há casamento. A celebração também, em regra, é feita junto ao cartório do RCPN, porém tal circunstância acontece em momento superveniente. No casamento nuncupativo previsto no art. 1540, os noivos ou um deles, de uma hora para outra, ficam em iminente risco de óbito. Assim, a vontade em se casar surge sem que haja prévia habilitação para o casamento. O casamento será celebrado na presença de 6 (seis) testemunhas que, com o óbito de um dos cônjuges, deverão comparecer a juízo em ação declaratória de casamento para confirmar a vontade do falecido. O magistrado convencido das circunstâncias previstas no art. 1541 determinará ao oficial do RCPN que lavre o matrimônio com data retroativa a sua celebração e não da data da sentença. 
O casamento IN EXTREMIS não pode ser confundido com o casamento da pessoa que se encontra com grave moléstia. Nessa última hipótese os cônjuges já se habilitaram através do procedimento próprio junto ao RCPN, porém não podem aguardar a data inicialmente designada para a realização do ato, considerando o agravamento do estado de saúde. Nessas circunstâncias, o oficial do cartório ou quem ele designar comparecerá ao domicílio do doente e celebrará o ato averbando-o junto ao RCPN.” 
ESPONSAIS: NOIVADO
Responsabilidade civil esponsalícia: O noivado é um fato social, assim sendo, o rompimento do noivado não gera nenhuma responsabilidade civil a nenhum dos noivos, não possui natureza obrigacional, contratual, não podendo alguém ser compelido ao casamento pelo fato de estar noivo. Todavia, no caso dos noivos já estarem tendo despesas visando a realização do matrimônio (APRESTOS), haverá a responsabilidade do noivo que desistir do casamento de indenizar materialmente a outra parte pelos gastos tidos. Em relação à indenização moral, deverá esta ser realizada no caso concreto, observados os requisitos previstos para tal. 
“Os esponsais são denominados por Noivado. O noivado é um fato social e o seu rompimento por si só não gera qualquer modalidade de responsabilidade civil, até porque os noivos não podem ser compelidos/obrigados ao matrimônio como em um contrato qualquer. Caso os noivos já estivessem realizando despesas visando a realização do casamento (aprestos), o noivo que vier a romper poderá ser civilmente responsabilizado, devendo arcar com o dano material experimentado pelo outro. No que diz respeito a possibilidade de se pretender dano moral, este só será possível se a conduta imputada ao noivo se enquadrar como ato ilícito, sendo certo que o simples rompimento do noivado não dá direito a qualquer tipo de indenização. Porém, o rompimento vexatório como uma traição às escancaras ou excessivamente próximo a data da realização do matrimônio conferirá direito a dano moral por parte do noivo ofendido em sua honra e dignidade. 
INEXISTÊNCIA E INVALIDADE DO CASAMENTO.
Pressupostos de existência do casamento:
Vontade humana livre e desembaraçada: O casamento realizado por coação física (vis absolutas) é inexistente. 
Autoridade Celebrante (quem tenha competência para a celebração do ato).
“O casamento, antes da análise dos pressupostos de validade, precisa obrigatoriamente passar pela análise dos pressupostos de existência. Anteriormente a doutrina apontava três pressupostos de existência, incluindo-se a dualidade de sexos, pressuposto esse que deixou de existir em 2011, uma vez que o STF passou a admitir como válido o casamento homo afetivo. A presença de uma vontade humana é essencial a existência do matrimônio, devendo assim a vontade interna estar minimamente manifestada para que o casamento exista. A Vis absoluta também conhecida como coação física conduz a um casamento inexistente. O segundo pressuposto de existência consiste na presença de uma autoridade celebrante que poderá ser um oficial do RCPN ou pessoa por ele designada, o juiz de paz ou o juiz de direito (Juiz estadual). O juiz federal, o membro do MP e o defensor público celebram casamento inexistente. “ 
Pressupostos de validade do casamento:
Nulidade absoluta: Hipótese de impedimento ou casamento realizado por absolutamente incapaz. 
Nulidade relativa ou anulação: Possui prazo, vício de menor gravidade. No momento que determinado indivíduo ingressa com uma ação de anulação de casamento, o autor da ação deverá assumir o dever de provar a causa. 
“Caso o casamento atenda aos pressupostos de existência, passa-se à análise de sua validade, sendo certo que o legislador previu duas modalidades distintas de invalidade, a nulidade absoluta e a anulabilidade (nulidade relativa). A nulidade absoluta tem cabimento em duas situações apenas, o casamento contraído estando presente um impedimento e o casamento contraído por pessoa absolutamente incapaz, sem discernimento algum. O casamento contraído por menor de dezesseis anos não é entendido como matrimônio nulo. No que diz respeito ao pedido de anulação, muito embora o legislador preveja diversas situações que conduziriam ao pedido de nulidade relativa, o interessado no desfazimento do matrimônio deve preferir o divórcio que é mais célere, sem prazo ou justificativa a uma ação anulatória de casamento, onde o autor da mesma assume o ônus de provar a causa de anulação alegada, o que demandará tempo desarrazoável.”.
Aula civil – 
Art. 1550 do cc/02 – Hipóteses de anulação do casamento:
Vícios de consentimento: 
Erro
Coação
A doutrina de forma pacífica entende que o vício de consentimento dolo não se aplica ao casamento, uma vez que o dolo consiste em induzir outrem a erro, não sendo, ninguém, em caso de casamento, obrigado a contar toda a sua história regressa, não havendo que se falar em erro. 
Em se tratando de coação moral, se o cônjuge coagido manter relação sexual com o coator após a celebração de casamento, por sua própria vontade, inviabilizado estará o pleito de anulação do casamento. 
Ação tem caráter personalíssimo
“O CC/02 prevê sete hipóteses que permitem o pedido de anulação para o casamento. No que diz respeito aos vícios de consentimento, são inaplicáveis as hipóteses do estado de perigo e da lesão considerando que ambos exigem a presença de um requisito objetivo, qual seja, a excessiva desproporção entre as obrigações, que não é possível de se configurarno casamento. No que diz respeito ao dolo, o entendimento pacífico é no sentido de que não se aplica ao casamento, considerando que nenhum dos nubentes está obrigado a revelar sua vida pregressa ao outro cônjuge inviabilizando pedido de anulação, já que não se pode ser induzido a erro.
 	A coação moral goza de prazo de quatro anos, sendo a ação anulatória de caráter personalíssimo, podendo se afirmar que a manutenção de atividade sexual CONSENSUAL após a coação inviabiliza o pedido de desfazimento.”.
No erro em persona (erro contra a pessoa): Para que seja possível intentar uma ação de anulação de casamento por erro em persona há de ser preenchido três requisitos cumulativos, quais sejam:
Fato anterior ao casamento.
Erro que torne insuportável a convivência do casal.
Deve ser conhecido pelo outro cônjuge após a realização do matrimonio.
Art. 1559 – Somente o cônjuge que incidiu em erro ou coação poderá pleitear a anulação. Nas hipóteses do III e IV o coito não impede o ajuizamento da ação.
“No que diz respeito ao erro, três requisitos cumulativos devem estar presentes para que a ação anulatória que possui caráter personalíssimo possa ser ajuizada no prazo de 3 anos. O fato deve ser anterior ao casamento, deve ser conhecido pelo outro cônjuge após a realização do matrimônio e, por fim, a circunstância deve tornar insuportável a convivência do casal. Em qualquer hipótese, o cônjuge que ajuizar a ação anulatória assume o ônus de provar o motivo de anulação alegado. Nas hipóteses dos incisos I e II do art. 1557 a manutenção de atividade sexual posterior ao conhecimento do fato importa em extinção do direito potestativo”. 
No caso do erro o prazo será de 3 anos e começara a contar a partir da celebração. 
CASAMENTO POR PROCURAÇÃO: 
Prazo: 180 dias a partir da data que o mandante tiver conhecimento da celebração.
	“O cc/02 admite a celebração do casamento por procuração, exigindo-se porém que a procuração seja celebrada por instrumento público com poderes específicos para a realização do casamento, devendo o mandante identificar a pessoa do outro cônjuge, bem como todas a as condições que possam restringir aquela procuração. A procuração terá o prazo máximo de 90 dias e só pode ser revogada por instrumento público. Caso o mandatário tenha revogada a procuração a ele outorgada para o casamento, ainda assim, por falta de conhecimento, seja realizado, tecnicamente a hipótese é de casamento inexistente pela ausência da vontade humana. Todavia, o legislador trata a hipótese como de anulação, pedido esse de invalidade que não poderá acontecer caso o mandante que revogou a procuração mantenha atividade sexual com seu cônjuge. O prazo para se requerer a anulação é de 180 dias contados não do ato, mas do dia em que o mandante tiver conhecimento da realização do matrimônio.”. 
INCOMPETÊNCIA DA AUTORIDADE CELEBRANTE: Pressuposto de validade.
PESSOA RELATIVAMENTE INCAPAZ POR FALTA DE DISCERNIMENTO
“A incompetência da autoridade implica em reconhecer que o magistrado é juiz de direito, porém, não tem competência no sentido técnico da palavra para realização do ato, tal como o juiz criminal ou cível. Nessas circunstâncias o pedido de anulação possui prazo de dois anos. 
O relativamente incapaz, por falta parcial de discernimento, que venha a contrair matrimônio, também celebra casamento anulável, sendo o prazo para o pedido de desfazimento de 180 dias contados do ato.”
DE QUEM NÃO COMPLETOU A IDADE MÍNIMA PARA CASAR 
“O menor que não possua ainda 16 anos e venha a se casar é absolutamente incapaz e, tecnicamente, pela sistemática geral dos negócios jurídicos, deveria ser NULO. Não obstante, o legislador trata como hipótese de anulabilidade. O prazo para o pedido de anulação é de 180 dias, porém, o termo inicial varia de acordo com quem postula a demanda. Para os pais ou tutores correm da data do casamento e para o menor, do dia em que completar 16 anos.
CASAMENTO DE MENOR MAIOR DE 16 QUE NÃO FOI AUTORIZADO PELOS PAIS
“Na hipótese do menor, com idade dos 16 aos 18 anos, ter se casado sem a prévia autorização dos pais junto ao procedimento de habilitação, o mesmo é anulável no prazo de 180 dias, sendo certo que tanto nessa hipótese como na anterior, o cônjuge não é o único legitimado a propositura da ação, considerando que os pais ou representantes legais também poderão propô-la. Se os pais ou representantes comparecem ao ato, mesmo sem ter havido a prévia autorização, entende o legislador pela convalidação ou anuência tácita ao matrimônio, ficando assim inviabilizado o pedido de anulação.”.
DOS EFEITOS DO CASAMENTO:
Sociais: 
Pessoais: Possibilidade de acréscimo do sobrenome do outro ART. 1578.
Patrimoniais: 
“O casamento válido produz efeitos pessoais, patrimoniais e sociais. O uso do nome é um dos efeitos possíveis em um casamento. No cc/16 apenas a mulher podia acrescentar o sobrenome do marido, podendo se afirmar que atualmente, tanto um quanto o outro, podem realizar essa modificação, na forma do art. 1565 §1. Muito embora a norma permita apenas a possibilidade de acrescer o sobrenome, o entendimento pacificado é no sentido de admitir a retirada do sobrenome, desde que isso não provoque prejuízo a identificação paterna e materna daquele cônjuge. 
Caso o casal opte no procedimento de habilitação pela modificação do nome, a retirada compulsória por ocasião do divórcio fica sujeita ao preenchimento de alguns requisitos. Inicialmente, em processo específico de retificação de registro civil, deverá o cônjuge contra quem se pretende a perda do nome, ser declarado culpado pelo divórcio, já que não se admite no processo de divórcio a discussão acerca de culpa. Mesmo que o cônjuge seja comprovadamente o responsável pelo fim do casamento, a perda do nome não acontecerá se estiver presente qualquer dos requisitos previstos nos incisos do art. 1578 do cc/02. 
É habitual ação de retificação de registro civil em que a mulher divorciada que voltou ao nome de solteira pretende fazer constar na certidão de nascimento dos seus filhos o seu nome de divorciada, e, não de casada, porque é perfeitamente admissível já que, mais uma vez, se trata de direito da personalidade dela e da prole, facilitando ainda a identificação do núcleo familiar.”.
AULA CIVIL – 29/08/2014
REGIME DE BENS DO CASAMENTO: Inspirado em três princípios. 
Princípio da liberdade: Fica a critério do cônjuge a escolha do regime de bens. (LEI 6517/77) após essa lei o regime legal, caso os cônjuges não escolham, será o regime da comunhão parcial de bens. (Regime legal de bens é aquele que a lei escolhe em caso de omissão dos cônjuges). * Antes desta lei entrar em vigor o regime legal era de comunhão universal. 
“O regime de bens é inspirado em três princípios basilares, iniciando-se pelo princípio da liberdade. Em princípio, todo e qualquer indivíduo é livre para escolher o regime de bens que melhor lhes aprouver. Na hipótese do casal ser omisso em relação a essa escolha, o regime legal, supletivo ou complementar que vigora em nosso ordenamento, desde 1977, é o da comunhão parcial de bens. Trata-se de regime supletivo, considerando que o legislador entende que por conta da omissão dos cônjuges em escolher outro regime, a intenção era de se sujeitar ao regime da comunhão parcial. Até 1977 o regime legal era o da comunhão universal de bens, sendo certo que o legislador impõe certa formalidade caso os cônjuges pretendam afastar o regime supletivo, devendo, assim, celebrar pacto antenupcial.” 
Princípio da variedade: O cc/02 oferece diversos regimes de bens para o casamento, cabendo o cônjuge fazer a escolha dentro destas opções. Ademais, é perfeitamente possível mesclar regras de um regime com outro.
Princípio da Mutabilidade: Por este princípio, os cônjuges podem alterar o regime de bens após o casamento. (Novidade do cc/02).
“Pela característica da variedade o legislador coloca à disposição dos cônjuges uma diversidade de regimes, tais como, separação convencional e comunhão universal de bens, admitindo-se, ainda, a misturaentre as diversas disposições de cada regime, tudo feito através do pacto ante nupcial. Por fim, a característica da mutabilidade consiste no fato de que, desde a entrada em vigor do código atual, é perfeitamente possível, através de autorização judicial, requerer após o casamento a mudança de regime. Até o advento do novo código essa mudança afastando o regime legal só era admitida por pacto antenupcial levado ao cartório do RCPN, junto ao procedimento de habilitação.”
Modalidades de regime:
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS OU DA MAN COMUNHÃO:
Existência de um patrimônio comum.
Meação: Percentual de 50% do que o cônjuge tem direito ao patrimônio do outro pelo regime de bens adotado. Tanto os bens adquiridos antes, quanto os adquiridos na constância do casamento, se comunicam. 
“O regime da comunhão universal de bens atualmente só pode ser adotado através da celebração de pacto antenupcial e, ao ser estipulado esse regime, todo o patrimônio do casal, na maioria das hipóteses, pode ser entendido como comum, ou seja, em princípio todos os bens adquiridos antes e na constância do casamento, a qualquer título, pertencem a ambos os cônjuges. É possível afirmar a existência da meação, ou seja, o percentual de 50% a que o cônjuge tem direito em relação ao patrimônio do casal pelo regime de bens contraído por ocasião do casamento. Assim, merece destaque em especial os bens adquiridos a título de herança ou doação em que o cônjuge terá direito a meação por conta da comunhão universal.”. 
 art. 1668 EXCEÇÕES AO REGIME + Art. 1659, V ao VII.
O efeito patrimonial do casamento acaba com a separação de FATO.
“Qualquer que seja o regime de bens, o STJ já pacificou o entendimento no sentido de que os efeitos do regime patrimonial cessam por ocasião da separação de fato comprovada do casal. Ou seja, não é o divórcio que põe fim ao regime patrimonial do casal, destinando-se apenas a regulamentar o já ocorrido. As exceções à regra de que todos os bens são qualificados como comuns vêm previstas no art. 1668 cc/02, que deixa claro que estes bens são bens particulares. Merecem destaque o bem doado ou deixado em testamento com cláusula de incomunicabilidade, sendo certo que, se a pessoa é casada por esse regime e a doação é feita sem qualquer restrição, presume-se a meação em favor do outro cônjuge. No que diz respeito a percepção dos proventos, o legislador se refere ao direito de percepção de tais valores, considerando que se o salário é guardado em aplicação financeira ou algum bem é comprado com aquele valor, o cônjuge imediatamente terá direito a meação desses bens. O STJ entende inclusive que a quantia recebida a título de FGTS também é sujeita a meação da data do início do casamento até a efetiva separação de fato.”. 
“Muito embora a separação de fato ponha término ao efeito patrimonial do casamento, incumbe ao cônjuge que se diz prejudicado, fazer prova de que àquela circunstância se deu após a separação de fato, considerando que a certidão de casamento cria a presunção relativa de que aquilo foi adquirido na constância do casamento. O art. 1669 estabelece regra que afasta a norma geral (gravitação jurídica) de que o acessório segue a sorte do principal, considerando que todos os frutos ou benfeitorias realizadas no bem gravado com cláusula de incomunicabilidade estão sujeitos à meação. Isso deve porque mesmo que aquele bem seja considerado um bem particular, o cônjuge está obrigado a contribuir com as despesas do casal.” 
COMUNHAO PARCIAL DE BENS 
Aquestos: Bens onerosos adquiridos na constância do casamento. 
“No regime da comunhão parcial de bens é possível visualizar com muita facilidade a presença de três patrimônios, o patrimônio comum, o patrimônio pertencente ao cônjuge varão e ao cônjuge virago. Por esse regime todos os bens adquiridos antes do casamento pertencem com exclusividade a cada um dos cônjuges, e, no que diz respeito aos bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, denominados aquestos, fica estabelecida a presunção absoluta de esforço comum, independentemente de qualquer prova da efetiva contribuição patrimonial por parte de qualquer um dos cônjuges.”. 
“O art. 1659 estabelece as exceções à meação, merecendo destaque o bem doado ou recebido em testamento unicamente destinado àquele cônjuge, bem como, os bens sub rogados, ou seja, substituído, transferido de bens particulares adquiridos por um dos cônjuges antes ou na constância do casamento, incumbido ao cônjuge fazer prova de que a origem daquele bem, agora tido como aquesto, se iniciou com um bem particular. 
AULA CIVIL 01/09/2014
Continuação do regime de comunhão parcial
Os bens adquiridos por fato eventual, como as premiações em loteria, reality show e etc. ficam sujeitos a meação por força do que dispõe o art. 1660, II do cc/02. As benfeitorias realizadas em bem comum ou particular também pertencem a ambos os cônjuges considerando a estipulação de presunção absoluta de esforço em comum. No que diz respeito as doações é imprescindível que essas sejam realizadas em favor de ambos os cônjuges, sob pena de ser entendido em favor de apenas um deles sem que se consagre a meação. As indenizações cíveis e trabalhistas se enquadram no art. 1660, II da mesma forma.
Se não há prova de que os bens móveis foram adquiridos antes do casamento, eles serão repartidos igualmente. Art. 1662 do cc/02 
 A cessão de um bem comum a ambos, deverá ter a anuência do outro cônjuge. 
Se um dos cônjuges sozinho contrai uma obrigação, e esta obrigação possa reverter em benefício da família, bem como para as despesas de administração, o patrimônio do casal responderá por toda dívida. Art. 1664 do cc/02. 
“Em se tratando de contrato que envolva a cessão gratuita de bem comum, como o comodato por exemplo, é essencial para a perfeita eficácia do mesmo que ambos os cônjuges autorizem o comodato, sob pena de ineficácia em relação ao cônjuge que não anuiu, que, por consequência, não estará obrigado a respeitar àquela avença. O cônjuge que não anuiu a um contrato específico poderá ter seus bens comprometidos, desde que comuns, e a obrigação contraída pelo outro cônjuge tenha sido feita nas situações do art. 1664 do cc/02. Assim, se apenas a mulher assina o contrato de trabalho da empregada doméstica, como se trata de despesa inerente a administração do lar, é possível responsabilizar o patrimônio comum por tais dívidas. 
Os bens móveis adquiridos ou não na constância do casamento presumem tê-los sido, estando sujeitos a meação, salvo na hipótese do cônjuge interessado comprovar que tais bens foram adquiridos por ele anteriormente a celebração do casamento, não estando, portanto, sujeito a meação.” 
REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS (LEGAL DE BENS).
Legislador partiu da premissa que, neste regime, os bens adquiridos antes ou na constância do casamento possuiriam, unicamente, ao proprietário destes, não havendo que se falar em meação. Não há patrimônio comum dos cônjuges, cada qual tem seu patrimônio separado.
O cc/02 prevê três hipóteses da adoção do regime de separação obrigatória de bens.
Quando há alguma causa suspensiva do casamento. Causa superável
De todos os que dependerem para casar de suprimento judicial. Causa superável
Casamento de pessoa maior de 70 anos. Mudança a partir de 2010. 
A norma que impõe o regime de separação obrigatória no caso de casamento de maior de 70 anos é muito criticada pela doutrina, defendendo muitos doutrinadores ser ela inconstitucional. 
“O regime da separação obrigatória existia já no código anterior e tinha por objetivo primordial o de evitar a existência de um patrimônio comum, deixando claro que todo o patrimônio existente antes e na constância do casamento deveria pertencer, com exclusividade, a cada um dos cônjuges. O cc/02 estabeleceu três hipóteses para o referido regime, sendo certo que duas delas são superáveis, transponíveis pelos cônjuges, bastando em um dos casos que a causa suspensiva não esteja mais presente e na outra hipótese, que ao adquirir a maioridade o cônjuge judicializeo pedido de mudança de regime. 
Na hipótese do art. 1641, II recentemente alterada, a questão é mais prolixa, considerando que a causa prevista no citado dispositivo jamais poderá ser superada (casamento de maior de 70 anos). A doutrina, de forma majoritária, sustenta a inconstitucionalidade dessa norma, sob o argumento de que fere o princípio da igualdade material (princípio da liberdade) entre os indivíduos, já que estabelece uma presunção relativa de incapacidade ao maior de 70 anos, o que não goza de qualquer amparo legal. O oficial do RCPN não pode dispensar esse regime, podendo os cônjuges que por ele se casarem tentar judicialmente a mudança de regime, argumentando pela inconstitucionalidade da norma.”.
SÚMULA 377 do STF - No regime da separação legal de bens comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. (Aquestos) 
“Muito embora a ideia do legislador sempre fosse a da inexistência de um patrimônio comum, a sumula 377 do STF, quando aquele tribunal ainda julgava questões infraconstitucionais, editou tal sumula estabelecendo a presunção absoluta de esforço comum no que diz respeito aos aquestos. Muito embora o STJ recentemente tenha rediscutido a súmula, continua prevalecendo o mesmo entendimento, não obstante, alguns entende tem que a consagração da meação em favor do cônjuge sobre os bens adquiridos na constância do casamento, estar sujeita a comprovação de efetiva contribuição econômica, mesmo que essa contribuição não aconteça em igualdade de condições.
Prevalecendo a sumula o referido regime acaba praticamente se igualando ao regime da comunhão parcial de bens. “
REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS 
Neste regime, há um patrimônio em que o casal, por pacto antenupcial, delibera expressamente pela inexistência de meação. 
Art. 1687. 
“No regime da separação convencional de bens os cônjuges espontaneamente deliberam, através da celebração de pacto antenupcial, pela inexistência de um patrimônio comum conquistado pelo casamento. Não há que se falar em meação, já que nenhum dos cônjuges adquiriu patrimônio por ter se casado com o outro. Caso os cônjuges optem em comprar um imóvel em conjunto, deverão faze - lo por condomínio, sendo coo proprietários em razão de direito real e não por força do regime de bens.
AULA CIVIL 05/09/214
PACTO ANTENUPCIAL – Art. 1653 ao 1657 do cc/02
O menor entre 16 e 18 anos pode celebrar pacto antenupcial, todavia, fica condicionado à aprovação de seu representante legal, salvo nas hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. 
Algumas cláusulas do pacto antenupcial não podem estar previstas: Ex. Dever de fidelidade recíproca; Dispensa do cônjuge de ajudar no custeio da casa.
É admissível, porém, que haja previsão de indenização em caso de traição. 
Art. 1657 – Só produzirá efeitos perante terceiros após registro no cartório de registro de imóveis no domicílio dos cônjuges. 
“Muito embora o pacto antenupcial produza efeitos entre os cônjuges desde a data do casamento, de acordo com o art. 1657 do cc/02 a eficácia do pacto diante de terceiros exige o registro junto ao RGI do domicílio dos cônjuges. A norma é de questionável efeito prático considerando que o casal não possua imóvel obrigatoriamente onde possui domicílio, sendo mais razoável que o registro fosse realizado junto ao RGI dos locais onde o indivíduo possui bens. 
 	O menor com 16 anos completos (idade núbil) já possui discernimento e, por consequência, o pacto antenupcial por ele celebrado sem a devida assistência ficará condicionado a autorização a posterior ratificação de seus pais ou tutores. A ratificação só não se faz necessário naquelas hipóteses em que o menor tiver escolhido o regime da separação convencional de bens, considerando que em tal regime a escolha por ele realizada não traz qualquer prejuízo ao menor. Muito embora o pacto antenupcial seja um grande reflexo do princípio da autonomia da vontade, a liberdade em relação a sua cláusula não é absoluta. Não obstante se admita, por exemplo, clausula prévia estabelecendo valor de indenização por traição, é proibida, por outro lado, cláusula contratual que permita a liberdade sexual entre os cônjuges por afronta ao art. 1655 do cc/02. 
Habitualmente o pacto é realizado com o objetivo de afastar o regime da comunhão parcial de bens, sendo certo que poderá conter outras disposições que não digam respeito ao regime de bens, como a doação de um bem de um cônjuge ao outro gravado com cláusula de incomunicabilidade, bem como pode o pacto conter disposições não patrimoniais, como o reconhecimento de paternidade.”
REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Participação final nos aquestos: Este regime é muito pouco utilizado. 
Tem-se um regime de bens que só pode ser obtido através de pacto antenupcial. Regime importado da Europa. Impõe que da data do casamento até a data de sua dissolução o regime será regulado pela separação convencional de bens, quando se dá o divórcio, todo o patrimônio adquirido nesse lapso temporal será feito a apuração contábil dos aquestos. 
Previsto no 1672 ao 1686 cc/02 – 
“Trata-se de regime que não existia na vigência do cc/16, tendo sido oportunizado aos cônjuges no atual código, só podendo ser alcançado através de pacto antenupcial. Por esse regime, na constância do casamento o regime patrimonial será o da separação convencional de bens, possuindo ambos os cônjuges liberdade em relação a administração do seu patrimônio. Porém, no momento em que os cônjuges resolverem pôr fim ao casamento este será, quando do divórcio ou do óbito, tratado como comunhão parcial de bens. Nesse momento, os cônjuges avaliarão o patrimônio conquistado durante todo o casamento e através de uma escrituração contábil realizarão a divisão do valor dos aquestos durante todo o casamento adquirido. “ 
Art. 1681 - Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro. 
Parágrafo único: Impugnada a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular dos bens > Inverte o ônus da prova. 
Art. 1680 – Coisas móveis, Diante de terceiros o bem móvel será do cônjuge devedor.
“Como durante o casamento o regime que regula os interesses do casal é a separação convencional, em relação aos bens móveis, para que um dos cônjuges não possa alegar que aquele bem pertence ao outro, em uma futura execução ajuizada por terceiro, presume-se que o bem é de propriedade do devedor. Caso determinado imóvel esteja registrado apenas em nome de um dos cônjuges, presume-se de forma relativa apenas a ele pertencer, cabendo ao outro, caso queira, questionar essa aquisição, hipótese em que será invertido o ônus da prova, cabendo ao cônjuge que possui o bem registrado em seu nome provar que só a ele pertence tal imóvel. Caso consiga provar que adquiriu com produto de seu trabalho como na constância do casamento é regido pela separação convencional, o bem só a ele pertence. Caso não tenha qualquer prova quanto a aquisição deverá entregar a meação.”
1682 – O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime patrimonial. 
Art. 1682 c/c 1656 do cc/02 – 
“Enquanto vigorar o casamento não é possível identificar o direito patrimonial de cada cônjuge, o que só acontecerá quando do divórcio ou do óbito. Por que razão é que se afirmar que não há como ceder ou renunciar à meação nesse regime, considerando que se trata na constância do casamento de direito a algo incerto e eventual. Muito embora os cônjuges possuam autonomia na administração dos bens, para que possam proceder a alienação de bens registrados apenas em nome de um dos cônjuges é essencial o consentimento do outro, considerando que nesse momento o cônjuge terá oportunidade de constatar sobre o que terá direito quando da dissolução patrimonial no divórcio ou no óbito. Caso se pretenda dispensar o consentimento do cônjuge, o pacto antenupcial, além de eleger a participação final nos aquestos, deverá, de forma expressa, prever a dispensa, na forma do art. 1656 do cc/02.”
CORREÇÃO SEMANA 4 – 
1 - Sim, hipótesede nulidade absoluta do casamento pela presença de um impedimento matrimonial, uma vez que eles são ascendentes em 1º grau por afinidade, dessa forma, o parentesco não se extingue pela separação ou pelo óbito. O MP tem legitimidade para propô-la, já que trata-se de questão de ordem pública, norma cogente. 
B - O pedido não estaria prescrito porque a hipótese é de nulidade absoluta, ordem pública, e, por consequência, imprescritível. 
C – Há o parentesco por afinidade em linha reta em 1º grau que não se extingue com a morte ou com o óbito de um dos cônjuges. 
Objetiva 1: B Objetiva 2: E
CORREÇÃO SEMANA 3 – 
Autorização dos pais para casamento no procedimento de habilitação. Entretanto, a menina tem 14 anos, não possuindo idade núbil. Cabe lembrar que não é cabível a ação de suprimento judicial de idade, uma vez que a menina não está grávida, não havendo hipótese legal que permita o casamento. A menina só poderia casar caso estivesse grávida, necessitando ajuizar ação de suprimento de idade para casamento. O oficial do RCPN, mesmo com autorização dos pais, não poderá celebrar o casamento, tendo em vista ser um dos nubentes incapaz, não legitimado para a celebração do ato complexo. 
Questão objetiva: E Questão objetiva: E
CORREÇÃO SEMANA 2 – 
Não, o parentesco na linha colateral (transversal) em 2º grau por vinculo sanguíneo (irmão unilateral, por parte de pais). 
Objetiva 1: A Objetiva 2: C 
AULA CIVIL – 09/08/2014
PRINCÍPIO DA MUTABILIDADE DO REGIME DE BENS – 
Considerando que em 1916 era inadmissível a mutabilidade do regime de bens nos casamentos celebrados sob a égide do antigo código. Todavia, esse entendimento caiu por terra, sendo pacífico, atualmente, após a entrada em vigor do novo código civil, há possibilidade da modificação do regime de bens. 
Mutabilidade – Art. 1639, §2º do cc/02. O Princípio da mutabilidade, desde já, é muito criticado pela doutrina em razão da necessidade de judicialização da matéria para ser possível a alteração do regime de bens após o casamento. 
“O princípio da mutabilidade do regime de bens foi adotado no cc/02 não existindo assim essa previsão no código de 1916. Logo que o atual código entrou em vigor, intensificou-se a discussão doutrinária no sentido de saber se a mudança poderia ser admitida quanto aos casamentos realizados na vigência do cc/16. Apesar de no primeiro momento ter sido rejeitada a possibilidade de mudança sob o argumento do ato jurídico perfeito, uma leitura do art. 2035 acabou levando a conclusão oposta. Muito embora o casamento seja realizado em um único momento no tempo e no espaço, os efeitos patrimoniais do matrimônio são sentidos a todo momento desde a celebração até o fim da sociedade conjugal. Como se trata de um negócio de eficácia sucessiva, é perfeitamente possível a aplicação do art. 2035. 
	O pedido de mudança de regime é feito através da ida ao judiciário. Trata-se de norma extremamente criticada inicialmente porque se a lei admite o divórcio pela via administrativa em algumas hipóteses, é natural que quem possa mais, ou seja, a extinção do casamento, também deva poder o menos, a mudança de regime pela via administrativa. Ademais, se é possível que o casal opte por escritura pública pela escolha do regime de bens que atenda melhor aos seus interesses, nada mais natural, também, que haja possibilidade de modificação sem a ida ao judiciário, através da via administrativa. “
REQUISITOS EXIGIDOS PARA MUDANÇA DE REGIME: 
Ambos os cônjuges devem formular o pedido.
Motivação das razões, mínimo de plausibilidade do juízo.
Sem prejuízo de terceiros.
Autorização judicial.
Devem ser intimados por edital (Publicidade) os credores para que se oponham a mudança de regime. 
“A lei exige o preenchimento de quatro requisitos que deverão ser cumulativamente preenchidos para que se promova o pedido de modificação de regime. Inicialmente, o pedido deve ser formulado por ambos os cônjuges, considerando que se ambos se casaram a modificação, da mesma forma, deve ser consensual. O pedido de alteração de regime de bens deverá ser motivado. Alguns doutrinadores entendem que a mudança só pode ser requerida naquelas hipóteses em que os cônjuges não tiveram oportunidade de à época do casamento optar pelo regime de bens que desejavam. Ou seja, apenas nas hipóteses dos incisos I e III do art. 1641 do cc/02. Outros doutrinadores fazem uma leitura mais branda do dispositivo, admitindo qualquer tipo de motivação com o fundamento para o pedido de mudança.
 Ajuizado o pedido de mudança serão publicados editais na tentativa de localizar possíveis credores que sejam prejudicados com a sobredita alteração. Após a publicação dos editais o juiz autorizará ou não o pleito de mudança e, caso permitida, será a modificação averbada junto ao registro civil de pessoas naturais (RCPN).”
Autorizado o pedido de mudança o cônjuge poderão atribuir ao regime patrimonial a eficácia que quiserem. 
“No que diz respeito a eficácia do pedido de mudança entre os cônjuges é possível que os mesmos atribuam a eficácia que melhor lhes interessar, sendo certo que a mudança para o regime da comunhão universal de bens importa em atribuir eficácia ex-tunc ao pedido de mudança. No que diz respeito a terceiros, a mudança produzirá nítida eficácia ex-nunc, considerando que os credores não podem ser atingidos pela alteração deferida, o que torna desnecessária a publicação dos editais no curso do processo de jurisdição voluntária de mudança de regime.”.
ATOS QUE NECESSITAM DA OUTORGA UXORIA OU MARITAL ART. 1647 do cc/02
Negócios jurídicos praticados sem a necessária outorga serão tidos como anuláveis. 
No regime da comunhão universal o consentimento do outro cônjuge é OBRIGATÓRIO. 
No regime da comunhão parcial também é indispensável a autorização, já que há uma presunção relativa de que os dois cônjuges são proprietários do bem, ou, caso o bem esteja registrado apenas em nome de um deles, o outro terá direito à meação, ou aquestos sob benfeitorias realizadas. 
No regime da separação convencional (separação absoluta) não haverá necessidade do consentimento, consoante dispõe o art. 1647. 
No regime da separação obrigatória, por força da súmula do STF 377, sendo o bem um aquesto, o outro cônjuge terá direito a meação. Ainda que o bem não seja aquesto, haverá a necessidade de outorga do outro cônjuge. 
“O art. 1647 trata das hipóteses de outorga uxória ou marital. Para a prática dos atos definidos no art. 1647 o legislador exige além da capacidade civil plena a chamada legitimidade ou legitimação, onde a validade do negócio jurídico está condicionada ao preenchimento de um requisito específico, qual seja, a autorização do outro cônjuge. O legislador exige o consentimento, salvo no regime da separação convencional de bens, onde cada um dos cônjuges possui o seu patrimônio particular, não havendo que se falar em patrimônio comum. Na separação convencional inexiste patrimônio comum e, por consequência, não há que se falar em meação ou aquesto. Nos demais regimes, considerando que o bem esteja registrado só em nome de um dos cônjuges será necessária a outorga. Na comunhão universal praticamente a integralidade do patrimônio pertence ao casal. Na comunhão parcial, levando-se em conta a comunicabilidade dos aquestos de outros bens adquiridos na constância do casamento, também deve ser providenciado o consentimento, até mesmo considerando a meação sobre as benfeitorias e frutos dos bens particulares. Na participação final dos aquestos, salvo expressa dispensa do consentimento no pacto antenupcial, é a forma de controlar futura meação do cônjuge com o término do vínculo. Por fim, na separação obrigatória como a súmula 377 do STF estabeleceu a comunicabilidade dos aquestos, é possível que o outro cônjuge tenha direito a algum bem. O consentimento se impõe pelo regime matrimonial e não pela espécie de bem, particular ou comum, que o cônjuge pretende alienar.” 
Art. 1648 do cc/02 – Suprimento de outorga uxória ou marital pelo juiz nos casosem que o outro cônjuge denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. 
“Caso um dos cônjuges casado por um desses regimes não possa, por ser ausente, incapaz, ou não queira conceder o consentimento, os atos previstos no art. 1647 não poderão ser realizados sob pena de nulidade relativa, devendo ser proposta pelo interessado ação de suprimento de consentimento. O magistrado citará o outro cônjuge para que ele exponha os motivos da negativa de consentimento, considerando que possa haver justo motivo para tal, como por exemplo, no caso do autor da ação ser pródigo, ou que não lhe quer repassar o direito sobre as benfeitorias realizadas no bem particular, dentre outras defesas possíveis. Após ouvido o réu, o juiz decidirá em conceder ou não o consentimento, permitindo a realização dos atos previstos no art. 1647.
AULA CIVIL - 12/09/214 
Prazo de 2 anos para propor ação anulatória caso o negócio jurídico seja praticado sem a outorga uxória ou Autorização matrimonial, contados a partir do término da relação (da sentença do divórcio). Ação personalíssima, na forma do art. 1450 cc/02. Tal biênio se presta apenas àquelas hipóteses em que o cônjuge realmente desconhecia a transação.
Art. 1647, I – Alienar (transferir a propriedade a título oneroso ou gratuito). 
“Caso os atos praticados no art. 1647 ocorram sem o devido consentimento, é perfeitamente possível ao cônjuge excluído requerer a anulação do contrato celebrado. O prazo para se requerer a anulação é de 2 anos, aparentemente exíguo, muito embora a norma tenha como termo inicial desse prazo o fim da sociedade conjugal, o que acaba prolongando o uso da ação anulatória. No que diz respeito às alienações, não pode o cônjuge proceder atos de transferência de bem imóvel, gratuita ou onerosamente, sem a devida outorga uxória, estando, assim, proibido de sozinho, vender, doar, permutar, ou dar em pagamento bem imóvel sem a anuência do seu consorte. 
O STJ reconheceu a impossibilidade de ajuizamento da ação anulatória para aquelas hipóteses em que muito embora o cônjuge não tenha autorizado expressamente a celebração do ato, durante todo o curso do casamento comportou-se como se o tivesse autorizado. Nessas circunstâncias, diante do consentimento tácito dado ao ato, não é possível o pedido de anulação quando formalmente extinto o matrimônio, considerando a presença do Instituto do VENIRE CONTRA FACTUM PRÓPRIO, comportamento contraditório que é terminantemente proibido em virtude de desrespeito a boa-fé objetiva. “
II – Pleitear como autor ou réu acerca desses bens ou direitos
III – Prestar fiança ou aval. 
 A fiança e o aval são chamadas de caução fidejussórias, espécies de garantias dada em razão da pessoa. A doutrina de forma pacífica é contraria ao aval integrar os atos que necessitam de outorga uxória, dada a informalidade dessa espécie de caução. 
Sumula 332 do STJ – A fiança prestada sem consentimento de um dos cônjuges implica em ineficácia total da garantia. 
“A outorga uxória ou marital também se faz necessária na fiança e no aval. Ambos são espécies do gênero caução fidejussória, onde o garantidor oferece como garantia de pagamento o seu patrimônio como um todo. A inserção do aval aconteceu no cc/02 e é extremamente criticada pela doutrina, considerando que o aval é um instituto típico do título de crédito e a sua concessão exige uma maior informalidade, considerando que a circulação desses títulos se dá de maneira mais célere. Assim, há proposta de modificação do atual código a fim de não mais exigir a outorga no caso do aval. 
No que diz respeito a fiança, a outorga precisa ser prestada, considerando a possibilidade de comprometimento de todo o patrimônio do casal, inclusive, do bem de família legal como garantia do pagamento da dívida de outrem. A súmula 332 do STJ acabou por afastar a necessidade da ação anulatória, considerando que a inexistência de assinatura implica na ineficácia total da garantia prestada por um dos cônjuges. A súmula reforça a postura do fiador de má-fé que ao prestar a fiança oculta a sua qualidade de casado e, mesmo assim, tem seu patrimônio resguardado. Melhor seria, nessas circunstâncias, permitir que o patrimônio do cônjuge fiador responda pelas dívidas, resguardando o patrimônio particular e a meação do cônjuge que não prestou a outorga para fiança.”
IV – Doação (de bens móveis), não sendo remuneratória.
Doação remuneratória é aquela que é feita devido a um serviço prestado ou em razão de uma dívida prescrita. 
Art. 1725 – à união estável aplica-se a comunhão parcial de bens. 
“No que diz respeito as doações remuneratórias, entendidas como tais aquelas que são realizadas em contraprestação a um serviço prestado ou em razão de dívida prescrita, desde que digam respeito a bens móveis, não há necessidade de outorga. As demais doações de bens móveis necessitarão da respectiva outorga. Em relação a união estável, caso o imóvel esteja registrado apenas em nome de um dos conviventes, considerando que ele pretenda alienar o seu bem sem o consentimento do outro, a doutrina e a jurisprudência discutem a possibilidade da ação anulatória no caso. Para alguns, minoritariamente, a ação anulatória deverá ser julgada procedente, considerando que à união estável se aplicam as normas do regime de comunhão parcial de bens, onde se exige o consentimento. A doutrina majoritária, entretanto, entende pela desnecessidade da outorga sob o argumento inicial de que a união estável é uma união de fato, informal, e, por que razão, a coletividade não tem meios, nem pode conhecê-la. Ademais, as normas que tratam da restrição à liberdade patrimonial devem ser interpretadas restritivamente, considerando que a regra é a livre disposição do patrimônio. Assim, o negócio deverá ser mantido, salvo se o adquirente tinha conhecimento da união estável, estando assim de má-fé, podendo ser atingido pelo desfazimento do ato. Caso o adquirente esteja de boa-fé, não há nada a ser feito, cabendo apenas ao convivente excluído o direito de exigir indenização no valor equivalente a sua meação diante do convivente que lhe prejudicou.”
Art. 1643 e 1644 - 
“Os bens móveis essenciais ao funcionamento do lar conjugal, bem como todas as demais obras ou despesas fundamentais ao desenvolvimento da casa, poderão ser contraídas por apenas um dos cônjuges, respondendo o outro solidariamente pelo pagamento de tais dívidas, mesmo não tendo contratado.” 
Direito Civil V – 15.09.14
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO
A pessoa se quiser pode continuar casada com o ausente se quiser.
Divorcio: –Direto; -Conversão 
“O código civil admite a extinção do casamento valido de duas formas, através do divorcio ou do óbito. O cônjuge declarado ausente judicialmente como tal poderá na forma do art. 1571 paragrafo primeiro, munido da sentença de ausência ajuizar o divorcio.
O separado judicialmente jamais teve o casamento extinto, sendo efeito da sentença o fim da sociedade conjugal mas não do matrimonio.
Até o advento da emenda de 2010 que alterou a redação do artigo 226, paragrafo sexto da Constituição, eram admitidos o divorcio direto onde os cônjuges deveriam comprovar que estavam separados de fato a dois anos e o divorcio conversão onde os cônjuges precisavam estar separados judicialmente a no mínimo um ano. A emenda de 2010 suprimiu qualquer efeito temporal para a concessão do divorcio que nos dias atuais não se sujeita a qualquer prazo para ser concedido. Assim, no dia seguinte a realização do casamento os cônjuges poderão por fim ao enlace.”
“Desde a emenda de 2010 prevalece o entendimento de que a separação judicial estaria abolida mantidos os separados judicialmente até então. Não cabe ao judiciário administrar interesses privados admitindo que os cônjuges mantenham o casamento sem a sociedade conjugal quando podem no dia seguinte ao divorcio voltar a se habilitar para casar com aquele cônjuge novamente. 
Quanto a culpa que justificaria a manutenção da separação, já que no divorcio é pacifico o entendimento da inadmissibilidade da culpa, em nosso ordenamentoatual a culpa possui dois únicos efeitos, a REDUÇÃO dos alimentos e ainda forçar o cônjuge a modificar o seu sobrenome.
Quanto aos alimentos é possível que essa discussão aconteça na própria ação de alimentos , e no que diz respeito ao nome a discussão pode ser travada no pedido de alteração de nome até porque a norma dificulta e muito a alteração compulsória do sobrenome. Assim, o entendimento majoritário é no sentido do fim da separação judicial para as pessoas que a pretenderem depois de 2010, mantidas as já existentes, podendo hoje o individuo ser casado, divorciado, separado de fato ou de corpos. Para aqueles que admitem a separação judicial está só poderá acontecer para discutir culpa como forma de forçar o cônjuge a mudar o nome ou ainda objetivando reduzir eventual verba alimentar.”
1578
Extrajudicial 1124-A CPC
1581
“Em 2007 o art. 1124 CPC foi modificado passando a conter no nosso ordenamento com o divorcio pela via administrativa, o divorcio extrajudicial. Para que os cônjuges possam se divorciar sem a participação do poder judiciário, é essencial que sejam obedecidos alguns requisitos. Inicialmente o divorcio deverá ser consensual, devendo os cônjuges serem patrocinados por advogado ou defensor publico. São clausulas obrigatórias no divorcio inicialmente as disposições referentes ao uso do sobrenome caso tenha sido alterado quando do casamento e a clausula relativa a alimentos em favor dos cônjuges. Se o casal possui filhos incapazes o divorcio deve obrigatoriamente ser o judicial considerando que o MP não participa do divorcio administrativo e a intervenção do MP é obrigatória na defesa dos incapazes.
Quanto a partilha dos bens por analogia ao artigo 1581 ela não precisa ser feita podendo ser deixada para momento posterior. Como a garantia a ambos os cônjuges é porém um momento oportuno de se fazer menção aos bens que serão objetos de futura partilha evitando-se um futuro problema no que diz respeito a quais bens deverão ser partilhados.”
“No que diz respeito aos alimentos em favor do cônjuge é possível que o cônjuge dispense por ora os alimentos ocasião em que caso necessite no futuro poderá requere-los. Muito embora o artigo 1707 primeira parte estipule que os alimentos são irrenunciáveis prevalece o entendimento de que os alimentos irrenunciáveis são os devidos em função do poder familiar e do parentesco. Cônjuges e companheiros são maiores incapazes e podem livremente estipular uma clausula que terá nítida eficácia negocial. Uma vez renunciando o cônjuge legitimamente a sei direito a alimentos cria no outro a legitima expectativa de que jamais o cobrará por tais verbas. Admitir ação de alimentos diante de uma clausula de denuncia significa estimular o comportamento contraditório o que viola a boa fé objetiva. Realizada escritura, a mesma não será sujeita a homologação judicial, bastando que os cônjuges averbem o divorcio junto ao RCPN e junto ao RGI caso tenham realizado a divisão de eventuais imóveis.”
AULA CIVIL 19/09/2014 DIREITO CIVIL V. 5
Caso concreto aula 5 – 
Hipótese típica de erro em persona, na forma do art. 1557, I do cc/02. O prazo para ajuizamento da ação é de 3 anos.
Questão objetiva: C 
Questão objetiva: B – hipótese de nulidade do casamento: casamento feito incidindo um impedimento. 
Caso concreto aula 6 – 
Ação de alteração de registro civil a fim de fazer valer o permissivo legal do art. 1565, §1º (permite que o cônjuge acresça o sobrenome do outro). É possível que a inclusão do nome do cônjuge seja requerida por ação autônoma, após o casamento, uma vez que consiste em direito da personalidade, pode ser alterado a qualquer tempo, desde que não crie prejuízos para terceiros e dificulte a sua identificação. 
Questão objetiva: C Questão objetiva: B
Trazer caso concreto aula 1 c/ jurisprudência e doutrina.
DIVÓRCIO JUDICIAL 
Consensual
Litigioso
No divórcio consensual precisa conter todas as cláusulas obrigatórias, assinado pelas duas partes. O art. 1581 diz que não é obrigatório que haja a partilha de bens no momento do divórcio. 
“O divórcio judicial poderá ser consensual ou litigioso, não sendo necessário obedecer a qualquer requisito temporal (prazo). São cláusulas obrigatórias desse divórcio o nome, os alimentos dos cônjuges e, em havendo filhos menores e incapazes, a estipulação de guarda, visitação e alimentos para os filhos. No que diz respeito aos bens, na forma como disciplina o art. 1581, não há obrigatoriedade de partilha no momento do divórcio. Para maior segurança do casal, deverão os cônjuges, ao menos, deixar claro quais bens foram adquiridos na constância da sociedade conjugal, facilitando assim uma futura briga judicial sobre a partilha. Em não tendo sido realizado a divisão patrimonial, algumas medidas poderão ser ajuizadas por parte do cônjuge insatisfeito. Inicialmente é possível que o cônjuge ajuíze ação conhecida como extinção de condomínio, objetivando forçar a venda do imóvel adquirido, sendo oferecido em um primeiro momento a possibilidade de um adquirir a parte do outro, e, em um segundo momento, será determinada a alienação forçada do bem. É possível ainda o ajuizamento de ação conhecida como arbitramento de aluguel, onde o cônjuge que tem a posse direta da coisa deverá pagar aluguel respectivo pela sua ocupação exclusiva.”
Art. 1582 e § único. 
AÇÃO DE DIVÓRCIO POSSUI CARÁTER PERSONALÍSSIMO: 
Divórcio Litigioso: rito ordinário
Na maioria das hipóteses, o divórcio litigioso se dá em razão da fixação dos alimentos entre os cônjuges. Dessa forma, além do divórcio litigioso, o cônjuge desfavorecido poderá ajuizar ação autônoma de alimentos (LEI 5478/68), que possui rito especial, cabendo antecipação de tutela. 
“O divórcio litigioso exige a presença das mesmas cláusulas do divórcio consensual, valendo a mesma ressalva no que diz respeito aos bens. É litigioso habitualmente o divórcio porque um dos cônjuges é incapaz, devendo ser obedecida a exigência prevista no art. 1582, § único, quando um dos cônjuges está e local incerto e não sabido e, portanto, deve ser citado por edital e porque não há acordo quanto aos alimentos, sendo essa a hipótese mais recorrente. Na hipótese de alimentos àquele que pretenderá requere-los normalmente tem urgência em seu pedido e, por consequência, não pode esperar o desfecho final de uma ação de divórcio que tramita pelo rito ordinário. Como consequência, deverá ser ajuizada ação de alimentos onde o juiz obrigatoriamente fixará alimentos provisórios, passando o devedor, normalmente pai a dever alimentos desde sua intimação, cumprindo a antecipação de tutela. Na inicial do divórcio, como é requisito obrigatório tratar dos alimentos em favor dos filhos, basta a menção a essa ação autônoma. “
BEM DE FAMÍLIA CONVENCIONAL: 
Difere-se do bem de família legal criado pela lei 8009/90. 
Arts. 1711 ao 1722 do cc/02. 
A lei do bem de família legal, a Lei tutela, contempla, o bem de menor valor, a fim de assegurar o mínimo de dignidade, o mínimo existencial da família. 
No que concerne ao bem de família convencional, há possibilidade de proteção do imóvel de maior valor. Ele é criado mediante a manifestação de vontade dos cônjuges, por escritura pública ou testamento, obedecidos os demais requisitos previstos no art. 1711 do cc/02. 
“No cc/16 o bem de família convencional era previsto na parte geral do código, o que acabou sendo corrigido no cc/02, na medida de em que, atualmente, vem tratado na parte destinada ao direito de família, único local que poderia prevê-lo, considerando que o objetivo da norma é exatamente o de proteger a entidade familiar. Na hipótese do casal possuir vasto patrimônio, o bem de família convencional permitirá a proteção do imóvel de maior valor, desde que no momento da instituição o patrimônio do casal comporte a criação do bem de família convencional, considerando que não é possível ultrapassar o percentual de 1/3 do patrimônio ao tempo da instituição. No bem de família legal a proteção independe de qualquer manifestação de vontade e, por consequência,recairá sobre o imóvel de menor valor na hipótese da entidade familiar possuir mais de um imóvel, sendo certo, assim, que a proteção não recai no bem de família legal sobre o imóvel de domicílio da entidade familiar, mas sim sobre o de menor valor (forma de assegurar o mínimo existencial). “
Outra grande vantagem que se tem para criação do bem de família convencional está prevista no art. 1715. Consiste no fato de que uma vez constituído regularmente o bem de família convencional, o imóvel sobre o qual recai essa garantia não poderá ser executado para o pagamento de dívidas posteriores, salvo para pagamento de obrigações propter rem (IPTU, condomínio). 
**Obs: O número de exceções que permite a perda do bem de família legal é bem mais extenso do que as previstas para a perda do bem de família convencional. 
Os bens de família legal e convencional se excluem mutuamente. 
“A outra grande vantagem da instituição do bem de família convencional é a de proteger aquele imóvel em relação a um maior número de dívidas daquelas que permitem a perda do bem de família legal. Uma vez devidamente instituído o bem de família convencional, a entidade familiar só perderá por dívidas anteriores a instituição do bem de família ou, ainda, por dívida de obrigações propter rem, que tenham vencido em momento posterior. Em se tratando de bem de família legal, o art. 3 º da lei 8009/90 permite que por aquelas dívidas o devedor possa perder seu único imóvel. Assim, por um fiança prestada o indivíduo não perde o bem de família convencional instituído anteriormente a concessão da fiança, porém, se esse imóvel for qualificado como bem de família legal ele poderá ser facilmente executado para o pagamento da dívida do devedor principal.” SOMENTE FIANÇA LOCATÍCIA. 
AULA CIVIL – 22/09/2014
BEM DE FAMÍLIA CONVENCIONAL – 
Ao instituir o bem de família convencional o bem se torna INALIENÁVEL. Uma vez registrado o bem de família convencional ao registro de imóveis, o bem passará a ser inalienável. 
Art. 1721, § único e Art. 1719 – Extinção anômala do bem de família convencional - 
Dissolvida a sociedade conjugal por morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família legal.
Maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela. 
“O maior inconveniente da instituição do bem de família convencional é que o mesmo é seguido de registro junto ao RGI e essa providência torna o bem inalienável. Ou seja, a entidade familiar fica desprovida da possibilidade de livremente poder vender ou doar aquele imóvel a qualquer tempo. 
A extinção do bem de família convencional acontecerá com a morte de ambos os cônjuges, não possuindo o casal filhos menores ou incapazes, hipótese em que a extinção não precisará ser judicialização. O código civil prevê duas hipóteses anômalas de extinção desse bem de família. A primeira estará presente na hipótese de viuvez, comprovada pelo cônjuge sobrevivente que naquele momento aquele é o único bem do casal. A outra hipótese de extinção estará presente quando a entidade familiar, após a instituição válida do bem de família convencional, comprovadamente não puder mais sustentar, manter aquele bem. Nessas circunstâncias, deverá a família requerer preferencialmente a sub-rogação da restrição para outro imóvel de menor valor e, se ainda assim for impossível a manutenção desse imóvel, poderá requerer a retirada total do gravame (restrição). OBS: Tem de haver a comprovação da insuficiência financeira para manter esse gravame.” 
UNIÃO ESTÁVEL – Não existia no cc/16. 
Toda relação jurídica mantida fora do casamento era tida como CONCUBINATO (comunhão de leito, reduzida a questão sexual). 
O concubinato foi dividido em duas modalidades:
Puro: Nesse caso, o casal optava por não celebrar o casamento sem haver nenhum impedimento para isso.
Impuro: Pessoas impedidas de casar que insistiam em manter a relação de casal.
SUMULA 380 – partilha do patrimônio constituído pelo esforço comum no concubinato. 
 382 do STF – 
O concubinato passou a ser tratado como uma sociedade de fato, não sendo regulado pelo direito de família. A concubina prejudicada tinha que entrar com uma ação de reconhecimento de dissolução de sociedade de fato. 
“Na vigência do cc/16 o casamento era a única forma de se constituir família prevista como válida pelo legislador. Assim, toda e qualquer relação que não se estabelecesse através do casamento, era entendida como uma relação espúria, impura, condenável, sendo desenvolvida assim a partir daí o conceito de concubinato (comunhão de leito). Com o avançar dos tempos, foram desenvolvidas duas modalidades de concubinato, são elas o PURO e O IMPURO. No concubinato puro os cônjuges poderiam se casar, porém optavam por não fazê-lo, ao passo que no impuro o casal mantinha a relação mesmo sabedor da existência de um impedimento que proibia a sua constituição válida.
Como o concubinato era compreendido a margem do direito de família, era preciso regulamentar as relações jurídicas que lhe diziam respeito. Assim, a concubina que se sentisse prejudicado, tendo contribuído com seu trabalho, com seu dinheiro para a construção de um patrimônio, poderia se valer da ação de reconhecimento e dissolução de sociedade de fato junto a vara cível para obter ao seu favor o direito patrimonial a que faz Jus, na forma da SÚMULA 380 do STF, devendo ser frisado que a concubina só terá direito àquilo que ajudou a conquistar, respeitado o respectivo valor. Caso o concubino não tivesse ajudado a conquistar qualquer parcela do patrimônio, poderia, ainda, e paralelamente se valer da ação de indenização por serviços prestados, substitutiva a ação de alimentos, considerando que o concubino não poderia pleitear alimentos já que não era considerado família a luz do ordenamento.”.
Art. 226, § 3º CF/88 - RECONHECE A UNIÃO ESTÁVEL COMO ENTIDADE FAMILIAR.
Tal dispositivo não é autoaplicável, não se regulamenta, precisando de complementação pela legislação infraconstitucional. 
Lei 8971/94 – Lei que regulamenta a união estável. Doutrina observa que essa lei contém uma série de imperfeições. 
EX: Estipula prazo para união estável – 5 anos, Competência da vara cível, Para que a companheira tivesse direito a requerer alguma coisa em virtude da meação tinha de provar o esforço comum, não havendo presunção absoluta. 
Art. 1 º - O companheiro ou companheira passará a ter direito a alimentos. 
Os separados judicialmente podem constituir união estável. (Hipótese de concubinato impuro). 
“A CF/88 previu a união estável como entidade familiar, porém, não trouxe qualquer regulamentação que permitisse a aplicação imediata deste dispositivo. Por conseguinte, na prática a união estável continuava sendo regulada nos mesmos moldes do que acontecia anteriormente. Em 1994, finalmente foi editada a LEI 8971/94 que, ainda repleta de imperfeições, tratou de regulamentar a união estável. Passou-se a se admitir a ação declaratória de reconhecimento e dissolução de união estável, porém junto a vara cível, exigia-se o prazo de 5 anos para que a relação entre homem e mulher fosse considerada como união estável, e o convivente, para ter direito a meação, deveria comprovar que ajudou economicamente a conquistar determinado bem, não se presumindo de forma absoluta o esforço comum. 
A referida norma trouxe porém duas enormes vantagens, a possibilidade do convivente em exigir alimentos do outro e, ainda, a possibilidade do separado judicialmente, uma das hipóteses de concubinato impuro, constituir união estável.”
LEI 9278/96 – COMPATÍVEL COM A LEI ANTERIOR NAQUILO EM QUE NÃO SE CONTRADIZIAM.
Competência em razão da matéria da VARA DE FAMÍLIA.
TIRA O PRAZO DE 5 ANOS. 
ESTABELECEU A PRESUNÇÃO ABSOLUTA DE ESFORÇO COMUM – Art. 5º 
“Considerando as imperfeições da norma de 1994, passado 1 ano e meio, foi criada a lei 9278/96 com o objetivo de corrigir as imperfeições da lei pretérita. Ficou estabelecida a competência absoluta em razão da matéria da vara de família para as uniões estáveis extintas pelo óbito ou pela