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1 EXAME FÍSICO Exame Físico da Cabeça O exame completo da cabeça compreende a avaliação do: Crânio Face Olhos Nariz e seios paranasais Orofaringe (lábios, cavidade bucal, língua gengiva e dentes) Ouvidos A- Crânio Inspeção e palpação 1. TAMANHO: O tamanho normal no adulto é de 51 a 58 cm. As variações mais freqüentes são macrocefalia e microcefalia. MACROCEFALIA: crânio anormalmente grande. Mais freqüente na hidrocefalia, acromegalia e o raquitismo. MICROCEFALIA: crânio anormalmente pequeno em todos os diâmetros. Causa: congênita hereditária, doença cerebral (toxoplasmose congênita) 2. FORMA: A forma normal é a ovóide. Há várias alterações devido ao fechamento precoce de uma ou várias suturas. 3. COURO CABELUDO: Usa-se técnica da corrida para examinar. Avaliar a presença de pediculose, saliências (tumores tumefações, hematomas), depressões, afundamentos, pontos dolorosos, integridade da pele, consistência da tábua óssea, suturas, fontanelas (especialmente em crianças). 4. CABELOS: Avalia quantidade, distribuição, cor, textura, brilho, consistência. Pode indicar desnutrição entre outras coisas. B- FACE Inspeção e palpação 1. Simetria, forma, volume: observa-se nas tumefações (abcesso dentário, tumores), na anomalia congênita, na paralisia facial. 2. Pele: cor lesões, edema, grau de umidade, secura ou oleosidade) 3. Expressão fisionômica ou mímica facial: denuncia o estado de humor do indivíduo (tristeza, desânimo, esperança, ódio, alegria desespero, dor. 4. Fácies: possuem características comuns das doenças (face renal, face Cushingoide...) 5. Movimentos: Involuntários (tremores, tiques, espasmos) Voluntários: solicita ao paciente para fazer: Enrugar a testa Fechar os olhos cerradamente Mostrar os dentes indicam função motora Assobiar do VII par nervo craniano Encher as bochechas de ar Projetar o queixo para frente e movimentá-lo para os lados (indicam função motora do V- par de nervo craniano. 2 Pares de nervos cranianos Fonte: https://www.google.com.br/search?q=pares+de+nervos+cranianos&biw=1366&bih=643&tbm=isch&imgil=DYCIYWrKXsew7M%253A%253Bg12v_8JHa_SEEM%253Bhttp% 25253A%25252F%25252Fwww.auladeanatomia.com%25252Fnovosite%25252Fsistemas%25252Fsistema-nervoso%25252Fsn-periferico%25252Fnervos- cranianos%25252F&source=iu&pf=m&fir=DYCIYWrKXsew7M%253A%252Cg12v_8JHa_SEEM%252C_&usg=__Z3QbIbOfrk6BwNjJ- mwa5xF3K9Q%3D&ved=0ahUKEwj3k--U4tDNAhXIqR4KHWckC1QQyjcINA&ei=yZh1V7eLK8jTeufIrKAF#imgrc=DYCIYWrKXsew7M%3A REGISTRO ESCRITO CRÂNIO: Registre os seus achados incluindo sempre a configuração geral do crânio (quando forem informações importantes). FACE: Registre os achados incluindo um relato geral sobre a pele e a simetria da face. B1- OLHOS Todo exame dos olhos deve incluir: Estruturas externas Olho Movimentos oculares Fundo de olho Acuidade visual Campimetria Inspeção e Palpação 1. Estruturas externas (cílios, pálpebras e sobrancelhas) 3 - Pálpebras: se há edema, xantelasma (é uma lesão cutânea, que surge na região das pálpebras, provocada pelo depósito de lipídeos na pele, formando placas amareladas), ptose, não fechamento das pálpebras, etc. - Sobrancelhas: distribuição, quantidade, cor e textura 2. Olhos a. ) Conjuntiva: membrana que recobre o globo ocular e as pálpebras na superfície interna. Normalmente são róseas. - Peça ao paciente para olhar para cima - Pressione com o polegar, a pálpebra inferior para baixo e observe a conjuntiva pedindo para olhar para cima e para baixo, respectivamente. - Peça para o paciente olhar para baixo. - Pince com o indicador e o polegar a pálpebra superior e com um cotonete tente invertê-la. b. ) Esclerótica: é a parte do globo ocular de cor branca ou amarelada em pessoas da raça negra. c. ) Córnea: é transparente e normalmente não tem vasos. Procure corpos estranhos, úlceras ou opacidade. d. ) Íris: estrutura circular com superfícies irregulares. e. ) Pupilas Comparar cada pupila em relação a: - Tamanho/diâmetro (midríase ≥ 6 mm ou miose ≤ 2 mm) - forma (arredondadas levemente ovóides) - igualdade (isocoria ou anisocoria) - reflexos : fotomotor ( reação à luz) consensual (contração pupilar de um lado pela estimulação luminosa do outro olho). 4 3.) Movimentos Oculares O exame dos movimentos oculares dá informações sobre os III, IV, VI pares de nervos cranianos. Peça ao paciente que olhe para frente e sem virar a cabeça para nenhum lado realizar os seguintes movimentos: - Olhar para esquerda - Olhar para cima e para baixo - Olhar para a direita - Olhar para cima e para baixo. 4.) Fundo de Olho Examina-se a retina através de um oftalmoscópio. Técnica - Coloque o paciente num quarto escuro. - A cabeça do paciente deve estar na mesma altura do que a do examinador. - Escolha um ponto (6 m mais ou menos) e peça para o paciente fixar o olhar neste ponto. - Examina o olho D levantando a pálpebra com o polegar da mão E, enquanto a palma da mão repousa na região frontal do mesmo. - Coloque o oftalmoscópio no seu olho E. - Dirija o foco de luz para a pupila do paciente. Verá um reflexo de cor amarelada ou avermelhada (retina reflete a luz). - Depois repita com o olho E - Pode – se observar: pupila (nervo óptico) Vasos (artéria e veias centrais) Os vasos não devem ser tortuosos, pois pode ser sinal de hipertensão. Cor dos vasos: vermelha acentuada (cor de cobre = hipertensão momentânea); (fio de prata = arteriosclerose, hipertensão crônica); (pontinhos vermelhos = diabetes) 5.) Acuidade Visual É a medida objetiva da capacidade de discriminar objetos à distância. Utiliza-se a carta de Snellen (escala optométrica). A acuidade visual se expressa como uma fração: - Numerador: uma constante indica a distância que se coloca a carta de Snellen (6m). - Denominador: é variável, distância de cada fila de letras. A avaliação da acuidade visual (AV) deve ser realizada tanto para perto quanto para longe. A avaliação da visão para longe, em geral, é feita através de escalas padronizadas, em geral, posicionadas a cerca de 3-6 metros do paciente (para a AV de perto, usa-se escalas menores). Ela permite identificar e quantificar perda s visuais, podendo, inclusive, sugerir determinadas condições patológicas (pacientes com perda da AV central podem se beneficiar de mudança de posição da cabeça). Preparo: O ambiente deve ter iluminação reduzida e o paciente deve retirar quaisquer lentes corretivas, permanecendo parado, com a cabeça alinhada ao eixo axial. Deve-se repetir o teste com lentes corretivas. Técnica: Deve-se testar um olho de cada vez. O paciente deve ler corretamente cada linha da escala, da esquerda para a direita e de cima para baixo. Caso a AV não possa ser quantificada por escalas, pode-se escalonar a avaliação através da capacidade de contar dedos a uma determinada distância, da percepção de movimentos de mãos e da percepção luminosa. 5 6.) Campimetria Exploração do campo visual do paciente. Técnica: - Situar-se frente a frente no mesmo plano dos olhos, distantes 1m. - Tapar o olho E com a mão E e vice-versa para observar até onde o paciente consegue enxergar o objeto mostrado. B2- NARIZ E SEIOS PARANASAIS NARIZ As fossas nasais são examinadas com espéculo nasal. Técnica: - Colocar o paciente sentado com a cabeça na altura do examinador. Utilizar a lanterna de bolso como fonte de luz. - Coloque o espéculo nasal e abra uma das narinas. - Repita a operação do outro lado. - Examina-se a presença de corpo estranho, secreções, cor da mucosa nasal,lesões, desvios, edema, etc. Inspeção Observa pele, volume e forma do nariz (convexo, côncavo, retilisco), movimento das asas do nariz, se presente. SEIOS PARANASAIS Palpação - Sustenta a cabeça com uma das mãos. - Palpe os seios maxilares exercendo pressão moderada com as polpas digitais dos dedos indicador e médio da outra mão. - Introduza os mesmos dedos abaixo das sobrancelhas acima do globo ocular para palpar os seios frontais. 3.3. LÁBIOS E BOCHECHAS 6 Analisa cor, características morfológicas, anomalias congênitas (Mais comum: lábio leporino), edema, herpes labial, lesões nas comissuras labiais (queilite), sangramentos. CAVIDADE BUCAL Retirar próteses dentárias, se necessário. Necessário: abaixador de língua e fonte de luz Técnica: Inspeção e Palpação Pede-se para o indivíduo abrir a boca Examina de fora para dentro, ajudando com o abaixador de língua. Condições normais: cor róseo-amarelado a. .) Língua: Observa-se as 3 posições: - língua em sua posição: repouso - língua para fora - língua tocando o palato (freio lingual) - posição, tamanho, cor umidade, superfície, textura, movimentos e presença de lesões. - LÍNGUA NORMAL: situa-se medianamente, é róseo-amarelada, levemente úmida, superfície rugosa. b .) Gengivas: observar cor consistência, lesões Normal: cor rósea c .) Dentes: Observar: número estado dos dentes, implantação, cor e higiene. N.º dentes no adulto: 2 pares incisivos; 1 par canino 2 pares de pré-molares e 3 pares de molares em cada metade (superior e inferior), somando 32 dentes. d .) Palato duro e mole, pilares anteriores e posteriores, amígdalas (Observar integridade e aspecto) e úvula. A palpação ocorrerá quando tiver alguma indicação pela inspeção. B-4. OUVIDOS: Pavilhão auditivo externo normal: implantação na mesma linha dos olhos. O exame do aparelho auditivo compõe de 2 partes: - Exame da orelha externa - Exame da orelha média e interna Exame da Orelha Externa - Inspecione o pavilhão auricular, canal auditivo externo. - É utilizado o otoscópio. Técnica: - Selecione um espéculo de calibre apropriado e adapte-o ao otoscópio. - Realize uma rápida inspeção do pavilhão auricular. - Tracione suavemente o pavilhão auricular para trás e para cima, no adulto, e para trás e para baixo, se for na criança (retifica o canal auditivo externo – CAE). - Sustenta o otoscópio com a outra mão e introduza suavemente no orifício externo, apoiando a mão contra o paciente para evitar movimentos bruscos. - Vá observando, à medida que introduz mais o otoscópio. - Quando avistar uma membrana (convexa) de cor branco-nacarado (tímpano), pare de introduzir e observe as estruturas da membrana timpânica: reflexo à luz, retrações, inflamações, perfurações, cicatrizes. - Peça ao paciente que realize a manobra de Valsalva que indica a permeabilidade da Tuba de Eustáquio. - Observar no canal externo: cerume, corpos estranhos, secreção, cor, lesões, edema na parede do CAE. - 7 Exame da Orelha Média Externa Examina-se a função de condução ou transmissão das ondas sonoras. Para isso utiliza-se: - Relógio - Voz sussurrada e falada - Provas de Rinne e Weber Relógio: afaste do ouvido o ruído do relógio que o indivíduo não possa mais ouvi-lo. Voz sussurrada e falada: indivíduo de pé com o lado a ser examinado virado para o examinador a uma distância de 40 cm (sussurro) e 50 cm (falada). O resultado é expresso em fração: denominador (distância que o som é ouvido por uma pessoa normal); numerador (distância que o som foi ouvido pelo indivíduo). Resultado normal: Relógio: 90 cm Voz falada: 50 cm Voz sussurrada: 40 cm 90 cm 50 cm 40 cm Prova de Weber: - Vibrar o diapasão - Colocá-lo verticalmente no ápice do crânio - Pedir ao indivíduo que assinale as vibrações transmitidas pelo crânio, se são ouvidas igualmente em ambos os ouvidos ou se há lateralização. Caso exista lateralização, pode ser: - Por alteração de condução do ouvido na qual ocorreu a lateralização. Causas: obstrução do CAE, lesão dos ossículos. - Pela percepção do som no ouvido contrário àquele na qual ocorreu a lateralização. Causa: lesão de 1 nervo auditivo. - Para saber qual das 2 situações está presente, realiza-se a Prova de Rinne. Prova de Rinne: - Colocar o diapasão vibrando sobre a apófise mastoidea direita. - Pedir ao indivíduo que informe quando não está mais escutando a vibração. - Mover o diapasão há uns 2 cm do orifício do CAE e pedir ao indivíduo que quando ele deixar de ouvir o ruído, é para ele avisar. - Avaliar o outro ouvido da mesma maneira. Percepção normal: condução aérea maior que a óssea. O indivíduo escuta a vibração pela via aérea depois que deixa de ouvir pela via óssea. Alteração na condução: indivíduo não escuta pela via aérea. Alteração na percepção: indivíduo não escuta em ambas as vias ou fica diminuída. Exame Físico do Pescoço Os pontos de referência são os músculos principais da região cervical (esternocleidomastoideo e o trapézio). Estes dividem o pescoço em: - Região Anterior - Região Lateral - Região Posterior O pescoço é uma parte do organismo que reúne grande quantidade de estruturas importantes em um pequeno espaço. Todo exame do pescoço deve incluir: 8 - Cadeias ganglionares - Traqueia - Mobilidade cervical - Vasos sanguíneos O pescoço normal tem uma forma cilíndrica, de contorno regular, grande mobilidade ativa e passiva que lhe permite executar movimentos de flexão, rotação e lateralização. As variações com relação a forma e o volume estão relacionadas com o biotipo do indivíduo. Inspeção e palpação - Forma e volume: alterações decorrem de aumentos da tireóide, de linfonodos, das parótidas e de tumores. - Posição: normal, segue o eixo da coluna. A alteração mais comum é o torcicolo (espasmo do músculo esternocleidomastóideo). - Mobilidade: movimentação ativa e passiva. Observar rigidez. - Turgência das jugulares: importante no diagnóstico de hipertensão venosa, um dos sinais de insuficiência ventricular direita. - Pele: procura-se, além do roteiro, verificar os sinais flogísticos e fístulas nas áreas dos linfonodos, glândulas salivares e outros. A única glândula salivar palpável é a submandibular. - Parótidas: palpáveis apenas se estiverem aumentadas de volume (caxumba). - Cadeias ganglionares: requer saber as posições anatômicas: occipitais, auriculares, parotidianas (pré e infra auricular), submaxilares, cervicais (profundas e superficiais), supraclaviculares. - Avalia-se: localização, tamanho ou volume, consistência, mobilidade, sensibilidade, alterações na pele. Tireoide: O exame é realizado primeiro com o examinador de frente e depois por trás do indivíduo. O indivíduo de estar sentado de modo que o seu pescoço fique na altura dos cotovelos do examinador, quando este estiver de pé. Pedir para o indivíduo fazer deglutições para verificar se a tireóide se eleva durante o ato. Exame de frente: são os polegares que palpam a glândula, enquanto os demais dedos apoiam-se nas regiões supra claviculares. O indivíduo inclina a cabeça p a direita (exame do lado direito) e vice-versa, com o indivíduo e o examinador em pé ou sentado. Exame por trás: confirma o que se realizou de frente. O indivíduo fica sentado e o examinador fica de pé atrás do indivíduo. Inclinar a cabeça do indivíduo, ligeiramente fletida, para o lado. As mãos e os dedos rodeiam o pescoço com os polegares fixos na nuca e as pontas dos indicadores e médios quase se tocam na parte mediana. O lobo direito é palpado pela mão esquerda, enquanto a mão direita afasta o músculo esternocleidomastóideo. O lado esquerdo é feito o contrário. Avalia-se: volume, consistência, mobilidade, aderência, superfície (lisa, modular, irregular), temperaturada pele, sensibilidade. Exame Físico do Tórax Exame físico geral: O exame físico do tórax tem como objetivo o estudo: das mamas, dos pulmões, do coração, do mediastino, da coluna vertebral. 1) Pontos de referência anatômica: - Ângulo de Louis (ou ângulo esternal): junção do manúbrio com o corpo do esterno (identifica o 2º espaço intercostal). Corresponde a bifurcação da traqueia. O ângulo esternal é facilmente sentida como uma pequena protuberância na parte superior do peito , e que marca a localização da segunda nervura . - Costelas e espaços intercostais: são referência para contagem das costelas. - Clavículas - Apêndice xifóide - Ângulo de Charpy (junção dos rebordos costais com o apêndice xifoide) 9 - Ângulo da escápula - Espinha da escápula: 7º vértebra cervical (apófise espinhosa): termina coluna cervical e inicia a torácica. - Rebordas costais: ponto de referência tóraco-abdominal – acaba reg. torácica e começa a reg. abdominal, onde localiza-se o diafragma. - Fúrcula esternal: entrada entre as mamas. http://www.utsouthwestern.edu/life-at/med-talks/angle-of-louis-more-than-meets-the-eye.html https://www.google.com.br/search?q=carta+de+snellen+interpreta%C3%A7%C3%A3o&biw=1366&bih=659&tbm=isch&imgil=sLQlRb0ya_tCOM%253A%253B2exWP4lROj09vM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.aspiras.com.br%25252Fgroup%252 52Fsegundafase%25252Fforum%25252Ftopics%25252Fteste-de-acuidade-visual&source=iu&pf=m&fir=sLQlRb0ya_tCOM%253A%252C2exWP4lROj09vM%252C_&usg=__S- o4yS2bZPHyXQwwU_KffyWjX5c%3D&dpr=1&ved=0ahUKEwiO0PrI8oDOAhUCjpAKHTbDCb8QyjcINQ&ei=cdSOV87TFYKcwgS2hqf4Cw#tbm=isch&q=angulo+de+charpy&imgrc=_ 2) Linhas torácicas: - Hemiclavicular D e E - Axilar (ântero, médio, posterior) - Paraesternal 3) Regiões torácicas A principal importância da divisão do tórax em regiões é que estas servem para a descrição topográfica dos achados do exame físico. Regiões: escapulovertebral, infra/supra mamária, infra/supra clavicular. http://www.utsouthwestern.edu/life-at/med-talks/angle-of-louis-more-than-meets-the-eye.html 10 Inspeção do tórax Estátic: Realiza-se uma observação comparativa do hemitórax seguindo uma ordem: anterior, lateral, posterior. Com o indivíduo sentado, observa-se os seguintes pontos: - Simetria: estado da pele, músculos, gânglios. - Diâmetro: ântero-posterior (AP) menor que o diâmetro transverso (DT) – depende do biotipo. Tipos patológicos de tórax - Tórax em Tonel - Tórax em peito de Pombo (defeito congênito) - Tórax em Funil (defeito congênito) - Tórax chato (defeito congênito ou em doenças caquetizantes) - Tórax em sino (ascites e hepatoesplenomegalias) - Tórax cifoescoliótico ou escoliótico (congênito ou adquirido) Deformações da caixa torácica: - Abaulamentos unilaterais: derrame pleural, escoliose acentuada, pneumotórax, etc. - Abaulamentos localizados: hipertrofia cardíaca, fraturas, tumores, etc. - Retrações (modificações da própria pele ou do músculo devido tumores, etc) Exame das mamas Deve ser feito de rotina, principalmente na mulher. Geralmente, as mamas apresentam grandes variações quanto ao tamanho, forma e simetria. A superfície é lisa e a rede venosa é visível. O mamilo é localizado no centro da aréola. 11 Autoexame das mamas 12 Inspeção: Estática: simetria, trofismo, dimensões, formas → mamas e aréolas. Dinâmica: movimentos dos músculos e manobras para as mamas pendentes, presença de alterações da superfície (depressões, abaulamentos, retrações). Técnica: a indivíduo fica desnudada até a cintura e senta em posição ereta ou em pé; com os braços caídos ao longo do corpo ou as mãos descansando sobre as pernas. Depois peça que ela levante os braços por cima da cabeça. Examina-se: volume (aumento bilateral, aumento unilateral, diminuição bilateral, diminuição unilateral). Observar: - Pele: sinais inflamatórios - Mamilo e aréolas: nível dos mamilos ou alterações da pele. Palpação: Coloque o indivíduo em posição deitado; coloque um pequeno travesseiro sob o ombro do lado que está sendo examinado; coloque os braços do indivíduo ao longo do corpo. Global: mão espalmada; toma-se a mama por inteiro; serve para evidenciar tumores de maior diâmetro. Sentido: face palmar dos dedos juntos, percorrendo toda a mama, no sentido dos ponteiros do relógio, de forma circular. Repita com os braços atrás da cabeça. Pesquisa: - Temperatura - Sensibilidade - Consistência - Nódulos Expressão dos mamilos: se houver secreção: analisar a cor, consistência, odor, presença de sangue e pus. Os exames das mamas devem ser evitados próximo ao ciclo menstrual. Exame dos linfonodos: palpa-se a axila, regiões infraclaviculares, supraclaviculares e laterais do pescoço. Exame dos pulmões Projeção dos limites pulmonares na parede do tórax: localização dos lobos pulmonares pela parede torácica. Inspeção dinâmica: realiza-se na seguinte ordem: - Frequência respiratória: de acordo com a idade. - Tipo respiratório: posição ortostática e em repouso, diferença entre respiração da mulher e do homem já está superado. - Ritmo: normal (alternância regular entre movimentos inspiratórios e expiratórios) e o patológico (Cheyne Stokes, Kussmaul, Biot). - Expansibilidade torácica: diminuição bilateral, diminuição unilateral, aumento da expansibilidade. - Tiragem: é a retração inspiratória dos espaços intercostais (anterior, posterior e laterais). - Abaulamento expiratório: fossa supraclavicular. - Músculos da respiração: esternocleidomastóideo, diafragma, trapézio e intercostais. - Uso dos músculos acessórios: utilização dos esternocleidomastoideos e escalenos. - Sinal de ancoragem: paciente sentado, com os braços apoiados na beira do leito, ao lado do tórax. - Tempo expiratório forçado: o indivíduo prolonga a expiração ao mesmo tempo que aperta os lábios, deixando apenas uma pequena fenda central (posição de assovio). Palpação: 13 Investiga-se: - Expansibilidade torácica: faces posterior, anterior e laterais do tórax. a) Manobra de Ruault: para os ápices pulmonares (posterior). Mãos colocadas nas fossas supraclaviculares e dos dedos polegares unindo formando um ângulo. Normal: inspiração profunda observa-se elevação das 2 mãos. b) Manobra para parte média e base do tórax: as 2 mãos “abarcam” cada hemitórax, com os polegares unindo na região central. Observar um afastamento dos polegares (3-4 cm) com simetria. - Toracometria: medida do perímetro torácico na altura dos mamilos em inspiração e expiração (diferença das duas deve ser de 6-8 cm). - Vibrações: a) Frêmito toracovocal (FTV): palpação ritmada com a palma da mão e dedos enquanto o indivíduo repete 33 a cada mudança de posição da mão> Zona de maior vibração: região interescapulovertebral, infraclavicular, porções inferiores e laterais do tórax. Hemitórax direito: FTV mais intenso que o esquerdo. b) Frêmito brônquico c) Frêmito pleural (atrito pleural) d) Crepitações do enfisema subcutâneo e) Pulsações torácicas anormais. Observação: a intensidade pode sofrer variações. Em mulher pode ser mais fraco pelo timbre de voz, em pessoas com parede torácica espessa por hipertrofia muscular ou aumento do panículo adiposo e os que possuem voz débil. Percussão: - Dígito-digital: indivíduo sentado ou em pé. Percutir face anterior, posterior e laterais do tórax. - Som normal: claro, atimpânico ou claro pulmonar. 14 - Som anormal: timpânico (cheio de líquido ou ar dentro dos pulmões), hipersonoridade, submacicez, macicez. Ausculta: Faz-se a ausculta do tórax estando o paciente sentado com o tórax descoberto. Solicite ao indivíduo que respire mais profundamente com os lábios entreabertos. Sons normais:o trânsito de ar pelo trato respiratório na inspiração é capaz de produzir 3 tipos de sons normais da respiração. - Som bronquial: só é audível se colocar o estetoscópio no pescoço ao nível da traquéia. É um ruído intenso (como se assoprasse dentro de um tubo). Fase inspiratória dura a metade da expiratória. - Som bronquiovesicular: é uma combinação do som traqueal ou bronquial e murmúrio vesicular, na área de projeção da traquéia e brônquios maiores. Igual intensidade me ambas as fases do ciclo respiratório. É auscultado nas regiões supraclaviculares, paraesternal superior e interescapular (nas regiões apicais dos pulmões). 15 - Som vesicular ou murmúrio vesicular (MV): é produzido pela turbulência do ar ao entrar nos bronquíolos e alvéolos. É um som de tom baixo, mas intenso e de maior duração na inspiração que na expiração (quase não se ouve). Se ausculta em todos os campos pulmonares. Sons anormais ou adventícios: 1- Sons descontínuos e explosivos: estertores ou crepitações 2- Sons contínuos e musicais: roncos (frequência diminuída, graves, aparece tanto na inspiração quanto na expiração, mas predomina-se na expiração) e sibilos (frequência aumentada, agudo, disseminado por todo o tórax). Fonte: JARVIS, 2002, p.442. 16 Exame do Coração É necessário ver a projeção do coração e os grandes vasos da base na parede torácica. - Borda direita: veia cava superior e o átrio direito (borda esternal direita). - Borda esquerda: aorta, artéria pulmonar e ventrículo esquerdo (borda esternal esquerda). Inspeção e Palpação: São realizados simultaneamente. O paciente deve estar em decúbito dorsal e o examinador do lado direito. Investiga-se: - Abaulamentos - Depressões - Achatamentos precordiais - Análise do ictus cordis ou ponto de impulso máximo (PIM): varia de acordo com o biotipo. 17 O ictus cordis localiza-se no cruzamento da linha média clavicular E com o 4º ou 5ºespaços intercostal. Pode ser verificado com o indivíduo com a cabeceira ligeiramente elevada, em decúbito ligeiramente lateral para E; sentado com os MMII apoiados; sentado com os MMII pendentes. A variação da localização do ictus cordis pode ser: fisiológica ou patológica. - Fisiológica: a) Normolíneos: 4º espaço intercostal E (6-10 cm da linha médio esternal - LME). b) Brevilíneos: 4º espaço intercostal E (mais de 8 cm da linha médio esternal). c) Longilíneos; 5º espaço intercostal E (menos de 8 cm da linha médio esternal). - Patológicas: a) Hipertrofia de ventrículo esquerdo: ictus exagerado em amplitude como em duração. Deslocado para baixo º ou 7º espaço intercostal E e fora da LME, em direção à linha axilar. Percebe-se os batimentos observando a pele naquele local. b) Hipertrofia de ventrículo direito: ictus na região paraesternal baixa, 3º e 4º espaços intercostais E, junto ao bordo esternal. c) Derrame pleural ou grande pneumotórax: ictus se desloca para o lado oposto ao processo patológico. Ausculta: A ausculta cardíaca deve ser feita com o indivíduo em várias posições: deitado em decúbito lateral, sentado e em pé. Focos de ausculta; - Foco Mitral (FM): na sede do ictus. - Foco Aórtico (FAo): no 2º espaço intercostal à D, na linha paraesternal. - Foco Pulmonar (FP): no 2º espaço intercostal à E, na linha paraesternal. - Foco Tricúspide (FT): na base do apêndice xifóide. OBS.: os focos de ausculta servem como ponto de referência, sendo necessário auscultar todo o precórdio e regiões circunvizinhas. Na ausculta devemos observar: - Ritmo: classificado-o em regular ou irregular. - Frequência: n.º de batimentos cardíacos em 1 minuto. OBS.: tem importância a contagem simultânea do pulso apical e do radial, pois em determinadas patologias poderá haver variações de um pulso para outro. - Bulhas cardíacas: a) 1ª bulha: corresponde ao fechamento das valvas mitral e tricúspide. Coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo, timbre mais grave e o tempo de duração um pouco maior que o da 2ª bulha (melhor ouvida no foco mitral). b) 2ª bulha: corresponde ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar, timbre mais agudo, duração menor que a 1ª bulha (melhor ouvida nos FAo e FP). Para imitar a 1ª bulha usamos a expressão onomatopéica TUM e para a 2ª bulha, TÁ. Arritmias cardíacas: alteração no ritmo e Frequência cardíacos ambos. 18 Exame da Coluna Vertebral: Inspeção e Palpação: Coluna vertebral divide-se em: - Cervical - Torácica - Lombossacra Técnica: - Indivíduo em posição supina com os pés levemente separados e com os MMSS paralelos ao corpo. - Observar: - face anterior; - face lateral (lordose cervical, cifose dorsal e lordose lombar); - face posterior (linha dos ombros, pontas escapulares, cristas ilíacas, pregas glúteas e poplíteas. Depois imagina-se uma linha vertical ligando as apófises espinhosas seguindo a linha interglútea). Exame do Abdome: Inspeção, Ausculta, Percussão e Palpação Devemos reconhecer alguns pontos de referência anatômicos: - rebordo costal - crista ilíaca - prega inguinal Divisão do abdome: - Necessidade de estabelecer os limites entre o abdome e o tórax e entre o abdome e a pelve. - Limite superior da cavidade abdominal: linha que passa pela junção xifoesternal e pela apófise espinhosa da 7ª vértebra dorsal. - Limite inferior (limite entre a cavidade abdominal e a pelve): corresponde a uma linha que passa pela apófise espinhosa da 4ª vértebra lombar, cristas ilíacas e sínfise púbica. - Divisão do abdome em quadrantes: - Quadrante superior direito - Quadrante superior esquerdo - Quadrante inferior direito - Quadrante inferior esquerdo 19 - Divisão do abdome em 9 regiões: a) Traçam 2 linhas horizontais à linha bicostal e a linha bi-ilíaca. b) Traçam-se 2 linhas curvas que acompanham as rebordas costais à partir da base do apêndice xifóide até as linhas axilares médias. c) Traçam-se 2 linhas ligeiramente oblíquas, uma de cada lado do abdome, próximas às linhas hemiclaviculares. d) Temos assim 9 regiões do abdome, que são: - Hipocôndrio direito - Epigástrico - Hipocôndrio esquerdo - Flanco direito - Mesogástrico ou região umbilical - Flanco esquerdo - Hipogástrico - Fossa ilíaca direita ou região inguinal direita - Fossa ilíaca esquerda ou região inguinal esquerda Inspeção: Na inspeção abdominal devem ser investigados: a) Forma e volume normal: plano e simétrico – varia com a idade, com o sexo e com o estado nutricional do indivíduo. Alterações na forma e volume: - Abdome globoso: há aumento em todas as direções; não altera a forma conforme sua posição. - Abdome em batráquio: quando deitado, o abdome pende para o lado; o líquido tende a se acumular nas partes mais baixas, mudando a forma do abdome; conforme a posição do paciente pode alterar a forma da cicatriz umbilical (saliente, protuberante). - Abdome em avental: consequência do acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal. - Abdome escavado: há um espasmo tônico dos músculos parietais (desaparecimento do panículo adiposo, diarreias, vômitos acentuados). 20 b) Abaulamentos localizados: - Distensão dos segmentos do tubo digestivo - Visceromegalias acentuadas - Tumores, hérnias, etc. c) Características da pele: - Cicatrizes gravídicas, de ascite, de obesidade, etc ocorre devido a ruptura das fibras elásticas da derme. - Manchas d) Pelos: irsutismo (presença exacerbada de pelos) e) Movimentos: podem ser encontrados: - Movimentos respiratórios - Pulsações: aorta abdominal, aneurisma da aorta abdominal. - Movimentos peristálticos visíveis: indicam obstrução em algum segmento do tubo digestivo. f) Cicatriz umbilical: - Protusão - Deslocamento para cima, para baixo ou para o lado - Tumorações: inflamatórias, neoplásicas, hérnias. -Coloração azul ou azul-amarelada ao redor da cicatriz umbilical: hemorragia intra ou retroperitoneal ou rotura de gravidez tubária. g) Manobra de Valsalva (da tosse/do assopro): provoca protuberância nas hérnias abdominais, dor em área com processos irritativos peritoneais. Palpação: Pontos básicos: 1) Ver onde há dor, se houver o processo de palpação inicia-se pelo lado contrário ao da dor. 2) Realizar inicialmente a palpação superficial. 3) Aproveitar a fase inspiratória para aprofundar mais na palpação. 4) Distrair a atenção do indivíduo, relaxá-lo. 5) Observar suas reações 6) Verificar sensibilidade, mobilidade, consistência dos órgãos. 7) Seguir uma ordem ao palpar. Palpação superficial: Compreende: Parede abdominal: observa-se a espessura, pesquisa-se o tecido celular subcutâneo entre o polegar e o indicador (turgor). - Se aumentada: adiposidade, edema - Se diminuída: desnutrição, desidratação - Se aumentos repetitivos do abdome: parede abdominal fica flácida. - Tensão da parede: mão apoiada sobre o abdome, em sentido longitudinal e sente-se a resistência com os dedos. - Causa de aumento: - Intra-abdominal: acúmulo de gases, de líquidos, grandes massas, etc. - Parietais: aumento voluntário, irritação peritoneal - Reflexos somáticos: mãos frias, cócegas. Soluções de continuidade da parede: - Observar herniações que passaram desapercebidas pela inspeção. Abaulamento da parede: podem ser da própria parede ou por tumor intra-abdominal. Sensibilidade: - Tátil - Dolorosa - A localização e a irradiação da dor são características fundamentais, havendo estreita relação entre o local da dor e a víscera ali projetada. 21 Palpação profunda: Segue-se a palpação superficial aumentando gradativamente a pressão exercida pela mão que palpa. É empregada para as vísceras, para massas palpáveis ou tumores. 1) Ao encontrar um tumor deve-se observar tais características: - Localização: usa-se as regiões abdominais - Volume - Forma: os malignos são geralmente irregulares; os benignos são mais regulares. - Consistência: os malignos são geralmente mais duros - Sensibilidade: os malignos são geralmente indolores, tornando-se dolorosos quando são alvos de necrose tecidual. - Mobilidade: móveis fixos. 2) Sinais de irritabilidade peritoneal: - Sinal de Blumberg ou descompressão dolorosa: realizado no ponto de Mc Burney (traçado uma linha que liga a cicatriz umbilical com a espinha ilíaca ântero-superior. Divide-se esta linha em 3 partes, sendo o ponto referido o local que corresponde ao encontro do terço médio com o terço distal da linha), pode ser utilizada em várias afecções peritoneais. Faz-se uma pressão lenta e enérgica deprimindo a parede abdominal, depois retira-se a mão subitamente. Se houver inflamação do peritônio, o indivíduo sentirá uma dor mais ou menos intensa. 3) Exame dos órgãos: a) Estômago: normalmente é difícil sua palpação. Normalmente indolor e quando há hipersensibilidade deve- se suspeitar de afecção gástrica. b) Ceco e apêndice vermiforme: o ceco é um tubo cilíndrico mole e pode produzir ruídos hidroaéreos (RHA) à palpação. O apêndice normal é de difícil palpação. Sensibilidade: é normalmente indolor. Os pontos de Mc Burney: parte média da linha que une a cicatriz umbilical e a espinha ilíaca antero-superior direita. - Ponto de Monro: um dedo abaixo do ponto de Mc Burney - Ponto de Morris: metade da linha de Mc Burney até o umbigo. 22 Sinal de Rovsing: é a mobilização dos gases para o ceco provocando dor. Faz-se movimento contrário ao peristaltismo, da esquerda para direita. Sinal de Rovsing c) Reto: toque retal. Examina-se ânus e reto. d) Fígado: projeção do fígado: - Limite superior: 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular direita. - Limite inferior: rebordo costal, pode ser palpável normalmente a 2 cm do RCD na linha hemiclavicular (inspiração profunda) e a 4-6 cm do apêndice xifóide. Na infância, normalmente é palpável até 6 cm do RCD na linha hemiclavicular direita. Técnica: 1) Palpação simples e bimanual: inicia-se pela região mais baixa do abdome, ascendendo progressivamente e pede-se que o indivíduo respire mais ou menos profundamente, de preferência com a boca entreaberta. 2) Palpação em garra (método de Mathieu): unem-se as duas mãos e os dedos ligeiramente flexionados, em garra. Estas são deslizadas, deprimindo-se um pouco a parede abdominal da fossa ilíaca direita em direção ao rebordo costal direito, enquanto o indivíduo respira profundamente. https://www.google.com.br/search?q=m%C3%A9todo+de+mathieu+palpa%C3%A7%C3%A3o&hl=pt&biw=1366&bih=643&site=webhp&source=lnms&tbm= isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI4LfzjYKfxwIVyyKQCh050whD#imgrc=KNPzLp3jZVciSM%3A Observar: forma/ borda/ consistência/ sensibilidade/ mobilidade. e) Baço: no adulto, normalmente não é palpável. Só é palpável se o seu volume for 3 vezes maior que o normal. No recém-nato, pode ser palpado. Técnica: - Palpação em decúbito dorsal - Posição de Schuster: Posição intermediária entre o decúbito dorsal e o decúbito lateral direito. Serve à palpação do baço. https://www.google.com.br/search?q=m%C3%A9todo+de+mathieu+palpa%C3%A7%C3%A3o&hl=pt&biw=1366&bih=643&site=webhp&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI4LfzjYKfxwIVyyKQCh050whD#imgrc=KNPzLp3jZVciSM%3A https://www.google.com.br/search?q=m%C3%A9todo+de+mathieu+palpa%C3%A7%C3%A3o&hl=pt&biw=1366&bih=643&site=webhp&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMI4LfzjYKfxwIVyyKQCh050whD#imgrc=KNPzLp3jZVciSM%3A 23 f) Rins: muito difícil de palpar. Sinal de Giordano: dor aguda e profunda provocada pela percussão lombar na área correspondente ao rim. Realizada pela punho-percussão. A punho-percussão dolorosa = Sinal de Giordano positivo. Percussão - Timpânico: no abdome o som predominante, próprio das vísceras ocas. Variará o timpanismo conforme o tamanho das vísceras, a quantidade de sólidos, líquidos e gases. - Maciço: será encontrado normalmente em vísceras sólidas, ocas repletas de líquidos ou fezes e na contratura acentuada da parede. O hipertimpanismo será encontrado nas distensões das alças intestinais (gases) e no pneumoperitônio. Palpação Ausculta-se sempre nos 4 quadrantes, um mínimo de 15 segundos em cada. - Ruídos peristálticos: ruídos hidroaéreos - o normal é auscultar 5 ruídos peristálticos por minuto. Se o indivíduo estiver alimentado, este ruído será maior. É melhor usar o diafragma do estetoscópio. Os RHA podem estar aumentados, diminuídos ou ausentes. - Atritos: principalmente quando existe uma neoplasia benigna. - Batimentos cardiofetais. OUTROS Sinal de Murphy: Ao comprimir o rebordo costal direito no ponto cístico e pedir para o paciente inspirar este suspende a inspiração devido à dor – para investigação de colecistite aguda. Regra de Curvoisier: Vesícula grande e palpável e presença de icterícia colestástica é indicativo de compressão do ducto colédoco por tumor por tumor da cabeça do pâncreas ou da papila duodenal. Espaço de Traube: Espaço semilunar do sexto ao décimo primeiro espaço intercostal. Na verdade, tem limitação imprecisa. Trata-se de área onde normalmente se encontra o fundo do estômago e tem som timpânico à percussão. Macicez ou submacicez são indicativos de que o estômago foi deslocado por esplenomegalia, tumor peritoneal ou retroperitonial, pseudocisto, tumor pancreático ou hepatomegalia importante. Sinal de Jobert: Timpanismo na região da linha hemiclavicular direita onde normalmente se encontra a macicez hepática. Geralmente indica pneumoperitônio. Sinal de Grey Turner: Equimoses nos flancos do paciente. Geralmente é indicativo de pancreatite aguda (pancreatite aguda necrohemorrágica). Sinal de Cullen: Trata-se do surgimento de equimoses periumbilicais de coloração azulada ou preta. Devem-sea hemorragia intraperitoneal e são geralmente indicativas de ruptura em gravidez ectópica ou pancreatite aguda. Sinal do Piparote ou Sinal de onda líquida é um sinal indicativo de ascite. Um impulso percebido através da transmissão pelo líquido acumulado, através de uma percussão em um dos flancos. Para realizar o procedimento pede-se para o paciente (ou outra pessoa) colocar a mão na linha mediana do abdômen (apoiar com certa firmeza - não apoiando a palma, mas sim a lateral da mão esticada na linha mediana) e então realiza-se a percussão em um dos lados do abdômen. Observa-se se há transmissão de onda de líquido para o lado oposto do abdômen. Caso haja prosseguimento da onda para o lado oposto do abdômen o sinal é considerado positivo. 24 Exame Retoanal Inspeção e Palpação Para finalizar faz-se o exame proctológico. - Região anal e perianal - Toque retal Técnica: - Pede para o indivíduo ficar em posição de litotomia, examinar o ânus com uma polpa digital, com as mãos protegidos por luvas de procedimento. A pele perianal tem coloração mais escurecida/pigmentada. Procurar lesões de pele, hemorróidas, fissuras, etc. Peça para o indivíduo “fazer força para baixo” para exteriorizar hemorróidas internas ocultas. - Realizar o toque retal (10 cm da borda anal). Observa-se o tônus do esfíncter anal, sensibilidade, secreções, fecaloma, etc. Exame da Genitália Feminina Inspeção, Palpação, Percussão e Ausculta. O exame da genitália feminina é realizado pela inspeção, palpação, percussão e ausculta, sendo que as últimas técnicas oferecem poucas informações, exceto na presença de gestação. Posição de preferência: ginecológica O examinador senta-se em frente aos genitais do indivíduo. Inspeção - Observa-se a distribuição de pêlos pubianos, vulva, presença ou não de lesões. Afasta-se os grandes e pequenos lábios com o polegar e o indicador de modo a expor completamente o vestíbulo. - Observa-se; coloração, trofismo, presença ou ausência de hiperemia dos orifícios glandulares, integridade do hímen ou presença de carúnculos himenais. Peça à indivíduo que tussa enquanto observa-se o orifício uretral, para ver se há eliminação de urina aos esforços. - Passa-se aos exames dos órgãos internos e para isso é necessário o uso do espéculo vaginal, que afastará as paredes da vagina, permitindo a visualização do colo do útero e da vagina. Pode-se colher material do colo do útero e também da vagina quando há presença de secreções, ou rotineiramente, para prevenção do câncer uterino. Palpação - Realizada em seguida da inspeção paras se determinar o tamanho, formato, localização e sensibilidade dos órgãos internos. A mão do examinador deve estar enluvada e a bexiga da indivíduo, vazia. - É realizada com o dedo indicador e médio, que são suavemente introduzidos pela vagina. Com os dedos introduzidos até a metade da vagina, a 1ª estrutura a ser palpada é o períneo. - Observa-se a tonicidade e se há ruturas ou lacerações. Penetrando mais os dedos, palpa-se o colo uterino, investigando sua consistência e formato. - Em seguida, passa-se para a palpação combinada ou bimanual. Neste ato, a outra mão é repousada sobre o abdome para auxiliar a mão que está introduzida na vagina, procurando prender o útero entre ambas. Com isso, é possível avaliar a forma, posição, volume, superfície, relação com os órgãos vizinhos, presença ou ausência de aderência. Os anexos são palpados da mesma forma. - Observações: o toque retal é indicado para indivíduos virgens, com vaginite aguda, estenose vaginal, complemento da exploração em casos de câncer do colo e da vagina. Exame da Genitália Masculina Inspeção e Palpação 25 Este exame acontece logo após o exame do abdome, incluindo as regiões inguinais. (linfonodos, região perineal e pélvica). Pênis: Com o paciente deitado: - Examina-se os pêlos pubianos e o pênis com e sem o prepúcio retraído, integridade da pele, lesões, ulcerações, fimose, parafimose, hipospádia, epispádia. - Exame das regiões inguinais. Testículos: examina-se o saco escrotal à procura da celulite, edema, ulcerações, tumores, varizes, furúnculos, micoses, etc. Pode pedir ao indivíduo para contrair a musculatura abdominal, com a finalidade de evidenciar hérnias inguino-escrotais. - Edema de testículos: Na palpação verifica-se sensibilidade dolorosa, pesquisa de hérnia inguinal, criptorquidia (uni ou bilateral), nódulos, presença de massa tumoral, expressão da uretra. Nos pacientes com aumento bolsa escrotal realiza-se a transiluminação desta região. Técnica: - É realizado, incidindo um feixe de luz de uma lanterna sobre a bolsa escrotal, observando o lado oposto. - Hidrocele: transiluminação positiva - Hematocele, tumor testicular e hérnia inguino-escrotal: transiluminação negativa. Próstata e vesícula seminal: examinadas durante toque retal A próstata é palpada sobre a superfície ventral da parede retal. Analisa os seguintes dados: - Volume: 3-4 cm de diâmetro no adulto - Limites: nítidos - Consistência: elástico-cartilaginosa - Sensibilidade: indolor O denominador “prostatismo” é decorrente de hiperplasia benigna da próstata, consiste em fenômenos urinários irritativos (disúria, polaciúria, estrangúria) associados à diminuição da força do jato urinário. Exame dos Membros: Membros Superiores: Inspeção, Palpação e Percussão Articulações: - Forma - Volume - Posição das estruturas - Alteração das massas musculares - Presença de sinais inflamatórios - Crepitações - Estalidos - Movimentação - Tumefação - Edema - Cortes - Contusões - Deformidades (podem surgir nas luxações, nos processos degenerativos, tumores, etc) - Distribuição de pêlos 26 - Cicatrizes - Manchas ou máculas - Coloração (isquemia / cianose / perfusão) - Tipos de unhas - Dedos / Polidactilia / Sindactilia Palpação - Mobilidade ativa: analisar todos os movimentos que uma articulação pode efetuar. Apresentará dor nos locais com processo inflamatório, nas luxações, etc. - Mobilidade passiva: útil na pesquisa das crepitações. - Pulsos radial e braquial - Textura da pele - Turgor - Temperatura (hipertermia regional nas articulações) - Sensibilidade Observação: exame da sensibilidade - Paciente com os olhos vendados ou paciente olhando para o lado oposto daquele que examinar. 1. Sensibilidade dolorosa: verifica-se por meio de picada de alfinetes na pele do membro. O indivíduo atento responderá se sente ou não o contato. 2. Sensibilidade tátil: tocando muito levemente a superfície cutânea com um chumaço de algodão sem fazer nenhuma pressão. 3. Sensibilidade térmica: utiliza-se dois tubos de ensaio, um com água fria e outro com água quente; toca-se a pele do indivíduo indagando-o o que ele sente. - Tumores - Pesquisa de pontos dolorosos - Rede venosa - Pesquisa de força muscular Percussão Reflexos dos membros superiores: - Reflexo bicipital (indivíduo sentado ou em pé) - O examinador percute o próprio polegar colocado sobre o tendão do bíceps do paciente, estando o antebraço do mesmo em semiflexão sobre o braço. - Reflexo tricipital - A percussão do tendão do tríceps acima do olécrano, estando o braço em semiflexão, provoca extensão do antebraço. Membros Inferiores Inspeção: Segue-se o esquema dos membros superiores e observa-se também as varizes e o tipo de marcha. Palpação: Com o indivíduo deitado, avalia-se: - Musculatura (tônus muscular) - Edema Seu grau de infiltração é informado, na prática, por intermédio de cruzes + a ++++, subjetivamente. Deve ser palpado de encontro a uma estrutura resistente como a tíbia. Se visualizado uma depressão nesse local é denominado Sinal de Cacifo ou Sinal de Godet. - Pulso poplíteo - Pulso da artéria pediosa - Textura - Mobilidade 27 - Temperatura - Pesquisada força muscular Percussão: Reflexos: a) Patelar ou rotuliano: A percussão do tendão da rótula provoca extensão da perna. O indivíduo deverá estar sentado com as pernas pendentes. b) Plantar: O estímulo da região plantar, por intermédio de um material pontiagudo, é realizado do calcâneo para cima e pela borda externa do pé, provocando a flexão plantar do grande artelho. Sinal de Babinski: quando o reflexo da região plantar realiza extensão e não reflexão do grande artelho. c) Aquileu ou aquiliano: A percussão do tendão de Aquiles provoca flexão plantar do pé. Exame Neurológico Analisa-se 1) Motricidade: examina-se dedos das mãos (flexão, extensão, adução, abdução, aperto); erguer, estender, fletir as pernas e pés; Sinal de Mingazzini: colocar o indivíduo em decúbito dorsal, pedir a ele para levantar os MMII em flexão, sem os joelhos tocarem -se, de modo que a coxa forme um ângulo de 90° com o tronco e a perna forme um ângulo de 90° com a coxa. Sinal de Barré: coloca-se o indivíduo em decúbito ventral, com as pernas fletidas formando um ângulo de 90° com as coxas. Pede-se para ficar algum tempo assim. 2) Tônus muscular: realiza-se a inspeção, palpação e movimentos passivos. 3) Movimentos involuntários 4) Sensibilidade: É observado através da: Dor, Temperatura, Tato leve, Vibração, Posição, Tato fino. 28 29 5) Reflexos 6) Equilíbrio, Coordenação e Marcha • Equilíbrio é a condição do sistema físico no qual as forças que agem sobre ele não causam qualquer mudança em seu estado, postura ou posição; • Coordenação: Capacidade de conjugar o movimento de músculos e articulações com as ordens do cérebro nos movimentos complexos; • Marcha: Capacidade do indivíduo caminhar em linha reta dentro de uma ritmidade. Coordenação motora Na avaliação deve ser considerada a capacidade de realizar as atividades da vida diária do paciente como: escovar os cabelos; amarrar os sapatos, etc. Alguns testes podem ser usados para avaliá-la. - Prova dedo-nariz: peça para a pessoa fechar os olhos e estender os braços em seguida peça para ela tocar a ponta do próprio nariz com cada dedo indicador, alternando as mãos e aumentando a velocidade; Com os olhos da pessoa abertos peça que ela use o dedo indicador para tocar o seu dedo, depois o nariz dela, depois de algumas vezes mova seu dedo para um ponto diferente. Anormalidades: Dismetria – movimento desajeitado em que há ultrapassagem do ponto desejado. 30 - Prova calcâneo-joelho: Peça ao paciente para fechar os olhos e colocar o calcanhar de um pé sobre o joelho do outro membro inferior, em um movimento suave, e, em seguida, peça para o paciente deslizar o calcanhar para baixo na parte frontal da perna em direção ao pé. Avalie se o paciente tem hipermetria ou ataxia, em outras palavras, se o calcanhar não consegue realizara este trajeto e “cai” repetidamente fora do joelho (hipermetria) e se isso se mantém ao deslizar o pé ao longo da perna (ataxia) e, ao invés de manter contato constante. Se você detectar hipermetria e ataxia, peça ao paciente para repetir a tarefa com os olhos abertos. Sempre compare esquerda e direita. https://simbrazil.mediviewprojects.org/index.php/coordenacao-e-diadococinesia - Prova de Movimentos Alternados Rápidos (MAR): peça a pessoa para dar palmadas nos joelhos com ambas as mãos, levantá-las, virar as mãos e bater nos joelhos com o dorso das mãos, peça então que a pessoa vá aumentando a velocidade. Anormalidades: Falta de coordenação. Marcha ou equilíbrio dinâmico (de olhos abertos e fechados) O examinador deve observar a postura, o equilíbrio, a coordenação, o balançar dos braços, o movimento das pernas e a posição dos pés. Esta observação testa a integração entre os sistemas motor, sensitivo, cerebelar e músculo-esquelético. Teste de marcha: A pessoa deve caminhar em linha reta com um pé atrás do outro. “Fila Indiana” https://simbrazil.mediviewprojects.org/index.php/coordenacao-e-diadococinesia 31 Exemplos de Marchas patológicas Equilíbrio estático - Prova de Romberg: usado para testar o equilíbrio estático. A pessoa deve ficar em pé, em posição ereta e permanecer assim durante 20 segundos de olhos fechados. Observar se o paciente é capaz de manter a postura. Prova de Romberg Reflexos: 7) Sinais meningorradiculares: - Rigidez de nuca - Prova de Brudzinski: colocar o indivíduo em posição ortostática, pernas pendentes. Observa-se a mobilidade e a musculatura do pescoço. Este sinal é característico de síndromes meníngeas. - Prova de Lasegue: em posição de decúbito dorsal, fletir as pernas do indivíduo para cima. - Prova de Kernig: deitado em decúbito dorsal, eleva a perna e leva esta até o abdome. 32 8) Avaliação dos nervos cranianos 12 pares de nervos cranianos I. nervo olfatório II. nervo óptico III. nervo ocular IV. nervo troclear V. nervo trigêmeo VI. nervo abducente VII. nervo facial VIII. nervo vestíbulo-coclear IX. nervo glossofaríngeo X. nervo vago XI. nervo acessório XII. nervo hipoglosso. 9) Força muscular: 10) Fala e linguagem: 11) Avaliação do nível de consciência • Consciência é a capacidade do indivíduo reconhecer a si mesmo e ter noção do meio que a cerca, interagindo com este e com o examinador. • Paciente consciente é aquele que está acordado, alerta, que responde adequadamente ao estimulo verbal e que está orientado no tempo e espaço. • Paciente deve estar, auto, alo, crono orientado. Alterações do nível de consciência • Sonolência ou Letargia: Paciente apresenta-se com sono, porém acorda ao chamado e é responsivo e coerente; • Confusão mental: Alteração relacionada com alternância de confusão com intervalos de lucidez. Paciente apresenta: falta de atenção ao estímulo, desorganização, incoerência no pensamento, desorientação em relação ao tempo e lugar, distúrbios de memória, aumento ou diminuição da atividade psicomotora; • Obnubilação: paciente encontra-se num estado de sonolência mais profundo, e é responsivo apenas a algum estímulo moderado, responde apropriadamente ao estímulo doloroso; • Torpor: paciente apresenta-se em sonolência profunda, é responsivo apenas com estímulo doloroso, abrindo os olhos ou emitindo sons incompreensíveis; • Coma: paciente não é responsivo a nenhum estímulo, não abre os olhos e não emite sons verbais. 12) Estado mental: comunicativo, alegre, triste... - Memória - Linguagem Escala de Coma de Glasgow: a avaliação objetiva do nível de consciência acontece por meio da escala de Coma de Glasgow (ECG). Esta escala auxilia na detecção e interpretação de alterações no estado mental em relação aos achados basais. 33 34