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Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado

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Professor Moisés Moreira 
Material, aulas e orientações gratuitas para concursos. Para contatos, dúvidas e sugestões: 
moises.omoreira@gmail.com 
 
Aula 07 - Manutenção e perda da qualidade de segurado 
 
A regra básica é de que a qualidade de segurado será mantida enquanto houver o exercício de 
atividade remunerada ou contribuição para o regime previdenciário. Todavia, a legislação 
estabelece a manutenção dessa qualidade, durante um período determinado, mesmo no caso de 
encerramento das atividades ou das contribuições. Ao final desse período, o vínculo com o 
RGPS desaparecerá, acarretando a perda da proteção previdenciária. 
 
A referida previsão legal fundamenta-se no princípio da solidariedade, tendo em vista que a 
qualidade de segurado será estendida àqueles que, por qualquer motivo, deixaram de contribuir 
para o RGPS. 
 
Período de graça 
 
Denomina-se período de graça o tempo em que a qualidade de segurado independentemente da 
existência de contribuições. 
 
De acordo com o art. 15 da Lei 8.213/91 e do art. 13 do Decreto 3.048/99, mantém a qualidade 
de segurado: 
 
1) Quem recebe benefício, enquanto este durar. 
 
É da lógica do próprio regime previdenciário que, durante a percepção dos respectivos 
benefícios, seja mantido o vínculo protetivo. Nessas situações, o período de graça poderá ser 
permanente, a exemplo da aposentadoria por idade. 
 
2) Até 12 meses após a cessação do benefício por incapacidade. 
 
Finalizados os benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, o beneficiário terá 12 
meses de período protetivo. Segundo o art. 137, II, da Instrução Normativa 77/2015, aplica-se 
 
 
essa regra também aos casos de cessação do salário-maternidade. 
 
3) Até 12 meses o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pelo RGPS 
ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração. 
 
Trata-se do segurado obrigatório que deixou de exercer atividade remunerada ou teve seu 
contrato de trabalho suspenso. Imaginemos, por exemplo, um trabalhador demitido após 14 anos 
de serviço. Seria injusto, no dia posterior à demissão, esse segurado estivesse desguarnecido. 
Portanto, o RGPS, que tem por fundamento a solidariedade, lhe protegerá por um período, de 
modo que o trabalhador possa buscar sua reinserção no mercado ou contribuir como segurado 
facultativo. 
 
4) Até 12 meses após a segregação para o segurado acometido por doença de segregação 
compulsória. 
 
No caso de doenças de afastamento compulsório, a exemplo da hanseníase e da tuberculose, a 
pessoa que retorna ao convívio social estará sob proteção previdenciária por 12 meses. Trata-se 
de situação pouco comum nos dias atuais, mas que ocorria com frequência em tempos passados. 
Obviamente, a pessoa submetida à segregação compulsória tem de estar vinculada ao RGPS, ou 
seja, ser um segurado da Previdência Social. 
 
5) Até 12 meses após o livramento ou fuga do segurado detido ou recluso. 
 
É o segurado recolhido à prisão e que, ao deixar essa situação, tendo em vista as conhecidas 
dificuldades para reinserção ao mercado de trabalho, tem a proteção estendida por até 12 meses. 
 
Do mesmo modo, o fugitivo terá direito ao período de graça. A diferença é que no caso deste, 
será descontado, no prazo de manutenção da qualidade, o período de graça eventualmente já 
usufruído anteriormente ao recolhimento. 
 
6) Até 3 meses após o licenciamento do segurado incorporado às Forças Armadas para prestar 
serviço militar. 
 
O militar que presta serviço obrigatório, ao retornar desse período, tem proteção por 3 meses. É 
 
 
a figura do conscrito, para o qual é concedido o menor período de graça existente. 
 
7) Até 6 meses após a interrupção das contribuições do segurado facultativo. 
 
Conforme já estudado, o facultativo é aquele que, não exercendo atividade remunerada, decide 
se filiar ao RGPS. Lembramos que a filiação do facultativo se dá com a formalização do 
primeiro pagamento dentro do prazo. 
 
Vale ressaltar que, de acordo com a IN 77/2015, o segurado facultativo, após a cessação de 
benefícios por incapacidade e salário-maternidade, manterá a qualidade de segurado pelo prazo 
de doze meses. 
 
Observações 
 
De acordo com a Lei 8.213/91, após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de 
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou 
licenciado sem remuneração, e que contar com mais de 120 contribuições, sem que tenha 
ocorrido perda da qualidade de segurado, terá o acréscimo de 12 meses no período de graça. 
Caso esses segurados comprovem, ainda, desempregado involuntário por meio de registros no 
MTE, conta-se mais 12 meses. Portanto, o período de graça poderá ser de 12, 24 ou 36 meses. 
 
O Decreto 3.048/99 e a IN 77/2015 especificam que tal regra se aplica àqueles que estavam em 
gozo de benefício por incapacidade ou salário-maternidade, e tiveram o benefício cessado. 
 
Vale ressaltar que, ainda de acordo com a IN 77/2015, o segurado obrigatório que, durante o 
gozo de período de graça [12 (doze), 24 (vinte e quatro) ou 36 (trinta e seis) meses, conforme o 
caso], se filiar ao RGPS na categoria de facultativo, ao deixar de contribuir nesta última, terá 
direito de usufruir o período de graça de sua condição anterior, se mais vantajoso. 
 
Perda da qualidade de segurado 
 
Segundo o art. 14, do Decreto 3.048/99, a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 
seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês 
imediatamente posterior ao término dos prazos fixados para o período de graça. Sendo assim 
 
 
nota-se que a “legislação utiliza, como parâmetro, a data do recolhimento do contribuinte 
individual, independentemente da categoria do segurado” (Ivan Kertzman). Conforme o art. 30, 
II, da Lei 8.212, os segurados contribuinte individual e facultativo estão obrigados a recolher sua 
contribuição por iniciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte ao da competência. 
 
De maneira simplificada, basta pensarmos que, conforme determinação legal, deve-se considerar 
o vencimento das contribuições relativas ao mês posterior ao do encerramento do prazo de 12, 
24 ou 36 meses. Dessa maneira, a qualidade de segurado estará mantida até o dia 15 do mês 
subsequente, ocorrendo a perda a partir do 16º dia. Exemplo: O prazo do período de graça de 
Pedro foi encerrado em abril de 2011. O mês posterior a abril é junho e o recolhimento da 
competência junho deve ser feito até o dia 15 do mês de julho. Portanto, a qualidade de segurado 
findará a partir de 16 de julho de 2011. 
 
Numa explicação técnica, é o seguinte: o mês do encerramento das atividades ou das 
contribuições é aquele em que ainda existe a proteção previdenciária. Sendo assim, o período de 
graça começa a ser contado a partir do mês posterior ao encerramento das atividades ou 
contribuições. A contagem do período de graça recairá em determinado mês. O vencimento da 
contribuição relativa ao mês em que se encerrou o período de graça ocorrerá até o dia 15 do mês 
subsequente. Exemplo: Pedro contribuiu até dia 15 de abril de 2010. Sua proteção foi mantida, 
portanto, durante todo o mês de abril. O período de graça de 12 meses começa a ser contado a 
partir de maio de 2010, terminando em maio de 2011. O vencimento das contribuições relativas 
a maio se dá até 15 de junho. Portanto, a perda da qualidade de segurado se dará a partir do dia 
16 de junho de 2011. 
 
Observação final 
 
De acordo com o art. 3º, da Lei 10.666/2003, a perda da qualidade de segurado não será 
considerada para a concessão das aposentadorias por idade, por tempo de contribuição eespecial. 
De fato, para tais aposentadorias, que exigem determinado número de contribuições a título de 
carência, não há que se falar em perda da qualidade de segurado. Por exemplo, João, após 
trabalhar durante 20 vinte anos como metalúrgico, é demitido em 2010, quando tinha 60 anos, 
ficando sem trabalhar desde então; quando ele fizer 65 anos, em 2015, não precisa voltar a 
contribuir para ter direito à aposentadoria por idade. Basta ligar 135 e agendar a aposentadoria! 
 
 
Todavia, é preciso cuidado em relação ao benefício de aposentadoria por idade do segurado 
especial. De acordo com o §2º, do art. 48, da Lei 8.213/91, é preciso comprovar o efetivo 
exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior 
ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição 
correspondente à carência do benefício pretendido. 
 
Sendo assim, tendo em vista que o benefício por idade rural exige atividade rural (e não de 
contribuições!) no período imediatamente anterior ao requerimento ou à implementação dos 
requisitos, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do 
benefício pretendido, não será aplicado o disposto no art. 3º, da Lei 10.666/2003, sendo 
imprescindível que haja qualidade de segurado quando do preenchimento dos requisitos 
necessários à concessão do benefício de aposentadoria por idade. 
 
Quadro da memória (períodos de graça) 
 
Situações Período de graça Prorrogação 
Gozo de benefício Sem limite de prazo Não se aplica 
Cessação das contribuições (segurado 
obrigatório) 
12 meses + 12 meses (mais de 120 contribuições) 
 
+ 12 meses (desemprego involuntário) 
Cessação do benefício por incapacidade 
ou do salário-maternidade 
12 meses 
Cessação de segregação compulsória 12 meses Não se aplica 
Livramento ou fuga da prisão 12 meses Não se aplica 
Cessação das contribuições (segurado 
facultativo) 
6 meses Não se aplica 
Licenciamento do Serviço Militar 3 meses Não se aplica 
 
 
Abraço! 
 
Prof. Moisés 
www.promoises.blogspot.com 
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