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PENSAMENTO 
CIENTÍFICO
Técnicas de leitura 
e fundamentação 
teórica
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente de Produção Editorial 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
RAMONIQUE DESIRRE
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
SILVIA CRISTINA DA SILVA
4 PENSAMENTO CIENTÍFICO
A
U
TO
RI
A
Silvia Cristina da Silva
Olá. Sou CEO na empresa Modular Criativo – produtora de 
conteúdos didáticos –, graduada em Ciências Jurídicas e Sociais 
pelo Centro Universitário de Ensino Octávio Bastos UNIFEOB e 
Mestre Interdisciplinar em Educação, Ambiente e Sociedade das 
Faculdades Associadas de Ensino (UNIFAE), atuando na linha de 
pesquisa em Desenvolvimento Sustentável e Políticas Públicas. 
Tenho participação discente em seminários e palestras no Mestra-
do Acadêmico em Análise do Discurso na Universidade Federal de 
Buenos Aires; e sou especialista em Docência no Ensino Superior 
e em Direito e Educação (FCE). Atuo como consultora jurídica e 
fiscal e investigadora de antecedentes para o exterior (México e 
Argentina); docente; tutora e conteudista para cursos de gradua-
ção e pós-graduação; elaboradora de questões para concursos 
públicos; redatora; tradutora e intérprete da língua espanhola e 
portuguesa; e degravadora e transcritora de áudios e textos. Por 
isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco 
de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
5PENSAMENTO CIENTÍFICO
ÍC
O
N
ES
Esses ícones aparecerão em sua trilha de aprendizagem nos seguintes casos:
OBJETIVO
No início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência.
DEFINIÇÃO
Caso haja a 
necessidade de 
apresentar um novo 
conceito.
NOTA
Quando são 
necessárias 
observações ou 
complementações.
IMPORTANTE
Se as observações 
escritas tiverem que 
ser priorizadas.
EXPLICANDO 
MELHOR
Se algo precisar ser 
melhor explicado ou 
detalhado.
VOCÊ SABIA?
Se existirem 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo.
SAIBA MAIS
Existência de 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundar seu 
conhecimento.
ACESSE
Se for preciso acessar 
sites para fazer 
downloads, assistir 
vídeos, ler textos ou 
ouvir podcasts. 
REFLITA
Se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a 
ser refletido ou 
discutido.
RESUMINDO
Quando for preciso 
fazer um resumo 
cumulativo das últimas 
abordagens.
ATIVIDADES
Quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada.
TESTANDO
Quando uma 
competência é 
concluída e questões 
são explicadas.
6 PENSAMENTO CIENTÍFICO
SU
M
Á
RI
O
Leitura e análise crítica de textos científicos ......................... 9
Estratégias de leitura científica e compreensão profunda .......................... 9
Identificação de argumentos, evidências e falácias .................................... 11
Ferramentas para análise crítica e reflexiva de textos ............................... 15
Resumo, fichamento e estruturação de ideias .................... 21
Técnicas de síntese e identificação de pontos principais .......................... 21
Estratégias de resumo e parafraseamento ................................... 23
Fichamento temático, bibliográfico e de citações ...................................... 25
Organização e estruturação de ideias em mapas conceituais .................. 27
Revisão de literatura e estado da arte .................................. 33
Planejamento da revisão: critérios e fontes relevantes ............................. 33
Estruturação de uma revisão de literatura abrangente ............................. 37
Técnicas para agrupamento e categorização de temas .............. 39
Identificação de lacunas e propostas para pesquisas futuras .................. 41
Estruturação de resenhas e críticas científicas ................... 45
Formato e propósitos de resenhas acadêmicas .......................................... 45
Técnicas de avaliação e crítica construtiva ...................................................47
Comparação de obras e reflexão sobre contribuições ao campo ........... 51
Métodos de análise comparativa para avaliação das contribuições 
científicas ..............................................................................................54
7PENSAMENTO CIENTÍFICO
A
PR
ES
EN
TA
ÇÃ
O
Você sabia que a área de técnicas de leitura e fundamenta-
ção teórica é essencial para o desenvolvimento acadêmico e cien-
tífico? Isso mesmo! A habilidade de interpretar, resumir e estrutu-
rar textos científicos de maneira crítica e fundamentada é crucial 
para todos os profissionais que buscam se destacar na produção 
e análise de conhecimento. A fundamentação teórica fortalece a 
base dos estudos e pesquisas, bem como permite que os pesqui-
sadores compreendam os avanços e lacunas do conhecimento 
existente. A principal responsabilidade dessa área é proporcionar 
ferramentas e técnicas que permitam aos profissionais avaliar ar-
gumentos, identificar pontos críticos, fazer resumos e organizar 
ideias com clareza e rigor. Para isso, exploramos métodos de lei-
tura crítica, síntese de informações e revisão de literatura, forman-
do uma base sólida para a construção de novos conhecimentos e 
para a realização de pesquisas de alta qualidade. Ao longo desta 
unidade letiva, você será guiado por técnicas específicas que o aju-
darão a desenvolver fichamentos, resumos e mapas conceituais, 
essenciais para organizar o conhecimento de forma lógica e coesa. 
Além disso, vamos explorar como a revisão de literatura se estru-
tura, suas etapas, e como ela contribui para identificar o estado da 
arte e propor novos rumos para pesquisas. Pronto para mergu-
lhar nesse universo de análise e construção teórica? Vamos juntos 
expandir sua capacidade de interpretar e utilizar o conhecimento 
de maneira eficiente e criativa. Avante!
8 PENSAMENTO CIENTÍFICO
O
BJ
ET
IV
O
S
Olá. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento 
das seguintes competências profissionais até o término desta eta-
pa de estudos:
1. Identificar argumentos e hipóteses em um texto 
científico, aplicando técnicas de análise textual e 
questionamento crítico, reconhecendo a importân-
cia da análise crítica para a construção do conheci-
mento;
2. Identificar os tipos de fichamentos (textual, temá-
tico e analítico), elaborar resumos acadêmicos, or-
ganizar e estruturar ideias para compor um projeto 
de pesquisa;
3. Definir os conceitos de revisão de literatura e esta-
do da arte, aplicando a metodologia para seleção e 
análise de bibliografia científica, bem como engen-
drar estratégias para identificar lacunas no conhe-
cimento;
4. Diferenciar resenhas descritivas de críticas, apli-
cando as técnicas de elaboração de resenhas cien-
tíficas com análise aprofundada, reconhecendo a 
importância dessas resenhas na fundamentação 
teórica de artigos e pesquisas científicas.
9PENSAMENTO CIENTÍFICO
Leitura e análise crítica de 
textos científicos
Ao término deste capítulo, você será capaz de en-
tender como funciona a leitura e análise crítica 
de textos científicos. Isso será fundamental para 
o exercício de sua profissão, pois permite funda-
mentar decisões com base em evidências sólidas. 
As pessoas que tentaram analisar textos científicos 
sem a devida instrução enfrentaram dificuldades 
em interpretar resultados e tirar conclusões preci-
sas. E então? Motivado para desenvolver essa com-
petência? Vamos lá. Avante!
Estratégias de leitura científica e 
compreensão profunda
A leitura científica requer estratégias específicas que auxi-
liem na compreensão profunda dos textos, uma vez que esse tipo 
de leitura busca não apenas a coleta de informações, mas a cons-
trução de um entendimento crítico e fundamentado. Entre as prin-
cipais estratégias está a leitura ativa, que envolve o leitor em um 
processo de questionamento constante do conteúdo, estrutura e 
propósito do texto. Ler cientificamente é dialogar com o texto, co-
locando-o em perspectiva e, quando necessário, confrontando-oos avanços e inovações trazidos por 
cada autor quanto as lacunas que ainda precisam ser preenchidas 
por pesquisas futuras. Esse tipo de análise contribui para a cons-
trução de um panorama crítico, em que as contribuições de cada 
obra são avaliadas com base em critérios específicos. Existem três 
abordagens principais na análise comparativa: comparação temá-
tica, metodológica e teórica.
 • Comparação temática: avaliando similaridades e 
divergências
A comparação temática é uma das maneiras mais diretas 
de analisar as contribuições científicas. Neste método, obras são 
comparadas com base nos temas centrais e tópicos abordados. É 
especialmente útil quando o pesquisador busca entender como 
diferentes autores tratam o mesmo tema sob perspectivas distin-
tas ou similares. 
55PENSAMENTO CIENTÍFICO
EXEMPLO:
Em um estudo sobre educação inclusiva, uma comparação 
temática pode revelar como diferentes autores abordam 
as práticas de inclusão escolar. Alguns podem enfatizar as 
adaptações curriculares, enquanto outros focam no desen-
volvimento de competências emocionais para inclusão. Essa 
análise permite identificar as abordagens predominantes e as 
questões pouco exploradas, ajudando o pesquisador a ma-
pear o estado atual do conhecimento sobre o tema e a identi-
ficar áreas de debate e consenso.
 • Comparação metodológica: identificando as forças 
e limitações das abordagens
A análise metodológica compara os métodos de pesquisa 
empregados em diferentes obras, permitindo que o pesquisador 
avalie a robustez e a adequação das técnicas utilizadas. Esse tipo 
de comparação é essencial para entender quais métodos são mais 
eficazes para abordar determinadas questões dentro de um cam-
po e quais limitações metodológicas podem ter afetado os resul-
tados das pesquisas.
EXEMPLO:
Ao comparar estudos que investigam o impacto da tecno-
logia na educação, um pesquisador pode notar que alguns 
autores utilizam métodos quantitativos, como questionários 
e análises estatísticas, enquanto outros empregam métodos 
qualitativos, como entrevistas e estudos de caso. A análise 
metodológica pode mostrar que os métodos quantitativos 
oferecem uma visão ampla e generalizável, enquanto os qua-
litativos proporcionam uma compreensão mais profunda 
das experiências dos participantes. Esse tipo de comparação 
destaca os pontos fortes de cada abordagem e permite uma 
reflexão sobre como diferentes métodos podem ser combi-
nados para oferecer uma visão mais completa sobre o tema.
56 PENSAMENTO CIENTÍFICO
 • Comparação teórica: analisando as influências e 
contribuições intelectuais
A comparação teórica é uma abordagem que investiga os 
referenciais teóricos utilizados nas obras e como eles influenciam 
as conclusões dos autores. Esta análise permite identificar as es-
colas de pensamento ou teorias predominantes em determinado 
campo e avaliar como cada obra contribui para a expansão ou crí-
tica dessas ideias.
EXEMPLO:
Em estudos sobre desenvolvimento cognitivo, autores podem 
fundamentar suas pesquisas nas teorias de Piaget, Vygotsky 
ou Bandura. Uma análise comparativa teórica permite obser-
var como essas diferentes influências moldam os resultados 
e contribuições de cada estudo. Obras baseadas em Piaget 
podem focar na construção de conhecimento de forma se-
quencial, enquanto estudos fundamentados em Vygotsky po-
dem enfatizar o papel da interação social. A análise dessas 
influências teóricas ajuda o pesquisador a compreender as 
perspectivas defendidas e a identificar o impacto de cada re-
ferencial no desenvolvimento do campo.
Para aplicar essas abordagens comparativas de maneira 
estruturada, é útil empregar ferramentas como fichamentos e qua-
dros comparativos, que ajudam a organizar e sintetizar as informa-
ções de maneira clara. Um quadro comparativo pode incluir colu-
nas para o tema principal, método, referencial teórico e principais 
conclusões de cada obra. Essa prática facilita a visualização das se-
melhanças e diferenças, permitindo que o pesquisador identifique 
rapidamente as contribuições e limitações de cada estudo.
Além de identificar contribuições específicas, a análise 
comparativa proporciona uma compreensão mais ampla do de-
senvolvimento do campo. Ela permite que o pesquisador veja 
como diferentes autores, metodologias e teorias se complemen-
57PENSAMENTO CIENTÍFICO
tam ou divergem, promovendo uma visão integrada do conheci-
mento atual. Essa prática é fundamental para destacar a evolução 
dos estudos e apontar caminhos para futuras pesquisas que pos-
sam preencher as lacunas identificadas ou questionar abordagens 
estabelecidas.
Neste capítulo, exploramos a estruturação de re-
senhas e críticas acadêmicas, fundamentais para 
o desenvolvimento do pensamento crítico e para 
a contribuição ao conhecimento científico. Inicial-
mente, abordamos o formato e os propósitos das 
resenhas acadêmicas, que visam sintetizar o con-
teúdo de uma obra e avaliar sua relevância para 
o campo, permitindo ao leitor uma visão crítica 
do material analisado. Em seguida, discutimos as 
técnicas de avaliação e crítica construtiva, que 
auxiliam na identificação dos pontos fortes e das 
limitações dos trabalhos estudados, promovendo 
uma análise justa e equilibrada, essencial para o 
progresso da pesquisa. Concluímos com a com-
paração de obras e a reflexão sobre suas contri-
buições ao campo, prática que permite o entendi-
mento das lacunas existentes e das possibilidades 
para novas investigações. Com essa base sólida, 
você agora compreende como estruturar análises 
mais profundas e detalhadas, possibilitando uma 
atuação mais crítica e construtiva no cenário aca-
dêmico. Assim, esperamos que tenha se sentido 
motivado e preparado para aplicar essas técnicas 
em suas atividades científicas!
58 PENSAMENTO CIENTÍFICO
CHALMERS, A. F. O que é ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 
1999.
ECO, U. Como se faz uma tese. 15. ed. São Paulo: Perspectiva, 
1994.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de 
metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa 
qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2009.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. São 
Paulo: Cortez, 2007.
RE
FE
RÊ
N
CI
A
S
	Leitura e análise crítica de textos científicos
	Estratégias de leitura científica e compreensão profunda
	Identificação de argumentos, evidências e falácias
	Ferramentas para análise crítica e reflexiva de textos
	Resumo, fichamento e estruturação de ideias
	Técnicas de síntese e identificação de pontos principais
	Estratégias de resumo e parafraseamento 
	Fichamento temático, bibliográfico e de citações 
	Organização e estruturação de ideias em mapas conceituais
	Revisão de literatura e estado da arte
	Planejamento da revisão: critérios e fontes relevantes
	Estruturação de uma revisão de literatura abrangente
	Técnicas para agrupamento e categorização de temas
	Identificação de lacunas e propostas para pesquisas futuras
	Estruturação de resenhas e críticas científicas
	Formato e propósitos de resenhas acadêmicas
	Técnicas de avaliação e crítica construtiva
	Comparação de obras e reflexão sobre contribuições ao campo
	Métodos de análise comparativa para avaliação das contribuições científicascom outras fontes e teorias. Essa prática contribui para uma visão 
mais ampla e contextualizada dos temas abordados. 
Chalmers (1999) ressalta que os pressupostos objetivistas 
contribuem para a tentativa de descrever de forma abrangente o 
desenvolvimento da ciência enquanto prática social. Ele enfatiza 
seu caráter prático, que demanda a aplicação de diversas técnicas 
destinadas a estruturar e avaliar as teorias que a compõem.
10 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Uma estratégia fundamental é o uso do “esquematização”, 
ou seja, a criação de mapas mentais e resumos estruturados. A 
esquematização facilita a organização das ideias principais e dos 
argumentos centrais do texto, permitindo ao leitor identificar ra-
pidamente os pontos-chave e relações entre conceitos. Isso é par-
ticularmente útil em artigos densos, como explica Severino (2007) 
mapas mentais auxiliam o leitor a visualizar as conexões lógicas 
e hierárquicas das informações, facilitando tanto a memorização 
quanto a análise crítica.
EXEMPLO:
Outro caso é a utilização do resumo analítico, em que o leitor 
sintetiza as ideias principais e destaca as contribuições e limi-
tações do texto, o que proporciona uma visão crítica essencial 
para a construção do conhecimento científico.
Imagem 2.1 – Exemplo de mapa conceitual
Fonte: Freepik.
11PENSAMENTO CIENTÍFICO
Além disso, a “leitura seletiva” é uma técnica que permite 
ao leitor focar nas partes mais relevantes do texto, como intro-
dução, métodos e conclusão. Essa leitura orientada é uma estra-
tégia eficaz em pesquisas exploratórias e revisão de literatura, 
pois ajuda a economizar tempo sem comprometer a qualidade da 
compreensão. A leitura seletiva não é superficial; ao contrário, é 
focada e dirigida por objetivos específicos, como a identificação 
de lacunas no conhecimento ou a análise das metodologias apli-
cadas.
A prática de formular perguntas também é uma técnica 
recomendada para promover uma compreensão mais profunda. 
Perguntas como “qual o objetivo principal do autor?”, “que argu-
mentos sustentam suas conclusões?” e “há alguma evidência que 
conteste essa visão?” incentivam uma leitura investigativa, que 
busca entender os propósitos e os vieses do autor. Essa aborda-
gem instiga o leitor a não apenas absorver as ideias, mas a desa-
fiá-las, promovendo uma análise crítica e reflexiva.
A leitura científica exige estratégias que vão além da leitu-
ra linear e passiva. Combinando esquematização, leitura seletiva 
e questionamento, o leitor consegue transformar a leitura em um 
processo ativo de construção de conhecimento.
Identificação de argumentos, 
evidências e falácias
A habilidade de identificar argumentos, evidências e falá-
cias em textos científicos e acadêmicos é essencial para uma com-
preensão crítica e bem fundamentada. Quando lemos um texto 
argumentativo, especialmente na esfera científica, é importante 
distinguir os argumentos centrais, verificar se estão apoiados em 
evidências sólidas e identificar possíveis falácias, ou seja, erros de 
raciocínio que podem comprometer a validade das conclusões.
12 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Um argumento é composto por uma afirmação 
(conclusão) que é sustentada por premissas ou 
razões. Na análise crítica, é fundamental entender 
qual é a posição do autor e quais são os principais 
pontos que ele utiliza para defender suas ideias. 
Argumentos bem construídos geralmente apre-
sentam uma estrutura lógica que facilita sua com-
preensão e avaliação. Por exemplo, ao abordar um 
tema como a eficácia de uma intervenção clínica, 
o autor deve apresentar argumentos que justifi-
quem o valor ou as limitações dessa prática.
Para identificar os argumentos, uma boa prática é buscar 
termos de conexão, como “portanto”, “assim”, “por essa razão” ou 
“consequentemente”, que indicam uma conclusão. Também é útil 
observar o contexto em que o argumento é introduzido: um bom 
autor científico geralmente prepara o terreno com uma introdu-
ção antes de apresentar o ponto central. Como explica Lakatos 
(2003), “entender o contexto e o propósito de um argumento é 
crucial para avaliar sua força e relevância, especialmente em dis-
cussões complexas”.
A base de um bom argumento está nas evidências que o 
sustentam. Evidências podem incluir dados empíricos, resultados 
de experimentos, estatísticas, estudos de caso ou citações de ou-
tras pesquisas. Na leitura científica, a análise das evidências envolve 
questionar a origem, a validade e a precisão das informações forne-
cidas. É importante perguntar: de onde vêm esses dados? A meto-
dologia foi adequada para produzir resultados confiáveis? Existem 
estudos que corroboram ou contradizem essas descobertas?
Uma evidência sólida é específica, verificável e diretamente 
relacionada ao argumento que pretende sustentar. Por exemplo, 
um estudo sobre a eficácia de uma nova medicação deve apre-
sentar dados clínicos, grupos de controle e uma análise estatística 
13PENSAMENTO CIENTÍFICO
detalhada. Quando esses elementos estão ausentes, é necessário 
avaliar criticamente a validade das conclusões do autor. De acordo 
com Eco (1994), “uma evidência sólida não só apoia o argumento, 
mas também resiste ao escrutínio crítico, especialmente em áreas 
de conhecimento que exigem alto rigor metodológico”.
Imagem 2.2 – Diagrama: identificação de argumentos, evidências e falácias
Argumento Evidência Falácia
Inclui a premissa 
e a conclusão, 
com setas indi-
cando a relação 
entre ambos. Um 
argumento lógico 
é bem estrutura-
do e apresenta 
uma linha clara de 
raciocínio.
Representações 
visuais de dados ou 
pesquisas, como 
gráficos ou ícones 
de fontes confiá-
veis. Evidências 
são elementos que 
apoiam e fortale-
cem o argumento.
Exemplos de falá-
cias comuns, como 
apelo à emoção 
e generalização 
apressada, são in-
dicados com ícones 
de alerta. Falácias 
enfraquecem a 
validade do argu-
mento.
Fonte: Elaborada pela autoria (2024).
Falácias são erros de raciocínio que podem enfraquecer 
um argumento, mesmo quando as premissas aparentam ser váli-
das. Existem diversos tipos de falácias comuns em textos científi-
cos e acadêmicos, entre elas:
1. Falácia de generalização apressada: ocorre quando 
o autor tira uma conclusão geral com base em uma 
amostra insuficiente. Por exemplo, afirmar que 
uma intervenção é eficaz para todos os pacientes 
com base em um pequeno grupo de estudo pode 
ser uma generalização inadequada;
2. Falácia de falsa causalidade: também conhecida 
como “post hoc ergo propter hoc”, essa falácia ocor-
14 PENSAMENTO CIENTÍFICO
re quando o autor assume que, se um evento ocor-
reu após outro, o primeiro foi a causa do segundo. 
Em contextos científicos, essa falácia ignora a ne-
cessidade de verificar uma relação de causa e efei-
to rigorosa;
3. Falácia de apelo à autoridade: ocorre quando o au-
tor justifica um argumento simplesmente citando 
uma autoridade, sem apresentar evidências adicio-
nais. Embora referências sejam importantes, elas 
não devem substituir uma análise criteriosa e evi-
dências diretas;
4. Falácia de redução ao absurdo (ou “ad absurdum”): 
essa falácia ocorre quando o autor exagera ou dis-
torce o argumento do oponente para torná-lo mais 
fácil de refutar. No contexto acadêmico, esse tipo 
de falácia compromete a integridade da discussão 
e pode indicar uma falta de rigor na análise.
EXEMPLO:
Ao analisar um texto científico, uma das melhores práticas 
é sublinhar os argumentos principais e anotar as evidências 
que os sustentam. Por exemplo, em um artigo sobre mudan-
ças climáticas, o autor pode argumentar que o aquecimento 
global é impulsionado por atividades humanas, apoiando-se 
em dados de temperatura global, concentrações de CO2 e es-
tudos de modelagem climática. Identificar esses dados como 
evidências é crucial para avaliar se o argumento é forte.
Em contrapartida, imagine que o mesmo autor apresente 
um dado anedótico como evidência — como o relato de uma única 
cidade que experimentou uma onda de calor — e sugira que isso,isoladamente, prova o aquecimento global. Aqui, seria necessário 
reconhecer a falácia da generalização apressada e questionar se 
esse dado representa a realidade global.
15PENSAMENTO CIENTÍFICO
A identificação de argumentos, evidências e falácias é uma 
habilidade essencial para a leitura científica, permitindo ao leitor 
filtrar informações confiáveis de interpretações falhas. A capaci-
dade de avaliar criticamente um texto vai além de aceitar ou re-
jeitar argumentos; trata-se de construir um entendimento sólido 
baseado em evidências robustas e raciocínios válidos. Em suma, 
a análise crítica dos argumentos, a verificação das evidências e a 
identificação de falácias são práticas que contribuem para uma 
leitura científica mais precisa e fundamentada.
Ferramentas para análise crítica 
e reflexiva de textos
Ferramentas para análise crítica e reflexiva de textos são 
fundamentais para desenvolver uma compreensão aprofundada e 
bem embasada de materiais acadêmicos e científicos. Essas ferra-
mentas ajudam o leitor a organizar as ideias, identificar premissas 
e conclusões, questionar argumentos e refletir sobre o impacto e 
a validade das informações apresentadas. O uso estruturado de 
tais ferramentas permite ao leitor ir além de uma simples leitura 
passiva, promovendo uma interação ativa e reflexiva com o texto.
1. Análise estrutural do texto
Uma das primeiras ferramentas é a análise estrutural, que 
envolve a divisão do texto em suas principais partes, como intro-
dução, desenvolvimento e conclusão, bem como a identificação 
de pontos-chave em cada seção. Isso permite que o leitor com-
preenda o fluxo de ideias e como os argumentos se relacionam 
para apoiar a conclusão do autor. Segundo Minayo (2009), “a aná-
lise estrutural fornece um mapa do texto, permitindo que o leitor 
identifique rapidamente onde estão os principais argumentos e as 
evidências”.
16 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Uma técnica útil nesse contexto é o mapeamento 
conceitual, que consiste em criar um diagrama vi-
sual que organiza as ideias e relaciona os concei-
tos principais. Essa prática ajuda a visualizar cone-
xões entre argumentos e facilita a identificação de 
lacunas ou falácias. Em um artigo sobre políticas 
públicas, por exemplo, o mapeamento conceitual 
pode destacar como diferentes políticas estão in-
terligadas e quais são suas justificativas, facilitan-
do a compreensão das influências e limitações de 
cada uma.
2. Leitura crítica com perguntas orientadoras
Outra ferramenta essencial para uma análise crítica é a lei-
tura orientada por perguntas. Esse método envolve fazer pergun-
tas ao longo da leitura para guiar o processo analítico e estimular 
a reflexão sobre o conteúdo. Perguntas como “quais são os argu-
mentos centrais?”, “as evidências apresentadas são adequadas e 
suficientes?”, “existe alguma suposição oculta?” ou “quais são as 
implicações deste argumento?” ajudam a direcionar o foco para 
aspectos específicos do texto, promovendo uma análise detalha-
da e contextualizada. Como observa Severino (2007), a leitura crí-
tica guiada por perguntas estimula a mente do leitor, incentivando 
uma abordagem ativa e reflexiva que é essencial para a compreen-
são profunda de textos complexos.
EXEMPLO:
Ao ler um estudo sobre os efeitos de uma intervenção educa-
cional, o leitor pode questionar se os resultados apresentados 
são generalizáveis para outras populações ou se a metodolo-
gia empregada foi adequada para responder à pergunta de 
pesquisa. Esse tipo de questionamento ajuda a destacar a for-
ça e a relevância do estudo, assim como potenciais limitações.
17PENSAMENTO CIENTÍFICO
3. Análise de argumentos e lógica
A análise lógica dos argumentos é uma ferramenta que en-
volve examinar a coerência e a consistência dos raciocínios do au-
tor. Nesse processo, o leitor deve identificar as premissas, verificar 
se elas sustentam a conclusão e buscar qualquer falácia que possa 
comprometer a validade dos argumentos. Ferramentas como dia-
gramas de argumento podem ser úteis para visualizar essa rela-
ção e garantir que cada conclusão seja apoiada adequadamente. 
Segundo Severino (2007), “a análise lógica não apenas revela a va-
lidade de um argumento, mas também capacita o leitor a ques-
tionar criticamente os fundamentos que sustentam a conclusão”.
EXEMPLO:
Em um texto sobre mudanças climáticas, o leitor pode sepa-
rar os argumentos a favor da responsabilidade humana e as 
evidências científicas que suportam essas afirmações. Essa 
análise permite identificar se o autor depende de premissas 
válidas ou se há falácias, como generalizações indevidas ou 
inferências inadequadas, que prejudicam a argumentação.
4. Notas marginais e anotações detalhadas
A anotação é uma ferramenta tradicional, porém extrema-
mente eficaz, para a leitura crítica. Fazer anotações nas margens 
ou em um caderno específico permite que o leitor registre impres-
sões, dúvidas e insights durante a leitura. Essas notas podem in-
cluir resumos de pontos importantes, perguntas sobre passagens 
confusas e observações sobre as implicações dos argumentos. 
Anotações detalhadas ajudam a organizar os pensamentos e for-
necem uma referência útil para futuras revisões.
18 PENSAMENTO CIENTÍFICO
EXEMPLO:
Um caso de anotação crítica pode ser marcar com um símbolo 
específico trechos que levantam dúvidas ou que requerem ve-
rificação de dados. Além disso, para análises mais profundas, 
é possível adicionar um comentário breve sobre como aquele 
ponto se relaciona com outros conceitos ou disciplinas.
5. Análise comparativa com outras fontes
A análise comparativa é uma ferramenta que permite ao 
leitor contextualizar e contrastar o texto com outras fontes de in-
formação. Comparar as ideias de um autor com as de outros estu-
diosos do mesmo tema ajuda a identificar consensos, divergências 
e lacunas na literatura. Essa prática também contribui para enten-
der como o texto se insere em um debate mais amplo e qual é o 
valor da contribuição do autor.
EXEMPLO:
Ao ler sobre teorias de desenvolvimento cognitivo, o leitor 
pode comparar as abordagens de Piaget, Vygotsky e outros 
pesquisadores, anotando as semelhanças e diferenças em 
suas ideias. Essa análise oferece uma visão mais abrangente 
e crítica do tema, possibilitando ao leitor formar uma opinião 
fundamentada.
6. Ferramentas digitais para análise crítica
Hoje em dia, várias ferramentas digitais facilitam a análise 
crítica de textos. Sistemas como o Zotero e o Mendeley ajudam 
na organização de referências e anotação de artigos acadêmicos, 
enquanto plataformas como o Hypothes.is permitem fazer ano-
tações colaborativas em textos digitais, promovendo discussões 
críticas em grupo. Essas ferramentas auxiliam o leitor a organizar 
informações, compartilhar insights com outros leitores e acessar 
comentários críticos de diversos autores.
19PENSAMENTO CIENTÍFICO
Imagem 2.3 – Refletindo sobre o texto
Fonte: Freepik.
Ferramentas para análise crítica e reflexiva, como a análise 
estrutural, leitura orientada por perguntas, análise lógica, anota-
ções detalhadas, comparação com outras fontes e uso de tecnolo-
gias digitais, são essenciais para uma leitura científica eficaz. Elas 
permitem ao leitor entender o conteúdo e avaliar criticamente a 
validade e o impacto das ideias apresentadas.
20 PENSAMENTO CIENTÍFICO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que a leitura científica exi-
ge não apenas uma abordagem atenta, mas o uso 
de estratégias específicas para alcançar uma com-
preensão profunda e crítica dos textos. Vimos que 
a identificação de argumentos, evidências e falá-
cias é essencial para diferenciar informações con-
sistentes de vieses ou inconsistências, ajudando a 
construir uma visão crítica e bem fundamentada. 
Além disso, exploramos ferramentas para análise 
crítica e reflexiva de textos,que possibilitam uma 
leitura ativa, em que você se torna um leitor que 
questiona, analisa e relaciona informações, em vez 
de apenas absorvê-las passivamente. Essas habili-
dades são fundamentais para interpretar conteú-
dos complexos e aplicar o conhecimento de forma 
consciente e assertiva em sua prática.
21PENSAMENTO CIENTÍFICO
Resumo, fichamento e 
estruturação de ideias
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona o processo de resumo, 
fichamento e estruturação de ideias. Isso será fun-
damental para o exercício de sua profissão, pois 
facilita a organização e compreensão de conteú-
dos complexos e a construção de conhecimentos 
fundamentados. As pessoas que tentaram resumir 
e estruturar ideias sem a devida instrução tiveram 
dificuldades em sistematizar informações e man-
ter o foco nos pontos principais. E então? Motiva-
do para desenvolver essa competência? Vamos lá. 
Avante!
Técnicas de síntese e 
identificação de pontos principais
A permanente evolução dos modelos científicos não é uma 
questão meramente funcionalista, mas as mudanças acontecem 
de acordo com a evolução da ciência e das regras (Marconi; Laka-
tos, 2003).
As técnicas de síntese e a identificação de pontos principais 
são essenciais para o estudo e compreensão de textos científicos 
e acadêmicos. Essas técnicas ajudam a condensar informações 
complexas em ideias centrais e facilita a retenção e o entendimen-
to dos conteúdos mais relevantes.
A síntese é o processo de combinar ideias principais de 
um texto em uma narrativa coesa e resumida. Segundo Lakatos 
e Marconi (2003), “a síntese é um processo que exige abstração e 
generalização, pois o leitor precisa selecionar e integrar as ideias 
22 PENSAMENTO CIENTÍFICO
centrais de um texto, eliminando informações secundárias.” Esse 
processo exige que o leitor compreenda as principais informações 
apresentadas e consiga expressá-las em uma estrutura simplifica-
da, sem perder o conteúdo essencial.
Uma técnica comum de síntese é a utilização de resumos 
e fichamentos. O resumo se concentra nas ideias principais de 
um texto, reescrevendo-as de forma compacta e direta. Já o ficha-
mento pode ser mais detalhado, pois além de destacar pontos-
-chave, inclui análises e observações pessoais sobre o conteúdo. 
Essas técnicas permitem que o estudante organize e guarde infor-
mações relevantes, facilitando revisões futuras e a compreensão 
aprofundada de um tema.
Imagem 2.4 – Síntese do texto
Fonte: Freepik.
Além da síntese, a identificação de pontos principais é uma 
habilidade crítica que ajuda o leitor a identificar as ideias centrais, 
argumentos fundamentais e evidências que suportam a tese de 
um texto. De acordo com Eco (1994), “o leitor atento é aquele que 
sabe discernir entre o que é essencial e o que é acessório.” Para 
23PENSAMENTO CIENTÍFICO
isso, é necessário desenvolver um olhar crítico e seletivo, que con-
segue diferenciar o que é realmente importante em um texto aca-
dêmico, em oposição às ideias secundárias.
Existem algumas técnicas práticas para identificar 
os pontos principais, como sublinhar ou destacar 
trechos relevantes, fazer anotações nas margens e 
criar mapas mentais. A anotação de pontos princi-
pais e a organização visual do conteúdo, como um 
mapa mental, permitem visualizar a estrutura do 
argumento e identificar relações entre ideias.
A síntese e a identificação de pontos principais também são 
suportadas pelo uso de perguntas que o leitor pode se fazer durante 
a leitura, como: “qual é o propósito deste texto? Qual é o argumento 
central? Quais evidências o autor utiliza para sustentar seus pontos?”. 
Esse questionamento orienta o foco para o núcleo da argumentação 
e ajuda a construir uma visão ampla e coerente do material.
A prática contínua dessas técnicas permite que o leitor 
desenvolva uma maior habilidade de compreensão e retenção de 
conteúdos complexos, bem como a capacidade de aplicar esse 
conhecimento de forma eficiente em estudos, discussões e traba-
lhos acadêmicos.
Estratégias de resumo e 
parafraseamento 
As estratégias de resumo e parafraseamento são essen-
ciais para captar a essência de textos acadêmicos e científicos, 
contribuindo para a compreensão aprofundada dos principais 
pontos de uma leitura. Ambas as técnicas ajudam a extrair infor-
mações cruciais de textos complexos, facilitando o desenvolvi-
mento do pensamento crítico e a capacidade de articular ideias de 
forma clara e sucinta.
24 PENSAMENTO CIENTÍFICO
O resumo é uma técnica de síntese que consiste em redu-
zir um texto às suas ideias centrais, eliminando detalhes e infor-
mações secundárias. Para produzir um bom resumo, é importante 
ler o texto com atenção, identificando as ideias principais e orga-
nizando-as em uma sequência lógica. O objetivo é que o resumo 
seja suficientemente claro para que um leitor, mesmo sem ter lido 
o texto original, entenda seu conteúdo e propósito. Uma dica prá-
tica é dividir o texto em seções e listar os conceitos mais impor-
tantes de cada uma, formando uma estrutura coesa que capture 
a essência do material.
EXEMPLO:
Ao resumir um artigo sobre técnicas de ensino, o leitor pode 
focar nos métodos propostos, nos resultados observados e 
nas conclusões principais, deixando de lado as justificativas 
detalhadas para cada método ou dados estatísticos especí-
ficos, a menos que sejam cruciais para a compreensão geral.
Já o parafraseamento é a técnica de reescrever o conteú-
do original com as próprias palavras, preservando o significado 
das ideias. Essa prática é fundamental para evitar o plágio e para 
garantir que o leitor realmente compreendeu o material, uma vez 
que requer a interpretação e adaptação do conteúdo. Para para-
frasear efetivamente, é necessário ler atentamente, refletir sobre 
o que foi lido e reconstruir a ideia de forma autêntica e pessoal. 
É importante que, ao parafrasear, o leitor mantenha o respeito à 
fonte original, citando-a conforme as normas acadêmicas.
25PENSAMENTO CIENTÍFICO
EXEMPLO:
Ao parafrasear uma citação sobre a importância da leitura 
crítica, um estudante poderia reescrever: “o desenvolvimento 
de uma análise detalhada de textos fortalece a capacidade 
de raciocínio e permite uma interpretação mais precisa dos 
conteúdos” (autor original). O foco deve ser em expressar a 
mesma ideia com uma linguagem nova e acessível.
Essas duas técnicas são complementares e, quando apli-
cadas conjuntamente, contribuem para uma leitura ativa e envol-
vente. O resumo ajuda a captar a estrutura geral e as ideias prin-
cipais de forma rápida, enquanto o parafraseamento possibilita 
uma compreensão mais detalhada e pessoal. Em uma pesquisa 
científica, o uso dessas práticas fortalece a fundamentação teórica 
e aprimora a capacidade do pesquisador de discutir o tema de 
maneira crítica e embasada.
Fichamento temático, 
bibliográfico e de citações 
O fichamento é uma técnica essencial de organização e 
síntese de informações em estudos acadêmicos, oferecendo uma 
maneira estruturada de documentar e recuperar informações de 
maneira eficiente. Existem diversos tipos de fichamento, cada um 
com uma função específica: fichamento temático, bibliográfico e 
de citações.
O fichamento temático é uma prática centrada na organi-
zação das informações por temas ou tópicos relevantes ao objeto 
de estudo. Nele, o foco é registrar ideias, conceitos e argumentos 
dos textos de acordo com a temática de interesse, o que permite 
uma visão ampla e comparativa das abordagens e teorias discuti-
das. Esse tipo de fichamento é especialmente útil para trabalhos 
de revisão de literatura, pois possibilita uma visão organizada das 
26 PENSAMENTO CIENTÍFICO
abordagens sobre o tema. Para realizar um fichamento temático, 
é importante definir os temas antes da leitura, o que permite ao 
estudante focar nas informações mais relevantes, anotando ape-
nas o essencial para cada tópico.
O fichamento bibliográfico, por sua vez, é uma forma de 
catalogar as obras de referênciaque são utilizadas ao longo do 
estudo. Ele inclui informações essenciais sobre cada fonte con-
sultada, como autor, título, edição, local de publicação, editora e 
ano de publicação. Em muitos casos, o fichamento bibliográfico 
também contém uma breve descrição do conteúdo da obra e das 
ideias principais abordadas pelo autor, ajudando o pesquisador a 
identificar rapidamente as contribuições de cada fonte e a man-
ter um registro organizado das referências que serão utilizadas 
no trabalho.
É uma prática útil para facilitar a consulta posterior e as-
segurar a correta citação das fontes. De acordo com a ABNT, os 
elementos que devem estar presentes em um fichamento biblio-
gráfico são: autor, título da obra, dados de publicação, e, quando 
necessário, número de páginas e observações sobre o conteúdo 
(ABNT, NBR 6023).
Imagem 2.5 – Fichamento
Fonte: Freepik.
27PENSAMENTO CIENTÍFICO
O fichamento de citações é uma prática voltada para re-
gistrar as citações diretas e indiretas de textos que são conside-
rados importantes para o estudo. Esse tipo de fichamento ajuda 
a selecionar trechos exatos de obras que podem ser relevantes 
para fundamentar ideias ou argumentações no trabalho final. Ge-
ralmente, inclui-se o autor, o trecho citado e a página de onde foi 
extraído, garantindo que a fonte seja corretamente referenciada. 
Esse método é particularmente útil para manter 
a precisão nas citações e para evitar o plágio. O 
fichamento de citações contribui para uma docu-
mentação precisa, permitindo que o pesquisador 
faça uso das palavras do autor de maneira ética e 
responsável.
A escolha entre os tipos de fichamento depende dos ob-
jetivos da pesquisa e do estágio em que o estudante se encontra. 
O fichamento temático oferece uma visão organizada das discus-
sões por tema, enquanto o bibliográfico é útil para catalogação de 
fontes e o de citações é essencial para uso direto de trechos em 
produções acadêmicas. A prática desses três tipos de fichamento 
auxilia o pesquisador a construir um acervo pessoal de referên-
cias e conceitos, que pode ser utilizado em diferentes contextos 
acadêmicos e profissionais. 
Organização e estruturação de 
ideias em mapas conceituais
A organização e estruturação de ideias em mapas concei-
tuais é uma técnica visual e prática de organizar informações, pro-
movendo o entendimento e a retenção de conhecimento. Mapas 
conceituais oferecem uma visão ampla e estruturada sobre um 
tema, facilitando a compreensão das relações entre conceitos. De-
senvolvido inicialmente pelo psicólogo educacional Joseph Novak, 
28 PENSAMENTO CIENTÍFICO
o mapa conceitual é baseado nas teorias de aprendizagem signifi-
cativa de David Ausubel, que argumenta que o aprendizado ocor-
re de forma mais eficaz quando novos conceitos são incorporados 
ao conhecimento prévio de maneira organizada e hierárquica.
Os mapas conceituais são representações gráficas 
que organizam conceitos em uma estrutura hierár-
quica, conectando ideias principais e secundárias 
por meio de linhas e setas que explicam as rela-
ções entre eles. Cada conceito é disposto em cai-
xas ou círculos, e as conexões entre os conceitos 
são nomeadas com palavras de ligação, criando 
proposições claras. Essa estrutura permite que o 
estudante visualize as conexões entre as ideias de 
forma imediata, favorecendo o desenvolvimento 
de uma compreensão global e aprofundada sobre 
o assunto. De acordo com Eco (1994) os mapas 
conceituais promovem uma “aprendizagem signi-
ficativa”, pois organizam o conhecimento de forma 
lógica e interconectada, facilitando a memória e a 
recuperação de informações.
 • Passos para a construção de mapas conceituais
1. Identificação do tema central: a construção do 
mapa conceitual começa com a definição do tema 
ou conceito principal, geralmente posicionado no 
topo ou centro do mapa. Esse é o ponto de partida, 
e a partir dele serão desdobradas outras ideias.
2. Listagem dos conceitos relevantes: após o tema 
central, é necessário identificar os principais con-
ceitos e subtemas relacionados ao assunto. Esses 
conceitos devem ser agrupados conforme sua rele-
vância e seu nível hierárquico em relação ao tema 
principal.
29PENSAMENTO CIENTÍFICO
3. Organização hierárquica: a hierarquia dos concei-
tos é fundamental para a construção de um mapa 
conceitual claro e objetivo. Os conceitos mais am-
plos e gerais devem estar próximos do tema cen-
tral, enquanto as ideias mais específicas e detalhes 
devem ser posicionados mais abaixo ou afastados 
do núcleo principal.
4. Conexão dos conceitos: usando linhas e setas, co-
necte os conceitos de forma que as relações fiquem 
evidentes. As palavras de ligação, como “causa”, 
“contribui para”, “é parte de”, ou “resulta em”, são 
usadas para esclarecer a natureza dessas conexões. 
EXEMPLO:
Em um mapa conceitual sobre “Métodos de Pesquisa”, um con-
ceito como “Pesquisa Qualitativa” pode estar ligado ao tema 
central por meio de uma seta com a palavra “tipo de”, enquanto 
conceitos como “entrevista” e “observação” podem ser conecta-
dos a “Pesquisa Qualitativa” como métodos específicos.
5. Revisão e refinamento: após a primeira versão do 
mapa, é essencial revisá-lo para garantir que todas 
as conexões são claras e significativas. O processo 
de refinamento pode envolver o ajuste da hierar-
quia dos conceitos ou a inclusão de novas cone-
xões e palavras de ligação.
Para ilustrar, considere um mapa conceitual sobre “Estra-
tégias de Leitura Científica”. O conceito central, “Leitura Científica”, 
poderia se ramificar em ideias como “Identificação de Argumen-
tos”, “Análise Crítica” e “Síntese de Ideias”. Cada uma dessas ra-
mificações pode se desdobrar em subconceitos mais específicos, 
como “Evidências e Falácias” e “Mapas Conceituais”, formando um 
quadro completo e organizado sobre o tema.
30 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Os mapas conceituais proporcionam múltiplos benefícios 
para o aprendizado e a organização de informações complexas:
 • Facilitam a memorização: a estrutura visual e hie-
rárquica dos mapas conceituais permite uma me-
morização mais eficiente, pois o cérebro é capaz de 
associar e lembrar conceitos interligados de manei-
ra intuitiva;
 • Incentivam a criatividade e a reflexão crítica: por vi-
sualizarem o conhecimento de forma interconecta-
da, os mapas conceituais incentivam o pensamento 
crítico e a reflexão, pois permitem que o estudante 
observe lacunas e incoerências em sua compreen-
são do tema;
 • Promovem a organização do pensamento: a prática 
de organizar as ideias em um formato estrutura-
do e hierárquico facilita a compreensão de temas 
complexos, o que é especialmente útil para estudos 
avançados e produção de trabalhos acadêmicos.
Imagem 2.6 – Criando mapa conceitual
Fonte: Freepik.
31PENSAMENTO CIENTÍFICO
Mapas conceituais são ferramentas valiosas para 
organizar e estruturar ideias, especialmente em 
contextos acadêmicos e científicos, em que a com-
preensão clara de conceitos e suas inter-relações 
é essencial. Eles ajudam a visualizar e conectar in-
formações, promovendo uma aprendizagem mais 
profunda e significativa. Para expandir seu enten-
dimento sobre como criar e usar mapas concei-
tuais de maneira eficaz, recomendamos a leitura 
do artigo “Using Concept Maps to Promote Critical 
Thinking in Education” de Joseph D. Novak, disponí-
vel na revista Education and Thinking. Nesse artigo, 
Novak explora a teoria por trás dos mapas concei-
tuais e fornece orientações práticas para aplicá-
-los em diversas áreas do conhecimento. A leitura 
proporciona uma base sólida sobre como mapas 
conceituais podem ser uma poderosa ferramenta 
para o desenvolvimento do pensamento crítico e 
organização de informações complexas. Acesse no 
QR Code.
A criação de mapas conceituais é uma ferramenta po-
derosa para estruturar e organizar ideias, proporcionando uma 
compreensão mais profunda e facilitando a retenção do conhe-
cimento. Ao representar visualmente as relações entre conceitos, 
os estudantes são capazes deestabelecer conexões significativas, 
promovendo a aprendizagem crítica e reflexiva.
https://books.google.com.br/books/about/Learning_Creating_and_Using_Knowledge.html?id=OH-RAgAAQBAJ&redir_esc=y 
32 PENSAMENTO CIENTÍFICO
E então? Gostou do conteúdo explorado neste capí-
tulo? Vamos revisar os principais pontos abordados 
para garantir que você consolidou o aprendizado. 
Começamos discutindo as técnicas de síntese e iden-
tificação de pontos principais, destacando como elas 
são fundamentais para capturar o cerne de textos 
científicos e organizar informações complexas de 
maneira mais compreensível. A prática de resumir 
e identificar ideias-chave promove a leitura ativa e 
facilita o desenvolvimento do pensamento crítico. 
Em seguida, abordamos estratégias de resumo e 
parafraseamento, explicando como essas técni-
cas ajudam a transformar informações complexas 
em conteúdos concisos, mantendo a fidelidade às 
ideias originais. O resumo permite a condensação 
das ideias principais, enquanto o parafraseamento 
ajuda a reestruturar conceitos com linguagem pró-
pria, evitando plágio e aprofundando a compreen-
são. Falamos também sobre os diferentes tipos de 
fichamento — temático, bibliográfico e de citações 
—, que são ferramentas essenciais para organizar 
e registrar informações de forma sistemática. O fi-
chamento temático organiza os dados por tópicos 
de interesse; o bibliográfico cataloga as fontes con-
sultadas com precisão; e o de citações documenta 
trechos importantes para fundamentar trabalhos 
acadêmicos. Por fim, exploramos o uso de mapas 
conceituais como uma ferramenta poderosa de or-
ganização e estruturação de ideias. Esses mapas 
ajudam a visualizar as conexões entre conceitos e 
promovem a aprendizagem significativa ao facilitar 
a memorização e a análise crítica. Com a hierarquia 
clara e as relações explícitas entre ideias, os mapas 
conceituais são uma excelente forma de planejar 
estudos e trabalhos acadêmicos. Este capítulo for-
nece um conjunto completo de ferramentas para 
organizar e compreender o conhecimento de forma 
eficaz, ajudando você a sistematizar informações e 
construir argumentos bem estruturados. Pronto pa-
ra aplicar essas habilidades e avançar para os próxi-
mos desafios? Vamos lá!
33PENSAMENTO CIENTÍFICO
Revisão de literatura e estado 
da arte
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como funciona a revisão de literatura e o 
estado da arte. Isso será fundamental para o exer-
cício de sua profissão, pois amplia a compreensão 
sobre as pesquisas já realizadas e fundamenta o 
desenvolvimento de novos estudos. As pessoas 
que tentaram conduzir uma revisão sem a devida 
instrução enfrentaram dificuldades em identificar 
referências relevantes e construir uma base sólida. 
E então? Motivado para desenvolver essa compe-
tência? Vamos lá. Avante! 
Planejamento da revisão: 
critérios e fontes relevantes
O planejamento de uma revisão de literatura é uma etapa 
essencial em qualquer projeto de pesquisa, pois organiza a análise 
de trabalhos e constrói uma base sólida para o desenvolvimento 
de novas ideias. Para planejar essa etapa com eficácia, é preciso 
definir claramente os critérios de seleção de fontes relevantes e 
estabelecer uma metodologia de busca e avaliação desses mate-
riais. Vamos explorar alguns aspectos fundamentais nesse plane-
jamento.
34 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Imagem 2.7 – Elementos para o planejamento
Fonte: Freepik.
Os critérios de seleção para a revisão de literatura 
devem ser claros e específicos, de forma a direcio-
nar a busca para fontes realmente relevantes ao 
tema do estudo. 
Os critérios comumente utilizados incluem:
 • Relevância temática: a fonte precisa estar direta-
mente relacionada ao tema de pesquisa. Para isso, 
é necessário fazer um filtro inicial dos materiais 
que tratam especificamente do tema em questão;
 • Qualidade e confiabilidade: preferem-se artigos pu-
blicados em periódicos revisados por pares, livros 
acadêmicos e teses de instituições de credibilidade;
 • Atualidade: em áreas com constantes avanços, 
como tecnologia e medicina, a atualidade das fon-
tes é fundamental. O uso de materiais atualizados 
35PENSAMENTO CIENTÍFICO
permite que o pesquisador trabalhe com informa-
ções condizentes com o estado atual do conheci-
mento científico;
 • Diversidade de abordagens: a literatura deve in-
cluir diversas perspectivas e metodologias para 
oferecer uma visão abrangente e evitar vieses.
Após definir os critérios, o próximo passo é escolher as fon-
tes de pesquisa e as estratégias de busca. Fontes como bases de 
dados acadêmicas (por exemplo, Scielo, Google Scholar e PubMed), 
bibliotecas digitais e repositórios institucionais são essenciais para 
garantir acesso a materiais de qualidade e revisão acadêmica. Ao 
planejar uma revisão, recomenda-se o uso de técnicas específicas 
de busca, como:
 • Palavras-chave e operadores booleanos: o uso de 
palavras-chave específicas, combinadas com ope-
radores booleanos (“AND”, “OR”, “NOT”), permite 
refinar a busca, limitando-a aos trabalhos que real-
mente interessam;
 • Filtros avançados: muitos portais oferecem filtros 
por tipo de documento, ano de publicação, e área 
temática, facilitando o acesso direto aos materiais 
mais pertinentes;
 • Análise bibliométrica: ferramentas de análise bi-
bliométrica permitem identificar quais são os arti-
gos e autores mais citados em determinada área, 
facilitando a seleção dos trabalhos mais influentes.
36 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Para manter uma visão clara do que foi lido e regis-
trado, é importante organizar as fontes por meio 
de ferramentas de gerenciamento de referências, 
como Mendeley ou Zotero. Essas ferramentas per-
mitem criar fichamentos automáticos, facilitar a 
organização de notas e até mesmo a inserção de 
citações formatadas conforme normas específicas, 
como a ABNT.
 • Etapas do planejamento da revisão
1. Definir o escopo da revisão: determinar os tópicos 
e subtemas específicos que a revisão vai abordar.
2. Estabelecer uma metodologia de busca: definir fon-
tes e estratégias de busca, assim como palavras-cha-
ve e operadores booleanos que serão utilizados.
3. Selecionar fontes iniciais e aplicar critérios de inclu-
são/exclusão: ler o resumo e identificar se a fonte 
atende aos critérios definidos.
4. Criar fichamentos e resumos das fontes seleciona-
das: anotar os pontos principais de cada fonte, com 
especial atenção aos argumentos centrais e evidên-
cias apresentadas.
5. Organizar as informações em categorias: categori-
zar as fontes conforme temas ou perspectivas me-
todológicas facilita a comparação e a síntese dos 
materiais.
Ao final, um planejamento bem estruturado da revisão de 
literatura agiliza o processo de busca e seleção de fontes, como 
também assegura que o pesquisador tenha uma visão ampla e 
crítica do estado da arte em sua área de estudo. Um planejamen-
to rigoroso é a chave para uma revisão de literatura que sustente 
o desenvolvimento de conhecimento científico sólido e inovador.
37PENSAMENTO CIENTÍFICO
Estruturação de uma revisão de 
literatura abrangente
A estruturação de uma revisão de literatura abrangente é 
um processo essencial para desenvolver uma visão crítica e apro-
fundada sobre determinado tema de pesquisa. Esse tipo de revi-
são é mais do que uma simples compilação de estudos; ela busca 
interpretar e sintetizar diferentes perspectivas, identificar lacunas 
no conhecimento e oferecer uma análise coerente e fundamenta-
da das descobertas e teorias existentes.
A organização de uma revisão de literatura costuma seguir 
um formato lógico que permite ao leitor entender como a pesqui-
sa evoluiu ao longo do tempo e como os estudos se relacionam. 
Primeiramente, é comum apresentar uma introdução que contex-
tualize o tema, expondo a relevância do tópico e os objetivos da 
revisão. Em seguida, é importante organizar o corpo da revisão 
em seções ou tópicos que abordem subtemas específicos ou en-
foques teóricos distintos. Essa organizaçãopode ser cronológica, 
temática ou metodológica, dependendo da natureza dos estudos 
analisados.
Imagem 2.8 – Revisão de literatura
Fonte: Freepik.
38 PENSAMENTO CIENTÍFICO
EXEMPLO:
Uma revisão cronológica pode ser útil para mostrar como o 
entendimento de um tema evoluiu ao longo do tempo, en-
quanto uma revisão temática é indicada para temas com en-
foques diversos. Já a revisão metodológica compara as abor-
dagens empregadas em diferentes estudos, discutindo as 
vantagens e limitações de cada método. É essencial escolher 
o critério de organização que mais se adeque ao objetivo do 
estudo.
Após a apresentação dos subtemas, a revisão de literatura 
deve incluir uma seção de análise e discussão, em que o pesqui-
sador compara os achados, aponta lacunas, limitações e sugere 
direções futuras para pesquisa. Por exemplo, ao revisar estudos 
sobre métodos de ensino de ciências, uma análise crítica pode 
destacar áreas ainda pouco exploradas ou ressaltar divergências 
nas abordagens teóricas. 
Uma revisão abrangente encerra com uma conclu-
são, em que o pesquisador resume as principais 
contribuições do estudo para a área e sua impor-
tância no contexto da pesquisa realizada, reforçan-
do as lacunas ou os pontos de inovação que guia-
ram a pesquisa.
Para auxiliar na elaboração de uma revisão bem-estrutu-
rada, é fundamental utilizar ferramentas como gerenciadores de 
referência, que facilitam o armazenamento e a organização das 
fontes, e sistemas de análise textual para identificar os principais 
temas e palavras-chave nos textos analisados.
39PENSAMENTO CIENTÍFICO
Técnicas para agrupamento e 
categorização de temas
Organizar as fontes de literatura em uma revisão abran-
gente exige a utilização de técnicas de agrupamento e categori-
zação. Esse processo facilita a construção de um texto coeso, 
permitindo ao leitor compreender as principais abordagens e in-
ter-relações no campo de estudo. A seguir, são apresentadas algu-
mas técnicas eficazes para essa categorização:
O agrupamento temático é uma técnica que organiza as 
fontes em torno dos principais temas e subtemas da pesquisa. 
Essa abordagem permite que cada seção da revisão trate de uma 
questão específica, o que facilita a compreensão dos diferentes 
aspectos do assunto. Por exemplo, em uma revisão sobre o im-
pacto das tecnologias digitais na educação, os temas principais po-
dem ser divididos em “aprendizagem on-line”, “uso de inteligência 
artificial”, e “plataformas de aprendizado adaptativo”. Esse agrupa-
mento organiza o texto e fornece uma visão clara das áreas mais 
abordadas na literatura, bem como das lacunas existentes.
A abordagem cronológica é útil para revisões de literatura 
que buscam mostrar a evolução histórica de um tema. Organizar 
os estudos por ordem de publicação permite identificar como a 
compreensão sobre o assunto mudou ao longo do tempo e desta-
car as contribuições significativas de cada período. Por exemplo, 
uma revisão sobre a teoria do desenvolvimento cognitivo pode 
começar com os trabalhos fundadores de Piaget e Vygotsky, se-
guidos pelos estudos de seus sucessores. Esse tipo de organização 
é eficaz quando a revisão deseja evidenciar tendências ou mudan-
ças significativas nos métodos ou teorias ao longo do tempo.
40 PENSAMENTO CIENTÍFICO
O método comparativo é uma técnica de categorização 
que organiza os estudos de acordo com as metodologias utiliza-
das. Essa abordagem é particularmente útil quando a literatura 
sobre o tema é vasta e inclui pesquisas quantitativas, qualitativas 
e de métodos mistos. Ao dividir os estudos metodologicamente, 
o pesquisador consegue identificar os pontos fortes e as limita-
ções de cada tipo de estudo. Por exemplo, em uma revisão sobre 
o impacto de intervenções educacionais, os estudos qualitativos 
podem fornecer insights sobre as experiências dos participantes, 
enquanto os quantitativos apresentam dados numéricos sobre a 
eficácia das intervenções.
Outra técnica relevante é a classificação por pers-
pectiva teórica, que agrupa as fontes de acordo 
com as teorias ou abordagens conceituais ado-
tadas pelos autores. Isso é útil para revisões em 
áreas que apresentam múltiplas correntes de 
pensamento ou teorias concorrentes. Por exem-
plo, uma revisão sobre estratégias de ensino pode 
separar os estudos em diferentes teorias pedagó-
gicas, como o construtivismo, o behaviorismo, e a 
aprendizagem baseada em problemas. Essa técni-
ca permite destacar a diversidade de abordagens 
e analisar como cada uma contribui para o tema 
de estudo.
Ferramentas digitais, como software de gerenciamento de 
referências (ex.: Mendeley, Zotero) e programas de análise de da-
dos qualitativos (ex.: NVivo), podem auxiliar no processo de agru-
pamento e categorização de fontes. Esses programas facilitam a 
organização das referências, permitindo ao pesquisador etique-
tar e classificar os estudos conforme temas, metodologias ou pe-
ríodos. Essas ferramentas também simplificam a recuperação de 
informações específicas durante a escrita da revisão, tornando o 
processo de categorização mais eficiente e rigoroso.
41PENSAMENTO CIENTÍFICO
Identificação de lacunas e 
propostas para pesquisas futuras
A identificação de lacunas e a proposição de direções para 
pesquisas futuras são partes cruciais de uma revisão de literatura 
bem-elaborada. Ao examinar a literatura existente, o pesquisador 
compila e sintetiza informações e busca por áreas que ainda não 
foram suficientemente exploradas, inconsistências nos dados ou 
abordagens e oportunidades para estudos adicionais. Identificar 
essas lacunas é um passo fundamental para o avanço do conheci-
mento científico, pois ajuda a orientar futuras investigações para 
preencher espaços críticos e aprofundar o entendimento de te-
mas relevantes.
Primeiramente, as lacunas na literatura podem aparecer 
de diversas formas, como a falta de estudos sobre populações ou 
contextos específicos, métodos limitados, ausência de dados lon-
gitudinais ou desatualização de teorias frente a novas descober-
tas. Por exemplo, em estudos sobre saúde mental em ambientes 
educacionais, pode-se perceber uma carência de pesquisas que 
abordem fatores culturais em diferentes regiões ou que exami-
nem os efeitos de intervenções específicas em longo prazo. Esses 
“vazios” no conhecimento são oportunidades para que pesquisa-
dores futuros contribuam com novas perspectivas e dados.
42 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Outro aspecto importante ao identificar lacunas 
é a análise crítica dos métodos utilizados nos es-
tudos anteriores. Questões metodológicas, como 
amostras limitadas ou pouca variedade de técnicas 
de coleta de dados, podem indicar a necessidade 
de abordagens mais robustas. Além disso, compa-
rar os resultados de estudos que utilizam métodos 
diferentes pode revelar pontos contraditórios ou 
variáveis que ainda não foram consideradas em 
profundidade. Essa análise permite sugerir que 
novas pesquisas adotem metodologias mais ade-
quadas ou inovadoras, capazes de enriquecer as 
conclusões na área.
Após a identificação das lacunas, é importante propor di-
reções claras para pesquisas futuras, oferecendo sugestões que 
abordem esses pontos e ajudem a preencher o conhecimento in-
completo. Essas sugestões podem incluir a ampliação das variá-
veis estudadas, o uso de métodos alternativos, o foco em contex-
tos culturais diversos ou a análise de efeitos a longo prazo. 
EXEMPLO:
Na área de ciências sociais, se há uma lacuna relacionada à 
falta de estudos comparativos entre diferentes grupos demo-
gráficos, uma proposta de pesquisa futura poderia incluir a 
análise de como diferentes culturas ou contextos socioeco-
nômicos influenciam determinados comportamentos ou re-
sultados.
43PENSAMENTO CIENTÍFICO
Imagem 2.9 – Identificando lacunas
Fonte: Freepik.
Para aprofundar-se no processo de identificação 
de lacunas e na formulação de propostas para fu-
turas pesquisas, sugerimos a leitura do capítulo 
“Revisão de Literatura e Identificação de Lacunas”no livro “Metodologia Científica e Construção do 
Conhecimento: Estratégias e Aplicações”, de Rui 
Paulo de Oliveira Barbosa e Ana Lúcia Lyrio Costa. 
Este capítulo explora metodologias para a revisão 
de literatura e técnicas para identificar áreas ainda 
pouco exploradas dentro de um campo de estudo. 
Os autores discutem estratégias para a formulação 
de questões de pesquisa que contribuam para o 
avanço do conhecimento científico e apresentam 
ferramentas para a análise crítica da literatura. 
Essa leitura é recomendada para quem deseja es-
truturar uma revisão de literatura com foco em la-
cunas e criar propostas de pesquisa baseadas nas 
necessidades identificadas na literatura existente. 
Essa sugestão fornece uma leitura aprofundada e 
relevante para quem busca entender melhor como 
estruturar uma revisão crítica que evidencie lacu-
nas e direcione novas investigações.
44 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Identificar lacunas e propor pesquisas futuras é um proces-
so de valorização da pesquisa existente e de incentivo ao avanço 
científico. Essas recomendações mostram o potencial inexplorado 
da área e estimulam outros pesquisadores a contribuir com novas 
descobertas, fortalecendo e aprofundando o campo de estudo.
E então? Gostou do que foi explorado neste capí-
tulo? Aprendeu os passos essenciais para realizar 
uma revisão de literatura sólida e bem fundamen-
tada? Vamos fazer uma breve recapitulação para 
garantir que os principais pontos foram compreen-
didos. Neste capítulo, você descobriu como o pla-
nejamento cuidadoso de uma revisão de literatura 
é fundamental para selecionar critérios e fontes re-
levantes, assegurando a escolha de materiais que 
realmente contribuem para o desenvolvimento do 
tema proposto. Em seguida, exploramos a estrutu-
ração de uma revisão abrangente, destacando a im-
portância de organizar as informações de maneira 
clara e lógica, conectando as ideias e construindo 
uma narrativa coesa que favoreça a compreensão 
crítica do leitor. Além disso, você aprendeu sobre 
a identificação de lacunas na literatura e a formu-
lação de propostas para pesquisas futuras, etapa 
que amplia o horizonte do conhecimento e propi-
cia novos caminhos para investigações adicionais, 
aprofundando e enriquecendo a área de estudo. 
Agora, você está pronto para aplicar essas estra-
tégias e técnicas, contribuindo para o desenvol-
vimento científico com revisões de literatura que 
não só sintetizam o conhecimento existente, mas 
também inspiram avanços e inovações no campo.
45PENSAMENTO CIENTÍFICO
Estruturação de resenhas e 
críticas científicas
Ao término deste capítulo, você será capaz de en-
tender como funciona a estruturação de resenhas 
e críticas científicas. Isso será fundamental para o 
exercício de sua profissão, proporcionando habi-
lidades para analisar e comunicar ideias de forma 
crítica e fundamentada. As pessoas que tentaram 
desenvolver resenhas e críticas sem a devida instru-
ção tiveram dificuldades em construir argumentos 
coerentes e consistentes. E então? Motivado para 
desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!
Formato e propósitos de 
resenhas acadêmicas
As resenhas acadêmicas são importantes instrumentos 
para a análise crítica de produções científicas, sendo utilizadas 
para revisar, comentar e avaliar obras como livros, artigos e dis-
sertações. No contexto acadêmico, as resenhas têm dois objetivos 
principais: oferecer uma síntese dos conteúdos mais relevantes 
de uma obra e apresentar uma análise crítica que destaca pontos 
fortes e fracos, além de refletir sobre a relevância do material para 
o campo de estudo.
O formato tradicional de uma resenha acadêmica segue 
uma estrutura organizada em três partes principais: introdução, 
desenvolvimento e conclusão. Na introdução, é comum que o 
autor apresente a obra que será analisada, contextualizando-a e 
identificando o autor original, ano de publicação, título e outros 
dados bibliográficos essenciais. Nesse momento, também é possí-
vel incluir uma breve justificativa sobre a relevância da obra para 
o campo em que se insere, preparando o leitor para compreender 
o propósito da resenha.
46 PENSAMENTO CIENTÍFICO
No desenvolvimento, a resenha aborda os princi-
pais pontos tratados na obra original, sem repro-
duzir todo o conteúdo. Essa etapa busca destacar 
as ideias-chave, teorias ou metodologias apresen-
tadas e os resultados mais importantes, proporcio-
nando ao leitor uma visão geral sobre o que a obra 
oferece. Além disso, uma boa resenha acadêmica 
vai além do resumo, oferecendo uma análise crí-
tica das abordagens, argumentos e contribuições 
do autor original. Esse olhar crítico exige uma leitu-
ra aprofundada e uma capacidade de comparar a 
obra com outros materiais do mesmo campo, para 
identificar em que medida ela se destaca ou com-
plementa o que já foi publicado.
Por fim, na conclusão da resenha, o resenhista geralmen-
te sintetiza a sua avaliação geral da obra, destacando os pontos 
mais positivos e negativos. É comum que o resenhista recomende 
a obra para determinados públicos, como estudantes de uma área 
específica ou pesquisadores que buscam referências em certos te-
mas. Essa recomendação baseia-se tanto na qualidade do conteú-
do quanto na sua relevância para o público-alvo, o que contribui 
para que o leitor decida se a obra é útil para suas necessidades 
acadêmicas ou profissionais.
Imagem 2.10 – Resenhas acadêmicas
Fonte: Freepik.
47PENSAMENTO CIENTÍFICO
Resenhas acadêmicas também variam de acordo 
com o propósito e o público. Em algumas situa-
ções, como publicações em revistas científicas, as 
resenhas são destinadas a especialistas da área e 
costumam ser mais detalhadas e técnicas. Em ou-
tros contextos, como em portais educacionais ou 
jornais de ampla circulação, as resenhas podem 
adotar uma linguagem mais acessível para alcan-
çar um público geral.
Assim, o formato e os propósitos das resenhas acadêmi-
cas contribuem significativamente para a disseminação do conhe-
cimento e para o desenvolvimento do pensamento crítico, ajudan-
do estudantes e pesquisadores a navegar pelo vasto campo da 
literatura acadêmica com uma orientação clara sobre o valor e a 
contribuição de cada obra.
Técnicas de avaliação e crítica 
construtiva
As técnicas de avaliação e crítica construtiva são funda-
mentais para aprimorar o processo de revisão acadêmica e pro-
mover o desenvolvimento intelectual de quem se envolve com a 
leitura e análise de textos científicos. A crítica construtiva vai além 
de simplesmente apontar erros ou limitações em uma obra; seu 
objetivo principal é oferecer feedback fundamentado e útil, que 
contribua para o avanço do tema estudado, para o crescimento 
acadêmico dos autores e para a qualidade do conhecimento com-
partilhado.
Uma das primeiras técnicas para a avaliação construtiva é a 
análise objetiva dos pontos positivos e negativos da obra. Isso sig-
nifica reconhecer os méritos do trabalho e elencar suas contribui-
ções, além de evidenciar as áreas que poderiam ser melhoradas. 
48 PENSAMENTO CIENTÍFICO
EXEMPLO:
Ao avaliar um artigo acadêmico, é importante identificar a cla-
reza da argumentação, a adequação das metodologias, a con-
sistência dos resultados com as hipóteses levantadas e a ori-
ginalidade das conclusões. Esse tipo de análise deve ser feito 
com base em critérios claros e específicos para cada área do 
conhecimento, o que ajuda a manter a imparcialidade.
A crítica construtiva também se apoia no uso de uma lin-
guagem respeitosa e objetiva. Ao dar feedback, o avaliador deve 
evitar julgamentos pessoais e focar em aspectos concretos do tra-
balho, como a estrutura, a qualidade das fontes, a coerência entre 
os capítulos ou se o tema foi explorado de forma adequada. Frases 
como “o autor poderia ter explorado melhor o conceito de…” ou 
“a metodologia utilizada limita a aplicabilidade dos resultados…” 
ajudam a direcionar o autor para melhorias específicas sem que 
o comentário seja interpretado como ofensivo ou desmotivador.
Outroaspecto relevante é a sugestão de melhorias 
específicas. Uma crítica construtiva vai além de 
apontar problemas e inclui sugestões sobre como 
resolver ou mitigar as limitações encontradas. Se 
um artigo apresenta uma revisão bibliográfica in-
suficiente, o avaliador pode sugerir a inclusão de 
autores renomados na área ou de artigos recentes 
que abordem o tema de forma mais atualizada. 
Essas recomendações mostram ao autor onde ele pode me-
lhorar, bem como indicam o caminho para fortalecer sua pesquisa.
Além disso, a análise crítica deve considerar o contexto da 
obra. Nem todos os trabalhos acadêmicos têm o mesmo propósi-
to; alguns focam mais na descrição e síntese de conhecimentos, 
enquanto outros se concentram em pesquisa experimental ou 
análise teórica aprofundada. 
49PENSAMENTO CIENTÍFICO
Para compreender melhor como elaborar uma 
crítica construtiva, sugerimos assistir ao vídeo 
“Como Fazer uma Crítica Construtiva”. Esse vídeo 
explora técnicas essenciais para formular críticas 
de maneira construtiva, abordando os passos ne-
cessários para comunicar sugestões de melhoria 
com objetividade e respeito. Ele destaca como a 
crítica construtiva, quando feita de forma cuidado-
sa e fundamentada, contribui para o crescimento 
acadêmico e profissional de todos os envolvidos. 
Essa é uma excelente oportunidade para aprender 
a avaliar trabalhos e comunicar observações de 
forma positiva e útil. Acesse no QR Code.
Saber identificar o objetivo da obra e avaliar se ele foi al-
cançado é essencial para uma crítica justa e relevante. Dessa for-
ma, um artigo de revisão, por exemplo, deve ser avaliado pela 
abrangência e qualidade de sua síntese de informações, enquanto 
um estudo experimental deve ser criticado principalmente com 
base na precisão metodológica e na relevância dos resultados.
https://www.youtube.com/watch?v=5hcUQ8KyHa0 
50 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Imagem 2.11 – Crítica construtiva
Fonte: Freepik.
A prática da autocrítica também é importante para quem 
realiza uma avaliação construtiva. O avaliador precisa refletir so-
bre suas próprias expectativas, preferências e vieses para garan-
tir que seu feedback não seja influenciado por opiniões pessoais. 
Isso contribui para uma análise mais equilibrada e profissional, 
voltada para o desenvolvimento acadêmico do autor e não para a 
imposição de perspectivas individuais.
A crítica construtiva é um processo colaborativo que visa 
à evolução da ciência como um todo. Em contextos acadêmicos, 
o feedback de colegas, orientadores e revisores é parte integrante 
do desenvolvimento de pesquisas de qualidade e da formação de 
acadêmicos mais preparados e críticos. Ao adotar essas técnicas 
de avaliação e crítica construtiva, a revisão acadêmica se torna 
uma prática de aprendizado e crescimento mútuo, fortalecendo a 
comunidade científica e incentivando a produção de conhecimen-
to de forma ética e respeitosa.
51PENSAMENTO CIENTÍFICO
Comparação de obras e reflexão 
sobre contribuições ao campo
A comparação de obras e a reflexão sobre suas contri-
buições ao campo são práticas essenciais para qualquer análise 
acadêmica aprofundada. Ao realizar uma comparação entre dife-
rentes trabalhos, o pesquisador ou avaliador tem a oportunidade 
de observar como cada autor contribui para o avanço do conheci-
mento em uma área específica, destacando abordagens, metodo-
logias, teorias e perspectivas que se complementam ou divergem. 
Esse processo é crucial para identificar as tendências de pesquisa 
e para entender quais são as lacunas ou os pontos fortes que uma 
determinada área de estudo possui.
Imagem 2.12 – Critérios de avaliação
Fonte: Freepik.
Para realizar uma comparação eficaz, é fundamental que 
o pesquisador tenha um critério claro de avaliação. Esse critério 
pode incluir aspectos como a originalidade das ideias, a relevância 
dos temas abordados, a qualidade metodológica, a profundidade 
das análises e a clareza na apresentação dos resultados. 
52 PENSAMENTO CIENTÍFICO
EXEMPLO:
Ao comparar estudos sobre práticas de ensino, o pesquisador 
pode avaliar como cada autor aborda a aplicação de meto-
dologias em sala de aula e qual é o impacto dessas práticas 
no aprendizado dos alunos. Um estudo pode oferecer uma 
abordagem prática com foco em resultados mensuráveis, en-
quanto outro pode se concentrar em aspectos teóricos, apre-
sentando reflexões mais abstratas sobre a pedagogia. Essa 
comparação revela a amplitude de abordagens no campo e 
contribui para uma visão mais rica e contextualizada.
Um aspecto importante na comparação de obras é a iden-
tificação de abordagens metodológicas. Em muitas áreas de co-
nhecimento, diferentes métodos são utilizados para investigar um 
mesmo fenômeno, e comparar as metodologias permite avaliar 
qual abordagem é mais adequada para responder a certas per-
guntas de pesquisa. Por exemplo, ao comparar uma pesquisa 
quantitativa e uma qualitativa sobre o impacto da tecnologia na 
educação, um pesquisador pode perceber que a primeira foca em 
dados estatísticos e tendências gerais, enquanto a segunda ofere-
ce uma compreensão mais detalhada das experiências individuais 
dos alunos. Ambas as abordagens são válidas, mas oferecem dife-
rentes contribuições para o campo, enriquecendo o entendimen-
to do tema.
53PENSAMENTO CIENTÍFICO
Outro ponto relevante é a análise das referências e 
dos autores que cada obra escolhe para dialogar. 
Muitas vezes, os trabalhos acadêmicos se funda-
mentam em diferentes escolas de pensamento ou 
correntes teóricas. Ao comparar esses referenciais, 
o pesquisador consegue identificar quais são as in-
fluências e tradições acadêmicas predominantes 
em cada estudo e como essas influências moldam 
os resultados e as conclusões dos autores. Esse 
processo permite perceber quais linhas de pesqui-
sa são mais dominantes e quais ainda estão emer-
gindo no campo, fornecendo uma visão clara do 
panorama acadêmico atual.
A comparação de obras também ajuda a esclarecer as lacu-
nas presentes no conhecimento atual. Ao avaliar como diferentes 
trabalhos tratam um tema específico, o pesquisador pode notar que 
certos aspectos foram negligenciados ou abordados de maneira su-
perficial. Essas lacunas representam oportunidades para pesquisas 
futuras e para o aprofundamento do conhecimento sobre o tema. 
Por exemplo, se a maioria dos estudos sobre gestão escolar foca 
em modelos administrativos, mas poucos abordam a perspectiva 
dos alunos, isso indica uma área que poderia ser explorada para 
uma compreensão mais holística do ambiente escolar.
Finalmente, a reflexão sobre as contribuições de cada obra 
ao campo possibilita uma análise crítica e construtiva sobre o im-
pacto que essas pesquisas têm no desenvolvimento da área de 
estudo. Alguns trabalhos podem apresentar resultados práticos 
que influenciam diretamente a sociedade, enquanto outros contri-
buem teoricamente, oferecendo novas perspectivas e desafiando 
crenças estabelecidas. Ao refletir sobre essas contribuições, o pes-
quisador pode contextualizar a importância de cada obra, identifi-
cando quais estudos geraram mudanças significativas, que teorias 
foram reformuladas e quais conceitos permanecem relevantes.
54 PENSAMENTO CIENTÍFICO
Essa prática de comparação e reflexão é um exercício 
de síntese que fortalece a compreensão do pesquisador sobre 
o tema, bem como possibilita uma maior coesão nas discussões 
acadêmicas. Em última análise, comparar obras e refletir sobre 
suas contribuições enriquece a construção de conhecimento e 
oferece uma base sólida para o desenvolvimento de novas pes-
quisas, incentivando uma comunidade acadêmica mais informada 
e colaborativa.
Métodos de análise comparativa para 
avaliação das contribuições científicas
A análise comparativa é uma metodologia essencial na 
avaliação de contribuições científicas, permitindo que o pesqui-
sador compreenda as semelhanças, diferenças e impactos de vá-
rias obras dentro de um campo. Ao comparar diferentes estudos, 
é possível identificar tanto

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