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AULA 4-DAS PROVAS

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AULA 4 – DAS PROVAS
Provas são os meios utilizados para formar o convencimento do juiz a respeito de fatos controvertidos que tenham relevância para o processo.
1 - Classificação das provas:
Quanto ao objeto:
a.1 – Diretas – aquelas que se ligam diretamente aos fatos que se pretende demonstrar , como o recibo do pagamento ou o instrumento do contrato.
a.2 – Indiretas – aquelas que não se prestam a demonstrar diretamente o fato a ser provado, mas algum outro fato a ele ligado e que por meio de induções ou raciocínios, poderá levar à conclusão desejada, como por exemplo uma testemunha que em determinada data o litigante estava viajando e não podia ser o autor da conduta lesiva.
Quanto ao sujeito:
b.1 – pessoal – é aquela prestada por uma pessoa a respeito de um fato , como a ouvida de testemunhas ou o depoimento pessoal das partes.
b.2 – real – é a obtida pelo exame de determinada coisa, como a inspeção judicial ou a perícia feita sobre ela.
Quanto à forma:
c.1 – oral – é colhida verbalmente, como os depoimentos das partes e das testemunhas.
c.2 – escrita – é a que vem redigida, como os documentos e perícias. 
2 – Objeto da prova:
O objeto da prova são os fatos controvertidos relevantes para o julgamento do processo.
3 – Fatos que não precisam ser comprovados:
Fatos que não terão nenhuma repercussão no desfecho do processo e os irrelevantes não precisam ser comprovados.
Mas, mesmo entre os fatos relevantes,, há alguns que não precisam ser comprovados, conforme art 334 CPC:
Fatos notórios – aqueles do conhecimento geral da comunidade em que o processo tramita. Ex.: Que na cidade do Rio de Janeiro há grande afluxo de turistas estrangeiros, ou que em determinadas épocas a crise econômica assolou o país ou determinada região do Brasil.
Os afirmados por uma das partes – O que foi confessado pela parte contrária, seja expressamente, seja pela falta de impugnação específica, não se tornou controvertido. Pressupõe-se que o fato admita confissão. Ex. Que A prestou serviço na casa de B.
Os admitidos no processo como incontroversos – pressupões também a incontrovérsia que dispensa a instrução. Há um consenso entre as partes a respeito de determinado fato. Ex. Que A e B foram sócios.
Presunção legal de existência ou de veracidade do fato – presunção absoluta (juris et de jure) : nenhuma prova se admitirá que seja contrária ao fato alegado ; e presunção relativa ( juris tantum): aquele que a alegou não precisa provas, mas a outra parte poderá fazer prova contrária. A revelia é um exemplo de que há presunção relativa dos fatos alegados na inicial.
4 – Diferença entre presunções e indícios:
Presunções – São pressuposições da existência ou veracidade de um fato , estabelecidas por lei, ou como decorrência da observação do que ocorre normalmente. Havendo presunção, dispensa-se a produção da prova. 
Indícios – São sinais indicativos da existência ou veracidade de um determinado fato que, por si sós, não são suficientes para demonstrá-lo. No entanto, somados a outras circunstâncias ou indícios, podem fazê-lo.
5 – Prova de fato negativo:
É tradicional no direito a afirmação de que os fatos negativos não podem ser provados, mas apenas os afirmativos. Só seria possível demonstrar a existência de um fato, e não o contrário, razão pela qual os fatos negativos não precisam ser provados.
Ex.: é condição da usucapião especial que o possuidor não tenha nenhum outro imóvel, urbano ou rural, no País. Não lhe seria possível fazer tal prova, o que exigiria certidões negativas de todos os cartórios de registro de imóveis no Brasil. Mas o adversário do possuidor pode provar que ele tem algum imóvel, juntando a certidão do cartório correspondente.
Há fatos negativos que podem ser provados – é possível que eu prove não ter imóveis em determinada circunscrição imobiliária, ou que não fui a determinada festa, porque estava em outro local, ou que não viajei em determinado período pois estava trabalhando.
6 - Ônus da prova: 
As regras do ônus da prova vê formuladas no art. 333 do CPC.
Cumpre ao autor a prova dos fatos constitutivos do seu direito;
Cumpre ao réu a prova da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
A aplicação das regras do ônus da prova deve ser reservada à hipótese de terem sido esgotadas as possibilidades de aclaramento dos fatos. Se ainda houver prova que a auxilie, o juiz deverá mandar produzi-la, de ofício, na forma do art. 130 CPC.
7 – Inversão do Ônus da Prova:
Podem as partes alterar regras naturais de distribuição do ônus da prova? O parágrafo único do art. 333 do CPC o autoriza, ao estabelecer que é nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: I – recair sobre direito indisponível da parte; II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
Se o parágrafo único impede a inversão nestes casos, por exclusão, autoriza os demais casos.
 Se o processo versa sobre direito disponível, no qual as partes podem renunciar aos seus direitos, reconhecer juridicamente o pedido do adversário ou transigir, não há óbice a que convencionem a modificação do ônus.
Observar que em caso de processos envolvendo direito de consumidor, há inversão do ônus da prova em favor do consumidor e cabe, então, à parte contrária provar que o consumidor não tem o direito. CDC art. 51, VI.

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