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RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 1 www.radegondesresumos.com SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................................. 2 CONTEÚDO DO RESUMO .............................................................................................................. 3 DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................ 5 FORMAS DE ESTADO ..................................................................................................................... 6 SISTEMAS DE GOVERNO ................................................................................................................ 7 SISTEMA PRESIDENCIALISTA ......................................................................................................... 8 FORMAS DE GOVERNO .................................................................................................................. 9 REGIMES DE GOVERNO ............................................................................................................... 10 ESPÉCIES DE REGIME DEMOCRÁTICO ......................................................................................... 11 CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO QUANTO À ORIGEM ........................................................... 12 CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE ......... 13 CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO QUANTO À ESTABILIDADE .................................................. 14 PODER CONSTITUINTE ................................................................................................................ 15 SUBCLASSIFICAÇÕES DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO.................................................... 16 SUBCLASSIFICAÇÕES DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO ...................................................... 17 EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ................................................................................ 18 APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA PLENA ................................................................... 19 APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA .............................................................. 20 APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA ............................................................. 21 EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS............................................................. 23 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................ 24 SIMETRIA CONSTITUCIONAL ....................................................................................................... 25 SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS ......................................................................................... 26 POSITIVISMO ............................................................................................................................... 26 PATRIOTISMO CONSTITUCIONAL ................................................................................................ 27 PRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL .......................................................................................... 27 NORMA MATERIALMENTE CONSTITUCIONAL ............................................................................ 28 EMENDA CONSTITUCIONAL ........................................................................................................ 28 http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 2 www.radegondesresumos.com CONSIDERAÇÕES INICIAIS Olá, pessoal! Temos o grande prazer de iniciar com vocês nosso material de DIREITO CONSTITUCIONAL. Se você nunca estudou essa matéria, fique tranquilo(a), nós vamos detalhar os principais tópicos para que você fique afiado nela! Nosso objetivo é otimizar o seu tempo e lhe preparar para conseguir uma das vagas no seu próximo concurso! Hoje estudaremos os Conceitos Iniciais, as Formas de Estado, Os Sistemas de Governo, entre outros assuntos. Além disso, colocaremos esquemas, comentários e exemplos para facilitar o entendimento. Por fim, nunca é demais lembrarmos que adotamos as seguintes premissas na elaboração dos nossos materiais: ✓ Histórico de cobrança das principais bancas; e ✓ Exclusão de conceitos que não possuem histórico de cobrança relevante. Sugestão de estudo: ➢ Estude com calma este PDF. Leia-o devagar, mas não se preocupe em memorizar os detalhes, pois eles serão memorizados com a repetição do estudo desse conteúdo. Qualquer crítica ou sugestão envie um e-mail para: contato@radegondesresumos.com Bons estudos! http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 3 www.radegondesresumos.com CONTEÚDO DO RESUMO 01 Direito Constitucional - Conceitos Iniciais. Formas de Estado. Sistemas de Governo. Formas de Governo. Regimes de Governo. Classificação da Constituição. Poder Constituinte. Eficácia das Normas Constitucionais. Métodos de Interpretação. Sistema de Freios e Contrapesos. 02 Dos Princípios Fundamentais. Dos Fundamentos da República Federativa do Brasil. Do Princípio da Separação dos Poderes. Dos Objetivos Fundamentais. Dos Princípios que Regem as Relações Internacionais. Jurisprudência Pertinente. 03 Dos Direitos e Garantias Fundamentais. Características dos Direitos Fundamentais. Característica dos Direitos Sociais. Teoria Externa. Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Da Inviolabilidade da Casa. Do Sigilo das Comunicações. Do Direito de Reunião. Das Associações. Da Propriedade. Do Direito de Petição. Princípio da Inafastabilidade de Jurisdição. Da Instituição do Júri. Do Princípio da Legalidade e da Irretroatividade. 04 Remédios Constitucionais. Habeas Corpus. Mandado de Segurança. Mandado de Injunção. Habeas Data. Ação Popular. Da Gratuidade. Ação Civil Pública. Recapitulando. Jurisprudência Pertinente. 05 Dos Direitos Sociais. Direitos dos Trabalhadores Urbanos e Rurais. Associação Profissional ou Sindical. Direito de Greve. Da Nacionalidade (Art. 12). Perda da Nacionalidade. Símbolos da República Federativa do Brasil. Dos Direitos Políticos. Perda ou Suspensão dos Direitos Políticos. Dos Partidos Políticos. Da Cláusula de Desempenho para Acesso ao Fundo Partidário. Jurisprudência Pertinente. 06 Da Organização Político-Administrativa. Da União. Da Competência Administrativa Exclusiva da União. Da Competência Legislativa Privativa da União. Da Competência Administrativa Comum. Da Competência Legislativa Concorrente. Dos Estados Federados. Jurisprudência Pertinente. 07 Da Organização e Competência dos Municípios. Do Distrito Federal. Dos Territórios. Jurisprudência Pertinente. 08 Da Intervenção. Da Intervenção da União nos Estados. Da Intervenção dos Estados nos Municípios. Jurisprudência Pertinente. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 4 www.radegondesresumos.com 09 Do Poder Executivo. Do Presidente e do Vice-Presidente da República. Das Atribuições do Presidente da República. Da Responsabilidade do Presidente da República. Dos Ministros de Estado. Do Conselho da República. Do Conselho de Defesa Nacional. 10 Do Poder Legislativo. Do Congresso Nacional. Das Atribuições do Congresso Nacional. Das Competências Exclusivas do Congresso Nacional. Convocação de Autoridades. Da Câmara dos Deputados. Dos Deputados e Senadores. Das Comissões. Da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 11 Do Processo Legislativo. Disposição Geral. Da Emenda à Constituição. Das Leis. Das Medidas Provisórias. Projeto de Lei. Sanção ou Veto. Leis Delegadas. Leis Complementares. 12 Do Poder Judiciário. Órgãos do Poder Judiciário. Do Estatuto da Magistratura.Do Quinto Constitucional. Das Garantias e Vedações. Da Cláusula de Reserva de Plenário. Do Supremo Tribunal Federal. Legitimados da ADIN e ADC. 13 Das Funções Essenciais à Justiça. Do Ministério Público. Dos Princípios Institucionais do Ministério Público. Da Abrangência do Ministério Público. Das Garantias dos Membros do Ministério Público. Do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Da Advocacia Pública. Da Advocacia Privada. Da Defensoria Pública. 14 Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. Do Estado de Defesa. Do Estado de Sítio. Medidas a Serem Tomadas na Vigência do Estado de Sítio. Das Forças Armadas. Da Segurança Pública. Das Atribuições da Polícia Federal. Das Atribuições da Polícia Rodoviária Federal. Das Atribuições da Polícia Ferroviária Federal. Das Atribuições das Polícias Civis. Das Atribuições das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares. Das Atribuições da Polícia Penal. Da Segurança Viária. 15 Controle de Constitucionalidade. Momentos de Controle de Constitucionalidade. Modelos de Controle de Constitucionalidade. Vias de Controle. Controle Concentrado. 16 Bônus – Jurisprudências Relevantes http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 5 www.radegondesresumos.com DIREITO CONSTITUCIONAL Direito constitucional é uma área do direito que estuda e analisa a Constituição de um país. Ele regula as normas e princípios que organizam o Estado, estabelecendo os direitos e deveres dos cidadãos e governantes. O direito constitucional abrange temas como: ✓ A forma de Estado; ✓ O Sistema de governo; ✓ A estrutura e divisão dos poderes; ✓ Os Direitos fundamentais, entre outros. Sua finalidade é garantir o equilíbrio de poderes, a proteção dos direitos humanos e o Estado de Direito. É um ramo do direito fundamental para a garantia da democracia e legitimidade do sistema jurídico. Existem diversos conceitos de constituição, porém as que mais aparecem em provas são estas abaixo: PRINCIPAIS CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO EM BRANCO Uma "constituição em branco" é aquela que não contém limitações específicas ou explícitas ao poder de reforma constitucional. Em outras palavras, não estabelece restrições claras sobre quais partes da constituição podem ser alteradas ou em que extensão. Este tipo de constituição dá uma margem maior para realizar mudanças no texto constitucional, já que não há barreiras pré-definidas. CONSTITUIÇÃO UBÍQUA Uma constituição ubíqua é uma constituição que está presente em todos os aspectos da vida política de uma nação. Essa constituição vai além de meramente estabelecer a estrutura de governo e direitos individuais. Ela busca normatizar todos os assuntos políticos, sociais e econômicos da sociedade. CONSTITUIÇÃO SUAVE (DÚCTIL) A constituição suave (maleável) é aquela que não contém exageros ou limitações drasticamente rígidas, não consagrando, ao exprimir o pluralismo social (diversidade de opiniões e estilos de vida), preceitos que não possam ser vividos na prática. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 6 www.radegondesresumos.com FORMAS DE ESTADO A forma de Estado se refere à organização política de um país, ou seja, como o poder é distribuído e exercido dentro de uma nação. Existem três formas principais de Estado: (1) Estado unitário; (2) Estado federativo; e (3) Estado confederado. ESTADO UNITÁRIO O poder é centralizado em um único governo central, que toma todas as decisões políticas e administra todo o território. É o caso, por exemplo, do Reino Unido. ESTADO FEDERATIVO O poder é dividido entre o governo central e os governos estaduais ou locais. Cada entidade federativa possui uma autonomia política, administrativa e financeira. É o caso do Brasil, por exemplo. ESTADO CONFEDERADO É uma forma de união entre Estados independentes (soberanos) que decidem cooperar entre si, mantendo a sua soberania. Nesse caso, o poder está nas mãos dos Estados membros, e o governo central tem poder limitado. Um exemplo histórico de Estado confederado é a Confederação dos Estados Americanos, durante a Guerra Civil dos Estados Unidos. ATENÇÃO! O federalismo brasileiro é oriundo de um federalismo por segregação, também chamado de federalismo por desagregação ou movimento centrífugo. Isso significa que a formação do Estado brasileiro (Brasil) ocorreu a partir da descentralização do poder que existia nas mãos de um único ente. Essa descentralização resultou na formação dos entes federados (União, Estados, DF, Municípios), cada uma mantendo sua própria autonomia e esfera de competência. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 7 www.radegondesresumos.com SISTEMAS DE GOVERNO Um sistema de governo compreende as relações institucionais estabelecidas entre os órgãos integrantes dos Poderes Legislativo e Executivo, bem como os aspectos referentes à investidura e à continuação ou destituição dos governantes do poder. Existem dois principais sistemas de governo: (1) o presidencialismo; e (2) o parlamentarismo. SISTEMAS DE GOVERNO PRESIDENCIALISMO No presidencialismo, o poder executivo é exercido pelo presidente, eleito em um processo eleitoral, e tem atribuições amplas e independentes dos demais poderes. O presidente é tanto o chefe de Estado quanto o chefe de governo, e possui um mandato fixo. Separadamente, o poder legislativo é exercido pelo Congresso Nacional (ou Parlamento), composto por representantes eleitos pelo povo, que elaboram e aprovam leis. É o caso do Brasil, por exemplo. PARLAMENTARISMO No parlamentarismo, o poder é dividido entre o chefe de Estado (que é o presidente) e o chefe de governo (que é o primeiro- ministro). O chefe de Estado é uma figura simbólica, como um monarca ou presidente cerimonial, enquanto o chefe de governo é o primeiro-ministro, escolhido pelo Parlamento. Esse sistema de governo estabelece uma relação institucional entre o Poder Executivo (presidente e primeiro-ministro) e o Poder Legislativo (parlamento). Contudo, o Parlamento é soberano e pode destituir o primeiro- ministro por meio de um voto de desconfiança. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 8 www.radegondesresumos.com SISTEMA PRESIDENCIALISTA O sistema presidencialista é uma forma de governo adotada pelo Brasil, em conformidade com a Constituição Federal. Nesse sistema, o presidente da República é eleito pelo povo e exerce o poder executivo, chefiando o governo e sendo responsável pela administração do país. Além disso, o presidente possui atribuições como a nomeação de ministros, veto a projetos de lei e a representação do país em âmbito externo. O sistema presidencialista no Brasil busca garantir a separação dos poderes, com o presidente sendo responsável por executar as leis elaboradas pelo legislativo e julgadas pelo poder judiciário. ATENÇÃO! O Presidente da República age como Chefe de Estado quando celebra tratados internacionais ou declara guerra. PRESIDENTE DA REPÚBLICA Chefia o Poder Executivo É auxiliado pelos Ministros de Estado, no âmbito federal É o único que acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo @RADEGONDESS http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 9 www.radegondesresumos.com FORMAS DE GOVERNO As formas de governo se referem às diferentes formas pelas quais um país é governado. Existem diversas formas de governo, cada uma com suas características. Para Montesquieu existem três formas de governo: (1) república; (2)monarquia; e (3) despotismo. A diferença entre essas três formas de governo está na forma como o poder é distribuído e exercido. REPÚBLICA Neste tipo de governo, o poder é exercido pelo povo ou por seus representantes eleitos. As decisões políticas são tomadas de forma coletiva e o governo é responsável perante a população. Exemplos de repúblicas são os sistemas democráticos, em que o poder é exercido por meio de eleições. É o caso do Brasil, por exemplo. MONARQUIA Neste tipo de governo, o poder é exercido por um monarca, geralmente um rei ou rainha, que possui soberania absoluta e hereditária. O monarca governa sem a necessidade de prestar contas ao povo. Pode haver monarquias constitucionais, em que o rei ou rainha possui um poder limitado e instituições democráticas são estabelecidas para controlar o governo. DESPOTISMO Neste tipo de governo, o poder é exercido por um governante absoluto, sem qualquer tipo de controle ou restrição. O despotismo é caracterizado pelo exercício arbitrário do poder, sem respeito às leis e à vontade do povo. O governante despotista pode ser um monarca ou um ditador. Montesquieu defendeu a separação dos poderes como uma forma de garantir a liberdade e evitar abusos no exercício do poder. Segundo ele, cada um dos poderes (legislativo, executivo e judiciário) deveria ser exercido por instituições diferentes e independentes entre si. Essa teoria ficou conhecida como a teoria da separação dos poderes e serviu de base para os sistemas democráticos modernos. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 10 www.radegondesresumos.com REGIMES DE GOVERNO Os regimes de governo existentes se dividem basicamente em dois: (1) o regime democrático; e (2) o regime ditatorial. Esses regimes possuem características distintas e afetam diretamente a forma como o poder é exercido e as liberdades individuais são protegidas. Enquanto no regime democrático os cidadãos têm voz e escolha nas decisões políticas, no regime ditatorial a autoridade é centralizada e as liberdades individuais são frequentemente negadas. QUADRO COMPARATIVO REGIME DEMOCRÁTICO REGIME DITATORIAL O poder é exercido pelo povo, seja diretamente ou por meio de representantes eleitos. Nesse sistema, há a participação popular nas decisões políticas, através do voto e da possibilidade de formação de partidos políticos. O regime ditatorial é caracterizado por um governo de autoridade e poder centralizados em uma única pessoa ou grupo, sem participação popular significativa e sem respeito aos direitos individuais. É esperado que os governantes ajam de acordo com a Constituição e respeitem os direitos fundamentais dos cidadãos. A transparência e a prestação de contas também são princípios centrais nesse sistema. A tomada de decisões e a implementação de leis são realizadas sem o consentimento do povo, e a liberdade de expressão, de imprensa e de associação são frequentemente restringidas. A democracia busca garantir a divisão de poderes, com os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário atuando de forma independente, a fim de evitar abusos e garantir a proteção dos direitos e liberdades individuais. O poder é exercido de forma arbitrária e as decisões tomadas podem ir contra as leis e até mesmo contra a própria Constituição. O regime ditatorial normalmente não apresenta divisão clara de poderes e os governantes tendem a concentrar grande autoridade e controle sobre o Estado. NO BRASIL FORMA DE ESTADO SISTEMA DE GOVERNO FORMA DE GOVERNO REGIME DE GOVERNO Federação Presidencialista República Democrático http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 11 www.radegondesresumos.com ESPÉCIES DE REGIME DEMOCRÁTICO De modo geral podemos classificar os regimes democráticos em três espécies: (1) democracia direta; (2) democracia representativa; e (3) democracia semidireta ou participativa. ESPÉCIES DE DEMOCRACIA DEMOCRACIA DIRETA Na democracia direta, o poder é exercido diretamente pelo povo, sem a necessidade de intermediários ou representantes. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Na democracia representativa, o povo, como detentor da soberania, elege representantes por meio de eleições. DEMOCRACIA SEMIDIRETA (OU PARTICIPATIVA) Na democracia semidireta (ou participativa), temos um "sistema híbrido" que combina características tanto da democracia direta quanto da democracia representativa. Nesse tipo de regime, o poder é exercido tanto diretamente pelo povo, por meio de mecanismos de participação popular, quanto por representantes eleitos. Esse sistema busca a participação direta do povo em decisões políticas, seja por meio de referendos, plebiscitos ou outras formas de consulta popular. É o caso do Brasil, por exemplo. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 12 www.radegondesresumos.com CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO QUANTO À ORIGEM OUTORGADA A constituição outorgada é aquela imposta por um governante que impõe suas regras sem a participação popular. Por exemplo, imagine uma Constituição do País “ABC” elaborada e publicada pelo ditador que ali detinha o controle do poder político, isto sem qualquer participação popular. Nesse caso, podemos afirmar que a constituição foi outorgada. DEMOCRÁTICA A constituição democrática é aquela promulgada por um governante e que estabelece os direitos, as garantias e o funcionamento das instituições de um país de forma a assegurar a participação popular, a igualdade de todos perante a lei e a proteção dos direitos individuais e coletivos. Por exemplo, a Constituição Federal do Brasil de 1988 é considerada democrática. CESARISTA A constituição cesarista é um sistema político em que o poder é centralizado em uma autoridade suprema, geralmente uma figura imperial ou ditatorial. DUALISTA São constituições que surgem do embate entre monarquia e burguesia, de modo que, em virtude da instabilidade política, é estabelecida uma limitação ao poder do imperador. Esse, porém, é mantido no poder, o que dá surgimento às monarquias constitucionais. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 13 www.radegondesresumos.com CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE CONSTITUIÇÃO REAL (OU MATERIAL) A constituição real reflete os valores, princípios e instituições que de fato governam o país, independentemente do que está descrito no texto oficial da constituição. CONSTITUIÇÃO FORMAL (OU ESCRITA) A constituição formal define as estruturas de governo, estabelece direitos e liberdades dos cidadãos e organiza as relações entre os poderes do Estado. CONSTITUIÇÃO NOMINAL (OU SEMÂNTICA) A constituição nominal é apenas uma fachada ou uma mera declaração de princípios que não se refletem na realidade política. O objetivo dessa constituição é tão somente o de formalizar, no plano normativo, o poder exercido. EXEMPLO: Depois de um violento confronto com as Forças Armadas do País “ABC”, o grupo armado "COMANDOS" conseguiu tomar o controle. Como seu objetivo era manter o controle das instituições estatais, eles solicitaram que um grupo de juristas redigisse uma constituição que simplesmente validasse os objetivos do grupo armado. Após a conclusão, o texto foi publicado como a Constituição do País “ABC”. Nesse caso, podemos afirmar que estamos diante de uma constituição semântica. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 14 www.radegondesresumos.com CLASSIFICAÇÃODA CONSTITUIÇÃO QUANTO À ESTABILIDADE IMUTÁVEL Uma constituição imutável é aquela que não pode ser alterada, modificada ou emendada de forma alguma. RÍGIDA Uma constituição rígida é aquela que pode ser alterada ou modificada, mas apenas mediante procedimentos mais complexos que o processo legislativo ordinário. Cabe ressaltar que as cláusulas pétreas são consideradas imutáveis. Esse é o caso da Constituição Federal do Brasil. SEMIRRÍGIDA Uma constituição semirrígida é uma combinação de características de uma constituição rígida e uma constituição flexível. Ela possui elementos que podem ser alterados com mais facilidade, seguindo um procedimento menos complexo, mas mantém certas regras ou princípios que são mais difíceis de serem modificados. FLEXÍVEL Uma constituição flexível é aquela que pode ser alterada ou modificada por meio dos mesmos procedimentos utilizados na aprovação de leis ordinárias. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 15 www.radegondesresumos.com PODER CONSTITUINTE O poder constituinte é a capacidade de criar, modificar ou reformar uma constituição. É o poder supremo e originário que emana do povo, sendo exercido por meio de seus representantes eleitos ou por sua vontade direta em momentos de ruptura constitucional. O poder constituinte está relacionado à soberania popular e é a base para a legitimação das normas contidas em uma constituição. EXEMPLO: Um exemplo prático do exercício do poder constituinte originário foi o da Assembleia Nacional Constituinte do Brasil, realizada em 1987-1988. Nesse período, devido a um momento de transição política e após um longo período de ditadura militar, foi convocada uma assembleia formada por representantes eleitos pelo povo para redigir uma nova constituição democrática. Essa assembleia foi responsável por criar e reformar diversas normas que passaram a compor a Constituição Federal de 1988, estabelecendo os direitos e deveres dos cidadãos, a organização dos poderes e os princípios fundamentais da democracia brasileira. Esse exemplo demonstra como o poder constituinte é exercido com base na vontade popular, e como ele é fundamental para a legitimidade de uma constituição. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO É aquele exercido para criar uma nova constituição. DERIVADO É aquele exercido para modificar ou revisar uma constituição já existente. @RADEGONDESS http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 16 www.radegondesresumos.com SUBCLASSIFICAÇÕES DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO O Poder Constituinte originário pode ser subclassificado em dois tipos: ✓ Poder Constituinte originário concentrado; e ✓ Poder Constituinte originário difuso. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO CONCENTRADO DIFUSO O poder constituinte originário concentrado é o poder exercido por um órgão específico e exclusivo, como uma assembleia constituinte, que tem a prerrogativa de criar uma nova Constituição. O poder constituinte originário difuso é o poder que pertence a todo o povo, ou seja, é exercido de forma dispersa e difusa por todos os cidadãos. Nesse caso, quando o Poder Constituinte deriva de uma deliberação formal de um grupo de agentes, como no caso das constituições escritas, ele pode ser classificado como concentrado. Nesse caso, não está concentrado em um órgão específico, mas sim distribuído em cada indivíduo da sociedade. OBS.: O poder constituinte originário concentrado é mais comum em momentos de transição política ou constitucional, enquanto o poder constituinte originário difuso pode estar sempre presente, já que é exercido pelos cidadãos em sua participação no processo político. ATENÇÃO! 1) As normas constitucionais, salvo disposição expressa em contrário (pois a Constituição pode fazê-lo), não alcançam os atos ou fatos consumados no passado (retroatividade máxima) nem os seus efeitos pendentes (retroatividade média). 2) A Constituição nova alcança apenas os efeitos futuros de fatos passados (retroatividade mínima). Ou seja, norma constitucional superveniente editada pelo poder constituinte originário tem eficácia retroativa mínima. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 17 www.radegondesresumos.com SUBCLASSIFICAÇÕES DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO O Poder Constituinte derivado é uma expressão utilizada no estudo do direito constitucional para designar o poder de realizar alterações na Constituição já estabelecida. Diferentemente do Poder Constituinte originário, que é responsável por criar uma nova Constituição, o Poder Constituinte derivado é aquele que atua sobre uma Constituição que já está em vigor. Existem duas formas principais de exercício do Poder Constituinte derivado: (1) reformador; e (2) decorrente. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR DECORRENTE Refere-se à capacidade de alterar a própria Constituição de um país por meio de revisão ou emendas constitucionais. É o poder de elaborar uma nova Constituição por parte de um ente federativo subnacional, como os Estados-membros. Esse poder é exercido pelos órgãos constitucionais, como o Poder Legislativo, de acordo com os procedimentos definidos pela própria Constituição. Esse poder é concedido aos entes federativos pela Constituição Federal e está limitado aos assuntos de sua competência. Em resumo, a diferença entre os dois poderes está no fato de que o poder constituinte derivado reformador permite a alteração da Constituição existente, enquanto o poder constituinte derivado decorrente permite a elaboração de uma nova Constituição por entes subnacionais. Em todos os casos, é importante ressaltar que o Poder Constituinte derivado é limitado pelos princípios e fundamentos estabelecidos na própria Constituição, visando garantir a estabilidade e a segurança jurídica das normas constitucionais. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 18 www.radegondesresumos.com EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS A eficácia das normas constitucionais se refere à capacidade de aplicação e cumprimento das disposições estabelecidas na Constituição de um país. Ela diz respeito à efetividade e eficácia das normas constitucionais e à sua força vinculante. Existem diferentes classificações para a eficácia das normas constitucionais, como a classificação de José Afonso da Silva, que divide as normas constitucionais em: (1) Normas de eficácia plena; (2) Normas de eficácia contida; e (3) Normas de eficácia limitada. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS NORMAS DE EFICÁCIA PLENA São aquelas que podem ser aplicadas imediatamente após a promulgação da Constituição. NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA São aquelas que podem ser aplicadas de forma imediata, porém podem sofrer limitações futuras. Ou seja, são normas de eficácia restringível. NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA São aquelas que precisam de uma lei infraconstitucional para que possam ser aplicadas. Ou seja, são normas de eficácia restringível dependente de regulamentação legislativa. ATENÇÃO! 1) Toda norma constitucional goza de eficácia jurídica (capacidade de produzir efeitos jurídicos). 2) A eficácia de uma norma constitucional pode ser considerada não só do ponto de vista jurídico, mas também do social, ocorrendo essa eficácia social a partir do respeito à legislação pela população. A população respeita determinada legislação? ➢ SIM → Então temos Eficácia Social. ➢ NÃO → Então não temos Eficácia Social. 3) O STF assentou o entendimento de que o preâmbulo não é norma constitucional.É apenas mera manifestação de cunho político-filosófico que não possui eficácia constitucional. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 19 www.radegondesresumos.com APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA PLENA EXEMPLO: De acordo com o art. 5º, IV, da Constituição da República, “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, podemos afirmar que desse preceito se extrai uma norma de eficácia plena. ATENÇÃO! As normas de eficácia absoluta são as intangíveis, também denominadas de imutáveis, ou ainda, no dizer de Maria Helena Diniz, supereficazes, por não admitirem modificação pelo Poder Constituinte Derivado Reformador (poder de elaborar Emendas Constitucionais). Diferenciam-se das normas de eficácia plena pelo fato de que estas podem ser alteradas por emenda constitucional. As de eficácia absoluta nem emenda admitem. NÃO CONFUNDA! NORMAS DE EFICÁCIA PLENA NORMAS DE EFICÁCIA ABSOLUTA Podem ser alteradas por emenda constitucional. Não podem ser alteradas por emenda constitucional. Ex.: Cláusulas Pétreas. APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA PLENA IMEDIATA Estão aptas para produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da Constituição DIRETA Não dependem de nenhuma norma regulamentadora para a produção de efeitos INTEGRAL Já produzem seus essenciais efeitos, pois não estão sujeitas à imposição de restrições @RADEGONDESS http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 20 www.radegondesresumos.com APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA EXEMPLO 01: De acordo com o art. 26, I, da Constituição da República, “Estão incluídos entre os bens dos Estados as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União”. Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, podemos afirmar que desse preceito se extrai uma norma de eficácia contida. EXEMPLO 02: De acordo com a Constituição da República, “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, podemos afirmar que desse preceito se extrai uma norma de eficácia contida. APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA IMEDIATA Estão aptas para produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da Constituição DIRETA Não dependem de nenhuma norma regulamentadora para a produção de efeitos NÃO INTEGRAL Estão sujeitas à imposição de restrições @RADEGONDESS http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 21 www.radegondesresumos.com APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA ATENÇÃO! No caso de norma constitucional de eficácia limitada, enquanto não expedida a regulamentação, o exercício do direito permanece impedido, mas pode ser exigível por: ✓ Impetração de mandado de injunção (individual ou coletivo); ou ✓ ADO (Ação direta de Inconstitucionalidade por Omissão). APLICABILIDADE DAS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA MEDIATA Só produzirão seus efeitos essenciais posteriormente, depois da regulamentação por lei INDIRETA Não asseguram, diretamente, o exercício do direito, dependendo de norma regulamentadora intermediária para tal REDUZIDA (NEGATIVA) Elas não produzem seus plenos efeitos ainda (já que dependem da regulamentação), mas já servem de parâmetro para a realização do controle de constitucionalidade @RADEGONDESS http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 22 www.radegondesresumos.com EXEMPLO 01: A norma constitucional mediante a qual se confere competência à União para elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território é de eficácia limitada e de natureza programática. EXEMPLO 02: De acordo com o art. 5º, XXXII, da Constituição da República, “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, podemos afirmar que desse preceito se extrai uma norma de eficácia limitada e de natureza programática. EXEMPLO 03: De acordo com o art. 7º, inciso XX, da Constituição da República de 88, “É direito dos trabalhadores urbanos e rurais a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei”. Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, podemos afirmar que desse preceito se extrai uma norma de eficácia limitada e de princípio programático. EXEMPLO 04: De acordo com o art. 121, caput, da Constituição da República, “lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.” Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, podemos afirmar que desse preceito se extrai uma norma de eficácia limitada e de princípio institutivo. EXEMPLO 05: De acordo com o parágrafo único do art. 75 da Constituição da República de 1988, “As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros”. Considerando a aplicabilidade das normas constitucionais, podemos afirmar que desse preceito se extrai uma norma de eficácia limitada e de princípio institutivo. AS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA PODEM SER DIVIDIDAS EM 2 GRUPOS: De princípio institutivo (organizativo) A Constituição estabelece regras para a organização de órgãos. De princípio programático A Constituição estabelece programas a serem cumpridos futuramente pelo Estado. @RADEGONDESS http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 23 www.radegondesresumos.com EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS A eficácia horizontal dos direitos fundamentais se refere à aplicação desses direitos (fundamentais) nas relações entre particulares. Essa ideia se baseia na compreensão de que as normas de direitos fundamentais não se aplicam apenas ao Estado, mas também aos cidadãos em suas interações cotidianas. A eficácia horizontal dos direitos fundamentais é importante para garantir a proteção dos direitos individuais no âmbito privado e promover uma sociedade mais justa e igualitária. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS HORIZONTAL (↔) VERTICAL (↕) Regula a relação entre os indivíduos em si. Regula a relação entre o indivíduo e o Estado. A eficácia horizontal dos direitos fundamentais é sempre indireta, exigindo a intermediação legislativa para indicar as situações em que deve ocorrer? Resposta: Não necessariamente. Em alguns casos, a eficácia horizontal dos direitos fundamentais pode ser direta, ou seja, não sendo necessária a intermediação legislativa para sua aplicação. Isso ocorre quando os direitos fundamentais já possuem uma eficácia plena, sejam eles expressos na Constituição ou reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como tendo um determinado alcance. Entretanto, em outros casos, dependendo da complexidade da situação, a intermediação legislativa pode ser necessária para determinar as circunstâncias específicas em que a eficácia horizontal dos direitos fundamentais será aplicada. Por exemplo, em situações de conflito de direitos fundamentais entre indivíduos, pode ser necessário que o legislador estabeleça critérios ou balanços para definir a melhor solução. Dessa forma, é possível afirmar que a eficácia horizontal dos direitos fundamentais pode ser tanto direta, sem necessidade de intermediação legislativa, quanto indireta, exigindo aatuação do legislador para indicar as situações em que ela deve ocorrer. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 24 www.radegondesresumos.com MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS Os métodos de interpretação das normas constitucionais são técnicas utilizadas pelos interpretes do direito constitucional para compreender o significado e a extensão das disposições constitucionais. Existem diversos métodos de interpretação, mas alguns dos que mais aparecem em provas são: (1) Método Jurídico (Hermenêutico Clássico); (2) Método Tópico-Problema; (3) Método Hermenêutico Concretizador; e (4) Método Científico Espiritual. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS MÉTODO JURÍDICO (HERMENÊUTICO) Esse método se baseia na análise dos elementos textuais da Constituição, como palavras e expressões, bem como na investigação das intenções do legislador constituinte. Além disso, considera a interpretação sistemática, ou seja, a relação entre as normas constitucionais e o contexto em que estão inseridas. MÉTODO TÓPICO PROBLEMA A norma é individualizada pelo intérprete a partir de um processo intelectivo. Ou seja, o intérprete inicia o processo analisando o texto constitucional e, em seguida, considera a realidade e os fatos concretos relacionados à situação em questão. Durante esse processo, podem surgir conflitos internos na norma constitucional, pois diferentes argumentos podem levar a interpretações diferentes. O intérprete, então, utiliza seu poder decisório para resolver essas conflitualidades e determinar o significado final da norma. MÉTODO HERMENÊUTICO CONCRETIZADOR Esse método se baseia na ideia de que a Constituição não é uma norma abstrata, mas sim um conjunto de princípios e diretrizes que devem ser adaptados às realidades da sociedade. MÉTODO CIENTÍFICO ESPIRITUAL Esse método leva em consideração, além dos elementos textuais e contextuais, aspectos subjetivos, como valores e princípios éticos. A interpretação é feita de forma holística, considerando tanto os aspectos práticos quanto os valores e ideais que fundamentam o direito constitucional. Cada um desses métodos possui suas características e abordagens particulares, e sua aplicação dependerá do objetivo e contexto em que se pretende interpretar as normas constitucionais. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 25 www.radegondesresumos.com EXEMPLO DE INTERPRETAÇÃO DA NORMA UTILIZANDO O MÉTODO TÓPICO-PROBLEMA Um exemplo disso pode ser o conflito do direito à liberdade de expressão, garantido pela Constituição. Imagine uma situação em que uma pessoa foi processada por suas declarações em uma rede social. Nesse caso, o intérprete analisará o texto constitucional que protege a liberdade de expressão. Em seguida, avaliará a realidade e considerará os fatos concretos do caso, como o conteúdo das declarações, seu impacto na sociedade e a possível violação de outros direitos constitucionais. Com base nessa análise, o intérprete atribuirá um significado adequado à norma constitucional da liberdade de expressão e decidirá se a conduta em questão está protegida pela constituição ou não. SIMETRIA CONSTITUCIONAL A simetria constitucional estabelece que os estados-membros e municípios devem ter autonomia para legislar sobre determinadas matérias, desde que respeitem os princípios e normas estabelecidos pela Constituição Federal. EXEMPLO: A Constituição Federal, em seu art. 49, inciso V, dispõe que “É da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”. Em outras palavras, o Presidente da República não pode editar um decreto regulamentar que exorbite (ou contrarie) os limites impostos pela lei, caso contrário o Congresso Nacional poderá sustar (suspender) esse decreto. Nesse caso, de acordo com a simetria constitucional, essa regra também vale para os Estados e Municípios. Ou seja, caso o Governador edite um decreto regulamentar que exorbite (ou contrarie) os limites impostos por lei estadual, a Assembleia Legislativa também poderá sustar o decreto do Governador. ATENÇÃO! A simetria em relação ao parâmetro federal não prevalece em relação ao quórum qualificado de 2/3 que é exigido da Câmara Municipal para recusar o parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre as contas que os prefeitos municipais devem prestar anualmente. Isso ocorre porque no âmbito federal não há exigência de quórum qualificado do Congresso Nacional para recusar o parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas que o Presidente da República deve prestar anualmente. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 26 www.radegondesresumos.com SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS O sistema de freios e contrapesos, previsto pelo Direito Constitucional, tem como objetivo promover o controle mútuo dos Poderes da República, garantindo que nenhum deles se sobreponha de forma abusiva sobre os demais. Esse sistema visa manter o equilíbrio e a harmonia entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ou seja, o sistema de freios e contrapesos é um mecanismo destinado ao controle recíproco dos Poderes da República, sem prejuízo da autonomia conferida a cada um deles para o exercício de suas funções. Um exemplo de como o sistema de freios e contrapesos funciona é o seguinte: EXEMPLO: O Presidente da República, no exercício do Poder Executivo, pode vetar uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, que é o Poder Legislativo. No entanto, o Congresso tem a prerrogativa de derrubar esse veto por meio de votação. Isso demonstra o controle recíproco dos poderes, onde um poder limita o outro para evitar abusos ou concentração excessiva de poder. POSITIVISMO O positivismo é uma corrente teórica no estudo do direito constitucional que se baseia na ideia de que o direito precisa ser analisado a partir de fontes formais estabelecidas, como a lei e a Constituição, e não a partir de conceitos abstratos ou subjetivos. Essa abordagem se concentra na análise das regras legais existentes, desconsiderando questões morais, éticas, religiosas ou filosóficas subjacentes. Segundo o positivismo, a interpretação do direito deve ser objetiva e baseada em critérios claros e pré- estabelecidos. Os positivistas defendem que a norma escrita é a única válida e que a decisão judicial deve se limitar a aplicar literalmente a lei escrita. ATENÇÃO! Uma das características do positivismo, de um ponto de vista estritamente jurídico, consiste em afastar a moral, a ética, a religião e a filosofia como fonte do direito. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 27 www.radegondesresumos.com PATRIOTISMO CONSTITUCIONAL O patriotismo constitucional é uma abordagem que propõe o abandono de ideias nacionalistas extremas (ideias que tendem a promover a superioridade de uma nação em relação às demais) e busca estabelecer uma identidade política coletiva baseada em princípios democráticos e universais, que incluem o respeito às liberdades individuais, a igualdade perante a lei, o respeito aos direitos humanos e a separação dos poderes. O patriotismo constitucional defende a ideia de que os cidadãos devem se identificar e se engajar nas questões políticas de seu país, mas sem desprezar ou menosprezar outras nações. Isso implica em reconhecer e respeitar a diversidade cultural, étnica e religiosa presentes em uma sociedade. ATENÇÃO! O denominado patriotismo constitucional defende:✓ O abandono de ideias nacionalistas; ✓ A busca de uma identidade política coletiva; e ✓ O compromisso com os princípios do Estado democrático de direito. PRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL O princípio do mínimo existencial é um desdobramento do princípio da dignidade da pessoa humana. Esse princípio estabelece que o Estado tem a obrigação de garantir condições materiais mínimas para a sobrevivência de todos os cidadãos. Isso significa que o Estado tem a responsabilidade de prover acesso a alimentos, moradia, saúde, educação e outras necessidades básicas, garantindo um nível mínimo de dignidade e bem-estar para todos. ATENÇÃO! Um dos principais desdobramentos do princípio da dignidade da pessoa humana apontado pela doutrina é o princípio do mínimo existencial, o qual estabelece a obrigatoriedade de o Estado prover a todos os cidadãos condições materiais mínimas de sobrevivência. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 28 www.radegondesresumos.com NORMA MATERIALMENTE CONSTITUCIONAL Uma norma materialmente constitucional é aquela que possui natureza constitucional, ou seja, trata-se de uma norma que estabelece princípios ou regras fundamentais para a organização e funcionamento do Estado, além de garantir direitos e deveres fundamentais dos cidadãos. No entanto, nem todas as normas constitucionais precisam estar escritas em um documento formal, como a Constituição. Algumas normas materialmente constitucionais podem ser expressas por meio de costumes, práticas institucionais consolidadas ao longo do tempo ou até mesmo por decisões judiciais. Dessa forma, podemos afirmar que uma norma materialmente constitucional pode ser não escrita, ou seja, mesmo não estando formalmente registrada em um texto constitucional, ela ainda possui caráter constitucional por tratar de questões fundamentais para a estruturação do Estado e para a garantia dos direitos dos indivíduos. ATENÇÃO! Uma norma materialmente constitucional pode ser não escrita. EMENDA CONSTITUCIONAL Emenda constitucional é um mecanismo previsto na Constituição Federal (Carta Magna) para acrescentar, modificar ou suprimir dispositivos da Constituição, desde que sejam observados os procedimentos estipulados na própria Carta Magna. ATENÇÃO! Uma emenda constitucional pode ser incorporada à Constituição Federal, mesmo que não altere de forma expressa e textual o preâmbulo, o corpo permanente ou o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), desde que seja observado o procedimento adequado e seja respeitada a chamada "cláusula pétrea", que são disposições constitucionais consideradas imutáveis. O preâmbulo é a introdução da Constituição, que contém uma breve descrição dos princípios e objetivos do documento constitucional. O corpo permanente refere-se às partes principais da Constituição, como os capítulos, seções e artigos que estabelecem os direitos fundamentais, a organização dos poderes, as competências e atribuições do Estado, entre outros aspectos essenciais. O ADCT, por sua vez, é uma parte da Constituição que trata de questões transitórias ou pontuais, estabelecendo disposições específicas para determinados períodos de tempo ou situações excepcionais. http://www.radegondesresumos.com/ RESUMO 01 DIREITO CONSTITUCIONAL @RADEGONDESS 29 www.radegondesresumos.com CADERNO DE QUESTÕES Galera, terminamos a 1ª parte do resumo! A ideia deste material é fazer com que você tenha uma visão global do assunto para posteriormente resolver as questões, sempre “favoritando” aquelas que errar (ou ficar com dúvidas) para revisar depois. Nossa sugestão, nesse momento, é que você faça umas 20 questões sobre os assuntos estudados neste PDF. AVISO 01: Quando você estiver estudando as questões, no TEC CONCURSOS, caso se depare com alguma questão em que sua base teórica não esteja aqui neste resumo, vale a pena “favoritá-la” a fim de que ela possa fazer parte do seu material de revisão, ok!? AVISO 02: Se você possui assinatura em algum outro site de questões que não seja o TEC CONCURSOS, monte seu caderno com os assuntos estudados neste PDF. AVISO 03: Se você possui a assinatura do TEC CONCURSOS, escolha a banca do seu concurso e clique no link abaixo para abrir o caderno de questões do assunto estudado. CADERNOS DE QUESTÕES DO ASSUNTO ESTUDADO LINK BANCA https://www.tecconcursos.com.br/s/Q32moa CESPE https://www.tecconcursos.com.br/s/Q32mn4 FCC https://www.tecconcursos.com.br/s/Q32mon FGV https://www.tecconcursos.com.br/s/Q32mnk VUNESP Forte abraço e até a próxima! Caso a sua plataforma não seja a do TEC CONCURSOS, procure anotar em algum lugar as questões que te deixaram com dúvidas. Elas devem ser revisadas periodicamente. http://www.radegondesresumos.com/ https://www.tecconcursos.com.br/s/Q32moa https://www.tecconcursos.com.br/s/Q32mn4 https://www.tecconcursos.com.br/s/Q32mon https://www.tecconcursos.com.br/s/Q32mnk