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Central de material e esterilização 
 
 
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Sumário 
 
 
UNIDADE DO CENTRO-CIRÚRGICO ........................................................................ 3 
ESTRUTURA FÍSICA .................................................................................................. 3 
RECURSOS MATERIAIS .......................................................................................... 11 
INSTRUMENTAL E MATERIAL PARA A SÍNTESE .................................................. 12 
AGULHAS CIRÚRGICAS .......................................................................................... 17 
GRAMPOS DE PELE ................................................................................................ 17 
FITAS ADESIVAS DE PELE ..................................................................................... 17 
INSTRUMENTO ESPECIAL ...................................................................................... 18 
INSTRUMENTAL DE CAMPO .................................................................................. 18 
INSTRUMENTAL LAPAROSCÓPIO ......................................................................... 18 
TERMINOLOGIAS .................................................................................................... 19 
CLASSIFICAÇÃO ...................................................................................................... 19 
HISTÓRICO DA CME ............................................................................................... 28 
ESTRUTURA DA CME ............................................................................................. 28 
RECURSOS HUMANOS E EQUIPAMENTOS .......................................................... 30 
CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS E MÉTODOS DE LIMPEZA ............................... 34 
MÉTODOS DE LIMPEZA DE INSTRUMENTAL CIRÚRGICO .................................. 36 
USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) .............................. 39 
PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES .............................................. 41 
MÉTODOS DE DESINFECÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES ............................ 43 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE DO CENTRO-CIRÚRGICO 
 
O Centro-cirúrgico (CC) pode ser considerado uma das unidades mais 
complexas do hospital devido sua especificidade, presença de agentes estressores 
devido às possibilidades de risco à saúde a que os pacientes estão sujeitos ao serem 
submetidos à intervenção cirúrgica. 
O CC é constituído de um conjunto de áreas e instalações que permite efetuar 
a cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente, e de conforto e 
segurança para as equipes que o assiste. 
Sendo um setor de circulação restrita, destacam-se, entre suas finalidades, a 
realização de procedimentos cirúrgicos devolvendo os pacientes às suas unidades de 
origem nas melhores condições possíveis de integridade; otimização de campo de 
estágio para a formação, treinamento e desenvolvimento de recursos humanos; e o 
desenvolvimento científico para o aprimoramento de novas técnicas cirúrgicas e afins. 
 
ESTRUTURA FÍSICA 
 
O CC deve estar localizado em uma área do hospital que ofereça a segurança 
necessária às técnicas assépticas, portanto distante de locais de grande circulação de 
pessoas, de ruído e de poeira. Recomenda-se que seja próximo às unidades de 
internação, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva, de modo a contribuir com a 
intervenção imediata e melhor fluxo dos pacientes. 
De acordo com a organização hospitalar, podem fazer parte do bloco cirúrgico 
a Recuperação Pós-Anestésica e a Central de Materiais e Esterilização. As demais 
áreas são assim caracterizadas: 
 
Vestiários (masculino e feminino) 
Localizados na entrada do CC, onde é realizado o controle de entrada das 
pessoas autorizadas após vestirem a roupa privativa da unidade. Deve possuir 
chuveiros, sanitários e armários para guarda de roupas e objetos pessoais. 
 
Área de conforto 
Área destinada a lanches para que os mesmos não sejam realizados em locais 
inadequados. Deve-se dispor nesse local, cadeiras, poltronas e sofás. 
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Sala dos cirurgiões e anestesiologistas 
 
Destinada aos relatórios médicos 
 
Sala de Enfermagem 
 
Reservada ao controle administrativo do CC. Deve estar em local de fácil 
acesso e com boa visão de todo o conjunto do setor. 
 
Sala de recepção dos pacientes 
 
Espaço para receber os pacientes. Aqui os pacientes são avaliados 
clinicamente antes da cirurgia ou receber medicação pré-anestésica. Este ambiente 
deve ser o mais calmo possível a fim de diminuir o estresse do período pré- operatório. 
 
Sala de material de limpeza 
 
Destinado à guarda dos materiais utilizados na limpeza do Centro-cirúrgico. 
 
Sala para guarda de equipamentos 
 
Área para guarda e recebimento de equipamentos como: microscópios, bisturis, 
monitores cardíacos, respiradores, entre outros. Em condições de uso e utilização 
imediata. 
 
Sala para armazenamento de material esterilizado (arsenal) 
 
Destinado ao armazenamento e distribuição dos artigos estéreis, para uso nas 
salas de cirurgia. 
 
Sala de gases medicinais 
Destinada ao armazenamento de torpedos de gases medicinais como oxigênio, 
ar comprimido, óxido nitroso e especialmente o nitrogênio para uso em aparelhos 
específicos ou em casos de emergência. 
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Expurgo 
 
Local para o desprezo de secreções das salas de cirurgia. Deve estar provida 
de um vaso sanitário apropriado com descarga e uma pia para lavagem dos artigos 
utilizados nas cirurgias. 
 
Apoio técnico e administrativo do Centro-cirúrgico 
 
O Centro-cirúrgico conta com o apoio imprescindível de alguns setores ligados 
direta ou indiretamente a ele e que deve estar prontamente preparados para atendê-
lo para seu funcionamento, tais como: banco de sangue, raio-x, laboratório e anatomia 
patológica, serviço de engenharia clínica e de manutenção, farmácia, segurança e 
secretaria. 
 
Sala de Operação (SO) 
 
Segundo a legislação brasileira, a capacidade do CC é estabelecida segundo 
a proporção de leitos cirúrgicos e Salas de Operação. A Resolução da Diretoria 
Colegiada (RDC) n°307/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 
do Ministério da Saúde, determina uma sala de operação para cada 50 leitos não 
especializados ou 15 leitos cirúrgicos. 
Para um dimensionamento ideal, devem-se levar em consideração alguns 
aspectos como: 
- Horário de funcionamento do Centro-cirúrgico; 
- Especialidades cirúrgicas atendidas (cardiologia, neurocirurgia, ortopedia, 
oftalmologia, etc.); 
- Duração média das cirurgias; 
- Número de cirurgias por dia; 
- Número de leitos cirúrgicos do hospital; 
- Hospital escola; 
Quantidade de artigos médicos e instrumentais cirúrgicos disponíveis. 
Tamanho da sala 
 
Depende dos equipamentos necessários aos tipos de cirurgias a serem 
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realizadas; seu formato deve ser retangular ou oval. Segundo a RDC 307/2002, 
quanto ao tamanho, às salas são assim classificadas: 
- Sala pequena: 20m², com dimensão mínima de 3,45 metros, destinadas às 
especialidades de otorrinolaringologia e oftalmologia. 
- Sala média: 25m², com dimensão mínima de 4,65 metros, destinadas às 
especialidades gástrica e geral. 
- Sala grande: 36m², com dimensão mínima de 5,0 metros, específicas para 
ascomercializados na 
forma de pó. 
Efeitos adversos: os compostos inorgânicos liberadores de cloro ativo são 
tóxicos, irritantes de pele, mucosa e árvore respiratória. 
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Compostos Orgânicos Liberadores de Cloro Ativo 
 
São produzidos somente em forma de pó. Possuem vantagens em 
relação ao hipoclorito, tais como: maior atividade microbicida, pH mais baixo, 
menos propenso a inativação por matéria orgânica, ação corrosiva e tóxica mais 
baixas, maior estabilidade, podendo ser armazenado por até 12 meses (e não 6 
meses como o hipoclorito). Uma vez ativado mostra-se muito mais instável, 
devendo ser diluído apenas no momento do uso. 
 
Fenólicos: 
Desinfetante de nível médio tendendo ao desuso por sua toxicidade, 
sendo inclusive contraindicado para desinfecção de centros obstétricos e 
berçários devido à ocorrência de hiperbilirrubinemia em neonatos. 
 
Iodo e derivados: 
Não há no mercado nacional iodo para desinfecção de artigos e 
superfícies. 
 
Biguanidas 
Disponível no mercado brasileiro somente como antisséptico. 
 
Quaternário de amônio 
Disponível e indicado somente para desinfecção de superfícies, em áreas 
críticas e semicríticas, especialmente superfícies e mobiliários em berçários, 
pediatria e SND por possuir baixa toxicidade. 
 
Ácido peracético 
É bactericida, fungicida, viruscida e esporicida. Promove a desnaturação 
de proteínas e alteração na permeabilidade da parede celular. 
Possui como vantagens manter-se efetivo em presença de matéria 
orgânica e não promover a formação de resíduos tóxicos. Como desvantagens: 
é corrosivo e instável depois de diluído. 
Ácido peracético ou peroxiacético, em baixas concentrações (0,001% a 
0,02%) apresenta rápida ação contra os micro-organismos, incluindo os esporos. 
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REFERÊNCIAS 
 
ALEXANDER, J.C. Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. 10. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 
POSSARI, J. F.Assistência de Enfermagem na Recuperação Pós-Anestésica.1 
ed. São Paulo: Iátria, 2003. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Orientações 
gerais para central de esterilização. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 56 p. 
ilus. 
POSSARI, J. C. Centro cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1. ed. 
São Paulo: Iátria, 2003. 
SILVA, M. A. A.: RODRIGUES, A. L.; CESARETTI, I. U. R. Enfermagem na 
unidade de Centro Cirúrgico. São Paulo: EPU; 1997. 
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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www.estetus.com.brcirurgias neurológicas, cardiovasculares e ortopédicas. 
 
Portas 
 
As portas das salas de cirurgia devem ser largas o bastante para facilitar a 
passagem de macas e equipamentos cirúrgicos. Devem possuir metal na altura da 
maca para evitar seu estrago, ser de materiais laváveis e resistentes, de preferência 
revestidas de fórmica. 
É indicado o uso de portas do tipo “vaivém” que impeçam o uso das mãos para 
abri-la. O ideal é que se tenha outra porta de acesso à sala apenas para membros das 
equipes com visor de separação dos dois ambientes. 
 
Piso 
 
Deve ser de superfície lisa, não porosa, resistentes a agentes químicos 
comuns, sem fendas ou fissuras, ter aspecto estético, realçar a sujeira, não refletir a 
luz, impermeável, resistente ao choque, durável, de fácil limpeza, pouco sonoro e 
principalmente bom condutor de eletricidade estática para evitar faíscas. Exemplo: 
granilite, vinílicos e mármore. 
 
Paredes 
 
Devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, antiacústico e não 
refletor de luz. Pintadas de cores que evitam a fadiga visual, as tintas não devem 
possuir cheiro. 
É vedado o uso de cimento sem nenhum aditivo antiabsorvente para rejunte de 
peças cerâmicas ou similares tanto nas paredes quanto nos pisos. 
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Devem ser utilizados cantos arredondados nas paredes, conforme o Manual de 
Controle de Infecção Hospitalar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
 
Teto 
 
Deve ser de material resistente, lavável, não deve conter ranhuras e não deve 
ser poroso, para facilitar a limpeza e impedir a retenção de micro-organismos. Deve 
ser contínuo, não sendo permitida a utilização de forro falso-removível, a não ser nas 
demais áreas do centro-cirúrgico, onde é necessário este tipo de forro por razões 
ligadas à manutenção desde que resistentes aos processos de limpeza, 
descontaminação e desinfecção. 
É recomendado um espaço útil de no mínimo 80 cm de altura livre entre a laje 
do forro e o piso do pavimento superior, possibilitando assim a instalação de novos 
equipamentos e a entrada do pessoal do serviço de manutenção. 
Devido ao grande risco de incêndio, pelo elevado número de materiais de fácil 
combustão, a sala cirúrgica, além de contar com os equipamentos de combate a 
incêndio do centro-cirúrgico (extintores e mangueiras) a sala de cirurgia deve contar 
com um sistema de segurança que, por meio da elevação da temperatura, produz 
fortes borrifos de água no ambiente - (borrifador de teto – também conhecido como 
splinkers). 
 
Janelas 
 
Necessárias apenas para a entrada de iluminação natural, não permitindo a 
entrada de poeira e insetos. Devem ser dotadas de tela, não possuir parapeitos dentro 
ou fora da sala, não deve ainda, possuir cortinas ou persianas. 
 
Iluminação 
 
A iluminação de o ambiente hospitalar é tratada legalmente pela NR-17 da 
portaria n°3214/78, e por meio da NBR 5413/92 da Associação Brasileira de Normas 
técnicas (ABNT) recomenda os níveis ideais de iluminação para o ambiente de 
trabalho. 
Na sala de operação, o objetivo da iluminação é minimizar a tarefa visual das 
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equipes médicas e de enfermagem e oferecer condições para que a operação se 
processe com precisão, rapidez e segurança. Devem-se levar em consideração os 
seguintes aspectos: 
- Eliminação de sombras e reflexos; 
- Eliminação do excesso de calor no campo operatório; 
- Proteção contra ocasional interrupção devido à falta de energia elétrica. 
Iluminação de emergência: 
Devem existir sistemas interligados e automáticos, para acionarem geradores 
de reserva de imediato na eventualidade de uma interrupção do fornecimento de força 
para o Centro-cirúrgico. 
 
Ventilação/ Ar-condicionado 
 
Deve atingir as exigências da NBR n°7256/82 tais como: 
- Prover o ambiente de aeração em condições adequadas de higiene e 
saúde: 99,9% de eficiência na retenção de partículas de até 5 micra de diâmetro; 
- Remover partículas potencialmente contaminadas liberadas no interior das 
salas sem acarretar turbulência aérea: recomenda-se de 20 a 25 renovações 
completas do ar da sala, no espaço de uma hora; 
- Impedir a entrada no Centro-cirúrgico de partículas potencialmente 
contaminantes, oriundas de áreas adjacentes: a pressão do ambiente da sala deve 
ser discretamente mais elevada que nos demais compartimentos do centro-cirúrgico; 
- Proporcionar umidade relativa adequada e temperatura ambiente de 
conforto e segurança para o paciente e para a equipe que o assiste: temperatura entre 
22 e 23°C. A umidade deve permanecer entre 55 a 60%. No entanto, não deve 
ultrapassar 70% para não se tornar ambiente propício ao desenvolvimento de micro- 
organismos; 
- Manter nível sonoro mínimo de instalação e utilização do sistema de 
ventilação: não devem ultrapassar os previstos pela norma brasileira NBR n° 6401/80; 
- Sistema energético alternativo para o sistema de ventilação na falta do 
sistema elétrico principal. 
 
Tomadas 
Voltagem fornecida pela concessionária local e uma com voltagem 
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diferenciada, ambas com dispositivo de aterramento. Devem ser instalados também 
pontos para negatoscópio e aparelhos portáteis de raios-x. 
É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada 
corrente, salvo se a instalação for projetada para este fim. Devem ser inspecionadas 
periodicamente, observando integridade do condutor terra, tensão de contato e a 
segurança global. 
 
Rede de gases 
 
Oxigênio: 
O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (utilização de cilindros 
avulsos, transportados até o local de utilização) ou centralizado (conduzido por 
tubulação central até os pontos de utilização). 
 
Ar comprimido: 
Também pode advir de um sistema descentralizado (cilindros com pressões 
entre 120 e 190 Kgf/cm², como o oxigênio) ou centralizado (compressor com 100% de 
consumo máximo provável, que funcione automaticamente ou manualmente). 
 
Vácuo clínico: 
Produzido por bombas, que devem ter capacidade de 100% do consumo 
máximo provável, que funcione alternadamente ou em paralelo em caso de 
emergência. É importante manter outro tipo de sistema de suprimento autônomo de 
emergência, para manutenção da rede de vácuo ou pane da distribuição 
convencional. 
 
Óxido nitroso: 
O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (alto consumo - 
conduzido por tubulação dos cilindros até os pontos de utilização) ou centralizado 
(utilizado em caso de baixo consumo – utilização de cilindros transportáveis até os 
pontos de utilização). 
 
Nitrogênio: 
É fornecido em cilindros com pressão variando entre 120 e 190 Kgf/cm², e 
também em forma líquida. Quando misturado com oxigênio medicinal, é chamado de 
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ar estéril. 
De acordo com as normas nacionais e internacionais, os gases medicinais são 
distribuídos com as seguintes cores, segundo a NBR n° 6493/94 e NBR n° 12188: 
- Verde emblema: oxigênio; 
- Azul marinho: óxido nitroso; 
- Amarela segurança: ar comprimido medicinal; 
- Cinza claro: vácuo medicinal. 
Cuidados no manuseio, movimentação e armazenamento dos cilindros de 
gases medicinais: 
- Uso de equipamentos especiais para o transporte de cilindros; 
- Manter o cilindro acorrentado durante o transporte; 
- Evitar choques mecânicos, inclusive de um cilindro contra o outro; 
- Não arrastar o cilindro; 
- Armazenados em locais secos, limpos e bem ventilados; 
- As etiquetas não devem ser arrancadas ou estragadas; 
- Oxigênio e óxido nitroso não devem ser armazenados no mesmo ambiente 
que outros gases inflamáveis devido à mistura destes ser facilmente incendiada. 
- Cilindros cheios devem estar separados dos cilindros vazios para evitar 
erros de procedimento e semprecom o capacete rosqueado. 
- Os cilindros devem ser sempre limpos antes de serem levados ao centro- 
cirúrgico. 
- Cilindros sem identificação ou com identificação duvidosa devem ser 
devolvidos ao fabricante ou distribuidor. 
 
Lavabo 
 
Constituído de uma pia em aço inoxidável provida de torneira de água quente 
e fria, escovas e antissépticos para a escovação cirúrgica. É previsto um lavabo para 
cada duas salas de operação que deve possuir: 
- Duas torneiras de acionamento por pé, joelho, braço, fotoelétrico ou 
qualquer outro meio que não as mãos; 
- Espaço suficiente para duas pessoas lavarem-se simultaneamente (1,10 
m² por torneira); 
- Dispensadores de produtos antissépticos (devem obedecer ao mesmo 
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princípio de dispensação que a torneira). 
Os antissépticos devem estar regulamentados por órgão governamental e 
autorizados pela Comissão de Infecção do Hospital. Recomenda-se também a 
instalação de um relógio para o controle do tempo de escovação. 
 
RECURSOS MATERIAIS 
 
Classificados em permanentes ou de consumo, o controle dos materiais 
utilizados no centro-cirúrgico são de competência da equipe de Enfermagem. 
Os materiais permanentes podem ser fixos ou móveis. Os móveis são aqueles 
que podem ser deslocados ou acrescidos à sala de operação de acordo com a 
necessidade no ato operatório, dentre os quais se destacam: 
- Aparelho de anestesia; 
- Aspirador portátil estéril; 
- Banco giratório; 
- Balde para lixo; 
- Balança para pesar compressas; 
- Bisturi eletrônico; 
- Carrinho abastecedor; 
- Carrinho de medicamentos; 
- Coxins; 
- Escada com dois degraus; 
- Estrados; 
- Foco auxiliar; 
- Mesa de operação com os respectivos acessórios: arco de narcose, 
ombreiras, suportes laterais, perneiras, colchonetes em espuma; 
- Mesa auxiliar para acondicionar pacotes de aventais; 
- Mesa de Mayo; 
- Mesa para instrumental cirúrgico (simples e com traves ou suportes); 
- Suporte de braço; 
- Suporte de hamper; 
- Suporte de soro; 
- Artroscópio; 
- Balão intra-aórtico; 
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- Bomba de circulação extracorpórea; 
- Cardioversor ou desfibrilador; 
- Colchão de água para hiper ou hipotermia; 
- Criogênico; 
- Manta térmica; 
- Microscópio eletrônico; 
- Monitor multiparamétrico. 
Equipamentos fixos: adaptados à estrutura da sala de operação que são: 
- Foco central; 
- Negatoscópio; 
- Torre retrátil ou painel de gases medicinais. 
Os materiais de consumo (médico-hospitalares) por se tratar de grande 
diversidade e rotatividade podem ser classificados em três tipos: 
▪ Classe A: São os itens de maior importância e que merecem um 
tratamento preferencial, justificando procedimentos meticulosos e uma grande 
atenção por parte de toda a administração; 
▪ Classe C: São os itens de menor importância e que justificam pouca ou 
nenhuma atenção. Os procedimentos são os mais rápidos possíveis. 
▪ Classe B: São os itens em situação intermediária entre as classes A e C. 
Os materiais pertencentes à classe A são os que representam maior custo para 
o centro-cirúrgico. Não significa que sejam os de maior custo unitário. Pode ser que o 
custo unitário de certo material seja pequeno, porém, conforme a quantidade em que 
é usado pode representar um custo elevado. 
 
 
INSTRUMENTAL E MATERIAL PARA A SÍNTESE 
 
É representado basicamente pelas agulhas de sutura, porta-agulhas e, 
principalmente pelos fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele. 
Algumas características devem ser consideradas para a escolha do fio 
cirúrgico: 
- Manter a força de tensão por tempo suficiente até que a cicatriz adquira 
sua própria resistência frente aos estímulos mecânicos habituais. 
 
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Fios cirúrgicos 
 
- Portar-se como material inerte, provocando o mínimo de reação tecidual. 
- Tipo de tecido a ser suturado. 
 
Características físicas de manuseio e reação tecidual dos fios cirúrgicos 
 
- Configuração física: 
Refere-se à composição dos fios quanto aos seus filamentos. O fio pode ser 
monofilmentar, quando é constituído de um único filamento, ou multifilamentar que 
contém várias fibras trançadas ou intercaladas compondo um único fio. 
- Capilaridade: refere-se à capacidade de captar e absorver líquidos ao 
longo do fio cirúrgico. Os fios multifilamentares possuem maior superfície e maior 
capilaridade, portanto podem apresentar maior aderência microbiana em relação aos 
monofilamentares. 
 
- Diâmetro: é determinado em milímetros e expresso em tamanhos com 
zeros. Quanto menor o diâmetro, maior o número de zeros. A numeração varia de 
sete (mais grossos com diâmetros mínimo de 0,90 mm e máximo de 0,999 mm) até 
dez zeros (mais fino com diâmetro mínimo de 0,020 e máximo de 0,029mm). 
 
- Força de tensão: é a quantidade de peso necessária para a ruptura do fio 
cirúrgico. A força de tensão varia de acordo com o tipo de material de constituição do 
fio cirúrgico. 
- Força do nó: é a força necessária para fazer com que certo tipo de nó deslize 
parcial ou completamente. Os fios multifilamentares apresentam coeficiente de atrito 
mais elevado do que os fios monofilamentares, permitindo assim uma fixação mais 
segura do nó, enquanto os fios monofilamentares possuem um bom deslize do nó, 
mas a fixação é menos segura, necessitando reforçar o nó simples com nós duplos. 
- Elasticidade: é a capacidade inerente do fio cirúrgico de recuperar a forma 
e o comprimento originais depois de um estiramento. A elasticidade contribui para 
diminuir a possibilidade de romper as bordas as incisão cirúrgica ou favorecer uma 
estenose em sutura vascular. 
- Memória: é a capacidade de um fio cirúrgico de retornar à sua forma 
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original após ser deformado, geralmente após um nó. Quando um fio apresenta alta 
memória, consequentemente oferece menor segurança do nó. 
- Manuseio: relacionado com a rigidez, ou seja, quão facilmente ele pode 
ser dobrado quanto com o coeficiente de fricção, ou seja, quão facilmente o fio 
cirúrgico se desliza pelo tecido e dá o nó. Um fio cirúrgico com alto coeficiente de 
fricção tende a deslizar com dificuldade pelo tecido. Ele é mais difícil de dar nó porque 
este não se mantém. Certos fios são revestidos para reduzir o coeficiente de fricção, 
entretanto o coeficiente não deve ser muito baixo, pois ao contrário, os nós podem se 
desfazer facilmente. 
- Reação tecidual: como se trata de substâncias estranhas, todos os fios 
cirúrgicos causam certa reação tecidual. A reação começa quando o fio agride o tecido 
durante a introdução e pode persistir de acordo com a composição dele. A reação 
tecidual tem início com a infiltração de leucócitos na área de agressão. 
Posteriormente, aparecem os macrófagos e os fibroblastos e finalmente por volta do 
sétimo dia encontra-se presente um tecido fibroso com inflamação crônica. A reação 
persiste até que o fio cirúrgico seja encapsulado, e isso ocorre quando ele é 
constituído de material não absorvível, ou seja, absorvido pelo corpo. 
 
Classificação dos fios cirúrgicos 
 
Fios cirúrgicos absorvíveis 
 
São fagocitados, hidrolisados, degradados e assimilados pelo tecido em que 
são implantados. Os de origem animal são fagocitados por meio de atividade 
enzimática durante o processo de cicatrização. Os de origem sintética são hidrolisados 
quando da reação com as moléculas de água dos líquidos corporais, que se degradam 
e são assimiladas pelos tecidos em cicatrização. Eles são divididos em dois grupos: 
sintéticos e biológicos. 
 
Fios cirúrgicos absorvíveis biológicos 
 
São conhecidos como categute (nome de origem inglesa devido à obtenção do 
intestino do gato) atualmente obtido da submucosa do intestino delgado de ovinos ou 
serosa de bovinos.Conforme o tempo de absorção, os categutes podem ser simples 
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ou cromados. Os simples apresentam absorção mais rápida, em torno de oito dias, e 
os cromados absorção mais lenta, em torno de 20 dias, sendo tratados com bricomato 
de potássio. O categute cromado é indicado para tecidos com cicatrização mais 
demorada, como em estruturas do aparelho gastrointestinal ou no útero. 
O categute simples e o cromado precisam ser mantidos em solução alcoólica 
para que sejam preservadas suas propriedades de manuseio, além de protegidos da 
luz e das grandes variações de temperatura, por isso são embalados em envelope 
primário aluminizado. Quando é removido de sua embalagem e não usado 
imediatamente, o álcool evapora e o fio perde sua flexibilidade. Para reestruturá-la, 
pode-se mergulhar o fio em água estéril ou soro fisiológico, entretanto o 
umedecimento excessivo pode reduzir a força de tensão. 
 
Fios cirúrgicos absorvíveis sintéticos 
 
Ácido poliglicólico – fio multifilamentar com excelente maleabilidade e tem sido 
empregado em larga escala como substituto dos fios de absorção lenta e dos 
inabsorvíveis. O ácido poliglicólico é um material sintético obtido por meio de 
polimerização do ácido glicólico, de fácil manuseio, forte, flexível e de boa tolerância. 
São utilizados em anastomoses gastrointestinais, cirurgias ginecológicas, cirurgia 
geral e operações urológicas. 
Polímeros sintéticos monofilamentares mais recentes 
 
Fios compostos por polímeros como poliglecaprone e polidioxanona. São 
monofilamentares, maleáveis e mantêm a resistência de tensão por um período mais 
prolongado que os sintéticos multifilamentares. Indicados quando se deseja um apoio 
prolongado para a ferida, como no fechamento de tecido facial ou para pacientes 
idosos ou oncológicos. 
Os fios absorvíveis sintéticos também são embalados em envelope primário 
aluminizado, porém, seco, para a sua proteção contra a umidade, a luz e as variações 
de temperatura. 
 
Fios cirúrgicos não absorvíveis 
 
São resistentes à digestão enzimática em tecido animal vivo. São de dois tipos: 
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biológicos e sintéticos. 
 
Fios cirúrgicos não absorvíveis biológicos 
 
O algodão é derivado da celulose, de baixo custo, de fácil esterilização e de 
pouca reação tecidual. Fio torcido de calibre variado, encontrado no comércio 
embalado em envelopes e já pré-cortado, geralmente com 15 a 45 cm de 
comprimento. Indicado para tecidos de rápida cicatrização e contraindicado para 
suturas cutâneas devido à sua reatividade tissular. 
O fio de seda, de origem animal, obtido de diversas espécies de bicho-da- seda. 
Suas fibras são retorcidas ou transadas e podem passar por processo de enceramento 
para diminuir sua capilaridade. Apresenta facilidade de manuseio, resistência à tração 
e segurança na fixação do nó. 
 
Fios cirúrgicos não absorvíveis sintéticos 
 
Subdivididos em quatro grupos: 
- Poliamida: caracteriza-se pela elasticidade e resistência à água. Pode ser 
mono ou multifilamentar. Fio de pouca reação, mas de difícil manipulação, duro e 
corrediço e pouca segurança de manutenção do nó. 
- Poliéster: apresenta-se sob a forma simples, revestido de teflon ou 
siliconizado. Fio de difícil manejo por ser também corrediço; para que isso não ocorra, 
normalmente se adiciona teflon e silicone, mas estes materiais podem se dissociar e 
provocar reação tecidual. Utilizados em estruturas que requerem grande resistência à 
tração. 
- Polipropileno: fio derivado das poliefinas, não biodegradável, e tem sido 
recomendado o tipo monofilamentado, para a síntese de feridas contaminadas, devido 
à reação tecidual mínima. É um dos fios mais inertes, com baixa capilaridade, com 
mínima reação tissular e com alta resistência à tração. É indicado nas 
cirurgiascardiovasculares. 
- Metálico: constituído de aço inoxidável e tântalo. Muito utilizado em 
tenorrafia; eventualmente em neurorrafias e fechamento de parede abdominal. O 
tântalo é menos resistente do que o aço inoxidável. São de fácil esterilização, bem 
tolerados, de espessura variável, mono e multifilamentar. 
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AGULHAS CIRÚRGICAS 
 
A agulha não tem papel no processo de cicatrização. Deve ser suficientemente 
larga, penetrante para ultrapassar a resistência tecidual, resistente para não dobrar, 
mas ao mesmo tempo flexível, para dobrar antes de quebrar, resistente a corrosão de 
tamanho, forma, e calibre apropriados à aplicação a que se destina. 
São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os tecidos, 
servindo de guia aos fios de sutura. Quanto ao corpo, às agulhas são retas, curvas 
(círculos de 3/8, ¼, ½ e 5/8) e semicurvas específicas para cirurgia laparoscópica, 
quanto à ponta são cilíndricas (não cortantes), espatuladas, rombas ou triangulares, 
e quanto ao fundo podem ser traumáticas ou atraumáticas. 
As agulhas retas geralmente são cilíndricas ou triangulares, utilizadas na 
reconstrução de vísceras ocas, tendões, nervos e suturas intradérmicas. 
Frequentemente são usadas com as mãos, e mais raramente com porta-agulhas. 
As agulhas curvas podem ser cilíndricas ou triangulares. Seu raio de curvatura 
é variável, adaptando-se a cada tipo de síntese, em tamanho adequado, sempre 
utilizadas com porta-agulhas. As cortantes são usadas para sutura de pele e 
periósteo. As cilíndricas suturam estruturas e órgãos mais profundos. 
As agulhas atraumáticas, isto é, aquelas que já trazem o fio montado, 
asseguram fácil penetração nos tecidos, sem deixar lacerações, sendo o tipo 
 
GRAMPOS DE PELE 
 
Método frequentemente usado para fechamento da pele. Quando usados 
corretamente, oferecem excelentes resultados estéticos. Além de diminuir o tempo de 
cirurgia, eles permitem a distorção decorrente do estresse exercido individualmente 
pelas pontas de sutura. 
 
FITAS ADESIVAS DE PELE 
 
As feridas sujeitas à tensão estática e dinâmica mínimas podem ser 
aproximadas por uma fita adesiva de pele. A escolha da fita para fechamento da pele 
se baseia na capacidade adesiva e força tensiva para manterem as bordas da ferida 
intimamente aderidas e especialmente a sua porosidade para facilitar a transmissão 
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de umidade, evitando assim o acúmulo de fluídos debaixo da ferida. 
universalmente mais usado. Nas traumáticas os fios são montados no momento 
de uso e elas provocam dilacerações nos tecidos. 
As agulhas espatuladas são achatadas com bordas laterais cortantes. São 
utilizadas principalmente em cirurgias oftalmológicas. 
Indicado para determinado tipo de cirurgia a ser realizada, por exemplo, a pinça 
de Abadie é empregada na cirurgia gastrointestinal especialmente para anastomose 
gastroentérica; o descolador de amídalas, na amidalectomia; a pinça atinsky, na 
cirurgia vascular, pinças Duval e Allis na histerectomia. 
 
INSTRUMENTO ESPECIAL 
 
INSTRUMENTAL DE CAMPO 
 
É constituído por pinças que se destinam à fixação dos campos estéreis para 
delimitação do campo operatório. 
O instrumental cirúrgico se apresenta em tamanhos variados e muito deles 
tomam as formas retas ou curva. Essa grande variedade de tamanhos e formas visa 
proporcionar ao cirurgião uma infinidade de recursos para as mais variadas situações 
cirúrgicas. 
 
INSTRUMENTAL LAPAROSCÓPIO 
 
- Irrigador/ aspirador 
Utilizado para a irrigação e aspiração de fluidos orgânicos ou não. Importante 
para a aspiração de sangue e para a lavagem da cavidade com soro fisiológico. 
 
- Pinças, tesouras, ganchos, afastadores. 
Instrumentos de 5 e de 10 mm de diâmetro que não introduzidos na cavidade 
abdominal ou torácica por meio dos trocantes para realização dos procedimentos 
cirúrgicos. 
 
- Trocartes 
Compostos de cânulasde 5, 10, 12, 23 e de 33 mm no interior das quais um 
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mandril (tipo de lança pontiaguda) é introduzido. O conjunto perfura a parede 
abdominal ou torácica. Uma vez no interior da cavidade, o mandril é retirado e a cânula 
fica postada para a introdução dos instrumentos. Normalmente nos trocantes maiores, 
utilizam-se um redutor de diâmetro permitindo a introdução de instrumental de menor 
diâmetro sem a perda de CO2. 
 
TERMINOLOGIAS 
 
Entende-se por nomenclatura cirúrgica “o conjunto de termos de uma arte ou 
de uma ciência: terminologia”. Assim sendo, a nomenclatura cirúrgica é o conjunto de 
termos utilizados para indicar o procedimento cirúrgico a ser realizado. Os termos, do 
ponto de vista etimológico, são compostos de: 
• Raiz: é a parte básica da estrutura do termo; 
• Afixos: constituídos de prefixos e sufixos, partes que podem ser 
acrescidas antes e após a raiz. 
Na nomenclatura cirúrgica, então, a raiz significa o segmento anatômico e os 
afixos a intervenção cirúrgica a ser realizada. 
Os principais objetivos da nomenclatura cirúrgica são: 
- Fornecer sob forma verbal ou escrita uma definição do procedimento 
cirúrgico realizado. 
- Preparar o instrumental cirúrgico, artigos, equipamentos e acessórios 
apropriados para cada tipo de cirurgia. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Os termos são formados por um prefixo que designa a parte do corpo 
relacionada com a cirurgia e por um sufixo que indica o ato cirúrgico realizado. 
 
QUADRO - PREFIXOS E SEUS SIGNIFICADOS 
 
Prefixo Relativo a 
A Sem, negativa 
Adeno Glândula 
Artri(o) Artéria 
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Artr(o) Articulação 
Bi Dois 
Blefaro Pálpebra 
Cardi(o) Coração 
Cefal(o) Cabeça 
Célio Abdome 
Cerat(o) Tecido corneano 
Circun Ao redor 
Cist(o) Bexiga 
Cleido Clavícula 
Colecist(o) Vesícula biliar 
Colo Cólon 
Cólon Intestino grosso 
Colpo Vagina 
Condr(o) Cartilagem 
Costo Costela 
Derm(a) Pele 
Dia Através, separado 
Ecto Fora 
Enter(o) Intestino delgado 
Episio Vulva 
Espen(o) Baço 
Face Membrana do cristalino 
Faring(o) Faringe 
Fleb(o) Veia 
Gastro Estômago 
Glico Glicose, açúcar 
Gloss(o) Língua 
Hem(o) Sangue 
Hepat(o) Fígado 
Híster(o) Útero 
Lapar(o) Abdome 
Lip(o) Gordura 
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Mast. Mama 
Mega Grande 
Meso Meio 
Metro Útero 
Mi(o) Músculo 
Mielo Medula 
Nefro Rim 
Odont(o) Dente 
Oftalmo Olho 
Olig(o) Pouco, escasso 
Onfalo Cordão umbilical, umbigo 
Ooforo Ovário 
Orqui Testículo 
Osteo Osso 
Oto Ouvido 
Peri Ao redor, próximo 
Pleur(o) Pleura 
Pneum(o) Pulmão 
Post Prepúcio 
Proct(o) Reto, ânus 
Rin(o) Nariz 
Ritido Face 
Salping(o) Trompa 
Semi Metade 
Sialo Saliva 
Taqui Rápido, veloz 
Ten(o) Tendão 
Traque(o) Traqueia 
Ur(o) Urina, aparelho urinário 
 
QUADRO 2 - SUFIXOS E SEUS SIGNIFICADOS 
 
Sufixo Significado 
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Algia Dor 
Anastomose Formação de passagem entre dois órgãos 
Centese Punção 
Clise Fechamento 
Dese Ação de ligar, fixação, fusão 
Clise Injeção de fluidos 
Ectomia Extirpação, excisão, remoção parcial ou total 
Estase Parar 
Estesia Relacionado sensibilidade 
Grafo Desenho, registro gráfico 
Ite Inflamação 
Lise Dissolução, liberação 
Lito Pedra, cálculo 
Malácia Amolecimento 
Oma Que denota tumor 
Ostomia Criação de um novo orifício/artificial 
Penia Falta de, redução 
Pexia Fixação de um órgão 
Plastia Alteração da forma e/ou função de um órgão 
Poiese Formando, produzindo 
Polese Fazer, formar 
Ptose Queda 
Ráfia Sutura 
Ragia Fluir, jorrar. 
Síntese Composição 
Stasia Detenção, parada 
Scopia Visualização do interior do corpo em geral por meio de 
aparelhos com lentes especiais 
Strofia Torção 
Tomia Abertura de um órgão 
Stomia Abertura de uma nova boca 
Tripsia Esmagamento 
Trofia Crescimento, desenvolvimento 
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QUADRO - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE REMOÇÃO COM SUFIXO 
ECTOMIA 
 
Cirurgia Remoção de 
Apendicectomia Apêndice 
Cistectomia Bexiga 
Colecistectomia Vesícula biliar 
Colectomia Cólon 
Craniectomia Calota óssea 
Embolectomia Êmbolo 
Esofagectomia Esôfago 
Esplenectomia Baço 
Fistulectomia Fístula 
Gastrectomia Parcial ou total do estômago 
Hemorroidectomia Hemorroidas 
Hepatectomia Parcial do fígado 
Histerectomia Útero 
Lobectomia Lobo de um órgão 
Mastectomia Mama 
Ooforectomia Ovário 
Miomectomia Mioma 
Pancreatectomia Pâncreas 
Pneumectomia Pulmão 
Prostatectomia Próstata 
Retosigmoidectomia Reto-sigmoide 
Salpingectomia Trompa 
Simpatectomia Segmentos selecionados do sistema
 nervoso simpático produzindo 
vasodilatação. 
Tiroidectomia Tiroide 
 
 
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QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
 PARA FIXAÇÃO COM SUFIXO PEXIA 
 
Cirurgia Para fixação 
Cistopexia Bexiga 
Histeropexia Útero à parede abdominal 
Nefropexia Rim à parede abdominal 
Retinopexia Retina 
Orquiopexia Testículo em sua bolsa 
 
QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA ALTERAR 
A FORMA E/OU A FUNÇÃO DE UM ÓRGÃO COM SUFIXO PLASTIA 
 
Cirurgia Alterar forma e/ou função 
Artroplastia Articulação para restaurar movimento e função 
Blefaroplastia Pálpebras 
Mamoplastia Mamas 
Piloroplastia Piloro 
Queiloplastia Lábio 
Rinoplastia Nariz 
Ritioplastia Rugas da face 
Salpingoplastia Trompa para sua recanalização 
Toracoplastia Parede torácica 
 
QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE SUTURA 
COM SUFIXO RAFIA 
 
Procedimento Sutura de (a) (o) 
Blefarorrafia Pálpebra 
Colporrafia Vagina 
Gastrorrafia Estômago 
Herniorrafia Hérnia 
Osteorrafia Sutura ou colocação de fio metálico no osso 
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Palatorrafia Fenda palatina 
Perineorrafia Períneo 
Tenorrafia Tendão 
 
QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA 
VISUALIZAÇÃO COM SUFIXO SCOPIA 
Procedimento Visualização 
Artroscopia Articulação 
Broncoscopia Brônquios 
Cistoscopia Bexiga 
Colonocospia Cólons 
Colposcopia Vagina 
Duoenoscopia Duodeno 
Endoscopia Órgãos internos 
Esofagoscopia Esôfago 
Gastroscopia Estômago 
Laringoscopia Laringe 
Laparoscopia Cavidade abdominal 
Sigmoideoscopia Sigmoide 
Ureteroscopia Ureter 
Uretroscopia Uretra 
Ventriculoscopia Ventrículo cerebral 
 
QUADRO - PRINCIPAIS APARELHOS PARA VISUALIZAÇÃO DIRETA 
 
Aparelho Finalidade 
Artroscópio Artroscopia 
Broncoscópio Broncoscopia e laringoscopia 
Cistoscópio Cistoscopia, uretroscopia e ureteroscopia 
Colposcópio Colposcopia 
Colonoscópio Colonoscopia 
Endoscópio digestivo Esofagoscopia, gastroscopia, duodenoscopia 
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Sigmoidoscópio Sigmoidoscopia 
Laringoscópio Laringoscopia 
 
QUADRO - PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA 
ABERTURA COM SUFIXO TOMIA OU STOMIA 
 
Cirurgia Para abertura 
Artrotomia Articulação 
Broncotomia Brônquio 
Cardiotomia Cárdia 
Cistostomia Bexiga pra drenagem da urina por sonda 
Colecistostomia Colocação de dreno na vesícula biliar 
Coledocolitotomia Do colédoco para retirada de cálculo 
Coledocotomia Exploração do colédoco 
Duodenotomia Duodeno 
Enterostomia Do cólon através da parede abdominal 
Flebotomia Dissecção de veia 
Gastrostomia Colocação de uma sonda do estômago através da 
parede abdominal 
Hepatotomia Do fígado 
Ileostomia E colocação de uma sonda ou dreno no íleo 
Jejunostomia Colocação de sonda no jejuno para alimentação 
Laparotomia Da cavidade abdominal 
Nefrostomia E colocação de sonda no rim 
Tenotomia Do tendão 
Toracotomia Da parede torácica 
Toracostomia Da parede de tórax para drenagem 
Traqueostomia Da traqueia para facilitar a passagem de ar 
UreterolitotomiaDo ureter para retirada de cálculo 
 
QUADRO - TERMINOLOGIAS QUE NÃO SEGUEM AS REGRAS CITADAS 
 
Cirurgia Para abertura e 
Central de material e esterilização 
 
 
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Amputação Remoção de um membro ou parte necrosada do 
corpo 
Anastomose Conexão e sutura de dois órgãos ou vasos 
Artrodese Fixação cirúrgica de articulações 
Bartolinectomia Retirada de cisto de Bartholin 
Biópsia Remoção de um tecido vivo para diagnóstico 
Cauterização Destruição de tecido por meio de agente cáustico ou 
calor 
Cesariana Retirada do feto por incisão através da parede 
abdominal 
Circuncisão Ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande 
Cistocele Queda de bexiga 
Curetagem uterina Raspagem e remoção do conteúdo uterino 
Deiscência Separação dos bordos previamente separados e unidos 
Dissecção Corte, retalhamento 
Divertículo Bolsa que sai da cavidade 
Enxerto Transplante de órgão ou tecido 
Episiotomia Incisão perineal destinada a evitar a rutura do períneo 
durante o parto 
Evisceração Saída de vísceras de sua cavidade 
Fístula Orifício que coloca em comunicação parte de um órgão, 
cavidade ou foco supurativo com a superfície 
cutâneo ou mucosa 
Goniotomia Cirurgia de glaucoma 
Onfalectomia Remoção do umbigo 
Bursh Levantamento da bexiga 
Hammsted Correção de estenose pilórica 
Manchester Correção do prolapso de útero 
Paracentese Punção cirúrgica da cavidade abdominal para retirada 
de líquido 
Ressecção Retirada de parte de órgão 
Retocele Protusão de parte do reto 
Central de material e esterilização 
 
 
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Toracocentese Punção da cavidade torácica 
Varicocele Veias dilatadas no escroto 
Vasectomia Corte de um segmento do canal deferente para 
controle da natalidade 
 
QUADRO -TERMINOLOGIAS QUE NÃO SEGUEM AS REGRAS CITADAS 
Ação Sufixo Instrumental cirúrgico 
Que corta Tomo Craniótomo, costótomo 
Que detém Stato Laparóstato 
Que rompe Clasto Osteoclasto 
 
 
HISTÓRICO DA CME 
 
Central de Material e Esterilização nos Hospitais brasileiros ocorreu na década 
de 40,(limpeza o preparo e o acondicionamento dos artigos hospitalares) era realizado 
pelo pessoal da Enfermagem das próprias unidades, sendo que a CME apenas 
realizava a esterilização. Em meados de 50 surgem os centros de materiais 
parcialmente esterilizados, preparo e esterilização. 
 
Atividades: 
- Receber, desinfetar e separar os artigos; 
- Lavar os artigos; 
- Receber as roupas vindas da lavanderia; 
- Preparar os artigos e roupas (pacotes); 
- Esterilizar os artigos, roupas por meio de métodos físicos ou químicos; 
- Realizar o controle microbiológico e das validades dos
 produtos esterilizados; 
- Armazenar e distribuir os artigos e as roupas esterilizadas; 
- Zelar pela proteção e pela Segurança dos operadores 
 
 
ESTRUTURA DA CME 
Central de material e esterilização 
 
 
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A Central de Esterilização deve ser uma unidade de produção autônoma e 
independente do Centro Cirúrgico, considerando ser sua atividade meio, pois possui 
vários clientes e fornecedores. 
Esta deve ser gerenciada por profissional de saúde devidamente habilitado. 
A Portaria n° 1.884/94/MS normatiza que estabelecimentos de saúde devem 
possuir Central de Esterilização, e segundo esta portaria, pode localizar-se fora ou 
dentro da Instituição. No Anexo 1, quadro 1, podemos observar os parâmetros básicos 
para instalação de uma Central de Esterilização, que resumidamente recomenda: 
Pisos e paredes: 
- De cor clara; 
- Limpeza fácil; 
- Piso de preferência vinílicos; 
- Resistente ao calor, umidade, corrosão; 
-Forro acústico, para amenizar os ruídos; 
 
Janelas: 
- Amplas que permitam a entrada de luz natural; 
- Altas e fechadas – quando a ventilação for feita por ar-condicionado; 
- Altas e abertas – proporcionando ventilação natural. Estas devem ser 
protegidas com telas milimétricas de nylon de forma a evitar entrada de vetores. 
-Iluminação: 
- Artificial; 
- Natural. 
 
Obs.: Ambas devem facilitar o desenvolvimento das atividades dos 
funcionários. 
 
Temperatura: 
- Adequada ao ambiente do processo de trabalho da Central de Esterilização 
entre 18° e 25°C 
 
Ventilação e exaustão do calor: 
- Manter a temperatura em níveis adequados ao conforto (18° a 25° C), 
principalmente na área onde se localizam as autoclaves; 
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Ambiente de apoio: 
- Vestiários com sanitários e chuveiros para funcionários e barreiras para 
áreas limpas e para áreas sujas com barreiras, podem ser áreas em comum desde 
que tenham barreiras com acessos específicos; 
- Depósito de material de limpeza, que pode ser comum às áreas limpas e 
sujas, desde que seu acesso seja externo; 
- Sala administrativa; 
- Área e manutenção dos equipamentos de esterilização física; 
- Local próprio destinado a descanso e lanche dos funcionários; 
- Pia para lavagem das mãos de fácil acesso. 
 
Dinâmica e Fluxo: 
- O fluxo contínuo e unidirecional do artigo, evitando o cruzamento de artigos 
sujos com os limpos e esterilizados, como também evitar que o trabalhador escalado 
para área contaminada transite pelas áreas limpas e vice-versa. Caso seja necessário 
o trabalhador deverá trocar de roupa. 
1 - Fluxo unidirecional com barreiras físicas entre as áreas. 
- Expurgo (área suja) – Preparo de material e carga da autoclave (área limpa) 
– retirada de material da autoclave e guarda do material estéril (área estéril). 
 
RECURSOS HUMANOS E EQUIPAMENTOS 
 
A complexidade dos processos de esterilização, o alto custo na aquisição de 
instrumentais cirúrgicos cada vez mais sofisticados e a demanda cada vez maior no 
uso desses materiais, exige investimentos na qualificação do profissional, na 
montagem e na manutenção da Central de Esterilização. Ter pessoas qualificadas, 
equipamentos e insumos que acompanham a evolução tecnológica é garantir a 
qualidade do serviço prestado e manter em níveis reduzidos os riscos de agravo à 
saúde do cliente. 
 
Gerência 
 
 
Deve ser ocupada por profissional da saúde de nível superior com qualificação 
Central de material e esterilização 
 
 
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específica, experiência na área, que responda legalmente por todas as ações ali 
realizadas. O enfermeiro “tem perfil perfeitamente adequado para realizar este 
gerenciamento”. 
 
Demais membros 
 
Devem possuir no mínimo o 1º grau completo, ter afinidade com o processo de 
trabalho, compreender a importância dos procedimentos e saber executá-los 
corretamente. 
Posto isso, ressalta-se alguns valores que devem ser relevantes para esta 
equipe: 
- Ter competência técnica; 
- Inspirar confiança e credibilidade; 
- Planejar e organizar; 
- Ser atento; 
- Ter postura profissional; 
- Ter espírito de trabalho em equipe; 
- Possuir responsabilidade profissional; 
- Estar atento às regras básicas de assepsia e antissepsia; 
- Estar envolvido em processos de educação continuada. 
 
Quantitativo 
 
O quantitativo de pessoas necessárias para impulsionar a Central de 
Esterilização está diretamente relacionado ao porte da Instituição, a produção e a 
jornada de trabalho da equipe. 
 
Equipamentos 
 
Ao planejar uma Central de Esterilização deve-se levar em conta o tipo e a 
previsão correta dos equipamentos, tais como: 
- A complexidade de atendimento da Instituição; 
- Volume e características do material a ser esterilizado; 
- Disponibilidade de recursos financeiros; 
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A previsão correta dos equipamentos leva em médio prazo à redução do custo 
da mão de obra e o aumento da vida útil dos instrumentais e materiais submetidos aos 
processos de limpeza e esterilização. 
Em uma Central de Esterilização podemos dizer que basicamente existem dois 
tipos de recursos materiais: 
Materiais permanentes e insumos: 
- Lavadoras termo-desinfectadoras;- Máquina seladora de embalagens; 
- Embalagens; 
- Cestos suspensos para armazenamento de materiais a serem esterilizados 
e/ou estéreis; 
- Carrinho de transporte interno na Central de Esterilização e externo, para 
diversos setores; 
- Lupa. 
 
Equipamentos específicos 
 
- Autoclave – vácuo pulsátil; 
- Autoclave – gravitacional; 
- Autoclave – alto-vácuo; 
- Autoclave – óxido de etileno; 
- Autoclave – peróxido de hidrogeno. 
 
• Cuidados com os equipamentos específicos: 
 
✓ Qualificação operacional no momento da instalação: 
Nesta etapa deve estar presente, além do enfermeiro da Central de 
Esterilização e do serviço de engenharia clínica, o fabricante. 
- Checar manômetros, vacuômetros e termômetros; 
- Validar a autoclave conforme indicação do fabricante ou normas vigentes; 
- Guardar os registros da validação controlando sua periodicidade; 
- Realizar manutenções corretivas e/ou preventivas nos equipamentos de 
forma a montar o histórico dos mesmos. Nos casos de manutenção preventiva, o setor 
de engenharia clínica deve manter registros de suas realizações (cronograma e check-
Central de material e esterilização 
 
 
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list) bem como controlar sua periodicidade; 
- Fazer teste físico com termopares para assegurar que os registradores 
externos de temperatura sejam fiéis à temperatura interna da câmara e que haja 
uniformidade e estabilidade de temperatura dentro do esterilizador; 
- Fazer ensaio de esterilização com o uso de indicadores biológicos com 
vários tipos de cargas; 
- Checar tempo de cada fase do ciclo. 
 
✓ Controle rotineiro do equipamento: 
- Registrar a cada ciclo o desempenho dos manômetros, vacuômetros e 
termômetros, ou no mínimo uma vez ao dia, por meio de formulário específico, 
mantendo-o com registro; 
- Utilizar indicadores químicos externos em todos os pacotes e 
preferencialmente anexá-los ao prontuário do paciente; 
- Utilizar indicadores biológicos uma vez ao dia ou, no mínimo, 
semanalmente; 
- Utilizar teste de Bowie & Dick em autoclaves pré-vácuo, na primeira carga 
do dia; 
- Estabelecer um calendário de manutenção preventiva; 
- Utilizar sempre que possível integradores em todos os pacotes 
(indicador químico interno). 
 
✓ Checagem da função do equipamento após consertos, reformas e 
grandes mudanças no tipo de carga e/ou embalagens: 
É importante nesta fase que sejam feitos testes para assegurar que não houve 
comprometimento da função do equipamento. 
- Fazer teste de Bowie & Dick em autoclaves pré-vácuo. 
- Registrar o desempenho dos manômetros, vacuômetros e termômetros. 
- Utilizar indicador biológico em pelo menos uma carga teste. 
 
✓ Manutenção preventiva da autoclave: 
Realizada por serviço contratado ou pela engenharia do próprio hospital. Os 
procedimentos devem ser registrados e o manual do aparelho consultado. 
- Diariamente: 
Central de material e esterilização 
 
 
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- limpar dreno; 
- verificar ralo da câmara interna; 
- limpar a câmara interna do aparelho. 
- Quinzenalmente: 
- limpar filtros, válvulas de retenção, gerador e purgadores; 
- verificar as borrachas de vedação da porta; 
- lubrificar a guarnição com silicone líquido. 
- Mensalmente: 
- verificar elementos filtrantes; 
- verificar ajuste de fechamento de porta; 
- verificar troca da guarnição da tampa; 
- verificar acionamento manual das válvulas de segurança; 
- verificar grau de impregnação dos elementos hidráulicos. Se necessário 
desimpregnar. 
- Anualmente: 
- teste e avaliação hidrostática e aferição dos instrumentos de controle; 
- validação do equipamento; 
- calibração dos instrumentos de medida que integram o equipamento. 
 
Observação: 
As manutenções mensais devem ser realizadas pelo fabricante, ou empresa 
devidamente capacitada a realizar o serviço, sendo que este deve ser acompanhado 
por um profissional de engenharia clínica. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS E MÉTODOS DE LIMPEZA 
 
Denominam-se artigos hospitalares os materiais empregados com o objetivo de 
prevenir danos à saúde das pessoas ou de restabelecê-la, necessários aos cuidados 
dispensados. Eles têm grande variedade e as mais diversas finalidades, podendo ser 
descartáveis ou permanentes, e esterilizáveis ou não. 
A equipe de enfermagem tem importante papel na manutenção dos artigos 
hospitalares de sua unidade de trabalho, sejam em ambulatórios, unidades básicas 
ou outros setores em que esteja atuando. Para sua previsão e provisão, devem-se 
levar em consideração as necessidades de consumo, as condições de 
Central de material e esterilização 
 
 
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armazenamento, a validade dos produtos e o prazo de esterilização. Os artigos 
permanentes devem ter seu uso assegurado pela limpeza, desinfecção, 
descontaminação e esterilização. 
Os artigos utilizados nos serviços de saúde são classificados em três 
categorias, propostas pela primeira vez por Spaulding, conforme o grau de risco de 
provocar infecção nos pacientes, nas seguintes categorias: críticos, semicríticos e não 
críticos. Esta classificação irá nortear a escolha do processo de desinfecção ou 
esterilização a ser utilizado. 
 
Artigos Críticos 
 
São assim denominados em função do alto risco de infecção, se estiverem 
contaminados com qualquer micro-organismo ou esporos (forma de resistência). São 
artigos que entram em contato direto com tecidos ou tratos estéreis devendo, portanto 
ser submetidos ao processo de esterilização. Ex.: agulhas, instrumentais cirúrgicos, 
soluções injetáveis, cateteres intravasculares e dispositivos a eles conectados, como 
equipos de solução e torneirinhas. 
 
Artigos semicríticos 
 
São aqueles que entram em contato com a pele não íntegra e membranas 
mucosas. Devem ser submetidos no mínimo à desinfecção. Em algumas 
circunstâncias a esterilização é desejável pelo risco do artigo tornar-se crítico, como 
em lesões acidentais de mucosas. 
Dificuldades técnicas e riscos inerentes aos processos de desinfecção química 
também concorrem para a indicação da esterilização. Ex.: sonda nasogástrica, 
equipamentos respiratórios, equipamentos de anestesia e endoscópios. 
 
Artigos não críticos 
 
São os que entram em contato com a pele íntegra e que somente necessitam 
desinfecção de médio ou baixo nível, quando reutilizados entre pacientes. Esta 
medida tem por objetivo bloquear a transmissão de microrganismos. Ex.: 
estetoscópios, mesas, focos, comadres, termômetro etc. 
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QUADRO - RELAÇÃO DE ALGUNS ARTIGOS COM A RESPECTIVA 
CLASSIFICAÇÃO 
 
CRÍTICOS SEMICRÍTICOS NÃO CRÍTICOS 
Metais sem/ fio de corte; Metais 
sem/ motor; Instrumental cirúrgico 
Inaladores, máscaras de 
nebulização, extensores plásticos, 
ambú, cânula de Guedel, 
acronebulizacão 
 
 
Termômetro 
Tecido para procedimento 
cirúrgico (ex.: enxerto vascular) 
Válvulas de ambú com 
componentes metálicos 
Máscaras de ambú 
Esfigmomanômetro coberto por 
plástico 
PVC, nylon, plástico Circuitos de respiradores Cânula 
endotraqueal 
Esfigmomanômetro: coberto por 
brim 
Tubos de Látex, Acrílico, 
Silicone, teflon 
Lâmina de laringoscópio (sem 
lâmpada) 
Lâmpada do laringoscópio 
Cabo de laringoscópio 
Vidraria e borracha para 
aspiração 
Espéculos vaginais, nasais, 
otológicos (metálicos). 
Comadres e patinhos 
Peças de mão dos motores Endoscópios do trato digestivo e 
respiratório 
Bacias, cubas, jarros e baldes 
Fibra ótica: endoscópios, 
artroscópios, laparoscópios, 
aparelhos de cistoscopia 
Mamadeira Bicos de mamadeira 
Utensílios plásticos para preparo 
das mamadeiras Copos e talheres 
Recipiente p/ guardar 
mamadeiras e bicos já 
processados e embalados 
 
MÉTODOS DE LIMPEZA DE INSTRUMENTAL CIRÚRGICO 
 
Limpeza manual 
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Executada por meio de fricção com escovase uso de soluções de limpeza. 
 
Limpeza mecânica 
 
Meios de equipamentos: 
 
- Lavadora ultrassônica – processo de ondas ultrassônicas, com pressão 
negativas; 
- Lavadora desinfetadora, termodesinfetadora. (lav casa). 
 
LAVADORA 
http://www.hc.unicamp.br/sites/default/files/users/Administrador/noticias/not- 
090922/EPSN0008a.jpg 
 
Recomendações para limpeza de instrumental cirúrgico 
 
- Processo de limpeza facilita a remoção de sujidade; 
- Limpeza em lavadora desinfetadora antes da manipulação
 pelos funcionários; 
- Lavar peça por peça com escova apropriada, friccionando delicadamente 
o corpo, articulações e a cremalheira da pinça seguindo as ranhaduras; 
- Lavar manualmente os instrumentais, escolher o método de limpeza que 
seja eficaz e conserve o artigo; 
http://www.hc.unicamp.br/sites/default/files/users/Administrador/noticias/not-
Central de material e esterilização 
 
 
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- Separar o instrumental cirúrgico cortante e os pesados, colocando os leves 
por cima; 
- Desmontar o instrumental sempre que possível, abrir as pinças; 
- Utilizar produtos e escovas não abrasivos, a fim de evitar corrosão no 
instrumental; 
- Artigos canulados, utilizar pistola de ar comprimido; 
- Instrumentais novos devem passar por todos os processos; 
- Enxaguar abundantemente o artigo; 
- Realizar a inspeção e secagem; 
- Lubrificar os instrumentais com articulações; 
- Validar o processo de limpeza e desinfecção dos artigos; 
- Retirar os instrumentais danificados. 
 
Processo de Limpeza: 
- Agrupar por tipo de artigo; 
- Imergir ou embeber em solução; 
- Limpar; 
- Enxaguar em água potável; 
- Enxaguar em água deionizada; 
- Secar. 
 
Central de material e esterilização 
 
 
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PROCESSO DE LIMPEZA 
http://www.hospitalar.com/index.php?http://www.hospitalar.com/noticias/not19
31.html 
 
USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 
 
A manipulação de agentes químicos, de contato com altas temperaturas e de 
materiais contaminados por material biológico, requer medidas de segurança aos 
profissionais. Precauções padrão devem ser adotadas independentemente do grau de 
sujidade do artigo e da toxicidade dos produtos químicos a serem manipulados. 
Portanto é imprescindível o uso do EPI. 
Tais equipamentos também devem ser utilizados em todas as etapas do 
processo, sempre relacionando a atividade ao equipamento. 
Devem ser utilizados para garantir a segurança do profissional ao se expor a 
http://www.hospitalar.com/noticias/not1931.html
http://www.hospitalar.com/noticias/not1931.html
Central de material e esterilização 
 
 
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substâncias químicas, gases tóxicos, riscos de perfuração ou corte e ao calor, 
prevenindo assim acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. A tabela abaixo 
indica quais são os EPI necessários para cada procedimento. 
 
QUADRO - EPI NECESSÁRIOS PARA CADA PROCEDIMENTO 
 
 
 
 
 
 
PROCESSOS 
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Equipamentos 
LUVA DE AMIANTO 
CANO LONGO 
 x x 
LUVA DE LÁTEX 
CANO LONGO 
 x 
LUVA DE BORRACHA x x x x x 
ÓCULOS x x x 
MÁSCARA COM FILTRO x x x 
Central de material e esterilização 
 
 
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QUÍMICO 
AVENTAL IMPERMEÁVEL x x x 
CONFORME LEGISLAÇÃO 
VIGENTE 
 x 
 
 
PROCESSAMENTO DE ARTIGOS HOSPITALARES 
 
Limpeza e secagem 
 
A limpeza é o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água 
e sabão ou soluções detergentes. Há várias fórmulas de detergentes disponíveis 
no mercado, variando do neutro a específicos para lavadoras. Ainda nesta 
classificação, podemos apontar os enzimáticos utilizados para limpeza de artigos 
por imersão, bastante recomendados, atualmente, por sua eficácia na limpeza - 
são capazes de remover a matéria orgânica da superfície do material em tempo 
inferior a 
15 minutos (em média, 3 minutos), não danificam os artigos e são atóxicos 
e biodegradáveis. 
É importante frisar que todo processo de desinfecção ou esterilização 
deve ser precedido pela limpeza e secagem rigorosas dos artigos, devendo todo 
artigo sujo com sangue ou secreções serem considerados contaminados. 
A imersão de artigos sujos em soluções germicidas possui limitações; “é 
desconhecido o nível de proteção oferecido por este processo, uma vez que 
todas estas soluções sofrem redução de atividade, em maior ou menor grau em 
presença de matéria orgânica. Além dessa, outras desvantagens podem ser 
citadas, como: o alto custo envolvido, a impregnação da matéria orgânica nos 
artigos, a toxicidade dos produtos e o aporte de grandes volumes de 
desinfetantes na rede de esgoto, acarretando possíveis danos ambientais”. 
Falhas na limpeza dos artigos impedem a esterilização, pois sujeira e 
gordura atuam como fatores de proteção para os micro-organismos, agindo 
como barreira para o contato com agentes esterilizantes químicos, físicos ou 
físico- químicos. 
A limpeza de artigos deve ser feita preferencialmente por equipamentos 
Central de material e esterilização 
 
 
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que utilizem processos físicos, como lavadoras termodesinfetadoras, pois 
promovem limpeza e descontaminação simultâneas, reduzindo a manipulação 
do material contaminado. 
Detergentes enzimáticos facilitam a ação mecânica, reduzindo 
potencialmente os riscos ocupacionais. Agem removendo a matéria orgânica, 
são atóxicos e biodegradáveis. 
Na ausência do detergente enzimático, os instrumentais deverão sofrer 
exposição à água morna e corrente. Estes artigos deverão estar 
preferencialmente em cestos aramados para minimizar a manipulação do 
material contaminado e reduzir a produção excessiva de aerossóis. 
Além das lavadoras que utilizam jatos de água quente há no mercado as 
lavadoras ultrassônicas, as quais a ação desencrostante do detergente 
enzimático é potencializada pelo ultrassom. 
Na impossibilidade de tais processos, efetuar lavagem manual por fricção, 
auxiliada por escova ou esponja. Este método deve ser utilizado após a imersão 
do artigo em desencrostantes, preferencialmente enzimáticos. 
O enxágue deverá ser feito em água corrente. 
A água que abastece as Centrais de Esterilização deve ter qualidade 
diferenciada. Para este setor não basta obedecer a padrões de potabilidade, pois 
muitas vezes água em uso é potável, porém está impregnada com metais 
pesados e cloro, o que acelera a corrosão dos metais. 
 
Produtos Utilizados 
 
- Detergente enzimático: amilases, que promovem simultaneamente a 
dispersão, solubilização e emulsificação, removendo substâncias orgânicas das 
superfícies dos artigos. São biodegradáveis, neutros concentrados, não 
oxidantes, com ação bacteriostática e, portanto não promovem desinfecção. 
- Detergente não enzimático (desencrostante): Detergente de baixa 
alcalinidade a base de tensoativo aniônico ou em associação de tensoativos 
aniônicos e não iônicos (nonilfenois), cuja formulação coadjuvante é à base de 
polifosfato, agente alcalinizante e agentes antioxidantes. 
 
Secagem 
Central de material e esterilização 
 
 
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Outro passo importante é a secagem, pois a umidade interfere em 
diferentes processos de esterilização. Para tal processo é recomendável o uso 
de: 
- Secadoras de ar quente ou frio; 
- Estufas reguladas para este fim; 
- Ar comprimido medicinal, principalmente para artigos que possuam 
lúmen; 
- Pano limpo, absorvente e seco. 
 
Após tal processo deverá ocorrer a inspeção rigorosados artigos, 
preferencialmente com auxílio de lupa, no sentido de detectar presença de 
oxidações, secreções e umidade. Nessa fase pode-se utilizar o álcool a 70% com 
fricção, que acelera a secagem do material. 
Objetivando aumentar a vida útil dos instrumentais, principalmente os que 
possuem articulações, cremalheiras ou ranhuras, estes devem ser lubrificados 
com produtos não tóxicos, que possuam ação anticorrosiva. 
 
MÉTODOS DE DESINFECÇÃO DE ARTIGOS HOSPITALARES 
 
É subdivido em três níveis: 
Desinfecção de alto nível – Destrói todas as bactérias vegetativas, 
micobactérias, fungos, vírus e parte dos esporos. O enxágue deverá ser feito 
preferencialmente com água estéril e manipulação asséptica. 
 
Desinfecção de nível intermediário - Viruscida, bactericida para formas 
vegetativas, inclusive contra o bacilo da tuberculose. Não destrói esporos. 
 
Desinfecção de baixo nível - É capaz de eliminar todas as bactérias na 
forma vegetativa, não tem ação contra os esporos, vírus não lipídicos nem contra 
o bacilo da tuberculose. Tem ação relativa contra os fungos. 
 
O conhecimento adquirido sobre a transmissão de doenças e o 
estabelecimento de precauções básicas faz com que se considere 
potencialmente contaminado todo e qualquer instrumento ou material que tenha 
Central de material e esterilização 
 
 
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tido contato com matéria orgânica, independente do seu grau de sujidade 
aparente. 
A desinfecção de artigos pode ser feita por métodos físicos, químicos e 
físico-químicos. 
 
 
Agentes Físicos 
 
Pode ser feita imersão dos artigos em água a 100°C (ebulição) por 30 
minutos. Preferencialmente utilizando sistemas automáticos, lavadoras 
termodesinfetadoras, com programas específicos, validados para cada grupo de 
artigos. 
 
Agentes Químicos 
 
Exigem que todos os artigos estejam limpos e secos antes de serem 
completamente imersos em solução desinfetante. 
Como o desinfetante age por contato, o artigo deve ser colocado em 
recipiente contendo solução suficiente para que tal artigo fique totalmente 
imerso. 
Quando o artigo tem áreas ocas, a solução desinfetante deve preenchê-
la totalmente. 
O recipiente utilizado deve ser preferencialmente de plástico. Caso de 
metal, este deve ser forrado com tecido (tipo compressa) para evitar que sua 
superfície entre em contato com os instrumentos metálicos, evitando a formação 
de corrente galvânica e, consequente desgaste dos materiais. 
Após a desinfecção, os artigos devem ser abundantemente enxaguados 
em água de qualidade, conforme descrito posteriormente. 
 
Princípios ativos utilizados para desinfecção ou esterilização 
química 
 
A fim de que os profissionais de saúde possam utilizar os artigos com 
segurança, a Portaria 15/88 do MS estabelece os seguintes princípios ativos 
Central de material e esterilização 
 
 
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para os desinfetantes de artigos hospitalares: 
− Aldeídos (Formaldeído / Glutaraldeído); 
− Fenólicos (Fenol Sintético); 
− Quaternário de Amônio; 
− Compostos Orgânicos Liberadores de Cloro Ativo; 
− Compostos Inorgânicos Liberadores de Cloro Ativo; 
− Iodo e Derivados; 
− Álcool; 
− Glicóis; 
− Biguanidas; 
− Peróxidos. 
 
Aldeídos 
 
Glutaraldeído: O glutaraldeído é um dialdeído saturado com potente ação 
bactericida, viruscida, fungicida e esporicida, podendo ser utilizado para 
esterilização química de artigos termossensíveis. 
A atividade biocida dá-se por reação química de alquilação, alterando o 
DNA, RNA e a síntese proteica dos micro-organismos. Quanto aos esporos, age 
enrijecendo a parede celular. Sua ação dependerá do tempo de exposição e 
condições do artigo, que deverá estar limpo e seco para facilitar a penetração 
deste agente. 
É indicado para desinfecção de alto nível em artigos termossensíveis com 
tempo de exposição de 30 minutos em solução a 2%. Também é indicado como 
esterilizante, com o tempo de exposição entre 8 e 10h. O produto sofre 
alterações em temperaturas superiores a 25°C. A solução deve ser trocada de 
acordo com orientação do fabricante, na ocorrência de alteração na cor e 
presença de depósitos. É tóxico, não biodegradável, portanto deve ser 
manipulado em local ventilado e com uso de EPI. As soluções neutras ou 
alcalinas possuem ação microbicida e anticorrosiva superiores quando 
comparadas às ácidas. 
Os artigos processados em glutaraldeído não podem ser armazenados, 
mesmo em recipiente estéril, (risco de recontaminação). O glutaraldeído é um 
Central de material e esterilização 
 
 
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produto tóxico que pode irritar os olhos, nariz e garganta, por isso, seu manuseio 
deve ser feito com uso de EPIs. 
Recomendação: 
- Utilizar este método de esterilização só nas situações em que não 
houver outro recurso disponível; 
- Ativar a solução conforme descrição do fabricante, validade de 14 a 
21 dias, datar e identificar; 
- Realizar uma limpeza, secagem antes da imersão, após o término 
do tempo indicado fazer a lavagem dos artigos com água estéril; 
- Desprezar a solução em caso de contaminação ou prazo de validade. 
 
Formaldeído 
Tem o mesmo mecanismo de ação semelhante ao do Glutaraldeído. É 
pouco ativo a temperaturas inferiores a 20°C, aumentando a atividade em 
temperaturas superiores a 40°C. Em processo de desinfecção ou esterilização 
possui desvantagens, pois tem baixo poder de penetração, distribuição não 
uniforme e alta toxicidade que restringem o seu uso. 
O tempo de exposição deve seguir orientações do fabricante: para 
desinfecção utiliza-se solução 4% volume-volume (v/v) por trinta minutos. Para 
esterilização, tanto na solução alcoólica a 8%, quanto para a solução aquosa a 
10%, o tempo mínimo é de 18 horas. 
Além da forma líquida, existem os polímeros sólidos do formaldeído, o 
paraformaldeído, conhecidos como “pastilhas de formalina”. Para se alcançar a 
esterilização deste modo necessita-se de concentração de 3%, estufa pré-
aquecida a 50°C, em tempo de 4 horas e umidade relativa de 100%. Devido à 
dificuldade técnica de execução do processo em condições ideais e de sua 
validação, não deve ser utilizado de rotina. 
 
Álcoois 
Agem por desnaturação das proteínas dos micro-organismos e sua ação 
bactericida aumenta quando hidratado. É tuberculicida, fungicida, viruscida, 
porém não destroem esporos bacterianos. 
 
 
Central de material e esterilização 
 
 
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- álcool isopropílico: tem ação seletiva para vírus, é mais tóxico e com 
menor poder germicida que o etílico. 
 
- álcool etílico (70%): a concentração 70% tem baixa toxicidade, é 
indicado para desinfecção de nível intermediário ou médio. Deve ser utilizado 
por fricção, em três aplicações, com secagem espontânea e tempo total de 
exposição de 10 minutos. 
 
Compostos Inorgânicos Liberadores de Cloro Ativo 
 
Hipoclorito de Sódio/Cálcio/Lítio: Produto instável, termossensível, 
fotossensível e inativado rapidamente em presença de matéria orgânica 
(sangue, fezes e tecidos), que diminui sua atividade rapidamente em recipientes 
claros ou em altas temperaturas. Por ser corrosivo seu uso é contraindicado em 
artigos metálicos. 
Na forma não diluída o tempo máximo de armazenamento é de seis 
meses. 
 
Hipoclorito de Sódio: São formulações comercializadas na forma 
líquida. Devem ser utilizados nas seguintes concentrações e tempo de contato: 
I. Desinfecção/Descontaminação de Superfícies – 10.000ppm ou 1% 
de Cloro– 10 minutos de contato. 
II. Desinfecção de Lactários e utensílios de Serviço de Nutrição e 
dietética (SND) –200ppm ou 0,02% Cloro ativo – 60 minutos. 
III. Desinfecção de Artigos de Inaloterapia e Oxigenoterapia não 
metálicos - 200ppm ou 0,02% a 0,5% de Cloro ativo - 60 minutos. Dispensando 
enxágue. 
IV. VI Desinfecção de Artigos Semicríticos – 10.000ppm ou 1% de Cloro ativo 
– 30 minutos. 
 
Hipoclorito de Cálcio e Lítio: São compostos sólidos

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