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MÉTODOS DE DIÁLISE APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 3 Objetivo 3 Objetivos específicos 3 Habilidades 3 Ementa 3 1. TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA – MÉTODOS DIALÍTICOS: HEMODIÁLISE E DIÁLISE PERITONEAL 5 Hemodiálise 5 Diálise peritoneal 8 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14 3 MÉTODOS DE DIÁLISE APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Objetivo Abordar os métodos de terapia renal substitutiva (hemodiálise e diálise peritoneal), bem como a dietoterapia para pacientes submetidos a estes métodos. Objetivos específicos Apresentar os métodos hemodiálise e diálise peritoneal. Habilidades Compreender como funcionam os métodos dialíticos (hemodiálise e diálise peritoneal). Ementa A disciplina aborda os métodos dialíticos – hemodiálise e diálise peritoneal – implementados como terapia renal substitutiva para pacientes em estágio avançado de doença renal crônica. Não obstante, são apresentadas as recomendações nutricionais e demais estratégias aplicadas a estes pacientes. As informações são baseadas em artigos científicos e órgãos de renome na área. 5 MÉTODOS DE DIÁLISE 1. TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA – MÉTODOS DIALÍTICOS: HEMODIÁLISE E DIÁLISE PERITONEAL Introdução Pacientes com doença renal crônica em estágios mais avançados, em que o comprometimento das funções renais é muito severo, precisam ser submetidos à terapia renal substitutiva, que pode ocorrer através de métodos dialíticos (hemodiálise ou diálise peritoneal) ou de transplante renal. O objetivo da presente seção é apresentar o princípio destes métodos e como eles funcionam, até para que se entenda qual o tipo de procedimento estará sendo aplicado para os pacientes nesta fase do tratamento e qual o melhor manejo nutricional para eles. Abordar a dietoterapia, recomendações nutricionais e estratégias para tais pacientes será o objetivo da próxima seção (Aula 02). Hemodiálise Princípios do método Hemodiálise consiste em um processo de transferência de massa 6 MÉTODOS DE DIÁLISE entre o sangue e o líquido de diálise, que ocorre por intermédio de uma membrana semipermeável artificial. A remoção de solutos do sangue se dá por meio de difusão e é baseada no gradiente de concentração do soluto entre o sangue e o dialisato. Há também difusão de algumas substâncias do dialisato para o compartimento sanguíneo, a exemplo do bicarbonato. Para realização da hemodiálise, o sangue é obtido de um acesso vascular e é impulsionado por uma bomba em direção a um sistema de circulação extracorpórea, o qual contempla um filtro, também chamado de dialisador. É neste dialisador onde ocorrem as trocas entre o sangue e o dialisato, que é a solução de diálise. Esse processo ocorre por meio de uma membrana semipermeável. O procedimento de hemodiálise é altamente tecnológico, permitindo, inclusive, que se façam individualizações na prescrição. Não obstante, os equipamentos de hemodiálise possuem sensores de pressão, temperatura, presença de ar, condutividade do dialisato, volume filtrado e outros, fazendo com que o procedimento seja seguro e eficaz. Acesso vascular Quanto ao acesso vascular para realização da hemodiálise, é preciso estabelecer um acesso que forneça um fluxo sanguíneo de 300 a 500 ml por minuto. Os principais tipos de acesso são cateteres, fístula arteriovenosa e enxerto vascular. Destes, a fístula arteriovenosa normalmente é o acesso de escolha para a hemodiálise, haja vista que apresenta menor risco de trombose e de infecção. Esse acesso é realizado por intermédio de anastomose entre artéria e veia – laterolateral ou terminolateral – de forma mais distal possível (ex.: artéria radial e veia cefálica). Esse procedimento é feito por cirurgião vascular. O intuito de a anastomose ser o mais distal possível é para que se poupe os vasos proximais, pois, caso haja falência, a fístula arteriovenosa pode ser reconstruída mais acima. Sugere-se que o acesso seja realizado no membro superior não dominante. É preciso que o acesso seja efetuado alguns meses antes de iniciar o tratamento, de modo que se tenha tempo suficiente para correções, se elas forem necessárias, por exemplo, estenose arterial ou circulação venosa colateral. 7 MÉTODOS DE DIÁLISE As complicações mais comuns decorrentes da fístula arteriovenosa são a falência primária, a estenose e a trombose secundária, as quais podem repercutir em redução parcial ou integral do seu fluxo. Se o paciente não puder ser submetido à fístula arteriovenosa por que apresenta vasos de pequeno calibre ou por outras complicações, pode-se optar pelo enxerto arteriovenoso. Essa opção apresenta benefícios e malefícios, sendo os benefícios a maior superfície para canulação e o menor tempo de maturação, e o malefício é a menor sobrevida, comparada com a fístula arteriovenosa. Dialisador e dialisato Em relação ao dialisador, este é constituído de dois compartimentos, sendo que em um deles circula o sangue e no outro circula o dialisato. Estes compartimentos comunicam-se entre si por meio de uma membrana semipermeável, a qual tem a capacidade de maximizar a área de contato entre os líquidos. Comumente, utilizam-se membranas sintéticas, como polissulfona, e as de celulose modificada, por exemplo a de acetato de celulose. Em relação ao dialisato, a sua composição usual é: Sódio: 135 a 145 mEq/L Potássio: 1 a 3 mEq/L Bicarbonato: 30 a 38 mEq/L Cálcio: 2,5 a 3,5 mEq/L Magnésio: 0,5 a 1 mEq/L Cloro: 100 a 124 mEq/L Acetato: 2 a 4 mEq/L Glicose: 100 a 200 mg/L Além destes, os pacientes são expostos à cerca de 150 L de água por sessão de diálise, sendo que a qualidade dessa água deve ser monitorada com frequência. Aspectos sobre prescrição A anticoagulação é necessária durante o processo de hemodiálise, normalmente sendo feita com hepática sódica, na dose de 100 U/kg, a qual deve ser administrada no início da hemodiálise. Pode-se ainda infundir heparina continuamente à hemodiálise, devendo ser interrompida uma hora após o final da sessão para que se evite o risco de hemorragia. Para pacientes que apresentem alto risco 8 MÉTODOS DE DIÁLISE de sangramento, a hemodiálise deve ser feita sem heparina. No que tange à prescrição da hemodiálise, o mais usual é que sejam realizadas três sessões por semana, com duração de cerca de 4 horas por sessão, sendo o fluxo sanguíneo de 300 ml por minuto e o fluxo de dialisato de 500 ml por minuto. Caso haja impossibilidade de se atingir o peso seco (menor peso em que o paciente se apresenta clinicamente bem), deve-se agendar uma sessão adicional de hemodiálise. A complicação mais comum da hemodiálise é a hipotensão arterial, ocorrendo em cerca de 20 a 30% dos procedimentos realizados, que pode vir acompanhada de náuseas, vômitos, cãibras, sudorese, taquicardia, dor precordial e confusão mental. Não obstante, é comum a presença de cefaleia, a qual vincula-se ao aumento de bradicinina e óxido nítrico durante a sessão de hemodiálise. A reação pirogênica também pode ocorrer após a sessão de hemodiálise, a qual consiste em febre, tremor, mialgia e instabilidade hemodinâmica. Neste caso, pode tratar-se o episódio febril com antitérmicos e a instabilidade hemodinâmica com reposição de solução salina isotônica. Outro ponto crítico de ser levado em consideração é que alguns fármacos podem ser removidos durante a sessão de hemodiálise, necessitando de dose suplementar. Considerando esse ponto, deve-se atentar aos pacientes com arritmia cardíaca. Diálise peritoneal Princípios do método e aspectos gerais Diálise peritoneal consiste no método em que há troca de solutose fluidos entre o sangue dos capilares peritoneais e a solução de diálise aplicada na cavidade abdominal, a qual chamamos de dialisato. Esse processo ocorre por meio de um cateter e utiliza a membrana peritoneal como uma superfície dialisadora. Deve-se ter extremo cuidado para realizar a conexão entre as bolsas e o cateter, de modo que essa ocorra de forma estéril, impedindo a contaminação e complicações. Para tal, exige-se cuidador treinado ou equipe de enfermagem especializada. 9 MÉTODOS DE DIÁLISE É preciso admitir que a diálise peritoneal apresenta como grande vantagem a sua portabilidade, pois há maior liberdade, independência e autonomia, quando em comparação com a hemodiálise. Outra grande vantagem é a maior liberdade na dieta (incluindo alimentos e líquidos), pois o processo de diálise é feito com maior continuidade (diariamente). De maneira muito simplista, pode-se dizer que o movimento de solutos ocorre por meio de transporte difusional e convectivo, ao passo que a remoção de líquidos ocorre através de gradiente osmótico gerado pela adição de agentes osmóticos à solução de diálise. Alguns solutos movem-se do sangue ao dialisato (ex.: ureia, creatinina e potássio), enquanto outros movem-se em direção oposta, ou seja, do dialisato ao sangue, como o bicarbonato. Para que a diálise peritoneal seja viável, precisa-se do implante de um cateter na cavidade abdominal, permitindo o fluxo bidirecional da solução de diálise. É preciso aguardar pelo menos duas semanas entre o implante do cateter e o início da terapia dialítica. A esse período, dá-se o nome de break-in e o seu intuito é evitar o vazamento do dialisato. Caso não seja possível aguardar esse período, deve-se realizar trocas com volumes reduzidos, de preferência em posição supina e usando-se heparina sódica nas primeiras trocas. Tipos de diálise peritoneal A diálise peritoneal crônica pode ser prescrita de algumas formas diferentes, como diálise peritoneal intermitente, diálise peritoneal ambulatorial e diálise peritoneal automatizada. A diálise peritoneal intermitente está praticamente em desuso nos dias atuais. Ocorre em sessões que duram até 24 horas, de forma que se realizem trocas a cada 60 minutos, manualmente ou com equipamento especial ou cicladora. A diálise peritoneal ambulatorial contínua usualmente contempla cerca de 4 a 5 trocas diariamente, de 2 a 2,5 litros cada, de forma que cada troca permaneça cerca de 4 a 8 horas na cavidade abdominal. Os processos nessa modalidade são sempre feitos de forma manual. A diálise peritoneal automatizada é bastante prática, 10 MÉTODOS DE DIÁLISE porém também bastante onerosa, e consiste em cerca de 3 a 6 trocas, as quais são realizadas por meio de uma cicladora automática no período noturno. Esse método permite mais autonomia e independência ao paciente, favorecendo a qualidade de vida. Características do dialisato A composição do dialisato varia de acordo com a concentração de glicose em 1,5%, 2,5% e 4,25%, e de acordo com a concentração de cálcio em 2,5 mEq/L e 3,5 mEq/L. Os outros nutrientes tendem a ser padrão para a maioria dos fornecedores – sódio: 132 mEq/L, cloro: 95 a 102 mEq/L e lactato 35 a 40 mEq/L. O pH do dialisato tende a ser de 5,5 para que não haja caramelização da glicose durante o processo de aquecimento com fins de esterilização. Em razão do pH ácido, alguns pacientes podem sentir dor durante a infusão do dialisato, apesar de isso ser pouco comum. Para atenuar esse problema, desenvolveu-se bolsas com dois compartimentos, de modo que se possa usar bicarbonato para aumentar o pH, sem a formação de produtos de degradação de glicose. Percebe-se que soluções de pH neutro melhoram a integridade da membrana peritoneal e reduzem a resposta inflamatória. Como resultado do alto conteúdo de glicose no dialisato, observa-se maior risco de desenvolvimento de hiperglicemia, resistência à insulina, diabetes mellitus e obesidade nos pacientes submetidos à diálise peritoneal. O excesso de glicose no dialisato tem sido um motivo pelo qual o uso do método (diálise peritoneal) tem sido reduzido e parcialmente substituído pela hemodiálise. Como alternativa, pode-se utilizar preparações com aminoácidos como agente osmótico, apesar do aumento do risco de acidose e aumento das concentrações de ureia, o que faz com que essas preparações possam ser utilizadas apenas uma vez ao dia. Parece que as preparações com aminoácidos são interessantes para pacientes desnutridos. Um dos aminoácidos que pode ser utilizado como substituto da glicose é a L-carnitina. Um benefício do uso deste aminoácido é o seu estímulo sobre a eritropoiese, atenuando o risco de anemia, que, por sua vez, é comum em pacientes com doença renal crônica. 11 MÉTODOS DE DIÁLISE Outra alternativa ao uso de preparações com elevadas quantidades de glicose é o uso de preparações com icodextrina (7,5%), a qual é absorvida muito mais lentamente do que a glicose. Complicações da diálise peritoneal Algumas das principais complicações de diálise peritoneal são: vazamento pericateter, falências de drenagem, dor na infusão, edema, hérnias, entre outros. O vazamento pericateter deve ser resolvido pela interrupção temporária da diálise peritoneal, pela mudança do sistema para diálise intermitente noturna ou, em último caso, pela troca do cateter. Já em caso de falência de drenagem, deve-se checar as dobras do cateter na parece abdominal e, se necessário, trocar o cateter. Se existir constipação intestinal associada, é preciso resolver o quadro (ex.: com uso de laxativos) para resolução da falência de drenagem. Ainda pode ocorrer falência de drenagem pela translocação do cateter, podendo-se exigir reposição usando fio-guia, peritoneoscopia ou troca do cateter. A falência de drenagem também pode ocorrer quando a ponta do cateter está bloqueada pelo omento, devendo-se proceder com a omentectomia. A dor com a infusão pode decorrer do baixo pH do dialisato, de sua temperatura (se superaquecido) e da pressão que o dialisato exerce na estrutura intra- abdominal. Nestes casos, pode-se verificar a possibilidade de se usar soluções com pH neutro, atentar-se à temperatura do dialisato (revisar com o responsável o procedimento de aquecimento da bolsa) e diminuir a velocidade de infusão. A falência de ultrafiltração é uma das causas de sobrecarga de volume, sendo compreendida como um fator de risco para distúrbios cardiovasculares. Se o volume de ultrafiltração estiver normal, deve- se investigar se há ingestão excessiva de sal e/ou de água, se há perda da função renal residual, se há absorção excessiva de dialisato durante troca longa, se há uso insuficiente de solução hipertônica e, finalmente, se o paciente está aderindo adequadamente à prescrição. Se o volume de ultrafiltração estiver reduzido, diversos tipos de falência podem estar ocorrendo, como tipo I (dissipação do gradiente 12 MÉTODOS DE DIÁLISE osmótico pela absorção de glicose para a circulação), tipo II (diminuição da superfície peritoneal, ex.: por fibrose), tipo III (aumento da absorção do dialisato). Na falência tipo I, pode-se usar icodextrina ao invés de glicose ou evitar longos períodos de permanência, e nos tipos II e III pode-se reduzir os volumes de troca e o tempo de permanência, usar icodextrina, interromper temporariamente a diálise peritoneal ou substituir o método dialítico. As hérnias podem ocorrer em cerca de 10 a 25% dos pacientes submetidos à diálise peritoneal e causam aumento da pressão intra- abdominal, por isso têm que ser corrigidas pormétodo cirúrgico. A diálise peritoneal pode ser retomada em um a dois dias após a cirurgia, porém com menores volumes de infusão. A peritonite é a complicação mais grave em pacientes submetidos à diálise peritoneal, podendo causar dor e febre, e sendo percebida por meio de líquido de diálise turvo e pelo aumento da contagem de leucócitos no dialisato (acima de 100 leucócitos/mcL), com predomínio de, no mínimo, 50% de polimorfonucleares. O tratamento consiste na aplicação de antibióticos via intraperitoneal ou sistêmica por pelo menos 14 dias. Finalmente, é válido pontuar que se a complicação da diálise peritoneal não for resolvida em tempo hábil, deve-se considerar a alteração do sistema para a hemodiálise, de modo a evitar maior risco de morbidade e de mortalidade ao paciente. MÉTODOS DE DIÁLISE 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cuppari, L.; Avesani, C.M.; Kamimura, M.A. Nutrição na doença renal crônica. 1ª ed. Manole: São Paulo, 2013. Cuppari, L. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar da EPM-UNIFESP: Nutrição clínica no adulto. 4ª ed. Manole: São Paulo, 2018. Cuppari, L. 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