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Anatomia dos Tecidos 
Periodontais
Bruna Fernandes de Camargo, 
Caroline Polsaque de Azevedo Fávero, 
Ana Claudia dos Santos, 
Flavia Melissa Pelegrini
Anatomia dos tecidos periodontais: busca analisar os resultados e implicações biológicas e clínicas, 
como os fatores que determinam a existência e a preservação dos dentes em função, a importância do 
periodonto de proteção e de sustentação e o complexo dentoperiodontal.
OBJETIVO
Biologia estrutural e funcional do periodonto
Conjunto de tecidos que participam no suporte e revestem os dentes da maxila e mandíbula.
FUNÇÃO DO PERIODONTO
Inserir o dente ao tecido ósseo;
Suportar e transformar as forças;
Manter a integridade;
Promover a remodelação e proteção;
Mecanismo de defesa.
• Periodonto de Revestimento / Proteção : Gengiva
• Periodonto de Inserção / Sustentação: Cemento, ligamento periodontal e osso alveolar
Periodonto de Inserção
Periodonto de Inserção
Parte responsável pela ancoragem do dente no alvéolo.
- Tem origem ectomesênquimal (folículo dentário)
- Formado na fase de raiz (cemento primário)
- Formado na fase em que o dente esta irrompido e em função (cemento secundário)
É um tecido conjuntivo mineralizado que recobre a dentina radicular, inserindo fibras do ligamento periodontal na raiz do dente.
Semelhante ao tecido ósseo, é um tecido avascular.
Cemento
Cementogênese
- As células ectomesênquimais do folículo dentário se diferencial em cementoblastos entrando em contato com a raiz em formação.
- Quando os cementoblastos secretam maior quantidade de matriz orgânica, a dentina radicular alcança metade da raiz.
- Formando as primeiras camadas de cemento, que são depositadas por aposição.
- Mineralização: deposição de fosfato de cálcio (hidroxiapatita)
Cemento
Cementoblastos: Organelas de síntese e secreção. Ficam justapostas ao cementóide.
Cementócitos: Cementoblastos que ficam aprisionados na matriz. Possuem poucas organelas e muitos canalículos.
Cementóide: Na borda do cemento mineralizado, é uma camada semelhante a matriz orgânica, não mineralizada.
Cemento
Cemento acelular : Primário com uma matriz constituída por fibras de SHARPEY, possui um aspecto homogêneo. Forma-se durante o desenvolvimento do dente, mesmo nas regiões onde predomina o cemento celular.
Cemento celular : secundário, com mineralização incompleta de fibras de sharpey, se forma durante o reparo periodontal em compensação dos desgastes oclusas funcionais.
DIFERENÇA ENTRE CEMENTO E OSSO
O cemento não é vascularizado nem inervado
O cemento tem menor capacidade de remodelar-se
O cemento é mais resistente à reabsorção comparado ao osso
Junção Amelocementária
- É um tecido conjuntivo não mineralizado que determina a separação entre a coroa e a raiz, estabelece a articulação entre o dente e o alvéolo.
- Amortece as forças mastigatórias 
- Origem no folículo dentário
60 a 65% o cemento recobre o esmalte
30% cemento e esmalte se encontram
5 a 10% dentina radicular exposta
Junção Amelocementária
Células da região central do folículo dentário se diferenciam em fibroblastos, começando seu desenvolvimento após o inicio de formação da raiz do dente.
A estrutura final do ligamento periodontal é alcançado somente após a erupção completa.
Formado por grossos feixes de fibras colágenas que sofrem mudanças no seu arranjo e disposição a medida que são formadas.
Fibroblastos: 
-Formam as fibras extrínsecas (lado do cemento);
-Formam as fibras que ficarão inseridas no osso alveolar (lado do osso);
Possuem rápida remodelação e renovação dos constituintes da matriz e formam e destroem fibras colágenas.
FIBRAS PRINCIPAIS
São feixes colágenos que se inserem do cemento ao osso alveolar, atravessando o ligamento periodontal. São distinguidas em 5 grupos, segundo a orientação e a região da raiz na qual são inseridas.
1. Fibras da crista alveolar: inserem-se no cemento após o limite amelocementário.
2. Fibras horizontais: abaixo do 1, forma um ângulo reto.
3. Fibras oblíquas: maior número de feixe.
4. Fibras apicais: recobrem o ápice do dente.
5. Fibras interradiculares: encontradas na região de furca do dente.
1- Fibras da crista alveolar : Se inserem no cemento logo abaixo da Junção Esmalte e Cemento e se dirigem obliquamente em sentido apical para se inserirem na crista do processo alveolar, inseridas no terço cervical da raiz e na crista do osso alveolar.
Função: se opõe às forças laterais e extrusão, limita a extrusão do dente e o movimento látero-lateral.
*Bloqueia que o dente saia do alvéolo, mas deixa o dente entra no alvéolo, não limita o movimento da entrada do dente, limita a extrusão que é a saída do dente do alvéolo.
2 - Fibras horizontais: Se inserem no cemento e se dirigem para o osso alveolar formando ângulo reto com a superfície radicular, sentido horizontal.
Função: se opõe às forças laterais.
Não se opõe a força nem de entrada nem de saída do alvéolo.
3 - Fibras oblíquas: É o maior grupo de fibras do LP, se estende do cemento em direção coronal, obliquamente até o 
osso. Resiste a forças de intrusão, e o impacto das forças verticais da mastigação.
4 - Fibras apicais: as fibras desse grupo se localizam em torno do ápice da raiz do dente, de forma irregular do cemento ao osso alveolar no fundo do alvéolo.
5 - Fibras interradiculares: estende-se do cemento as áreas de bifurcação de dentes multirradiculares.
Fibras secundárias: localizadas entre os feixes de fibras principais do ligamento periodontal, não se entrelaçam e não apresentam orientação regular.
Ligamento Periodontal
O ligamento periodontal é um tecido conjuntivo frouxo interposto entre os dois constituintes mineralizados do periodonto de sustentação (cemento e osso alveolar), estabelecendo, desta maneira, a articulação entre o dente e seu 
respectivo alvéolo (Gonfose).
Por esta razão, o espaço preenchido por este ligamento é chamado de espaço periodontal. A espessura do ligamento periodontal varia de acordo com a região ao longo da raiz do dente e, em geral, diminui com o avanço da 
idade.
Funções do ligamento periodontal
* Físicas:
-Formam um invólucro de tecido mole para proteger os vasos e nervos de danos mecânicos.
-Une o dente ao osso
-Resiste ao impacto relacionado com as forças oclusais (absorção de choques)
Funções do ligamento periodontal
* Formativas e remodeladora
* Nutricionais e sensoriais: fornece nutrientes para o cemento, o osso e a gengiva por meio de vasos sanguíneos, além de drenagem linfática. 
* Regulação e espessura do ligamento periodontal: adaptação das mudanças funcionais e mantém sua espessura em dimensões constantes.
Osso Alveolar
Constituem com o ligamento periodontal e o cemento, o sistema de ancoragem do dente no alvéolo, formando as paredes desse alvéolo dentário.
Responde rapidamente ao estímulos que induzem formação e reabsorção.
O osso fasciculado apresenta inúmeros feixes de fibras de Sharpey. As fibras do osso alveolar são perpendiculares as fibras de Sharpey.
Desenvolvimento do osso alveolar
* Na fase de capuz, forma-se as bases e as paredes laterais da cripta óssea e na fase de campanula, circunda totalmente o germe dentário.
* O folículo dentário se localiza entre o osso da cripta óssea e o germe dentário.
* As células ectomesênquimais se diferenciam em osteoclastos e a formação do osso alveolar se inicia com a formação do LP e do cemento.
* Incorporação de fibras de Sharpey
Se forma durante o processo de erupção dentária e desaparece gradualmente após a perda dentária.
O tamanho, a forma, a localização e a função dos dentes determinam a morfologia do processo alveolar. 
O osso alveolar pode ser dividido em:
Osso alveolar
Osso medular
Osso cortical 
1. Osso alveolar : é a parte do osso voltada para o dente, o osso alveolar propriamente dito, ele que forma o alvéolo, sendo bem compacto e radiograficamente radiopaco.
2. Osso medular : osso mais esponjoso e mole, no meio do osso cortical, sendo ele trabeculado.
3. Osso cortical : localiza-se logo abaixo da gengivainserida, sendo compacto, bem mineralizado, voltado para a tábua óssea vestibular, lingual e palatina.
Pode ocorrer defeitos ósseos em aproximadamente 20% dos dentes, como:
* Fenestração
* Deiscência
A camada óssea que se insere os feixes de fibras principais ( fibras de sharpey) é chamado de “osso fasciculado).
A nutrição do osso é sustentada por vasos sanguíneos presentes nos canais de Harvers ( verticais), que se conectam com os canais de Volkmann ( horizontais), os quais permitem a passagem dos vasos sanguíneos, linfáticos e fibras nervosas 
entre o osso alveolar e o ligamento periodontal.
Tecido ósseo 
Composição:
- Osteoblastos: produção de matriz óssea não mineralizada, para posterior mineralização. Os osteoblastos que ficam armazenados na matriz mineralizada regridem tornando-se os osteócitos.
- Osteócitos: responsáveis pela manutenção do tecido ósseo.
- Osteoclácitos: Oriundo dos monócitos, são células responsáveis pela reabsorção da matriz óssea mineralizada.
Células de defesa
Células provenientes dos vasos sanguíneos do ligamento periodontal.
- Macrófagos
- Plasmócitos
- Neutrófilos 
- Linfócitos
Células nervosas
São células que garantem a propriocepção (reflexo de abrir a boca impedindo fratura dental quando sobre o dente incide uma carga exagerada).
- Mecanorreceptores
- Proprioceptores 
Remodelação óssea
A parte do osso que sofreu mais força estará sofrendo reabsorção, mas logo em seguida formará uma nova estrutura óssea. O tecido ósseo esta em constante remodelação, através dos osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.
ESPAÇO BIOLÓGICO
É a área de união entre a superfície dental e a gengiva.
É determinado pela distância da crista óssea alveolar à base do sulco gengival, ou seja, a partir do fim da crista óssea até a porção mais coronária do epitélio juncional (inserção epitelial).
Composição:
- Epitélio juncional (inserção epitelial) com 0,97 mm.
- Inserção do tecido conjuntivo com 1,07 mm.
Totalizando em média 2,04 mm.
Periodonto de proteção
Gengiva inserida
A gengiva inserida se apresenta firme, resistente e altamente aderida ao periósteo do osso alveolar adjacente.
A gengiva inserida é a distância entre a junção mucogengival e a projeção externa do fundo do sulco gengival ou da bolsa periodontal.
Gengiva interproximal
A papila interdental ocupa a ameia gengival e é determinada pelas relações de contato entre os dentes, pela largura da superfície proximal destes e pelo contato da junção mucogengival.
Na região anterior apresenta formato piramidal, e na região de pré-molares e molares é mais achatada no sentido vestíbulo lingual, formando uma concavidade (área de Col), assim favorece o acumulo de placa bacteriana e a penetração de toxinas 
bacterianas.
Gengiva marginal ou livre
Possui cor rósea, superficie opaca e consistência firme que circunda os dentes em forma de colar e constitui a parede de tecido mole do sulco gengival. 
O ponto mais apical do arco côncavo da gengiva marginal é chamado de zênite gengival.
O sulco gengival é o espaço ou fenda rasa ao redor dos dentes, delimitada de um lado pela superfície dos dentes e do outro, pelo epitélio de revestimento que reveste a gengiva livre.
A profundidade do sulco gengival em condições normais é de aproximadamente zero milímetros e a profundidade clínica será de 2-3 mm.
Seus limites são:
- coronários: margem gengival
- apical : epitélio juncional
- Laterais: superfície dental e tecido dental.
Sulco gengival
Fenótipo periodontal
Característica fundamental para o planejamento e a previsibilidade de um tratamento odontológico.
Avaliar:
- Espessura gengival
- Espessura óssea
- Largura da faixa de gengiva queratinizada
Fino Espesso Intermediário
Fenótipo Periodontal de acordo com De Rouck et. al.
TIPO A1- FINO
FINO E FESTONADO
Gengiva clinicamente delicada e fina;
Coroas alongadas e triangulares;
Estreita faixa de mucosa ceratinizada adjacente;
Osso alveolar relativamente fino;
Pouca convexidade cervical;
Contatos interproximais próximos à borda incisão;
Sonda visível por translucidez da margem gengival livre durante a sondagem.
TIPO A2 - ESPESSO 
ESPESSO E FESTONADO
Gengiva de aspecto fibroso e grosso;
Coroas alongadas;
Faixa de mucosa ceratinizada estreita;
Arco biselado e regular;
Sondagem presente de maneira menos definida.
TIPO B - ESPESSO 
ESPESSO E PLANO
Gengiva de aspecto fibroso e comparativamente mais grosso;
Coroas quadrangulares;
Ampla faixa de mucosa ceratinizada adjacente;
Arco gengival de bordas arredondadas;
Acentuada convexidade cervical;
Contatos interproximais maiores e posicionados mais apicalmente;
Sonda não visível por translucidez da margem gengival livre durante a sondagem.
Fenótipo segundo, KAO E Pasquinelli 2002
Referências bibliográficas:
1- MORFOLOGIA ALVEOLAR SOB A PERSPECTIVA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: DEFININDO OS LIMITES 
BIOLÓGICOS PARA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA. Garib, D.G.; YATABE, M. S.; OZAWA, T. O.; Silva, O. G. F., 2010.
2- ESTUDO DOS FATORES PREDITIVOS PARA FENESTRAÇÃO E DEISCÊNCIA NO OSSO ALVEOLAR HUMANO: ESTUDO IN 
SILICO PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS. FURLAN, C. C.; FREIRE, A. R.; PRADO F. B.; ROSSI A. C.; XXIX Congresso 
de Iniciação Científica da UNICAMP, 2021.
3- OSSO ALVEOLAR: CARACTERÍSTICAS HISTOFISIOLÓGICAS E CORRELAÇÕES CLÍNICAS.
FALONI, A. P. S.; CERRI, P.S.; Rev. odontol. UNESP, vol 38, 2009.
4- RELAÇÃO ENTRE FENÓTIPO PERIODONTAL FINA E DESENVOLVIMENTO DE DOENÇA PERI-IMPLANTAR: AVALIAÇÃO 
CLÍNICO-RADIOGRÁFICA. CASADO, P. L.; BONATO, L.L.; GRANJEIRO, J.M., 2013.
5- FENÓTIPO PERIODONTAL: UMA VISÃO CLÍNICA E ATUAL. GABRI, L.M.; MATTOS, V. G.G.; BARRETO, L.P. D.; SANTOS, M. 
M., Revista Naval de Odontologia, vol 48, 2021.
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