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DISCURSIVA FINAL 1: QUESTÃO: "No Piauí, apenas atualmente é que algumas escolas de ensino básico, com uma proposta inclusiva, têm estrutura mínima para receber um surdo. Essas escolas oferecem intérpretes de línguas de sinais, para acompanhar esse aluno durante as aulas. No entanto, são espaços que ainda apresentam inúmeras limitações, uma vez que apenas a presença do intérprete em sala de aula não garante a inclusão efetiva do surdo nem o seu desenvolvimento educacional" (BARBOSA; SOUSA, 2018, p. 504). Disserte sobre por que a presença do intérprete em sala de aula do ensino superior não é suficiente para efetivar a inclusão educacional de alunos surdos. FONTE: BARBOSA, Maria Lourdilene Vieira; SOUSA, Emanoel Barbosa de. Considerações sobre o processo de retextualização para libras de textos em português por graduandos surdos. Trab. linguist. apl., Campinas, v. 57, n. 1, p. 493-521, abr. 2018. Disponível em: . Acesso em: 8 ago. 2018. RESPOSTA ESPERADA: Além do intérprete estar presente em sala, é recomendável que o professor da disciplina faça o planejamento das aulas com o intérprete. Seria ideal que desde o vestibular até a conclusão do curso superior, a Libras se fizesse presente. Para que os alunos surdos tenham maiores possibilidades de interação comunicativa, é aconselhável que eles possam dialogar com diversos atores sociais, tais como: professores, professores intérpretes, acadêmicos surdos, pesquisadores e demais profissionais da educação que estejam integrados à política da instituição. Seria ainda melhor se acadêmicos ouvintes fossem fluentes em libras, para que o universitário surdo tivesse suas chances de interação com interlocutores diferentes ampliadas. DISCURSIVA FINAL 2: QUESTÃO: Witkoski (2009, p. 570) fez um estudo sobre surdez e preconceito: a norma da fala e o mito da leitura da palavra falada. Ela discorre sobre alguns contratempos que os surdos costumam encarar no cotidiano. "Ainda no relato de minha experiência: a impossibilidade de acompanhar os diálogos que transcorrem em sala de aula - até que eu consiga localizar no campo visual de quem está falando já perdi metade dos argumentos - esvazia em muito o acesso à qualidade das informações partilhadas. As entrelinhas da troca conversacional sempre pairam no ar! Também ficamos excluídos do aprendizado incidental, proveniente daquele burburinho de conversas que ocorrem durante uma aula e nos corredores das instituições de ensino. Ademais, a situação não oferece conforto linguístico; ao contrário, exaure. Por esse motivo, nas minhas aulas no doutorado conto com uma intérprete em Libras". Cite e descreva três contratempos que são vivenciados dia após dia pelos surdos. FONTE: WITKOSKI, Sílvia Andreis. Surdez e preconceito: a norma da fala e o mito da leitura da palavra falada. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 14, n. 42, p. 565-575, dez. 2009. Disponível em: . Acesso em: 9 ago. 2018. RESPOSTA ESPERADA: 1) Dificuldade de comunicação: a maior dificuldade citada nas pesquisas em bases de dados científicas é no contato entre surdos e ouvintes. No entanto, considerando que nem todos os surdos usam a mesma forma de linguagem, a comunicação pode ter barreiras mesmo sendo estabelecida entre os surdos. 2) Dificuldade de acessibilidade: deriva da dificuldade de comunicação. A falta de intérpretes em instituições podem gerar embaraços para os surdos. Muitos surdos também se queixam da falta de legendas nas produções cinematográficas brasileiras exibidas nos cinemas do nosso país. Também há reclamações pela falta de legenda em alguns canais da televisão aberta nacional. 3) Preconceito: pode envolver dificuldades para fazer amizades, iniciar relacionamentos amorosos, ingressar no mercado de trabalho etc. 4) Falta de investimento governamental: são raras as iniciativas do governo na atenção ao desenvolvimento profissional e pessoal dos deficientes auditivos. 5) Excesso de proteção e despreparo das famílias: por vezes, há famílias que numa tentativa de proteger seus filhos de atitudes preconceituosas na sociedade, induzem o deficiente auditivo a passar o maior tempo possível no lar. Esse tipo de atitude acaba influenciando negativamente no desenvolvimento das pessoas com deficiência auditiva. 6) Dificuldades nos relacionamentos: há relatos de surdos que se queixam de que seus colegas, amigos ou parceiros amorosos falam oralmente com eles ? dando a impressão de que vez ou outra se esquecem de que estão se relacionando com uma pessoa surda. Há surdos que se sentem ofendidos, ao serem convidados para eventos que priorizam estímulos sonoros (shows musicais), por outro lado, há outros que se ofendem quando seu grupo de amigos ouvintes vai a estes lugares e não inclui o surdo na lista de convidados. DISCURSIVA FINAL 3: QUESTÃO: "Perdas auditivas condutivas e mistas são desordens altamente prevalentes que podem ser tratadas com técnicas cirúrgicas ou reabilitadas através do uso de aparelho de amplificação sonora individual (AASI)" (PEDRIALI et al., 2011, p. 250). Descreva as principais causas e características da perda auditiva mista. FONTE: PEDRIALI, Izabella Vince Garcia et al. Prótese implantável de condução óssea (BAHA): relato de caso. Arquivos Int. Otorrinolaringol. (Impr.), São Paulo, v. 15, n. 2, p. 249-255, jun. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-48722011000200020&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 31 out. 2018. RESPOSTA ESPERADA: As perdas auditivas mistas apresentam características condutivas e neurossensoriais. Manifestam limiares alterados tanto na via aérea quanto na via óssea, mas não equivalentes, pois há um gap entre eles. Os resultados do índice de reconhecimento de fala são bons, entretanto prejudicados em relação à audição normal ou à perda condutiva, por conta do componente neurossensorial. DISCURSIVA FINAL 4: QUESTÃO: Welter, Vidor e Cruz (2015, p. 459) fizeram uma pesquisa com o intuito de "verificar, na literatura disponível, intervenções/metodologias aplicadas no processo de aprendizagem da escrita por indivíduos surdos". Desse modo, descreva as recomendações para otimizar o processo de aprendizagem da escrita de estudantes surdos. FONTE: WELTER, Gabriela; VIDOR, Deisi Cristina Gollo Marques; CRUZ, Carina Rebello. Intervenções e Metodologias Empregadas no Ensino da Escrita e Leitura de Indivíduos Surdos: Revisão de Literatura. Rev. bras. educ. espec., Marília, v. 21, n. 3, p. 459-470, Sept. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382015000300459&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 13 jun. 2019. RESPOSTA ESPERADA: - Utilização de situações visuais e de mídia (imagens, vídeos e gramatizações), para motivar o aprendizado. - Propor atividades com diferentes gêneros do discurso, como bilhetes, jornais, cartas, receitas, revistas etc. - Propor leituras que atendam aos interesses desses alunos. - Atentar para o contexto que cerca cada gênero do discurso, pois a escrita precisa fazer sentido para o estudante. - Estimular reflexões sobre as funções da escrita. - Dar preferência para práticas significativas com a linguagem. - Trazer diversificados tipos de leitura para estudantes surdos, pois assim eles podem conhecer pessoas com características variadas. - Recomendar leituras que colaborem para o desenvolvimento do pensamento, para a elaboração de conceitos, inicialmente, na língua de sinais. - Permitir diferentes interpretações das obras lidas. DISCURSIVA FINAL 5: QUESTÃO: Martins e Gallo (2018, p. 83) teceram reflexões "sobre o aprender e a relação com o mestre em salas de aulas em que alunos surdos aprendem por processos de interpretação, ou seja, com a presença de intérpretes educacionais". Sobre a história da educação de surdos, descreva as contribuições do teórico britânico John Wallis (1616-1703). FONTE: MARTINS, Vanessa Regina de Oliveira;GALLO, Sílvio. Educação como percurso: por uma mestria ativa, criativa e inventiva na educação de surdos. Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso, São Paulo, v. 13, n. 3, p. 83-103, dez. 2018. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-45732018000300083&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 29 out. 2018. RESPOSTA DO LIVRO: Os estudos do professor britânico John Wallis (1616-1703) postulam que o ouvido é o principal órgão para a manifestação da linguagem, sendo que os ouvidos que apresentassem algum tipo de problema, alterariam a natureza física da aquisição da linguagem e comprometeriam a fala. DISCURSIVA FINAL 6: QUESTÃO: "Assim, nós encorajamos os pais surdos que desejam ter seus filhos ouvintes bilíngues bimodais fluentes em língua de sinais a exporem seus filhos à língua de sinais com outras pessoas surdas, incluindo crianças surdas, indo além dos seus usos em casa e da língua falada, à qual elas estão amplamente expostas" (QUADROS; LILLO-MARTIN; PICHLER, 2014, p. 828). No que tange à educação de surdos, disserte sobre o marco deixado pelo professor americano Thomas Hopkins Gallaudet (1787-1851). FONTE: QUADROS, Ronice Müller de; LILLO-MARTIN, Diane; PICHLER, Deborah Chen. Sobreposição no desenvolvimento bilíngue bimodal. Rev. bras. linguist. apl., Belo Horizonte, v. 14, n. 4, p. 799-834, dez. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-63982014000400003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 29 out. 2018. RESPOSTA ESPERADA: Thomas Hopkins Gallaudet procurou conhecer novas metodologias de ensino para surdos. Ele recorreu ao Instituto Nacional de Surdos-mudos de Paris, onde aprendeu a língua de sinais francesa. Depois disso, inaugurou a primeira escola exclusiva para alunos surdos, nomeada de American School for the Deaf.