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Disciplina: Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Sala de Recursos 
Multifuncionais (SRM) 
Autores: Esp. Liliane Assumpção Oliveira 
Revisão de Conteúdos: Esp. Murillo Hochuli Castex 
Designer Instrucional: Esp. Murillo Hochuli Castex / Esp. Raphael Pereira 
Nunes de Souza 
Revisão Ortográfica: Esp. Lucimara Ota Eshima 
Ano: 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade UNINA. O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança 
de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Liliane Assumpção Oliveira 
 
 
 
 
 
Atendimento educacional 
especializado (AEE) e sala de 
recursos multifuncionais (SRM) 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
2020 
Curitiba, PR 
Faculdade UNINA 
 
 
3 
 
Faculdade UNINA 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Conselho Editorial 
D.r Alex de Britto Rodrigues / D.ra Diana Cristina de Abreu / 
D.r Eduardo Soncini Miranda / D.ra Gilian Cristina Barros / 
D.r João Paulo de Souza da Silva / D.ra Marli Pereira de Barros Dias / 
D.ra Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd / D.ra Wilma de Lara Bueno / 
D.ra Yara Rodrigues de La Iglesia 
 
Revisão de Conteúdos 
Murillo Hochuli Castex 
 
Designer Instrucional 
Murillo Hochuli Castex / Raphael Pereira Nunes de Souza 
 
Revisão Ortográfica 
Lucimara Ota Eshima 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
OLIVEIRA, Liliane Assumpção. 
Atendimento educacional especializado (AEE) e sala de recursos multifuncionais 
(SRM) / Liliane Assumpção Oliveira. – Curitiba: Editora UNINA, 2020. 
64 p. 
ISBN: 978-65-86092-48-6 
1.Atendimento Educacional Especializado. 2. Educação. 3.Sala de recursos 
multifuncionais 
Material didático da disciplina de Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
e Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) – Faculdade UNINA, 2020. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade UNINA! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade UNINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio ................................................................................................................. 07 
Aula 1 – A Educação Inclusiva ............................................................................... 08 
Apresentação da aula 1 ......................................................................................... 08 
 1.1 Exclusão x inclusão .................................................................................. 08 
 1.1.1 Das antigas civilizações até a Idade Média ............................................ 08 
 1.2 As primeiras bases científicas ................................................................... 09 
 1.3 Da integração à inclusão ........................................................................... 12 
 1.3.1 Documentos e marcos legais brasileiros ................................................ 13 
 1.3.2 A inclusão .............................................................................................. 15 
 1.4 Definindo os conceitos .............................................................................. 16 
Conclusão da aula 1 .............................................................................................. 18 
Aula 2 – O Atendimento Educacional Especializado .............................................. 19 
Apresentação da aula 2 ......................................................................................... 19 
 2.1 As necessidades educacionais especiais ................................................. 20 
 2.1.1 Deficiência física neuromotora ............................................................... 20 
 2.1.2 Deficiência auditiva / surdez .................................................................. 21 
 2.1.3 Deficiência visual ................................................................................... 21 
 2.1.4 Deficiência intelectual ............................................................................ 21 
 2.1.5 Surdocegueira ....................................................................................... 22 
 2.1.6 Deficiência múltipla ................................................................................ 22 
 2.1.7 Transtornos Globais do Desenvolvimento ............................................. 23 
 2.1.8 Altas Habilidades ou Superdotação ....................................................... 24 
 2.2 O atendimento na rede regular de ensino ................................................. 25 
 2.3 O Atendimento Educacional Especializado .............................................. 26 
 2.3.1 Institucionalização do AEE nas escolas regulares ................................. 27 
 2.3.2 A formação e funções dos professores do AEE ...................................... 28 
 2.4 Espaços educacionais inclusivos .............................................................. 29 
Conclusão da aula 2 .............................................................................................. 30 
Aula 3 – Salas de Recursos Multifuncionais ........................................................... 31 
Apresentação da aula 3 ......................................................................................... 31 
 3.1 As salas de recurso como política pública ................................................. 32 
 3.2 Implantação das SRM ............................................................................... 33 
 3.2.1 Critérios para implantação das SRM ...................................................... 33 
 3.3 Tipos e composições das salas de recursos multifuncionais ..................... 34 
 3.3.1 Composição das SRM tipo I ................................................................... 34 
 3.3.2 Composição das SRM tipo II .................................................................. 35 
 3.4 Tecnologia assistiva ................................................................................. 35 
 
6 
 
 3.4.1 Tecnologia assistiva na educação ......................................................... 36 
 3.5 O futuro com as tecnologias ...................................................................... 41 
Conclusão da aula 3 .............................................................................................. 42 
Aula 4 – O currículo e as adaptações pedagógicas ................................................ 43 
Apresentação da aula 4 .........................................................................................40 
 
 
Prancha de comunicação alternativa, impressa ou digital 
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcTFWBNn8Gh_89 
CNmhqJr588fZdgoGRS 
 
 
 
 
Parque infantil acessível 
Fonte: https://jornaldebrasilia.com.br/wp-content/uploads/2020/01/parquinho-
adaptado.jpg 
 
 
Software Dosvox 
Fonte: 
https://institutoitard.com.br/wp-content/uploads/2017/12/curso-Construir-1.jpg 
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcTFWBNn8Gh_89CNmhqJr588fZdgoGRS
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcTFWBNn8Gh_89CNmhqJr588fZdgoGRS
https://institutoitard.com.br/wp-content/uploads/2017/12/curso-Construir-1.jpg
 
41 
 
 
Aplicativo Hand Talk 
Fonte: https://s.glbimg.com/po/tt/f/original/2013/02/05/handtalk-copy.jpg 
 
3.5 O futuro com as tecnologias 
 
Para que a inclusão seja efetiva e as instituições escolares atuem em prol 
de todos os alunos, independentemente de suas características, é preciso 
compreender a nossa sociedade, analisar o processo de aceitação das 
diferenças e trabalhar incessantemente para mudar os paradigmas já 
absorvidos. 
Atentando-se à realidade brasileira, observa-se que, de modo geral, a 
população cresceu, desenvolveu-se e aprendeu, ignorando a presença dos 
diferentes, entre eles as pessoas com deficiência ou outras necessidades. 
Assim, nada foi projetado com o objetivo de atender a todos. Com isso, o que 
ocorreu historicamente foi a existência de barreiras e obstáculos, tanto físicos 
como atitudinais, que não permitiram a acessibilidade e, como consequência, a 
inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. 
Essa realidade gerou, também, a desinformação a respeito dessas 
pessoas, comprometendo suas vidas em todos os âmbitos sociais, mas, 
principalmente, na área educacional, na qual houve, por longos períodos, a 
exclusão dos diferentes. 
 
42 
 
Nesse sentido, as políticas de inclusão, embora inicialmente tenham sido 
uma obrigação, contribuíram para gerar a convivência, o conhecimento e o 
respeito. Hoje, desde cedo as crianças têm a possibilidade de conviver com 
pessoas com deficiência, sendo expostas aos novos conceitos de aceitação e 
tolerância, compondo parte importante da construção de uma nova perspectiva 
de sociedade e de escola. Assim, por meio das novas interações ocorridas nos 
espaços escolares, serão plantadas novas sementes de mudanças que atingirão 
futuramente a todos os setores. 
Ainda nessa visão, serão também esses futuros profissionais que 
aperfeiçoarão todos os recursos e adaptações existentes hoje, e a perspectiva é 
que isso se revele em inovações tecnológicas ainda mais relevantes e que 
permitam uma convivência harmônica por meio da diversidade, na qual as 
pessoas com necessidades especiais consigam viver plenamente. 
 
Conclusão da aula 3 
 
A implantação das salas de recursos multifuncionais nas escolas, além de 
garantir o apoio previsto na legislação e os recursos necessários para o 
desenvolvimento dos alunos, também abre espaço para a participação de toda 
a comunidade escolar nesse processo. É um esforço coletivo para a efetivação 
da inclusão, por meio dos sistemas de ensino, que envolvem professores das 
classes regulares, professores especializados, a gestão que deve coordenar o 
trabalho e o uso dos recursos de tecnologias assistivas e, principalmente, os 
alunos. Esses serão os verdadeiros agentes da transformação, pois os que 
podem ter a experiência de serem acolhidos e atendidos nas suas 
especificidades assumirão uma postura política de manutenção e expansão dos 
direitos, enquanto que os demais, por meio do conhecimento e convivência serão 
membros de composição de uma sociedade mais justa e livre de discriminação. 
Nesta aula foram apresentadas as orientações dos documentos 
responsáveis pela implantação das salas de recursos multifuncionais, os 
procedimentos a serem adotados pelos gestores na providência dos recursos 
necessários, como espaço físico e professores, além da administração e controle 
dos materiais enviados pelo governo federal para o atendimento especializado. 
Além disso, foram definidas as tecnologias assistidas como recursos de apoio à 
 
43 
 
autonomia das pessoas com deficiência e com os exemplos mais comuns 
encontrados nos ambientes escolares. 
Atividade de Aprendizagem 
Após compreender como são implantadas as salas de 
recursos multifuncionais, é importante conhecer como estão 
disponíveis esses serviços em sua cidade ou região. Assim, 
pesquise quantas salas de recursos há nas escolas, quais as 
especificidades atendidas, como estão equipadas e os 
trabalhos desenvolvidos. Esse material o ajudará tanto na 
indicação dos serviços de AEE quando se deparar com essa 
necessidade em sua função de atuação, orientando pais, 
professores e a comunidade em geral, além de fornecer um 
diagnóstico da realidade na qual está inserido e, também, 
como uma possibilidade de colocação profissional. 
 
 
 
Aula 4 – O currículo e as adaptações pedagógicas 
 
Apresentação da aula 4 
 
A última aula da disciplina terá um enfoque direcionado ao currículo 
adaptado, bem como às ações pedagógicas que envolvem o trabalho com 
alunos com necessidades especiais, com as indicações para o atendimento 
especializado e suas características, a elaboração e aplicação do PDI (Plano de 
Desenvolvimento Individual), além da adequação dos critérios de avaliação que 
contemplem a diversidade dos alunos. 
 
4.1 O currículo e a Educação Especial 
 
 O currículo é um dos fatores mais importantes para que a escola se torne 
um ambiente inclusivo. Para isso, é preciso compreender que o currículo se 
compõe de conhecimentos, das relações e ações que serão desenvolvidas nas 
instituições, diretamente relacionadas às práticas pedagógicas adotadas, que 
serão a estrutura para a sociedade que se deseja formar. Dessa forma, a 
 
44 
 
concepção de educação para todos implica a adesão de currículos abertos e 
flexíveis, capazes de corresponder ao atendimento das necessidades 
educacionais de qualquer aluno, sejam especiais ou não. 
O currículo pensado e elaborado para oferecer respostas educativas às 
necessidades especiais dos alunos se caracteriza pelas adaptações 
curriculares, que se definem por modificações necessárias que precisam ser 
realizadas para adequar o ensino-aprendizagem a diferentes situações, grupos 
ou pessoas. 
 A primeira grande implicação no que se refere às adaptações curriculares 
diz respeito às estratégias de planejamento e de atuação docente. Isso se deve 
ao fato de que é preciso pensar no processo para conseguir avançar e responder 
às necessidades de aprendizagem dos alunos, fundamentada nos critérios que 
servirão de guia para as tomadas de decisão quanto ao que se deve ensinar, 
como e quando, e qual a melhor maneira de organização para que todos sejam 
beneficiados e possam aprender da melhor maneira possível. 
Diante disso, é preciso romper com a ideia de que o currículo adaptado 
serve apenas para aqueles com necessidades especiais. A noção de adaptação 
deve ter claro que os alunos não aprendem da mesma forma, com as mesmas 
estratégias e metodologias, com os mesmos materiais e em um mesmo tempo. 
As adaptações partem de um currículo comum a todos, observando as 
características individuais de todos os alunos e dependem, também, da própria 
escola e sua estrutura para conseguir atender cada necessidade. Assim, deve-
se pensar em adaptação curricular de caráter contínuo, quando enfatiza alunos 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, que exigem maiores recursos e serviços especializados, mas 
também, deve-se compreender as adaptações de caráter transitório diante de 
dificuldades mais amenas, que podem ser sanadas com pequenos ajustes e 
intervenção pedagógica cotidiana. 
Esse tema gera ainda equívocos de compreensão, pois, até há poucos 
anos, acreditava-se que adaptaçãocurricular e flexibilização significava propor 
um currículo completamente diferente para alunos com necessidades especiais, 
mas composto por um recorte do currículo comum e omissão de vários 
conteúdos. Porém, o currículo adaptado deve considerar não a limitação do 
aluno, mas o seu potencial, ou seja, adequar conteúdos, objetivos, métodos e 
 
45 
 
critérios de avaliação de forma a extrair o melhor de cada um, sem rotular ou 
manter uma baixa expectativa em relação aos alunos. 
Outro ponto importante é que não se pode deixar exclusivamente a cargo 
do professor a responsabilidade das propostas e efetivação das adaptações, que 
devem também ser pautadas nos diferentes níveis de atuação, ou seja, pelos 
sistemas e redes de ensino (estaduais e municipais) quando desenvolvem ações 
para a promoção da acessibilidade, contratação de professores e profissionais 
de apoio, pela oferta de formação continuada e mudanças na matriz curricular; 
no PPP da escola com reflexões e ações diretas sobre a organização e seleção 
dos conteúdos, definição de objetivos, encaminhamentos metodológicos, bem 
como os critérios e instrumentos de avaliação. Essas ações que são da 
competência e atribuição das instâncias políticas e administrativas são 
denominadas de adaptações curriculares de grande porte. 
De maneira geral, a maior parte das adequações são consideradas de 
fácil aplicabilidade, pois se constituem de pequenas modificações no currículo 
regular, podendo ser facilmente realizadas pelo professor no planejamento 
normal das atividades docentes, constituem pequenos ajustes dentro do 
contexto normal de sala de aula. São também chamadas de adaptações de 
pequeno porte. Essas adaptações se apresentam na seguinte subdivisão: 
 
➢ Organizacional: refere-se ao planejamento dos agrupamentos 
(atividades individuais ou em grupos); organização didática 
(conteúdos, objetivos e organização dos espaços de forma 
diversificada) e previsão do tempo para desenvolvimento das 
atividades; 
➢ Objetivos e conteúdos: prioridade para conteúdos de maior 
aplicabilidade, com ênfase na leitura, escrita e cálculos, objetivos 
que aprimorem as habilidades e capacidades de atenção e 
participação do aluno, sequência gradativa e ordem do mais 
simples para o mais complexo e reforço e retomada dos principais 
conteúdos; 
➢ Avaliativas: técnicas e instrumentos que favoreçam o 
acompanhamento do processo e, nos modelos formais de 
 
46 
 
avaliação, com o uso de linguagem acessível capaz de atender às 
peculiaridades dos que apresentam necessidades especiais. 
 
4.2 O AEE e as adaptações para alunos com deficiência física neuromotora 
 
Para que alunos com deficiência física neuromotora possam ter acesso à 
educação, da forma mais autônoma possível, o atendimento educacional 
especializado deverá criar condições para sua locomoção, comunicação, 
conforto e segurança. Para isso, faz-se uso das tecnologias assistivas, visando 
à realização das atividades escolares e adequação do espaço físico. 
Para atender às necessidades de alunos com dificuldades de fala ou de 
escrita, promove-se o uso da Comunicação Aumentativa ou Alternativa (CAA), 
definidas, respectivamente, por comunicação feita por intermédio de um outro 
meio de comunicação para complementar ou compensar deficiências que a fala 
apresenta, mas sem substituí-la totalmente; e comunicação alternativa quando 
se utiliza outro meio para se comunicar em vez da fala, devido à impossibilidade 
de articular ou produzir sons adequadamente. Os beneficiários mais comuns da 
CAA são os alunos com paralisia cerebral, deficiência intelectual, autismo, 
acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico, traumatismo 
raquiomedular (paralisias) e doenças neuromotoras. Observe que em alguns 
desses casos, a ausência de comunicação pode estar ligada a outras causas, 
como os transtornos globais do desenvolvimento, que não são necessariamente, 
deficiência física neuromotora. Tipos de CAA: 
 
➢ Objetos reais: usa-se o “apontamento” para comunicação, roupas 
para vestir, alimentos, materiais etc. 
➢ Miniaturas: reconhecimento do real em dimensões menores, que 
podem ser usadas isoladas ou em conjuntos. 
➢ Objetos parciais: utilizados para representar objetos de grande 
porte, envolvem a compreensão de conceitos. Ex: controle remoto; 
televisão; mouse; computador. 
➢ Fotografias: representam grande variedade de informações, 
como objetos, pessoas, ações, lugares, sentimentos ou atividades, 
 
47 
 
podendo ser recortadas de revistas, encartes ou rótulos e 
fotografias particulares. 
➢ Símbolos gráficos: com a tecnologia, foram criadas várias 
bibliotecas de símbolos gráficos, disponíveis na Internet. Podem 
representar objetos, pessoas, situações, conceitos e ideias. 
 
Esses recursos são usados nas chamadas pranchas de comunicação, 
compostas de símbolos escolhidos de acordo com as necessidades 
comunicativas de seu usuário, pela faixa etária e nível de desenvolvimento 
cognitivo. Podem ser usados também como cartões de comunicação, que são 
unidades maiores de cada símbolo que compõem a prancha. 
 
 
Cartões de comunicação alternativa 
Fonte: https://www.assistiva.com.br 
 
Johnson (1998) sugere seis categorias de palavras dos elementos 
pictóricos, usados com um sistema de cores: 
 
➢ Pessoas: contorno ou fundo amarelo; 
➢ Verbos: contorno ou fundo verde; 
➢ Substantivos: contorno ou fundo laranja; 
➢ Descritivos: contorno ou fundo azul; 
➢ Miscelânea: contorno ou fundo branco; 
➢ Social: contorno ou fundo rosa. 
 
48 
 
 
Sistema de cores para pranchas de CA 
Fonte: https://www.assistiva.com.br/CAA04.gif 
 
Atualmente, estão disponíveis recursos de alta tecnologia, como 
vocalizadores ou computadores, nos quais o usuário se expressa por meio das 
teclas de ícones, elementos pictóricos ou escrevendo, e o equipamento que 
emite em voz a mensagem. 
 
4.3 O AEE e as adaptações para alunos com deficiência visual 
 
 O atendimento especializado deve estar de acordo com a patologia do 
aluno, bem como com o tipo de deficiência visual: cegueira ou baixa visão. Isso 
porque as necessidades e recursos são diferentes em cada caso. Basicamente 
podem ser usados recursos ópticos e não ópticos para auxílio dos alunos com 
alguma alteração no campo visual, que são selecionados de acordo com a faixa 
etária, diferenças individuais, preferências e habilidades do usuário. 
Os recursos ópticos mais comuns são: óculos especiais com lentes de 
aumento e as lupas, que podem ser manuais, de mesa ou eletrônicas. Como 
recursos não ópticos, são usados materiais impressos com fonte ampliada, mesa 
com plano inclinado que facilita a visualização, lápis de grafite mais fortes e 
grossos (4B e 6B), cadernos com pautas delimitadas, com contraste de cor e os 
softwares leitores de tela. 
Ressalta-se também, que o AEE deve estar apto e com materiais 
necessários ao ensino ou uso do Sistema Braille, que é um código usado para 
https://www.assistiva.com.br/CAA04.gif
 
49 
 
leitura e escrita de pessoas cegas, que forma letras a partir da combinação de 
pontos em alto relevo. Essa escrita pode ser feita por meio da reglete e punção, 
pela máquina de escrever em Braille ou, ainda, pode ter a escrita no computador 
com impressão em Braille. 
 
Vocabula rio 
Reglete: régua de madeira, metal ou plástico com um 
conjunto de celas Braille dispostas em linhas horizontais 
sobre uma base plana. 
Punção: é um instrumento em madeira ou plástico no 
formato de pera ou anatômico, com ponta metálica, utilizado 
para a perfuração dos pontos na cela Braille. 
 
Para garantir o acesso dos alunos com deficiência visual aos conteúdos 
e informações, também é necessário lembrar que algumas atividades que 
tenham predominância de referências visuais precisam ser adaptadas por meio 
de descrição, informação tátil, auditiva, olfativa e qualquer outra forma de 
apresentação acessívelque favoreça a sua compreensão, por exemplo, os 
filmes, vistas externas e apresentações de trabalhos. 
Outros recursos didáticos são utilizados como ferramentas de acesso à 
aprendizagem dos alunos com cegueira ou baixa visão, usando principalmente 
o relevo, para percepção tátil, e ainda, maquetes ou modelos, já que muitas 
informações não podem ser mostradas em tamanho real, devido às grandes 
proporções. São muito usados nos conteúdos de Geografia e Ciências, para 
representar elementos naturais ou estruturas intocáveis, como o sol, órgãos do 
corpo e acidentes geográficos. 
 
4.4 O AEE e as adaptações para alunos com surdez 
 
O trabalho a ser desenvolvido com alunos com surdez nas escolas 
regulares deve ser em um ambiente bilíngue, ou seja, que privilegie a utilização 
da Língua Brasileira de Sinais (Libras), considerada a língua natural dos surdos 
e a Língua Portuguesa na modalidade escrita. Assim, o atendimento educacional 
 
50 
 
especializado deve ser composto de três momentos didático-pedagógicos, que 
visam ao atendimento dessas especificidades, são eles: 
 
➢ AEE em Libras: caracteriza-se pela atuação de um professor que 
explica todos os conteúdos das diferentes disciplinas pela Libras. 
➢ AEE para o ensino de Libras: aulas que trabalhem os termos e 
expressões da Libras, ampliando a comunicação e, 
consequentemente, favorecendo a aquisição dos conhecimentos 
da sala de aula comum. 
 
Nos dois trabalhos citados acima, a indicação é que o professor seja 
preferencialmente surdo, ou na falta dele, o professor ouvinte deve ser 
obrigatoriamente fluente em Libras. 
 
➢ AEE para o ensino da Língua Portuguesa: trabalho para 
aprofundar as habilidades de leitura, escrita e interpretação, já que 
a diferença entre a gramática e apresentação das duas línguas 
acarreta dificuldade para os alunos surdos. Indica-se, 
preferencialmente, um professor com formação em Língua 
Portuguesa e proficiente em Libras para desenvolver este 
trabalho. 
 
Para que o AEE atenda com qualidade as necessidades dos alunos 
surdos, o planejamento deve ser elaborado em conjunto pelos professores 
especializados e os professores da turma regular. Além disso, é necessário 
fornecer informações visuais para a melhor possibilidade de aprendizagem dos 
surdos, com o uso de diferentes recursos. 
 
4.5 O AEE e as adaptações para alunos com deficiência intelectual 
 
 Essa área da deficiência se constitui em uma grande fragilidade para o 
trabalho na escola regular e para o AEE, devido à grande variedade e 
complexidade de características envolvidas. Além disso, esse aluno não aprende 
da forma esperada, como os demais, obrigando a escola a rever e ampliar seus 
 
51 
 
conceitos de ensino-aprendizagem, que, neste caso, transpõem a tradicional 
concepção de construção de saberes acadêmicos. 
O objetivo do atendimento educacional especializado para alunos com 
deficiência intelectual deve priorizar o desenvolvimento e a superação dos limites 
cognitivos, trabalhando o estímulo, a abstração, a organização do pensamento 
e a assimilação de conhecimentos e habilidades indispensáveis à conquista da 
maior autonomia possível, incentivando o aluno a se expressar, pesquisar, 
inventar hipóteses e reinventar o conhecimento da forma que lhe for conveniente 
e útil. 
 
4.6 O AEE e as adaptações para alunos com Transtornos Globais do 
Desenvolvimento (TGD) 
 
 Não há um modelo ideal que possa ser aplicado para o atendimento de 
alunos com TGD, mas sugerem-se alguns encaminhamentos para adaptação e 
auxílio para o trabalho com esses alunos. 
 De início, é fundamental que os professores estabeleçam os limites para 
a convivência no grupo, sendo acolhedores nas necessidades do aluno, mas 
prontos para intervir quando necessário, para resgatar a calma e a harmonia nas 
relações em sala. Também se faz de grande importância a identificação da 
melhor forma de comunicação entre professores e alunos, para se conseguir o 
vínculo mínimo necessário para a compreensão mútua. 
 Nos aspectos pedagógicos, o professor deve reconhecer a especificidade 
do aluno e propor um plano individualizado, relacionando os conteúdos 
escolares às necessidades e situações da vida diária, para que o aluno possa 
dar significado aos conhecimentos. Também deve-se delimitar um ambiente 
estável, no qual o aluno se sinta seguro, e, na medida do possível, antecipar 
oralmente as ações e acontecimentos, já que a previsibilidade pode diminuir 
muito a ansiedade e facilitar a adaptação. 
 Para alunos com TGD, há o uso, em grande parte dos casos, das 
tecnologias assistivas como recursos para o trabalho de comunicação e ensino-
aprendizagem, conforme já explicitado anteriormente. 
 
 
52 
 
4.7 O AEE e as adaptações para alunos com Altas Habilidades ou 
Superdotação 
 
O atendimento aos alunos com altas habilidades deve possibilitar a 
manifestação da criatividade do aluno, elaboração de trabalhos e pesquisas nas 
áreas de maior interesse, atividades que desafiem o aluno e gerem motivação, 
como enriquecimento curricular da sala de aula comum. 
No AEE para esses alunos, indica-se a intervenção pedagógica por meio 
de projetos de trabalho de natureza flexível, enriquecedora e exploratória, que 
sejam capazes de instigar a aprendizagem por descoberta e criação, 
oportunizando aos alunos a ampliação do interesse por diversos temas. 
Assim, de acordo com as diferentes etapas de desenvolvimento em 
consonância com os interesses e habilidades dos alunos com altas habilidades 
ou superdotação, o AEE tem por principais objetivos potencializar a participação 
do aluno na classe comum do ensino regular, ampliando a interação no contexto 
escolar; maximizar as suas habilidades; ampliar o acesso aos recursos de 
tecnologia, materiais e livros de sua área de interesse; incentivar a participação 
do aluno em práticas de pesquisa e desenvolvimento de produtos e estimular a 
elaboração e participação em projetos escolares com temas de artes, esportes, 
ciências e outras áreas de interesse. 
Pesquise 
A educação especial e o AEE atendem também a alunos 
com surdocegueira e / ou deficiência múltipla, mas há um 
índice menor de incidência na população em comparação às 
outras necessidades especiais. Porém, o conhecimento 
dessas especificidades é também importante para a 
formação dos profissionais. Sendo assim, sugere-se o 
estudo da publicação do MEC (2006) – Saberes e Práticas 
da Inclusão – Surdocegueira / Deficiência Múltipla Sensorial. 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/surdosegueira.p
df 
 
 
 
 
53 
 
4.8 Avaliação 
 
Durante muito tempo, a avaliação foi considerada como forma de medida 
de conhecimento e julgamento dos alunos. No entanto, essa prática tem sido 
criticada por muitos teóricos da educação, como Luckesi (1996 e 2000), Fonseca 
(1999), Perrenoud (1999), entre outros, que compreendem a avaliação como um 
dos elementos que compõem o projeto pedagógico e não como mecanismo 
técnico de medida de desempenho. Porém, essa nova concepção não significa 
que seja necessário abolir todas as formas de avaliação formal. A diferença é 
que a avaliação precisa servir para analisar a trajetória, considerando as 
informações significativas tanto do processo de desenvolvimento do aluno como 
também a ação pedagógica do professor, para indicar o que já se conquistou, os 
caminhos a seguir e propor novas formas de intervenção quando necessário. 
Sua finalidade é promover mudanças nos encaminhamentos e atitudes dos 
professores diante da aprendizagem, das dificuldades, dos métodos e das 
atividades desenvolvidas, partindo-se de alternativas diversificadas, no intuito de 
respeitar o tempo e o avanço de todos os alunos. 
No caso da educação especial ou do atendimento especializado, alguns 
alunos já trazem na matrícula um laudo médico com um diagnóstico já definido. 
Porém, grande parte dos alunos que apresentamalguma dificuldade ou 
particularidade para aprender é submetida a uma avaliação diagnóstica 
realizada por uma equipe multidisciplinar, quase sempre por solicitação dos 
professores que atuam na classe regular. Quanto aos profissionais dessa 
equipe, há variação de acordo com os sistemas de ensino, porém, via de regra, 
é composta por psicólogo, pedagogo, fonoaudiólogo e profissionais da saúde. 
Assim, delimita-se o primeiro momento avaliativo dos alunos com 
necessidades especiais, que seria a triagem, a caracterização da sua dificuldade 
ou especificidade. Na sequência, outros momentos de avaliação são realizados, 
sendo um para o planejamento de ensino e outro para acompanhar o progresso 
dos alunos. Cabe ressaltar que muito mais do que o esclarecimento das 
condições do aluno, é importante para nortear o trabalho, porém, a avaliação 
deve principalmente identificar as potencialidades dos alunos, pois são esses os 
indicadores que irão servir de base ao trabalho. É na potencialidade que a 
 
54 
 
aprendizagem se materializa e para esse desenvolvimento é que os esforços 
devem ser direcionados. 
Outro ponto que merece destaque quando se fala em avaliação é que 
muitos profissionais têm a visão equivocada de que alunos com superdotação 
atingirão sempre os objetivos propostos e serão bem-sucedidos nas avaliações 
formais. Suas peculiaridades precisam, da mesma forma, serem avaliadas, 
acompanhadas e os professores devem, igualmente, pensar nos 
encaminhamentos a serem tomados para oferecer o apoio necessário. 
 
4.8.1 Procedimentos e instrumentos de avaliação 
 
Para registro da avaliação, existem vários instrumentos padronizados e 
prontos, porém é sempre recomendado que a escola com sua equipe de 
pedagogos e professores, tanto da classe regular como os especializados, 
construam os seus próprios instrumentos, para que estejam de acordo com a 
realidade na qual o aluno está inserido. Eles podem ser fichas, diários, relatórios 
nos quais todos os envolvidos no processo podem incluir suas percepções. Já 
no que diz respeito aos procedimentos, a observação é recomendada para a 
coleta das informações, devendo ser sistemática, contínua e devendo 
contemplar a sala de aula, mas também o recreio, a entrada e saída dos alunos 
e as atividades extraclasse. 
A observação deve ser complementada com outros procedimentos como 
a análise da produção do aluno e entrevistas com os pais, a fim de compreender 
o processo que está sendo desenvolvido em sala, mas também em casa, pois 
são os grupos sociais mais próximos dos alunos e os aspectos de vida de um 
refletem diretamente no outro, podendo ser de forma positiva ou negativa. É 
válido ainda entrevistar os profissionais da escola que mantêm contato com o 
aluno, para que se possa ter a impressão de todos diante da realidade e do 
desenvolvimento que está sendo alcançado. 
Aqui, fica ainda mais claro o enfoque qualitativo da avaliação que se 
sobrepõe à avaliação puramente quantitativa que se fazia anteriormente nas 
escolas. 
 
 
 
55 
 
4.9 PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) 
 
 O atendimento educacional especializado que ocorre nas salas de 
recursos multifuncionais deve se basear nas habilidades e nas competências 
dos alunos, levando em conta suas especificidades. Dessa forma, a avaliação é 
fundamental para que o professor possa iniciar o trabalho pedagógico 
especializado, para compreender tudo o que rodeia o aluno, ou seja, sua 
condição, o processo educacional e o ambiente familiar. Com isso, é possível 
definir os ajustes e adequações em todos os âmbitos, aumentando a qualidade 
do atendimento. 
Assim, com vistas às melhores opções para o atendimento educacional dos 
alunos com necessidades especiais, foi instituído o Plano de Desenvolvimento 
Individual (PDI), que é o instrumento utilizado para adaptar o currículo escolar 
às necessidades dos alunos no contexto da inclusão. O PDI é um instrumento 
que visa atender às necessidades dos alunos, favorecendo o processo de 
ensino-aprendizagem. Para sua elaboração, após avaliação inicial, usa-se como 
referência o currículo regular e, a partir disto, consideram-se as competências e 
potencialidades do aluno, a fim de promover na escola as ações a serem 
tomadas para oferecer as oportunidades educacionais que possibilitem as 
melhores condições de equidade entre alunos comuns e os da educação 
especial, propondo um tratamento digno aos diferentes e eliminando qualquer 
forma de discriminação, o que é fundamental para uma efetiva inclusão. 
O PDI foi regulamentado em 1998, com a publicação pelo MEC dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais, em que é descrita a forma de realização 
desse instrumento. 
Dessa forma, o plano de desenvolvimento individual do aluno deve ser 
elaborado no início de cada ano letivo, sob a forma de uma ação conjunta entre 
professores, equipe pedagógica e gestora da instituição e, também, com a 
participação dos pais. Com isso, identificam-se as barreiras que podem dificultar 
o processo, como também os elementos facilitadores para a aprendizagem. O 
registro é feito com os dados relevantes a respeito do aluno, como nome, idade, 
identificação dos pais, período de escolaridade, condições gerais de vida 
familiar, descrição das características de suas necessidades específicas, 
alterações de saúde e comportamento e o que mais for julgado importante. 
 
56 
 
O PDI será composto dos seguintes itens e encaminhamentos: 
 
➢ Adequação dos objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, 
permitindo que qualquer um desses componentes do plano de 
ensino seja modificado, tirado ou acrescido, diante do que se 
define para os demais alunos, mas que correspondam às 
características individuais e necessidades; 
➢ Propor objetivos comuns à turma regular, na medida em que o 
aluno apresente possibilidade, mas considerando um período de 
tempo ampliado, para que possa desenvolver as habilidades 
necessárias; 
➢ Ofertar menos disciplinas de estudo por período, aumentando a 
duração do ciclo ou série; 
➢ Combinar os critérios de avaliação de forma coerente, diante do 
que está sendo oferecido como conteúdo e objetivos, levando em 
consideração o que será primordial para o desenvolvimento do 
aluno, mas propor novos desafios e habilidades a serem 
alcançadas na medida em que algumas vão sendo superadas, 
sempre visando à ampliação de possibilidades. 
 
Ressalta-se que o PDI é um documento que não tem caráter permanente 
ou fixo, pelo contrário, deve ter um prazo para sua revisão e reavaliação, a fim 
de determinar novos objetivos e novas estratégias. É um instrumento muito útil 
para a dinâmica escolar, visto que permite maximizar a aprendizagem do aluno 
e facilitar o trabalho dos professores, pois dispõe das técnicas e estratégias 
direcionadas às necessidades do aluno, servindo como norteador para suas 
ações, além de apoiar as famílias e demais profissionais que, porventura, atuem 
com o aluno fora da escola. 
Com isso, a escola tem papel primordial na promoção de uma educação 
inclusiva, diminuindo ou até eliminando fatores prejudiciais que poderiam 
comprometer o atendimento, além de ser fator de transparência entre os pais e 
a escola, gerando uma relação de confiança e cumplicidade, voltada ao pleno 
desenvolvimento dos alunos. 
 
 
57 
 
Conclusão da aula 4 
 
O atendimento educacional especializado visa promover ações que 
contribuam para a inserção dos alunos com necessidades especiais nas escolas 
regulares, porém, amparando todo o trabalho, desde a avaliação inicial do aluno, 
passando pela definição das prioridades e encaminhamentos que serão 
adotados no processo de ensino-aprendizagem, propondo técnicas e recursos 
adaptados que respeitem as características específicas e dando suporte às 
famílias e professores, para o melhor aproveitamento do potencial dos alunos e 
a fim de alcançar um desenvolvimento sadio, autônomoe participativo em toda 
a sociedade. 
A aula apresentou os fatores mais importantes que se referem aos 
aspectos práticos do atendimento educacional especializado, para que sirvam 
de ferramentas para as ações concretas voltadas à inclusão. Fez referência aos 
aspectos mais importantes a respeito das adaptações curriculares para cada tipo 
de necessidade especial, que devem servir de subsídios para a atuação nos 
contextos inclusivos. Traz também questões relevantes sobre a importância da 
avaliação, seja ela inicial ou processual, considerando fatores amplos de análise 
e acompanhamento dos trabalhos, sem o caráter classificatório que foi praticado 
por muito tempo nas escolas. Por fim, traz a dimensão do plano de 
desenvolvimento individual como documento norteador do trabalho na escola 
regular, fundamentado na experiência e apoio dos profissionais especializados, 
que assumirá papel fundamental na condução de todo o processo educacional 
do aluno com necessidades especiais. 
Atividade de Aprendizagem 
Selecione um tipo de necessidade especial (deficiência, 
transtorno global do desenvolvimento ou superdotação) e 
monte um plano de desenvolvimento individual contemplando 
a caracterização do aluno, suas limitações e potencialidades, 
sugerindo os melhores encaminhamentos a serem indicados 
para a atuação dos professores. Se houver possibilidade, a 
pesquisa pode ser feita em uma escola, observando um aluno, 
ou então, pode ser feita por uma descrição de estudo de caso, 
conforme muitos modelos descritos via Internet. 
 
58 
 
Conclusão da disciplina 
 
O Atendimento Educacional Especializado se destina a promover o 
acesso e as condições necessárias aos alunos com alguma deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades ou superdotação a 
uma educação inclusiva de qualidade, como serviço complementar ao da classe 
comum regular, em que prioritariamente os alunos estejam matriculados. Suas 
principais funções são a de identificar, elaborar e organizar recursos 
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena 
participação dos alunos com necessidades especiais, respeitando suas 
especificidades. 
O atendimento deve ser realizado nas salas de recursos multifuncionais, 
em uma ação conjunta entre professores da classe regular e professores 
especializados, nas quais se promove a acessibilidade ao ensino com o uso de 
materiais didáticos, espaços e equipamentos, sistemas de comunicação e 
atividades escolares, pensadas para atender às reais necessidades dos alunos, 
principalmente pelo uso de recursos e currículo adaptados. 
Cada tipo de necessidade especial conta com tipos diferentes de 
materiais e métodos de trabalho, que visam ao aproveitamento das 
potencialidades dos alunos, respeitando suas diferenças, mas valorizando as 
capacidades que podem e devem ser plenamente desenvolvidas. Não se trata 
de omitir, suprimir ou simplificar deliberadamente aspectos do currículo escolar, 
mas sim promover a igualdade de condições em relação à maioria dos alunos, 
sem que haja a comparação e classificação por meio de medidas quantitativas. 
Nesse sentido, a avaliação assume papel fundamental, sendo ferramenta de 
promoção de justiça social, uma vez que serve para diagnosticar, acompanhar e 
propor as ações pedagógicas mais indicadas, de forma qualitativa e descritiva, 
não sendo instrumento de promoção ou reprovação educacional. 
Dessa forma, a disciplina se propôs a esclarecer aspectos fundamentais 
a respeito da inclusão e as implicações que envolvem tanto o ambiente escolar, 
a atuação docente, a gestão educacional, os aspectos físicos e estruturais das 
instituições e as questões inerentes ao currículo, como objetivos, conteúdos, 
estratégias, recursos e avaliação. 
 
 
59 
 
Índice Remissivo 
A Educação Inclusiva ................................................................................. 
(Bases; conceitos; inclusão) 
08 
A formação e funções dos professores do AEE .......................................... 
(Elaborar; identificar; recursos) 
 
28 
A inclusão .................................................................................................. 
(Aprendizagem; características; dificuldades) 
 
15 
Altas Habilidades ou Superdotação ........................................................... 
(Acadêmica; criativa; intelectual) 
 
24 
As necessidades educacionais especiais .................................................. 
(Alunos; condições; deficiências) 
 
20 
As primeiras bases científicas .................................................................... 
(Deficientes; instituições; procedimentos) 
 
09 
As salas de recurso como política pública .................................................. 
(Ensino; implementação; sistema) 
 
32 
Avaliação ................................................................................................... 
(Avaliação; conhecimento; medida) 
 
53 
Composição das SRM tipo I ....................................................................... 
(Equipamentos; materiais; mobiliários) 
 
34 
Composição das SRM tipo II ...................................................................... 
(Acessibilidade; composição; recursos) 
 
35 
Critérios para implantação das SRM .......................................................... 
(Doação; implantações; salas) 
 
33 
Da integração à inclusão ............................................................................ 
(Direitos; integração; sociedade) 
 
12 
Das antigas civilizações até a Idade Média ................................................ 
(Condenação; pecados; virtudes) 
 
08 
Deficiência auditiva / surdez ....................................................................... 
(Capacidade; percepção; surdez) 
 
21 
Deficiência física neuromotora ................................................................... 
(Função; lesão; neuromotora) 
 
20 
Deficiência intelectual ................................................................................ 
(Funcionamento; intelectual; limitações) 
 
21 
Deficiência múltipla .................................................................................... 
(Associação; comprometimento; deficiência) 
 
22 
Deficiência visual ....................................................................................... 21 
 
60 
 
(Campo; sensibilidade; visão) 
 
Definindo os conceitos ............................................................................... 
(Exclusão; integração; segregação) 
 
16 
Documentos e marcos legais brasileiros .................................................... 
(Educação; grupos; mobilização) 
 
13 
Espaços educacionais inclusivos ............................................................... 
(Acesso; ideia; inclusão) 
 
29 
Exclusão x inclusão .................................................................................... 
(Diferenças; exclusão; inclusão) 
 
08 
Implantação das SRM ................................................................................ 
(Conjunto; equipamentos; informática) 
 
33 
Institucionalização do AEE nas escolas regulares ..................................... 
(Matrícula; recursos; sala) 
 
27 
O AEE e as adaptações para alunos com Altas Habilidades ou 
Superdotação ............................................................................................ 
(Atendimento; criatividade; desafios) 
 
 
52 
O AEE e as adaptações para alunos com deficiência física neuromotora 
(Acesso; atendimento; educação) 
 
46 
O AEE e as adaptações para alunos com deficiência intelectual ................ 
(Deficiência; intelectual; superação) 
 
50 
O AEE e as adaptações para alunos com deficiência visual ....................... 
(Adaptações; alunos; deficiência visual) 
 
48 
O AEE e as adaptações para alunos com surdez ....................................... 
(Dinâmicas; estímulo; surdez) 
 
49 
O AEE e asadaptações para alunos com Transtornos Globais do 
Desenvolvimento (TGD) ............................................................................ 
(Auxílio; encaminhamentos; trabalho) 
 
 
51 
O Atendimento Educacional Especializado ................................................ 
(Necessidades; peculiaridades; serviços) 
19 
O Atendimento Educacional Especializado ................................................ 
(Ensino; modalidade; níveis) 
 
26 
O atendimento na rede regular de ensino ................................................... 
(Atendimento; inclusão; rede) 
 
25 
O currículo e a Educação Especial ............................................................. 
(Ambiente; inclusivo; práticas) 
 
 
43 
O currículo e as adaptações pedagógicas .................................................. 
(Adaptações; características; pedagógicas) 
43 
 
61 
 
 
O futuro com as tecnologias ....................................................................... 
(Alunos; características; sociedade) 
 
41 
PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) ............................................... 
(Desenvolvimento; habilidades; recursos) 
 
55 
Procedimentos e instrumentos de avaliação .............................................. 
(Avaliação; instrumentos; registro) 
 
54 
Salas de Recursos Multifuncionais ............................................................ 
(Objetivos; recursos; salas) 
 
31 
Surdocegueira ........................................................................................... 
(Deficiência; graus; perdas) 
 
22 
Tecnologia assistiva ................................................................................... 
(Conjunto; especificidades; recursos) 
 
35 
Tecnologia assistiva na educação ............................................................. 
(Deficiências; inserção; pessoas) 
 
36 
Tipos e composições das salas de recursos multifuncionais ...................... 
(Deficiência; intelectual; transtornos) 
 
34 
Transtornos Globais do Desenvolvimento ................................................. 
(Desenvolvimento; interações; sociais) 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
 
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SILVA, M. O. Da exclusão à inclusão: concepções e práticas. Revista L. de 
Educação, n 13, Lisboa, 2009.Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
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Marketing da Faculdade UNINA. O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança 
de direitos autorais.43 
 4.1 O currículo e a Educação Especial ............................................................ 43 
 4.2 O AEE e as adaptações para alunos com deficiência física neuromotora 46 
 4.3 O AEE e as adaptações para alunos com deficiência visual ...................... 48 
 4.4 O AEE e as adaptações para alunos com surdez ...................................... 49 
 4.5 O AEE e as adaptações para alunos com deficiência intelectual ............... 50 
 4.6 O AEE e as adaptações para alunos com Transtornos Globais do 
Desenvolvimento (TGD) ........................................................................................ 
 
51 
 4.7 O AEE e as adaptações para alunos com Altas Habilidades ou 
Superdotação ........................................................................................................ 
 
52 
 4.8 Avaliação .................................................................................................. 53 
 4.8.1 Procedimentos e instrumentos de avaliação .......................................... 54 
 4.9 PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) .............................................. 55 
Conclusão da aula 4 .............................................................................................. 57 
Conclusão da disciplina ......................................................................................... 58 
Índice Remissivo ................................................................................................... 59 
Referências ........................................................................................................... 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Prefácio 
 
A disciplina de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Sala de 
Recursos Multifuncionais (SRM) traz a fundamentação da educação inclusiva, 
que se constitui pelo paradigma educacional baseado nos conceitos e 
concepções dos direitos humanos, que pregam a igualdade e a diferença como 
valores inerentes e que nos últimos anos vêm avançando por meio da ideia de 
equidade, ou seja, de promover a igualdade de oportunidades para todos, 
respeitando suas características específicas. 
Assim, a educação inclusiva está garantida em território brasileiro, por 
meio da Política Nacional de Educação Especial, que é o documento norteador 
que tem por objetivo garantir o acesso, a participação e a aprendizagem dos 
alunos com alguma deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação, preferencialmente nas escolas regulares, 
complementados pelo atendimento educacional especializado (AEE) e pelas 
salas de recursos multifuncionais. 
Portanto, a disciplina trará toda a base conceitual que envolve a inclusão, 
de que forma deve ocorrer a oferta e atendimento especializado, qual a 
organização das instituições de ensino para receber os alunos da educação 
especial e atendê-los com qualidade, além de detalhar as normas e formas de 
atuação das salas de recursos multifuncionais e as adaptações curriculares 
necessárias ao desenvolvimento pedagógico desses alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Aula 1 – A Educação Inclusiva 
 
Apresentação da aula 1 
 
Nesta aula serão abordados os conceitos e as bases filosóficas da 
educação inclusiva, iniciando por uma breve contextualização histórica e dos 
marcos legais, a fim de explicar a evolução no mundo e no Brasil das políticas 
de atendimento às pessoas com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 
 
1.1 Exclusão x inclusão 
 
A perspectiva sobre as diferenças individuais vem sendo tratada de 
formas diferentes no decorrer da história. As etapas são caracterizadas, 
inicialmente, pelo extermínio, seguindo-se para a segregação, integração e, por 
fim, a inclusão. Esse trajeto está intimamente ligado aos determinantes 
econômicos, sociais e culturais de cada período, que avançam na medida da 
evolução do mundo, no qual se estabelecem novos paradigmas, novas crenças 
e amplia-se a noção de que todos devem ser tratados com igualdade de direitos, 
independentemente de suas limitações. 
 
1.1.1 Das antigas civilizações até a Idade Média 
 
Na história remota, devido à falta de informações, as concepções 
relacionavam as pessoas com deficiência às questões sobrenaturais, como 
personificação do mal, bruxaria ou também com significação religiosa, por meio 
de castigo divino. 
O medo do desconhecido e as restrições próprias das antigas épocas, em 
um período anterior às análises baseadas na ciência, fez com que práticas de 
tortura e até assassinatos marcassem o mundo antigo, ocasionando a 
eliminação de pessoas com alguma deformidade física, comprometimento 
sensorial ou mental. 
Na Idade Média, já não havia mais as práticas de extermínio, porém a 
crença era que a deficiência seria obra e intervenção direta de Deus, como 
 
9 
 
condenação em virtude dos pecados. Essas ideias favoreceram para a 
segregação das pessoas com deficiência, que eram marginalizadas da 
sociedade. Algumas eram mantidas escondidas por suas famílias e outras viviam 
por conta própria, em condições de mendicância, lutando para sobreviver. 
 
1.2 As primeiras bases científicas 
 
A partir do século XV, já na Idade Moderna, despertou na Europa uma 
nova visão, a partir do surgimento de diferentes interesses culturais e 
intelectuais. Essa tendência estendeu-se pelos séculos seguintes, passando-se 
ao reconhecimento do valor do ser humano, assumindo a responsabilidade 
coletiva para a mudança de vida dos menos favorecidos, dos doentes e dos 
deficientes. Paralelamente às questões sociais, lentamente, até o século XVI, os 
assuntos relacionados às doenças e deficiências deixaram de ser influenciados 
pelas questões religiosas, tornando-se objetos de estudo da medicina, o que 
marcou o início das primeiras bases científicas de pesquisa e estudo. 
De acordo com os registros históricos, o médico suíço Paracelso (1493-
1541) foi o primeiro a fazer um relato com a consideração médica de um 
problema, até então tratado como de cunho religioso, por meio da publicação de 
sua obra Sobre as doenças que privam os homens da razão, escrita em 1526, 
mas publicada apenas em 1567, após sua morte. 
Por volta de 1650, o médico inglês Thomas Willis (1621-1675) fez a 
descrição, pela primeira vez, da anatomia do cérebro humano, defendendo a 
ideia de que déficits de raciocínio e as deficiências eram causadas por alterações 
na estrutura cerebral, sendo outra obra que abandona as concepções religiosas, 
para trazer uma abordagem científica. 
Neste período, surgem as primeiras instituições para deficientes. Algumas 
religiosas, que começaram a oferecer assistência como forma de cuidado e 
ajuda para a sobrevivência, com uma visão caritativa. Outras, porém, tinham 
finalidades médicas de pesquisa, atendimento e tentativa de cura. 
Já a preocupação com a educação dos deficientes iniciou-se na França, 
por volta de 1800, quando Jean Itard (1774-1838) tentou recuperar e educar um 
menino criado na floresta com animais, sem nunca ter nenhum tipo de contato 
humano, conhecido como Victor de Aveyron. Acreditava-se que ele apresentava 
Carla Eduarda Bonifácio
 
10 
 
deficiência mental severa, devido aos comportamentos, mas hoje sabe-se que 
provavelmente suas reações foram causadas pela privação social. Dessa forma, 
usando processos de cunho pedagógico aliados aos procedimentos médicos, 
Itard é considerado o precursor da Educação Especial. 
Paralelamente, a medicina assume a visão inatista, ou seja, de que todas 
as alterações mentais, físicas ou sensoriais eram patologias que tinham origem 
genética e transmitidas pela hereditariedade, o que causou, por outro lado, a 
ideia equivocada de que nada poderia ser feito. Isso gerou a estagnação das 
investidas para ostrabalhos de intervenção com as pessoas com deficiência. 
Porém, após a adoção de um registro baseado nos padrões definidos de 
normalidade, com a classificação por níveis de inteligência e de atraso mental, 
as pessoas passaram a ser organizadas em diferentes instituições, assim, os 
casos mais graves visavam à disciplina por meio do isolamento, e os de menos 
comprometimento eram encaminhados a atendimentos educacionais. 
Assim, surgiram os primeiros agrupamentos por tipo de deficiência 
(intelectual, visual, física ou auditiva), dentre os quais os primeiros atendimentos 
educacionais de destaque foram para os surdos e cegos. Destacam-se os 
trabalhos dos franceses Charles de L’Epee (1712-1789) e Valentin Haüy (1745-
1822), fundadores respectivamente do Instituto Nacional de Surdos Mudos e do 
Instituto Nacional de Jovens Cegos, ambos em Paris. 
A partir daí, intensificou-se a abertura de diversas instituições ao redor do 
mundo, nos séculos XVIII e XIX, o que também acompanhou os novos ideais 
liberais e o desenvolvimento do capitalismo, pois começou-se a exigir que todos 
pudessem fazer parte do potencial produtivo. Dessa forma, a educação dos 
surdos e cegos não objetivava a progressão acadêmica, mas sim uma instrução 
básica, por meio do ensino de letras e noções iniciais de matemática, com ênfase 
nos trabalhos manuais para a futura inserção na indústria. 
No que se refere às outras deficiências, há relatos específicos sobre 
experiências individuais de educação para pessoas que tinham origem na 
nobreza, em países europeus. Todo o restante compunha a camada de 
excluídos sociais, como os pobres, os mendigos e os “loucos”, que faziam 
trabalhos manuais forçados, em troca de abrigo em asilos. 
Esse período é conhecido pela segregação, já que havia a reclusão das 
pessoas com deficiência em ambientes separados, sendo o atendimento de 
 
11 
 
caráter assistencial, com vistas à proteção da sociedade daqueles que eram 
considerados anormais, por meio de seu afastamento do convívio comum. 
Outro nome de destaque para a Educação Especial é o da médica italiana 
Maria Montessori, que atuou como educadora desenvolvendo um programa de 
treinamento para crianças com deficiência intelectual. O trabalho se baseava na 
educação por meio das motivações individuais dos alunos juntamente com 
materiais didáticos adaptáveis às formas de aprendizagem de cada um. 
Segundo Montessori, o trabalho deve alcançar a pessoa do educando, seus 
níveis de aspirações, seus valores e sua autoestima, e não estar submetido aos 
aspectos formais da educação. Além disso, seu enfoque baseava-se na figura 
do professor, tendo como principal aspecto do sucesso pedagógico alguém que 
deveria estar preparado para atuar com crianças com deficiência, ser atraente, 
com voz agradável, cuidando de seus gestos e de sua pessoa, para poder 
conquistar as crianças. Ela obteve êxito tão grande que seu método se estendeu 
para alunos sem deficiência e foi levado a diversos países mundo afora. 
Montessori tinha a convicção de que o educador deveria se colocar no 
mesmo nível dos alunos para conseguir alcançá-los e assim definiu algumas 
regras como norteadoras do trabalho, são elas: 
 
➢ As crianças são diferentes dos adultos e necessitam ser tratadas 
de modo diferente; 
➢ A aprendizagem vem de dentro e é espontânea; a criança deve 
estar interessada em uma atividade para se sentir motivada; 
➢ As crianças têm necessidade de ambiente infantil que possibilite 
brincar livremente, jogar e manusear materiais coloridos; 
➢ As crianças amam a ordem; 
➢ As crianças devem ter liberdade de escolha, por isso necessitam 
de material suficiente para que possam passar de uma atividade 
para a outra, conforme o índice de interesse e de atenção o exijam; 
➢ As crianças amam o silêncio; 
➢ As crianças preferem trabalhar a brincar; 
➢ As crianças amam a repetição; 
➢ As crianças têm senso de dignidade pessoal; assim, não se pode 
esperar que façam exatamente o que mandamos; 
 
12 
 
➢ As crianças utilizam o meio que as cerca para se aperfeiçoar, 
enquanto os adultos usam a si mesmos para aperfeiçoar seu meio. 
(MAZZOTTA, 1999, p. 23). 
 
Até o final do século XIX, embora a visão pedagógica seja equivocada, 
servindo para treinamento de habilidades de produção ou abrigo, como forma de 
correção, de reabilitação, de práticas pedagógicas terapêuticas, a fim de 
humanizar, civilizar e corrigir os deficientes, a literatura apresentava diversas 
expressões ao se referir ao atendimento educacional para pessoas com 
deficiência: pedagogia dos anormais, pedagogia teratológica, pedagogia 
curativa ou terapêutica e pedagogia da assistência social. 
Vocabula rio 
Pedagogia teratológica: trabalho educacional relativo às 
pessoas com desenvolvimento anormal ou com 
malformações congênitas. 
 
 
1.3 Da integração à inclusão 
 
O modelo de institucionalização permaneceu até os anos de 1950, 
quando os movimentos sociais no mundo pós Segunda Guerra Mundial 
ganharam força, por meio das ideologias voltadas aos direitos humanos. A 
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) estabelece os direitos 
fundamentais de todos os indivíduos: direito à vida, à integridade física, à 
liberdade, à igualdade, à dignidade e à educação. Esse documento passou a 
nortear as políticas públicas e os instrumentos jurídicos da maioria dos países. 
O ponto relevante, como marco para a história da Educação Especial, está 
relacionado à mudança na concepção das pessoas com deficiência, que 
passaram a ser vistas como cidadãs, tendo direitos e deveres de participação na 
sociedade. 
O respeito às diferenças impulsiona ações de cidadania, já que as 
especificidades das pessoas não devem ser elemento de desigualdades, 
discriminações ou exclusões. Dessa forma, começou a se delinear uma nova 
 
13 
 
ideia de espaços sociais, organizados para atender a todos os cidadãos, 
inclusive os com deficiências. 
Conforme se difundem esses novos conceitos, vários documentos 
internacionais passam a delimitar as formas de atuação das políticas sociais e 
educacionais, nos quais se permeia a Educação Especial. Os principais são: 
 
➢ Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (ONU), de 1975, 
estabelece os direitos de todas as pessoas com deficiência, sem 
qualquer discriminação; 
➢ Década das Nações Unidas para as Pessoas com Deficiência 
(1983 a 1992), para que os países-membros adotassem medidas 
concretas para garantir direitos civis e humanos; 
➢ Conferência Mundial sobre Educação para Todos (ONU), de 1990, 
aprova a Declaração Mundial sobre Educação Para Todos 
(Conferência de Jomtien, Tailândia) e o Plano de Ação para 
Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem que 
promove a universalização do acesso à educação; 
➢ Declaração de Salamanca, na Espanha, em 1994, conferência 
mundial sobre necessidades educativas especiais, realizada pela 
Unesco. 
 
Assim, estavam definidas as bases de um novo modelo social e 
educacional, que associava as ideias da diversidade como fator de 
enriquecimento social e o respeito às necessidades de todos os cidadãos como 
suporte de uma nova prática social de construção de espaços inclusivos. 
 
1.3.1 Documentos e marcos legais brasileiros 
 
Diante do cenário mundial de forte mobilização social, no Brasil, surgem 
grupos de pais e educadores, preocupados em garantir a universalização do 
ensino, com a fundação das primeiras APAEs (Associações de Pais e Amigos 
dos Excepcionais) e, como consequência, a Educação Especial começa a 
ganhar visibilidade, a fim de garantir acesso e permanência na escola dos alunos 
com algum tipo de deficiência. 
 
14 
 
Nesse contexto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB nº 
4024/61) pela primeira vez destinou um título à Educação Especial, com menção 
à oferta de serviços educacionais às pessoas com deficiência, “dentro do 
possível no ensino regular”.Na década de 1960, surge um novo modelo de atendimento na Educação 
Especial, que implementou os serviços de reabilitação profissional voltados a 
pessoas com deficiência, com o objetivo de integrá-las na sociedade. Essa nova 
concepção, influenciada pelas pesquisas nas áreas das Ciências Sociais e da 
Psicologia, amplia a compreensão das deficiências, suas causas e implicações, 
considerando, também, os aspectos socioculturais e não apenas os congênitos. 
 Com esse novo paradigma, outros documentos e instrumentos legais 
passam a mencionar questões importantes às pessoas com deficiência e à 
educação especial, conforme a cronologia a seguir: 
 
➢ Em 1988, a Constituição Federal (Art. 208, III) estabelece no Art. 
208, o direito das pessoas com necessidades especiais (nova 
nomenclatura adotada) de receberem educação, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
➢ Em 1989, é criada a Coordenadoria Nacional para Integração da 
Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), pela Lei 7.853, que 
dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração 
social e atuação do Ministério Público para inibir ou punir crimes 
contra essa parcela da comunidade; 
➢ Em 1990, é sancionado o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA), pela Lei 8.069, que assegura a todos o direito à igualdade 
de condições para o acesso e permanência na escola e 
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede 
regular de ensino; 
➢ Em 1996, a LDB nº 9.394 assegura aos alunos com necessidades 
especiais currículos, métodos, recursos educativos e organização 
específicas para atender às suas necessidades específicas. 
Também garante a ampliação da oferta da Educação Especial no 
sistema educacional, contemplando desde a Educação Infantil até 
 
15 
 
o Ensino Superior, com a oportunidade de articulação entre níveis 
e modalidades de ensino; 
➢ Em 1998, os Parâmetros Curriculares Nacionais (Adaptações 
Curriculares) do MEC apresentam estratégias para a educação de 
alunos com necessidades educacionais especiais; 
➢ Em 1999, é regulamentada a Lei nº 7.853/89 pelo Decreto 3.298, 
que trata da Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência e estabelece a matrícula compulsória em cursos 
regulares em escolas públicas e particulares de pessoas com 
deficiência. 
 
Por meio desse instrumento, a sociedade passou a visar à integração das 
pessoas com deficiência em todos os âmbitos, ou seja, na área educacional, da 
saúde, do trabalho, da cultura e do lazer. Porém, o conceito de integração tinha 
como pressuposto que a pessoa com deficiência deveria se adequar às 
instituições, que, dessa forma, mantinham-se inalteradas. Nas escolas, para que 
a integração acontecesse, o aluno deveria ser capaz de acompanhar o currículo, 
métodos e etapas do ensino regular. No entanto, sem nenhuma ação voltada 
efetivamente ao respeito às diferenças, as pessoas com deficiência estavam 
fisicamente no mesmo ambiente das demais, mas sem que houvesse as 
mínimas condições necessárias para a sua aprendizagem. Desse modo, as 
práticas de exclusão permaneciam em vigor. 
 
1.3.2 A inclusão 
 
Em 2001, foram delimitadas as Diretrizes Nacionais para a Educação 
Especial na Educação Básica, pela publicação do Parecer 17/2001, do Conselho 
Nacional de Educação. Esse documento definiu como alunos com necessidades 
educacionais especiais aqueles que apresentam, durante o processo ensino-
aprendizagem, as seguintes características: dificuldades acentuadas de 
aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o 
acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: 
aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica e aquelas relacionadas 
às condições, disfunções, limitações ou deficiências; dificuldades de 
 
16 
 
comunicação e sinalização diferenciadas dos alunos, demandando a utilização 
de linguagens e códigos aplicáveis; altas habilidades ou superdotação, grande 
facilidade de aprendizagem, dominando rapidamente conceitos, procedimentos 
e atitudes. (CNE/CEB/MEC, Resolução nº 2/2001, art. 5.º). 
Dessa forma, verifica-se uma nova possibilidade de atendimento 
especializado, com uma rede de apoio que conta com recursos humanos, 
técnicos, tecnológicos e materiais, oferecidos no intuito de apoiar e 
complementar os trabalhos do ensino comum. 
Em nível conceitual, o novo modelo expõe que não é o aluno que tem que 
se adaptar à escola, mas é ela que, tendo consciência de sua função, coloca-se 
à disposição do aluno, transformando-se em um espaço inclusivo. Nesse 
sentido, a Educação Inclusiva define-se como uma política de justiça social 
voltada aos alunos com necessidades educacionais especiais, tendo como 
princípio fundamental que alunos, independentemente de suas condições 
físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas sejam acolhidos pelas 
instituições escolares. 
Ressalta-se para que a inclusão seja efetiva, não basta que a escola se 
modernize, organize seus espaços e derrube barreiras arquitetônicas, sendo 
necessário, principalmente, que os professores aperfeiçoem suas práticas 
pedagógicas e que sejam derrubadas as barreiras atitudinais que durante muito 
tempo persistiram, impedindo que a escola fosse um ambiente de garantia de 
direitos a todos. 
 
1.4 Definindo os conceitos 
 
 Após a contextualização histórica que traz as principais concepções 
filosóficas e políticas que norteiam a Educação Especial, apresenta-se, a seguir, 
para fins didáticos os conceitos de exclusão e inclusão, que fundamentam essa 
primeira aula. 
 
➢ Exclusão: designa um processo de afastamento e privação de 
determinados indivíduos ou de grupos sociais em diversos âmbitos 
da estrutura da sociedade. A exclusão não proporciona a todos os 
indivíduos o conjunto de direitos e deveres que confere aos 
 
17 
 
indivíduos o estatuto de cidadãos. Também pode ser definida 
como o afastamento ou tratamento injusto de pessoas por se 
considerar que não se enquadram nos padrões convencionais da 
sociedade; 
➢ Segregação: é o processo de dissociação por meio do qual 
indivíduos e grupos perdem o contato físico e social com outros 
indivíduos e grupos. Essa separação ou distância social e física é 
oriunda de fatores biológicos e sociais, como raça, riqueza, 
educação, religião, profissão, nacionalidade etc; 
➢ Integração: de um ponto de vista sociológico, vários autores 
afirmam que a integração diz respeito ao processo que faz a 
introdução de pessoas, ou grupos na sociedade, ou em contextos 
sociais mais amplos. Pode ser definida como um processo 
dinâmico que supõe que pessoas que se encontram em diferentes 
grupos sociais (seja por questões econômicas, culturais, religiosas 
etc.) se reúnam sob um mesmo objetivo ou preceito; 
➢ Inclusão: representa um ato de igualdade entre os diferentes 
indivíduos que habitam determinada sociedade. Assim, esta ação 
permite que todos tenham o direito de integrar e participar das 
várias dimensões de seu ambiente, sem sofrer qualquer tipo de 
discriminação ou preconceito. Nesse sentido, a inclusão é o ato de 
trazer aquele que é excluído, por qualquer motivo, para uma 
sociedade que participa de todos os aspectos e dimensões da 
vida, isto é, dos âmbitos econômico, cultural, político, religioso etc. 
 
Especificamente no âmbito da educação, pode-se diferenciar os conceitos 
como: 
 
➢ Exclusão: manter parcelas da sociedade sem acesso à escola; 
➢ Segregação: promover o ensino de forma separada, sem, 
contudo, promover também a convivência social; 
➢ Integração: os alunos frequentam as escolas regulares, porém, 
em classes separadas, ou juntamente com os demais, desde que 
possam se adaptar ao sistema; 
 
18 
 
➢ Inclusão: igualdade de acesso para todos, independentemente de 
sua condição, sendo resguardados os direitos e respeito às 
especificidades, em uma convivência harmônica entre toda asociedade. 
 
Complementando, 
 
Igualdade não é de forma alguma tornar igual [...] Incluir não é nivelar 
e nem uniformizar o discurso e a prática, mas exatamente o contrário: 
as diferenças, ao invés de inibidas, são valorizadas. Portanto, “aluno-
padrão” não existe. Cada integrante deste cenário deve ser valorizado 
como é (SANTOS, PAULINO. 2006. p. 12). 
 
 
 
Definindo conceitos 
Fonte:https://i.pinimg.com/originals/c5/e2/b3/c5e2b325b1fa9e2599ef63c9ac8a6b0e.jpg 
 
 
Conclusão da aula 1 
 
Os avanços das concepções sociais e educacionais para pessoas com 
deficiência estão diretamente ligados à evolução das sociedades e das políticas 
das nações. Para tanto, foram necessários muitos esforços e o estabelecimento 
de novos paradigmas, que a partir da mobilização, principalmente de pais e 
professores, apoiados pelas diretrizes dos direitos humanos, defenderam o 
respeito às diferenças individuais e a eliminação de qualquer tipo de 
 
19 
 
discriminação, além de exigir uma responsabilidade coletiva de toda a 
sociedade, para a aceitação dessa parcela da comunidade. 
Nesta aula foram abordados os principais conceitos que envolvem a 
educação especial, bem como a cronologia dos fatos que marcaram novas 
perspectivas de atendimento educacional. Observou-se que a evolução da 
educação das pessoas com deficiência foi marcada, inicialmente, pelo avanço 
da medicina, que permitiu a compreensão de questões orgânicas, e no campo 
da pedagogia, por meio da proposição de novos métodos e formas de 
escolarização. Além disso, a aula diferencia os conceitos de exclusão, 
segregação, integração e inclusão, que são a base de todos os documentos 
norteadores para o atendimento de alunos com necessidades especiais. 
Atividade de Aprendizagem 
Para facilitar a aquisição dos conceitos apresentados na aula 
e vincular aos marcos históricos e legais, faça um quadro 
comparativo contendo os quatro conceitos básicos (exclusão, 
segregação, integração e inclusão), apresentando as 
principais características de cada um, apontando as épocas a 
que se referem e os principais documentos e / ou instrumentos 
norteadores que os definiram. 
 
 
 
Aula 2 – O Atendimento Educacional Especializado 
 
Apresentação da aula 2 
 
A segunda aula será composta pela caracterização dos diferentes tipos 
de necessidades especiais e suas peculiaridades, a fim de que seja possível 
compreender e definir as melhores opções de atendimento pedagógico e quais 
os recursos disponíveis. Também serão apresentadas as linhas norteadoras do 
atendimento especializado e as ações necessárias para haver um entendimento 
e colaboração desse serviço com o ensino regular. 
 
 
 
20 
 
2.1 As necessidades educacionais especiais 
 
A terminologia “necessidades educacionais especiais” foi definida para 
designar os alunos a serem atendidos pela Educação Especial, pois abrange 
uma ampla série de condições, que não são sinônimos de deficiência, mas que 
compõem características temporárias ou permanentes, que influenciam a 
aprendizagem, podendo ser fatores orgânicos ou de saúde, quadros afetivo-
emocionais, culturais, entre outros. Para esclarecer ainda mais, um membro 
fraturado, a depressão ou o uso de próteses, são exemplos de adversidades às 
quais qualquer pessoa pode estar submetida, e além delas, a grande facilidade 
ou habilidade em determinadas áreas, como a matemática, por exemplo, 
caracterizam situações de necessidades especiais, que não se referem às 
deficiências. Dessa forma, o conceito é bem mais amplo e abrangente do que a 
maioria das pessoas compreende. Sendo assim, serão apresentadas as 
principais necessidades educacionais especiais. 
 
2.1.1 Deficiência física neuromotora 
 
 A deficiência física neuromotora é ocasionada por lesões nos centros e 
vias nervosas que comandam a função motora. Podem ocorrer por infecções, 
lesões parciais ou totais nas estruturas do sistema nervoso central e periférico, 
ou por degeneração neuromuscular. Caracteriza-se pela alteração completa ou 
parcial dos membros superiores e / ou inferiores, acarretando o 
comprometimento da função motora. 
Há uma grande variedade de quadros motores que compõem algum tipo 
de deficiência física. Dessa forma, a maior incidência em alunos matriculados na 
educação básica diz respeito a: 
 
➢ Lesão cerebral (paralisia cerebral ou deficiência neuromotora); 
➢ Lesão medular (paraplegia / tetraplegias); 
➢ Deficiências neuromusculares – miopatias (doenças progressivas 
do sistema musculoesquelético, distrofias musculares). 
 
 
 
21 
 
2.1.2 Deficiência auditiva / surdez 
 
 Define-se pela perda parcial ou total da capacidade auditiva de percepção 
sonora, variando em graus, desde perda leve até a perda profunda, podendo ser 
causada por fatores congênitos ou adquiridos. Nesse conceito, a noção se refere 
às questões orgânicas afetadas, porém, no âmbito educacional, a terminologia 
utilizada é a da surdez. Isso se deve ao fato de que, atualmente, o enfoque 
educacional não está pautado nas implicações do limite, mas sim das 
potencialidades e diferenças, e dessa forma, considera-se pessoa surda aquela 
que, tendo perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de 
experiências visuais, manifestando sua cultura por meio da língua de sinais, no 
caso do Brasil, pela Libras (Língua Brasileira de Sinais). 
 Dessa forma, o termo surdez carrega a noção de diferença, de respeito 
às especificidades, do direito à liberdade de expressão pela língua de sinais, e, 
como consequência, do direito à educação tendo, como base a língua natural 
dessa comunidade. 
 
2.1.3 Deficiência visual 
 
 Essa deficiência abrange desde a visão subnormal ou baixa visão, até a 
cegueira, sendo caracterizada pela significativa diminuição da capacidade de 
enxergar, com importante redução do campo visual e da sensibilidade aos 
contrastes, limitando a percepção de luzes e formas. Dependendo do tipo, 
pessoas com resíduos se beneficiam no dia a dia do auxílio de óculos ou lupas, 
tendo algumas a possibilidade de distinguir vultos, claridade ou objetos 
próximos. Porém, outra parcela dos deficientes visuais necessita usar recursos 
alternativos, como o Sistema Braille para leitura e escrita, materiais em alto 
relevo, e recentemente, os leitores de tela, que são softwares próprios para o 
uso de recursos tecnológicos. 
 
2.1.4 Deficiência intelectual 
 
De acordo com a Associação Americana de Deficiência Intelectual, trata-
se de um funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, 
 
22 
 
coexistindo com limitações relativas a duas ou mais das seguintes áreas de 
habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, 
participação familiar e comunitária, autonomia, saúde, segurança, funcionalidade 
acadêmica, de lazer e trabalho. Pode se manifestar em diferentes etapas da vida, 
porém sempre antes dos 18 anos de idade. 
 
2.1.5 Surdocegueira 
 
Esta deficiência pode causar um equívoco, pois muitos tendem a crer que 
são as deficiências visual e auditiva associadas, no entanto, é considerada uma 
deficiência única, que apresenta perdas auditivas e visuais concomitantemente 
em diferentes graus, levando a pessoa com surdocegueira a desenvolver 
diferentes formas de comunicação para entender e interagir com a sociedade. A 
pessoa surdacega necessita sempre de um guia-intérprete para sua orientação 
e mobilidade, na educação e no trabalho. Ressalta-se que essa condição não 
significa que a pessoa seja, obrigatoriamente, totalmente surda ou cega, 
podendo haver resíduos que podem ser funcionais, auxiliando na comunicação, 
classifica-se em: 
 
➢ Surdocegueira pré-linguística: crianças que nascem 
surdacegas ou adquirem a surdocegueira nos primeiros anos de 
vida, antes da aquisição da linguagem; 
➢ Surdocegueira pós-linguística: pessoas que apresentam uma 
deficiência sensorial primária (auditiva ou visual) e adquirema 
outra após a aquisição de uma língua. 
 
2.1.6 Deficiência múltipla 
 
 Essa deficiência é representada pela associação, na mesma pessoa, de 
duas ou mais deficiências primárias (intelectual / visual / auditiva / física), com 
comprometimentos que acarretam consequências ao seu desenvolvimento. 
 
 
 
 
23 
 
2.1.7 Transtornos Globais do Desenvolvimento 
 
Os TGDs são distúrbios nas interações sociais que costumam manifestar-
se nos primeiros cinco anos de vida, caracterizam-se por padrões de 
comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos 
interesses e nas atividades. Há crianças que apresentam comportamentos 
voltados para si próprios, tais como: fobias, automutilação, alheamento do 
contexto externo, timidez, recusa em verbalizar, recusa em manter contato visual 
etc. Já outras apresentam comportamentos voltados para o ambiente exterior, 
tais como: agredir, faltar com a verdade, roubar, gritar, falar ininterruptamente, 
locomover-se o tempo todo etc. Os mais comuns encontrados nas escolas são 
o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do 
Espectro Autista (TEA). 
O TDAH é um transtorno do desenvolvimento neurológico, que tem como 
características centrais a dificuldade em regular a atenção e controlar impulsos, 
influenciando significativamente as funções, como a atenção, a concentração, a 
memória, a motivação, o esforço, a aprendizagem, a impulsividade, a 
hiperatividade, a organização e, por fim, as habilidades sociais. Há vários fatores 
que contribuem para essas condições, como alterações químicas e estruturais 
do cérebro e a genética. No entanto, os fatores ambientais são relevantes para 
acentuar ou agravar suas manifestações. 
O TEA engloba uma série de aspectos do desenvolvimento infantil que se 
manifestam em maior ou menor grau de acometimento, sendo descrito por 
quadros clínicos em que há um comprometimento nas áreas de interação, 
comportamento e linguagem, além de relevante déficit cognitivo; autismo de alto 
funcionamento, quando a criança consegue se expressar por meio da fala e 
demonstra grande inteligência, inclusive acima da média; outros tipos que 
manifestam a alteração de interação e comportamento, mas não há um 
diagnóstico fechado, no entanto, há uma série de alterações que normalmente 
são mais perceptíveis, como: 
 
➢ Ausência ou baixa frequência de contato visual, sem interação 
espontânea com adultos e crianças; 
 
24 
 
➢ Comportamento repetitivo e estereotipado, pulando, 
chacoalhando as mãos ou balançando-se, podendo ter interesse 
restrito em alguns assuntos ou brinquedos específicos; 
➢ Ausência ou atraso significativo do desenvolvimento de linguagem 
oral, tanto na compreensão como na expressão; 
➢ Distúrbio alimentar observado pela seletividade ou, em alguns 
casos, aversão a cores, sabores ou texturas de alimentos; 
➢ Transtorno sensorial, por hipo ou hipersensibilidade, 
principalmente com relação aos estímulos auditivos, mas podendo 
acontecer também com estímulos visuais, táteis, de paladar e 
equilíbrio do próprio corpo. 
 
2.1.8 Altas Habilidades ou superdotação 
 
A Política Nacional de Educação Especial define alunos com altas 
habilidades ou superdotação como os que apresentam notável desempenho e 
elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou 
combinados: aptidão acadêmica específica, pensamento criativo ou produtivo, 
capacidade de liderança, talento especial para artes e capacidade psicomotora. 
Dentre as habilidades de maior incidência, destacam-se: 
 
➢ Intelectual: flexibilidade e fluência de pensamento, capacidade de 
pensamento abstrato para fazer associações, produção de ideias, 
rapidez do pensamento, compreensão e memória elevada, 
capacidade de resolver e lidar com problemas; 
➢ Acadêmica: evidenciada por aptidão acadêmica específica, 
atenção e concentração, rapidez de aprendizagem, boa memória, 
gosto e motivação pelas disciplinas acadêmicas de seu interesse; 
habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento, 
capacidade de produção acadêmica; 
➢ Criativa: refere-se à originalidade, imaginação, capacidade para 
resolver problemas de forma diferente e inovadora e sensibilidade 
para as situações ambientais, podendo reagir e produzir 
diferentemente e até de modo extravagante, sentimento de desafio 
 
25 
 
diante da desordem de fatos, facilidade de expressão, fluência e 
flexibilidade; 
➢ Social: demonstra capacidade de liderança, sensibilidade 
interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, 
habilidade de trato com pessoas e grupos estabelecendo relações 
sociais, capacidade para resolver situações sociais complexas, 
alto poder de persuasão e de influência no grupo; 
➢ Talento Especial: destaca-se nas artes, podendo ser 
especificamente nas artes plásticas, musicais, dramáticas, 
literárias ou cênicas; 
➢ Talento Espacial / Corporal: apresenta habilidade e interesse 
pelas atividades psicomotoras, com desempenho acima da média 
em velocidade, agilidade de movimentos, força, resistência, 
controle e coordenação motora. 
 
2.2 O atendimento na rede regular de ensino 
 
 Para que a inclusão se efetive, a rede regular também tem um papel 
fundamental, promovendo a organização das classes comuns e a disponibilidade 
dos serviços de apoio. Nesse sentido, faz-se necessário que haja a capacitação 
dos professores da rede regular para receber os alunos, bem como especializar 
os professores que atuarão diretamente na educação especial; flexibilizar as 
adaptações curriculares, propor metodologias e recursos diferenciados, com 
processos de avaliação adequados ao desenvolvimento dos alunos; prover os 
serviços de apoio na classe comum por meio de profissional especializado, como 
tradutores / intérpretes de Libras, professores com conhecimento do sistema 
Braille e, também, para auxílio à locomoção ou comunicação; e atividades que 
favoreçam o aprofundamento e enriquecimento curricular para alunos com altas 
habilidades ou superdotação. 
 Entre os serviços de apoio pedagógico, incluem-se também as salas de 
recursos multifuncionais (que serão detalhadas no próximo capítulo) e os 
professores itinerantes, que fazem a orientação e supervisão nas escolas 
regulares por meio de visitas periódicas. 
 
 
26 
 
2.3 O Atendimento Educacional Especializado 
 
Já que a educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa 
todos os níveis, etapas e modalidades, a legislação vigente determina que seja 
ofertado o atendimento educacional especializado (AEE), por meio da 
disponibilização de recursos e serviços, e da orientação quanto a sua utilização 
no processo de ensino-aprendizagem, além de garantir a matrícula dos alunos 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e os com altas 
habilidades ou superdotação nas turmas comuns do ensino regular. 
As principais funções do AEE são de identificar, elaborar e organizar 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena 
participação dos alunos, considerando suas necessidades individuais e 
específicas. 
Esse serviço propõe-se a complementar e / ou suplementar a formação 
dos alunos, visando a sua autonomia, tanto na escola como fora dela, na vida 
em sociedade. Consideram-se serviços e recursos da educação especial 
aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo por meio da promoção 
da acessibilidade aos materiais didáticos, aos espaços e equipamentos, aos 
sistemas de comunicação e informação e ao conjunto das atividades escolares. 
Para o atendimento às necessidades específicas relacionadas às altas 
habilidades ou superdotação, devem ser propostas atividades de enriquecimento 
curricular nas escolas de ensino regular em articulação com as instituições de 
educação superior, profissional e tecnológica, de pesquisa, de artes, de 
esportes, entre outros. 
 Além do atendimentoespecializado ofertado no ambiente escolar, o AEE 
garante, também, o trabalho em classes hospitalares ou domiciliar, para 
viabilizar o ensino para alunos impedidos de frequentar as aulas em virtude de 
internação hospitalar ou tratamento de saúde. Esse serviço objetiva a 
continuidade do processo educacional, ocasionando o menor prejuízo possível 
ao aluno, além de favorecer a reintegração e retorno à escola, assim que haja a 
possibilidade e liberação médica. 
Segundo as diretrizes regulamentadas pelo Ministério da Educação 
(MEC), o AEE deve ser realizado, prioritariamente, na sala de recursos 
multifuncionais da própria escola, ou em outra escola de ensino regular, no 
 
27 
 
contraturno, isto é, no turno inverso ao da escolarização. Pode ser realizado, 
também, em centros de atendimento educacional especializado públicos ou 
privados sem fins lucrativos, conveniados com as Secretarias de Educação, 
normalmente administrados pelas prefeituras municipais, atendendo alunos até 
as séries iniciais do Ensino Fundamental. 
 
2.3.1 Institucionalização do AEE nas escolas regulares 
 
Para que o atendimento educacional especializado seja ofertado nas 
escolas regulares, o serviço deve estar previsto no Projeto Pedagógico (PPP) da 
instituição, prevendo na sua organização: 
 
➢ Sala de recursos multifuncional: espaço físico, mobiliários, 
materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e 
equipamentos específicos; 
➢ Matrícula do aluno no AEE: condicionada à matrícula no ensino 
regular da própria escola ou de outra escola; 
➢ Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais 
específicas dos alunos, definição dos recursos necessários, das 
atividades a serem desenvolvidas e o cronograma de atendimento 
dos alunos; 
➢ Professor para o exercício da docência do AEE; 
➢ Profissionais de apoio à educação: tradutor / intérprete de 
Língua Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuam no 
apoio às atividades de alimentação, higiene e locomoção; 
➢ Articulação entre professores do AEE e os do ensino comum. 
 
Da mesma forma, quando há oferta do AEE em centros de atendimento 
educacional especializado públicos ou privados e conveniados, o Projeto 
Pedagógico deve contemplar a organização, os recursos e o plano de 
atendimento especializado, bem como a contratação dos professores e demais 
profissionais, cumprindo as normas e autorização de funcionamento, em 
consonância com as exigências legais. 
 
 
28 
 
2.3.2 Formação e funções dos professores do AEE 
 
O professor que atua no AEE precisa ter formação inicial que o habilite 
para o exercício da docência (Pedagogia ou Licenciatura em qualquer área) e 
formação específica na Educação Especial, seja por graduação ou pós-
graduação, deve estar apto e disponível, conforme o MEC (2008), a 
desempenhar as seguintes funções: 
 
➢ Identificar, elaborar, produzir, organizar serviços, recursos 
pedagógicos de acessibilidade e estratégias, considerando as 
necessidades específicas dos alunos da educação especial; 
➢ Elaborar e executar plano de atendimento educacional 
especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos 
recursos pedagógicos e de acessibilidade; 
➢ Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala 
de recursos multifuncional; 
➢ Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos 
pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino 
regular, bem como em outros ambientes da escola; 
➢ Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais, isto é, planejar 
ações que integrem educação, saúde, assistência social, 
transporte, segurança etc., com vistas à elaboração de estratégias 
e disponibilização de recursos de acessibilidade; 
➢ Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e 
de acessibilidade utilizados pelo aluno; 
➢ Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, tais como: as 
tecnologias da informação e comunicação, a comunicação 
alternativa e aumentativa, a informática acessível, o soroban, os 
recursos ópticos e não ópticos, os softwares específicos, os 
códigos e linguagens, as atividades de orientação e mobilidade, 
entre outros, de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, 
promovendo autonomia, atividade e participação. 
➢ Estabelecer articulação com os professores da sala de aula 
comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos 
 
29 
 
pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem 
a participação dos alunos nas atividades escolares; 
➢ Promover atividades e espaços de participação da família e a 
integração com os serviços da saúde, da assistência social, entre 
outros. 
 
2.4 Espaços educacionais inclusivos 
 
 Ao pensar sobre a ideia da inclusão, deve-se ampliar a noção de que esta 
é somente garantir o acesso de alunos com necessidades especiais às 
instituições de ensino comuns. A inclusão tem o objetivo de eliminar os 
obstáculos que limitam o acesso, a aprendizagem e a participação desses alunos 
no processo educacional. Assim, ressalta-se a importância da qualidade dos 
recursos humanos e do espaço físico das escolas, garantindo a acessibilidade, 
e com isso, preparar-se efetivamente para receber os alunos com características 
específicas como os com alguma necessidade especial. 
Em direção à construção de espaços inclusivos, um dos primeiros 
compromissos da escola é o ajuste ou eliminação das barreiras arquitetônicas, 
que estão diretamente relacionadas às dificuldades de locomoção. Sendo assim, 
as instituições devem garantir as alterações prediais necessárias para que todos 
tenham livre acesso aos ambientes, entre as adaptações mais comuns 
destacam-se portas e corredores mais largos, com o mínimo de 80 cm de vão, 
rampas de acesso ou para mudança de nível, com a inclinação em conformidade 
com as normas da ABNT, corrimãos e mureta para segurança do uso de cadeiras 
de roda, e quando possível, a instalação de elevadores. Da mesma forma, o piso 
deve ser antiderrapante e tátil, as instalações sanitárias também devem ser 
adaptadas para livre acesso e uso autônomo. 
 Nesse mesmo entendimento, o mobiliário das salas e os espaços de 
recreação e convivência, como parques e pátios, devem estar livres de 
obstáculos e com equipamentos ajustáveis para diferentes características e 
necessidades físicas e motoras. 
 Diante do que foi apresentado, pode-se notar que a educação inclusiva 
não se faz apenas pela boa vontade, mas sim pela mobilização de todos os 
personagens envolvidos na educação, ou seja, os alunos, a família, os 
 
30 
 
profissionais e a própria escola, com a responsabilidade de realizar de forma 
eficiente as normas descritas pela legislação, como também pelo seu projeto 
pedagógico, documentos que são norteadores de todo o trabalho. 
 No contexto geral, as experiências bem-sucedidas de inclusão trazem 
benefícios a todos os envolvidos, já que favorece a interação, o respeito às 
limitações e diferenças, compartilham-se experiências, ampliam-se as noções 
de aceitação e solidariedade, ainda gera um sentido de coletividade, muito útil 
para qualquer sociedade. 
Ví deo 
O filme Como Estrelas na Terra (2007) 
conta a história de uma criança que sofre 
com dislexia e passa por diversos 
obstáculos em sua vida escolar, devido à 
falta de conhecimento, tanto da família 
como da escola, para entender sua forma 
peculiar de aprender, até que um professor substituto começa a 
mudar a vida do aluno. O filme contribui para uma nova visão 
diante do conhecimento e aceitação das diferenças, e do 
importante papel do professor que, por meio de uma postura 
proativa, pode mudar a realidade do aluno, contribuindo para 
sua inserção social. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=VPElZ85VLcg 
 
Conclusão da aula 2 
 
Conhecendo as necessidades educacionais especiais, pode-se 
compreender quais as implicações de uma deficiência, um transtornoou uma 
alta habilidade e de que forma essas características influenciam o processo de 
ensino-aprendizagem. Assim, de acordo com a legislação, todos devem conviver 
e aprender nos mesmos ambientes educacionais, tendo ou não alguma 
especificidade. Porém, as escolas regulares comuns e o trabalho realizado pelos 
professores nesses ambientes podem não ser suficientes para que todos 
aprendam da melhor maneira possível. É nesse sentido que se define o 
atendimento educacional especializado, que tem por objetivo complementar o 
ensino da classe regular, por meio de atividades que resguardem o direito à 
 
31 
 
diferença e ofereçam recursos adequados para o pleno desenvolvimento dos 
alunos. 
Na segunda aula foram abordados os aspectos principais no que se refere 
aos fundamentos do atendimento educacional especializado, sua estrutura geral 
e atribuições. Também foi apresentada a importância das escolas de ensino 
regular como ambientes inclusivos e quais os ajustes tanto estruturais como de 
atendimento e documental por meio do projeto pedagógico, que servirão de 
diretrizes para o desenvolvimento pedagógico dos alunos com necessidades 
especiais. Além disso, foram definidos os tipos de necessidades educacionais 
especiais, caracterizando-os como público-alvo da educação especial e, como 
consequência, como alunos a serem atendidos pelo AEE. 
Atividade de Aprendizagem 
Uma das maiores dificuldades é fazer os professores do 
ensino regular compreenderem a educação inclusiva e o seu 
papel nesse processo. A maioria questiona que não tem 
especialização na área e que pode não “dar conta” de ensinar 
alunos com características distintas. Tendo isso em vista, 
elabore uma pequena palestra, colocando-se como 
coordenador de uma escola regular, para preparar os 
professores que receberão alunos com necessidades 
educacionais especiais. Lembre-se de explicar as diferentes 
funções assumidas por professores comuns com os de ensino 
especial e os serviços de apoio que a instituição têm 
disponíveis para auxiliar nos trabalhos. 
 
 
 
Aula 3 – Salas de Recursos Multifuncionais 
 
Apresentação da aula 3 
 
Esta aula será composta pela apresentação do Programa de Implantação 
das Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) nas escolas brasileiras, suas 
normas, características, composição de materiais, estrutura física e os tipos para 
atendimento das diferentes necessidades educacionais especiais. O objetivo é 
que seja possível compreender de que maneira as salas se inserem no contexto 
 
32 
 
de educação inclusiva e sua forma de atuação, esclarecendo que elas não 
devem ser consideradas como reforço em relação às classes regulares, mas sim, 
tendo o enfoque de complementação dos trabalhos, diante das especificidades 
dos alunos. Também serão apresentados os recursos de tecnologia assistiva 
que garantem a acessibilidade e recursos para aumentar ou promover as 
capacidades funcionais e de autonomia das pessoas com necessidades 
especiais. 
 
3.1 As salas de recurso como política pública 
 
O primeiro documento oficial foi a Portaria Normativa n° 13/2007 (BRASIL, 
2007) que instituiu o Programa de Implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais como parte integrante do Plano de Desenvolvimento da 
Educação (PDE), que objetivava apoiar os sistemas de ensino na implantação 
de salas de recursos multifuncionais para a realização do Atendimento 
Educacional Especializado, complementar ou suplementar à escolarização. 
Porém, as políticas públicas a respeito da implantação das salas de 
recursos multifuncionais (SRM) foram definidas e efetivadas por meio dos 
Decretos nº 6.571/2008 e n° 7611/2011. O primeiro institui o financiamento por 
parte da União por meio do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica) da dupla matrícula dos alunos com deficiências, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação nas 
turmas de ensino regular e no AEE, pois para esta nova realidade era necessário 
subsídio do governo para viabilizar esse atendimento. O segundo decreto define 
as salas de recursos multifuncionais como ambientes dotados de equipamentos, 
mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento 
educacional especializado. 
Dessa forma, iniciou-se o programa de implantação das salas 
multifuncionais, partindo-se de uma nova organização das escolas comuns, 
superando os modelos de integração, nos quais os alunos com necessidades 
precisavam se adaptar aos ambientes, para a proposta de inclusão, na qual a 
escola deve cumprir sua função social, valorizando as diferenças. 
 
 
 
33 
 
3.2 Implantação das SRM 
 
O Programa de Implantação das SRM, de acordo com o MEC, visa 
disponibilizar um conjunto de equipamentos de informática, mobiliários, materiais 
pedagógicos e de acessibilidade para a organização do espaço de atendimento 
educacional especializado nas escolas públicas de ensino regular. Sendo assim, 
a responsabilidade de âmbito federal seria de financiamento, enquanto que a 
responsabilidade das esferas estaduais e municipais, com suas redes de ensino, 
para poderem compor este programa, seria disponibilizar espaço físico para 
implantação dos equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos 
de acessibilidade, além do professor para atuar no AEE. 
 
3.2.1 Critérios para implantação das SRM 
 
 Para que estados e municípios possam ser contemplados com as 
doações do governo federal para implantação das salas de recursos 
multifuncionais, cabe aos gestores o planejamento da oferta do AEE e a 
indicação das escolas que serão equipadas para desenvolver o serviço, de 
acordo com as demandas da rede, devendo atender os seguintes critérios: 
 
➢ A secretaria de educação a qual se vincula a escola deve ter 
elaborado o Plano de Ações Articuladas (PAR), o qual se compõe 
do registro das demandas, baseadas no diagnóstico da realidade 
educacional; 
➢ A escola deve, obrigatoriamente, ser da rede pública de ensino 
regular, ter matrícula de estudantes (público-alvo) da educação 
especial nas classes comuns e ter espaço físico disponível, ou 
seja, salas e instalações que possam receber os equipamentos e 
mobiliários para atendimento dos alunos; 
➢ Os sistemas de ensino dos estados e municípios ficam 
encarregados da contratação de professores devidamente 
habilitados e especializados para atuação no AEE. 
 
Carla Eduarda Bonifácio
 
34 
 
Para tanto, é necessário que as redes de ensino efetuem, também, a 
adesão, cadastro e indicação das escolas selecionadas para compor o 
Programa, devendo informar as escolas de sua indicação, monitorar a entrega e 
instalação das salas, orientar a adequação dos documentos oficiais das escolas 
com a oferta do AEE no Projeto Político Pedagógico (PPP), acompanhando a 
organização e oferta do serviço, validar as informações dos alunos por meio do 
Censo Escolas MEC/INEP, promover a assistência técnica e manutenção dos 
recursos, apoiar e fornecer a formação continuada dos professores para o AEE. 
 
3.3 Tipos e composições das Salas de Recursos Multifuncionais 
 
As salas de recursos multifuncionais podem ser de Tipo I e Tipo II; a 
primeira pode atender alunos com deficiência intelectual, surdez, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação e a segunda é 
voltada aos alunos com deficiência visual, tanto cegueira como baixa visão. 
 
3.3.1 Composição das SRM tipo I 
 
 A sala tipo I é composta de equipamentos, mobiliários e materiais 
didáticos e pedagógicos assim distribuídos: 
 
Equipamentos Materiais Didático/Pedagógico 
02 Microcomputadores 01 Material Dourado 
01 Laptop 01 Esquema Corporal 
01 Estabilizador 01 Bandinha Rítmica 
01 Scanner 01 Memória de Numerais l 
01 Impressora laser 01 Tapete Alfabético Encaixado 
01 Teclado com colmeia 01 Software Comunicação Alternativa 
01 Acionador de pressão 01 Sacolão Criativo MontaTudo 
01 Mouse com entrada para acionador 01 Quebra Cabeças - sequência lógica 
01 Lupa eletrônica 01 Dominó de Associação de Ideias 
Mobiliários 01 Dominó de Frases 
01 Mesa redonda 01 Dominó de Animais em Libras 
04 Cadeiras 01 Dominó de Frutas em Libras 
01 Mesa para impressora 01 Dominó tátil 
01 Armário 01 Alfabeto Braille 
01 Quadro branco 01 Kit de lupas manuais 
02 Mesas para computador 01 Plano inclinado – suporte para leitura 
02 Cadeiras 01 Memória Tátil 
Fonte: MEC/2010 – Manual de Orientação: Programa de Implantação de Salas de 
Recursos Multifucnionais 
 
35 
 
3.3.2 Composição das SRM tipo II 
 
As salas do tipo II contêm os mesmos recursos da sala tipo I, mais os 
recursos de acessibilidade específicos para alunos com deficiência visual, para 
suprir as necessidades de leitura, escrita e cálculo, definidos por: uma 
impressora Braille pequena; uma máquina de datilografia Braille; um reglete de 
mesa; uma punção; um sorobã; um guia de assinatura; um kit de desenho 
geométrico e uma calculadora sonora. 
 
3.4 Tecnologia assistiva 
 
A Tecnologia Assistiva (TA) se caracteriza pelo conjunto de recursos 
disponibilizados para ajudar pessoas com necessidades especiais para ampliar 
a mobilidade, a comunicação e a aprendizagem, com a finalidade de possibilitar 
uma vida mais fácil, acessível e independente, como consequência, promovendo 
melhor qualidade de vida e inclusão social. 
Atualmente, com o avanço das pesquisas e da tecnologia de modo geral, 
está sendo possível viabilizar novas práticas, recursos, materiais, serviços e 
produtos com vistas à promoção da inclusão. Dessa forma, a tecnologia assistiva 
extrapola os muros das escolas, estando presente nas diversas áreas sociais, 
por intermédio da participação de diversos profissionais, que contribuem com 
inovações para benefício da parcela da sociedade composta por pessoas com 
necessidades especiais. 
As tecnologias assistivas infiltram-se em vários segmentos, como na 
saúde, informática, engenharia e design, psicologia, recursos humanos e, mais 
importante neste caso, na educação. Como exemplos de TAs nesses setores, 
existem: 
 
➢ Saúde: recursos voltados ao bem-estar e qualidade de vida, tanto 
clínica como assistencial, com recursos fonoaudiológicos, 
ortopédicos, terapias ocupacionais e no apoio neuropsicomotor. 
➢ Informática: criação de dispositivos e softwares que favorecem 
principalmente o acesso às informações e ampliam as 
possibilidades de comunicação e leitura, permitindo a interação. 
 
36 
 
➢ Engenharia e design: esses setores atuam diretamente nas 
questões de mobilidade, tanto residencial como urbana, nos 
espaços particulares ou públicos, por meio da eliminação das 
barreiras arquitetônicas. 
➢ Psicologia: campo que se une à saúde e à educação, por meio da 
intervenção, principalmente com pessoas com algum transtorno 
global do desenvolvimento, que prejudique a interação social, 
promovendo apoio tanto ao indivíduo como para sua família, com 
métodos e técnicas específicas de trabalho que incluem a 
comunicação alternativa. 
➢ Recursos humanos: atua no âmbito profissional, promovendo a 
conscientização do mercado de trabalho a respeito da 
potencialidade das pessoas com necessidade especiais, apoiando 
a capacitação, contratação, adequação dos espaços para 
alavancar a independência financeira e autosustento desses 
indivíduos. 
 
Diante do exposto, pode-se considerar exemplos de tecnologias 
assistivas as rampas de acesso nas vias públicas e nas edificações, os 
banheiros adaptados, andadores e cadeiras de rodas, adaptação de veículos, 
lupas manuais e eletrônicas, softwares leitores de tela ou plataformas com 
tradução Língua Portuguesa/Libras, aparelhos e próteses, pranchas de 
comunicação alternativa, métodos de ensino, entre outras. 
 
3.4.1 Tecnologia assistiva na educação 
 
A partir da inserção de pessoas com deficiência na rede regular, novas 
necessidades foram surgindo e, dessa maneira, as escolas precisam se adaptar 
às necessidades dos alunos. Nesse contexto, faz-se importante a preparação 
dos profissionais da instituição para acolher e atender com qualidade, assim 
como prover todos os recursos que serão necessários para a convivência 
cotidiana, mobilidade, acesso e aprendizagem dos alunos. 
Na escola, como na sociedade, ainda estão presentes situações de 
preconceito e discriminação, o que obviamente prejudica a efetivação da 
 
37 
 
inclusão. Porém, quando os professores começam a encarar os alunos com 
deficiência ou altas habilidades a partir do seu potencial, das suas capacidades 
e, também, de suas possibilidades, é possível criar rotas alternativas de trabalho 
sem os equívocos de que a inclusão e o uso das tecnologias assistivas sejam 
meros facilitadores para diminuir as dificuldades. A ideia é que sejam recursos 
para estimular, desafiar e garantir o acesso, ou seja, para que sejam respeitadas 
suas diferenças e atendidas as suas necessidades. 
Aqui ressalta-se a importância de diferenciar dois conceitos: igualdade e 
equidade. A igualdade supõe que sejam ofertadas condições e situações 
idênticas para todos. Já a equidade parte do senso de justiça, reconhecendo os 
direitos individuais, mas que promove a igualdade de oportunidades e condições, 
sem que necessariamente sejam disponibilizadas exatamente os mesmos 
recursos. 
 
 
Igualdade e equidade 
Fonte: https://programaelas.com.br/diferenca-de-equidade-e-igualdade-de-genero/ 
 
Portanto, para que alunos com necessidades especiais participem 
ativamente na construção do próprio conhecimento, é fundamental que tenham 
condições de exercitar sua capacidade de pensar, comparar e formular suas 
hipóteses, relacionando conteúdos e conceitos, mas isso só será possível na 
medida em que houver a disponibilidade dos recursos de acessibilidade. 
Contudo, no ambiente escolar, os recursos e adaptações devem ser planejados 
e acompanhados por profissionais especializados, com o intuito de garantir o uso 
https://programaelas.com.br/diferenca-de-equidade-e-igualdade-de-genero/
 
38 
 
correto e o bom proveito deles no ambiente escolar, pois não basta estarem 
disponíveis, sendo imprescindível que sejam funcionais. 
Em termos práticos, pode-se pensar inicialmente na grande variedade de 
recursos simples e de baixo custo, que podem e devem ser aproveitados nas 
turmas inclusivas e no AEE, dependendo do tipo de necessidade específica de 
cada aluno, tais como: suportes para visualização de textos ou livros; fixação do 
papel ou caderno na mesa com fitas adesivas; engrossadores de lápis ou caneta; 
substituição da mesa por pranchas de madeira ou acrílico fixadas na cadeira de 
rodas; artefatos simples como uma colher adaptada, uma bengala; e muitas 
outras possibilidades. Da mesma forma, há também vários recursos de maior 
custo, como sofisticados sistemas computadorizados que exigem investimentos, 
e que dependem das condições na escola, do sistema ou rede a que está 
submetida e dos professores especializados, que farão a mediação para uso 
dessas TAs. São exemplos de recursos de tecnologias assistivas: 
 
 
Talher adaptado 
Fonte: https://www.pratiflex.com.br/produto/44766/suporte-para-segurar-talher-
substituicao-de-preensao-economica 
 
https://www.pratiflex.com.br/produto/44766/suporte-para-segurar-talher-substituicao-de-preensao-economica
https://www.pratiflex.com.br/produto/44766/suporte-para-segurar-talher-substituicao-de-preensao-economica
 
39 
 
 
Tesoura adaptada 
Fonte: https://d26lpennugtm8s.cloudfront.net/stores/922/071/products/tesoura-
adaptada-21-6aca78de225bfc504f15743443557555-1024-1024.jpg 
 
 
Lápis adpatado 
Fonte: https://www.reab.me/wp-content/uploads/2017/03/fixador-.jpg 
 
 
Lupa eletrônica 
Fonte: https://produtosassistivos.com.br/wp-content/uploads/2018/08/Lupa-Bolinha-
3.jpg 
https://produtosassistivos.com.br/wp-content/uploads/2018/08/Lupa-Bolinha-3.jpg
https://produtosassistivos.com.br/wp-content/uploads/2018/08/Lupa-Bolinha-3.jpg

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