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EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros EDO de 2a Ordem por Ab́ılio Lemos Universidade Federal de Viçosa Departamento de Matemática-CCE Aulas de MAT 147 - 2024-1 Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros EDO homogênea com coeficientes constantes Prinćıpio da Superposição Definição 1 Uma EDO de segunda ordem tem a forma: y ′′ = f (x , y , y ′) (1) A EDO (1) é dita linear se a função f pode ser escrita como f (x , y , y ′) = g(x)− p(x)y ′ − q(x)y . Assim, a EDO (1) se torna y ′′ + p(x)y ′ + q(x)y = g(x). Lembremos que, no caso em que g(x) = 0, a EDO é homogênea. Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros EDO homogênea com coeficientes constantes Prinćıpio da Superposição Definição 2 Uma EDO homogênea com coeficientes constantes é dada por ay ′′ + by ′ + cy = 0, com a ̸= 0, b, c ∈ R. (2) Uma solução para a EDO (2) é y(x) = erx , onde r é raiz de ar2 + br + c = 0. (3) A equação (3) é chamada equação caracteŕıstica da EDO (2). Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros EDO homogênea com coeficientes constantes Prinćıpio da Superposição 1o Caso: As ráızes r1 e r2 da equação (3) são reais e distintas. Neste caso, y(x) = er1x e y(x) = er2x são soluções de (2) e portando y(x) = Aer1x + Ber2x , com A,B ∈ R, também é solução de (2). Exemplos: Resolva as EDO’s abaixo. (a) y ′′ + y ′ − 2y = 0; (b) 2y ′′ − 6y ′ + 4y = 0; (c) y ′′ + 2y ′ − 3y = 0. (d) 2y ′′ − 3y ′ + y = 0; (e) 4y ′′ − 9y ′ = 0; (f) y ′′ − 2y ′ − 2y = 0. Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros EDO homogênea com coeficientes constantes Prinćıpio da Superposição Considere a EDO homogênea y ′′ + p(x)y ′ + q(x)y = 0 (4) Teorema (Prinćıpio da Superposição): Se y1(x) e y2(x) são soluções de (4), então y(x) = Ay1(x) + By2(x), com A,B ∈ R, também é solução de (4). Vamos chamar a solução y(x) = Ay1(x) + By2(x) de solução geral da EDO. Posteriormente explicaremos porque essa solução é chamada assim. Exemplo: Determine a solução geral da EDO y ′′ − 2y ′ − 15y = 0. Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros Teorema (D’Alembert): Sejam y1(x) uma solução, não nula, da EDO y ′′ + p(x)y ′ + q(x)y = 0, (5) então a substituição y(x) = v(x)y1(x) transforma a EDO (5) em uma EDO linear homogênea de ordem 1 para v ′ = dv dx . Além disso, se v1(x) é uma solução, não nula, dessa EDO de ordem 1, então v1(x)y1(x) é outra solução de (5). Assim, toda solução de (5) é da forma y(x) = Ay1(x) + Bv1(x)y1(x), com A,B ∈ R. Exemplo: Verifique que y1(x) = x é solução da EDO x2y ′′ − x(x + 2)y ′ + (x + 2)y = 0 e depois determine a solução geral da EDO. Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros 2o Caso: As ráızes r1 e r2 da equação ar2 + br + c = 0 são reais e iguais, ou seja, r1 = r2 = r . Neste caso, y1(x) = erx e y2(x) = v(x)erx são soluções da EDO ay ′′ + by ′ + cy = 0 e portando qualquer solução da EDO é da forma y(x) = Aerx + Bv(x)erx , com A,B ∈ R. Exemplo: Determine a solução geral da EDO 4y ′′ − 12y ′ + 9y = 0. Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros 3o Caso: As raizes r1 e r2 da equação ar2 + br + c = 0 são complexas conjugadas, ou seja, r1 = α+ βi e r2 = α− βi . Neste caso, ỹ1(x) = e(α+βi)x e ỹ2(x) = e(α−βi)x são soluções da EDO ay ′′ + by ′ + cy = 0 (só que são complexas). Usando alguns argumentos algébricos podemos mostrar que eαx cosβx e eαxsenβx são soluções da EDO e portando qualquer solução da EDO é da forma y(x) = Aeαx cosβx + Beαxsenβx , com A,B ∈ R. Exemplo: Determine a solução geral da EDO y ′′ + 2y ′ + 5y = 0. Exerćıcio: Determine a solução geral da EDO y ′′ + b2y = 0, com b ∈ R. Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros Teorema de Existência e Unicidade para EDO’s de 2a ordem Definição 3 Um problema de valor inicial (PVI) é uma EDO com uma condição inicial, ou seja, y ′′ + p(x)y ′ + q(x)y = 0, y(x0) = y0, y ′(x0) = y ′0 Exemplo: Determine a solução do PVI’s abaixo. (a) y ′′ + 2y ′ + y = 0, y(0) = 1, y ′(0) = 2; (b) 6y ′′ − 5y ′ + y = 0, y(0) = 4, y ′(0) = 0; (c) y ′′ + 4y ′ + 3y = 0, y(0) = 2, y ′(0) = −1; (d) y ′′ + 8y ′ + 25y = 0, y(π/3) = 1, y ′(π/3) = 0; (e) y ′′ + 4y ′ + 4y = 0, y(0) = 1, y ′(0) = 1. Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros Teorema de Existência e Unicidade para EDO’s de 2a ordem Teorema 1 O PVI y ′′ + p(x)y ′ + q(x)y = f (x), y(x0) = y0 e y ′(x0) = y ′0, (6) para p(x), q(x) e f (x) cont́ınuas em um intervalo aberto I contendo x0, tem única solução em I . Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros Considere o PVI: y ′′ + p(x)y ′ + q(x)y = 0, y(x0) = y0, y ′(x0) = y ′0 (7) em que y0 e y ′0 são condições iniciais dadas no problema. Teorema: Sejam y1(x) e y2(x) duas soluções da EDO (7) tais que, em um ponto x0 ∈ R, det [ y1(x0) y2(x0) y ′1(x0) y ′2(x0) ] ̸= 0. Então para todo par de condições iniciais (y0, y ′ 0) o PVI (7) tem uma única solução y(x) = Ay1(x) + By2(x). Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros Definição 4 (1) O determinante W [y1, y2] = det [ y1(x0) y2(x0) y ′1(x0) y ′2(x0) ] é chamado Wronskiano das funções y1(x) e y2(x) em x0. (2) Se y1(x) e y2(x) são duas soluções de (7) tais que W [y1, y2] ̸= 0 em x0 ∈ R, então essas soluções são chamadas soluções fundamentais. (3) Se y1(x) e y2(x) são soluções fundamentais de (7), então a faḿılia de soluções y(x) = Ay1(x) + By2(x), com A,B ∈ R, é chamada solução geral de (7). Duas soluções satisfazendo (2) e (3) formam um conjunto fundamental de soluções. Ab́ılio Lemos Departamento de Matemática – UFV EDO de 2a Ordem Redução de ordem PVI de 2a ordem Conjunto fundamental de soluções Método da Variação de Parâmetros Temos W [er1x , er2x ] = (r2 − r1)e (r1+r2)x ̸= 0, pois r1 ̸= r2 W [erx , xerx ] = e2rx ̸= 0 e W [eαx cosβx , eαxsenβx ] = βe2αx ̸= 0, pois β ̸= 0 já que b2 − 4acsão soluções das EDO’s e se elas formam um conjunto fundamental de soluções. (a) y ′′ + 4y = 0; y1(x) = cos 2x e y2(x) = sen 2x; (b) y ′′ − 2y ′ + y = 0; y1(x) = ex e y2(x) = xex ; (c) x2y ′′ − x(x + 2)y ′ + (x + 2)y = 0; x > 0; y1(x) = x e y2(x) = xex ; (d) (1− xcotg x)y ′′ − xy ′ + y = 0; 0