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REVISÃO – ELETROFISIOLOGIA SLIDE 1 Introdução à Eletrofisiologia da Audição: Estuda a atividade elétrica gerada pelo sistema auditivo em resposta a estímulos sonoros, permitindo avaliar a função auditiva desde a cóclea até o córtex cerebral. O que é ERA (Audiometria de Respostas Elétricas)? Método que avalia a atividade eletrobiológica do sistema auditivo, sendo essencial para diagnósticos auditivos e pesquisas. Desenvolvimento do PEATE: · 1939: Primeiras respostas auditivas captadas por Davis. · 1945: Detecção de potenciais sensoriais da orelha interna. · 1960: Desenvolvimento do promediador para extração de respostas eletrobiológicas. · 1970-80: Avanços tecnológicos aumentam a confiabilidade dos exames. · 1971: Jewett e Willitson desenvolvem o PEATE. Como o som é transformado em sinal elétrico? Onda sonora atinge a orelha interna → vibração da membrana basilar → movimentação das células ciliadas → geração de impulsos elétricos → ativação dos neurônios auditivos → envio de sinais elétricos para o cérebro. Importância Clínica: · Diagnóstico de lesões auditivas. · Identificação de deficiências auditivas sensorioneurais. · Aplicação em crianças e pacientes neurológicos. · Complemento no diagnóstico de distúrbios do processamento auditivo. Aplicações Clínicas: · Detecção precoce de perda auditiva. · Avaliação de zumbido e perda auditiva neurossensorial. · Monitoramento intraoperatório. · Diagnóstico de neuropatias auditivas. Tipos de Potenciais Evocados Auditivos: · PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico). · Eletrococleografia (ECochG). · Potenciais de Média Latência (MLR). · Potencial Miogênico Evocado (VEMP). · P300 e Audiometria de Estado Estável. Princípios da Medição Eletrofisiológica: Uso de eletrodos para captar sinais elétricos do sistema auditivo. Tipos de estímulos utilizados: · Cliques (sons curtos de alta frequência). · Tone Burst (sons mais longos para frequências específicas). O sinal captado é amplificado e processado para análise. Fatores que Influenciam os Resultados: · Intensidade e frequência do estímulo sonoro. · Estado do paciente (acordado ou dormindo). · Presença de ruído no ambiente de teste. SLIDE 2 Introdução à Triagem Auditiva Neonatal (TAN): · Objetivo: Identificar precocemente perdas auditivas congênitas. · Teste auditivo realizado logo após o nascimento para identificar perdas auditivas. · Diagnosticar e intervir rapidamente para evitar impactos na comunicação e desenvolvimento social · A audição é essencial para o desenvolvimento da fala e da linguagem. Importância da Triagem Auditiva Neonatal: · Perda auditiva neonatal pode impactar a comunicação e aprendizado. · O diagnóstico precoce melhora o prognóstico e o desenvolvimento da criança. Legislação sobre a TAN no Brasil: · Lei Federal 12.303/2010 torna obrigatória a realização do exame em todos os hospitais e maternidades. · Diretrizes do SUS garantem acesso gratuito ao exame. · Recomendações do CDC/EHDI 1.Triagem antes de 1 mês de vida (preferencialmente na maternidade). 2.Diagnóstico antes dos 3 meses de vida (se houver falha na triagem). 3.Intervenção antes dos 6 meses de vida (caso confirmada a perda auditiva). Fatores de Risco para Perda Auditiva Neonatal: · Histórico familiar de surdez. · Prematuridade (UTI +5 dias) · Infecções congênitas (sífilis,citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola). · Meningite bacteriana; · Alterações craniofaciais · Uso de medicamentos ototóxicos. JCIH 2000 Lista completa dos fatores de risco utilizada no BR; Recomenda monitoramento auditivo até os 2anos para bebês de alto risco; *2010: reduziu o número de indicadores de risco, por isso não é usado no BR (aqui tem alta prevalência de infecções congênitas e a realidade não condiz com a nossa). Protocolo TAN Garante que todos os RN sejam testados para perda auditiva antes da alta hospitalar e, se necessário, encaminhados para diagnostico e Intervenção Precoce. O QUE PODE ACONTECER SE HOUVER FALHA E NÃO FIZER RETESTE: Atraso no diagnóstico → Perda auditiva não identificada → Atrasos no desenvolvimento da linguagem e comunicação. FLUXOGRAMA ✅ Triagem com EOA + Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático (PEATE-A). ✅ Monitoramento a cada 6 meses até os 2 anos. ❌ Se falhar → Encaminhamento imediato para PEATE e avaliação especializada. Métodos Utilizados na TAN: · Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA): Mede a resposta das células ciliadas externas da cóclea. · Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico (PEATE): Avalia a condução neural do estímulo sonoro até o tronco encefálico. Critérios para um Programa de Triagem Auditiva Neonatal Efetivo: · Universalidade: Deve ser aplicada a todos os recém-nascidos. · Testes confiáveis e de baixo custo. · Diagnóstico e intervenção antes dos 6 meses de idade. Passos do Processo de Triagem Auditiva: · 1ª etapa: Teste inicial com EOA ou PEATE. · 2ª etapa: Reteste para casos que falharam na primeira triagem. · 3ª etapa: Encaminhamento para diagnóstico completo caso haja falha no reteste. Importância do Diagnóstico Precoce: · Intervenção antes dos 6 meses melhora o desenvolvimento da linguagem. · Redução do impacto na comunicação e aprendizado futuro. Resultados da Triagem Auditiva: · "Passa": Audição normal; acompanhamento apenas em casos de risco. · "Falha": Necessário reteste e, se necessário, avaliação diagnóstica aprofundada. Desafios da TAN no Brasil: Altas taxas de perda no acompanhamento (40% dos bebês que falham no teste inicial não voltam para reavaliação). Falta de estrutura em hospitais menores. Desinformação dos pais e profissionais da saúde. Escassez de fonoaudiólogos capacitados para realizar a TAN. O QUE PODEMOS FAZER PRA MELHORAR? Melhor comunicação com as famílias Programas de conscientização Ampliação do acesso aos exames. O QUE DEVE SER REGISTRADO NA TAN? ✅ Prontuário do recém-nascido ✅ Resumo da alta hospitalar ✅ Caderneta de saúde da criança ✅ Banco de dados do serviço de triagem auditiva O QUE PODE ACONTECER SE OS RESULTADOS DA TRIAGEM AUDITIVA NÃO FOREM REGISTRADOS CORRETAMENTE? Bebê pode não retornar para reavaliação → Perda auditiva não identificada → Atrasos no desenvolvimento da linguagem. ANDRADE, C. R. F. Diagnóstico e intervenção precoce no tratamento das gagueiras infantis. Barueri: Pró-Fono, 2004. ANDRADE, C. R. F. Protocolo para avaliação da fluência da fala. São Paulo: Pró-Fono, 2004. BARBOSA, L. M. G.; CHIARI, B. M. Gagueira: etiologia, prevenção e tratamento. 2. ed. Barueri: Pró-Fono, 2005. DEGIOVANI, V. M.; CHIARI, B. M.; SCHIEFER, A. M. Disfluência: caracterização dos tipos e frequência de ocorrência em um grupo de escolares. Pró-Fono, v. 11, n. 1, p. 32-37, 1999. JAKUBOVICZ, R. A gagueira: teoria e tratamento de adultos e crianças. 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1997. MERÇON, S. M. DE A.; NEMR, K. Gagueira e disfluência comum na infância: análise das manifestações clínicas nos seus aspectos qualitativos e quantitativos. Revista CEFAC, v. 9, n. 2, p. 174–179, jun. 2007.