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Nutrição esportiva: precisão, prática e prioridade de saúde
A nutrição esportiva deixou de ser um conjunto de “dicas” para se constituir em campo técnico essencial à performance, à recuperação e à longevidade do atleta. Em editoriais como este, é imperativo combinar rigor científico com prescrições práticas: orientar procedimentos nutricionais individualizados, explicitar limites de intervenção e pautar decisões pela relação risco-benefício. Abaixo, apresento princípios técnicos e instruções aplicáveis a treinadores, nutricionistas e atletas que visam otimizar rendimento sem sacrificar saúde.
Princípios gerais e metas
- Defina objetivos mensuráveis: rendimento (potência, tempo, resistência), composição corporal (massa magra vs. gordura), recuperação (tempo até treino seguinte) e biomarcadores (ferro, vitamina D, função renal).
- Priorize adequação energética. Déficits crônicos comprometem desempenho, função hormonal e imunidade. Para atletas em restrição, programe periodização calórica e preserve proteína e treinamento de força para minimizar perda de massa magra.
- Individualize: sexo, idade, fase do ciclo menstrual, modalidade, intensidade e volume de treino, contexto competitivo e preferências alimentares influenciam prescrições.
Macronutrientes: quantidades e temporização
- Carboidratos: são a moeda energética para exercícios de alta intensidade. Recomende 3–12 g/kg/dia dependendo da carga (3–5 g/kg em treinos leves; 6–10 g/kg em treinos intensos; até 12 g/kg em períodos de alto volume). Faça reposição estratégica: 1–1,2 g/kg/h nas primeiras horas pós-exercício, se houver múltiplas sessões.
- Proteínas: mantenha ingestão de 1,4–2,0 g/kg/dia para a maioria dos atletas; 1,6–2,4 g/kg/dia pode ser indicado em fases de ganho de massa magra ou restrição calórica. Distribua 20–40 g de proteína de alta qualidade a cada 3–4 horas e inclua 0,3–0,4 g/kg na janela pós-exercício para estimular síntese proteica.
- Gorduras: assegure 20–35% do total energético, priorizando fontes insaturadas. Não sufoque ingestão de gordura em detrimento de carboidrato quando alta intensidade é exigida.
Hidratação e eletrólitos
- Avalie perdas por sudorese (avaliação de peso pré/pós-treino). Reponha aproximadamente 150% do déficit hídrico nas horas seguintes. Inclua sódio em exercícios prolongados ou com grande sudorese (30–60 mmol/L em bebidas de reposição).
- Evite hidratação excessiva imediata que leve a hiponatremia; instrua reposição ponderada.
Suplementação baseada em evidência
- Priorize alimentos integrais; utilize suplementos quando benefício comprovado ou quando a dieta é insuficiente.
- Compostos com utilidade comprovada: creatina monohidratada (3–5 g/dia para força/potência), cafeína (3–6 mg/kg antes do exercício, conforme tolerância), beta-alanina (suplementação crônica para esforços de 1–4 minutos), nitratos (beterraba) para resistência em atividades submáximas.
- Use vitamina D e ferro com monitoramento laboratorial; recomende suplementação apenas quando comprovada deficiência.
- Cuidado com produtos contaminados/atletas sujeitos a doping: prefira suplementos certificados por programas de qualidade.
Periodização nutricional e estratégias de treino
- Periodize carboidratos conforme intensidade: sessões de “low-carb” apenas quando objetivo metabólico justifique e com supervisão, nunca durante fases de alta intensidade onde glicogênio é crítico.
- Planeje refeições pré-treino leves e digestíveis: 1–4 g/kg de carboidrato 1–4 horas antes, ajustando conforme tolerância gastrointestinal.
- Pós-treino: combine carboidrato e proteína de rápida absorção para reposição de glicogênio e síntese proteica; se a próxima sessão ocorrer após 24 horas, foco na refeição global do dia.
Recuperação, sono e composição corporal
- A nutrição deve apoiar sono e recuperação: evite grandes refeições tardias somente quando prejudicarem sono; priorize refeições ricas em triptofano e carboidratos complexos quando necessário.
- Ao buscar redução de gordura, maneje déficit moderado (≤20% do gasto energético) e preserve proteína e treino de força. Reduções abruptas aumentam risco de lesão e perda de performance.
Monitoramento e avaliação
- Meça progresso com métricas objetivas: composição corporal por métodos validados, força/potência, testes de performance e exames laboratoriais (ferro, TSH, testosterona/estradiol quando indicado).
- Registre ingestão alimentar com métodos semiprecisos (24h, diário fotográfico) e interprete qualitativamente: padrões consistentes importam mais que flutuações.
Ética, comunicação e educação
- Atue em equipe interdisciplinar. Nutricionistas esportivos devem orientar, treinar e educar atletas sobre riscos de estratégias extremas (p. ex. privação calórica, diuréticos, restrição alimentar não supervisionada).
- Eduque atletas sobre leitura de rótulos, manipulação segura de suplementos e sinais de alerta (fadiga sem causa aparente, quedas de desempenho, ciclos menstruais irregulares).
Conclusão editorial
Nutrição esportiva é prática clínica e ciência aplicada: erros de prescrição são literalmente danosos ao desempenho e à saúde. Recomendo abordagem baseada em evidências, periodização nutricional alinhada ao treinamento e monitoramento contínuo. A intervenção mais eficaz alia avaliação técnica, comunicação clara e ajustes pragmáticos — a nutrição deve ser instrumento de performance sem comprometer integridade física e bem-estar.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Quanto carboidrato consumir antes de uma prova de 90 minutos?
Resposta: 1–4 g/kg nas 1–4 horas pré-prova; 30–60 g/h durante o esforço se intensa.
2) Qual a quantidade ideal de proteína por refeição?
Resposta: 20–40 g por refeição, ou 0,3–0,4 g/kg, distribuída a cada 3–4 horas.
3) Creatina é segura e quando usar?
Resposta: Sim, 3–5 g/dia é seguro para adultos saudáveis; indicada para força/potência com acompanhamento.
4) Como evitar cãibras e desidratação em treinos longos?
Resposta: Hidratar conforme perda ponderal, repor sódio durante sessões longas e manter ingestão adequada de carboidratos e eletrólitos.
5) Mulheres atletas precisam de atenção especial?
Resposta: Sim — monitore ferro, energia disponível e ciclo menstrual; ajuste calorias e macro proporções conforme fases e sintomas.

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