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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ERIC LUIZ CAETANO FELIPE TOLEDO DE ALMEIDA JACKSON MORETTI JÚLIO CÉSAR DROSZCZAK MATHEUS NATÃ DE OLIVEIRA TPM – MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL CURITIBA 2016 ERIC LUIZ CAETANO FELIPE TOLEDO DE ALMEIDA JACKSON MORETTI JÚLIO CÉSAR DROSZCZAK MATHEUS NATÃ DE OLIVEIRA TPM – MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito avaliativo do primeiro bimestre da disciplina de Engenharia de Manutenção. Professor: Paulo Lagos. CURITIBA 2016 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 1. O QUE É TPM? .......................................................................................... 2 2. ORIGEM TPM ............................................................................................. 2 3. PROPÓSITOS DO TPM ............................................................................. 3 4. OBJETIVOS DA TPM: ................................................................................ 4 4.1. AS 4 REGRAS BÁSICAS DA TPM: ...................................................... 4 4.2. AS DUAS MELHORIAS BÁSICAS GERADAS PELA TPM. .................. 4 4.2.1. 1º. Melhoria do PESSOAL ............................................................ 4 4.2.2. 2º. Melhoria do EQUIPAMENTO .................................................. 5 5. OS 8 PILARES DA TPM. ............................................................................ 7 5.1. AS OITO CHAVES ESTRATÉGICAS DO TPM – OU OS OITO PILARES DO TPM .............................................................................................. 7 5.2. O QUE FAZ O TPM DIFERENTE ......................................................... 9 6. 1º PILAR - MANUTENÇÃO AUTÔNOMA. ................................................. 9 6.1. IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO AUTÔNOMA ............................ 11 7. 2º PILAR - MANUTENÇÃO PLANEJADA ............................................... 12 7.1. FILOSOFIA DA MANUTENÇÃO PLANEJADA: .................................. 12 7.2. PRODUÇÃO: ..................................................................................... 12 7.3. MANUTENÇÃO:................................................................................. 13 7.4. OS SEIS PASSOS DA MANUTENÇÃO PLANEJADA ........................ 13 7.5. AS 7 ETAPAS PARA A MANUTENÇÃO PLANEJADA. ...................... 15 8. 3º PILAR - MELHORIAS ESPECÍFICAS. ................................................. 15 8.1. SEIS PASSOS PARA MELHORIAS ESPECÍFICAS........................... 16 9. 4º PILAR - EDUCACÃO E TREINAMENTO ............................................. 19 9.1. AS HABILIDADES SÃO CLASSIFICADAS EM 5 FASES: .................. 19 9.2. HABILIDADES SOLICITADAS AOS OPERADORES: ........................ 20 9.3. HABILIDADES SOLICITADAS AOS MANTENEDORES: ................... 20 9.4. AS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO E TREINAMENTO SÃO PARTE DE SEIS ETAPAS: ................................................................................................. 20 10. 5º PILAR - CONTROLE INICIAL. ............................................................. 21 10.1. CUSTO DO CICLO DE VIDA (CCV – LIFE CYCLE COST) ................ 22 10.2. OS CUSTOS QUE COMPÕEM O CCV SÃO: ..................................... 23 10.3. ATIVIDADES DO CONTROLE INICIAL: ............................................. 23 11. 6º PILAR - MANUTENÇÃO DA QUALIDADE .......................................... 26 12. 7º PILAR – ECO (SAÚDE SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE) .............. 27 12.1. OS ENFOQUES DESTE PILAR SÃO ELIMINAR: .............................. 29 12.1.1. Regras básicas de segurança:.................................................... 29 12.2. SETE ETAPAS PARA SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO-AMBIENTE .. 30 13. 8º PILAR - TPM OFFICE (ADMINISTRATIVO). ....................................... 30 13.1. TIME DE MELHORIAS ....................................................................... 31 CONCLUSÃO .................................................................................................. 33 REFERÊNCIAS................................................................................................ 34 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1 – EVOLUÇÃO TPM. .......................................................................... 3 FIGURA 2 – TPM NA TOYOTA. .......................................................................... 3 FIGURA 3 – OS 8 PILARES DA TPM.................................................................. 7 FIGURA 4 - TABELA 1: PASSOS PARA IMPLANTAÇÃO ................................ 11 FIGURA 5 - PERDAS DO OEE ......................................................................... 18 FIGURA 6 – TREINAMENTO TPM. .................................................................. 21 FIGURA 7 - CONTROLE INICIAL DO PRODUTO ............................................ 22 FIGURA 8 - ENFOQUES NA FASE INICIAL ATÉ A PRODUÇÃO ..................... 27 FIGURA 9 – DESCRIÇÃO DOS 5S. ................................................................. 28 1 INTRODUÇÃO Nos dias de hoje as empresas, para serem lucrativas, necessitam de flexibilidade, velocidade, inovação e otimização gerencial em todos os níveis da empresa, em especial nas áreas operacionais. Quando os problemas do Processo passam a ser resolvidos no local onde ocorrem, a velocidade de resposta é muito maior, baixando os custos, reduzindo as perdas e melhorando a eficiência dos equipamentos e processos. Para isto é necessário que exista uma cultura voltada à prevenção, motivação e participação de todos nos objetivos comuns da empresa. Com este intuito é que descrevemos neste trabalho o uso da ferramenta de gestão de manufatura TPM (Manutenção Produtiva Total), muito utilizada e disseminada nas áreas de manutenção Industrial em muitas empresas. Vamos apresentar desde a definição da ferramenta, filosofia, origem, objetivos, efeitos e também a descrição e entendimento de seus 8 Pilares. 2 1. O QUE É TPM? A TPM é um modelo de gestão que busca a Eficiência máxima do sistema produtivo através da eliminação de perdas e do desenvolvimento do homem e sua relação com o equipamento. A TPM é uma filosofia de manufatura que enfoca e valoriza o relacionamento efetivo dos operadores com o equipamento e suas funções, objetivando a eliminação total das perdas, através do melhoramento contínuo das habilidades das pessoas e do desempenho de seus equipamentos. Esta filosofia consiste na eliminação de perdas através de “atividades preventivas” e na mudança de ideia e comportamento de toda a companhia, no sentido de que tanto os equipamentos quanto a linha de produção e todos os processos podem funcionar como deveriam. Para conseguir isso, é indispensável que todos os funcionários, de todos os níveis, participem das atividades. 2. ORIGEM TPM O TPM teve origem no Japão na década de 70, tornando-se conhecido quando a empresa Nippon Denso KK, recebeu pela primeira vez o Prêmio PM, concedido pela JIPM (Japanese Institute Plant Maintenance) em 1971. No Brasil foi apresentado pela primeira vez em 1986. Considera-se o TPM uma variação ampla da Manutenção Preventiva surgida nos EUA na década de 50. A seguir na próxima página nas Figuras 1 e 2, poderá ser visualizado o histórico de evoluçãoda TPM e o desenvolvimento da TPM no Sistema Toyota. 3 FIGURA 1 – EVOLUÇÃO TPM. FONTE: https://www.passeidireto.com/arquivo/19320459/tpm_2004 FIGURA 2 – TPM NA TOYOTA. FONTE: https://www.passeidireto.com/arquivo/19320459/tpm_2004 3. PROPÓSITOS DO TPM Construir no próprio local de trabalho mecanismos para prevenir as diversas perdas (genba-genbutsu), tendo como objetivo o ciclo de vida útil do sistema de produção. Abrange-se todos os departamentos: manutenção, 4 operação, transportes e outras facilidades, engenharia de projetos, engenharia de planejamento, estoques e armazenagem, compras, finanças e contabilidade. 4. OBJETIVOS DA TPM: Zero defeitos Zero acidentes Zero quebras/falhas Inexistência de Retrabalho ou ajustes Ambiente de trabalho com segurança e conforto 4.1. AS 4 REGRAS BÁSICAS DA TPM: Regra 1: Todos os trabalhos devem ser detalhados deforma a não deixar qualquer dúvida em termos de conteúdo, sequência, tempo e resultado esperado. Regra 2: Todas as interfaces cliente-fornecedor devem ser diretas e simplificadas de maneira que a resposta seja “sim ou não” para enviar solicitações e receber resposta, ou seja, não há margens para dupla interpretação. Regra 3: Todos os fluxos de produção devem ser simples e diretos. Regra 4: Todas as melhorias devem ser feitas de acordo com o método científico, sob a orientação e no nível hierárquico mais baixo possível dentro da organização. 4.2. AS DUAS MELHORIAS BÁSICAS GERADAS PELA TPM. 4.2.1. 1º. Melhoria do PESSOAL Operador: Capaz de desempenhar múltiplas funções (Multifuncional). 5 Pessoal da manutenção: Versatilidade no trabalho, realizando tarefas nobres. Engenheiro de processos: Capaz de projetar equipamentos que dispensem manutenção. 4.2.2. 2º. Melhoria do EQUIPAMENTO Equipamentos confiáveis e eficientes. Melhoria da Qualidade do produto. Para isso as metas a serem atingidas são: 1. Garantir a eficiência global das instalações: Significa que se deve trabalhar dentro das especificações, ou seja, operar com a velocidade de projeto, produzir na taxa planejada, e obter resultados de qualidade em harmonia com esta velocidade e taxa. 2. Otimizar a vida dos equipamentos através de um programa de manutenção: A implementação deste plano de manutenção, na realidade, é a criação de um plano de manutenção preventiva/ preditiva (MP / MPRED). Vale salientar que este programa de manutenção leva em conta o estado da máquina, e através de registros dos equipamentos são estabelecidas as intervenções necessárias que são pré-programadas. Ao operador é exigido que cuide da limpeza e lubrificação básicas, primeira atitude para a melhora da conservação e eficiência da máquina. 3. Integração de todos os setores envolvidos no plano de elevação da eficiência: A única maneira de se obter sucesso é havendo total cooperação dos diversos setores envolvidos no plano de elevação da capacidade instalada, o que garantirá total cooperação e compreensão entre as partes. 4. Colaboração dos funcionários no processo de fabricação: 6 A colaboração no processo de fabricação de funcionários de todos os níveis com suas aptidões e conhecimentos, além da integração traz a satisfação do cliente interno. Em algumas empresas este item está incluído no processo de sugestões, como obter melhor manutenção, maior limpeza e organização, etc. 5. Criação de equipes de trabalho: A criação e desenvolvimento de equipes consolidadas ou TMM (times de melhoria da manutenção), começa no item 4, quanto mais aberta for a gerência às sugestões da força de trabalho, melhor e mais fácil será o funcionamento das equipes. Essas equipes podem ser formadas por áreas, por departamentos, por linhas de produção, por processos ou por equipamentos. Podem ser constituídas por operadores, pessoal da manutenção e pessoal da gerência. Pode-se afirmar que o sucesso do TPM se deve ao trabalho de equipe. Logicamente o maior convencimento é dado por números, tais como: Produtividade: aumento de 50% a 200%, elevação das taxas de operação de 40% a 100% e diminuição das interrupções em até 80%. Qualidade: pode-se chegar a zero defeitos ou diminuição de 100% deles, pode-se reduzir em 80% as reclamações de clientes. Custos: redução de até 70% nos custos de trabalho, 50% nos de manutenção e de 80% nos de energia. Estoques: redução de até 90% nos níveis de estoque, aumento de até 100% nos giros de estoque. Segurança: eliminação quase total dos problemas com segurança do ambiente de trabalho. Moral: aumento de até 500% nas sugestões (não reclamações). Participação dos funcionários nas reuniões de grupos, o que faz com que vistam a camisa da empresa, procurando assim o aumento dos lucros. 7 5. OS 8 PILARES DA TPM. 5.1. AS OITO CHAVES ESTRATÉGICAS DO TPM – OU OS OITO PILARES DO TPM Considerando que o TPM pode ser aplicado como um modelo de gestão, a metodologia apresenta uma estrutura formada por pilares que determinam as diretrizes a serem abordadas pela organização que a queira aplicar nas suas instalações. A base de sustentação de toda a estrutura é apresentada pelos pilares executivos, que são grupos de trabalhos executores do TPM, são auto-gerenciáveis. Embora cada empresa, em função de sua cultura, tenha suas peculiaridades para a implementação do TPM, existem alguns princípios que são básicos para todas elas e que são denominados pilares de sustentação do TPM (Nakajima, 1989; JIPM, 2002), esquematizados na Figura 2. FIGURA 3 – OS 8 PILARES DA TPM. FONTE: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/mafinocchio/disciplinas-da-graduacao/et35p- materiais-e-equipamento-eletricos/et35p-materiais-e-equipamento-eletricos/TPM.pdf De acordo com a Figura 2, estes pilares são constituídos por (NAKAJIMA, 1989; JIPM, 1977): 8 Manutenção Autônoma (MA): baseia-se nos treinamentos teórico e prático recebidos pelos operários e no espírito de trabalho em equipe para a melhoria contínua das rotinas de produção, manutenção e no aprimoramento da capacitação técnica. Trata-se de um dos principais pilares que objetiva manter as condições básicas dos equipamentos. Inclui os operadores pensantes, fazendo inspeções, lubrificações e pequenos reparos nos equipamentos. Manutenção Planejada (MP): Refere-se às rotinas de manutenção preventiva e preditiva, baseadas, respectivamente, no tempo ou na condição do equipamento, visando à melhoria contínua da disponibilidade e confiabilidade, além da redução dos custos de manutenção focados na Quebra/ Falha zero. É responsável pela restauração, confiabilidade e maximização do uso dos equipamentos com o objetivo de fazer reparos nos equipamentos e garantir que não ocorram novamente falhas, dar suporte a MA, concentrar os esforços na prevenção. Educação e Treinamento (ET): refere-se à aplicação de treinamentos técnicos e comportamentais para liderança, a flexibilidade e a autonomia das equipes, capacitação da mão de obra, com responsabilidade de capacitar os colaboradores com treinamentos específicos e para melhor utilização das ferramentas. Melhoria Específica (ME): utiliza-se do conceito de Manutenção Corretiva de Melhorias para atuar nas perdas crônicas relacionadas aos equipamentos, com foco em eliminação das mesmas. Consiste em fazer o mapeamento e apontamento das maiores perdas, projetar melhorias para facilitar operaçõese manutenções, e projetos de redução de set-up e tempos de limpeza. Controle Inicial (CI): minimização das ineficiências em novos produtos, processos e equipamentos. Responsável por garantir novos equipamentos como menores custos e layout apropriado. Manutenção da Qualidade (MQ): defeito zero – consolidação da qualidade assegurada. Garantir a qualidade dos produtos e serviços utilizando os recursos e ferramentas da qualidade. 9 Segurança, Higiene e Meio ambiente (SHE): acidente zero – minimização do risco de acidentes do trabalho e riscos ambientais. Responsável por garantir a segurança dos colaboradores na empresa, trabalhando no método de conscientização e melhorias nos postos de trabalho, seguindo e trabalhando com todas as normas ambientais. Melhoria dos processos administrativos: também conhecido como TPM de escritório, ou TPM Office, utiliza-se dos conceitos de organização e eliminação de desperdícios nas rotinas administrativas, que de alguma maneira acabam interferindo na eficiência dos equipamentos produtivos e processos. 5.2. O QUE FAZ O TPM DIFERENTE De acordo com JIPM (1996), TPM tem a ideia de manutenção da produtividade ou disponibilidade por intermédio da prevenção da manutenção. Vai além da tradicional atividade de manutenção e envolve todos os departamentos e funcionários na gestão dos equipamentos. No entanto o aspecto mais distinto do TPM é a Manutenção Autônoma. Mantida pelos operadores, a atividade da MA ajuda as pessoas a cuidar de suas máquinas. Outro fator típico da TPM é a busca da total eliminação das perdas, ou zero perda. A insistência na eliminação total das perdas é o fator chave na maximização do Overall Equipment Effectiveness (OEE). Este conceito é crucial no desenvolvimento do programa TPM. 6. 1º PILAR - MANUTENÇÃO AUTÔNOMA. Manutenção Autônoma também conhecida como “MA” é um dos pilares do TPM “Total Productive Management” ou Manufatura Produtiva Total. Basicamente como o nome já diz, a Manutenção autônoma é a parte da manutenção que os próprios colaboradores e funcionários têm a autonomia para fazer certas tarefas, a palavra autônoma mostra exatamente o fato dos colaboradores e funcionários terem autoridade, conhecimento e propriedade suficientes para executarem intervenções e/ou reparos que eram realizadas somente pelo setor de manutenção ou pelo pessoal especializado, quando em 10 certas vezes era até terceirizado o serviço de manutenção. Sendo assim os técnicos de manutenção têm mais tempo livres para automatizar ou fazer melhorias nas máquinas, aumentando assim a produtividade e até mesmo a redução de mão-de-obra. E para entendermos melhor qual o pensamento que a Manutenção Autônoma segue na sua linha de raciocínio, pois a “MA” ataca exatamente as áreas que necessitam de redução, para que a produção aumente e se estabilize, são: - Lapsos e defeitos. -Tempo prescrito para a troca de serviços, peças e ajustes; - Operação sem foco e pequenas paradas não programadas; - Baixa velocidade nominal do equipamento e/ou máquina; - Retrabalhos; -Perdas de produto e material. E isso acaba valorizando o serviço dos colaboradores que acabam participando diretamente e assumindo um papel muito importante para o crescimento da produção e consequentemente alavancando uma redução de custos relacionados a quebras, falhas, perda de velocidade e qualidade na empresa ou indústria aumentando o seu nível de padrão. E este processo acaba se tornando um ciclo contínuo, beneficiando a empresa/indústria nos quesitos citados acima. Existem alguns passos para a realização da Manutenção Autônoma, os mais importantes e mais conhecidos são um conjunto de sete passos: 1º passo - Limpeza Inicial; 2º passo - Eliminação das fontes de sujeira e locais de difícil acesso; 3º passo - Elaboração de normas provisórias de limpeza, inspeção e lubrificação; 4º passo - Inspeção geral; 5º passo - Inspeção autônoma; 6º passo - Padronização; 7º passo - Gerenciamento autônomo. 11 6.1. IMPLANTAÇÃO DA MANUTENÇÃO AUTÔNOMA Alguns indicadores relevantes para a implantação com sucesso da Manutenção Autônoma devem ser visados e bem estudados antes da execução, alguns indicadores conhecidos são o treinamento introdutório, que nivela o conhecimento dos envolvidos e deixa a par a situação para o início da execução, deve-se ter como principal objetivo a produção individual, é preciso o estabelecimento de metas bem concretas e definidas relacionadas ao objetivo real para o que se tenha efeitos tangíveis, seguir exatamente o plano proposto desde o início, pois não sendo assim não atingirá os objetivos traçados e sempre se observar que a segurança vem sempre em primeiro lugar. A seguir, na tabela 1, o esquema simplificando a visualização: FIGURA 4 - TABELA 1: PASSOS PARA IMPLANTAÇÃO Quem? O que? 1º Gerente de Projetos Treinamento Introdutório 2º Colaboradores Trabalho 3º Colaboradores Princípio da Prática 4º Colaboradores Efeitos Reais 5º Colaboradores Execução Rigorosa 6º Todos Segurança FONTE: Próprio Autor (Matheus Natã de Oliveira) Sendo assim é possível ter um desempenho notável e sem dúvida um grande diferencial no mercado de trabalho. Por ser um dos pilares do TPM, esse tipo de manutenção merece reconhecimento, pois une a simplicidade á redução de custos, ou seja, tudo o que é buscado pelas empresas e indústrias hoje em dia. Pois mesmo sem investimentos significativos traz um retorno considerável e tangível. 12 7. 2º PILAR - MANUTENÇÃO PLANEJADA Após a identificação das grandes perdas, passamos a enxergá-las agora como oportunidades. A Manutenção Planejada foca inicialmente a elaboração e/ou alteração de planos de manutenção dos equipamentos, detalhando o nível e os tipos de manutenção empregados para cada equipamento. A criação e/ou alteração destes planos depende do conhecimento técnico e experiência dos mantenedores e gestores, pois deve ocorrer o direcionamento das atividades baseado naqueles identificados como críticos ao processo (através de uma Matriz de Criticidade ou Controle de Perdas, por exemplo). Quando a etapa Manutenção Planejada funciona, a confiabilidade dos equipamentos é diretamente afetada, apresentando sensível aumento percentual. 7.1. FILOSOFIA DA MANUTENÇÃO PLANEJADA: Conhecimento das perdas decorrentes das falhas de equipamentos e as mudanças de mentalidade das áreas de produção e manutenção, minimizando as falhas e defeitos. 7.2. PRODUÇÃO: - Observação das condições básicas do equipamento (limpeza e lubrificação); - Manutenção das condições operacionais, evitando que o equipamento reinicie o processo de deteriorização; - Restauração das deteriorações por meio de inspeções e antecipação da falha, atuando ainda no defeito; - Crescimento operacional com o aprimoramento dos conhecimentos de operação dos equipamentos. 13 7.3. MANUTENÇÃO: - Apoio técnico as atividades de MA desenvolvidas pela operação/produção; - Feedback de informações e garantia da restauração dos equipamentos através do processo manter, por meio de inspeções de rotina e execução dos planos de manutenção; - Descobrimento de falhas de projeto e esclarecimento das condições operacionais; - Aprimoramento dos conhecimentos de manutenção. 7.4. OS SEIS PASSOS DA MANUTENÇÃO PLANEJADA 1º passo: Avaliação do equipamento e levantamento da situação atual Elaboração (ou organização) dos Registros dos Equipamentos Realização da avaliaçãodos equipamentos: elaboração dos procedimentos para avaliação, definição de níveis, seleção dos equipamentos e partes que são objetos do TPM. Definição dos níveis de quebra Levantamento da situação atual: índice de quebras e pequenas paradas, número de casos, índice de Manutenção Pós-quebra, etc. Estabelecimento de metas de manutenção (indicadores, métodos de medição dos resultados) 2º passo: Restauração das deteriorações e melhorias dos pontos deficientes Restauração das deteriorações, cumprimentos das condições básicas, eliminação dos ambientes de deterioração forçada (apoio à Manutenção Autônoma) Melhorias dos pontos deficientes, melhorias individuais para prolongamento da vida útil Medidas contra reincidência de quebras graves e prevenção de problemas semelhantes 14 Melhorias para redução de falhas no processo 3º passo: estruturação do controle de informações e de dados Estruturação do sistema de controle de dados sobre as quebras Estruturação do sistema de controle de manutenção dos equipamentos (controle de históricos, planejamento de provisões, planejamento de testes, entre outras.) Estruturação do sistema de controle orçamentário dos equipamentos Controle de peças de reposição, controle de desenhos e documentos, etc. 4º passo: Estruturação da manutenção periódica Atividades de preparação da manutenção periódica (controle de equipamentos de reserva, peças de reposição, instrumentos de medição, lubrificantes, desenhos e documentos técnicos) Elaboração do fluxograma dos sistemas de atividades da Manutenção Periódica Seleção de equipamentos e partes que serão objetos do TPM e definição do plano de manutenção Elaboração e organização de normas e procedimentos (normas de materiais, normas de obras, normas de ensaios e testes, normas de inspeção, entre outras) Aumento do rendimento das manutenções programadas e fortalecimento do controle de serviços de terceiros 5º passo: Estruturação da manutenção preditiva Introdução de tecnologia para diagnósticos de equipamentos (desenvolvimento de técnicos, introdução de equipamentos de diagnóstico, entre outras) Elaboração do fluxograma de atividades da manutenção Preditiva Seleção e ampliação dos equipamentos e partes que são objetos da manutenção preditiva 15 Desenvolvimento de equipamento e tecnologia para diagnóstico 6º passo: Avaliação da Manutenção Planejada Avaliação do sistema de Manutenção Planejada Avaliação do aumento da confiabilidade: casos de quebras e pequenas paradas, MTBF, índices de frequência, entre outras. Avaliação do aumento de mantenabilidade: índice de manutenção Periódica, índice de Manutenção preditiva, MTTR, entre outras. Avaliação sobre a redução de custos: redução nos custos de manutenção, melhorias na classificação para a aplicação dos custos de manutenção. 7.5. AS 7 ETAPAS PARA A MANUTENÇÃO PLANEJADA. 1º passo: Análise da diferença entre condições básicas e condição atual 2º Passo: Melhoria dos métodos de manutenção atuais 3º Passo: Preparação dos padrões de manutenção 4º Passo: Medidas para estender a vida útil e controlar as inconveniências 5º Passo: Melhoria da eficiência da inspeção e diagnóstico 6º Passo: Diagnóstico geral dos equipamentos 7º Passo: Uso do equipamento até o seu limite 8. 3º PILAR - MELHORIAS ESPECÍFICAS. O pilar Melhorias Específicas tem como objetivo a eliminação das perdas existentes no sistema produtivo, obtendo, assim a melhoria sa eficiência da produção. 16 8.1. SEIS PASSOS PARA MELHORIAS ESPECÍFICAS 1º passo Redução das sete maiores perdas que impedem a eficiência dos equipamentos; 2º passo Melhoria da Eficiência Global dos Equipamentos (OEE); 3º passo Melhoria da produtividade do Trabalho Humano; 4º passo Promoção da Produção sem Interferência Humana (MTBT > 1h); 5º passo Promoção da redução de custos; 6º passo Promoção da Produção sem Interferência Humana no período noturno; O pilar Melhorias Específicas tem como objetivo a eliminação das perdas existentes no sistema produtivo, obtendo, assim a melhoria na eficiência da produção. Trabalhar dentro do planejamento desenvolvido de produção, de forma a garantir o melhor nível de produção, não significa que estamos trabalhando dentro das melhores condições de operação ou eficiência que os equipamentos podem oferecer. Isto significa que quando estas variáveis não são conhecidas estabelecemos medidas arbitrárias e por muitas vezes precipitadas que fazem com que a cadeia de um modo geral não funcione como poderia, de forma a garantir melhores resultados. Uma das premissas e mais difíceis etapas de análise de melhorias específicas é justamente adequar e descobrir qual é o real ponto de crescimento e taxa de velocidade e planejamento de produção e ainda sim garantindo a qualidade dos serviços executados e prestados. Dentro deste contexto que serve para melhorar o a eficiência de produção, eliminando perdas de modo concreto, surgiu o conceito: Eficiência 17 Operacional Máxima - OEE (Overall Equipment Effectiveness). O OEE tem por princípio a utilização plena das funções e capacidades de um equipamento. De uma forma geral o OEE a partir de busca e análise de dados permite enxergar perdas por qualidade, utilização e produtividade de uma só vez. Uma vez que o cálculo de desempenho desta ferramenta se dá pela porcentagem do produto desses três fatores. Disponibilidade = Tempo de operação / Tempo planejado de operação indica as perdas por paradas ocorridas. Performance = (Total de peças / tempo de operação) / Tempo de ciclo ideal ou (Tempo de ciclo ideal x Total de peças) / Tempo de operação. Indica as perdas por perda de desempenho ocorridas. O ciclo ideal é tempo definido pela Engenharia Industrial pode ser chamado de tempo de ciclo. Qualidade = Peças boas / Total de peças. Indica a proporção de peças boas com base no tempo produtivo. O JIPM – Japan Institute of Plant Maintenance, criou também o conceito de World Class OEE – utilizado como índice de benckmarking mundial pelas indústrias, que considera como “BOM” um OEE de 85%. Segundo estudos no mundo inteiro, na maioria das fábricas o índice de OEE em média é de 60%, o que dá uma margem para melhorias enorme. Para o OEE atingir os objetivos ele deve estar atento as maiores perdas relacionadas diretamente a eficiência de equipamento, as principais seis perdas podem ser decompostas em outras diversas, mas todas relacionadas a estas seis principais. São elas: Falha de Equipamento, SET- UPs, Parada e Ociosidade, Velocidade, Start-UPs e Retrabalho. Cada uma destas perdas está diretamente relacionada a um dos fatores medidos do OEE, Utilização ou Disponibilidade, nomenclaturas que variam conforme o autor, Performance, Desempenho ou Produção, e por último Qualidade. Abaixo mais detalhadamente é possível verificar onde as perdas atuam e quais são alguns pontos de observação para poder implementar melhoria e aproveitar as oportunidades de performance e eficiência do OEE. 18 FIGURA 5 - PERDAS DO OEE FONTE: https://inicode.wordpress.com/ Disponibilidade: mensura as perdas de processos devido aos eventos que ocorrem dentro do tempo planejado de produção. Performance: mensura perdas por ciclos lentos, ou seja, os fatores que fazem a produção ocorrer abaixo do tempo determinado. 19 Qualidade: mensura as perdas por qualidade, ou seja, as peças que são se enquadramnos requisitos de qualidade determinados pela empresa. OEE: é o índice que mensura a eficiência do processo e sua eficácia. A estratificação das perdas baseado nos três fatores citados, é base para atuar nos desvios de processos dando suporte ao (TPM) e a outros programas de melhoria continua. Ferramentas de qualidade e melhoria contínua como 5S, 5P 2H, Ishikawa, por exemplo, também auxiliam no processo de busca de eliminação de perdas, favorecendo o aumento da eficiência dos equipamentos disponíveis. 9. 4º PILAR - EDUCACÃO E TREINAMENTO Este pilar do TPM tem como objetivo desenvolver novas habilidades e conhecimentos para o pessoal da manutenção e da produção. De acordo com a filosofia TPM, “habilidade é o poder de agir de forma correta e automaticamente (sem pensar), com base em conhecimentos adquiridos sobre todos os fenômenos e utiliza-los durante um grande período”. É de fundamental importância a capacitação do operador, através de cursos e palestras, para que ele possa conduzir uma manutenção voluntária, sem o receio de cometer erros. Como o sistema TPM é assentado no homem e dele depende para a obtenção de resultados efetivos, um programa de treinamento é um investimento onde não se deve economizar, pois o retorno é garantido. 9.1. AS HABILIDADES SÃO CLASSIFICADAS EM 5 FASES: 1. Não sabe: falta de conhecimento, não há compreensão total dos princípios e regras do trabalho e do equipamento. 2. Conhece a teoria: falta de treinamento, conhece os princípios e regras do trabalho e equipamento, mas não consegue pratica-las. 3. Consegue até certo ponto: falta de treinamento, age na pratica, mas o desempenho é dispersivo e não possui produtividade. A causa é a falta de treinamento. 20 4. Consegue com segurança: aprendeu fazendo, o grupo já aprendeu perfeitamente. 5. Consegue ensinar os outros: domínio perfeito, a habilidade está totalmente dominada, consegue explicar os porquês. 9.2. HABILIDADES SOLICITADAS AOS OPERADORES: Identificar e aprimorar fontes de pequenos defeitos e possíveis falhas; Compreender as funções e os mecanismos do equipamento e encontrar as possíveis causas do problema; Compreender a relação existente entre equipamento e qualidade do produto final; Conseguir consertá-lo (com o auxílio do mantenedor); Desenvolver Kaizen individual de temas do trabalho. 9.3. HABILIDADES SOLICITADAS AOS MANTENEDORES: Instruir a correta operação e manutenção de rotina do equipamento; Reconhecer se funcionamento do equipamento está normal ou não; Analisar causas de anomalias e implantar métodos de restauração corretos; Aumentar confiabilidade dos equipamentos, componentes e peças; Atingir objetivos econômicos dessas atividades. 9.4. AS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO E TREINAMENTO SÃO PARTE DE SEIS ETAPAS: 1. Definir políticas básicas de educação e treinamento; 2. Treinamento para adquirir habilidades de operação e manutenção; 21 3. Aprimoramento das habilidades de operação e manutenção; 4. Estabelecimento e início do desenvolvimento e treinamento de habilidades; 5. Consolidação do ambiente de desenvolvimento voluntário; 6. Avaliação das atividades e estudo de abordagem futura. FIGURA 6 – TREINAMENTO TPM. FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=ApnXeAZjqYM Não se deve esquecer que a motivação é um fator importante no treinamento e na promoção dos indivíduos. 10. 5º PILAR - CONTROLE INICIAL. O pilar Controle Inicial está intimamente ligado a aquisição de novos equipamentos, modernização de processos e sistemas, baseando-se em experiência adquirida e aplicando a tais projetos. Definição: Conjunto de atividades que visam a redução das perdas do período entre o desenvolvimento do produto e o início da produção plena e a consecução do efetivo desenvolvimento do produto e investimentos em equipamentos para atingir o início vertical da produção plena. 22 Trata-se de consolidar toda a sistemática para levantamento das inconveniências, imperfeições e incorporação de melhorias, mesmo em máquinas novas e através dos conhecimentos adquiridos, tornar-se apto a elaborar novos projetos onde vigorem os conceitos PM (Prevenção da Manutenção), o que resultará em máquinas com quebra/falhas Zero. FIGURA 7 - CONTROLE INICIAL DO PRODUTO FONTE: http://taktica.com.br/noticias/como-aplicar-o-pilar-de-controles-inicial-do-lean- tpm/ 10.1. CUSTO DO CICLO DE VIDA (CCV – LIFE CYCLE COST) O TPM objetiva alcançar o máximo rendimento operacional global das máquinas, o que significa minimizar o CCV, onde o CCV significa o custo total gerado no processo de projeto, desenvolvimento, produção, operação, manutenção e apoio. O CCV é praticamente imutável após a conclusão do projeto, pois cerca de 95% dos elementos ou fatores das máquinas são de natureza 23 permanente. Isto significa que o homem pode contribuir com apenas 5% na promoção de inovações. 10.2. OS CUSTOS QUE COMPÕEM O CCV SÃO: - Custo com compras (pesquisa e desenvolvimento / produção). - Custo do treinamento. - Custo de testes, apoio e equipamento. - Custo de serviços (pessoal). - Custo de apoio logístico (suprimentos e transporte). - Custo de transporte e manuseio. - Custo das dependências físicas e equipamentos. - Custo de substituição e refugo. - Custo de informações técnicas. A administração inicial das máquinas é fundamental para possibilitar um projeto PM (Prevenção da Manutenção). A aquisição de uma máquina deverá ser baseada não só em fatores econômicos e financeiros, mas também segundo a performance operacional e as informações sobre a Prevenção da Manutenção e Controle Inicial. 10.3. ATIVIDADES DO CONTROLE INICIAL: Os seguintes procedimentos são recomendados para início das atividades de controle inicial de produtos e equipamentos: 1. Pesquisa e análise da situação atual: Definir o fluxo atual de trabalho do controle inicial e isolar os seus problemas. 2. Estabelecer o sistema de controle inicial: Construir um novo sistema estabelecendo o que o controle inicial deve cumprir baseado nos problemas identificados na primeira etapa. 3. Depuração e treinamento do novo sistema: 24 Estabelecer modelos para homogeneizar e aprimorar o sistema e implantar atividades. 4. Utilização completa e fixação do sistema: - Utilização completa do novo sistema. - Aprimoramento da otimização do CCV (custo do ciclo de vida) e utilização das informações em projeto PM (Prevenção da Manutenção) como controle inicial. 5. Colaboração dos funcionários no processo de fabricação: A colaboração no processo de fabricação de funcionários de todos os níveis com suas aptidões e conhecimentos, além da integração traz a satisfação do cliente interno. Em algumas empresas este item está incluído no processo de sugestões, como obter melhor manutenção, maior limpeza e organização, etc. Esta prática deveria ocorrer com maior freqüência em empresas brasileiras, evitando-se um ambiente de frustração. Uma boa medida é instaurar a “gerência de portas abertas”, pois os gerentes de frente ou de topo, precisam estar mais disponíveis para o pessoal da produção / manutenção, levando em consideração as sugestões dos funcionários. A resposta que se deve dar a cada “discussão”, sobre a melhoria no funcionamento de uma máquina, não deve conter os constantes bloqueios do tipo: “Isto não vai funcionar. ” “Não podemos levar isto em conta neste momento. ” “Isto só funciona no Japão. ” “Não temos dinheiro para treinar pessoas para esta atividade. ” “Isto o sindicato não vai aprovar. ” “Dá para você parar de sonhar. ”... Entre outras. As razões da não implementação das sugestões devem ser colocadas e bem explicadas, para que se mantenha a boa comunicação. Sem esta atitude a maior fonte geradora de economia da empresa será perdida. 25 6. Criação de equipes de trabalho: A criação e desenvolvimento de equipes consolidadas ou TMM (times de melhoria da manutenção), começa no item 5, quanto mais aberta for a gerência às sugestões da força de trabalho, melhor e mais fácil será o funcionamento das equipes. Essas equipes podem ser formadas por áreas, por departamentos, por linhas de produção, por processos ou por equipamentos. Podem ser constituídas por operadores, pessoal da manutenção e pessoal da gerência. Poderão ter a participação de outras pessoas diretamente envolvidas no problema, por exemplo: pessoal de compras e armazenagem. Os TMM realmente resolvem problemas que já tenham tentado resolver a algum tempo sem sucesso? Pode-se afirmar que o sucesso do TPM se deve ao trabalho de equipe. Logicamente o maior convencimento é dado por números, tais como: Produtividade: aumento de 50% a 200%, elevação das taxas de operação de 40% a 100% e diminuição das interrupções em até 80%. Qualidade: pode-se chegar a zero defeitos ou diminuição de 100% deles, pode-se reduzir em 80% as reclamações de clientes. Custos: redução de até 70% nos custos de trabalho, 50% nos de manutenção e de 80% nos de energia. Estoques: redução de até 90% nos níveis de estoque, aumento de até 100% nos giros de estoque. Segurança: eliminação quase total dos problemas com segurança do ambiente de trabalho. Moral: aumento de até 500% nas sugestões (não reclamações). Participação dos funcionários nas reuniões de grupos, o que faz com que vistam a camisa da empresa, procurando assim o aumento dos lucros. Embora pareça que isto nada tem a ver com TPM, pode-se dizer que conduta dos participantes do programa está intimamente ligada à sua implementação. 26 11. 6º PILAR - MANUTENÇÃO DA QUALIDADE Um dos oito pilares do conceito de TPM é o de Manutenção da qualidade. A Manutenção da qualidade é o estabelecimento de um programa de zero defeito (Alan Kardec / Júlio Nascif - 2009). Os seis defeitos que podem ocorrer em equipamentos e máquinas são: perdas por quebra, perdas por demora na troca de ferramentas e regulagem, perdas por operação em vazio (espera), perdas por redução da velocidade em relação ao padrão normal, perdas por defeitos de produção e perdas por queda de rendimento. (Novo telecurso - 2000). A redução dos defeitos ocorre naturalmente, como reflexo das melhorias feitas nos equipamentos. A partir desse momento, o desenvolvimento do pilar manutenção da qualidade se torna necessário para dar continuidade à redução dos defeitos. Se considerarmos que as máquinas foram projetadas para trabalhar com zero defeito, passa a ser obrigação o equacionamento de medidas e soluções para atingir esse objetivo. Porém é importante observar que o conceito de quebra zero a máquina não pode parar durante o período em que foi programada para operar, e é totalmente diferente do conceito em que a máquina nunca pode parar (Alan Kardec / Júlio Nascif - 2009). Para a obtenção do programa de quebra zero, é necessário aplicar as cinco medidas: estruturação das condições básicas, obediência às condições de uso, regeneração do envelhecimento, sanar as falhas do projeto (terotecnologia) e incrementar a capacitação técnica (Novo telecurso - 2000). A terotecnologia é uma técnica inglesa que determina a participação de um especialista em manutenção desde a concepção do equipamento até a sua instalação, e nas primeiras horas de produção. Com a terotecnologia obtêm-se equipamentos que facilitam a intervenção dos mantenedores. (Alan Kardec / Júlio Nascif - 2009). Com o controle inicial da terotecnologia nas fases de projeto, manufatura, teste de prova, instalação e até as primeiras horas de produção é possível sanar a maioria dos problemas nos equipamentos. Na próxima página poderá ser visualizado os enfoques da fase inicial até a produção. 27 FIGURA 8 - ENFOQUES NA FASE INICIAL ATÉ A PRODUÇÃO FONTE: Novo Telecurso. Manutenção profissionalizante de mecânica. 2000. O conceito de controle da qualidade se baseia-se em três principios: “não se deve receber nada de qualidade inferior”, “não se deve produzir nada de qualidade inferior” e “não se deve entregar nada de qualidade inferior”. Se as condições básicas dos equipamentos forem mantidas, a taxa de defeitos da qualidade tende a se reduzir. Portanto, a manutenção da qualidade está ligada diretamente às condições do equipamento (Takahashi – 1993). 12. 7º PILAR – ECO (SAÚDE SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE) O pilar TPM ECO ou simplesmente Segurança, Saúde e Meio Ambiente, tem como objetivo principal a busca de "zero acidente”, “zero doença ocupacional” e “zero danos ambientais” através da segurança, máxima saúde e bem-estar do colaborador, além da busca de processos produtivos que não afetam ou que minimizam o impacto ambiental. A observação das leis trabalhistas, bem como o respeito às normas de gestão e legislação ambiental, são pontos relevantes e que devem ser 28 considerados para melhorar os índices de qualidade referentes a estes setores da empresa em fase de implantação da política TPM. Uma ferramenta utilizada por este pilar e que também é associada a toda a estrutura da TPM é o chamado “5S”, criada no Japão por Kaoru Ishikawa, esta ferramenta recebeu este nome devido à utilização de cinco sensos básicos e fundamentais para qualquer atividade a ser realizada dentro de uma empresa. FIGURA 9 – DESCRIÇÃO DOS 5S. Denominação Conceito Objetivo particular Português Japonês Disciplina Shitsuke Todos ajudam Incentivar melhoria contínua Higiene Seiketsu Criar normas/"standards" Criar normas claras para triagem/arrumação/limpeza Limpeza Seisō Limpar e cuidar do ambiente de trabalho Melhorar o nível de limpeza Organização Seiton Colocar cada coisa em seu devido lugar Organizar o espaço de trabalho de forma eficaz Utilização Seiri Separar o necessário do desnecessário Eliminar do espaço de trabalho o que seja inútil FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/5S Também conhecida como housekeeping, esta ferramenta consiste em incorporar na empresa e em seus colaboradores estes cinco sensos que 29 levarão a uma otimização das tarefas levando em conta as bases deste pilar que são a segurança, a higiene e o meio ambiente (Cagliume, 2008). Encerramos aqui as definições sobre TPM, na próxima postagem será mostrada uma sugestão das Etapas de Implantação do TPM. Acesse, acompanhe, discuta, sua opinião é sempre bem-vinda! 12.1. OS ENFOQUES DESTE PILAR SÃO ELIMINAR: Sujeiras nas áreas; Dificuldades de operação; Áreas de risco; Desconforto ambiental. 12.1.1. Regras básicas de segurança: Certificar-se que a máquina, equipamento ou instalação esteja devidamente desligada e sinalizada no painel elétrico (etiqueta própria); Serviços em componentes e instalações elétricas são responsabilidade da manutenção elétrica (atender diretriz de recursos humanos, controle de energia) Fazer trabalho acima de dois metros de altura, o empregado deverá possuir o exame de eletroencefalograma e fazer uso do cinto de segurança tipo paraquedista; Nãofazer uso de produtos tóxicos ou inflamáveis, usar somente produto liberados pela empresa; Quando da limpeza e/ou manutenção interna de máquinas e equipamentos proceder a retirada de ferramentas cortantes e/ou pontiagudas; Cuidar para não danificar ou obstruir equipamentos de combate a incêndio; O descarte de material (sólido e liquido) utilizado na limpeza deverá ser feito conforme procedimento estabelecido pelo CIDRE (Comissão Interna de Disposição de Resíduos); verificar se não foi deixado peças, materiais ou ferramentas no interior de máquinas, equipamentos e instalações; 30 Certificar-se que as proteções e dispositivos de segurança estejam em seus lugares e em perfeito estado; Antes de entrar em produção, a máquina, equipamento ou instalação deverá passar por teste de funcionalidade 12.2. SETE ETAPAS PARA SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO- AMBIENTE 1º Passo • Identificação de Perigos, Aspectos, Impactos e Riscos; 2º Passo • Eliminação de Perigos e Aspectos; 3º Passo • Estabelecimento do sistema de controle de Impactos e Riscos (Implementação das ações 4T); 4º Passo • Treinamento em Segurança, Saúde e Meio-ambiente; 5º Passo • Inspeções de Segurança; 6º Passo • Padronização; 7º Passo • Gestão Autônoma. 13. 8º PILAR - TPM OFFICE (ADMINISTRATIVO). Os processos de gestão interferem diretamente na eficiência e produtividade do chão de fábrica. Por ser um departamento que define diretamente as estratégias e alinhamento de planejamento, as diretrizes devem estar em consonância com as atividades operacionais desenvolvidas da produção. O aprimoramento dos trabalhos de escritório deve atender a máxima eficiência de forma a eliminar ou reduzir custos e perdas. 31 Por ser uma divisão da empresa em que muitos dos processos de decisões são tomados por ela, a comunicação é de suma importância que seja clara, ou seja, trâmites administrativos como Ordens de Serviço, expedições de compras, alimentação de sistemas, relatórios entre outros devem estar alinhados com as necessidades e realidades da produção. Muitas são as possibilidades de melhoria em um departamento de escritório. Alguns pontos que são abordados, durante a implantação de TPM em ambientes administrativos são, observação de desperdício de materiais, demasiada burocracia para detalhamento e resolução de decisões e consequente demora para atendimento solução eficaz do problema, layout de difícil acesso ou interação entre setores que trabalham em sinergia direta, padronização de atividades, análise de fluxo de informações, limpeza, educação e treinamento de funcionários sobre ferramentas disponíveis e método correto de utilização, análise de horas x homem, estabelecer fluxogramas de trabalho e processos, desenvolver a manutenção autônoma que é justamente um dos pilares do TPM dentro do escritório., conscientização e observação dos regulamentos da empresa, eliminar informações duplicadas, estabelecer sistemas de comunicação entre áreas que sejam eficientes, estudar dispersão ou centralização de informações de trabalho. Dentro deste conceito está justamente o ponto como devem ser abordados tais problemas, a análise deve partir da observância de possíveis melhorias e após a detecção de uma falha, é dever geral eliminá-la ou reduzir os riscos que ela causa. 13.1. TIME DE MELHORIAS Os times atuam de forma integrada ao desenvolvimento do programa TPM. As atividades são desenvolvidas dentro do ciclo de melhoria do programa TPM, o ciclo CAP-Do. Iniciam suas atividades pelo Check, onde identificam as maiores perdas e analisam o potencial de ganho com redução das mesmas As atividades dos Times de Melhorias proporcionam às empresas reduções de desperdícios e lucros consideráveis, através das melhorias que desenvolvem. Não é difícil encontrar empresas com times trabalhando, cujos 32 resultados proporcionaram, individualmente, retorno acima de um milhão de dólares por ano. Na maioria dos casos, as melhorias propostas pelos times pagam, por si só o investimento com o programa TPM. 33 CONCLUSÃO As empresas que pretendem ser competitivas no mercado, eliminado custos desnecessários e aumentado o lucro da empresa sem repassar o preço para o cliente devem ter como alternativa para este problema a implantação do TPM em seu processo produtivo ou administrativo, garantindo assim uma melhor qualidade de vida no trabalho que só será possível através da mudança de comportamento e comprometimento de todas as pessoas para se conseguir atingir resultados e garantir o sucesso do TPM. 34 REFERÊNCIAS REVISTAS ESPACIOS. Implantação de TPM em sua Fase Manutenção Autônoma: estudo de caso em uma indústria de alimentos. Disponível em:<http://www.revistaespacios.com/a14v35n12/14351224.html> Ascesso em: 12 de mar. de 2016. PASSEI DIRETO. TPM 2004. Disponível em:<https://www.passeidireto.com/arquivo/19320459/tpm_2004> Ascesso em: 12 de mar. de 2016. 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