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ATM SEGUNDO Bianchini

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BIANCHINI, EMG . Articulação Temporomandibular e Fonoaudiologia.. In: Ferreira, LP; Befi-Lopes, 
DM; Limongi, SCO. (Org.). Tratado de Fonoaudiologia.. 1 ed. São Paulo, 2004, p. 315-329. 
 
 
Articulação Temporomandibular e Fonoaudiologia 
 
 
 
 
 
Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini 
× Doutoranda em Ciências - Fisiopatologia Experimental pela Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP 
× Mestre em Distúrbios da Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica 
de São Paulo – PUC – SP 
× Especialista em Motricidade Oral – CFFa: 018/96 
× Graduação: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC – SP 
 
× Professora Assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa 
de São Paulo, Curso de Fonoaudiologia, São Paulo - SP. 
× Professora do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica – 
CEFAC 
× Chefe do Departamento de Distúrbios da ATM, Cirurgia Ortognática e 
Traumas de Face da Clínica/escola CEFAC Assistencial – São Paulo – SP. 
× Professora do Curso de Pós-graduação – Mestrado em Fonoaudiologia da 
Universidade Veiga de Almeida – Rio de Janeiro – RJ 
 
Contato: Alameda Jaú, 1767, cj. 71, CEP: 01420-002, São Paulo – SP 
 Tel: 0xx (11) 3062.5946 – e-mail: bianchin@terra.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 1 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As avaliações e propostas terapêuticas em Fonoaudiologia devem ser voltadas 
para uma interpretação holística do indivíduo que nos procura e do problema que 
apresenta. Diagnosticar e tratar um problema implica na associação de dados de 
histórico, da queixa, dos achados do nosso exame, de exames complementares quando 
necessário, da fase dos tratamentos associados e da preocupação em determinar por 
que o indivíduo está apresentando tais características funcionais. Costumamos dizer que 
“constatar a alteração” é fácil, pois muitas vezes ela é evidente ou ainda costuma ser o 
motivo do encaminhamento. Difícil é detectar a provável causa, ou causas, de tal 
distúrbio. Essa preocupação com os fatores determinantes do problema miofuncional, 
deve estar sempre presente durante a realização do exame fonoaudiológico, por tratar-se 
de um dos principais pontos de diagnóstico fonoaudiológico. A avaliação e terapia 
fonoaudiológica sem o devido diagnóstico pode levar a situações não satisfatórias de 
trabalho e até mesmo a um maior prejuízo para o paciente. Tome-se como exemplo o 
encaminhamento de paciente com queixa de desvios de mandíbula na fala e mastigação 
unilateral: ao constatar o desvio para o mesmo lado predominante de mastigação, 
pareceria fácil corrigir o suposto problema “ensinando-se” o indivíduo a usar o outro lado 
para mastigar, usando exercícios de fortalecimento muscular do lado pouco usado, e 
direcionando o movimento mandibular para simetria por meio de treino sistemático. Isso 
poderia funcionar apenas em tratando-se de hábito funcional, caso contrário, não 
conseguiríamos automatizar o novo padrão frente à existência de um fator determinante 
da modificação funcional que o paciente apresentava. Em casos mais graves, poderíamos 
até mesmo desencadear quadro de sintomatologia dolorosa devido à carga excessiva de 
trabalho articular caso houvesse um problema determinando a modificação funcional para 
proteger a região acometida, no caso, a articulação temporomandibular (ATM). Um outro 
exemplo bastante comum refere-se à associação dos problemas de voz funcionais e 
“articulação travada” ou reduzida movimentação da mandíbula na fala, diminuindo a 
ressonância oral e podendo sobrecarregar a laringe. Os treinos geralmente empregam 
exercícios vocais com grande amplitude dos movimentos mandibulares para reverter o 
quadro. Mais uma vez, não há problemas desde que se tenha certeza da saúde e 
integridade das articulações temporomandibulares e musculatura associada. Na presença 
de alguma limitação articular ou eventual processo inflamatório muscular a automatização 
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 2 
desse padrão de fala não será possível ou trará desconforto ou dor ao paciente. 
Felizmente, os danos advindos de diagnóstico falho, não costumam ser freqüente, pois ao 
sentir desconforto com alguns exercícios ou treinos funcionais, o paciente deixa de fazê-
los, evitando assim, inconscientemente, prejuízos maiores. 
As funções estomatognáticas mastigação, deglutição e fala caracterizam-se pela 
utilização do movimento mandibular modificando os espaços funcionais e possibilitando a 
mobilidade livre das estruturas de tecido mole que realizam tais funções. Os movimentos 
mandibulares são realizados pela musculatura mastigatória e possibilitados pela presença 
da ATM. Portanto, essa estrutura e musculatura correlata são importantes itens de 
cuidadosa análise no contexto de avaliação e diagnóstico funcional fonoaudiológico 
miofuncional. 
A ATM é considerada a mais complexa das articulações do corpo humano. É 
descrita como articulação gínglimo-artrodial, pois permite movimento de dobradiça e ação 
de deslizamento1, ou seja, apresenta movimentos de rotação e translação2. Trata-se de 
uma diartrose: articulação bilateral, interligada pela mandíbula e interdependente, com 
movimentos próprios de cada lado porem simultâneos, na qual o movimento ou alteração 
de um dos lados modifica funcionalmente o outro3. È do tipo sinovial, onde a membrana 
sinovial elabora a sinóvia: líquido viscoso, nutritivo e lubrificante, que reduz a fricção, 
facilitando os movimentos de uma superfície sobre a outra. É revestida por fibrocartilagem 
que possibilita remodelação contínua das superfícies articulares. 
A ATM é composta por estruturas ósseas, cartilaginosas, ligamentos e 
musculatura associada. Seus componentes ósseos dividem-se entre os da mandíbula: 
processo condilar: formado pela cabeça da mandíbula (côndilo), colo (região de 
estreitamento) e fóvea pterigóidea (local de inserção do músculo pterigóideo lateral) e os 
do temporal – fossa mandibular e tubérculo articular. Componentes cartilaginosos: Disco 
articular, responsável pela adaptação entre as superfícies funcionais da ATM e o 
revestimento cartilaginoso. Os ligamentos, cuja função é limitar o movimento preservando 
assim os componentes articulares, são: cápsula articular, ligamento temporomandibular, 
esfenomandibular, estilomandibular e pterigomandibular. A musculatura associada, 
responsável pelos movimentos mandibulares, compreende os músculos: masseteres, 
temporais, pterigóideos laterais e mediais, os músculos supra-hióideos: digástrico, genio-
hióideo, milo-hióideo e estilo-hióideos e os infra-hióideos. Por meio da ação conjunta 
dessa musculatura obtêm-se os movimentos de elevação e depressão, considerados 
movimentos primários1 e ainda protrusão, retração, movimentos laterais e movimentos 
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 3 
combinados durante a trituração dos alimentos. São considerados músculos levantadores 
da mandíbula1 masseteres, temporais, e pterigóideos mediais. Os depressores são: 
digástrico (ventre-anterior), milo-hióideo, genio-hióideo e músculo pterigóideo lateral cuja 
tração é sobre o disco e côndilo. Cabe salientar que o músculo pterigóideo lateral é 
constituído por dois feixes: superior e inferior. O feixe superior permanece inativo na 
abertura mandibular, trabalhando em conjunto com os levantadores4. As fibras do feixe 
inferior abaixam os côndilos em direção aos tubérculos articulares do temporal, 
propiciando a protrusão da mandíbula4. A contração unilateral do pterigóideo lateral leva 
ao movimento lateral da mandíbula, para o lado oposto da contração1,4. Os complexos 
movimentos mandibulares associam-seaos movimentos de rotação e translação de 
côndilo. 
 A ATM permite movimentos mandibulares amplos nos três planos espaciais. Os 
valores de referência encontram-se entre 40 e 55mm para abertura máxima, e em torno 
de 7mm a 10mm para os movimentos de lateralidade e protrusão. Para crianças, as 
médias de amplitude costumam ser semelhantes às dos adultos, com achados mínimos 
em 36mm, observando-se que tais valores parecem aumentar com a idade5. 
Os músculos da mastigação estão diretamente envolvidos em muitas fases do 
tratamento fonoaudiológico, uma vez que viabilizam e são determinantes dos padrões 
funcionais de mastigação, deglutição, fala e manutenção da posição habitual da boca, 
considerando-se que a posição habitual de lábios, língua e mandíbula são 
interdependentes em termos funcionais. 
Os movimentos da mandíbula para a produção da fala são sincronizados e embora 
sejam utilizados movimentos mais amplos1,6 em algumas circunstâncias, a média 
encontrada referente à amplitude de abertura máxima da mandíbula durante a fala é de 
10mm (10,1mm + ou – 3,2mm)7, com discreto movimento antero-posterior1. Os valores de 
velocidade dos movimentos de abertura e fechamento mandibular durante a fala, 
encontrados por meio de eletrognatografia computadorizada, são de aproximadamente 
75mm/seg (abertura 75,6mm/seg + ou – 25,3 e fechamento 76,2mm/seg + ou – 28,7)7. Os 
movimentos seqüenciais durante a fala são altamente coordenados, sem contatos 
dentários e teoricamente sem desvios durante seu percurso. Entretanto utilizando-se 
equipamento de precisão, como a eletrognatografia computadorizada, verifica-se que 
mínimos desvios em lateralidade são relativamente comuns durante a fala. 
 
 
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 4 
 
DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES 
 
A ocorrência de condições desfavoráveis que afetam a ATM costuma ser 
freqüente, pois essa articulação precisa acomodar adaptações oclusais, musculares e 
cervicais. Se a tolerância estrutural da ATM e da musculatura for menor que a 
necessidade de compensações funcionais podem ser desencadeados alguns distúrbios 
acompanhados de sintomatologia dolorosa, interferindo na situação muscular e articular. 
Assim, podem aparecer alterações nos movimentos mandibulares e nas funções 
estomatognáticas a eles associadas. 
Atuar com pacientes que apresentam sintomatologia dolorosa, não é tarefa fácil, 
nem tão corriqueira na prática fonoaudiológica. As alterações da ATM podem acarretar 
uma série de manifestações, limitações e sintomas, muitas vezes de difícil resolução. Os 
principais sintomas referem-se à dor, cuja intensidade e localização são variáveis 
compreendendo: cefaléia, dor em região da ATM, dor na face, em região temporal, frontal 
e cervical; ruídos articulares; dificuldades funcionais, tais como: limitações dos 
movimentos mandibulares, de mastigação, travamentos, cansaço na musculatura da face; 
e sintomas otológicos como: otalgia, plenitude auricular, zumbido e vertigem. A 
constatação dos sinais clínicos, obtida por meio de exames clínico e complementar define 
o tipo de comprometimento e conseqüentemente o tratamento. 
A etiologia das disfunções da ATM é multifatorial, associando-se fatores pré-
disponentes, iniciadores e perpetuantes8. A importância dos problemas oclusais como 
fator predisponente na disfunção da ATM continua a ser motivo de estudos e pesquisas, 
com resultados e opiniões muitas vezes divergentes9,10, pois, enquanto alguns trabalhos 
enfatizam a relevância dos problemas oclusais11,12,13 , outros não concordam que estes 
sejam apontados como fatores causais10,14,15,16,17,. Considera-se que os sinais e sintomas 
das disfunções são desencadeados por uma combinação de fatores incluindo: distúrbios 
da oclusão, das bases ósseas: maxilar e mandibular; fatores traumáticos, problemas 
degenerativos, alterações musculares como hiperatividade ou hipoatividade, modificações 
funcionais e hábitos nocivos levando à sobrecarga persistente na ATM ou na musculatura, 
estresse, e problemas emocionais. 
 Por tratar-se de problema multifatorial, os tratamentos dos distúrbios da ATM 
requerem um trabalho interdisciplinar, preferencialmente com uma equipe coesa e bem 
entrosada, composta por profissionais da odontologia, medicina, fonoaudiologia, 
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 5 
fisioterapia e psicologia. A definição dos profissionais que serão envolvidos em cada caso 
depende da avaliação cuidadosa e definição dos principais fatores interferentes no 
problema. 
Os conceitos referentes à caracterização das disfunções temporomandibulares 
evoluíram muito desde os anos 70 e 80, de um diagnóstico a partir de uma série de 
sintomas e sinais clínicos para um diagnóstico anatômico bem mais específico18,19,20 
graças ao desenvolvimento de tecnologia que permite a verificação de anormalidades 
anatômicas com as imagens obtidas por meio de exames complementares como a 
ressonância magnética, diferenciando, por exemplo, quadros funcionais musculares, 
lesões articulares, processos degenerativos ou ainda anomalias estruturais. Assim, os 
tratamentos tornaram-se mais objetivos para cada tipo de problema. 
Para efeito de diagnóstico diferencial e conseqüente definição dos tratamentos, as 
alterações da ATM podem ser classificadas8. 
1. Distúrbios dos ossos do crânio e mandíbula: 
- Anomalias congênitas ou de desenvolvimento2,8,21: hiperplasia, hipoplasia e agenesia 
das estruturas articulares, em especial o côndilo. 
- Distúrbios adquiridos8,21: neoplasias, raras na região da ATM incluindo tumores benignos 
(mais comuns), malignos ou metástases; e fraturas de processo condilar 
-Anquilose temporomandibular8,21: perda da mobilidade articular devido à união da 
superfície articular por tecido ósseo ou fibroso. 
2. Distúrbios musculares 
-Dor miofascial: presença de pontos de disparo de dor e dor referida, ou seja, sem que o 
local da dor tenha sido provocado22. 
- miosite: inflamação muscular. 
- Mioespasmo: contração muscular involuntária e repentina, decorrente de distensão ou 
solicitação extrema. 
- Contração muscular de proteção: ocorre para evitar a dor por meio de limitação dos 
movimentos. 
- Contraturas: trismo, fibrose muscular. 
3. Distúrbios articulares 
- Desvios de forma: irregularidades ou alterações dos tecidos duros e moles intracapsular. 
- Deslocamento de disco articular: com redução, ou seja, com recaptura do disco durante 
o movimento e sem redução – sem o reposicionamento do disco. 
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 6 
- Deslocamento articular ou luxação: perda de contato entre as superfícies articulares, 
devido ao deslocamento do côndilo à frente da eminência articular do temporal21, 
promovendo impossibilidade em fechar a boca. 
- Inflamações articulares: sinovite ou capsulite 
-Artrites: São lesões articulares de diversas origens, caracterizada por inflamação 
articular, dor, diminuição da mobilidade, crepitação e edema freqüentemente associado a 
trauma, infecção ou processo degenerativo. Inclui-se neste item osteoartrite, osteoartrose 
e poliartrite. 
 
São conhecidos como Disfunções da ATM ou Disfunções Temporomandibulares 
os quadros musculares e articulares descritos. As disfunções musculares são aquelas em 
que há envolvimento muscular caracterizado por dor na musculatura mastigatória e 
limitação de movimentos, sem comprometimento das estruturas articulares21. Asdisfunções intra-articulares são aquelas em que há problemas nas estruturas articulares, 
associadas a deslocamentos e lesões do disco articular ou das superfícies articulares, e 
são caracterizadas por dor articular, limitação dos movimentos, ruídos articulares, dor 
muscular e eventualmente edema pré-auricular21 . 
 
AVALIAÇÃO DOS PROBLEMAS 
 
Um dos grandes desafios dos profissionais que trabalham com dor e desconforto 
refere-se à subjetividade das informações, assim como às diferentes reações dos 
indivíduos com relação a esses sintomas. Nossa preocupação deve ser sempre levar em 
consideração os sintomas dos nossos pacientes e em nenhum momento ignorá-las, 
porém é bastante comum encontrarmos pacientes com importantes alterações estruturais 
com pouca sintomatologia dolorosa, e outros com dores insuportáveis sem lesões 
significativas. Da mesma forma, encontramos indivíduos que, apesar da presença de dor 
ou do desconforto, reagem bem ao trabalho e “lidam” melhor com seus sintomas; 
enquanto que outros, não conseguem ao menos desenvolver suas atividades diárias em 
razão desses sintomas. Parece, portanto existir um importante componente emocional 
que permeia os problemas reais que os indivíduos possam apresentar, muitas vezes 
dificultando o andamento dos tratamentos necessários. 
Ao receber um paciente, o profissional deve procurar identificar e distinguir os 
fatores etiológicos primários e secundários, ou seja: se existiram, por exemplo, fatores 
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 7 
determinantes dos problemas da ATM tais como traumas diretos ou indiretos ou se uma 
série de fatores secundários é que pode estar gerando ou perpetuando o problema. 
Dessa definição é que serão estabelecidos os profissionais envolvidos e a hierarquia dos 
trabalhos. A avaliação e conduta odontológica pelo especialista em ATM são 
fundamentais. É esse profissional que inicia o tratamento por meio de diferentes tipos de 
placas interoclusais, modificando os contatos dentários, apoios e distância interoclusal, 
interferindo assim na situação e comportamento articular e muscular. Por vezes a 
avaliação médica é necessária, para confirmação de diagnóstico e principalmente para 
excluírem-se doenças sistêmicas ou outros tipos de afecções. 
O trabalho fonoaudiológico miofuncional, quando necessário, deve ser realizado 
em conjunto com o dentista ou equipe responsável, respeitando a fase do tratamento em 
que o paciente se encontra. Os objetivos e propostas de nosso trabalho são variados de 
acordo com o diagnóstico do problema. É importante lembrar que apenas a reeducação 
miofuncional não resolve os problemas da ATM e que, embora os pacientes sintam-se 
bem com propostas de massagem, alongamentos e outros cuidados básicos, a meta da 
atuação fonoaudiológica deve ser o auxílio na resolução do problema em questão. A 
avaliação fonoaudiológica e um planejamento específico devem ser elaborados e 
executados em um intervalo de tempo controlado, para que possamos ter domínio sobre a 
evolução e resultados do programa proposto. 
Para a execução do exame, estabelecimento do diagnóstico e planejamento 
terapêutico fonoaudiológico, é fundamental o conhecimento da anatomia e fisiologia, não 
apenas das estruturas craniofaciais, mas também da região cervical e escapular. Além 
disso, é necessário estar familiarizado com os sinais de diagnóstico dos distúrbios da 
ATM e conhecer seus significados para fins terapêuticos. È recomendável, portanto, uma 
leitura mais aprofundada sobre o assunto23,24. 
 
Exame clínico fonoaudiológico 
 
O processo de diagnóstico fonoaudiológico referente às alterações da ATM inicia-
se desde o primeiro contato com o paciente durante a anamnese. Neste encontro 
procuramos levantar o maior número de informações acerca do problema, das 
circunstâncias e reações do paciente em relação às suas queixas. Em nossa prática 
clínica, utilizamos o protocolo de anamnese fonoaudiológica específica descrito abaixo, 
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 8 
porém deve-se permitir ao paciente que relate livremente suas impressões sobre todas as 
questões relacionadas ao problema. 
 
 Protocolo de anamnese25,26 
I. Identificação 
Nome, data de nascimento, idade, estado civil, filhos, profissão, local e tipo de 
trabalho, indicação e profissionais envolvidos. 
II. Queixa e evolução do problema 
Principal incômodo, como iniciou, tempo de evolução, história pregressa, 
conhecimento das possibilidades de tratamento. 
III. Descrição da dor 
Localização, duração e intensidade, associação com as funções, característica da dor 
IV. Descrição de ruídos e desconforto 
tipo: estalo ou crepitação, situação, freqüência, intensidade 
V. Sintomas auditivos e labirínticos 
Otalgia, zumbido, plenitude auricular, redução da acuidade auditiva, vertigens, 
náusea. 
VI. Limitação dos movimentos mandibulares 
Tipo de limitação e situação: em abertura, fechamento, lateralidade, protrusão, em 
funções; freqüência e intensidade 
VII. Hábitos nocivos 
Tipo, situação, freqüência, grau de consciência, noturno, diurno. 
VIII. Sono e postura 
Tipo e posição 
IX. Descrição da alimentação 
Tipo de dieta (textura), lado de mastigação preferencial, dificuldades de mastigação e 
de deglutição. 
X. Doenças associadas 
Saúde geral, Doenças relatadas, Acidentes, Traumas, Problemas articulares, Doenças 
reumáticas, Cirurgias ortognáticas, Tratamento ortodôntico. 
XI. Tratamentos anteriores e medicação 
Tipo e época, medicação atual. 
XII. Dados e aspectos emocionais 
Características, relato de problemas. 
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 9 
 
O exame funcional, especialmente em relação aos aspectos de postura corporal 
habitual, tensões, respiração, deglutição, fala e voz, deve ser realizado durante toda a 
situação de anamnese, pois enquanto o paciente faz seu relato, não se sente ainda 
avaliado e assim poderemos perceber suas características em situação espontânea. 
O exame específico, conforme mostra o protocolo abaixo, compreende aspectos da 
avaliação fonoaudiológica da motricidade oral, observações específicas referentes à 
situação da ATM e musculatura correlata, além de dados odontológicos, sendo que, 
esses últimos, podem ser fornecidos pelo dentista responsável pelo caso. Durante a 
realização do exame, o profissional deve estar atento aos sintomas já relatados 
anteriormente a fim de realizar o exame com os devidos cuidados e destreza, evitando 
que a dor excessiva inviabilize a finalização do exame, principalmente dos aspectos 
funcionais. Em alguns casos podem ser necessários breves períodos de descanso 
durante o exame. Para viabilização do diagnóstico diferencial podem ser solicitados 
alguns exames complementares caso seja necessário confirmar o acometimento das 
estruturas envolvidas. Segue-se então à discussão do caso entre os profissionais da 
equipe interdisciplinar, definição das prioridades e hierarquia dos trabalhos envolvidos 
no tratamento do paciente. 
 
Protocolo de avaliação fonoaudiológica25,26 
I. Identificação e data do exame 
Dados pessoais, odontólogo responsável ou equipe 
II. Dados de observação 
Análise postural e facial e características funcionais: respiratórias, deglutição de 
saliva, fala e voz. 
III. Descrição da situação dentária e oclusão 
Tipo de mordida e oclusão, falhas dentárias, linha média, interferências oclusais 
evidentes. 
IV. Características craniofaciais – relação das bases ósseas 
Dados da Cefalometria: 
Face curta, média, longa 
Relação antero-posterior: Classe I, II, III esquelética 
V. Verificação das estruturas e musculaturado sistema estomatognático 
Conformação, volume, rigidez, flacidez, sinais em mucosa. 
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 10 
VI. Dor à palpação 
Músculos temporais, masseteres, supra-hióideos, esternocleidomastóideo, cervicais 
posteriores, trapézio, peitorais 
Vértex craniano e ATM 
VII. Mobilidade 
Lábios, língua, bochechas. 
Possibilidade de execução, coordenação, simetria do movimento. 
VIII. Movimentos mandibulares 
Abertura e fechamento mandibular sem esforço 
Abertura máxima, lateralidade mandibular máxima direita e esquerda e protrusão 
máxima. 
IX. Verificação de hipermobilidade articular geral 
Pulso, dedo médio, polegar, cotovelos, joelhos, pés 
X. Funções estomatognáticas 
Posição habitual, respiração, mastigação, deglutição, fala e voz 
XI. Hábitos nocivos 
Tipo, execução 
XII. Exames complementares realizados e resultados 
Imagens: Panorâmica, Panorâmica modificada para ATM (Fig.1), Tomografia (Fig.2), 
Ressonância magnética 
Eletromiografia (análise dos potenciais elétricos evocados pela musculatura), 
eletrognatografia (análise dos movimentos mandibulares), eletrovibratografia (análise 
de ruídos articulares) 
XIII. Conclusão e conduta 
 
Ao levantar os dados de exame, torna-se fundamental reconhecer que existe uma 
grande diferença entre características diferentes do “normal” ou esperado e sinais do 
distúrbio. Em qualquer população existe grande número de pessoas que provavelmente 
mostram algum grau de alteração quando realizamos todos os pontos do nosso exame, 
mas apenas pequeno número de pessoas apresenta um distúrbio ou é sintomático. 
Portanto, vamos tratar apenas do que precisa ser tratado. 
O significado de alguns pontos específicos do exame de Motricidade Oral merece 
atenção especial, quando associado aos problemas da ATM. A presença ou ausência de 
pontos álgicos, principal referencial do diagnóstico de disfunção da ATM, mostra o grau 
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 11 
de comprometimento da musculatura e como esta reage aos possíveis problemas 
associados tais como presença de hábitos de apertar dentes ou ranger, alterações da 
oclusão e interferências oclusais ou modificações funcionais. Solicitamos que classifique a 
dor como leve, moderada ou grave. Verificamos os músculos levantadores da mandíbula: 
temporais, masseteres, músculos depressores: supra-hióideos, musculatura postural da 
cabeça e ombros: esternocleidomastóideo, cervicais posteriores, trapézio e peitorais. A 
ATM também deve ser palpada na postura habitual da mandíbula e durante a abertura e 
fechamento da boca, de maneira cuidadosa, especialmente durante os movimentos. A 
presença de dor na ATM pode mostrar sinal de que o comprometimento seja também 
articular. 
Os movimentos mandibulares devem ocorrer de maneira suave e contínua, sem 
desvios significativos e sem dor. Consideramos como satisfatória as amplitudes25,27: 
abertura entre 40 e 55mm, lateralidade e protrusão entre 7 e 10mm. São solicitados os 
movimentos de abertura e fechamento mandibular sem esforço, abertura máxima, 
lateralidade mandibular máxima direita e esquerda e protrusão máxima da mandíbula. 
Tais movimentos são medidos com régua ou paquímetro. Para a medida de abertura 
máxima toma-se a amplitude da abertura interincisivos superiores e inferiores (Fig.3), 
acrescida da profundidade da mordida ou, nos casos de mordida aberta anterior, 
desconta-se o valor da mordida aberta. As magnitudes de lateralidade são tomadas a 
partir da linha média interinsiva (Fig.4) e para medir a protrusão soma-se a 
sobressaliência existente ao valor do trespasse anterior ou subtrai-se a sobressaliência 
negativa nos casos de mordida cruzada anterior. 
As limitações dos movimentos mandibulares podem relacionar-se tanto à presença de 
problema muscular quanto articular28,29. Assim a observação da característica dos 
movimentos é decisiva para a definição do que está ocorrendo (Fig.5 e 6). A abertura 
reduzida e sem desvios acompanhada por dor na região da musculatura pode significar 
um problema inicialmente muscular. Quando tal limitação vem acompanhada por desvio 
sem correção, poderemos associá-la a presença de deslocamento de disco 
unilateralmente sem redução, sendo o desvio para o lado do deslocamento do disco, pois 
este limita a excursão do côndilo. Nestes casos as medidas de lateralidade mandibular 
aparecem discrepantes, com lateralidade menor ou quase inexistente para o outro lado. 
Um desvio em abertura sem correção pode significar também comprometimento muscular 
por assimetria da musculatura mastigatória ou processo inflamatório muscular. Os desvios 
em abertura com correção são freqüentemente acompanhados por estalo, mostrando 
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 12 
deslocamento de disco articular com redução e conseqüente correção do desvio devido à 
remoção do obstáculo ao percurso do côndilo, neste caso, o disco articular. 
Especial atenção deve ser tomada em casos de trauma direto na região da ATM, 
indireto (Fig. 7) ou casos em recuperação de cirurgia ortognática, nos quais a dor e 
redução da mobilidade mandibular estão associadas à contração muscular de proteção e 
processo inflamatório reparador. O tempo de recuperação e o tipo de trauma definem o 
que será esperado ou não em nossa avaliação. 
 Algumas características são consideradas importantes devido à possibilidade de 
serem fatores associados aos quadros das disfunções da ATM. Por exemplo: a situação 
dentária e oclusal definem a atuação do dentista e a limitação fonoaudiológica em 
estabilizar-se alguns padrões funcionais especialmente referentes à mastigação. O tipo 
de face define prognóstico, por exemplo, pela característica da musculatura na face curta 
intensificando o prejuízo quando existem hábitos de apertar os dentes ou ainda em casos 
nos quais apresenta-se desproporção entre as bases ósseas. Nesse último pode ser 
necessária intervenção cirúrgica, por meio de cirurgia ortognática30, propiciando o 
reposicionamento maxilo-mandibular para viabilizar a adequação da oclusão e das 
funções. 
Alguns sinais de disfunções podem ser vistos nos lábios, na língua, mucosa jugal 
e em outras estruturas, associados à pressão muscular contínua e hábitos nocivos como 
morder parte interna da comissura labial, pressionamento muscular peri-oral e apertar os 
dentes, assim como presença de facetas de desgaste nos dentes27,31, compatível com 
diagnóstico de ranger dentes e onicofagia. Os hábitos relatados pelos pacientes e por 
nós observados com maior freqüência, em ordem decrescente, referem-se à: apertar 
dentes, pressionar a língua contra os dentes, apertar lábios, morder lábios, ranger dentes, 
posição inadequada para dormir (Fig.8) morder o canto da boca, morder objetos, 
onicofagia, mastigar chicletes e morder a língua29. A maior parte dos pacientes tem 
consciência de alguns hábitos quando estes estão presentes e são visíveis ou de fácil 
percepção. Ao exame deve-se solicitar ao paciente que realize o hábito para nossa 
verificação. Poderemos assim analisar quais apoios são utilizados de forma mais intensa, 
como por exemplo, nos casos de onicofagia, pois é comum que o indivíduo execute tal 
hábito sempre apoiado nos mesmos dentes intensificando as tensões produzidas (Fig.9). 
Esta etapa do exame funcional já faz parte da conscientização do paciente e percepção 
do hábito, pois, muitas vezes, este reconhece a execução do mesmo sem se dar conta da 
maneira que o realiza. Os hábitos de apertar dentes e ranger noturno são aqueles em que 
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 13 
o paciente não tem consciênciaou esta é relativa. O ranger de dentes durante o sono 
costuma ser relatado como queixa quando já foi referido por alguém ao paciente. A 
verificação de desgastes nos dentes confirma a existência deste hábito. 
 A hipermobilidade articular generalizada devido à frouxidão de ligamentos, ou 
laxidão articular pode ser considerada fator predisponente de disfunções da ATM. O 
quadro é definido quando forem observados ao menos cinco regiões de frouxidão 
articular. Apesar de ser considerada benigna, torna-se um importante sinal a ser 
pesquisado, pois pode levar a freqüentes deslocamentos da ATM. Embora estes sejam 
facilmente reduzidos, sua persistência pode ser bastante lesiva25. 
O diagnóstico final é realizado pela associação de dados de todos os aspectos do 
indivíduo que nos procura: desde a história, achados de exame e resultados de exames 
complementares objetivos. Alguns pacientes com disfunção temporomandibular têm 
sintomas e sinais muito específicos e facilmente identificados ou localizados em uma 
única região. Muitos casos apresentam alterações ou interferências oclusais que 
determinam o problema e assim, é comum que a remoção dos sintomas se dê apenas 
com o tratamento odontológico, por meio de utilização de placas interoclusais, ajuste 
oclusal ou ortodontia. Entretanto, muitos pacientes apresentam uma diversidade de 
sintomas e sinais, além de fatores etiológicos pouco precisos ou múltiplos, requerendo 
maior atenção para definição das condutas. 
 
A ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA32 
 
Após discussão interdisciplinar do caso, definindo-se diagnóstico e interferências 
determinantes deve-se estabelecer a hierarquia dos trabalhos ou a possibilidade de 
trabalho conjunto. A terapêutica fonoaudiológica pode ter objetivos distintos dependendo 
destas determinações. O respeito às etapas dos outros atendimentos e 
conseqüentemente às limitações que o paciente pode apresentar nas diversas fases é 
fundamental. A proposta terapêutica fonoaudiológica pode ser parcial e realizada em 
diversas etapas de acordo com o andamento dos outros trabalhos, ou conclusiva na fase 
final dos mesmos, buscando fundamentalmente o equilíbrio funcional. 
O principal alvo do fonoaudiólogo refere-se à estabilidade das funções 
estomatognáticas, retirando as interferências negativas de compensações funcionais 
previamente realizadas, impedindo que estas interfiram de forma negativa na recuperação 
dos pacientes. Entretanto, as funções estomatognáticas ocorrem de maneira automática, 
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abaixo do nível de consciência sendo, portanto de difícil percepção e modificação. A 
execução de exercícios pode modificar o comportamento muscular de forma dirigida, mas 
não necessariamente irá modificar a funcionalidade instalada. Portanto, nosso maior 
objetivo é tornar consciente o padrão utilizado tornando-o incômodo e propiciar condições 
alternativas funcionais mais adequadas. 
 
1) Abordagem genérica 
 
O primeiro passo do trabalho refere-se a uma abordagem terapêutica genérica, na 
qual são principalmente enfocados os aspectos proprioceptivos e funcionais. Nesta etapa 
procuramos ouvir o paciente e fazer associações com os mecanismos funcionais que 
estejam sendo utilizados por ele. Tal situação traz a tona os fatores agravantes do 
problema, como a percepção de hábitos ou compensações prejudiciais, que não eram 
realmente percebidas. Muitas vezes nos surpreendemos com o relato dos pacientes que 
demonstram consciência de seus hábitos, sabendo referir quando os executa e com qual 
freqüência. Tal consciência, entretanto, refere-se ao reconhecimento da existência do 
hábito, provavelmente porque já foram informados, mas não implica em que consigam 
contê-lo ou evitá-lo mesmo conhecendo os prejuízos que estes acarretam. Alguns 
pacientes referem até obter sensação de conforto ao apertar os dentes e o fazem 
repetidas vezes com este intuito. Especialmente nesta situação, a explicação detalhada 
dos problemas envolvidos e a percepção da sobrecarga muscular são fundamentais, pois 
a mudança de tais comportamentos só será possível após a sensação consciente do 
desconforto que provocam. 
As orientações que guiarão as mudanças de comportamento são realizadas por 
meio de explicações quanto ao problema que cada paciente apresenta, estruturas 
envolvidas, funcionamento da musculatura e da articulação e sua relação com o 
movimento mandibular. Nesta fase procura-se associar cada explicação com a percepção 
visual e tátil constatada por manutenção da tensão. Desta maneira o paciente pode 
concretizar o que está sendo trabalhado, desenvolvendo sua propriocepção e atenção 
para as outras circunstâncias funcionais semelhantes ou evitando hábitos nocivos que 
pode agora perceber. 
De maneira correlata, são treinados mecanismos simples aliviadores de tensão 
que deverão ser executados sempre que se perceba algum desconforto. O intuito nesta 
etapa é substituir uma ação inadequada por outra que mantenha a atenção do paciente 
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 15 
na sensação de alívio desencadeada. Como exemplo pode-se citar a percepção da 
contração da musculatura peri-oral e orbicular de lábios (Fig.10), substituindo por ação de 
abrir os lábios ou inflar as bochechas levemente para modificar a programação de 
contração muscular. O trabalho proprioceptivo deve ser intenso e repetitivo para que a 
percepção do incômodo aconteça e permita modificação. A proposta terapêutica nesta 
fase deve ser de freqüência semanal para que os objetivos sejam alcançados. 
Quando necessário, engloba-se na abordagem genérica, um programa de treinos 
de relaxamento dirigido e em seguida auto-sugestivo associado à função respiratória, que 
devem ser realizados em situação mais controlada, preferencialmente em ambiente calmo 
e ao deitar. Institui-se assim um importante meio de aliviar as tensões acumuladas ao 
longo do dia. 
Este tipo de abordagem terapêutica, que visa um processo de percepção e 
reeducação, não tem contra-indicações. 
 
2) Abordagem específica 
 
A terapia fonoaudiológica pode ter uma abordagem bastante específica, 
dependendo do diagnóstico referente ao quadro de disfunção da ATM e à etapa do 
trabalho odontológico. Trata-se de processo diretivo, com objetivos claros e tempo 
determinado para seu alcance. Os procedimentos a serem utilizados são diferenciados 
dependendo do tipo de alteração existente: muscular, articular ou ambos. Desta forma, 
existem indicações e contra-indicações à execução de determinados procedimentos, 
especialmente aqueles que envolvam exercícios. 
Nesta abordagem podem ser utilizados procedimentos referentes a termoterapia, 
crioterapia, massoterapia, mioterapia e terapia funcional específica. 
No trabalho com percepção das tensões e manipulação da musculatura, 
buscamos reduzir os espasmos musculares, e aliviar as tensões localizadas. Para isto 
podemos utilizar termoterapia, massagens e exercícios específicos para cada paciente. 
Nosso objetivo refere-se à ativação da circulação sangüínea propiciando a retirada de 
resíduos metabólicos mais facilmente. 
A termoterapia32 utiliza aplicação de calor para exacerbar a circulação sangüínea 
na região em que for aplicado. É indicada nos casos crônicos em que exista tensão 
muscular aumentada e crises dolorosas. Traz conforto rápido ao paciente, devido aos 
seus efeitos relaxante e relativamente analgésico. Costumamos indicar sua aplicação por 
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aproximadamente vinte minutos, se possível três vezes ao dia. A aplicaçãode calor é 
contra-indicada em casos agudos na ocorrência de processos inflamatórios, assim como 
em casos de alterações neurológicas com possibilidade de reações inesperadas devido a 
este estímulo. 
A crioterapia32, ou utilização de baixas temperaturas tem sua indicação nos casos 
de limitações articulares pós-traumáticas e pós-operatórias, relaxamento de espasmos 
musculares e processos dolorosos agudos. Apresenta ação de vasoconstrição inicial, 
seguida de vasodilatação tardia. Tem ação analgésica e circulatória importante, porém 
sua aplicação costuma ser relatada como desconfortável por muitos pacientes. É contra-
indicada em casos de hipersensibilidade ao frio, doença vascular periférica ou casos de 
circulação sangüínea deficiente. 
Em nossa prática clínica com disfunção da ATM utilizamos a aplicação do calor 
úmido e massagens, especialmente antes da realização de alguns exercícios específicos, 
quando estes estiverem indicados. 
A massoterapia ou utilização de massagens suaves ou profundas auxiliam na 
redução da percepção dolorosa, no aumento do fluxo sangüíneo, na mobilização dos 
tecidos musculares e na redução de pontos de tensão32. A manipulação deve ser 
progressiva, sem causar qualquer tipo de desconforto ou dor ao paciente, visando trazer 
relaxamento e conforto. Utilizamos manipulações simples, que são ensinadas ao 
paciente, para que este possa realizá-las sempre que perceber tensão, dor ou 
simplesmente como prevenção ao desconforto. A prévia aplicação do calor úmido 
costuma trazer maior conforto ao paciente. 
A utilização da mioterapia, ou seja, orientação e execução de exercícios 
musculares, deve ser cuidadosamente estudada, pois é contra-indicada em alguns casos 
ou deve ser evitada em algumas etapas do tratamento global do paciente32. É contra-
indicada sempre que provoque dor, mesmo que leve, pois esta retroalimenta o ciclo 
vicioso de contração levando a sua persistência. Não devem ser indicados exercícios 
musculares nos casos de contração muscular protetora e de miosite, especialmente na 
etapa inicial do tratamento. 
Respeitando-se o diagnóstico, diferentes tipos de exercícios podem ser orientados 
de acordo com a região envolvida. Uma programação específica envolvendo exercícios 
leva ao desenvolvimento e manutenção de um maior controle neuromuscular. Os 
exercícios podem ser indicados tanto para relaxar os músculos, promover alongamento 
quando necessário, para melhorar seu tônus e função. De acordo com o diagnóstico e 
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objetivo do trabalho são indicados exercícios isotônicos, isométricos, isocinéticos32 ou 
com controle do movimento mandibular. Quando acessível, a eletromiografia é de grande 
auxílio mostrando mais claramente o grupo muscular que deve ser trabalhado, assim 
como a necessidade de se relaxar ou tonificar a musculatura. 
Para a elaboração e escolha de exercícios é fundamental lembrar que todos os 
exercícios que incluem abertura da boca de mais de “um dedo” (de 10 à 12mm) implicam 
em movimento de translação do côndilo e assim devemos sempre nos remeter ao 
diagnóstico do paciente nos certificando que este tenha condições de realizá-los. Como 
exemplos: um paciente com deslocamento anterior do disco com redução deve reduzí-lo, 
ou seja, recapturá-lo para a posição adequada, antes de aumentar amplitude do 
movimento mandibular a fim de que se trabalhe com o disco bem posicionado. Na 
presença de processo inflamatório articular não se deve realizar movimento articular 
amplo, até a remoção do processo inflamatório. Cabe salientar que os exercícios que 
envolvem movimentos de língua promovem movimento mandibular associado e 
concomitante movimento condilar amplo, devendo ser bem analisados quanto à sua 
indicação. Ao elevar a língua sobre o lábio superior, por exemplo, associa-se protrusão da 
mandíbula e, portanto translação condilar. Rotação de língua na região do vestíbulo da 
boca promove movimentos articulares combinados de protrusão, retração e movimentos 
laterais. Nos movimentos de retroposicionamento de língua (como por exemplo “varredura 
ou papinhos”) a musculatura retratora da mandíbula é acionada e os côndilos 
movimentam-se minimamente para trás (distal). Pode ser um exercício importante nos 
casos de pacientes que mantêm a mandíbula em posição mais anterior, entretanto é 
bastante prejudicial quando se trata de deslocamento anterior de disco ou de processo 
inflamatório na região retrodiscal, por provocar compressão nesta região. 
Caso seja indicado o trabalho fonoaudiológico quando existam interferências 
oclusais ou má oclusão, os exercícios que envolvam movimentos mandibulares como 
lateralidade e protrusão devem ser realizados sempre com a placa interoclusal para 
possibilitar o deslize da mandíbula sem interferências e conseqüentemente para que o 
movimento articular ocorra suavemente. 
A terapia funcional específica32 costuma ser necessária, pois não é possível 
modificar as funções estomatognáticas apenas por meio de exercícios. O controle neuro-
motor durante o exercício é consciente e as funções automáticas. Assim sendo, para 
assegurar a estabilidade neuromuscular conseguida, propõe-se um trabalho 
eminentemente funcional voltado para as funções estomatognáticas. Devido à 
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caracterização funcional automática, torna-se necessário um enfoque proprioceptivo na 
tentativa de realmente modificar as funções alteradas. Melhorar a propriocepção não 
significa apenas conscientizar o paciente sobre as situações funcionais inadequadas. É o 
paciente quem as descreverá, após percepção e repetição voluntária da situação 
observada. A filmagem em vídeo e posterior descrição, análise e repetição auxiliam este 
trabalho. 
As orientações sobre mastigação e a dieta alimentar vão sendo modificadas à 
medida que o tratamento progride com redução da sintomatologia dolorosa. Orienta-se o 
paciente a utilizar pequenas porções por vez e efetuar a mastigação estimulando a 
musculatura, com a utilização do mecanismo de língua e bucinador levando o alimento 
para a região posterior. Para efeito de aprendizagem e programação funcional, 
solicitamos o padrão unilateral alternado, mesmo que de maneira mais lenta, para garantir 
a percepção da utilização da musculatura e sistematização do processo. O padrão 
bilateral só será treinado quando o paciente estiver em condições dentárias, oclusais, 
musculares e proprioceptivas de realizá-lo. Os treinos mastigatórios devem ser realizados 
somente com alimentos. 
A reeducação da deglutição, quando necessária, é subseqüente com treinos 
proprioceptivos e direcionamento específico. 
O treino de fala e voz envolve percepção do abuso vocal e tensões associadas, 
coordenação respiração/fala e utilização das caixas de ressonância. O aumento da 
amplitude do movimento mandibular e a correção de desvios na fala dependem da 
adequação de todo o sistema estomatognático. Quando a oclusão e situação articular 
deixam de interferir é possível que a readaptação da falaocorra espontaneamente. Nos 
pacientes com quadro de disfonia, uma avaliação otorrinolaringológica é necessária, 
seguida de treino específico de voz, respeitando-se a amplitude do movimento mandibular 
possível, dependendo da evolução do quadro de disfunção da ATM. 
O objetivo final do trabalho fonoaudiológico é a adequação funcional pelo uso 
correto, associado às modificações oclusais e estruturais que tenham sido realizadas pela 
área odontológica. Nossos resultados mostram que a terapêutica fonoaudiológica auxilia 
na compreensão do problema, modifica comportamentos indesejáveis, favorece 
percepção e manobras, define adaptações favoráveis, viabiliza correção dos problemas 
de fala e voz associados e possibilita autocontrole, trazendo maior estabilidade dos 
trabalhos correlatos. 
 
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 19 
Devido à diversidade de problemas que podem definir os distúrbios da ATM, o 
trabalho fonoaudiológico é também variado. O quadro abaixo busca sintetizar os 
procedimentos fonoaudiológicos mais comuns para cada tipo de alteração, descrita 
resumidamente. 
 
Distúrbios da ATM Conduta8,21 Trabalho fonoaudiológico32 
Ativa Cirúrgica: 
condilectomia 
Hiperpla
-sia 
Inati
va 
Cirurgia 
ortognática 
Anomalias 
congênitas 
ou de 
desenvolvi-
mento hipoplasia 
agenesia 
Cirúrgica com 
enxertia 
Pós-cirúrgica: depende do tipo de 
procedimento cirúrgico. 
Neoplasia 
benigna 
Programação 
cirúrgica 
Pós-cirúrgica: depende do tipo de 
procedimento cirúrgico 
Neoplasia 
maligna 
 
Tratamento 
oncológico 
Depende de liberação médica e do 
tipo de tratamento realizado 
Distúrbios 
adquiridos 
Fraturas de 
côndilo 
Depende do tipo 
de fratura, do 
deslocamento do 
fragmento e da 
presença de má 
oclusão aguda. 
-Cirúrgico 
(fraturas baixas, e 
com importante 
deslocamento do 
fragmento). 
-Conservador: 
bloqueio 
intermaxilar por 
tempo reduzido 
seguido de 
mobilização. 
- Mobilização mandibular dirigida 
imediata após liberação do bloqueio 
e direcionamento funcional: 
mastigação e fala. 
- Preparo da musculatura por meio 
de massagens; alongamento da 
musculatura levantadora do lado 
acometido sem pressionar o local da 
fratura; manobras leves de alavanca 
com espátulas, se necessário. 
-Exercícios de abertura dirigida, 
lateralidade contra-lateral à fratura e 
protrusão sem desvio. 
-Mastigação unilateral contra-lateral à 
fratura. 
· Pós-cirúrgico: inicial de oito 
semanas e acompanhamento 
quinzenal devido a possibilidade 
de restrição cicatricial 
· Conservador: Protocolo de oito 
semanas 
 
 Anquilose 
Temporomandi-
bular 
Cirúrgico: 
ressecção do 
bloco ósseo de 
anquilose 
Pós-cirúrgico (15 a 20 dias) 
-Preparo: compressas próximas à 
área operada e alongamento da 
musculatura de pescoço. 
-Massagens rotatórias e de 
alongamento em região de masseter, 
bucinador e musculatura supra-
hióidea, com apoio em mandíbula, 
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 20 
trazendo-a para lateralidade contra-
lateral à lesão. 
-Exercícios isotônicos para 
mobilidade dirigida da musculatura 
peri-oral; exercícios de língua de 
propulsão e retração seqüenciais, 
visando abertura espontânea da 
boca; exercícios mandibulares: 
abertura, fechamento, protrusivo e de 
lateralidade dirigidos. 
-Mastigação: contra-lateral à lesão 
-Fala: ponto e modo de articulação, 
sonoridade, amplitude do movimento 
mandibular e ressonância vocal. 
Miosite Prescrição de 
antiinflamatórios 
Redução da 
demanda 
funcional 
Orientações quanto à redução da 
demanda funcional 
Exercícios são contra-indicados 
Contração 
muscular de 
proteção 
Redução da 
demanda 
funcional 
Se necessário, orienta-se quanto à 
redução da demanda funcional. 
Exercícios são contra-indicados 
Mioespasmo Redução da 
demanda 
funcional 
Placa interoclusal 
Eletroterapia 
Controle de 
fatores 
contribuintes 
(hábitos) 
 
-Orientações de dieta amolecida e 
redução funcional 
-termoterapia 
-massagens 
-relaxamentos da musculatura 
cervical e dos levantadores da 
mandíbula 
-Exercícios de mobilização 
(isotônicos) mandibular lentos e de 
pequena amplitude, abertura com 
acoplamento de língua, lateralidade e 
protrusão mínimas. 
Disfunções 
da ATM 
Muscular 
Dor miofascial Placa interoclusal 
Ajuste oclusal 
Controle de 
fatores 
contribuintes 
(hábitos) 
-Orientações para modificação 
comportamental 
- termoterapia 
-massagens para oxigenação com 
cuidado para não deflagrar ponto 
gatilho 
-relaxamentos globais e específicos: 
cervical e oral 
-exercícios isotônicos mandibulares 
-terapia funcional 
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 21 
Desarranjo 
interno: 
Desvios da 
forma 
Deslocamento 
de disco: sem 
redução / com 
redução 
Depende da 
caracterização e 
etiopatogenia: 
Placa interoclusal 
Ajuste oclusal 
Controle de 
fatores 
contribuintes 
Cirúrgico em 
alguns casos de 
deslocamento de 
disco sem 
redução 
 
Depende da etapa do tratamento 
odontológico 
-Orientações quanto à demanda 
funcional 
-Relaxamento de musculatura 
associada 
-Calor e massagens de oxigenação 
-Exercícios isotônicos de pequena 
amplitude do movimento mandibular 
Quando indicado: 
-Exercícios isocinéticos: abertura e 
fechamento contra-resistência 
(simetria e coordenação muscular 
associado a recaptura do disco) 
-Manipulação passiva da mandíbula 
buscando redução do disco 
associado aos procedimentos 
odontológicos. 
Manobra de 
redução 
 
-Orientações quanto à limitação dos 
movimentos e funções 
-Exercícios de coordenação e 
limitação do movimento mandibular 
com apoio de língua por acoplamento 
-Exercícios isocinéticos leves de 
fechamento contra-resistência 
(fortalecimento dos levantadores e 
relaxamento de depressores) 
Luxação 
Cirúrgico 
Eminectomia 
(recidivantes) 
Pós-cirúrgico, semelhante aos casos 
de fratura, sem utilização de 
manobras de alavanca. 
Disfunção 
da ATM 
Intra-
articular 
Inflamações 
articulares: 
sinovite/capsuli-
te 
Artrite 
Prescrição de 
antiinflamatórios 
Redução da 
demanda 
funcional 
Ultra-som 
terapêutico 
Placa interoclusal 
posteriormente 
Por tratar-se de quadros agudos, não 
é indicada terapia fonoaudiológica. 
Pode ser indicado: orientações e 
terapia funcional posteriormente 
 
 
CONCLUSÃO 
 
O íntimo relacionamento das estruturas de tecido duro, dos espaços orgânicos, 
dos tecidos moles e da ATM com as funções estomatognáticas define uma grande 
preocupação para o estabelecimento dos tratamentos dos distúrbios a ele relacionado. 
Descobrir sintomas e identificar sinais que possam reportar a quadros mais graves que 
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 22 
necessitem da atenção de vários profissionais pode determinar a eficiência do tratamento. 
A preocupação de todos os profissionais ligados a estas questões, constitui um grande 
avanço para a remissão de sintomas presentes e/ou incipientes. Nosso objetivo deve ser 
sempre o bem estar do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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