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FUNDAMENTOS DE FARMACOTÉCNICA Keline Lang Boas práticas de manipulação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as boas práticas de manipulação em farmácia. Avaliar a infraestrutura necessária para farmácias magistrais conforme a legislação. Descrever testes de controle de qualidade obrigatórios para farmácias magistrais. Introdução Para que as farmácias magistrais possam entrar em funcionamento, é necessário, além de uma autorização, seguir as Boas Práticas de Manipu- lação em Farmácia (BPMF) indicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trata-se de regras fundamentais para controle sanitário. As farmácias devem ficar atentas também às normas municipais e do conselho de farmácia da sua região. As normas recomendam procedimentos e infraestrutura para garantir e facilitar a manipulação de medicamentos de uso humano, conforme a substância utilizada. Dentre os requisitos das boas práticas está o con- trole de qualidade, com análises obrigatórias tanto de matérias-primas e materiais de acondicionamento e embalagem como do produto mani- pulado, quando da qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos administrados aos pacientes. Neste capítulo, você vai conhecer os requisitos mínimos que uma farmácia magistral deve seguir para estar em conformidade com as boas práticas. Vai avaliar a infraestrutura necessária para farmácias magistrais e identificar os testes de controle de qualidade obrigatórios para farmácias magistrais. Boas práticas de manipulação em farmácia A Anvisa emitiu resolução de diretoria colegiada (RDC) em outubro de 2007 em que descreve como devem ser realizadas as atividades de manipulação de medicamentos de uso humano em farmácias, farmácias magistrais e ofi ci- nais, ou seja, nas farmácias de manipulação, homeopáticas e até mesmo nas hospitalares que manipulam doses unitárias ou fazem unitarização de dose. Essa resolução inclui um regulamento técnico e procedimentos específi cos (BRASIL, 2007). São as chamadas boas práticas de manipulação em farmácia (BPMF). Em caso de descumprimento do regulamento ou algum dano ao consumi- dor decorrente de desvios da qualidade dos medicamentos manipulados ou dispensados, os responsáveis e/ou a farmácia serão penalizados. As farmácias de manipulação estão sujeitas a inspeções sanitárias, que podem ser realizadas segundo o regulamento técnico e no roteiro de inspeção descrito na própria resolução. Acesse o link ou código a seguir e consulte o Roteiro de Inspe- ção para Farmácia no Anexo VII da RDC nº. 67/2007. https://goo.gl/5PvQR6 A resolução descreve os requisitos necessários para o funcionamento de uma farmácia de manipulação: Estar regularizada nos órgãos de Vigilância Sanitária competentes, conforme legislação vigente. Possuir Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela Anvisa. Possuir Autorização Especial, no caso de manipular substâncias sujeitas a controle especial. Possuir um Manual de Boas Práticas de Manipulação. Seguir o Regulamento Técnico previsto na RDC nº. 67/2007. Boas práticas de manipulação2 Todo o processo de manipulação ou preparação de medicamentos magistrais deve estar em procedimentos escritos, uma vez que é indispensável o acompanhamento e o controle de todo o processo de preparação do medicamento. Os dados inseridos nos documentos devem ser claros, legíveis e sem rasuras. Esses procedimentos escritos — denominados POP, ou Procedimento Operacional Padrão — devem ser estendidos para validações, qualificações e qualquer procedimento realizado na farmácia. O POP, conforme a RDC nº. 67/2007 (BRASIL, 2007), é a descrição pormenorizada de técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando a proteger e garantir a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipuladores. Pessoal O responsável pela manipulação e pela avaliação das prescrições deve ser um farmacêutico registrado no Conselho Regional de Farmácia. No caso de haver alguma incompatibilidade na fórmula prescrita, assim como interações perigosas ou dose ou posologia que ultrapasse os limites farmacológicos e/ou toxicológicos, o farmacêutico deverá entrar em contato com o prescritor para confi rmar essas informações, antes de manipular e dispensar esse medicamento. A farmácia deve possuir uma estrutura organizacional e de pessoal su- ficiente para garantir o cumprimento dos requisitos descritos na legislação. Os funcionários devem receber treinamento inicial e continuado, com ampla discussão dos princípios das BPMF, incluindo instruções de higiene, saúde, conduta e elementos básicos em microbiologia, para garantir os padrões de limpeza ambiental, higienização dos locais e de materiais e qualidade dos pro- dutos. Esses treinamentos devem fazer parte de um programa de treinamentos instituído na farmácia. Além disso, a legislação prevê que esses treinamentos tenham a sua efetividade avaliada e documentada. Não só na manipulação, mas também no controle de qualidade, é necessário um profissional capacitado e habilitado para as atividades a serem desempenhadas. Os funcionários devem fazer exames médicos periodicamente, atendendo ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O funcio- nário deve ser afastado temporariamente ou definitivamente no caso de lesão exposta, suspeita ou confirmação de enfermidade que possa comprometer a qualidade dos produtos manipulados. 3Boas práticas de manipulação Não é permitido o uso de cosméticos, joias ou quaisquer objetos de adorno de uso pessoal. Também é proibido conversar, fumar, comer, beber, mas- car, manter plantas, alimentos, bebidas, produtos fumígenos, medicamentos pessoais e objetos pessoais nas salas de pesagem e manipulação. Dentro da área de preparação de medicamentos, os funcionários devem utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs), para assegurar a proteção do funcionário e do produto, sendo que esses EPIs devem ser condizentes com os riscos, os controles e os volumes de trabalho (Figura 1). O fornecimento e a lavagem dos EPIs são de responsabilidade da farmácia, sendo que devem ser trocados periodicamente, conforme a necessidade ou programação. A paramentação dos funcionários é um item muito importante para garantir a qualidade de um medicamento manipulado. Com isso, seguem fotos dos itens obrigatórios da paramentação em uma farmácia de manipulação. Figura 1. Itens da paramentação: jaleco, luvas, calça, sapato de proteção, touca, máscara, óculos, paramentação que cobre o corpo todo (em farmácias que preparam medicamentos estéreis, como medicamentos injetáveis estéreis). Fonte: Rob Byron; Focus and Blur; ben Bryant; WAYHOME studio; Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com. Boas práticas de manipulação4 No caso da manipulação de medicamentos estéreis (geralmente farmácias hospitalares), a farmácia deve seguir legislações específicas, no caso de nutrição parenteral ou antineoplásicos. É necessário equipamentos de proteção coletiva e individual. O uniforme e o calçado, nas áreas estéreis, devem cobrir com- pletamente o corpo, além de o tecido não poder liberar nenhuma partícula ou fibra. Uniformes, calçados, máscaras e luvas devem ser estéreis e substituídos a cada sessão de manipulação. As luvas devem ser trocadas a cada duas horas, devendo ser mantida a sua integridade nesse período. Além disso, a paramentação para a manipulação de produtos estéreis, contendo citostáticos, é diferenciada. Deve-se utilizar dois pares de luvas de látex estéreis com punho longo e sem talco, trocadas a cada hora ou quando a sua integridade estiver comprometida. O avental deve ser de uso exclusivo à sala de manipulação, devendo ser longo, ou pode-se utilizar macacão com baixa permeabilidade, frente fechada, com mangas longas e punho elástico. A paramentação e a higiene, em qualquer manipulação de medicamentos, devem ocorrer antes do início da manipulação.Estrutura Caso a farmácia possua fi liais, estas devem ter laboratório de manipulação funcionando, não sendo permitidas fi liais ou postos exclusivamente para coleta de receitas. Mas a farmácia pode centralizar a manipulação em grupos de atividades em sua matriz ou em alguma fi lial, desde que atendam às exigências da RDC nº. 67/2007. Quanto às atividades de controle de qualidade, estas podem ser centralizadas em um dos estabelecimentos. Alguns pontos importantes de limpeza e sanitização: na pesagem, as embalagens das matérias-primas devem ser limpas antes de iniciar a pesagem; os equipamentos e utensílios devem ser mantidos limpos, desinfe- tados e guardados em local apropriado. Os utensílios utilizados na manipulação de preparações para uso interno devem ser diferenciados daqueles utilizados para preparações de uso externo, com identificações. Além disso, os utensílios utilizados na manipulação de hormônios, antibióticos, citostáticos e substâncias sujeitas a controle especial devem ser separados e identificados por classe terapêutica; o lixo e os resíduos da manipulação devem ser depositados em re- cipientes tampados e identificados e ser esvaziados fora da área de 5Boas práticas de manipulação manipulação, com descarte apropriado, de acordo com o gerenciamento de resíduos estabelecido pela farmácia; os produtos usados na limpeza e sanitização não devem contaminar as instalações e os equipamentos de preparação com substâncias tóxicas, químicas, voláteis e corrosivas; é permitido à farmácia a manipulação de saneantes domissanitários (por exemplo, soluções com cloro) para consumo próprio, em sala apropriada, levando em consideração o risco de cada matéria-prima utilizada. Insumos e produtos As matérias-primas e os materiais de acondicionamento e embalagem a serem utilizados na manipulação devem ter especifi cações técnicas atualizadas, aprovadas e datadas. As matérias-primas devem ser adquiridas de fabricantes/ fornecedores qualifi cados. Essa qualifi cação deve ser feita abrangendo, no mínimo, os seguintes critérios: comprovação de regularidade perante as autoridades sanitárias competentes; avaliação do fabricante/fornecedor, por meio de análises de controle de qualidade realizadas pela farmácia e da avaliação dos laudos analíticos apresentados com atendimento às especificações estabelecidas pelo farmacêutico e acertadas entre as partes; auditorias para verificação do cumprimento das normas de Boas Práticas de Fabricação ou de Fracionamento e Distribuição de Insumos (RDC n°. 204/2006); avaliação do histórico dos fornecimentos anteriores. As matérias-primas devem ser recebidas por pessoa treinada. Todos os materiais devem ser inspecionados no recebimento, para verificar se estão adequadamente identificados, em embalagem íntegra e limpa, além do rótulo corresponder ao pedido e à nota de entrega. Em seguida, devem ser identi- ficadas, armazenadas, colocadas em quarentena, com o status quarentena. Cada lote da matéria-prima deve ser acompanhado do respectivo certificado de análise do fornecedor, que deve ser avaliado para garantir que os resultados atendam às especificações. A farmácia deverá realizar o controle de estoque das matérias-primas, registrando as entradas e saídas de cada uma delas. Os rótulos das matérias-primas armazenadas devem apresentar: Boas práticas de manipulação6 denominação do produto em Denominação Comum Brasileira (DCB), Denominação Comum Internacional (DCI) ou com o número de registro Chemical Abstract Service (CAS), além de código de referência interno, quando aplicável; nome do fornecedor; número do lote do fornecedor e número dado no recebimento, caso a farmácia adote algum; teor e/ou potência, quando couber; data de fabricação, prazo de validade e data de reanálise (quando for o caso); condições de armazenamento e advertência, quando necessário; situação interna da matéria-prima (em quarentena, em análise, aprovado, reprovado). Após liberadas pelo controle de qualidade, as matérias-primas passam para o status aprovado ou reprovado, sendo armazenadas nos seus respectivos locais e, posteriormente, utilizadas na manipulação dos produtos. Caso a farmácia fracione matérias-primas para uso próprio, deve garantir as mesmas condições de embalagem do produto original. Além disso, se o fracionamento partir de um lote único, os sublotes devem ser identificados com novos códigos (vinculados ao código da matéria-prima inicialmente recebida), para que se saiba de qual lote principal ele foi originado. A água utilizada na manipulação dos produtos é considerada matéria-prima. Ela deve ser produzida pela própria farmácia por purificação da água potável, que passa a ser denominada água purificada. As instalações e reservatórios devem ser devidamente protegidos para evitar contaminação. Quanto à água potável, ela normalmente tem uma caixa d’água que deve estar protegida para evitar a entrada de animais e ter procedimentos descritos de limpeza, assim como os seus registros. No caso da água purificada, o sistema de purificação deve ter POPs de limpeza e manutenção descritos, com os seus devidos registros, incluindo a sanitização dos recipientes a cada troca de água. A água purificada deve ser armazenada por um período inferior a 24 horas e em condições que garantam a manutenção da qualidade da mesma. A água estéril (utilizada na manipulação de produtos estéreis) não deve ser armazenada, a não ser que seja mantida em recirculação a uma temperatura igual ou superior a 80°C. Caso contrário, deve ser descartada a cada 24 horas. Os excipientes farmacêuticos utilizados devem ter embasamento técnico para serem utilizados nos produtos manipulados. Todas as informações sobre a 7Boas práticas de manipulação prescrição de cada medicamento manipulado devem estar escritas no chamado Livro de Receituário, que pode ser informatizado ou não, porém deve ter termo de abertura e encerramento lavrados pela autoridade sanitária local. Além das informações do paciente e prescritor, deve estar descrita a formulação completa com os lotes, fornecedores e quantidade pesada, o tamanho e a cor da cápsula e, se for o caso, a data da manipulação e a assinatura dos manipuladores e do farmacêutico responsável. A pesagem de substâncias de baixo índice terapêutico (aquelas que apresen- tam estreita margem de segurança, e a dose terapêutica é próxima da tóxica), hormônios, antibióticos, citostáticos (substâncias empregadas no tratamento de neoplasias malignas) e substâncias sujeitas a controle especial deve ter dupla checagem, sendo uma realizada pelo farmacêutico e outra pelo operador, com o registro dessa operação. Para essas classes de medicamentos, no caso do processo de encapsulamento, devem ser utilizadas cápsulas com menor tamanho, de acordo com a dosagem. As farmácias podem manter estoque mínimo de preparações constantes no Formulário Nacional, devidamente identificadas e de bases galênicas, para posterior preparação de medicamentos semissólidos, desde que garantam a qualidade e a estabilidade das preparações. As receitas devem ser carimbadas pela farmácia, com a identificação do estabelecimento, data da dispensação e número do registro da manipulação para comprovar o aviamento. O prazo de validade dos produtos manipulados deve ser baseado na avaliação físico- -química dos fármacos e sua estabilidade e, preferencialmente, associado ao período de tratamento. Sistema da qualidade A farmácia deve ter um Sistema de Garantia da Qualidade (SGQ), documentado e monitorado, para garantir as BPMF. Devem ser realizadas autoinspeções, no mínimo, uma vez ao ano para a verifi cação e avaliação do cumprimento das BPMF, e estas devem seguir o Roteiro de Inspeção para Farmácia (Anexo VII da RDC nº. 67/2007). As conclusões devem ser documentadas e arquivadas e as ações corretivas devem ser realizadas. Os equipamentos e instrumentos de medição devem ser calibradospor empresa certificada, utilizando padrões rastreáveis à Rede Brasileira de Ca- libração, no mínimo uma vez ao ano ou em função da frequência de uso do equipamento, e deve haver registros desse serviço (certificado de calibração). Boas práticas de manipulação8 Deve ser realizada uma verificação dos equipamentos, por pessoal trei- nado da própria farmácia, antes do início das atividades diárias, empregando procedimentos escritos e padrões de referência. As balanças precisam ser verificadas diariamente, antes do uso, utilizando os pesos- -padrão rastreáveis. Deve-se utilizar pesos-padrão com pesos diversos, que abranjam a capacidade da balança. A variação permitida de peso desses pesos-padrão deve ser conhecida, e os funcionários devem ser treinados para a leitura correta. Os valo- res encontrados devem ser registrados. No caso de valores fora do especificado, o farmacêutico deverá ser informado para providenciar nova calibração da balança e/ ou dos pesos-padrões. Deve haver um programa de manutenção preventiva dos equipamentos, e as manutenções corretivas devem ocorrer, quando necessário, sempre obe- decendo a procedimentos operacionais escritos, com base nas especificações dos manuais dos fabricantes. Os sistemas de climatização de ambientes devem ser mantidos em condições adequadas de limpeza, conservação, manutenção, operação e controle, e com os devidos registros de limpeza e manutenção. No caso da manipulação de produtos estéreis, os equipamentos e as salas classificadas devem ser qualificadas. Os ciclos de esterilização e despirogeni- zação, o sistema de obtenção de água e o processo de preparação dos produtos estéreis devem ser validados para garantir a obtenção do medicamento estéril. Essas qualificações e validações devem ocorrer antes do início das atividades da farmácia. A farmácia deve ter um sistema de atendimento a reclamações de clientes. As reclamações devido à desvio da qualidade devem ser registradas para que seja realizada uma investigação interna e, portanto, seja possível concluir sobre o ocorrido e os procedimentos a serem adotados. Deverá conter todos os dados possíveis, como cópia da ordem de manipulação (OM), laudos de análises efetuadas, laudo dos insumos do fornecedor, entre outros. O resultado da investigação deve ser repassado ao paciente, e deve ser feita a adoção e o registro das medidas cabíveis. 9Boas práticas de manipulação Infraestrutura de farmácias magistrais A RDC n°. 67/2007 (BRASIL, 2007) determina como deve ser a infraestrutura de uma farmácia de manipulação, pois ela precisa ser adequada às atividades a serem desenvolvidas. Com isso, a farmácia deve possuir, no mínimo: área ou sala para as atividades administrativas e arquivo de documentos; área ou sala de armazenamento; área ou sala de controle de qualidade; sala ou local de pesagem de matérias-primas; sala(s) de manipulação; área de dispensação; vestiário; sala de paramentação; sanitários; área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem; depósito de materiais de limpeza. Veja as particularidades a seguir. Salas de armazenamento A sala de armazenamento deve ser de acesso restrito a pessoas autorizadas, além de ter capacidade sufi ciente para estocar diversas categorias de matérias- -primas, materiais de embalagem e produtos manipulados, quando for o caso. Deve ser uma sala com temperatura e umidade controladas (monitoradas e registradas), sendo que os limites devem ser defi nidos conforme os materiais armazenados. Lembrando que há medicamentos termossensíveis que devem ser armazenados em temperaturas específi cas. As matérias-primas, os materiais de acondicionamento e embalagem e os produtos manipulados em quarentena devem ser armazenados segregados, em local identificado e seguro. Também devem estar em local segregado, identifi- cado e seguro quando esses mesmos materiais estiverem reprovados, devolvidos ou com prazo de validade vencido. As substâncias e os medicamentos sujeitos a regime de controle especial devem ser armazenados em armário ou sala própria fechado com chave ou outro dispositivo de segurança. As substâncias de baixo índice terapêutico, além de qualquer outra matéria- -prima que passará por processo de diluição, com especificação de cuidados especiais, devem ser armazenadas em local separado, de acesso restrito, iden- Boas práticas de manipulação10 tificadas como tais. Essas substâncias devem ter a seguinte frase: ATENÇÃO! ESTA SUBSTÂNCIA SOMENTE DEVE SER UTILIZADA QUANDO DI- LUÍDA. Já a substância diluída deve conter o aviso SUBSTÂNCIA DILUÍDA, acompanhado do nome da substância e do fator de diluição. A responsabilidade pelo controle, pela armazenagem, pela preparação e pelo manuseio dessas substâncias é do farmacêutico. Os produtos inflamáveis, cáusticos, corrosivos e explosivos devem ser armazenados em local seguro, longe de fontes de calor e de materiais que provoquem faísca. Normalmente, são armazenados em um armário chamado corta-fogo. Salas de pesagem A balança pode estar dentro de cada sala de manipulação ou em uma central de pesagem (sala separada) de matérias-primas, específi ca para essa atividade. A sala de pesagem deve ter sistema de exaustão, além de serem adotados procedimentos que impeçam a contaminação cruzada e microbiana. No caso da manipulação de produtos estéreis, a sala de pesagem deve ter classifi cação Classe ISO 7, com fi ltros tipo HEPA. Salas de manipulação As salas de manipulação devem ter dimensões que facilitem ao máximo a limpeza, a manutenção e as demais operações a serem executadas. A área de manipulação de sólidos deve ser separada da área de manipulação de semissólidos e líquidos, uma vez que é necessário um sistema de exaustão de ar, devidamente qualifi cado, para evitar a dispersão de pó no ambiente. A manipulação de substâncias voláteis, tóxicas, corrosivas, cáusticas e irritantes deve ser realizada em capelas com exaustão. As farmácias devem possuir salas de manipulação dedicadas para hor- mônios, antibióticos, citostáticos e substâncias sujeitas a controle especial. Essas salas devem ser dotadas com antecâmaras, para a manipulação de cada uma das três classes terapêuticas, com sistemas de ar independentes e de eficiência comprovada. As salas devem possuir pressão negativa (retira-se o ar do ambiente utilizando uma pressão controlada, de forma que esse ar não escape totalmente) em relação às áreas adjacentes, sendo projetadas de forma a impedir o lançamento de pós no laboratório ou no meio ambiente, evitando contaminação cruzada e protegendo o manipulador e o meio ambiente. A pesagem deve ser efetuada dentro da sala de manipulação. Ou, ainda, as 11Boas práticas de manipulação salas de pesagem podem ser dedicadas, com cabine sem recirculação, com exaustão de 100% em área externa à sala, sendo que esta deve possuir filtração que elimine partículas e gases provenientes da manipulação, considerando pressão negativa no interior da cabine. A sala onde está instalada a cabine deve ter pressão negativa em relação à área adjacente a ela. Ou, ainda, como terceira opção, as salas podem ser dedicadas com cabine de contenção máxima (isolador), totalmente fechada, com ventilação própria, à prova de escape de ar, operando com pressão negativa. O trabalho deve ser efetuado com luvas de borracha presas à cabine, e o ar deve ser purificado com filtros HEPA em série ou um filtro HEPA e um incinerador. Nas áreas de produção de estéreis, o ar injetado nas áreas classificadas deve ser filtrado por filtros HEPA. No caso da sala de manipulação e envase, o filtro da sala deve ser ISO 5 (3.520 partículas/cm3) ou em fluxo laminar Classe ISO 5, em área de Classe ISO 7 (352.000 partículas/cm3) e pressão positiva em relação às salas adjacentes. Essas salas devem ser monitoradas para garantir a qualidade microbiológica. Todas as operações na produção/fracionamento de preparações estéreis contendo citostáticos devem serrealizadas em Cabine de Segurança Biológica (CSB) Classe II B2, que deve ser validada semestralmente. A temperatura e a umidade nas salas de manipulação devem ser compa- tíveis com as matérias-primas manipuladas, sendo necessário monitorá-las e registrá-las. Área de dispensação A área de dispensação (também conhecida como loja) é também o local que devem ser armazenados os produtos manipulados e/ou fracionados, aguar- dando a retirada pelo paciente. Esses medicamentos devem estar protegidos do calor, umidade e ação direta dos raios solares. Os produtos manipulados que contenham substâncias sujeitas a controle especial devem ser armazenados em armário ou sala própria fechado com chave ou outro dispositivo de segurança, assim como as matérias-primas. Sala de paramentação A sala de paramentação deve ser ventilada, de preferência, com dois ambientes, considerando a barreira sujo/limpo, servindo como acesso às áreas de pesagem e manipulação. Na sala ou junto dela deve haver um lavatório com sabonete líquido e antisséptico, além de recurso para a secagem das mãos. Esse lavatório deve ser de uso exclusivo para o processo de paramentação. Boas práticas de manipulação12 Sanitários e vestiários Os sanitários e vestiários devem ser de fácil acesso e não devem ter comu- nicação direta com as áreas de armazenamento, manipulação e controle de qualidade. Devem possuir toalhas de uso individual (descartáveis), sabonete líquido e lixeira identifi cada com pedal e tampa. Área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem A farmácia deve dispor de área específi ca para lavagem de utensílios e materiais de embalagem utilizados na manipulação. Porém, é permitida a lavagem em local dentro do próprio laboratório de manipulação, desde que estabelecida por POP e em horário distinto daquele das atividades de manipulação. Depósito de materiais de limpeza (DML) Os materiais de limpeza e germicidas devem ser armazenados em área ou local específi co e identifi cado, podendo a lavagem desse material ser realizada nesse mesmo local. As áreas e instalações devem ser adequadas e sufi cientes ao desenvolvimento das operações, dispondo de todos os equipamentos e materiais de forma organizada e racional, evitando os riscos de contaminação, misturas de componentes e garantindo a sequência das operações. Os ambientes devem possuir pisos, paredes e teto lisos e impermeáveis, sem rachaduras, resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis. Os ma- teriais devem ser mantidos afastados do piso, paredes e teto, com espaçamento apropriado para permitir a limpeza e a inspeção. A iluminação e ventilação devem ser compatíveis com as operações e com os materiais manuseados. Os ambientes de armazenamento, manipulação e controle de qualidade devem ser protegidos contra a entrada de aves, insetos, roedores ou outros animais e poeira. Em conjunto, a farmácia deve dispor de Programa de Con- trole Integrado de Pragas e Vetores, em que a aplicação dos produtos deve ser realizada por empresa licenciada para esse fim perante os órgãos competentes, e deve haver registros desses procedimentos. Ainda com relação à estrutura física, os ralos devem ser sifonados (com uma bolsa onde um pouco de água fica parada, evitando que os gases retor- nem ao ambiente) e com tampas escamoteáveis (para abrir e fechar sem abrir completamente a tampa). Devem existir sistemas/equipamentos para combate a incêndio, conforme legislação específica. As salas de descanso e refeitório, 13Boas práticas de manipulação quando existentes, devem estar separadas dos demais ambientes. As tubulações expostas devem estar identificadas, de acordo com norma específica. A farmácia deve possuir: balança(s) de precisão (semi-analítica e/ou analítica), devidamente calibrada e instalada em local que ofereça segurança e estabilidade; pesos-padrão rastreáveis (para a verificação diária das balanças); vidraria verificada contra um padrão calibrado ou adquirida de fornece- dores credenciados pelos laboratórios da Rede Brasileira de Calibração; sistema de purificação de água; refrigerador para a conservação de produtos termolábeis; termômetros e higrômetros; bancadas revestidas de material liso, resistente e de fácil limpeza; lixeiras com tampa, pedal e saco plástico, devidamente identificadas; armário fechado, de material liso, resistente e de fácil limpeza, ou outro dispositivo equivalente para guarda de matérias-primas e produtos fotolábeis e/ou sensíveis à umidade. O mobiliário deve ser apenas o necessário ao trabalho de cada área, de material liso, impermeável, resistente e de fácil limpeza. Testes de controle de qualidade É necessário fazer análise das matérias-primas e dos materiais de embala- gem antes de serem utilizados, assim como dos produtos manipulados antes de serem dispensados ao paciente. Novamente, é a RDC n°. 67/2007 que determina quais testes são obrigatórios. As especifi cações e as respectivas referências farmacopeicas, Codex ou outras fontes de consultas, ofi cialmente reconhecidas, devem estar disponíveis no estabelecimento. Vejamos a seguir o que a resolução exige das farmácias de manipulação. Análise das matérias-primas As matérias-primas, após serem inspecionadas visualmente no recebimento, devem ser analisadas. Os testes preconizados conforme o tipo de matéria-prima, fármaco, excipiente farmacêutico e seus estados físicos (líquido, sólido) são: a) caracteres organolépticos; Boas práticas de manipulação14 b) solubilidade; c) pH; d) peso; e) volume; f) ponto de fusão; g) densidade. Essas análises devem seguir especificações farmacopeicas; na sua ausência, deverá ser utilizada, como referência, literatura científica pertinente. Apenas na inexistência dessas literaturas, utilizar a especificação do fornecedor. Acesse o link ou código a seguir e assista a um vídeo para aprender sobre as partes de um pHmetro, assim como os cui- dados necessários e a calibração do equipamento antes do uso. https://goo.gl/WFRGRJ As outras análises, descritas no laudo do fornecedor, podem ser aceitas, desde que sejam farmacopeicas ou validadas. Essas análises podem ser reali- zadas por um terceiro, com um contrato firmado, contemplando as atribuições de cada parte, bem como os métodos de análise utilizados. Nas matérias-primas de origem vegetal, devem ser realizados os testes: a) caracteres organolépticos; b) materiais estranhos; c) pesquisas de contaminação microbiológica (contagem total, fungos e leveduras); d) umidade; e) cinzas totais; f) caracteres macroscópicos para plantas íntegras ou grosseiramente ra- suradas, quando aplicável; g) caracteres microscópicos para materiais fragmentados ou pó, quando aplicável; 15Boas práticas de manipulação h) densidade, para as matérias-primas líquidas de origem vegetal. Podem ser aceitos os testes de umidade, determinação de cinzas totais, pesquisas de contaminação microbiológica e caracteres microscópicos para materiais fragmentados ou pós realizados pelos fabricantes/fornecedores. A reprovação de insumos deve ser notificada à autoridade sanitária. Os certificados de análise emitidos pela farmácia ou por empresa contratada devem ser avaliados para verificar o atendimento às especificações. Devem conter informações claras e conclusivas, com todas as especificações, assim como a definição dos resultados. O documento deve ser datado e assinado, contendo a identificação do responsável técnico e o respectivo número de inscrição no seu Conselho Profissional. Todos os documentos da farmácia devem ficar armazenados por um determinado prazo, existindo também períodos determinados para sua revisão e/ou atualização. Esses prazos são apresentados na RDC nº. 67/2007. Devem ser realizadas análises físico-químicas e microbiológicas da água potável, no mínimo, a cada seis meses, seguindo as especificações determi- nadas na legislação vigente. As análises podem ser realizadas por terceiros,desde que a farmácia forneça as especificações. As análises obrigatórias são: a) pH; b) cor aparente; c) turbidez; d) cloro residual livre; e) sólidos totais dissolvidos; f) contagem total de bactérias; g) coliformes totais; h) presença de Escherichia coli; i) coliformes termorresistentes. Devem ser feitos testes físico-químicos e microbiológicos da água purifi- cada, no mínimo, mensalmente, conforme previsto na Farmacopeia Brasileira Boas práticas de manipulação16 ou outros compêndios internacionais reconhecidos pela Anvisa, sendo que os testes podem ser terceirizados. A farmácia deve possuir POP para a coleta e amostragem da água, sendo que um dos pontos de amostragem deve ser o local usado para armazenamento. Verifique na Farmacopeia Brasileira, 5ª ed. (BRASIL, 2010), quais são as análises exigidas para a água purificada. A Farmacopeia está disponível no link ou código a seguir. https://goo.gl/wjGXQa No caso da manipulação de substâncias de baixo índice terapêutico, devem ser realizadas análises de teor de cada uma delas diluída (coletadas em pelo menos três pontos), logo após o preparo, e monitoramento trimestral do arma- zenado, podendo haver diminuição do tempo de monitoramento dependendo do tipo de formulação (pós, granulados, etc.). A água para produtos estéreis deve obedecer às características farmacopeicas de água para injetáveis. Além das análises físico-químicas e microbiológicas, são necessárias análises de endotoxinas bacterianas. Imediatamente antes de a água ser utilizada, deve ser analisada a condutividade e as endotoxinas bacterianas. Análise dos produtos Os ensaios dos produtos manipulados devem seguir a Farmacopeia Brasileira ou outro compêndio ofi cial reconhecido pela Anvisa, sendo, no mínimo, os seguintes testes: Preparações sólidas: descrição, aspecto, caracteres organolépticos, peso médio (com desvio padrão e coeficiente de variação). Preparações semissólidas: descrição, aspecto, caracteres organolépticos, pH (quando aplicável), peso. Preparações líquidas não estéreis: descrição, aspecto, caracteres or- ganolépticos, pH (quando aplicável), peso ou volume antes do envase. 17Boas práticas de manipulação As farmácias que produzem formas farmacêuticas pós e granulados, além das análises mínimas de sólidos, devem realizar: uma análise trimestral de teor de pelo menos um medicamento em pó/granulado diluído. Deve ser coletado pelo menos em três pontos do diluído para que sejam analisados separadamente; na sequência, verifica-se sua homogeneidade. análises de teor e uniformidade de conteúdo do fármaco, de formulações cuja unidade farmacotécnica contenha fármaco(s) em quantidade igual ou inferior a 25 mg, dando prioridade àquelas que contenham fármacos em quantidade igual ou inferior a 5 mg. Deve ser realizada, no mínimo, a análise de uma fórmula a cada dois meses. As análises da formulação devem ser realizadas em laboratório analítico próprio ou terceirizado (preferencialmente da Rede Brasileira de Laboratórios em Saúde — Reblas) e contemplar diferentes manipuladores, fármacos e dosa- gens/concentrações, sendo adotado sistema de rodízio. No caso de a farmácia possuir estoque mínimo para preparações oficinais constantes no Formulário Nacional e de bases galênicas, deve haver um controle em processo que deve ser realizado pelo próprio estabelecimento. O produto manipulado também deve ser analisado, e essas análises podem ser terceirizadas. Seguem as análises obrigatórias, quando aplicáveis: a) caracteres organolépticos; b) pH; c) peso médio; d) viscosidade; e) grau ou teor alcoólico; f) densidade; g) volume; h) teor do fármaco; i) dissolução; j) pureza microbiológica. As análises de “a” a “g” devem ser realizadas na farmácia, e as demais podem ser terceirizadas. Para as bases galênicas, a avaliação da pureza poderá ser realizada por meio de monitoramento, que consiste na realização de análise mensal de pelo menos uma base ou produto acabado produzido a partir de Boas práticas de manipulação18 base galênica, devendo ser adotado sistema de rodízio, considerando o tipo de base, produto e manipulador. Para formas farmacêuticas que contenham hormônios, antibióticos ou citostáticos, a farmácia deve realizar uma análise completa da formulação manipulada de cada uma das classes terapêuticas. Devem ser realizadas análises de no mínimo uma amostra a cada três meses. As amostras devem contemplar diferentes manipuladores, fármacos e dosagens. Para os produtos estéreis, além das análises exigidas para os outros pro- dutos, deve-se fazer a inspeção visual em 100% das amostras, para verificar a integridade física da embalagem e a ausência de partículas estranhas, pre- cipitações e separações de fases. Adicionalmente, o teste de esterilidade e de endotoxinas bacterianas também deve ser realizado, geralmente por terceiro. Esse último não precisa ser realizado para produtos oftálmicos. 1. O armazenamento dos insumos e dos produtos manipulados em uma farmácia magistral é algo que merece a atenção do farmacêutico responsável pela farmácia. A organização e a identificação dentro de uma área/sala de armazenamento garantem o cumprimento das Boas Práticas de Manipulação em Farmácia (BPMF). Com isso, responda: qual alternativa apresenta ações que demonstram que a farmácia está atendendo às BPMF? a) A farmácia possui uma área restrita única para armazenar insumos em quarentena e aprovados. b) A farmácia possui uma área restrita e segura para armazenar insumos em quarentena. c) A farmácia possui uma área geral para armazenar todos os insumos aprovados, incluindo as substâncias sujeitas a controle especial. d) A farmácia possui uma área restrita, segura e única para produtos finalizados, sejam eles aprovados ou devolvidos. e) A farmácia possui uma área geral para armazenar todas as matérias-primas (líquidas, sólidas, inflamáveis e corrosivas). 2. O controle de qualidade da matéria-prima deve ser realizado no seu recebimento, antes de ela ser utilizada na manipulação de qualquer produto. Dentre as análises mínimas necessárias de controle de qualidade das matérias-primas, estão: a) caracteres organolépticos, solubilidade e dissolução. b) ponto de fusão, pureza microbiológica e peso. c) solubilidade, pH e caracteres organolépticos. d) densidade, pH e solubilidade. e) dissolução, peso e volume. 19Boas práticas de manipulação 3. A RDC nº. 67/2007 exige o controle de qualidade de matérias-primas, produtos e, inclusive, das águas purificada e potável utilizadas. Assinale a alternativa que demonstra atendimento às BPMF em relação às análises de controle de qualidade. a) O teste de umidade é um ensaio que deve ser realizado em matéria-prima vegetal e que pode ser realizado por terceiros. b) As análises da água purificada devem ser realizadas, no mínimo, quinzenalmente. c) Ao manipular substâncias de baixo índice terapêutico, devem ser realizadas análises de teor de cada fórmula (coletadas em pelo menos três pontos), até um dia depois do preparo, além de ser necessário o monitoramento trimestral. d) Para matérias-primas vegetais líquidas, é necessário fazer a análise de viscosidade. e) A água potável deve ser analisada, no mínimo, trimestralmente. 4. A escolha dos insumos utilizados na farmácia de manipulação deve fazer parte do Sistema de Garantia da Qualidade do estabelecimento. Em complementação, deve haver procedimentos iniciais na chegada do insumo na farmácia. Ou seja, assim que a matéria-prima chega à farmácia, é necessário realizar alguns procedimentos. Assinale a alternativa que cita um deles. a) Colocar etiqueta de aprovado. b) Encaminhar para a sala de pesagem. c) Encaminhar para a sala de manipulação, que tem a balança para pesagem. d) Colar a etiqueta da farmácia antes de conferir a etiqueta do fabricante/fornecedor. e) Conferir o rótulo e o laudo de análise do fabricante/ fornecedor do insumo. 5. A manipulaçãode medicamentos estéreis exige alguns cuidados especiais nos vários âmbitos da farmácia, sendo esses cuidados também descritos na RDC nº. 67/2007. Portanto, a manipulação desses medicamentos também deve seguir as BPMF. Sendo assim, responda: caso sejam manipulados medicamentos estéreis na farmácia, qual dos itens abaixo será diferente em uma farmácia que não manipula medicamentos estéreis? a) Água. b) Vestuário. c) Sala de pesagem. d) Manutenção dos equipamentos. e) Análises de controle de qualidade. Boas práticas de manipulação20 BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Farma- copeia brasileira. 5. ed. Brasília, DF: Anvisa, 2010. Disponível em: <http://portal.anvisa. gov.br/documents/33832/260079/5%C2%AA+edi%C3%A7%C3%A3o+-+Volume+2/ ce7e36ca-b3f4-46eb-9a99-2974c4041383>. Acesso em: 29 jan. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Reso- lução-RDC n° 67, de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para uso Humano em farmácias. Disponível em: <https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/ rdc-67-de-8-de-outubro-de-2007>. Acesso em: 29 jan. 2019. Leituras recomendadas BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº. 21, de 20 de maio de 2009. Altera o item 2.7, do Anexo III, da Resolução RDC nº. 67, de 8 de outubro de 2007. Disponível em: <http://www.normasbrasil.com.br/norma/ resolucao-21-2009_111238.html>. Acesso em: 29 jan. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Reso- lução RDC nº. 87, de 21 de novembro de 2008. Altera o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação em Farmácias. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/ bvs/saudelegis/anvisa/2008/res0087_21_11_2008.html>. Acesso em: 29 jan. 2019. FERREIRA, A. O. Guia prático da farmácia magistral. 3. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2008. v. 1. THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A prática farmacêutica na manipulação de medica- mentos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 21Boas práticas de manipulação Conteúdo: