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INSTITUIÇÃO DE ENSINO ANHANGUERA / UNOPAR Lucas Jardim De Moraes Bacharelado Engenharia Civil Disciplina AULA PRÁTICA QUIMICA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS Uruguaiana, Rs 2025 Lucas Jardim De Moraes Relatório de aula prática Estrutura Cristalina e Sistemas Cristalinos Trabalho de Engenharia Civil apresentado à Universidade Anhenguera/unopar, como requisito parcial para a obtenção de média na disciplina de Química e Ciência dos Materiais Uruguaiana, Rs 2025 RESUMO A estrutura cristalina refere-se à organização regular e repetitiva de átomos, íons ou moléculas em um sólido. Os materiais cristalinos são caracterizados por padrões geométricos tridimensionais bem definidos, conhecidos como redes cristalinas, onde cada ponto representa uma posição atômica. Esses padrões podem ser descritos em termos de células unitárias, que são as menores porções repetidas do cristal que mantêm as características estruturais do sólido. Existem sete sistemas cristalinos que categorizam as diferentes simetrias geométricas observadas em cristais. São eles: cúbico, tetragonal, ortorrômbico, hexagonal, trigonal, monoclínico e triclínico. Cada sistema possui diferentes combinações de eixos de simetria e ângulos entre os eixos, resultando em propriedades físicas e químicas distintas. Os arranjos atômicos e os sistemas cristalinos desempenham um papel fundamental na determinação das propriedades dos materiais, como densidade, condutividade térmica e elétrica, e resistência mecânica. O estudo dessas estruturas é essencial para o desenvolvimento de novos materiais com aplicações tecnológicas avançadas. Palavras-chave: Estrutura cristalina, Sistemas cristalinos, Célula unitária, Propriedades dos materiais. 1. Introdução Os materiais sólidos podem ser classificados de acordo com o arranjo de seus átomos, sendo os materiais cristalinos aqueles que possuem uma estrutura ordenada e repetitiva. A estrutura cristalina é definida pela forma como os átomos, íons ou moléculas se organizam no espaço, formando redes regulares. Esse ordenamento resulta em diferentes propriedades físicas e químicas, essenciais para o desenvolvimento de aplicações tecnológicas. Dentre as várias classificações de estruturas cristalinas, destacam-se as células unitárias cúbica simples (CS), cúbica de corpo centrado (CCC) e cúbica de face centrada (CFC), que diferem pela disposição dos átomos em seus vértices e centros. A compreensão dessas estruturas é fundamental para o estudo das propriedades dos materiais e sua aplicação em diferentes ramos da engenharia e da ciência dos materiais. O presente trabalho tem como objetivo explorar a formação das células unitárias dos tipos cúbica simples, cúbica de corpo centrado e cúbica de face centrada, utilizando o software CrystalWalk. A atividade prática visa proporcionar uma visão tridimensional dessas estruturas, permitindo uma análise detalhada de seu ordenamento atômico e das implicações na formação de materiais cristalinos. Estrutura cúbica simples (CS), também conhecida como estrutura cúbica primitiva, é um tipo de arranjo atômico em que os átomos estão posicionados nos vértices de um cubo. Nesse tipo de célula unitária, cada vértice do cubo é ocupado por um átomo, e não há átomos em posições centrais ou nas faces do cubo. No caso da estrutura cúbica simples: • Há um total de 8 átomos, cada um localizado em um vértice do cubo. • Cada átomo no vértice é compartilhado com outras 8 células unitárias vizinhas, o que significa que a fração efetiva de cada átomo na célula é de 1/8. • A célula unitária possui, portanto, apenas 1 átomo por célula, considerando a soma das frações dos átomos nos vértices. Este tipo de estrutura é relativamente raro em metais, sendo o polônio um dos poucos elementos que cristalizam em uma estrutura cúbica simples. O arranjo de átomos na estrutura cúbica simples não é o mais eficiente em termos de compactação atômica, comparado a outras estruturas como a cúbica de corpo centrado (CCC) ou cúbica de face centrada (CFC), o que influencia nas propriedades físicas dos materiais. Estrutura cúbica de corpo centrado (CCC) é um arranjo cristalino no qual os átomos estão posicionados nos vértices de um cubo e também no centro do cubo. Essa estrutura é mais compacta do que a cúbica simples (CS) e é comum em muitos metais, como o ferro à temperatura ambiente, o lítio, e o cromo. Aqui estão os principais detalhes da estrutura CCC: • Há um átomo em cada um dos 8 vértices do cubo, assim como um átomo adicional localizado no centro da célula unitária. • Os átomos nos vértices são compartilhados entre 8 células unitárias vizinhas, contribuindo com uma fração de 1/8 para cada célula. O átomo no centro é exclusivo da célula unitária. • Portanto, o número total de átomos efetivos em uma célula unitária CCC é 2 (1 átomo no centro + 8 vértices * 1/8 de cada átomo). Essa estrutura é mais compacta do que a cúbica simples, resultando em uma maior densidade atômica, o que influencia as propriedades físicas dos materiais que cristalizam nesse tipo de arranjo. Por exemplo, os materiais com estrutura CCC tendem a ser mais rígidos e resistentes devido à maior interação entre os átomos. A estrutura cúbica de face centrada (CFC) é um tipo de arranjo cristalino em que os átomos estão posicionados nos vértices de um cubo, assim como no centro de cada uma de suas faces. Essa estru tura é ainda mais compacta do que a cúbica de corpo centrado (CCC), e muitos metais importantes, como o alumínio, o cobre, o ouro e o níquel, cristalizam nessa forma. Aqui estão os principais aspectos da estrutura CFC: • Há um átomo em cada um dos 8 vértices do cubo, além de um átomo adicional no centro de cada uma das 6 faces do cubo. • Os átomos localizados nos vértices são compartilhados entre 8 células unitárias vizinhas (contribuindo com 1/8 de cada átomo), e os átomos nas faces são compartilhados entre 2 células (contribuindo com 1/2 de cada átomo). • O número total de átomos efetivos em uma célula unitária CFC é 4 (1 átomo efetivo dos vértices + 3 átomos efetivos das faces). A estrutura CFC é altamente compacta e simétrica, o que resulta em uma alta densidade de empacotamento atômico. Isso confere aos materiais cristalizados nessa forma uma excelente resistência mecânica e ductilidade. Além disso, essa estrutura tende a favorecer propriedades como maior maleabilidade e boa condutividade elétrica, que são características importantes em metais como o alumínio e o cobre. 2. Materiais e Métodos Acesso ao software CrystalWalk: Inicialmente, foi acessado o software CrystalWalk por meio do link fornecido no AVA. O software permitiu a construção de diferentes tipos de células unitárias. Construção das células unitárias: Foram construídas três células unitárias, correspondentes às estruturas cúbica simples (CS), cúbica de corpo centrado (CCC) e cúbica de face centrada (CFC). Em cada etapa, foram seguidos os passos de seleção da rede cristalina e posicionamento dos átomos. a) Cúbica Simples (CS): A célula unitária CS foi construída com átomos posicionados nos vértices do cubo. Nessa estrutura, o polônio (Po) foi utilizado como exemplo de elemento que cristaliza nesse arranjo. b) Cúbica de Corpo Centrado (CCC): A estrutura CCC foi construída com átomos nos vértices e um átomo no centro do cubo. O lítio (Li) foi selecionado para representar essa célula. c) Cúbica de Face Centrada (CFC): Na estrutura CFC, átomos foram posicionados nos vértices e nas faces do cubo. O níquel (Ni) foi utilizado como exemplo de elemento químico que cristaliza nesta forma.Registro dos Resultados: Capturas de tela das estruturas foram tiradas e armazenadas para análise posterior. 3. Resultados: Através da utilização do software CrystalWalk, foi possível visualizar as diferenças entre as três estruturas cristalinas: a) Cúbica Simples (CS): Esta estrutura é composta por átomos nos vértices do cubo. Cada átomo no vértice é compartilhado por 8 células vizinhas, resultando em 1 átomo por célula unitária. O Polônio (Po) cristaliza nesta forma: (FIGURA 1- POLONIO) b) Cúbica de Corpo Centrado (CCC): Nesta estrutura, há átomos nos vértices e um átomo no centro do cubo. Cada célula unitária possui 2 átomos efetivos (1 dos vértices e 1 do centro). O Lítio (Li) é um exemplo de metal que cristaliza neste arranjo: (FIGURA 2- LÍTIO) c) Cúbica de Face Centrada (CFC): Os átomos estão posicionados nos vértices e no centro de cada face do cubo. Cada célula contém 4 átomos efetivos (1 dos vértices e 3 das faces). O Níquel (Ni) cristaliza nesta forma: (FIGURA 3 – NÍQUEL) 4. Discussão A prática permitiu observar que as diferentes estruturas cúbicas possuem características distintas em relação à disposição dos átomos e à densidade de empacotamento atômico. A estrutura cúbica de face centrada (CFC) apresentou a maior compactação, o que resulta em materiais mais densos e com propriedades como maior ductilidade e resistência à deformação. A estrutura cúbica simples (CS) foi a menos eficiente em termos de empacotamento atômico, enquanto a cúbica de corpo centrado (CCC) mostrou-se intermediária. Essas diferenças explicam por que materiais como o níquel (CFC) e o lítio (CCC) têm propriedades mecânicas e físicas variadas, influenciadas diretamente pelo arranjo cristalino. 5. Conclusão A prática permitiu uma compreensão clara dos três principais tipos de estruturas cristalinas cúbicas (CS, CCC e CFC), e como o arranjo atômico influencia as propriedades dos materiais. O uso do software CrystalWalk foi fundamental para a visualização dessas estruturas em três dimensões, facilitando o aprendizado sobre a disposição atômica e os sistemas cristalinos. 6. Referências BRAGA, S. A. et al. Estrutura dos materiais cristalinos: teorias e aplicações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018. CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.