13. Moagem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA 
OPERAÇÕES UNITÁRIAS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS 
 
Milla Gabriela dos Santos 
2011/01 
 
13. Moagem 
 
A moagem é uma operação unitária de fragmentação ou redução de tamanho, onde o 
tamanho dos sólidos é reduzido pela aplicação de forças mecânicas de impacto, compressão e 
abrasão. O tamanho das partículas pode ser variado, mas em algumas ocasiões é necessário que 
elas tenham o mesmo tamanho. 
A moagem é uma operação unitária freqüentemente utilizada com grãos, para reduzi-los a 
farinha ou pó. 
Em cereais, implica na eliminação do pericarpo, das cascas da semente, da epiderme 
nuclear e da camada do aleuroma. Geralmente se elimina o gérmen por ser relativamente rico em 
óleo, o qual provoca o ranço do cereal, diminuindo a sua qualidade. 
A trituração ou moagem pode ser considerada muito ineficaz do ponto de vista energético. 
Somente uma pequena parte da energia é empregada realmente para a ruptura ou fragmentação 
do sólido. A maior parte se dirige para a deformação desse sólido e a criação de novas linhas de 
sensibilidade que pode produzir a ruptura sucessiva dos fragmentos. O resto da energia se dissipa 
em forma de calor. 
 
a). Objetivos: 
• Aumento da relação superfície/volume, aumentando, com isso, a eficiência de operações 
posteriores, como extração, aquecimento, resfriamento, desidratação, etc. 
• Uniformidade do tamanho das partículas do produto, auxiliando na homogeneização de 
produtos em pó ou na solubilização dos mesmos (exemplo: sopas desidratadas, preparados para 
bolos, achocolatados, etc.). 
• Em alguns casos, a moagem não tem como objetivo a redução do tamanho de partículas. A 
moagem de cana para fabricação de aguardente, por exemplo, tem a finalidade de extrair o caldo 
da cana. 
• Reduzir o tempo de secagem de sólidos úmidos; 
 
b). Etapas necessárias para redução granulométrica: 
• A quantidade de equipamentos e os meios de separação variam de acordo com a 
alimentação e a granulométrica do produto desejado; 
• Para a trituração de materiais grossos até o tamanho de pó, serão necessárias várias 
etapas; 
• Na operação de moagem é necessário que cada partícula se rompa com o contato de 
outras partículas ou por ação direta das partes móveis do equipamento; 
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• Quanto maior for o número de partículas, maior será o número de contatos necessários no 
equipamento; 
• Quanto maior for o número de contatos, menor será o tamanho das partículas. 
 
Na redução do tamanho das partículas são empregados alguns princípios e forças: 
 
Força Princípio Equipamento 
Compressão Compressão Rolos trituradores 
Impacto Impacto Moinhos de martelo 
Cisalhamento Esmagamento Moinho de discos 
 
c). Características para a seleção dos equipamentos: 
 
Produtos mais duros: 
• Mais difíceis de moer; 
• Necessidade de mais energia; 
• Maior tempo de retenção na zona de ação; 
• Resulta em menor produção; 
• Necessita de aumentar o volume do moinho para a mesma produção; 
• Desgaste maior da superfície de trabalho; 
• Reduzir a velocidade de movimentação para reduzir o desgaste. 
 
Estrutura mecânica da matéria inicial: 
• Estrutura cristalina: ruptura dos planos de união por compressão; 
• Havendo poucos pontos de união as forças de impacto e cisalhamento são mais eficientes; 
• Estrutura fibrosa não pode ser desintegrada por compressão ou impacto, sendo necessário 
desfiá-las ou cortá-las; 
 
Umidade: 
• Maior que 2 a 4%: reduz a eficiência da moagem podendo ocorrer aglomeração o que é 
indesejável para a obtenção de produtos finos ou em pó; 
• Moagem à seco: aparecimento de doenças respiratórias nos funcionários; são inflamáveis; 
• Em alguns casos a água é utilizada para facilitar a presença de partículas sólidas na zona 
de ação, em forma de pasta. Exemplo à trituração de milho. 
 
 
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Sensibilidade à temperatura: 
• A moagem promove um aumento na temperatura dos produtos processados podendo 
ocasionar degradação dos mesmos; 
• O aumento da temperatura leva a uma fusão das substancias e a saturação do moinho 
acarreta uma redução da eficiência do processo; 
• Necessidade de recorrer os dispositivos de refrigeração como camisas ou serpentinas na 
zona de ação. 
 
d). Equipamentos para moagem 
Entre os equipamentos estão: moinho de discos (disco único e disco duplo), moinho de rolos, 
moinhos de facas, moinhos de martelos, moinhos de pedras, moinho de gravidade, moinho de 
barras, trituradores de mandíbulas e moinho de bolas. 
 
1. Moinho de rolos: 
• As partículas da carga são arrastadas entre os rolos, sofrendo uma força de compressão 
que as tritura; 
• Dois ou mais cilindros pesados giram em direções contrárias, a velocidades iguais ou 
diferentes. Partículas na alimentação são submetidas a forças de compressão 
• Mais utilizado na moagem de cereais em uso caseiro, fornece um produto de textura mais 
uniforme. 
• A distância entre os rolos, que giram em sentidos opostos, é regulável e deve ser ajustada 
às condições da matéria prima, da torrefação e do próprio sistema de extração. 
• Exemplo: moagem intermediária em engenho de trigo e refino de chocolate. Em outros 
casos a superfície dos rolos pode ser estriada para facilitar a fricção e a separação. 
 
 
 
2. Moinho de Martelo: 
• Consiste em um eixo giratório de grande velocidade com um colar de martelos na periferia; 
• Um rotor de alta velocidade gira no interior de uma capa cilíndrica. No exterior do rotor é 
acoplada uma série de martelos nos pontos de articulação. O material se rompe pelo impacto dos 
martelos e se pulveriza ao passar por uma esteira na abertura entre os martelos e a capa. 
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• Produzem um material mais fino que o moinho de rolos. 
• Podem ser considerados moinhos para uso geral, já que são capazes de triturar sólidos 
cristalinos duros, produtos fibrosos, substancias vegetais, produtos untosos. 
• Muito utilizado para moer pimenta e especiarias, leite desidratado, açúcares, etc. 
 
 
 
3. Moinho de facas: 
É utilizado especificamente para operação de redução de tamanho em formas de cubos, 
fatias e tiras dos alimentos. Os equipamentos utilizados para esta operação são chamados de 
cubetadoras e, possui uma série de facas circulares, em forma de L e serrilhadas, que dão a forma 
desejada ao produto final. Este tipo de equipamento é bastante utilizado para queijos, e legumes 
em geral. 
 
4. Moinho de Disco: 
• A alimentação passa por uma divisão estreita, que existe entre um disco estriado que gira e 
a armadura estacionária do moinho; 
• A ação cisalhante promove a trituração da carga; 
• A divisão pode variar segundo o tamanho da matéria-prima e as exigências do produto 
acabado. 
• Geralmente usado para moagem de granulação fina, são pequenos e de difícil regulagem. 
São os mais comuns no Brasil. 
 
4.1 Moinho de Disco Duplo 
• A armadura contém dois discos que giram em direções opostas proporcionando um grau 
maior de maior de cisalhamento que nos moinhos de disco único; 
• Disco com estrias facilitam a desintegração; 
• É utilizado para a preparação de cereais e moagem de arroz e mandioca; 
 
 
 
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5. Moinho de Pedra 
• Moinho de esmagamento com disco de pedra; 
• Monta-se sobre um eixo duas pedras circulares; 
• A parte superior é fixa e tem uma boca de entrada de carga; 
• A parte inferior gira; 
• A carga passa pelo espaço entre aspedras; 
• Os produtos sofrem a ação de uma força de cisalhamento; 
• Os produtos saem na lateral da pedra inferior; 
• Máquinas modernas utilizam aço; 
• Utilizados em moagem úmida de mandioca para separar o glúten e amido da casca; ou 
moagem de farinha. 
 
6. Moinhos de Bolas: 
• O equipamento é formado por um cilindro giratório horizontal que se move à baixa 
velocidade carregada com bolas de aço, ferro ou porcelana; 
• A redução de tamanho é feita pela ação do impacto e da fricção das bolas ao girar o 
moinho. 
• Quando o cilindro gira as bolas caem sobre os produtos a serem triturados produzindo o 
cisalhamento da matéria-prima; 
• Bolas maiores: maior impacto 
• Bolas menores: maior contato; 
• Velocidades baixas: forças de cisalhamento; 
• Velocidades elevadas: forças de impacto; 
• Quando a velocidade de rotação é muito elevada o processo de moagem desaparece. 
 
 
6.1 Moinho de bolas vibratório: 
• O meio triturador vibra; 
• As forças de cisalhamento são mínimas; 
• As forças de impacto são as realmente eficazes. 
 
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7. Moinho coloidal: 
A aplicação principal do moinho coloidal é a trituração de produtos em suspensão, 
emulsões extremamente viscosas (margarina, maionese). 
No moinho coloidal, os ingredientes da mistura são forçados a passar através de uma 
válvula com ranhuras muito estreita. Esta válvula é composta de uma parte fixa e outra giratória 
que é o rotor, e ocorre a dispersão em toda a mistura. O intervalo entre o estator e o rotor é 
ajustável, conforme a necessidade do processo em relação a dispersão (emulsão) desejada do 
produto final. 
 
e). Tipos de moagem: 
 
1. Moagem em circuito aberto 
• Não é necessária a presença de um sistema de classificação auxiliar; 
• O capital investido é baixo; 
• O material é alimentado ao equipamento e passa uma única vez pela máquina, sendo 
retirado do circuito após a moagem. 
• Grande diversificação no tamanho das partículas; 
• Métodos mais simples de se operar com a moagem. 
• Possibilidade de resultar em um número muito elevado de partículas grandes (passam mais 
rapidamente pelo moinho porque é puxada com maior força pela gravidade). 
 
Exemplo: Trituradores de mandíbulas: A alimentação passa entre duas mandíbulas pesadas. O 
material vai passando lentamente por um espaço cada vez menor, triturando-se ao deslocar-se. 
 
 
 
2. Moagem em circuito fechado 
 
• O produto bruto passa por uma separação; os grãos finos constituem o produto, os grãos 
grossos retornam ao equipamento para outra moagem. 
• Custo inicial mais elevado, mas o consumo de energia por tonelada de produto é menor e 
evita-se a produção de quantidade exagerada de finos, minimizando a poluição e a perda de 
material processado; 
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• Tempo de retenção na zona de ação é curto;
• Podem ser levadas as zonas de ação por gravidade ou com auxilio de uma corrente de ar 
ou água; 
• O moinho trabalha com partículas maiores.
 
3. Moagem úmido 
A carga é moída em forma de suspensão em uma corrente liquida 
Vantagens: 
• Eliminação dos problemas com pós;
• Possibilidade de extração de um componente solúvel em água e posterior recuperação por 
evaporação; 
• Produz partículas menores que na moagem a seco sendo usada na moagem ultrafina
Desvantagens: 
• É pouco econômica; 
• Desgasta mais facilmente o moinho.
 
f). Métodos e medidas de dimensões de partículas
O método mais utilizado são as peneiras padronizadas:
• O sólido é colocado no topo de uma série de peneiras;
• Cada peneira tem aberturas menores que as da anterior;
• Quando as peneiras são ag
atingida uma que tenha a abertura muito pequena para as partículas passarem;
• O tamanho das partículas coletadas em qualquer peneira é expresso como um 
comprimento médio apropriado entre as aberturas da peneira 
da peneira coletora. 
 
Medição real das partículas e posterior levantamento estatísti
 
 
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Tempo de retenção na zona de ação é curto; 
as as zonas de ação por gravidade ou com auxilio de uma corrente de ar 
O moinho trabalha com partículas maiores. 
A carga é moída em forma de suspensão em uma corrente liquida freqüentemente
dos problemas com pós; 
Possibilidade de extração de um componente solúvel em água e posterior recuperação por 
Produz partículas menores que na moagem a seco sendo usada na moagem ultrafina
mente o moinho. 
Métodos e medidas de dimensões de partículas 
O método mais utilizado são as peneiras padronizadas: 
O sólido é colocado no topo de uma série de peneiras; 
Cada peneira tem aberturas menores que as da anterior; 
Quando as peneiras são agitadas, as partículas passam através das malhas até que seja 
atingida uma que tenha a abertura muito pequena para as partículas passarem;
O tamanho das partículas coletadas em qualquer peneira é expresso como um 
comprimento médio apropriado entre as aberturas da peneira imediatamente
 
Medição real das partículas e posterior levantamento estatístico. 
as as zonas de ação por gravidade ou com auxilio de uma corrente de ar 
freqüentemente a água. 
Possibilidade de extração de um componente solúvel em água e posterior recuperação por 
Produz partículas menores que na moagem a seco sendo usada na moagem ultrafina; 
itadas, as partículas passam através das malhas até que seja 
atingida uma que tenha a abertura muito pequena para as partículas passarem; 
O tamanho das partículas coletadas em qualquer peneira é expresso como um 
nte anterior e a abertura