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RESUMO DE DIREITO DO TRABALHO I 1 EQUIPARAÇÃO SALARIAL 2 Material de estudo: 3 ✓ Legislação: CLT, art. 5º, 461. ✓ Jurisprudência: Súm. 6, 127, 159, 301, TST; OJ SDI-1 125, 296, 297, 353, 404, 418, TST. ✓ Doutrina (+) Estratégia de estudo sugerida: É absolutamente imprescindível conhecer a literalidade da Súmula 6 do TST, a partir da qual são formuladas quase todas as questões sobre o assunto deste capítulo. Requisitos Observações pertinentes Mesma função Não interessa a denominação do cargo, e sim a função e as tarefas desempenhadas, que devem ser idênticas. Em princípio, qualquer função, inclusive as intelectuais, podem ser objeto de equiparação. Mesmo empregador Em caso de grupo econômico, o TST somente admite a equiparação se os serviços foram prestados em favor do grupo, como verdadeiro empregador único, e não a uma das empresas, isoladamente. Mesma localidade O trabalho deve ser desenvolvido no mesmo município ou em municípios distintos, localizados na mesma região metropolitana. Simultaneidade O paradigma e o paragonado devem ter trabalhado juntos, em uma mesma época, ao menos durante algum tempo. Não é necessária a simultaneidade ao tempo da reclamação. Mesma perfeição técnica Avalia-se o aspecto qualitativo do trabalho do paradigma e do paragonado. Mesma produtividade Avalia-se o aspecto quantitativo do trabalho (produção em determinada unidade de tempo). Diferença de tempo de serviço ≤ 2 anos A diferença de tempo de serviço é contada na função e não no emprego. Inexistência de quadro de carreira homologado pela autoridade competente No caso das empresas privadas, o quadro de carreira deve ser homologado pelo MTE. No caso de entidades de direito público, a homologação se dá por ato da autoridade administrativa competente, prescindindo da homologação pelo MTE. O quadro de carreira deve prever a promoção alternada por merecimento e antiguidade. Se existir quadro de carreira homologado, a equiparação é inviável, mas o empregado pode reclamar judicialmente a preterição, enquadramento ou reclassificação. No caso de desvio de função, são devidas apenas as diferenças salariais, mas não o novo enquadramento. 1 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. 4. ed. São Paulo: MÉTODO, 2014. 2 Para uma leitura mais aprofundada dos itens listados acima, vide o capítulo 17 da referida obra. 3 Os tópicos Material de estudo e Estratégia de estudo sugerida são instruções do autor para melhor assimilação do conteúdo abordado. Outras observações relevantes sobre o tema: ➢ O trabalhador readaptado por deficiência física ou mental, atestada pelo INSS, não serve de paradigma; ➢ admitida a equiparação em cadeia (tomando-se como paradigma empregado beneficiado por decisão judicial que determinou a equiparação salarial anteriormente), desde que a equiparação não tenha decorrido de vantagem pessoal, de tese jurídica já superada pela jurisprudência ou ainda se não demonstrado o preenchimento dos requisitos do art. 461 da CLT em relação ao paradigma original; ➢ viável a equiparação salarial na hipótese de cessão de empregados, desde que a cedente responda pelos salários do paradigma e do paragonado (reclamante); ➢ Em regra, é vedada a equiparação salarial nos órgãos da administração direta, autárquica e fundacional; ➢ Admite-se a equiparação nas empresas públicas e sociedades de economia mista; ➢ Em caso de substituição temporária e não eventual, inclusive nas férias, o substituto faz jus ao salário do substituído, enquanto durar a substituição; ➢ A ocupação de cargo vago não dá direito à equiparação com o antigo titular do mesmo, nem ao salário de substituição, pois efetivamente não ocorre substituição nesta hipótese; ➢ A prescrição da pretensão à equiparação salarial é parcial, tendo em vista que a lesão se renova mês a mês. “DEIXADINHAS” 4 1. A equiparação salarial realiza o princípio da isonomia em matéria de remuneração, estabelecendo tratamento igual aos iguais, e desigual aos desiguais. 2. A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. 3. Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. 4. Somente haverá possibilidade de equiparação salarial se o empregador for o mesmo. Admite- se a equiparação entre empresas do mesmo grupo econômico se este for considerado empregador único. 5. Só é possível a equiparação entre empregados que trabalham em uma mesma localidade. 6. O conceito de “mesma localidade” de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. 7. Para a equiparação salarial, faz-se necessário que paradigma e paragonado tenham trabalhado simultaneamente, ao menos durante algum tempo. 8. É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. 4 Segundo o autor Ricardo Resende: “[...] Tal ferramenta, inspirada no drop shot do tênis e nos tweets, tem por objetivo fixar conceitos básicos sobre o assunto com poucas palavras, de forma que você possa estudá-las em qualquer lugar. É necessário esclarecer, entretanto, que as deixadinhas não se prestam a resumir todos os pontos importantes do capítulo, pelo que se faz indispensável o estudo analítico do material como um todo.”. 9. Cabe ao empregador o ônus de provar qualquer fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação. 10. Somente há possibilidade de equiparação salarial se o trabalho do paradigma e do paragonado for de igual valor. 11. Trabalho de igual valor será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. 12. A perfeição técnica relaciona-se ao aspecto qualitativo do trabalho. 13. A produtividade relaciona-se ao aspecto quantitativo do trabalho, ou seja, ao resultado da equação produção/unidade de tempo. 14. O tempo de serviço, no caso, se refere à função, e não ao emprego. 15. Não se aplica a equiparação quando o empregador tiver quadro de carreira homologado pelo MTE, e as promoções sejam previstas alternando os critérios de antiguidade e merecimento. Para tal, a alternância se impõe, ainda que o quadro de carreira tenha sido referendado por negociação coletiva. 16. As entidades de direito público estão dispensadas da homologação do quadro de carreira junto ao MTE, sendo tais documentos aprovados por ato administrativo da autoridade competente. 17. Quadro de pessoal organizado em carreira, aprovado pelo órgão competente, excluída a hipótese de equiparação salarial, não obsta reclamação fundada em preterição, enquadramento ou reclassificação. 18. O simples desvio funcional do empregado não gera direito a novo enquadramento, mas apenas às diferenças salariais respectivas, mesmo que o desvio de função haja iniciado antes da vigência da CF/1988. 19. O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. 20. Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma.21. Não é viável a equiparação em cadeia, entretanto, se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese de equiparação salarial em cadeia, se o empregador produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em relação ao paradigma remoto. 22. A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. 23. A jurisprudência não admite a equiparação salarial entre servidores públicos da administração direta, autárquica e fundacional. 24. Admite-se, entretanto, a equiparação entre empregados das empresas públicas ou sociedades de economia mista. 25. Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. 26. Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor. 27. Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento.
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