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RESUMO 1ª prova de IED I

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RESUMO
 
 1. Conceito de Direito
1.1. O que é Direito?
- As definições sofrem a influência do definidor;
- Vários significados: norma de organização social (sentido objetivo), poder de agir garantido por lei (sentido subjetivo), Ciência do Direito, Justiça, etc.
 
1.2. Direito “directus” – direcionamento (sem inclinação)
 “jus” – seria o conceito ideal, algo entre Lei e Justiça
 
- Definição de Paulo Nader: “Conjunto de Normas de conduta social (1) imposto coercitivamente pelo Estado (2) para a realização da segurança, segundo os critérios de justiça (3).”
1- Gênero: aproxima o Direito dos diferentes tipos de controle social (regras de trato social, moral, religião, etc.). As normas jurídicas estabelecem o raio de ação de um indivíduo na sociedade dentro da legalidade. Porém, elas de nada valem na ação do indivíduo fora do meio social (‘na intimidade’).
2- Espécie: diferencia o Direito dos diferentes tipos de controle social. Se um indivíduo não concorda com as regras religiosas, por exemplo, ele abandona a religião.
3- A justiça é a causa final do Direito. Ela é alcançada através das normas jurídicas que funcionam quando se tem um “Estado de Segurança Jurídica”.
OBS.: toda norma jurídica é uma limitação à liberdade individual e por isso o legislador deve regulamentar o agir humano dentro da estrita necessidade de realizar os fins que estão reservados ao Direito: segurança através dos princípios de justiça.
- Definição de Miguel Reale: “Ordenação bilateral atributiva das relações sociais, na medida do bem comum.”
OBS.: Está implícito nessa definição que o Direto delimita a maneira que uma pessoa pode agir sem que prejudique outrem.
 
1.3. Origens do Direito: sem a pré-existência desses fatores, não haveria a necessidade de surgimento do Direito:
- Agrupamentos humanos;
- Parâmetros morais (oriundos de valores religiosos, místicos, convívio familiar, etc.);
- Conflitos de Ordem Social (o Direito é um fenômeno social porque só existe dentro de uma sociedade - ubi societas, ibi jus - onde há sociedade está o direito - recíproca verdadeira).
 
1.4. Direito, experiência e valores
- O Direto é resultado das mudanças históricas que criaram um determinado conjunto de valores;
- Conjunto de valores cristalizados devido às experiências sociais, possui fins (caráter pragmático, organiza os conflitos) e fundamentos (são morais e não legislativos, valores, parâmetros de justiça).
 
1.5. Unidade do Direito e divisão do saber jurídico
- Unidade finalística ou teleológica;
 
1.6. A ciência do Direito
- Particularização do saber jurídico, que toma por objeto de estudo o teor normativo de um determinado sistema jurídico;
-Direito Natural x Direito Positivo: Direito Natural não é formulado pelo Estado, é espontâneo, sendo revelado pela conjugação da experiência e razão, tem caráter universal, eterno e imutável; o Direito Positivo é institucionalizado pelo Estado, é a ordem jurídica obrigatória em determinado lugar e tempo.
- Direito x lei: o Direito é único, enquanto a lei é objeto de estudo, podendo ser dividido;
- Limites do conhecimento jurídico: o conhecimento jurídico pode ser segmentado, sendo seus limites perceptíveis (em cada situação se aplica determinada regra do Direito);
- Complementaridade das disciplinas jurídicas.
 
1.7. Direito e linguagem
- Cada Ciência exprime-se numa linguagem necessária ao seu estudo;
- Linguagem adota autoridade política, sendo opinião com força normativa;
- A linguagem possibilita a elaboração das normas jurídicas e a externalização do vocabulário jurídico;
 
 
 2. Direito e Moral
2.1. Teoria do Mínimo Ético
- Teoria dos círculos concêntricos (direito totalmente dentro de moral e de abrangência menor): Direito representa o mínimo de preceitos morais necessários ao bem-estar da coletividade;
- Na verdade, apesar de imensa parte do Direito ser reflexo da moral, há uma parte que não é (Teoria dos círculos secantes).
 
2.2. Normas Jurídicas não morais (Teoria dos círculos secantes)
- Questões técnicas;
- Atos juridicamente lícitos que não o são do ponto de vista moral.
 
2.3. Campo do Direito
- Coercibilidade (uso legítimo da força pelo poder público; coação potencial)
- Heteronomia (sujeição ao querer alheio; regras impostas independente da vontade dos destinatários);
- Cuida da ação humana depois de completada.
 
2.4. Campo da Moral
- Incoercibilidade;
- Autonomia (adesão voluntária e espontânea);
- A ação ainda está na consciência, então ninguém pode interferir.
 
OBS. (2.3 e 2.4): Os indivíduos podem criticar as leis, mas devem agir como ela reza, mesmo que contrariados. Podem ocorrer casos onde uma regra moral só será obedecida pelo potencial uso da força pelo Estado. Nessas situações, mesmo que a maioria concorde que a ação é moral, a moralidade do sujeito se separa do Direito pois ele só a cumpre para não ser punido.
 
2.5. Bilateralidade atributiva
- Relação entre duas pessoas;
- Fixação de papéis para as pessoas pelo Estado;
- Existência de um bem envolvido na relação;
- Só surge com a transformação do costume em ordem jurídica.
 OBS.: Bilateralidade é a ação dos tipos “querer, pretender, exigir ou fazer” algo. Quando garantidas pelo Estado, ganham a característica da atributividade (ordem objetiva de exigibilidade). Os mesmos tipos de ações, inseridas num outro contexto, e, não atribuídos pelo Estado, ficarão a cargo do julgamento moral geral.
 
2.6. Direito só cuida de ações exteriorizadas – a moral não
- Direito se limita aos atos exteriorizados e a moral dos interiorizados (Direito não deve interferir no plano do pensamento, da consciência, dos atos que não se exteriorizam).
 
2.7. Normas de trato social, Direito e moral
- Normas de trato social: padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e que, não resguardando os interesses de segurança do homem, visam a tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade; costumes e hábitos antigos passados geralmente pela família, como as etiquetas, a educação, os protocolos, etc.; não tem função de proteger o homem, tentando apenas amenizar o convívio social; incoercibilidade;
- As normas de trato social cultivam um valor próprio, que é o de aprimorar o nível das relações sociais, dando-lhes o polimento necessário à compreensão. Esse valor, porém, não é de natureza independente, mas complementar, pressupondo a atuação dos valores fundamentais do Direito e da Moral;
- Os valores que as regras de trato social traduzem constituem uma sobrecapa dos valores éticos de convivência;
- Bilateralidade sem atributividade;
- Moral se identifica com a noção de bem, que constitui seu valor (bem: tudo que promove o homem de uma forma integral e integrada).
 
 
 3. As disciplinas jurídicas
3.1. Ciência do Direito (sentido estrito)
- Não tem natureza crítica;
- Lida com o Direito Positivo, aquele que em algum momento já esteve ou está em vigor;
- Estuda o fenômeno jurídico concretizado no espaço e no tempo;
- Estuda a dogmática jurídica;
- Estuda as normas (comandos jurídicos de forma individualizadas) e os ordenamentos jurídicos (comandos jurídicos como um todo, um conjunto);
- Estuda a Teoria Geral do Direto (não se consideram as normas estritamente, mas a aplicação do Direito em sentido amplo).
 
3.2. Filosofia do Direito
- Busca o melhor, a essência do direito, o Direto justo, os fins e os fundamentos do Direito;
- Analisa os valores que inspiram o Direito;
- Formula um conjunto de questões indispensáveis para se penetrar nas “razões fundantes da experiência jurídica”;
- Questiona o critério de justiça;
- Se vale de princípios lógicos, éticos, culturais e históricos.
 
3.3. Sociologia do Direito (Direito visto como fenômeno social)
-Estuda as relações entre sociedade e Direitoa partir de alguns aspectos:
a) adaptação do Direito à vontade social;
b) aplicação das leis pelas autoridades e cumprimento delas pelo povo;
c) se vale de dados estatísticos para descobrir se a norma atingiu ou não a eficácia esperada pelo legislador, além dos efeitos sociais provocados.
- Aspectos fáticos do Direito;
- Análise das instituições sociais, de modo a saber se o todo jurídico está adequado ao quadro social do momento.
 
3.4. História do Direito
- Continuidade das instituições jurídicas;
- História das instituições (vias de regra, normatizadas) e das idéias jurídicas (mais próximo do campo filosófico);
- Relaciona fatores históricos com o Direito;
 
3.5. Direito Comparado
- Estudo de diferentes sistemas jurídicos;
- Possibilita o aproveitamento, por um Estado, da experiência jurídica de um outro;
- Diferente de legislação comparada.
OBS: Devido à globalização, o Direito de Integração anda muito em voga atualmente
 
3.6. Lógica Jurídica
- Geral (Teoria Geral do Direito - mais abrangente) x Específica (hermenêutica jurídica – mais específico, restrito, dogmático);
- Formal (lógica do dever-ser; parâmetros gerais de lógica) x Material ou Substancial (dialética, teoria da argumentação teórica, etc. – factualista, do razoável)
 
 4. Direito Público e Direito Privado
- Direito Público: Trata da relação Estado x cidadão/outros Estados (cuida dos interesses deste);
- Direito Privado: disciplina as relações entre particulares;
- Os ramos do Direito Público e do Direito Privado foram setorizados para facilitar o aprendizado. No entanto, todos eles possuem as características essenciais do Direito: diz respeito às coisas do Estado.
 
 5. Ramos do Direito Público
5.1. Direito Constitucional
- “...dispõe sobre a estrutura do Estado (1), define a função de seus órgãos (2) e estabelece as garantias fundamentais da pessoa (3).”
1 e 2- parte orgânica;
2- estabelece faixas de competência para os poderes;
3- parte dogmática.
- Conceito de constituição (pode ser interpretado em dois sentidos principais: material - organização dos poderes e órgãos do Estado e das normas protetoras das pessoas - e formal - referência à Carta Constitucional que define a estrutura do Estado);
- Supremacia da Constituição;
- As Constituições fixam os princípios e as grandes coordenadas da vida jurídica do Estado.
 
5.2. Direito Administrativo
- Disciplina a atividade estatal com uma fórmula jurídica que facilita a realização de suas obrigações;
- Prestação de serviços públicos, atividade estatal dirigida à satisfação das necessidades coletivas de ordem fundamental (energia, água, transporte...);
- Depende do trabalho de servidores públicos;
- As administrações estatais podem ter um viés individualista ou liberal (Estado-mínimo), ou ainda coletivista ou socialista (Estado-protetor).
 
5.3. Direito Tributário
- Disciplina a arrecadação pelo Estado, cuidando da relação entre o fisco e o contribuinte;
- Explica as funções da tributação a partir da idéia de fator gerador que corresponde à ação que o Estado pretende realizar com o recolhimento de um imposto qualquer (cada imposto só pode ter um fator-gerador).
 
5.4. Direito Financeiro
- Ligado ao regime de receitas (obtidas por meio de impostos, taxas, contribuições e da própria atividade empresarial do Estado) e despesas públicas (orçamento).
 
5.5. Direito Internacional Público
- Disciplina os Estados-soberanos (as relações entre eles) e os organismos internacionais;
- Tem fontes nos tratados, convenções e costumes internacionais;
- Incidência da Lei Internacional (“auto-limitação da soberania”);
- Não adota como regra a coercitividade para o cumprimento das normas, apesar de ser dotado de sanção;
- Apresenta semelhanças com o direito interno:
- Noção de ato ilícito praticado por países;
- Noção de justiça;
- O conjunto de normas jurídicas é cristalizado a partir de uma forma aceitável de viver social.
OBS.: os três elementos que compõe um Estado são: o território, a população e o poder político. Entenda por território não apenas o aspecto geográfico, mas a idéia de que ele é o “espaço social submetido à soberania jurídica e política de um determinado Estado”. Dessa forma, o território de um Estado é formado também pelo mar territorial, pelo espaço aéreo, pelas embaixadas, navios e aviões, respeitando-se as regras do DI.
 
5.6. Direito Penal
- Define os crimes, estabelece as penalidades correspondentes e dispõe sobre as medidas de segurança;
- Regula o poder punitivo do Estado;
- Regime das condutas anti-sociais punidas pelo Estado;
- Crime: “ação humana (1), típica (2), anti-jurídica (3) e culpável (4).
1- pessoas jurídicas não podem ser sujeito de crime;
2- a ação tem que estar de acordo com um modelo de crime definido em lei, pois “não há crime e nem pena sem lei” (Princípio da Estrita Legalidade).
3- a ação praticada é contrária ao Direito;
4- ação intencional ou com imprudência/negligência/imperícia.
OBS.: atualmente, só o Estado pode punir e faz isso baseado em critérios científicos que visam a intimidação e a readaptação social do criminoso.
 
5.7. Direito Processual
- Se relaciona basicamente com o Poder Judiciário ao criar normas que disciplinam a aplicação do Direito pelos tribunais e regulam a administração da justiça;
- Áreas de especialização: penal, civil e militar;
- “Autonomia do Processo”: todos têm o direito de procurar a justiça, o que não quer dizer que tenha o direito de fato.
 
 6. Ramos do Direito Privado:
6.1.Direito Civil
- Conjunto de normas que regulam os interesses do homem, tratando de etapas e valores da vida;
- Base do Direito Privado no Ocidente (dogmática feita sobre o aspecto liberalista, caracterizando bem a diferença entre Direito Público e Privado);
- Temas do DC: interesses comuns aos ramos jurídicos, abrangendo o estudo sobre as pessoas, bens e atos jurídicos, interesses fundamentais da pessoa, como Obrigações, Empresa, Coisas, Família e Sucessões.
- Autonomia da vontade e Direito Civil: possibilita ao sujeito a ação da lei ou a sua abstenção (abster-se não significa que o sujeito está cometendo ato ilícito.);
- O DC na vida cotidiana:
a) Direito da Família (Intangibilidade Familiar): A família é a expressão imediata do livre-querer do indivíduo. O Direito não pode criar laços afetivos, mas reconhece os existentes e protege-os. Ele dá assistência desde a constituição até o caso de uma extinção; cuida da relação dos cônjuges, dos ascendentes e descendentes.
b) Direito das Obrigações: As obrigações são as necessidades primárias para a sobrevivência do homem. Através desse ramo do DC, também influenciado pela autonomia da vontade, o homem pode comprar alimentos, alugar uma casa, tomar uma condução, isto quer dizer, nas palavras de Reale, “o poder de constituir situações jurídicas intersubjetivas para consecução de fins civis ou econômicos.”.
c) Direito das Coisas (Propriedade Individual): Os bens para o DC são exteriorizações da personalidade da pessoa. Eles são obtidos com o trabalho, ou de outras formas legais, e com o querer da pessoa. Cuida da garantia de posse e da propriedade, que em conjunto, forma o patrimônio do sujeito.
d) Direito das Sucessões (Legitimidade de Herança e do Direito de Testar): O DC reconhece que entre os poderes que o indivíduo tem sobre seu patrimônio, existe um que permite a ele transmiti-lo a seus herdeiros, no todo ou em parte.
e) Direito de Empresa ou Associativo: O DC permite que as pessoas se unam para criar uma empresa coletiva. Surge assim a figura das pessoas jurídicas privadas.
f) Direito Pessoal (Personalidade): O DC tenta criar um clima de bem estar ao ditar os direitos e os deveres do sujeito. A individualidade, o nome, a imagem, dentre outras coisas, são protegidos.
OBS.: o Direito pode impor limites à autonomiada vontade para poder proteger um acordo de interesse social ou uma parte mais fraca no acordo.
 
6.2. Direito Comercial
- Direito dos comerciantes e dos Atos de Comércio;
- Disciplina as atividades econômicas habituais com finalidades de lucro e regulariza o exercício da profissão do comerciante;
- Menos formalista que o DC: “o comércio tem preferido – por exigência de sua própria natureza – a cômoda insegurança da liberdade das formas à incômoda segurança da formalidade.”;
- A área de estudo desse ramo contém muito do Direito Econômico (área intermediária entre Direito Privado e Público, ocorrendo uma interposição na medida em que abrange atos de empresa no plano econômico) e do Direito de Empresa (não se refere somente a comércio, mas a indústria, prestação de serviços, etc.).
 
 Outros Ramos do Direito
7.1. Direito Internacional Privado
- Cuida de negócios internacionais particulares;
- Direito de integração, arbitragem (eleição de um país neutro com vistas a proceder a lide entre dois países estrangeiros, etc.);
- É um conjunto de normas taxativas que, numa disputa entre particulares no plano internacional, terá por objetivo solucionar os conflitos de leis entre os ordenamentos jurídicos envolvidos, indicando o sistema jurídico competente a ser aplicado à resolução do impasse;
-Nader e Reale entendem como de Direito Público, na medida em que não regula o direito atingido, apenas determina quais regras (de qual Estado) regularão.
 
7.2. Direito do Trabalho
- Surgido no contexto do Estado Social;
- Disciplina as relações entre empregador e empregado;
- A idéia de trabalho para esse ramo é aquele prestado em favor de outrem e sob dependência deste;
 - Contrato de Trabalho;
- Direito individual e coletivo;
- Os fins desse ramo são:
a) Organizar a vida do trabalho dependente e subordinado, na parte técnica do contrato: duração, salário, férias, etc.
b) Proteger o trabalhador na doença, na invalidez e nos acidentes: aposentadoria, auxílios, indenização, pensão, etc.;
c) Organizar a vida associativa do trabalhador: sindicatos, federações, etc.;
e) Promover a defesa dos direitos e interesses legítimos dos empregados.
- Nader entende como de Direito Privado, visto que o Estado não participa de um dos pólos da relação empregado-empregador;
- Reale entende como de Direito Público, na medida em que regula a previdência social, os contratos coletivos, fundos de garantia, normas processuais, etc.
 
7.3. Direito do Consumidor
- Proteção ao indivíduo consumidor;
- Princípios próprios (materiais, processuais, penais).
 
7.4. Direito ambiental
- Direito difuso;
- Base do Direito Civil e Administrativo.
 
 
 Direito como manifestação do poder do Estado
- O Direito pressupõe a existência de um poder político;
- Estado “é um complexo político, social e jurídico, dotado de poder autônomo, que envolve a administração de uma sociedade estabelecida em caráter permanente em um território”;
- Direito e Estado são interdependentes, pois o primeiro só permanece estável devido ao poder político que o suporta. Em contrapartida, cabe à ordem jurídica, definir os direitos e as obrigações estatais. Ambos têm o objetivo de assegurar o bem-estar para a coletividade;
- Estadualidade (participação ou chancela do Estado) é nota inseparável do Direito Positivo (mesmo a norma costumeira é utilizada no Direito somente com o aval estatal);
- Somente o Direito Natural independe de organização política;
8.1. Soberania, poder político e Direito
- Soberania: poder de autodeterminação estatal. No plano interno, representa a maior força do Estado, pela qual dispõe sobre a organização política, social e jurídica aplicável em seu território. No plano externo, significa a independência em relação aos demais Estados (o que não o livra de se sujeitar à ordem jurídica internacional). É una e indivisível (“não há duas nem meia soberania”). Não significa poder ilimitado(vel) – Estado democrático de Direito. É sempre do Estado, mesmo que esse seja absolutista (não é do ditador, por ex.);
- Poder político: superior a outros poderes, detendo com exclusividade a capacidade de criar comportamentos obrigatórios.
 
8.2. Monopólio da criação e aplicação do Direito pelo Estado
- Devido à soberania.
 
8.3. Elementos do Estado: povo, território e governo
- Povo x nação: povo são os habitantes de um território (indivíduos subordinados à lei, podendo ter nacionalidades, religiões e idéias diferentes) e nação é uma sociedade formada por indivíduos que se identificam por alguns elementos comuns, sentindo-se unidos pelas mesmas aspirações;
- Território: não apenas o aspecto geográfico, mas a idéia de que ele é o “espaço social submetido à soberania jurídica e política de um determinado Estado”. Dessa forma, o território de um Estado é formado também pelo mar territorial, pelo espaço aéreo, pelas embaixadas, navios e aviões, respeitando-se as regras do DI.
- Forma negativa x positiva do território: a negativa nega a qualquer outro Estado exercer sua autoridade nessa área e a positiva expressa que todos os indivíduos que se acham em determinado território estão sob o império do Estado;
- Atributos territoriais: impenetrabilidade (em um território só pode haver um Estado) e indivisibilidade (inclusive de seus elementos).
- Governo: institucionalização do Estado.
 
8.4. A origem do Estado e o Direito
- O marco jurídico para a criação do Estado é a elaboração de uma Constituição, podendo sua origem ser de diversas formas, de acordo com o perfil jurídico do próprio Estado;
- Teoria do Contrato Social: status naturae > status societatis > pactum unionis > pactum subjectionis; explica racionalmente e não historicamente; mostra que o poder político emana do povo e reivindica para este o poder soberano;
- Teoria Patriarcal: família patriarcal > gens > tribos > cidade > Estado;
- Teoria Matriarcal: admite a Teoria Patriarcal, porém posteriormente à Matriarcal;
- Teoria Sociológica: primeiros grupos formados pelos clãs (identidade religiosa).
 
8.5. Perfis jurídicos do Estado
- Individualista: pensamento liberal, visto que atendidos os interesses individuais, os coletivos restariam atendidos (Estado somente como guardião do Direito – Kant);
- Supraindividualista ou Intervencionista (Socialista): exaltação dos valores coletivos, em oposição aos valores do individualismo; durante uma época, visava o fortalecimento do próprio Estado e não da coletividade (Estados totalitários); enfraqueceu o princípio da autonomia da vontade; limitação da liberdade em favor da igualdade;
- Transpersonalista (Social-democrático): concilia individualismo e coletivismo, devendo ambos os tipos de valores se subordinar aos valores culturais, de forma que quando a conciliação for impossível, a escolha do valor adotado seja feita de acordo com a natureza do caso concreto, em função do princípio de justiça, de forma a se encontrar um meio termo.
 
8.6. Estado de Direito, arbitrariedade e discricionariedade
- Estado de Direito: proteção dos direitos humanos por meio da independência e harmonia entre poderes, da coerência e da boa definição da ordem jurídica, de definição das obrigações estatais e da participação do povo na Administração Pública pela escolha de seus representantes;
- Arbitrariedade (ex.: ilegalidade, abuso de poder, etc.): conduta antijurídica (sob o critério formal) praticada por órgãos da administração pública e violadora de formas do Direito, podendo ser praticada por ação ou omissão; apesar de seu conceito ser independente do de justiça, não é possível haver arbitrariedade legal;
- Formas de combate à arbitrariedade: eliminação do arbítrio judicial, controle jurídico dos atos administrativos (instauração de justiça especializada) e controle de constitucionalidade.
 
-Discricionariedade é agir segundo as leis.
 
 Conceito de segurança jurídica9.1. Noção de segurança jurídica
- Estado necessário para o sistema jurídico que comprove a sua certeza ordenadora, buscando a legitimidade desse sistema perante o povo, divulgando-o para que este o obedeça e promovendo a crença na justiça.
 
9.2. Segurança Jurídica e justiça
- Segurança jurídica é a finalidade próxima no caminho que o Direito percorre em busca da justiça, finalidade distante e valor supremo para o Direito. Sem segurança não há condição de haver justiça.
 
9.3. Direito, previsibilidade das ações e clareza das regras
- Previsibilidade das ações: as leis devem estar em vigor antes de um fato relacionado a elas ocorrer.
- Clareza das regras: a lei deve ser clara, evidente e pública, para ser respeitada.
 
 
 Princípios ligados à segurança jurídica
10.1 Legalidade
Princípio onde o sujeito pode agir livremente desde que esteja dentro da lei;
Não existe crime e nem pena que não estejam previstos em lei.
10.2. Segurança de orientação
- Clareza das regras e decisões jurídicas (univocidade): padronização das decisões, evitando controvérsias;
- Convicção de que a lei gera consequências concretas;
- Suficiência: o ordenamento jurídico deve ser capaz de solucionar quaisquer problemas surgidos na vida social.
 
10.3. Irretroatividade da lei
- Ocasionalmente, pode ocorrer retroatividade desde que a lei nova não fira direito adquirido, ato jurídico perfeito ou coisa julgada; ( No direito penal a lei só retroage em favor do réu).
 
10.4. Adaptabilidade do Direito
- Refere-se à evolução gradual das instituições jurídicas: “a ordem jurídica que não evolui de acordo com os fatores sociais deixa de ser um instrumento de apoio e progresso, para prejudicar o avanço e o bem-estar social.”
 
10.5. Respeito à coisa julgada
-Dá-se a coisa julgada quando a decisão judicial é irrecorrível, não admitindo qualquer modificação. A presunção de verdade que a coisa julgada estabelece constitui um princípio de segurança jurídica. Onde a garantia da parte vencedora em juízo se, em qualquer tempo, as decisões judiciais pudessem ser reversíveis? Como se programar para o futuro com base em uma sentença judicial, se esta for passível de reforma futura? O respeito à coisa julgada é princípio indeclinável de segurança
10.6. Continuidade jurisprudencial
- A interpretação do Direito pelos tribunais deve ter o mesmo sentido e permanência.
 
10.7. Devido processo legal
-Ninguém pode ser privado de bens ou liberdade sem ter o devido processo legal
 
 Direito e Estado
11.1. Sanção x coação
- Significados de Coação: violência física/psíquica X força organizada para fins do Direito (atos jurídicos praticados sob coação – 1 significado – são anuláveis);
- Aplicação efetiva de uma sanção.
-Pode ser estatal ou não, caso não seja estatal é ilegítima, pois só o Estado tem competência para aplicar a coação, seguindo os procedimentos da lei.
 
- Sanção: processo e garantia do que se determina uma regra;
- O que caracteriza a sanção jurídica é sua predeterminação e organização; que é diferente da sanção difusa, presente na moral e regras de trato social. Sanção difusa não é tratada pelo Direito.
- Atualmente cogitam-se formas mais eficientes de se garantir o cumprimento das normas jurídicas, através da substituição de sanções intimidativas para sanções que possam influir no sentido de adesão espontânea dos obrigados (vantagens em pagar um tributo adiantadamente, por ex.) – sanções premiais.
 
11.2. Ideologia e Direito
- A ideologia determina o tipo de Constituição do Estado.
 
11.3 – Fatores condicionantes da atuação do Direito
- Política;
- Opinião pública
- Grupos organizados;
 
11.4. Direito e revolução
- Quebra de uma legalidade e instauração de outra
 
 
11.5. Estado e Ordenamento Jurídico
- Ordenamento Jurídico: conjunto de regras jurídicas que vigoram em um Estado, disciplinando a sua ação e sua estrutura; e o Estado dará suporte, pois tem o poder político, às normas do ordenamento

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