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Aula 11 Inventário e partilha (2a parte)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV Profª: Évelyn Cintra Araújo
c.4) Citação e Impugnação às primeiras declarações
	Feitas as primeiras declarações, cita-se o cônjuge/companheiro, os herdeiros e legatários, por correio ou por edital (se estiverem em lugar incerto ou desconhecido), e intima-se a Fazenda Pública, o Ministério Público, havendo herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver testamento.
	O objetivo é para, num prazo comum de 15 dias, impugnar as primeiras declarações, cuja cópia lhes são entregue no momento da citação ou intimação (art. 626, §3º, §4º). 
	De acordo com o art. 627, a impugnação pode versar sobre:
- erros, omissões e sonegação de bens: quando então o juiz mandará retificá-los (§1º, art. 627); 
- reclamação contra a nomeação do inventariante (não confundir com remoção): em razão da preterição na ordem do art. 617, quando então o juiz nomeará herdeiro mais bem situado na ordem preferencial (§2º, art. 627); 
- a qualidade de quem foi incluído como herdeiro: o juiz, verificando a ausência de condição de herdeiro, determinará a sua exclusão do feito. 
	Por outro lado, aquele que, se julga herdeiro, não for contemplado nas primeiras declarações, deverá pleitear a sua inclusão antes da partilha. Nesse caso, ouvidas as partes em 15 dias, o juiz decidirá (art. 628).
	Em ambos os casos, se a disputa da qualidade de herdeiro demandar produção prova que não a documental, o juiz remeterá a parte para as vias ordinárias, sobrestando ou reservando, acautelatoriamente, o seu quinhão até decisão do litígio (§3º, at. 627 e §2º, art. 628). No caso do herdeiro preterido, tal medida perderá a sua eficácia se ele não promover, no prazo de 30 dias após a sua efetivação, a ação de petição de herança.
	Vale lembrar que o herdeiro descendente, que recebeu doação ou dote do ascendente, é obrigado, no prazo de que dispõe para impugnar as primeiras declarações, a fazer colação dos bens recebidos (à título gratuito), a fim de reconstituir o acervo hereditário, sob pena de ser considerado sonegador (a sonegação será argüida por meio de ação própria no prazo de 10 anos). A colação será feita conferindo os bens por termo aos autos, ou, se o herdeiro já os não possuir, trar-lhes-á o valor. Caso o herdeiro negue o recebimento da doação, abre-se vista às partes e, instaurada a controvérsia, remetem-se a via ordinária, não podendo o herdeiro receber o seu quinhão enquanto pender a demanda, salvo se prestar caução correspondente ao valor dos bens sujeitos à conferência (§2º, art. 641).
c.5) Avaliação dos bens e últimas declarações
	Após o prazo para a impugnação, não oferecida ou decidida se oferecida, o juiz nomeará perito, se não houver avaliador judicial, para avaliar os bens do espólio (inclusive quotas sociais e apuração de haveres), a fim de preparar a partilha e estimar a base de cálculo do imposto causa mortis.
	A avaliação será dispensada se a Fazenda Pública e os herdeiros (é necessário que todos sejam capazes) concordarem com o valor atribuído nas primeiras declarações (art. 633).
	Do contrário, será oferecido um laudo, do qual as partes poderão se manifestar no prazo de 15 dias (art. 635). Se impugnado, o juiz, acolhendo, determinará a retificação ou repetição da perícia. 
	Por outro lado, se aceito o laudo ou resolvidas as impugnações a seu respeito, será lavrado o termo das últimas declarações, que nada mais são do que o ato processual pelo qual se põe fim à fase do inventário dos bens (no qual o inventariante poderá emendar, aditar ou completar as primeiras), sobre as quais serão ouvidas as partes também num prazo de 15 dias, cabendo ao juiz decidir sobre eventuais impugnações (art. 637).
	Em seguida, não manifestando as partes, ou decidindo o juiz sobre as impugnações, procede-se ao cálculo do imposto causa mortis (ITCMD), sobre o qual também serão ouvidas todas as partes no prazo comum de 5 dias, e, em seguida, a Fazenda Pública, decidindo o juiz eventuais impugnações (art. 638).
c.6) Pagamento das dívidas do autor da herança (art. 642 e ss)
	Antes de se proceder à partilha, devem ser pagas as dívidas do falecido. Para tanto, o credor deverá se habilitar mediante petição acompanhada de prova literal da dívida, a qual será distribuída em dependência e autuada em apenso ao processo de inventário.
	Se os herdeiros concordarem, o credor será habilitado e os bens, suficientes à satisfação o crédito, separados para imediata alienação ou adjudicação, de acordo com as regras de expropriação previstas no código. 
	Mas, se surgir qualquer controvérsia, a habilitação deverá ser resolvida pelas vias ordinárias, resguardando eventual direito do credor pela reserva cautelar dos bens (art. 643, caput e parágrafo único). Contudo, passados 30 dias da efetivação de tal reserva, sem que o credor promova ação cabível (cobrança ou execução), a medida perderá eficácia.
	Obs: credor de dívida líquida e certa, porém não vencida, poderá também requerer habilitação no inventário. Todavia, havendo concordância das partes, a reserva dos bens será feita para futuro pagamento.
d) Partilha 
	Superadas todas as etapas anteriores, proceder-se-á a partilha, que poderá ser amigável ou judicial.
	Se amigável, as partes, que deverão ser maiores e capazes, apresentarão negócio jurídico que será homologado pelo juiz por meio de sentença. Atenção: a partilha amigável, que ocorre no bojo do inventário judicial, não se confunde com a apresentada em Cartório de Notas no inventário extrajudicial, que dispensa homologação.
	Não sendo amigável, dar-se-á vista às partes para que, no prazo comum de 15 dias, formulem o pedido de quinhão (cota parte que cabe a cada um), o qual será decidido pelo juiz, deliberando a partilha e designando os bens que deverão constituir o quinhão de cada herdeiro e legatário. Lembrando que, se houver um só sucessor, não haverá partilha, mas sim adjudicação.
	O NCPC, no parágrafo único do art. 647, prevê, de forma inédita, a possibilidade de o juiz deferir antecipadamente a qualquer dos herdeiros o exercício dos direitos de usar e de fruir determinado bem, sob a condição de que, ao término do inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro.
	Também prevê a nova lei, no art. 649, que o bem não comporta cômoda divisão e que não couber na parte do cônjuge ou companheiro supérstite ou de um só herdeiro, será licitado entre interessados ou vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, salvo se houver acordo para que todos o adjudique.
	Definidos os quinhões, o partidor, que é serventuário da justiça, elabora o esboço (plano) da partilha definitiva de acordo com a decisão judicial, onde se prevê o monte-mor, o abatimento das dívidas do espólio, bem como as despesas com funeral, os bens trazidos à colação, e, do resultado final, que é o monte partível, prevê a reserva da meação do cônjuge ou companheiro sobrevivente (se for o caso), dividindo a outra metade: em duas partes, a disponível e a legítima, se houver testamento; ou entre os herdeiros de acordo com a ordem de vocação hereditária (herdeiros necessários – cônjuge, descendentes e ascendentes; parentes colaterais) – art. 651.
	Feito o esboço, as partes dele serão intimadas para, no prazo comum de 15 dias, se manifestarem (art. 652). Havendo impugnação, o juiz decidirá, o que, após, a partilha será lançada nos autos.
	Comprovado o pagamento do imposto causa mortis e juntadas as certidões negativas de débitos fiscais (se houver dívida fiscal, é possível o julgamento da partilha se houver garantias – parágrafo único, art. 654), o juiz profere sentença (de natureza constitutiva), homologando a partilha lançada nos autos.
	Transitando em julgado a sentença de partilha, receberá o formal de partilha ou a carta de adjudicação (no caso de herdeiro único) para fins de registro. 
	Lembrando que, de acordo com os arts. 657 e 658, caso haja vícios ou defeitos na partilha, caberá, no prazo de 1 ano, ação anulatória nos termos do art. 966, §4º, se tratar de partilha amigável, ou ação rescisória,consoante o art. 966, caput, no caso de partilha judicial (obs: em caso de investigação de paternidade post mortem, sendo a partilha já ultimada, tal situação não se sujeita ao prazo decadencial da rescisória, mas ao prazo prescricional de 10 anos para ajuizamento da respectiva ação de petição de herança, cf. Sumula 149 do STF).
	Por fim, registra-se que, sendo descobertos bens sonegados ou surgindo novos bens, deverá se proceder à sobrepartilha (art. 669), aplicando-se as mesmas regras do processo de inventário e partilha, correndo nos mesmos autos.
e) Arrolamento sumário do art. 659 do NCPC
	Trata-se de um inventário simplificado, por serem os herdeiros maiores, capazes e concordes com a partilha, ou herdeiro único, independente dos valores dos bens, cujo procedimento é concentrado, suprimindo algumas fases e atos do inventário tradicional:
- petição inicial: apresentada por todos os herdeiros, onde indicarão os dados do falecido, relação dos seus bens e o plano de partilha, além de já elegerem um inventariante;
- o juiz recebe a petição e nomeia o inventariante indicado na inicial;
- o juiz homologa a partilha, independentemente de recolher o tributo (o cálculo e o pagamento do imposto são feitos administrativamente, perante a secretaria da fazenda estadual).
f) Arrolamento comum do art. 664 do NCPC
	Cabível quando o valor dos bens deixados pelo falecido for igual ou inferior a 1.000 salários mínimos. Todavia, o procedimento já não é tão simplificado quanto o do sumário, senão vejamos:
- petição inicial, instruída com a certidão de óbito;
- nomeação do inventariante (segundo a ordem legal);
- primeiras declarações, com atribuição de valores aos bens e plano de partilha;
- citação dos herdeiros (intimação do MP, se houver herdeiros incapazes, ou testamento);
- havendo acordo sobre a partilha e apresentadas as quitações fiscais, o juiz homologa;
- havendo impugnação à avaliação feita pelo inventariante por qualquer das partes ou pelo MP, é necessária avaliação judicial, de cujo laudo serão ouvidas as partes;
- impugnações serão decididas na audiência a ser designada, determinando o juiz o pagamento de eventuais dívidas;
- pagamento do imposto; 
- juiz julga a partilha. 
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