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Resumo Civil Direito das coisas

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RESUMO CIVIL IV
Direitos Reais são relações jurídicas estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas ou determináveis, tendo como fundamento principal o conceito de propriedade, seja ela plena ou restrita.
 os direitos reais giram em torno do conceito de propriedade, e, como tal, apresentam caracteres próprios que os distinguem dos direitos pessoais de cunho patrimonial.
a) Oponibilidade erga omnes, ou seja, contra todos os membros da coletividade. 
b) Existência de um direito de sequela, uma vez que os direitos reais aderem ou colam na coisa.
 c) Previsão de um direito de preferência a favor do titular de um direito real, como é comum nos direitos reais de garantia sobre coisa alheia (penhor e hipoteca).
 d) Possibilidade de abandono dos direitos reais, isto é, de renúncia a tais direitos. 
e) Viabilidade de incorporação da coisa por meio da posse, de um domínio fático. 
f) Previsão da usucapião como um dos meios de sua aquisição. Vale dizer que a usucapião não atinge somente a propriedade, mas também outros direitos reais, caso das servidões (art. 1.379 do CC).
 g) Suposta obediência a um rol taxativo (numerus clausus) de institutos, previstos em lei, o que consagra o princípio da taxatividade ou tipicidade dos direitos reais. Todavia, como se quer demonstrar, essa obediência vem sendo contestada.
 h) Regência pelo princípio da publicidade dos atos, o que se dá pela entrega da coisa ou tradição (no caso de bens móveis) e pelo registro (no caso de bens imóveis)
Direitos reais Direitos obrigacionais
- São constituídos pela lei. Art.1225 - Pela vontade das partes e pela lei.
- Têm somente sujeito ativo. – Têm sujeito ativo e passivo.
- Objeto consiste em coisas
corpóreas e incorpóreas. - O objeto é uma prestação.
- São limitados, criados pela lei. - São ilimitados, criados pelas partes.
- Exercido direto sobre a coisa. - Exige um intermediário, o devedor.
- Não se extingue pela falta de uso. - Extingue-se pela inércia.
- Tem como prerrogativas o abandono,
a seqüela, o usucapião,
a posse e a preferência. - Não têm essas prerrogativas.
ART 1225 enumera os direitos reais
“Art. 1.225. São direitos reais: I – a propriedade; II – a superfície; III – as servidões; IV – o usufruto; V – o uso; VI – a habitação; VII – o direito do promitente comprador do imóvel; VIII – o penhor; IX – a hipoteca; X – a anticrese; XI – a concessão de uso especial para fins de moradia;) XII – a concessão de direito real de uso.
A POSSE não é um direito real pois não consta no código civil porém faz parte do direito das coisas pois é um fato que gera DIREITOS
a posse pode ser conceituada como sendo o domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa.
Não configura posse aquele que responde às ordens quando está com a coisa chama-se detenção 
PROPRIETÁRIO é aquele que tem o título da coisa
Teoria clássica ou realista ou romana
É o poder que liga uma pessoa diretamente à coisa, poder esse que é exercido pelo titular independente de quem quer que seja.
É o poder da pessoa sobre a coisa, de modo direto e imediato, que se exerce erga omnes.
É a teoria mais adequada à realidade, segundo Gonçalves
Nos direitos reais existe apenas um sujeito ativo determinado, sendo sujeitos passivos toda a coletividade porém alguns doutrinadores afirmam que o sujeito passivo no direito real só é indeterminado enquanto não houver violações do direito real alheio.
PRINCÍPIO DA Perpetualidade ,Estabelece um vínculo, uma relação entre o sujeito e a coisa, não dependendo da colaboração de nenhum sujeito passivo para existir entre a pessoa e a coisa, uma relação direta e imediata enquanto for sua vontade ou determinação legal públiica
PRINCÍPIO DO ABSOLUTISMO. Os direitos reais se exercem erga omnes, ou seja, contra todos, que devem abster-se de molestar o titular. Surge, daí, o direito de sequela isto é, de perseguir a coisa e de reivindicá-la em poder de quem quer que esteja (ação real), bem como o jus praeferendi ou direito de preferência
 Direito de sequela, segundo a lição de O G , “é o que tem o titular de direito real de seguir a coisa em poder de todo e qualquer detentor ou possuidor.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE OU DA VISIBILIDADE. Os direitos reais sobre imóveis só se adquirem com o registro, no Cartório de Registro de Imóveis, do respectivo título (CC, art. 1.227); os sobre móveis, só depois da tradição (CC, arts. 1.226 e 1.267). Sendo oponíveis erga omnes, faz-se necessário que todos possam conhecer os seus titulares, para não molestá-los. O registro e a tradição atuam como meios de publicidade da titularidade dos direitos reais. 
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE OU NUMERUS CLAUSUS. Os direitos reais são criados pelo direito positivo por meio da técnica denominada numerus clausus. A lei os enumera de forma taxativa, não ensejando, assim, aplicação analógica da lei. O número dos direitos reais é, pois, limitado, taxativo.
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE havendo condomínio caracteriza se a exclusividade a todos que não são condomínios 
PRINCÍPIO DA ELASTICIDADE os atributos do domínio podem ser reparados terceiros em carácter temporário e depois voltam para mão do proprietário 
Nos direitos pessoais há, em regra, um sujeito ativo, que tem um direito (credor); e um sujeito passivo, que tem um dever obrigacional (devedor). Contudo, vale dizer que, entre os últimos, têm prevalecido relações jurídicas complexas, em que as partes são credoras e devedoras entre si (sinalagma obrigacional
OBRIGAÇÃO PROPTER REM é a que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. Só existe em razão da situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa. É o que ocorre, por exemplo, com a obrigação imposta aos proprietários e inquilinos de um prédio de não prejudicarem a segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos (CC, art. 1.277). Decorre da contiguidade dos dois prédios. Por se transferir a eventuais novos ocupantes do imóvel (ambulat cum domino), é também denominada obrigação ambulatória.
OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL são as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. Certas obrigações resultantes de contratos alcançam, por força de lei, a dimensão de direito real.
Embora os direitos reais só possam ser criados por lei, nossa legislação traz exemplos de relações contratuais que, por sua importância, podem ser registradas no cartório imobiliário, ganhando eficácia que transcende o direito pessoal.
Pode ser mencionada, como exemplo, a obrigação estabelecida no art. 576 do Código Civil, pelo qual a locação pode ser oposta ao adquirente da coisa locada, se constar do registro. Também pode ser apontada, a título de exemplo de obrigação com eficácia real, a que resulta de compromisso de compra e venda, em favor do promitente comprador, quando não se pactua o arrependimento e o instrumento é registrado no Cartório de Registro de Imóveis, adquirindo este direito real à aquisição do imóvel e à sua adjudicação compulsória (CC, arts. 1.417 e 1.418).
PROPRIEDADE é o mais Amplos dos direitos reais pois seu titular reúne os 4 atributos ou faculdades do domínio 
Usar significa utilizar a coisa, aproveitar as utilidades que ela oferece. Ex.: utilizar a casa para moradia.
Gozar ou fruir está ligado ao aproveitamento econômico da coisa, nos seus rendimentos. 
Ex.: O aluguel que desfruta o proprietário quando aluga uma casa.
Dispor é o poder que o possuidor tem de transmitir por venda, doação, permuta, dação, etc., o bem; gravá-lo, modificá-lo, transformá-lo,destruí-lo. É próprio de quem seja o proprietário.
 REVINDICAR	
Classificações dos Direitos Reais (Orlando Gomes)
 Segundo a sua formação: direitos reais na coisa própria e direitos reais na coisa alheia
Direitos reais na coisa própria 
É o exercício do direito real sobre a própria coisa.
É a propriedade
· O direito é exercido sob um bem que pertence ao titular, esses direitos são compostos por um único instituto, UNITÁRIO, é a propriedade.
. Direitos reais na coisa alheia
* Exercido o direito real sobre um bem de terceiro.
Também chamados direitos ‘limitados’.
O direito real é exercido sobre a coisa alheia.
São: a superfície; as servidões; o usufruto; o uso; a habitação; o direito do promitente
comprador do imóvel; o penhor; a hipoteca; a anticrese; a concessão de uso especial
para fins de moradia; a concessão do direito real de uso (Os dois últimos acrescentados
pela Lei nº 11.481, de 31/05/2007) Esses direitos são exercidos num bem de terceiro
De gozo ou fruição, ou principais, ou sobre a substância: enfiteuse o titular tem o imóvel e tira os rendimentos,lucros do imóvel, superfície,e servidões criada. Ex: tirar água na propriedade do vizinho), usufruto (se entrega um bem a o para que ele use e utilize até morrer, uso (usufruto restrito, se passa um bem para o usuário para que ele o utilize na medida das suas necessidades), habitação (o habitador mora no
apto/casa de outra pessoa). Os titulares tem a posse do bem e a utilizam.
De aquisição: o direito do promitente comprador do imóvel, ele não é dono mas tem direito de vir a ser dono, esse direito é real dito de aquisição
De garantia ou acessórios ou sobre o valor: penhor - bem móvel(é feito se tiver divida, hipoteca -bem imóvel (é feito se tiver divida), anticrese , alienação fiduciária em garantia. São os únicos que têm a ‘preferência’. Esses institutos visam garantir o pagamento da divida, por isso são de garantia 
POSSE (TEORIA SUBJETIVISTA) = CORPUS + ANIMUS DOMINI
Para a teoria Subjetiva de Friedrich Carl von SAVIGNY, a posse pode ser conceituada como o poder direto ou imediato que a pessoa tem de dispor fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si e de defendê-lo contra a intervenção ou agressão de quem quer que seja. A posse, para essa corrente, possui dois elementos.
O primeiro seria o corpus, elemento material da posse, constituído pelo poder físico ou de disponibilidade sobre a coisa. O segundo elemento seria o subjetivo, o animus domini, a intenção de ter a coisa para si, de exercer sobre ela o direito de propriedade. 
POSSE (TEORIA OBJETIVISTA) = CORPUS
Para a segunda corrente, precursora de uma teoria objetivista ou objetiva da posse, cujo principal defensor foi Rudolf von IHERING, para constituir-se a posse basta que a pessoa disponha fisicamente da coisa ou que tenha a mera possibilidade de exercer esse contato. Essa corrente dispensa a intenção de ser dono, tendo a posse apenas um elemento, o corpus, elemento material e único fator visível e suscetível de comprovação. Este é formado pela atitude externa do possuidor em relação à coisa, agindo este com o intuito de explorá-la economicamente. Aliás, para essa teoria, dentro do conceito de corpus está uma intenção, não o animus de ser proprietário, mas sim de explorar a coisa com fins econômicos.
Assim sendo, o art. 1.196 do CC/2002 define a posse como o exercício pleno ou não de alguns dos poderes inerentes à propriedade ainda que tenha ou não o comportamento de dono.. Basta a presença de um dos atributos da propriedade para que surja a posse. Em outras palavras, pela atual codificação, todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário.
Direito de seqüela.
É o jus persequendi. Perseguir, ir atrás. Os direitos reais tem essa característica de direito de seqüela. Na pratica isso é feito através da ação possessória.
Ex: Hipoteca, o credor tem direito de buscar o bem hipotecado onde quer que ele esteja.
“É o que tem o titular do direito real de seguir a coisa em poder de todo e qualquer detentor ou possuidor”
O detentor não deve ser confundido com o possuidor, pelo art. 1.198 do CC, pelo qual: “considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário”. 
O detentor exerce sobre o bem não uma posse própria, mas uma posse em nome de outrem. Como não tem posse, não lhe assiste o direito de invocar, em nome próprio, as ações possessórias. Porém, é possível que o detentor defenda a posse alheia por meio da autotutela, tratada pelo art. 1.210, § 1.º, do CC/2002,
detenção refere-se à relação de trabalho ou de emprego, em que o empregador entrega bem de sua propriedade ao trabalhador, diante de uma relação de confiança decorrente do contrato.
Classificação da posse
Posse direta- o proprietário quando está com o bem, tem posse direta (sujeição da coisa a uma pessoa). Ex: eu tenho posse direta sobre meus pertences. Ex: (locador que cede o uso ao locatário, comodato quando se empresta um bem ao outrem transfere-se a posse direta. O comodatário é um possuidor direto. este dono cede um dos poderes seus, o uso.
Quando ele cede o uso ele cede a posse.
Posse indireta -É uma criação jurídica, nasce quando se transfere a direta. O proprietário quando cede o uso e gozo, passa a posse para outrem e passa a ser um possuidor indireto. Por força da obrigação do contrato de locação quer dizer por força do contrato.
É a posse que conserva o proprietário quando se demite, temporariamente, de um dos direitos elementares do domínio, cedendo a outro seu exercício
A posse indireta só existe quando a direta é retirada do dono. A posse direta nem sempre precisa da indireta
O proprietário, quando reúne consigo todos os elementos constitutivos da propriedade, exerce posse direta, sem que haja posse indireta.
O possuidor usucapiente também exerce posse direta sem que exista um proprietário exercendo alguma dominação ou algum poder sobre o bem.
Exercício simultâneo da posse: Composse . É a posse simultânea, existe com duas ou mais pessoas que exercem posse sobre a mesma coisa. Ex: (marido e mulher sobre os bens do casal são compossuidores)
A composse é a posse comum da mesma coisa, no mesmo grau.
A composse cessa pela divisão da coisa comum ou pela posse exclusiva de um dos sócios que isole uma parte dela, sem oposição dos outros.
Quanto aos vícios objetivos: posse justa e posse injusta 
 Posse justa- tem direito de defender a posse, inclusive contra o proprietário porque ele adquiriu a posse de forma LEGAL.
A posse é justa quando não foi adquirida de forma violenta, clandestina ou precária.
Posse injusta –Art.1200 CC. É injusta porque adquiriu a posse mediante violência, a posse pode ser injusta quando é adquirida as ocultas sorrateiramente
Forma violenta – posse injusta
A posse é violenta, quando adquirida por meio de força física ou coação moral.
Forma clandestina – posse injusta
A posse é clandestina, quando adquirida às ocultas de quem tenha direitos sobre o bem.
Ocorre, com mais freqüência, nas invasões, sem a presença do possuidor, e nas alterações de divisas entre terrenos, sem que seja perceptível a alteração. 
Forma precária- posse injusta Num primeiro momento a posse é justa mas num segundo ela se torna injusta, decorre do abuso de confiança. Ex: comodato- o proprietário empresta um bem, e depois o proprietário precisa e pede. O cara não devolve ao proprietário, logo o comodatário é avisado em 30 dias. Se ele sai antes a posse é justa se ele sai depois a posse é injusta.
A posse é precária, quando o possuidor age com abuso de confiança, não devolvendo o bem, a quem lhe cedera a posse, depois de vencido o prazo.
A injustiça da posse se caracteriza não no momento da aquisição, mas quandoo possuidor se recusa a devolver a coisa.
Quanto à subjetividade: posse de boa-fé e posse de má-fé
 Posse de boa-fé – CC, art. 1.201, § único – quando não existe vicio ou se existe o possuir desconhece
É aquela em que o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo, que lhe impede a aquisição da coisa ou do direito possuído.
Posse de má-fé – CC, art. 1.202 – É de má-fé a posse quando o possuidor tem ciência do vício, ou do obstáculo, que o impede de adquiri-la, mesmo assim a conserva
Quanto à idade: posse nova e posse velha – CPC, arts. 924, 927, inc. III e 928.
 Posse nova – quem perdeu a posse até um ano e um dia perdeu uma posse que é nova, isso em relação a quem ganhou a posse
.
Posse velha -A posse velha é a que tem mais de ano e dia.
· Para a defesa da posse existe o interdito possessório.
Quanto aos efeitos : posse “ad inderdicta” e posse “ad usucapionem”
“Ad interdicta” é a posse que pode ser amparada nos interditos, se ameaçada, turbada ou esbulhada.
É posse dita dos interditos (probir), se eu tenho posse eu tenho como efeito, direito de defende-lo. Interdita é defesa da posse, quem tem posse tem direito de defesa.
“Ad usucapionem” é a posse que dá origem ao usucapião da coisa. É aquele que tem posse com intenção de dono.
AQUISIÇÃO DE POSSE 
São modos originários de aquisição da posse:
a) Apropriação ou apreensão da coisa
É pela apreensão da coisa que o possuidor passa a dispor livremente dela, exteriorizando o seu domínio.
Essa apreensão é unilateral, pois recai sobre coisa abandonada (res delictae), por não ser
de ninguém (res nullius) ou sobre bens de outrem, sem seu consentimento, com vícios
(violência, clandestinidade), desde que cessados há mais de ano e dia
b) Exercício do direito
Ter exercício do direito significa poder usá-lo, aproveitando suas vantagens. Exercer o direito é tirar proveito de sua utilidade econômica, é manifestá-lo externamente.
O exemplo clássico, é a hipótese de quem constrói um aqueduto em terreno alheio, utilizando-o, sem oposição do proprietário, circunstância que evidencia o exercício da posse de uma servidão. Com o decurso do prazo legal, essa posse poderá ser defendida pelos interditos possessórios.
“Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Como forma originária, o exemplo típico se dá no ato de apreensão de bem móvel, quando a coisa não tem dono (res nullius) ou for abandonada (res derelicta).
Como modalidade derivada, o caso mais importante envolve a tradição, que vem a ser a entrega da coisa, principal forma de aquisição da propriedade móvel. A partir das construções de Washington de Barros Monteiro, classifica-se a tradição da seguinte forma
a) Tradição real – é aquela que se dá pela entrega efetiva ou material da coisa, como ocorre na entrega do veículo pela concessionária em uma compra e venda.
b) Tradição simbólica – ocorre quando há um ato representativo da transferência da coisa como, por exemplo, a entrega das chaves de um apartamento. É o que se dá na traditio longa manu, em que a coisa a ser entregue é colocada à disposição da outra parte. A título de ilustração, o Código Civil de 2002 passou a disciplinar, como cláusula especial da compra e venda, a venda sobre documentos, em que a entrega efetiva do bem móvel é substituída pela entrega de documento correspondente à propriedade (arts. 529 a 532 do CC). 
c) Tradição ficta – é aquela que se dá por presunção, como ocorre na traditio brevi manu, em que o possuidor possuía em nome alheio e passa a possuir em nome próprio (o exemplo típico é o do locador que compra o imóvel, passando a ser o proprietário). Também há tradição ficta no constituto possessório ou cláusula constituti, em que o possuidor possuía em nome próprio e passa a possuir em nome alheio (o exemplo típico é o do proprietário que vende o imóvel e nele permanece como locatário).
Consensual
Apresenta-se por a tradictio brevi manu
É o caso de quem possui coisa que não lhe pertence e adquire a propriedade desta coisa, como, por exemplo, o arrendatário e o comodatário que adquire a coisa arrendada ou emprestada.
 Constituto possessorio - CC, art. 1.26 ocorre quando alguém que possui o bem na condição de proprietário, aliena-o, mas continua na posse, agora, de um bem alheio.
Nenhum ato exterior se opera em relação à posse. É o caso daquele que, possuindo um imóvel na qualidade de proprietário, vende-o passando a possui-lo como locatário.
Em havendo a aquisição ou transmissão da posse pelo constituto possessório, não restam dúvidas de que o novo possuidor poderá defender-se por meio das ações possessórias, como entendeu o Superior Tribunal de Justiça:
Acessão
É a soma das posses do atual possuidor com a do anterior. É a sucessão, que se opera por ato mortis causa ou por ato inter vivos.
 Inter vivos
Em geral, dá-se a título singular.
“Entre o segundo e o primeiro possuidor deve haver uma relação jurídica
Está prevista na segunda parte do artigo 1.207 do Código Civil.
A acessão a título singular é denominada de união.
Ex.: compra e venda, doação, dação, etc.
Normalmente, somam-se os tempos de posses para fins de usucapião.
Mortis causa - CC, art. 1.784; CC, art. 1.206; CC, art. 1.207.
Com a morte, a posse de logo se transfere aos herdeiros.
Não é necessário qualquer ato.
A transferência é instantânea.
Pode ser a título universal, como sempre ocorre na sucessão legítima, ou a título singular, como pode ocorrer na sucessão testamentária, quando o testador deixa em benefício de alguém um bem determinado, individualizado, denominado legado.
A acessão a título universal é chamada de sucessão.
SUCESSÃO DE POSSE. Da se por ago mortis causa logo opera-se de pleno direito neste caso não é facultativo ao possuidor optar por somar seu tempo de posse de seu antecessor
Legitimidade para adquirir a posse
A posse pode ser adquirida pela própria pessoa interessada; por seu representante; por terceiro sem procuração – CC, art. 1.205, I e II.
Na primeira hipótese, exige-se apenas que o adquirente esteja em pleno gozo de sua capacidade; na segunda, há duas vontades: a do representante e a do representado; na última, a aquisição da posse fica na dependência de ratificação do interessado em adquirir a posse.
 b) por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. Em outras palavras, a posse pode ser adquirida pelo próprio sujeito que a apreende, desde que capaz; por seu representante legal ou convencional (caso do herdeiro e do mandatário); ou até por terceiro que não tenha mandato, desde que haja confirmação posterior, com efeitos ex tunc ou retroativos.
 Perda da posse da coisa
 Pelo abandono
Dá-se quando o possuidor afasta-se da coisa com o fito de se privar dela.
b) Pela tradição
É a perda por transferência. Ocorre quando o tradente (tradens) entrega a coisa
ao adquirente (accipiens).
c) Pela perda da própria coisa
Caracteriza-se pela impossibilidade de encontrar a coisa, por exemplo, do anel que caiu no mar.
d) Pela destruição da coisa
Decorre de um evento natural ou fortuito. É a inutilização definitiva do bem. A danificação parcial não implica em perda da posse. Ex.: Destruição total de um bem pela ação de um raio, pela ação do fogo ou da água.
e) Pela sua inalienabilidade
Ocorre quando a coisa é colocada fora do comércio por motivo de ordem pública, moralidade, higiene, segurança. Torna-se impossível exercer os poderes inerentes ao domínio.
f) Pela posse de outrem
Dá-se quando, mesmo contra a vontade do possuidor, um outro passa a exercer a posse. A inércia, permitindo o implemento do tempo de ano e dia, implica na perda da posse.
g) Pelo constituto possessório
O possuidor que possuía a coisa como sua propriedade continua a possuí-la, mas não mais como sua. A situação, em relação ao corpus permanece inalterada, mas o affectio tenendi se extingue.
Perda da posse dos direitos
Perda da posse dosdireitos
a) Pela impossibilidade de seu exercício (CC, art. 1.196)
Ocorre, por exemplo, quando se perde o direito de posse de uma servidão de passagem porque o prédio dominante ou serviente foi destruído.
b) Pela prescrição
Decorre do desuso por determinado tempo. O direito de posse de um titular de
servidão, se não usada por 10 (dez) anos, prescreve (CC, art. 1.389, III).
c) Perda da posse para o ausente, ou para o possuidor que não presenciou o esbulho (CC/02, art. 1.224).
O ausente, tendo notícia da ocupação, abstém-se de retomar o bem, abandonando seu direito. Ou tentando recuperá-lo é violentamente repelido. Nesta hipótese, o ausente não estaria sendo usado no sentido técnico.
Efeitos da posse.
Efeitos da posse são as conseqüências legais dela decorrentes.
I – Proteção possessória;
II – Percepção dos frutos;
III – Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa;
IV – Indenização por benfeitorias e o direito de retenção para garantir seu pagamento;
V – Usucapião.
Proteção possesória.
A legítima defesa e o desforço imediato. CC, arts. 188, I, e 1.210, § 1.º.
Conquanto a defesa do direito violado ou ameaçado deva ser feita pelo Estado, por intermédio do Poder Judiciário, o legislador, por questão de celeridade, autorizou a vítima a defender-se diretamente, com seus próprios meios, desde que o faça logo e com uso de meios proporcionais à agressão.
Esse dispositivo prevê duas situações diferentes: a legítima defesa da posse, no caso de turbação; e o desforço imediato, no caso de esbulho. 
É a autotutela da posse.
Os interditos possessórios.
Afora a legítima defesa, a posse deve ser protegida via judicial.
Interditos possessórios são ações processuais que o proprietario pode usar para defender a sua posse.
Interditos (interdicere = proibir) era o nome usado pelo pretor romano para designar as medidas que paralisavam a penetração do terceiro na esfera jurídica do possuidor, hoje, chamadas ações possessórias.
são as ações possessórias:
 Ação de manutenção de posse
É a medida judicial utilizada pelo possuidor que sofre turbação.
Turbação são atos que embaraçam, perturbam o exercício da posse, mas o possuidor não a perde, não é desapossado.
Visa a manter o possuidor na posse em que está sendo turbado.
A jurisprudência admite ação possessória entre compossuidores.
No mesmo sentido, com referência ao direito real de habitação, em que a viúva é molestada na posse do imóvel em que reside pelo próprio filho, herdeiro do mesmo imóvel,
Ação de reintegração de posse
É a ação deve intentar aquele que sofreu esbulho, ou seja, por violência, clandestinidade ou precariedade, perdeu, contra a sua vontade, a posse da coisa.
O esbulhado deve provar o esbulho pela violência ou clandestinidade, ocorrido a menos de ano e dia, ou pela precariedade.
Código Civil, artigo 1.210 – O possuidor tem direito de ser mantido na posse, em caso
de turbação, restituído, no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
 Ação de interdito proibitório – CC, art. 1.210 ,última parte, Esta medida é utilizada ao possuidor que sofre ameaça à sua posse. Visa a impedir que a ameaça se concretize.
O possuidor deve provar a sua posse, a ameaça e o justo receio de ser molestado ou esbulhado.
Outras ações ditas possessórias.
Nunciação de obra nova (CPC, arts. 934 a 940). Pressupõe a existência de dois prédios contíguos, sendo o primeiro afetado ou prejudicado por obra nova realizada no segundo”, (Washington).
Visa a impedir que o domínio ou a posse de um imóvel seja prejudicada por obra nova do prédio vizinho.
Ex.: Proibição de se construir janela a menos de metro e meio da divisa. Esta ação é possível se a obra ainda está em construção.
O artigo 935 do CPC, prevê o embargos extrajudicial, “verbis”: “Ao prejudicado também é lícito, se o caso for urgente, fazer o embargo extrajudicial, notificando verbalmente, perante duas testemunhas, o proprietário ou, em sua falta, o construtor, para não continuar a obra”. Parágrafo Único: “Dentro de 3 (três) dias requererá o nunciante a ratificação em juízo, sob pena de cessar o efeito do embargo”.
Ação de dano infecto (CC, art. 1.280) É a medida preventiva que a lei coloca à disposição do possuidor que tenha fundado receio de que a ruína ou a demolição ou vício de construção do prédio vizinho ao seu venha
causar-lhe prejuízos. O possuidor busca, na sentença, caução que lhe garanta eventual prejuízo.
Código Civil, artigo 1.280 - “O proprietário ou possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente”.
Ação de imissão de posse
Busca a aquisição da posse via judicial. Não a contemplou o atual estatuto processual.
- Aos adquirentes de bens, para haverem a respectiva posse, contra os alienantes ou terceiros, que os detenham;
- Aos administradores e demais representantes das pessoas jurídicas de direito
privado, para haverem dos seus antecessores a entrega dos bens pertencentes a pessoa representada;
- Aos mandatários, para receberem dos antecessores a posse dos bens dos mandantes.
Embargos de terceiro (CPC, art. 1.046)
É a ação de que se utiliza aquele que, não sendo parte num processo, sofre turbação ou esbulho em sua posse, ou direito, pelo meio da apreensão judicial, como a penhora, o depósito, o arresto, seqüestro, venda judicial, arrecadação, partilha, etc..
Indenização por benfeitorias e o direito de retenção.
a) Conceito de benfeitorias:
Benfeitorias são obras ou despesas efetuadas numa coisa para conservá-la,
melhorá-la ou, simplesmente, embelezá-la. 
São acessórios da coisa Umas aderem à coisa de modo a tornar impossível a separação. Outras comportam a separação, mas não podem ser levantadas sem detrimento da coisa principal. Algumas suportam a separação sem prejuízo para o bem principal.
Classificação das benfeitorias:
As benfeitorias podem ser classificadas em necessárias, úteis e voluptuárias (CC,
art. 96)
 Benfeitorias necessárias.
São as que visam à conservação da coisa. Objetivam evitar que ela se deteriore.
 Benfeitorias úteis.
São as que aumentam ou facilitam o uso da coisa.
 Benfeitorias voluptuárias.
Servem para tornar a coisa mais agradável. Correspondem a um mero deleite ou recreio 
 Direito à indenização das benfeitorias:
 O possuidor de boa-fé tem direito (CC, art. 1.219):
- à indenização das benfeitorias necessárias;
- à indenização das benfeitorias úteis;
- ao levantamento das benfeitorias voluptuárias, se com a sua extração a coisa não sofre dano, mas o proprietário pode se opor e impedir a retirada, se puderem ser extraídas, pagando o preço delas; se não puderem ser extraídas, o proprietário da coisa, também, não precisa indenizar 
Contudo, Arnaldo Rizzardo, citando Renan Falcão de Azevedo, diz que a benfeitoria
voluptuária deve ser indenizada quando:
- existir boa-fé;
- a benfeitoria não puder ser levantada sem detrimento do bem principal ou dela própria;
- houver considerável valorização do bem principal em razão da benfeitoria;
- a benfeitoria tenha sido realizada antes da reivindicação da coisa.
) O possuidor de má-fé tem direito:
apenas à indenização das benfeitorias necessárias (CC, art. 1.220).
 
 Direito de retenção (CC, art. 1.219)
É o direito que tem o possuidor de boa-fé de reter a coisa enquanto não for indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis realizadas na coisa.
Quando não exercido o direito de retenção, a indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis poderá ser pleiteada em ação autônoma.
O possuidor de má-fé tem direito à indenização pelas benfeitorias necessárias, somente, mas não tem direito de retenção pelo valor delas (CC, art. 1.220).
Por fim, as benfeitorias são ressarcidas se existirem ao tempo da evicção (CC, art. 1.221). E o reivindicante, para indenizar o possuidor de má-fé, pode optar entre o valor atual e o custo da benfeitoria (CC, art. 1.222,1.ª parte), para o possuidor de boa-fé, a indenização vai ser sobre o valor atual da benfeitoria (CC, art. 1.222, 2.ª parte)

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