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A cultura da participação

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A cultura da participação: Criatividade e generosidade no mundo conectado.
Sociedade da Informação – Implicações tecnológicas e sociais 
(visões tecnootimistas)
Ana Carolina de Melo
15 de março de 2016
CLAY SHIRKY
Para começo de conversa
Clay Shirky e a Cultura da Participação
Professor do Programa de Telecomunicações Interativas da Universidade de Nova York, Consultor, Escritor, Palestrante.
“Seus cursos e palestras discorrem sobre a topologia das redes (sociais e de computadores), e como essas redes moldam a nossa cultura e vice-versa. Desde 1996 tem escrito abundantemente sobre a Internet e vem sendo entrevistado sob as suas opiniões, bem como participado como colunista no New York Times, Wall Street Journal, Harvard Business Review e Wired; bem como no programa HardTalk da BBC News. Shirky divide seu tempo entre consultoria, aulas e palestras, escrevendo sobre os efeitos sociais e econômicos das tecnologias de Internet, como a ascensão de tecnologias descentralizadas de Internet” (WIKIPÉDIA, 2016).
Em sua obra A Cultura da Participação, “[...] Shirky trata do fenômeno do excedente de cognição, isto é, da atenção disponibilizada pelos usuários que são motivados a produzir e organizar conteúdo na web, prestando, assim, um serviço social e, por vezes, cívico”. (WIKIPÉDIA, 2016).
Gim, televisão e Excedente Cognitivo
A embriaguez de Gim e Televisão = uma forma de escape para o estresse.
Sociedade urbana industrializada = jornada de trabalho definida, tempo livre, crescente nível educacional, reunião de pessoas, sendo essas “pagas para pensar ou falar”.
“A industrialização criou não apenas novas formas de trabalho, mas também novos modos de vida, porque a redistribuição da população destruiu antigos hábitos comuns à vida rural, ao mesmo tempo em que, com tanta gente reunida num só lugar, a nova densidade populacional destruiu antigos modelos urbanos” (SHIRKY, 2011, p.8).
Hipótese de sub-rogação social
“Tínhamos tanto tempo livre para gastar e tão poucas alternativas atraentes com que ocupá-lo, que todos os cidadãos no mundo desenvolvido começaram a ver televisão como se fosse uma obrigação. A TV logo abocanhou a maior fatia do nosso tempo livre: uma média de mais de vinte horas por semana, em todo o mundo” (SHIRKY, 2011, p. 10).
Gim, televisão e Excedente Cognitivo
“Os seres humanos são criaturas sociais, mas a explosão de nosso excedente de tempo livre coincidiu com uma gradual redução do capital social – nosso estoque de relacionamentos com pessoas nas quais confiamos e das quais dependemos” (SHIRKY, 2011, p.12).
Tempo livre = coletivo = excedente cognitivo = bem social geral
Wikipédia = 100 milhões de horas de pensamento cumulativo
X
Televisão (só os americanos) = 200 bilhões de horas por ano
“Onde eles encontram tempo?”
“As pessoas que perguntam [...], não compreendem como todo aquele projeto é minúsculo em relação ao tempo livre coletivo que todos possuímos. Algo que torna a era atual notável é que podemos agora tratar o tempo livre como um bem social geral que pode ser aplicado a grandes projetos criados coletivamente, em vez de um conjunto de minutos individuais a serem aproveitados por uma pessoa de cada vez”. 
(SHIRKY, 2011, p.15) 
Gim, televisão e Excedente Cognitivo
Gim, televisão e Excedente Cognitivo
Televisão X Internet
Telespectadores
Internautas
Informação passiva
Informação compartilhada
Individual
Coletivo
Consumidores
Consumidorese Produtores
ConsumoPassivo
Consumo Ativo
Profissionais
Profissionais e Amadores
Erros Milk-shake
Se concentrar no produto e ignorar as necessidades dos consumidores
Adotar uma visão limitada ao tradicional, ignorando que o tradicional é uma reunião de acasos acumulados.
“Temos os mesmos problemas ao pensar na mídia. Quando falamos dos efeitos da web ou das mensagens de texto, é fácil cometer um erro milk-shake e se concentrar nas próprias ferramentas.” (SHIRKY, 2011, p.18)
“[...] o uso de uma tecnologia social é muito pouco determinado pelo próprio instrumento; quando usamos uma rede, a maior vantagem que temos é acessar uns aos outros. Queremos estar conectados uns aos outros, um desejo que a televisão, enquanto substituto social, elimina, mas que o uso da mídia social, na verdade, ativa” (SHIRKY, 2011, p.18).
ERROS Milk-shake
Exemplos:
Ory Okolloh,
Ativista política queniana
Blog Kenian Pundit
Erik Hersman
Programador
David Kobia
Programador
Erros Milk-shake
“Como todas as boas histórias, a do Ushahidi traz várias lições diferentes. As pessoas querem fazer algo para transformar o mundo em um lugar melhor. Ajudam, quando convidadas a fazê-lo. O acesso a ferramentas baratas e flexíveis remove a maioria das barreiras para tentar coisas novas. Você não precisa de supercomputadores para direcionar o excedente cognitivo; simples telefones são suficientes. Mas uma das lições mais importantes é esta: quando você tiver descoberto como direcionar o excedente de modo que as pessoas se importem, outros podem reproduzir a sua técnica, cada vez mais, por todo o mundo” (SHIRKY, 2011, p.21)
Erros milk-shake
Exemplos:
“I Can Has Cheezburguer?”
Lolcats
“Você também pode brincar disto”.
“Por menos que o mundo precise do próximo lolcat, a mensagem ‘Você também pode brincar disto’ é algo diferente do que estávamos acostumados a fazer no panorama da mídia. O ato criativo mais estúpido possível ainda é um ato criativo” (SHIRKY, 2011, p. 22)
Mais é diferente
Onde as pessoas encontram tempo?
“Sempre encontramos tempo para fazer coisas que nos interessam, um recurso pelo qual lutamos na batalha para criar a semana de quarenta horas de trabalho” (SHIRKY, 2011, p.23). 
“Oito horas para trabalhar, oito horas para dormir, oito horas para fazer o que quisermos!”
“Aqueles que perguntam ‘Onde as pessoas encontram tempo?’ não estão em geral querendo uma resposta; a pergunta é retórica e indica que quem a enuncia acredita que determinadas atividades são estúpidas. [...] A resposta óbvia é: pelo menos eles estão fazendo algo”. (SHIRKY, 2011, p.24)
Mais é diferente
“A escala faz com que grandes excedentes funcionem diferentemente de pequenos”. (SHIRKY, 2011, p.27).
Exemplos: Pizza inteira X Pizza em fatia / Ônibus X Táxi. 
(Com uma multidão muito grande, fatos imprevisíveis se tornam previsíveis) = “A plausibilidade de um evento é a probabilidade de que ele aconteça multiplicada pela frequência com que pode acontecer” (SHIRKY, 2011, p. 27).
Conectividade e Celulares com câmera
Mudança na definição de mídia
Um novo recurso
Tempo livre cumulativo mundial – conectividade global – excedente cognitivo
Horas de tempo livre da parte instruída da população
Invenção e disseminação da mídia pública
Ação = meios, motivo e oportunidade = Como, porquê, quando e com quem
“Compreender o que nosso excedente cognitivo tem tornado possível significa entender os meios através dos quais estamos juntando nosso tempo livre, nossas motivações para usufruir desse novo recurso e a natureza das oportunidades que estão sendo desenvolvidas e que estamos, de fato, criando uns para os outros” 
(SHIRKY, 2011, p.30).
Cultura – valor extraído do excedente cognitivo - Coletivo X Cívico
Um novo recurso
“O excedente cognitivo, recém-criado a partir das ilhas de tempo e talento anteriormente desconectadas, é apenas matéria-prima. Para extrair dele algum valor, precisamos fazer com que tenha significado ou realize algo. Nós, coletivamente, não somos apenas fonte do excedente; somos também quem determina seu uso, por nossa participação e pelas coisas que esperamos uns dos outros quando nos envolvemos em nossa nova conectividade”. (SHIRKY, 2011, p.31)
Meios
Yes
No
Vaca louca
George W. Bush
Lee Myung-bak
2008
USA X Coréia do Sul
Cheonggyecheon Park
Dong Bang Shin Ki
Meios
“Em Seul, cidadãos comuns usaram um meio de comunicação que nem estima nem impõe o silêncio entre As Pessoas Antes Conhecidas Como Espectadoras [...]” (SHIRKY, 2011, p.36).
Mídia (fonte
de informação) => Mídia (local de coordenação).
“A antiga visão de rede como espaço separado, um ciberespaço desvinculado do mundo real, foi um acaso na história. Na época em que a população on-line era pequena, a maioria das pessoas que você conhecia na vida diária não fazia parte dela. Agora que computadores e telefones cada vez mais computadorizados foram amplamente adotados, toda a noção de ciberespaço está começando a desaparecer. Nossas ferramentas de mídia social não são uma alternativa para a vida real, são parte dela”. (SHIRKY, 2011, p.37).
Meios
Ver cultura da convergência e Canclini (2008).
Novos consumidores e produtores – novas mídias e novas características
Independência da Televisão para ter acesso à notícia – qualquer um pode publicar e disseminar informação.
Preservando velhos problemas
Exemplo: Carona solidária – PickupPal.com
“O serviço fornecido por esse site equivale ao nosso excedente cognitivo em geral. [...] Enquanto todos tiverem acesso a uma mídia que permita a comunicação entre grupos, poderemos configurar novos enfoques para os problemas de transporte, baseados na transmissão de informações entre motoristas e caronas, soluções que podem beneficiar quase todos”. (SHIRKY, 2011, p.40)
Preservando velhos problemas
Lógica Televisiva X Lógica da Mídia Digital
“A lógica antiga, a lógica televisiva, tratava os espectadores como pouco mais do que coleções de indivíduos. Seus membros não agregavam qualquer valor real uns aos outros. A lógica da mídia digital, por outro lado, permite que Pessoas Antes Conhecidas Como Espectadoras agreguem valor umas às outras, todos os dias” (SHIRKY, 2011, p. 41).
A economia Gutenberg
Invenção da prensa de tipos móveis
Inicialmente, imprimiam os clássicos. Posteriormente, passaram a imprimir coisas novas – grandes custos de investimento – alto risco.
Tipógrafos/impressores se tornam editores
Mídia produzida pela mídia – os editores escolhiam aquilo que deveria ser impresso, sem consultar a opinião dos consumidores.
O botão chamado “publicar”
“Publicar costumava ser algo que precisávamos pedir permissão para fazer; as pessoas cuja permissão precisávamos pedir eram os editores. Não é mais assim. Os editores ainda cumprem outras funções, como selecionar o texto, editá-lo e fazer o marketing [...] , mas não são mais a barreira entre textos públicos e privados” (SHIRKY, 2011, p.45)
A velha tensão: Qualidade X Quantidade (Ver Ortega Y Gasset).
“É mais fácil lidar com a escassez do que com a abundância, porque, quando algo se torna raro, nós simplesmente acreditamos que é mais valioso do que era antes, uma mudança conceitualmente fácil” (SHIRKY, 2011, p. 48)
Liberdade de criação – experimentação – muito “lixo”, mas muito material de qualidade
O tecido conjuntivo da sociedade
A nova revolução: Amadores como produtores
“Essa capacidade de falar em público e de combinar nossas aptidões é tão diferente daquilo a que estamos acostumados que precisamos repensar o conceito básico de mídia: ela não é apenas algo que consumimos; é algo que usamos”. (SHIRKY, 2011, p. 50-51).
Mídia = processo, produto e produção.
Novo conceito de mídia: “a mídia é o tecido conjuntivo da sociedade. [...] Mídia é como você fica sabendo de tudo que fica a mais de dez metros de distância” (SHIRKY, 2011, p.52).
Fim da divisão entre mídia pública e privada.
O tecido conjuntivo da sociedade
“Todos têm acesso a um meio que produz versões tão idênticas que a antiga distinção entre originais e cópias deu lugar a um número ilimitado de versões igualmente perfeitas” (SHIRKY, 2011, p.53).
“Quando alguém compra uma TV, o número de consumidores aumenta em um, mas o número de produtores permanece o mesmo. Por outro lado, quando alguém compra um computador ou um telefone celular, tanto o número de consumidores quanto o de produtores aumentam em um. (SHIRKY, 2011, p.53).
Três amadores entram num bar
Motivação para além do desejo de obter dinheiro.
Divisão digital meeira – donos de plataforma ganham dinheiro, criadores de conteúdo não.
Criadores de conteúdo compartilham pelo desejo de compartilhar, não pelo dinheiro. Exemplos: Youtube, Facebook, etc.
Pensar no conceito apresentado pelo Fabiano Caruso (experiência). Por exemplo: Bar X Cerveja em casa; Cinema X Televisão
“A mídia amadora é diferente da profissional. Serviços que nos ajudam a compartilhar coisas prosperam exatamente porque tornam mais fácil, e muitas vezes, mais barato, para nós, fazer coisas que já gostamos de fazer”. (SHIRKY, 2011, p.58)
O choque da inclusão
Antigamente: Crítica de cinema, opinião pública, reportagens – Profissionais
Hoje: Qualquer um pode manifestar a sua opinião publicamente.
“O direcionamento de nosso excedente cognitivo permite que as pessoas se comportem de forma cada vez mais generosa, pública e social, em comparação com seu antigo status de consumidoras e bichos-preguiça. A matéria-prima dessa mudança é o tempo livre disponível para
nós, tempo que podemos investir em projetos que variam da
diversão à transformação cultural. [...] Agora temos à nossa
disposição as ferramentas e as novas oportunidades que elas 
viabilizaram. (SHIRKY, 2011, p. 61)
Motivo
Motivação pelo prazer de ajudar.
Exemplo: Josh Groban, Fundação David Foster e “Grobanites for Charity”
O amor acima do dinheiro
Experiência do Jogo de quebra-cabeça chamado Soma
Motivação Intrínseca X Motivação Extrínseca
Autonomia e competência
Motivação Intrínseca – Desejo de ser autônomo e desejo de ser competente
Grobanites for Charity - Aprender fazendo – Amador
Geocities
“Criar algo pessoal, mesmo de qualidade média, tem um tipo de apelo diferente do que consumir algo feito pelos outros, mesmo algo que seja excelente” (Shirky, 2011, p. 73).
Participação e generosidade
Motivações sociais reforçam as pessoais. – aprovação externa – feedback
Grobanites for Charity – Agradecimentos
Facebook - Causes
“Essas novas formas de filantropia não se apoiam apenas na existência de ferramentas que nos conectam e nos permitem disponibilizar nosso tempo, talentos ou dinheiro, mas também em nossa motivação para fazê-lo”. (SHIRKY, 2011, p. 77) 
Motivação amadora, escala pública
Antigamente, aconteciam em locais privados (porões de igreja, bibliotecas públicas, salas de gravação e garagens)
“Sempre quisemos ser autônomos, competentes e conectados; só que, agora, a mídia social se tornou um ambiente para acionar esses desejos, mais do que suprimi-los. A reunião de um grupo filantrópico de voluntários num porão de igreja costumava ter um acesso diferente à esfera pública do que uma organização beneficente profissional, mas o website daquele grupo de voluntários está agora tão disponível quanto a organização profissional [...]” (SHIRKY, 2011, p.79)
Motivação amadora, escala pública
Mudança no conceito de global = não necessariamente tamanho, mas escopo
Trabalhos colaborativos para legendas 
Grupos de discussão de doenças
Malha de retroalimentação
Arte folclórica digital (por exemplo o lolcats)
Impressões de letras formando imagens
Hobbies digitais
Fãs de diversos segmentos puderam se encontrar e trocar informações sobre o que gostavam
Surgimento das Fanfiction
“[...] a intensão dos criadores não é alcançar qualquer audiência genérica, e sim comunicar-se com suas almas gêmeas, muitas vezes no âmbito de normas culturais compartilhadas que diferem das que estão em uso no mundo externo” (SHIRKY, 2011, p.84)
Motivação intrínseca, ação pública
Exemplo: Revista People (1998) e as 50 pessoas mais bonitas
“Os meios de direcionar nosso excedente cognitivo são agora as novas ferramentas que recebemos, mecanismos que tanto possibilitam quanto recompensam a participação.” (SHIRKY, 2011, p.89)
As motivações são as mesmas de antigamente, o que muda tudo é que agora temos a oportunidade. 
Oportunidade
“Precisamos também levar em conta a oportunidade, maneiras reais de tirar proveito de nossa capacidade de participar em conjunto do que antes consumíamos sozinhos.
[...] devemos combinar nosso excedente de tempo livre se quisermos que ele seja útil, e só podemos fazer isso quando nos são dadas as oportunidades certas” (SHIRKY, 2011, p.90)
“O caráter humano é o componente essencial do nosso comportamento sociável e generoso, mesmo quando coordenado com ferramentas de alta tecnologia. As interpretações focadas na tecnologia para entender esses comportamentos erram o alvo: a tecnologia possibilita esses comportamentos, mas não pode causa-los”. (SHIRKY, 2011, p.90) 
Oportunidade
Exemplo: Pessoas idosas utilizando e-mail – se a ferramenta é útil, as pessoas vão usar.
Quando as necessidades se vão, os comportamentos também vão.
Exemplo: Álbuns de fotografia, Assistir TV
Skates e Suportes
Z-Boys e as piscinas – novos usos criativos e cooperação 
Impressionismo francês e o Café Guerbois – experiências de pintura
“O ambiente efervescente de um círculo colaborativo pode fazer com que as ideias e realizações dos participantes se desenvolvam mais depressa do que se eles estivessem buscando os mesmos objetivos sem o compartilhamento” (SHIRKY, 2011, p.96)
Jogo do ultimato
O senso de justiça (ou de desfazer uma injustiça) supera o desejo imediato de ganho financeiro
Receio de desagradar o outro
Desejo de punir aqueles que abandonaram as normas
COMBINABILIDADE
“[...] todos os modos de comunicação que um dia precisaram se apoiar em preços de marcado podem agora ter uma alternativa que se baseia no livre compartilhamento. [...] Da mesma forma , as antigas limitações da TV do rádio e da imprensa escrita criaram uma classe de profissionais de mídia com acesso privilegiado ao discurso público, mas agora o discurso público pode contar com ampla participação” (SHIRKY, 2011, p.101-102). 
Redes digitais – barateamento do compartilhamento e participação potencial universal
Mercado – interação com estranhos
Combinabilidade
“Suposições de que as pessoas são egoístas podem tornar-se profecias autorrealizáveis e assim criar sistemas que proporcionam muita liberdade individual para agir, mas não muito valor público ou gestão de recursos coletivos para o bem público maior” (SHIRKY, 2011, p. 103).
Visibilidade mútua da ação dos participantes, comprometimento verdadeiro com os objetivos comuns e capacidade dos integrantes de punir os infratores.
Consideração pelas outras pessoas
União dos esforços para criar algo
Produção Social: pessoas desconhecidas tornando sua vida melhor de graça
Servidores Apache – código aberto
Possibilidade de qualquer um fazer melhorias e compartilhar isso na Web
Cada pessoa cuidando de uma pequena coisa ajuda a fazer algo maior que não conseguiria fazer sozinho
Esforços de grupos que operem em escala global
Tradicionalmente: Privado X Público 
Produção Social – criação de valor por um grupo para seus membros – sem hierarquia.
Geração X, Y, Z
Napster, 1999 – lista de músicas compartilhadas diretamente de computadores dos usuários
Shirk se contrapõe a ideia de exista diferenças inatas entre as gerações
Para ele, as diferenças estão nas oportunidades que cada geração teve acesso – diferença ambiental. Os comportamentos são estimulados pelas mudanças no ambiente.
Compartilhamento sem perda para quem compartilhou – todos ganham.
Conflito com a indústria da música
Espirais colaborativas
Cidadãos responsáveis – engajamento pelo Facebook – recolhimento de lixo aos domingos no Paquistão.
Importância das redes sociais para o bem-estar – influência maior dos conhecidos do que da família e dos amigos próximos
“Mesmo o mais simples esforço grupal ou participação voluntária pode ser marcado por tensões entre os indivíduos participantes, e entre esses indivíduos e o restante do grupo. [...] Uma maneira de ajudar um grupo a aumentar sua capacidade de funcionar junto é a criação e manutenção de uma cultura compartilhada” (SHIRKY, 2011, p.118)
Cultura
Creches em Haifa, 1998.
Multa = relação comercial desprovida de humanidade
“A cultura não é apenas um aglomerado de comportamentos individuais; é um conjunto de normas e comportamentos aceitos coletivamente num grupo”. (SHIRK, 2011, p.122)
A cultura como ferramenta de coordenação
A Universidade invisível, 1645 (Robert Boyle, Robert Hooke e Christopher Wren)
Clareza no método científico = trabalho colaborativo e competitivo
“A combinabilidade faz com que saber algo seja diferente de ter algo. [...] Aumentar o número de coisas que você tem pode ser útil, mas aumentar sua quantidade de conhecimento pode ser transformador. Isso é o que torna tão importantes os meios pelos quais uma sociedade compartilha o conhecimento [...]” (SHIRKY, 2011, p. 126)
A economia do compartilhamento
“O conhecimento é a coisa mais combinável que nós, humanos, temos, mas tirar proveito disso requer condições especiais” (SHIRKY, 2011, p.126).
Condições: tamanho da comunidade, custo, clareza e normas culturais de quem o recebe.
As TIC como um enorme choque positivo para a combinabilidade do conhecimento.
As tecnologias possibilitam o estabelecimento de uma cultura que favorece a combinação do conhecimento.
Professores universitários e cirurgiões de cérebro
Christopher Avenir, 2007 – Universidade Ryerson, em Toronto
Grupo de estudo on-line – facebook – 164 membros
“O Facebook não é próximo o bastante de uma máquina de fax ou de um mimeógrafo para ser comparado às mídias antigas, porque ele é mais social do que elas, e também porque seus participantes se comunicam em grupos. [...] Tampouco o Facebook é um substituto de um grupo de estudos em uma das salas de Ryerson” (SHIRKY, 2011, p. 132).
Professores universitários e cirurgiões de cérebro
“Uma objeção comum à difusão de conhecimento compartilhado é a necessidade de habilidades profissionais, ideia em geral acompanhada da observação de que ninguém aceitaria fazer uma cirurgia no cérebro com alguém que aprendeu pela Wikipédia. [...] Mas o engraçado em relação a essa regra é que na verdade não precisamos dela, porque ela é auto-evidente” (SHIRKY, 2011, p.137). 
Ninguém aprende a operar um cérebro pela Wikipedia, assim como não aprendia na Enciclopédia Britânica.
A Wikipédia não se propõe a ensinar ninguém a fazer uma cirurgia no cérebro, mas sim a fornecer informações básicas para amadores.
Pacientes como nós
PatientsLikeMe.com – Possibilita que pacientes portadores da mesma doença se encontrem, compartilhem informações e ofereçam apoio mútuo.
“Esse site está expandindo o conhecimento de como combinar – está envolvendo pacientes e pesquisadores e produzindo mais material para recombinação. Ele ainda pode fracassar, mas, se der certo, vai mudar a cultura; na verdade, se não mudar a cultura, não poderá dar certo, porque a norma cultural que se opõe ao compartilhamento de dados médicos o impedirá de funcionar” (SHIRKY, 2011, p.143).
Pessoal, comum, público e civico
“O custo drasticamente reduzido de se dirigir ao público e o tamanho drasticamente aumentado da população conectada significam que agora podemos fazer coisas de valor duradouro a partir de agregações maciças de pequenas contribuições (SHIRKY, 2011, p.144).
Aspecto emocional na formação de grupos
Mulheres e homens
CouchSurfing.org
Sistema de hospedagem gratuita na casa de pessoas
Dificuldade das mulheres confiarem e violência contra a mulher
Na Índia, um grupo de mulheres foram atacadas em um bar por um grupo fundamentalista religioso. A ação foi filmada e postada no Youtube. O grupo ameaçou repetir a ação no dia dos namorados. Como reação, mulheres indianas criaram um grupo no Facebook: Associação de Mulheres Livres, que inciou uma campanha contra o grupo fundamentalista.
Indivíduos, grupos e liberdade
Valor pessoal = mais criativos e menos consumistas
Compartilhar – compartilhamento pessoal (lolcats), compartilhamento comum (Meetup), compartilhamento público (Apache) e compartilhamento cívico (Chaddi Rosa).
Grupos e gerenciamento
Gerenciamento – desencorajar ou impedir pessoas de lesar o processo ou o produto do grupo. = Compromisso com uma estrutura
Exemplo: eBay, Couchsurfing e PickupPal
“Quanto maiores o valor e o risco inerentes à participação, mais necessário se torna algum tipo de estrutura para manter os participantes concentrados nos seus objetivos compartilhados e sofisticados, em vez de focados em objetivos pessoais e básicos” (SHIRKY, 2011, p.158)
Grupos e gerenciamento
Criatividade demanda pouca coordenação
Custos reduzidos abrem espaço para experimentação
“Quanto maior e mais publicamente bem-sucedido for um projeto, mais as pessoas vão querer se apropriar desse valor sem dar nada em troca ou até mesmo querendo ver o fracasso do projeto” (SHIRKY, 2011, p.159)
Exemplo: Wikipédia
Universidade Invisível ou Ensino Médio Invisível?
Procurando o mouse
Um novo recurso: Excedente cognitivo
Não se limita apenas às novas ferramentas sociais
Ampla experimentação
Quanto mais grupos tentando, melhor
Paradoxo da Revolução
Gutemberg e a impressão de indulgências
“Quanto maior a oportunidade oferecida pelas novas ferramentas, menos completamente alguém consegue projetar o futuro a partir da formação anterior da sociedade” (SHIRKY, 2011, p.166)
Aumentando as probabilidades
Sistemas sociais são complexos, não existe receita.
Já existiram outros serviços de rede social que fecharam.
(não era o momento certo)
Começando
Comece pequeno
Pergunte “Por que?”
O comportamento acompanha a oportunidade
Padrão para o social
Crescendo
Pessoas divergem. Mais pessoas divergem mais
Intimidade não conta
Apoie uma cultura de apoio
Adaptando
Ninguém acertou desde o início
Quanto mais depressa você aprende, mais rápido consegue se adaptar
O sucesso gera mais problemas do que o fracasso
Clareza à violência
Tente qualquer coisa. Tente tudo.
Três maneiras de administrar uma revolução
Caos até não suportarmos mais
Aprovação tradicionalista
Transição negociada
Procurando o mouse
“Nosso ambiente de mídia (ou seja, nosso tecido conjuntivo) mudou. Num histórico piscar de olhos, passamos de um mundo com dois modelos diferentes de mídia – transmissões públicas por profissionais e conversas privadas entre pares de pessoas – para um mundo no qual se mesclam a comunicação social pública e a privada, em que a produção profissional e a amadora se confundem e em que a participação pública voluntária passou de inexistente para fundamental. Esse foi o grande negócio, mesmo quando as redes digitais eram utilizadas apenas por uma elite de cidadãos abastados, mas agora está se tornando um negócio muito maior, já que a população conectada se espalhou globalmente e cruzou a marca de bilhões”. (SHIRKY, 2011, p.186)
Imaginação, criatividade – numa tela sem mouse falta alguma coisa – necessidade de participação/compartilhar – cultura da participação
Referências
BRIGGS, Asa,; BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de Gutenberg à internet. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2004. 377 p. (Interface). ISBN 8571107718
GARCÍA CANCLINI, Néstor. Leitores, espectadores e internautas. São Paulo: Iluminuras, 2008 94 p. ISBN 9788573212839
LÈVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed.34, 1999.
ORTEGA Y GASSET, Jose. Missão do bibliotecário. Brasília, DF: Lemos Informação e Comunicação 2006. 82 p. ISBN 9788585637316
SHIRKY, Clay. A cultura da participação: Criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
WIKIPÉDIA. Clay Shirky. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Clay_Shirky Acesso em: 14 mar. 2016.

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