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Apostila Monitoramento do Paciente

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Curso Auxiliar VeterinárioCurso Auxiliar Veterinário
Monitoramento do Paciente na Clínica de Pequenos AnimaisMonitoramento do Paciente na Clínica de Pequenos Animais
Prof.ª M.V. Ana Maria F. Neves
Após a consulta realizada pelo Médico Veterinário, havendo necessidade de
internação, o paciente passa a ser cuidado pelos Auxiliares/Enfermeiros Veterinários.
O Monitoramento dos pacientes internados é função básica destes profissionais.
O paciente internado fica sob a responsabilidade dos auxiliares veterinários,
que são encarregados dos cuidados imediatos e da medicação sob a orientação dos
médicos veterinários. São os auxiliares quem primeiro percebem qualquer mudança
no estado do paciente e devem comunicar ao responsável. Alteração do apetite e/ou
sede, manifestação de dor, alteração nas fezes e/ou urina e nos parâmetros clínicos
(temperatura, cor das mucosas, alteração na respiração...). 
A identificação do animal é feita inicialmente no Prontuário que fica aos
cuidados do veterinário. Ali encontra-se todo o histórico do paciente (atendimentos,
retornos, vacinas e tratamentos a que o ele já foi submetido, queixa atual, etc. ) e
dados de seu proprietário. 
Já na INTERNAÇÃO deve haver uma ficha específica para o tratamento que
está em curso. Esta ficha vai ser atualizada por aquele que está encarregado de
medicar o animal, geralmente o auxiliar ou enfermeiro veterinários. Cada
estabelecimento adota um tipo de controle, de acordo com a conveniência e a forma
de trabalho desenvolvida pela equipe. Abaixo um modelo que pode ser usado como
Ficha de Internação: 
Ficha de Internação
Veterinário responsável: _________________________________
Animal: Nome___________________ Espécie: __________ Raça:_____________
 Pelagem: _________________ Idade: _______________ Peso:___________kg
Diagnóstico: ___________________________________________________________
Exames realizados: ____________________________________ (exame/data – anexar o exame à ficha)
___________________________________________________________________________________
Tratamento (medicamentos):
1. ______________ Dose: __________ Frequência: _______________ Início em : _____/_____/_____
2. ______________ Dose: __________ Frequência: _______________ Início em:______/_____/_____
3. ______________ Dose: __________ Frequência: _______________ Início em:______/_____/_____
Fluidoterapia:_________________________________________________________________________
Data Observação: Enfermeiro/Vet
____/_____/____ _________________________________________________________/_____________
___/_____/____ __________________________________________________________/____________
___/_____/____ __________________________________________________________/____________
___/_____/____ __________________________________________________________/____________
___/_____/____ __________________________________________________________/____________
MODELO DE FICHA DE INTERNAÇÃO
Monitorando
Desde o momento em que o animal dá entrada na clínica devemos observar seu
comportamento e postura, se há algum ferimento ou dor evidente. Assim que
possível pesá-lo e anotar o peso em seu prontuário. A avaliação dos sinais vitais é
feita durante a consulta pelo médico veterinário e também anotada no prontuário. Ao
ser internado, o veterinário determina o tratamento. A rotina de cuidados passa para o
enfermeiro/auxiliar, sob a supervisão e acompanhamento de um veterinário. 
Obviamente, o animal internado apresenta uma razão para estar ali: doença que não é
tratável em casa, preparação para cirurgia, cuidados pós-cirúrgicos, realização de
curativos, etc. Mesmo estando em local estranho muitos animais são dóceis e
interagem bem com seu tratador. Outros no entanto, além do desconforto inerente ao
seu estado, ficam muito estressados por estarem em ambiente e com pessoas
desconhecidos. Todo recurso para tornar a internação mais agradável para o paciente
é valioso, como manter a baia limpa, posição confortável, temperatura agradável,
alimento e água acessíveis, chamar o animal pelo seu nome, etc. 
Peso: o peso do animal, em quilos, deve constar de sua ficha de internação, uma vez
que todos os medicamentos são calculados de acordo com o peso do animal.
Alimentação: se não for recomendado jejum e o paciente puder ser alimentado, o
tratador deve observar: 
Tipo de dieta:é recomendada alguma dieta específica para o tratamento?
Apetite: o animal demonstra interesse pelo alimento ?
Condição física: ele consegue comer sozinho ou precisa ser auxiliado(mudança de
posição, segurar o animal enquanto come)? ele consegue apreender o alimento ou tem
que ser colocado na boca?
Tipo de alimento:é necessária a utilização de alimento pastoso que possa ser
administrado com uma seringa?
Água: está bebendo água sozinho ou precisa de ajuda?
Vômito: tem histórico de vômito? Ainda está vomitando? Logo após a refeição ou
muito depois?Com que frequência? Qual o aspecto do vômito ?
Urina: está urinando normalmente? Apresenta alguma dificuldade em urinar? Qual o
aspecto da urina (clara, escura, turva, presença de sangue etc)?
Fezes: está defecando normalmente? Qual o aspecto das fezes (firmes, pastosas,
liquidas, claras, escuras, presença de parasitas, sangue)?
Medicamentos: está sendo medicado? Está apresentando melhora com a terapia
instituída? Piorou? Apresenta algum sinal de efeito adverso à medicação, ou seja,
sinais diferentes daqueles esperados (prurido, vermelhidão, inchaço, inquietação,
fraqueza muscular, prostração)?
Dor: demonstra algum sinal de estar sentindo dor? (ver abaixo – capitulo específico
sobre Dor)
Sinais Vitais
O veterinário deve avaliar os sinais vitais durante a consulta. Porém o animal
internado pode necessitar de uma checagem mais frequente até que o quadro se
estabilize. Neste caso, o auxiliar veterinário deve saber realizar esta checagem para
informar ao veterinário qualquer valor fora do esperado. 
Frequência Cardíaca (FC)
A frequência cardíaca pode ser avaliada através da auscultação com estetoscópio,
posicionado entre o 3° e o 5° espaço intercostal esquerdos, em cães e gatos, ou ainda
através da palpação do pulso na artéria femoral na face medial da coxa. Na tabela
abaixo, as frequências normais:
Espécie
Frequência Cardíaca
(bpm*)
Cães: recém-nascidos até 180
 raças miniaturas até 160
 adultos 70 - 160
 raças gigantes 60 - 140
Gatos: recém-nascidos 220 - 260
 adultos 120 – 200
Coelhos 180 – 250
Ferrets 200 – 250
*bpm = batimentos por minuto
Auscultação cardíaca. Fonte: fluid
Frequência Respiratória (FR)
A Frequência Respiratória é avaliada pela observação da expansão da caixa torácica,
contando-se o número de movimentos por minuto: 
Espécie FrequênciaRespiratória (mpm*)
Cães 10 a 30
Gatos 20 a 40
Coelhos 30 a 60
Ferrets 33-36
*movimentos por minuto
 Temperatura 
Os animais homeotérmicos (mamíferos e aves), quando saudáveis, são capazes de
manter a temperatura corporal dentro dos limites ideais para o bom desempenho das
funções corporais, independente da variação da temperatura ambiental. Alguma
variação na temperatura corporal é possível por fatores fisiológicos: 
• após ingerir alimentos a temperatura pode estar alguns décimos acima do
normal; 
• ingestão de água fria pode abaixar a temperatura em alguns décimos; 
• animais desnutridos tendem a apresentar temperatura ligeiramente maisbaixa;
• esforços físicos tendem a elevar a temperatura
• temperatura ambiental: mudanças bruscas de temperatura no ambiente são
acompanhadas por alterações na temperatura corporal.
Condições febris são causadas na sua maioria por doenças infecciosas – a febre é uma
tentativa do corpo de eliminar o agente infeccioso. A febre é diferente da
hipertermia. A hipertermia é uma elevação da temperatura corporal de origem não
inflamatória. As principais causas de hipertermia são: temperatura ambiente e
umidade do ar elevada, exercício, desidratação, convulsões, pêlos em excesso,
obesidade e confinamento ou transporte sem ventilação adequada
 A hipotermia é a diminuição da temperatura abaixo dos níveis de referência, o que
pode ocorrer por uma perda excessiva de calor ou por produção insuficiente de calor,
ou ainda devido a toxinas que possam afetar a regulação térmica (p. ex.:
septicemias). Os neonatos são particularmente suscetíveis às hipotermias ambiental e
nutricional.
A aferição da temperatura em cães e gatos é realizada com termômetro clínico por via
retal.
Espécie Temperatura (°C)*
Cães 37,5 a 39,3°C
Gatos 38 a 39,5°C
Coelhos 38,5 a 40°C
Ferrets 37,7 a 40°C
°C = graus Celsius
Mucosas
A coloração das mucosas pode ser indicativa de doença. As mucosas normalmente
inspecionadas em cães e gatos são: conjuntivas palpebrais (olhos); gengivas, lábios,
vulva, pênis e face interna do pavilhão auricular. O tempo de preenchimento capilar
(TPC), também pode ser indicativo de anormalidades circulatórias ou da hidratação.
No quadro abaixo as colorações e suas possíveis causas:
Figura 1: Avaliação do TPC .Fonte: 
 
Hidratação X Desidratação
 A água corporal total representa aproximadamente 60% do peso do animal adulto.
Nos recém-nascidos este valor pode chegar a 75% e nos idosos 55%. Os obesos tem
uma porcentagem menor de água corporal, como os idosos. A diminuição de água
corporal pode se dar através de vômitos, diarreia, poliúria (muita urina), hemorragias,
disfagia (dificuldade de comer e beber), etc.. Este déficit hídrico, se for muito severo,
põe a vida em risco. Os sinais característicos da desidratação são praticamente os
mesmos para todas as espécies e esta avaliação se dá conforme a tabela a seguir.
Desidratação Sinais clínicos
< 5% Nenhuma anormalidade detectável
 5% Pele ligeiramente inelástica e flácida, mucosas secas.
7 a 8% Inelasticidade definida da pele. TPC aumentado (2 a 3s). Ligeira
depressão do olho na órbita. Extremidades frias
10 a 12% Perda severa da elasticidade da pele; TPC >3s; olhos afundados nas
órbitas; animais debilitados em choque;contrações musculares
involuntárias; extremidades frias.
12 a 15% Choque óbvio; morte iminente.
Fonte: Manual Merck – 7a. Edição
Mucosas 
Normal: rosada
Pálida: rosa clara, esbranquiçada - anemia
Hiperêmica: vermelha – infecção/toxemia
Ictérica: amarelada - hepatopatia
Cianótica: azulada – oxigenação deficiente
Perlácea: branca, perolada – anemia grave
Tempo de Preenchimento Capilar (TPC): 
Normal: 1-2 segundos
Desidratação: 2-3 segundos
Desidratação grave: >3 segundos
Sistemas Corporais
Cada sistema apresenta sinais de anormalidade possíveis de serem observados nos
pacientes tão logo cheguem na clínica para consulta ou naqueles que permanecem
internados, para avaliação da evolução do quadro:
Sistema Possíveis alterações
Locomotor Claudicação
Impotência funcional
Deformidade em coluna ou membros
Dificuldade em vencer obstáculos
Pele Alopecia
Prurido
Descamação
Untuosidade
Odor
Feridas
Parasitas
Meneios de Cabeça (orelhas)
Digestivo Apetite/ Sede
Defecações: frequência, volume, aspecto, presença
de parasitas, região anal
Vômito: aspecto, frequência, momento
Hálito, cavidade oral
Gases
Variação de peso
Depravação do Apetite
Respiratório Cansaço
Dispnéia
Corrimento nasal/ocular
Tosse
Espirro
Cardiovascular Atitude
Posicionamento
Edema em membros
Ascite
Desmaios
Cianose
Tosse
Genito urinário Corrimento
Micção: frequência, aspecto, volume
Cio, pseudociese
Mamas, vulva
Testículos, prepúcio
Nervoso Alteração de hábito ou comportamento
Posicionamento
Episódios convulsivos
Desmaios
Audição
Visão
Tabelas
Acrescento abaixo tabelas para avaliação da idade de cães e gatos comparativamente
ao ser humano; datas esperadas de erupção dos dentes assim como a troca para os
dentes permanentes e, finalmente, avaliação do escore corporal de cães e gatos.
Embora não sejam de uso rotineiro, ajudam na avaliação de nossos pacientes.
Fonte: Enciclopédia do Cão – Royal Canin
Cães GatosEscore Corporal
1: Muito Magro
Costelas, Coluna e Ossos 
Pélvicos bem visíveis, em 
animais de pelo curto.
Cintura muito marcada
Evidente perda de massa 
muscular 
Ausência de gordura 
3: Peso Ideal
Costelas, coluna e ossos 
pélvicos não perceptíveis mas 
facilmente palpáveis, com fina 
camada de gordura;
Cintura perceptível atrás das 
costelas
Discreta gordura abdominal
2: Abaixo do Peso
Costelas, Coluna e Ossos 
Pélvicos visíveis
Cintura marcada
Mínima gordura abdominal
4: Acima do Peso
Costelas, coluna e ossos 
pélvicos dificilmente palpáveis
Cintura de difícil percepção
Marcante depósito de gordura 
abdominal, sobre a coluna e 
a base da cauda
5: Obeso
Costelas, coluna e ossos 
pélvicos não palpáveis
Sem cintura
Grande depósito de gordura 
abdominal, sobre a coluna e 
a base da cauda (cães)
Grande distensão abdominal
Avaliação do Escore Corporal de Cães e Gatos
Adaptado de: Veterinary Technician's Daily Reference Guide: Canine and Feline, Third Edition; 
Edited by Jack, Candice et all, Published by John Wiley & Sons Inc, 2014
Paciente CirúrgicoPaciente Cirúrgico
O paciente que vai passar por uma cirurgia deve ser monitorado antes, durante e
após o ato cirúrgico.
Antes da cirurgia devem ser conferidos os exames laboratoriais e de imagem
realizados previamente. 
Exames
Normalmente, em um animal saudável, jovem (menos de 6 anos) são suficientes o
hematócrito (porcentagem de células vermelhas do sangue – avalia possível anemia),
enzimas hepáticas (avalia a função do fígado), creatinina (avalia a função dos rins) e
glicemia (quantidade de glicose presente no sangue). Em um animal que já tenha
algum problema de saúde e/ou tenha mais de 6 anos de idade, o ideal é que se faça
previamente um hemograma completo, funções renal e hepática completas, glicemia
e exames de imagem: ultrassom (US), raios-X (RX), eletrocardiograma (ECG),
ecocardiograma (ECO), endoscopia, etc, de acordo com a necessidade da cirurgia a
ser realizada. Por exemplo, no caso de uma piometra, se faz um US onde se avaliará a
condição do útero a ser retirado; no caso de uma fratura, se faz um RX, para avaliar a
extensão e o tipo de fratura.
Condições Ideais Para uma Cirurgia
Embora nem
sempre seja possível
realizar uma cirurgia
em condições ótimas,
a equipe deve se
empenhar para não se
afastar do ideal. Os
estabelecimentos
veterinários onde se
realizam cirurgias
devem ter um local
apropriado que seja
utilizado apenas para
este fim: o centro 
 Paciente posicionado para cirurgia; colocação monitor cardíaco
cirúrgico. O decreto 40.400/95 que
dispõe sobre a instalação de
estabelecimentos veterinários, especifica
que a sala de cirurgia deve ter piso liso,
impermeável e resistente a pisoteio e
desinfetantes, paredes impermeabilizadas
até a altura de 2m, forro que permita
assepsia, não deve ter cantos retos nos
limites parede-piso e parede-parede,
acesso por antecâmara onde o cirurgião
fará a desinfecção das mãos e braços,
etc.. Toda essa exigência não é sem
motivo. As cirurgias são tratamentos
invasivos que requerem o máximo de assepsia,visando uma boa recuperação do
paciente assim como sua segurança e da equipe cirúrgica. Além do local, o
instrumental cirúrgico deve ser esterilizado e adequado ao tipo de cirurgia:
ortopédica, excisão de tumores, oftálmica, etc. Equipamentos para monitorar o
paciente anestesiado: monitor cardíaco, pressão, oxímetro de pulso; Aparelho de
anestesia inalatória, anestésicos e medicamentos de emergência para diferentes
situações e pacientes. E, finalmente, pessoal devidamente capacitado: cirurgião,
anestesista, auxiliar de cirurgia e auxiliar de sala.
A realidade nem sempre nos
permite dispor de todos esses
recursos o que deve levar cada
membro da equipe a se empenhar
para suprir as deficiências.
Quem determina se o paciente está
em condições de ser submetido a
uma cirurgia naquele momento é o
cirurgião veterinário ou o
anestesista veterinário. Da mesma
forma, são eles quem irão
estabelecer os procedimentos em
caso de uma emergência, assim
como o tipo de anestesia indicada
para aquele indivíduo. Monitor cardíaco e de pressão
Colocando os panos de campo
Classificação ASA 
Toda cirurgia envolve risco. Para se mensurar este risco devemos levar em
consideração três fatores: o paciente (seu estado físico), a anestesia a ser utilizada e o
tipo de cirurgia a ser realizado. A Sociedade Americana de Anestesiologistas
(American Society of Anesthesiologists – ASA) propôs uma classificação que hoje é
utilizada amplamente tanto na Medicina Humana quanto na Medicina Veterinária.
Esta classificação avalia o grau de risco de vida do paciente de acordo com suas
condições clínicas antes do início da cirurgia. O escore vai de 1 a 6, sendo o paciente
ASA 1 aquele que tem menor risco de vida:
ASA Estado do paciente Exemplos
1 Saudável, normal, risco mínimo Profilaxia dental, orquiectomia,
OSH, caudectomia (corte da
cauda)*, conchectomia(corte da
orelha)* e oniectomia(retirada das
garras)* em gatos
2 Doença sistêmica leve, ou localizada;
risco pequeno
Fratura, laceração da pele, ruptura
do ligamento dpo joelho, paciente
pediátrico ou geriátrico saudável;
fratura exposta (E)
3 Doença sistêmica grave, já com
alterações clínicas; risco moderado
Gato com obstrução uretral, cadela
com piometra, febre, desidratação
leve a moderada, anemia;
perfuração gastrointestinal (E)
4 Doença grave que ameaça a vida; a
cirurgia pode salvar a vida, risco alto
Doenças cardíacas, insuficiência
hepática ou renal, hemorragia
interna, dilatação torção gástrica
(E)
5 Paciente em estado muito grave, com
pequena chance de sobrevivência com
ou sem cirurgia
Trauma severo seguido de choque,
hemorragia massiva, ruptura do
intestino
6 Paciente com morte cerebral do qual
podem ser extraídos órgãos para
transplante. 
Na Medicina Veterinária ainda não
é uma prática de rotina. 
* atualmente estas cirurgias são proibidas e consideradas mutilações, conforme
resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária
(E) = emergências
Antes da Cirurgia
Cabe ao auxiliar veterinário checar antes da cirurgia começar, repassando tudo o que
será necessário ao procedimento que a ser realizado, com relação ao material e ao
paciente:
Material e Medicamentos:
• Medicamentos: anestésicos, analgésicos , fluidos IV, antibióticos, etc
• Medicamentos de Emergência: adrenalina; atropina; doxapram, etc.... 
• Descartáveis: seringas , agulhas , cateteres , gaze estéril , equipo, sondas 
endotraqueais, etc
• Aparelho anestesia: verificar circuitos e cilindro de oxigênio; laringoscópio
• Instrumental cirúrgico: de acordo com a cirurgia e com o cirurgião
Paciente:
Muitas vezes o animal é trazido para a clínica pelo seu tutor momentos antes da
cirurgia. Neste caso deve-se verificar se foi feito o jejum recomendado e se o
paciente foi medicado, caso tenha sido prescrito algum tratamento prévio.
• Verificar os exames solicitados para avaliação pré-cirúrgica. 
• Avaliar: FR, FC, TPC, temperatura
• Aplicar medicação pré-anestésica, geralmente via IM, indicada pelo cirurgião
ou pelo anestesista
• Realizar tricotomia ampla da área cirúrgica
• Acesso venoso: verificar com o cirurgião qual a veia mais indicada de maneira
que não atrapalhe o campo cirúrgico e seja de fácil acesso ao anestesista
• Assepsia da área cirúrgica
• Após a indução da anestesia pelo anestesista, colocar sonda endotraqueal
(verificar antecipadamente o tamanho da sonda para aquele animal)
• Colocar gel oftálmico para evitar ressecamento da córnea (particularmente em
gatos que permanecem com os olhos abertos durante a anestesia) ou instilar
solução fisiológica periodicamente antes e durante a cirurgia.
• Avaliar necessidade de colchão térmico em cirurgias de longa duração ou em
caso de temperatura ambiente baixa.
colocação de cateter na veia cefálica de um cão
Obs: nem todos os procedimentos acima são realizados pelo auxiliar veterinário.
Cada médico veterinário adota um método de trabalho e delega funções conforme
ache necessário.
Fonte: Fundamentals of Small Animal Surgery – 2011 ; Ilustrações: DR. Gheorghe M.
Constantinescu
 sondas endotraqueais posicionando o paciente para entubar
 oxímetro de pulso
Durante a Cirurgia
É função do anestesista a monitoração do paciente através da avaliação constante 
dos parâmetros abaixo:
• Frequência Cardíaca: estetoscópio, eletrocardiograma (monitor cardíaco)
• Pressão arterial
• Frequência Respiratória 
• Ventilação: oxímetro de pulso
• Hemogasometria: gases sanguíneos
No caso de não haver um anestesista deve-se monitorar a FC (estetoscópio) e FR
(visualização dos movimentos torácicos), o que nestes casos cabe, quase sempre, ao
auxiliar veterinário. Este vai informando ao cirurgião, no decorrer da cirurgia,
qualquer alteração nestes parâmetros. Além das avaliações acima pode ser necessária
a mensuração da glicemia, particularmente em pacientes diabéticos, ou muito jovens
ou idosos que foram submetidos a jejum prolongado.
Depois da Cirurgia
Nas cirurgias de rotina onde o paciente não precise de cuidados especiais, quem
monitora o pós-operatório é o auxiliar veterinário.
Checar sempre com o cirurgião e com o anestesista se
há algum procedimento ou medicação que deva ser
administrada ao paciente logo ao término da cirurgia
ou mais tarde, ou ainda, instruções que devam ser
passadas ao proprietário caso o paciente seja liberado
para ir para casa. 
• Curativo cirúrgico ou roupa cirúrgica: caso o
animal vá para casa, orientar o proprietário
quanto ao retorno para a troca do curativo e
retirada dos pontos cirúrgicos
• Retirada da sonda endotraqueal: desinflar o
cuff (balão na extremidade da sonda que a
mantém posicionada na traqueia), aguardar a volta do reflexo de deglutição.
Em raças braquicefálicas aguardar levantar a cabeça e tentar “mastigar” a
sonda. Tendo retirado a sonda avaliar a frequência respiratória antes de sair de
perto do animal.
• Temperatura: o paciente anestesiado não tem capacidade de regular a 
temperatura corporal, o que resulta em hipotermia. Muitas vezes o animal é 
operado diretamente sobre a mesa ou calha cirúrgica o que facilita a perda de 
calor para o ambiente. Portanto, deve ser colocado em colchão térmico, em 
temperatura em torno dos 37,5-38°C, até que acorde e e volte a apresentar 
temperatura corporal normal.
• Monitorar frequência cardíaca e respiratória até que acorde.
• Monitorar TPC até que acorde.
• Avaliar glicemia 
• Retirar o cateter endovenoso, apenas após o animal estar acordado, caso não 
seja necessária a continuidade de fluidoterapia.
DORDOR
 A maiordificuldade em se controlar a dor e a angústia no pós operatório ou em
pacientes traumatizados, ou ainda com doenças crônicas, não é a falta de
medicamentos analgésicos. A grande dificuldade está no veterinário e seus auxiliares
em reconhecerem a presença da dor. Em identificar o paciente que sente dor. 
Mesmo na medicina humana, os pacientes internados que solicitam a atenção dos
médicos e pessoal da enfermagem alegando estarem com dor, são considerados os
pacientes “chatos” enquanto que aqueles que se calam são “os bons” pacientes. Isto
resulta da falta de empatia com a dor do paciente.
 Embora o incomodo da dor por si só já seja razão suficiente para médicos
veterinários e auxiliares providenciarem analgesia, sabemos hoje que o estresse
causado pela persistência da dor leva a imunossupressão, retardo na cicatrização de
feridas, aceleração de processos patológicos, diminuição ou supressão do apetite,
alteração do sono etc. Assim, aprender a identificar a dor nos sinais fisiológicos e
comportamentais de nossos pacientes e tratá-la de forma adequada o mais cedo
possível torna-se um dever moral e ético. 
O que é a dor ? É uma sensação desagradável causada por um estímulo externo ou
interno que envolve o sistema nervoso central e periférico. Ao ocorrer uma lesão
tecidual há uma liberação de substâncias que são percebidas por terminações
nervosas especializadas (nociceptores), presentes na pele, nos músculos e nas
vísceras. Estes nociceptores irão fazer a transdução destes sinais para outros
neurônios que irão conduzir a informação até que ela chegue ao cérebro onde
ocorrerá a consciência da dor. Esta sensação de dor pode variar de leve à severa e vai
modificar o comportamento e a movimentação do animal na tentativa de evitar um
dano maior. 
Tipos de Dor
Dor Aguda: tem início súbito como resposta a um trauma (ex. acidente, cirurgia) ou
inflamação (ex.pancreatite)
Dor Crônica: tem longa duração (meses); causada por doença crônica (câncer,
osteoartrite, etc) ou após uma amputação (dor fantasma)
Dor Visceral: tem origem nos órgãos internos (inflamação (ex.pancreatite), grande
distensão (ex. obstrução uretra = distensão da bexiga) do órgão.
Dor Neuropática: resultado de injúria ao sistema nervoso. Em humanos descrita
como sensação de queimação, alodinia (sensação de dor em situação aparentemente
normal); dor fantasma
Analgésicos
Analgésico ( do grego algia = dor) é a substância que diminui ou suprime a sensação
de dor. São várias as substâncias que exercem este papel. Hoje a medicina veterinária
tem um bom conhecimento dos efeitos analgésicos dos diferentes tipos em várias
espécies e, já os usa sem receio de reações adversas. 
Os tipos mais comumente usados são: opióides, anti-inflamatórios não esteroides,
alfa2-agonistas, corticoides,anestésicos/ anestésicos locais e sedativos.
Os analgésicos interferem na transmissão neuronal, impedindo que o impulso chegue
ao cérebro e impedindo a consciência da dor. Cada tipo de analgésico age em uma
parte do caminho do impulso (veja figura abaixo):
Causas de dor
 Na clínica veterinária os pacientes nos chegam muitas vezes com um quadro que
evidentemente causa dor. Infelizmente nem sempre nos damos conta de que aquele
paciente é candidato a um tratamento de analgesia, principalmente em situações que
provocam dor leve . As causas naturais mais comuns de dor são apresentadas no
quadro abaixo. O segundo quadro descreve causas iatrogênicas (causadas pelo
médico). Neste caso, o veterinário deve instituir um tratamento analgésico antecipado
uma vez que já sabe que a dor vai ocorrer.
Sinais de Dor
Os sinais de dor são classificados de sutis a evidentes. Os proprietários que convivem
com seus animais tem mais facilidade em reconhecer alterações sutis de
comportamento, por isso devem ser ouvidos ao levar seu animal ao veterinário. Os
gatos frequentemente apresentam sinais de dor mais sutis do que os cães. 
Os sinais fisiológicos sugestivos de dor são:
• Taquipneia
• Taquicardia
• Hipertensão
• Midríase (pupilas dilatadas)
• Sialorreia
sendo os três primeiros comumente observados em pacientes inconscientes que
respondem a um estímulo cirúrgico sob anestesia inadequada.
Os sinais comportamentais são:
• Atividade anormal: inquietação, agitação ou mesmo delírios(cães) ou, ao
contrário, outros animais ficam letárgicos, introvertidos, entorpecidos e
deprimidos.
• Não prestam atenção aos estímulos do ambiente.
• Alteração do ciclo normal de alerta/sono ( animal dorme menos).
• As atividades normais como alimentação ou cuidados com a higiene (gatos)
podem diminuir ou parar.
• Cães podem morder, lamber, mastigar ou sacudir o membro ouregião dolorida.
• Adotar posturas corporais anormais na tentativa de aliviar a dor: cães com dor
abdominal assumem uma postura arqueada e rígida; Cães com dor torácica
relutam em deitar mesmo com óbvia exaustão.
• O desuso ou proteção de uma região dolorida é um óbvio indicador de dor.
• Modo de andar anormal ou muito rígido.
• Comportamento interativo muda:
◦ os cães podem tornar-se agressivos e resistir ao contato ou à palpação.
◦ tornar-se mais tímidos do que o usual e procurar manter distância dos
tratadores.
• Mudanças na expressão facial (alguns cães podem fazer caretas, atitude não
comum quando não sentem dor.)
• Orelhas para trás ou abaixadas.
• Olhos bem abertos (com as pupilas dilatadas) ou parcialmente fechados (com
aparência entorpecida).
• Olhar fixo num ponto no espaço, aparentemente esquecidos do ambiente.
• Gatos exibem sinais mais sutis que podem se definir por falta de atividade:
ficam no fundo da gaiola evitando interagir com os tratadores ou debatem-se
violentamente na gaiola.
Tratando a Dor
Como veterinários e auxiliares podem assegurar o alívio da dor e angústia de seus
pacientes ? Não há uma simples abordagem terapêutica para todos animais. O plano
terapêutico para o alívio da dor deve ser executado segundo as necessidades
individuais. Assim, o plano pode antecipar o grau de dor que será causada por uma
cirurgia e adotar a administração preventiva de analgésicos, que deverá ser alterada
com base na frequente avaliação do animal. Esta avaliação é essencial no
tratamento da dor no pós-cirúrgico: ajuda na seleção dos analgésicos, na instituição
de terapias com múltiplas drogas e na duração do tratamento. 
Na década de 1990, a Faculdade de Veterinária do Colorado – EUA, elaborou um
escore de avaliação da dor através da observação de vários aspectos clínicos e
comportamentais. Atualmente este tipo de avaliação é bastante utilizado nos hospitais
e clínicas veterinários.
Fonte: Blog Pet Care Hospital Veterinário
Tabela I
Escore de Avaliação da Dor Utilizado pelo Hospital da Faculdade de Veterinária da Universidade do
Colorado - EUA
Observação Score Paciente
Conforto 0
1
2
3
4
Dormindo ou calmo
Alerta; interessado no ambiente
Leve agitação; deprimido e desinteressado do ambiente
Agitação moderada; irriquieto e desconfortável
Extremamente agitado; debatendo-se
Movimento 0
1
2
Movimentação normal
Mudança frequente de posição; relutância em se mover
Debatendo-se
Aparência 0
1
2
3
Normal
Leve alteração; pálpebras parcialmente fechadas; orelhas abaixadas
ou em posição anormal
Alteração moderada; olhos fundos ou vidrados; unthrifty appearence
Alterações severas; olhos parados; pupilas dilatadas; “caretas” ou
outra expressão facial anormal; prevenido; posição arqueada; pernas
em posição anormal; gemendo antes da expiração; dentes rangendo
Comportamento
(sem estímulo)
0
1
2
3
Normal
Pequenas mudanças
Moderadamente anormal: menosmóvel e menos alerta do que o
normal; desinteressado do ambiente; muito irriquieto
Marcadamente anormal: muito agitado; vocalizando; auto-mutilação;
gemendo; virado para o fundo da gaiola
Comportamento Interativo 0
1
2
3
Normal
Afasta-se quando a ferida cirúrgica é tocada; olha para a ferida;
movimenta-se
Vocaliza quando a ferida é tocada; agita-se de vez em quando;
relutante em se mover mas move-se se coagido
Reação violenta ao estímulo; vocaliza mesmo quando a ferida não é
tocada; tenta morder; rosna ou uiva quando alguém se aproxima;
extremamente agitado; não se move mesmo se houver insistência
Vocalização 0
1
2
3
Calado
Chorando; responde quando chamado e acariciado
Choro intermitente; não responde quando chamado e acariciado
Vocalização contínua que não é usual para este animal.
Frequência Cardíaca 0
1
2
3
0 a 15% acima do valor pré cirúrgico
16% a 29% acima do valor pré-cirúrgico
30% a 45% acima do valor pré-cirúrgico
> 45% acima do valor pré cirúrgico
Frequência Respiratória 0
1
2
3
0 a 15% acima do valor pré cirúrgico
16% a 29% acima do valor pré-cirúrgico
30% a 45% acima do valor pré-cirúrgico
> 45% acima do valor pré cirúrgico
Escore total (0 a 24): 
ESTA AVALIAÇÃO NÃO TEM COMO OBJETIVO PROVAR QUE O ANIMAL TEM DOR ANTES QUE SE INSTITUA O TRATAMENTO.
O objetivo é ajudar na avaliação da dor de um cão ou gato que tenha passado por cirurgia ou trauma. O escore exato
vai indicar se o tratamento é adequado variando de indivíduo para indivíduo. Animais que passarão por procedimentos
dos quais se espera dor moderada a severa, baseado no procedimento cirúrgico a ser realizado, devem ser tratados
ANTES de apresentar dor severa. Os animais devem receber analgésicos antes da dor ser detectada por este escore.
Contudo, um escore maior do que 15 deve resultar em tratamento a menos que por outro motivo não seja recomendado
o uso de analgésicos.
Bibliografia: 
Anestesia em Cães e Gatos; editora Roca 2002
BSAVA – Manual of Canine and Feline Rehabilitation – 2010
Clinical Anatomy and Phisiology veterinary Technicians , 2a Edição 2008
Compendium on Continuing Education – Small Animals; fev/ 98
Dentistry and Oral Health – Virbac; www.virbac.com
A Enciclopédia do Cão – Royal Canin
The Feline Patient – 4a. Edição
Fluid Therapy for Veterinary Technicians and Nurses – 2012
Fundamentals of Small Animal Surgery, 2011
Manual Merck, 7a. Edição
Semiologia Veterinária, A arte do diagnóstico, 2a, Edição

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