Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Mecânica e Resistência dos Materiais Gelson Cerqueira Jr Resistência dos Materiais é um ramo da mecânica que estuda as relações entre cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que atuam dentro do corpo. Os materiais estão tão presentes no nosso dia a dia que as vezes não notamos sua importância INTRODUÇÃO Historicamente, o desenvolvimento e o avanço das sociedades têm estado intimamente ligados às habilidades dos seus membros em produzir e manipular os materiais para satisfazer as suas necessidades. De fato, as civilizações antigas foram designadas de acordo com o seu nível de desenvolvimento em relação aos materiais (Idade da Pedra, idade do ferro e idade do Bronze) HISTÓRICO Os primeiros seres humanos tiveram acesso a apenas um número limitado de materiais, aqueles presentes na natureza: pedra, madeira, argila, peles, e assim por diante. Com o tempo, esses primeiros seres humanos descobriram técnicas para a produção de materiais com propriedades superiores àquelas dos materiais naturais; esses novos materiais incluíram as cerâmicas e vários metais. HISTÓRICO Além disso, foi descoberto que as propriedades de um material podiam ser alteradas por meio de tratamentos térmicos e pela adição de outras substâncias. Naquele ponto, a utilização dos materiais era um processo totalmente seletivo, isto é, consistia em decidir dentre um conjunto específico e relativamente limitado de materiais aquele que mais se adequava a uma dada aplicação, em virtude de suas características. HISTÓRICO Foi observado que apenas com tais conhecimentos haveria a possibilidade de gerar regras, padrões e procedimentos para determinar quais dimensões seriam seguras para atuar como elementos em dispositivos e estruturas. Os egípcios inegavelmente já possuíam grandes conhecimentos desta área, pois sem eles seria impossível terem construído as pirâmides do Egito HISTÓRICO os gregos trariam mais um avanço na construção, criando e utilizando princípios de estática, a qual corresponde a base da resistência dos materiais. Arquimedes (287-212 a.C.) deu uma enorme prova a respeito de condições de equilíbrio, ao utilizar uma alavanca, esboçando métodos de verificação de centro de gravidade dos corpos. Aplicou também sua teoria na construção de grandes dispositivos, tais como guinchos e guindastes. HISTÓRICO os romanos. Eram grandes construtores, pois além de elaborarem monumentos e templos, muitas de suas estradas, pontes e fortes estão mantidas até os dias atuais. Um de seus principais trunfos nas construções foram os arcos Durante a Idade Média, grande parte do que foi estudado e descoberto fora perdido, sendo recuperado apenas com a chegada do Renascimento. HISTÓRICO Renascimento: Durante este período, o interesse pela ciência voltava à tona, surgindo grandes talentos artísticos no ramo da engenharia e arquitetura como Leonardo da Vinci, que apresentou grandes contribuições principalmente no estudo de vigas. HISTÓRICO Apenas no século XVII aconteceriam as primeiras tentativas de encontrar dimensões seguras de elementos de estruturas, de forma analítica. O famoso livro “A Nova Ciência”, de Galileu Galilei, apresenta o esforço do mesmo em organizar métodos aplicáveis as análises de esforços em seqüências lógicas. Assim, tem o início da resistência dos materiais como ciência. HISTÓRICO Muitos profissionais ficam expostos a problemas práticos de projetos ligados escolha dos materiais Estimam-se mais de 50 mil tipos Condições de serviço Possível deterioração Fatores econômicos As peculiaridades do projeto definem as propriedades necessárias As propriedades definem a categoria do material NA ENGENHARIA As categorias são determinadas em função da resposta dos materiais a estímulos específicos e são classificados em: Mecânica Térmica Elétrica Magnética Ótica Deteriorativa NA ENGENHARIA Esta classificação é baseada na estrutura atômica e nas ligações químicas predominantes em cada grupo. Materiais metálicos Materiais cerâmicos Materiais poliméricos Materiais compósitos CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS MATERIAIS METÁLICOS Substâncias inorgânicas compostas por elementos metálicos, mas que podem apresentar materiais não metálicos em sua estrutura Arranjo espacial bem definido e ordenado Boa resistência mecânica, condutibilidade elétrica e térmica MATERIAIS METÁLICOS MATERIAIS METÁLICOS Aço carbono: Fe:98,5% C: 0,5-1,7% Si, S, P: Traços Aço inox: Aço: 78% Cr: 18% Ni: 8% Amalgama odontológico: Hg: 43,1% Ag: 29,9% Sn: 7,33% Cu: 4,55% Zn: 0,39% Latão: Cu: 67% Zn: 33% Ouro 18: Au: 75% Ag: 13% Cu: 12% Pode apresentar arranjo ordenado ou desordenado Metalicos+não metálicos Alta resistência a calor Alta resistência elétrica Alta dureza Alta fragilidade (quebradiço) Muito desenvolvido nas ultimas décadas Fácil controle no processo produtivo MATERIAIS CERÂMICOS Naturais ou sintéticos Desenvolveu-se na década de 20 Química do Carbono Cadeias moleculares de grande extensão lineares ou ramificadas O tipo de arranjo controla as propriedades Não condutores Baixa estabilidade térmica MATERIAIS POLIMÉRICOS Materiais conjugados Junção de dois ou mais diferentes tipos de materiais Não são solúveis entre eles Limites bem definidos entre os materiais Junção das propriedades Tradicionais e avançados MATERIAIS COMPÓSITOS As propriedades mecânicas dos materiais ferrosos são definidas principalmente pelas estruturas cristalinas Acima de 1534º C o Ferro é amorfo Sua cristalização se da em cubos Dependendo da disposição dos átomos em seu interior teremos: O Ferro alfa (α), gama (γ) e delta (δ) Estrutura cristalina do Ferro puro Temperaturas criogênicas até 912º C Ferro alfa, ferro CCC ou ferrita Sua estrutura é cúbica de corpo centrado A célula unitária contem 2 átomos de Ferro Ferro alfa (α) Espaços vazios Fator de empacotamento atômico (FEA) Do Ferro é 68% Ferro alfa (α) 912ºC<x<1394ºC Ferro CFC ou Austenita Cúbica de face centrada (CFC) A célula unitária contem 4 átomos Seu FEA é 74% Ferro gama (γ) Ferrita ou Ferrita delta Possui a mesma disposição do Ferro alfa CCC FEA 68% 1394ºC<x<1536ºC Ferro delta (δ) 5 estados 3 sólidos (alfa, gama e delta) Líquido (1536ºC<x) Gasoso (2860ºC<x) Transformações polimórficas do Ferro Vazios Defeito pontual Ocasionado pelo aquecimento Aceitável até um determinado valor (1/100.000) Defeitos Cristalinos Átomo intersticial Defeito pontual Também causado pelo aquecimento Causa pouco impacto nas propriedades Aceitável na ocorrência de 1/100.000 Defeitos Cristalinos Contornos de grãos Defeito grave Gerado pela solidificação em núcleos Tratamentos térmicos podem amenizar ou contornar (diminuição do grão) Defeitos Cristalinos Discordâncias Um dos mais importantes defeitos em metais Caracterizado por uma fileira extra na rede cristalina Comanda o mecanismo de deformação do material Defeitos Cristalinos Caféliq + açúcarsol Curva de solubilidade Solução monofásica Concentração abaixo da curva Solução difásica (bifásica) Concentração acima da curva Solução sólida Cobre + Estanho = Bronze Aquecimento>Fusão>Solidificação Solução sólida intersticial Aço carbono Solução sólida substitucional Aço inox Solução sólida Resistência mecânica Elasticidade Ductilidade (plasticidade) Dureza Tenacidade Propriedade mecânicas dos materiais Resistência mecânica: Capacidade do material a resistir a esforços mecânicos sem se romper Tração* Compressão Cisalhamento Torção Flexão Propriedade mecânicas dos materiais Elasticidade: Capacidade do material voltar às suas dimensões originais após submetido a esforços mecânicos tendo suas dimensões alteradas Propriedade mecânicas dos materiais Ductilidade (plasticidade): Capacidade do material de se deformar de maneira permanente antes da sua ruptura Propriedade mecânicas dos materiais Dureza: São várias as definições, as principais são: Resistência a ser riscado Resistência a deformação plástica superficial Propriedade mecânicas dos materiais Tenacidade: Capacidade de absorver energia antes da sua ruptura. Esta propriedade está associada com a resistência a impactos. Propriedade mecânicas dos materiais Usinabilidade Conformabilidade Temperabilidade Soldabilidade Propriedades Tecnológicas dos materiais Usinabilidade Facilidade de um material em ser usinado, de ser usado para a fabricação de uma peça qualquer através da remoção de suas partes Propriedades Tecnológicas dos materiais Conformabilidade Capacidade do material de ser deformado plasticamente até o formato desejado Propriedades Tecnológicas dos materiais Temperabilidade Capacidade de um determinado material de ser endurecido após passar por um tratamento térmico de têmpera. Esta capacidade está associada à profundidade a que o tratamento irá atingir. Propriedades Tecnológicas dos materiais Soldabilidade Capacidade de um material de ser ligado a outro pelo processo de soldagem tendo como objetivo a continuidade das suas propriedades físicas, químicas e mecânicas Propriedades Tecnológicas dos materiais Aços e Ferros Fundidos Aços e Ferros Fundidos Ligas metálicas ferrosas Fe + C + X 97,891%<Fe<99,998% 0,008%<C<2,11% X0 Temperatura de fusão: 1250-1450º C Boa resistência mecânica Muito tenazes Boa soldabilidade, temperabilidade, usinabilidade e conformabilidade Densidade: 7,9 g.cm-3 Aços e Ferros Fundidos Aços Aços carbono X0 Aços baixa liga X<5% ABNT: Y1Y2XX Y1: Classe Y2: Número de liga XX: % de carbono Aços alta liga X>5% Aços e Ferros Fundidos Aços Aços baixos 0,008<%C<0,3 Aços médios 0,3<%C<0,5 Aços altos 0,5<%C<2,11 Manganês, Silício, Enxofre e Fósforo Alta dureza e resistência a tração Redução na ductilidade e tenacidade Aços e Ferros Fundidos Aço-carbono Microestruturas Forma como os constituintes estão organizados no material Impressão digital Aços e Ferros Fundidos Aço-carbono Contorno de grãos Fronteiras Grãos claros Ferrita isolada Única fase (Ferro α + Carbono) C<0,008% Grãos escuros Perlita Duas fases (Ferro α + Cementita) Cementita = Fe3C C~6,67% Aços e Ferros Fundidos Aço-carbono Mais Carbono>Mais grãos escuros>Mais perlita>Maior dureza>Maior resistência a tração Aços e Ferros Fundidos Aço-carbono
Compartilhar