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Problemas no ombro relacionados à hemiplegia O ombro doloroso é uma importante limitação para todo o programa de reabilitação, pq o paciente como o ombro aduzido rodado medialmente não faz nenhuma tentativa de usar o braço afetado e muitas vezes deixa de participar do treinamento das AVD’s; O Paciente que tem dor quando se move permanecera imóvel. Se a dor aparecer no repouso, ele usualmente se afasta de qq programa de reabilitação ativa. (Braun et al. 1971) Anatomia Funcional do Ombro Constituído por um conjunto de 5 articulações; Posicionar o MS no espaço: Fixar rigidamente contra o gradil costal (ex: no momento em que elevamos um objeto pesado ou nos apoiamos sobre os braços); Regular aceleração e desaceleração do deslocamento angular do braço (ex: quando atiramos uma pedra ou nadamos); Demais outros gestos Articulações do Ombro Articulação Glenoumeral: É a principal; Fulcro dos movimentos do MS; Amplos graus de liberdade; Instável (do ponto de vista mecânico); Estabilidade: 1. sistema passivo = complexo capsulo ligamentar glenoumeral 2. sistema ativo = representada pelos músculos e tendões do manguito rotador Lesões originam facilmente Articulação acromioclavicular e esternoclavicular Articulações sinoviais de superfície plana; Permitem movimentos entre a clavícula e o eixo axial (esternoclavicular) e entre a clavícula e o acrômio (acromioclaviular) Ambas podem ser fontes de sintomas inflamatórios, degenerativo, traumaticos, etc. Articulação subacromial Não é uma articulação verdadeira (funciona como fosse); Formada pelo arco coracoacromial, a bolsa subdeltóidea e o tendões do manguito rotador; Estabilização depende da ação dos sistemas estabilizadores da art. Glenoumeral e dos musc. Escapulotorácicos; É uma das principais fontes de processos dolorosos Articulação Escápulo-torácica Também não é uma art. Verdadeira; Representada pela: Escápula - base móvel Arcos costais - base fixa Músculos escapulotorácicos (movimento) Entre as costelas e a escápula existem bolsas sinoviais – alvo de processo inflamatório que produzem dor. Biomecânica norma Orientação da glenóide Orientação da cabeça do úmero Cápsula articular Ligamento córaco-umeral Mobilidade ativa Três categorias de alcance dos movimentos da cintura escapular (principalmente abdução): 1. Movimentos puramente glenoumerais; 2. Movimento escápulo-torácico; 3. Combinação dos movimentos glenoumerais e escápulo-torácico; Abdução - 180° Adução: 45° A abdução do braço envolve as art. escápulo-torácica e glenoumeral na razão de 1:2; para cada três graus de abdução, dois graus ocorrem na art. glenoumeral e um grau na art. escápulo-torácica. Flexão 180° Extensão 45° Rotação interna 55° Rotação externa 40 - 45° Exame Neurológico O exame neurológico permite avalia: Força muscular Indicar o grau de hipotonia/hipertonia muscular que, porventura, restrinja a ADM. Testes de sensibilidade Reflexos (que permite a determinação da integridade do suprimento nervoso do ombro) Exame Muscular Envolve a avaliação de 9 movimentos: 1. Flexão; 2. Extensão; 3. Abdução; 4. Adução 5. Rotação interna; 6. Rotação externa; 7. Elevação da escápula (encolhimento do ombro); 8. Retração da escápula (posição de atenção); 9. Prolongamento do ombro (alcance) Músculos do Ombro ”Provavelmente, nenhuma outra articulação é mais dependente de seus músculos do que as que formam o ombro. Cavidade articulares planas, cápsulas articulares redundantes, cargas elevadas – criadas pelo simples fato de elevarmos um braço para pegarmos um livro na estante – que precisam ser dissipadas pelos músculos e tendões, antes que incidam sobre os ligamentos glenoumerais, cuja resistência mecânica não seria resistente por si só, neutralizá-las ... Tudo faz com que o ombro dependa fundamentalmente de seus músculos para movê-lo, para estabilizá-lo e protege-lo”. Nicoletti, Masumoto Escapuloumerais: subescapular, supraespinhal, infra-espinhal, redondo menor coracobraquial e deltóide. Escápulo radial e escápulo ulnar: bíceps e tríceps. Axio-escapular: trapézio, gde dorsal, serrátil anterior, rombóides, peitoral menor e elevador da escápula. Axio-umeral: grande dorsal e peitorais. Movimento de flexão: Flexores primários Porção anterior do deltóide – nervo axilar, C5 Coracobraquial – nervo músculocutâneo, C5-C6 Flexores secundários Peitoral maior Bíceps Porção anterior do deltóide Movimento de Extensão Extensores Primários: a) Grande dorsal – nervo toracodorsal, c6,c7,c8 b) Redondo maior – nervo infraescapular, c5,c6 c) Porção posterior do deltóide – nervo axilar, c5,c6 2. Extensores Secundários: a) Redondo menor; b) Tríceps (porção longa) Movimento de Abdução Abdutores primários: a) Porção média do deltóide – nervo axilar, c5 e c6 b) Supraespinhal – nervo supraescapular, c5 e c6 2. Abdutores secundários: a) Porção anterior e posterior do deltóide b) Serrátil anterior (ação direta do deltóide) Movimento de Adução Adutores primários a) Peitoral maior – nervo torácico medial e ânterolateral, c5,c6,c7,c8,T1 b) Garnde Dorsal – nervo toracodorsal c6,c7,c8 2. Adutores secundários a) Redondo maior b) Porção anterior do deltóide Movimento de rotação externa Rotadores externos primários: a) Infraespinhoso – nervo supra escapular, c5,c6 b) Redondo menor – ramo do nervo axilar, c5 2. Rotadores externos secundários a) Porção posterior do deltóide Movimento de Rotação 1. Interna Rotadores internos primários: a) Subescapular – nervo subescapular superior e inferior, c5,c6 b) Peitoral maior – nervo torácico medial e ânterior-lateral c5,c6,c7,c8,T1 c) Grande dorsal – nervo toracodorsal, c6,c7,c8 d) Redondo maior – nervo subescapular inferior, c5, c6 2. Rotadores internos secundários a) Porção anterior do deltóide Movimento de Elevação da Escápula (encolhimento dos ombros) Elevadores primários a) Trapézio – nervo espinhal acessório ou XI par craniano b) Elevador da escápula – c3,c4 e freqüentemente ramos do nervo dorsal da escápula, c5 2. Elevadores secundários a) Rombóide maior; b) Rombóide menor; Movimento de Retração da escápula 1. Retratores primários: a) Rombóide maior – nervo escápulo dorsal, c5 b) Rombóide menor – nervo escapular dorsal, c5 2. Retrator secundário a) Trapézio Movimento de extensão da escápula (alcance) 1. Extensores Primários da Escápula a) Serrátil anterior – nervo torácico longo, c5,c6,c7 Músculos do Ombro: ROTADORES INTERNOS DO OMBRO 1. DELTÓIDE ANTERIOR 2. PEITORAL MAIOR 3. SUBESCAPULAR 4. REDONDO MAIOR 5. GRANDE DORSAL ROTADORES EXTERNOS DO OMBRO 1. INFRAESPINHOSO 2. REDONDO MENOR 3. DELTÓIDE POSTERIOR FLEXORES DO OMBRO 1. DELTÓIDE ANTERIOR 2. PEITORAL MAIOR* *(PORÇÃO CLAVICULAR) 3. CORACOBRAQUIAL 4. BÍCEPS (CABEÇA CURTA EXTENSORES DO OMBRO 1. GRANDE DORSAL 2. REDONDO MAIOR 3. DELTÓIDE POSTERIOR 4. INFRAESPINHOSO 5. REDONDO MENOR 6. TRÍCEPS (CABEÇA LONGA) ROTAÇÃO SUPERIOR DA ESCÁPULA 1. TRAPEZIO SUPERIOR 2. TRAPÉZIO INFERIOR 3. SERRÁTIL ANTERIOR ROTAÇÃO INFERIOR DA ESCÁPULA 1. ELEVADOR DA ESCÁPULA 2. ROMBÓIDES ELEVADORES DA ESCÁPULA 1. TRAPÉZIO SUPERIOR 2. ELEVADOR DA ESCÁPULA DEPRESSORES DA ESCÁPULA DEPRESSORES DA ESCÁPULA 1. PEITORAL MENOR 2. TRAPÉZIO INFERIOR PROTRAÇÃO DA ESCÁPULA 1. PEITORAL MENOR 2. SERRATIL ANTERIOR RETRAÇÃO DA ESCÁPULA 1. TRAPÉZIO MÉDIO 2. ROMBÓIDES Manguito Rotador Supra-espinhoso Infra-espinhoso Redondo menor Subescapular Mecanismos Protetores Músculos longitudinais = impedem a luxação inferior, principalmente sob cargas pesadas Músculos transversais = fazem a coaptação da cabeça umeral na cavidade glenóide Teste de sensibilidade Dermátomos 1. Face lateral do braço – raiz nervosa de c5 – sensação circunscrita à face lateral do deltóide (nervo axilar) 2. Face medial do braço – raiz nervosa de T1 3. Axila – raiz nervosa de T2 4.Da axila ao mamilo – raiz nervosa de T3 5. Mamilo - raiz nervosa de T4 Alterações decorrentes da idade Diminuição da ADM (alterações posturais + degeneração articular) Afilamento do manguito rotador Deposito de cálcio nos tendões Hipertrofia sinovial Problemas no ombro relacionados à hemiplegia Problemas no ombro relacionados à hemiplegia Fase FlácidaSub-luxação Fase Espástica Ombro doloroso Síndrome Ombro-Mão Ombro Sub-luxado Não é doloroso por si É muito comum especialmente quando há paralisia total do membro superior; Mecanismos Geradores Abdução da escápula por falta de tônus dos mecanismos adutores Ausência de função muscular “Peso” do membro Complicações: Estiramento neural que pode levar a lesão nervosa por si só. Se persistir no estágio crônico ou complicado por lesão de tecidos moles, a associação pode ser maior (TurnerStokes e Jackson, 2002). Objetivos do Tratamento: Reposicionamento da escápula Estimular a atividade da musculatura do ombro Manter a ADM sem dor Orientar a família TIPÓIA ????????? Subluxação Anterior: Deslocamento anterior da cavidade glenóide Hipertonia de alguns músculos (gde dorsal e peitoral maior) Fraqueza de outros (supra e infra espinhoso) Subluxação Superior: Mais rara de acontecer Deslocamento superior em relação à glenóide Hipertonia de deltóide, peitoral e bíceps. Fraqueza da bainha rotatória Ombro Doloroso Podem ocorrer em fases iniciais ou tardias Flácido ou hipertônico Presença ou ausência de subluxação Fisiologia Úmero e escápula Rotação externa Deslizamentos inferior da cabeça do úmero Mecanismos de Lesão Depressão e retração da escápula Rotação interna do úmero Mobilização passiva inadequada Transferências inadequadas Polias recíprocas Características: Incidência: 5 a 84% dependendo do estudo. Independe da idade e do sexo Relacionada com o grau de paresia Tempo após o AVE Espasticidade parece ter papel importante na gênese da dor Redução da rotação externa mais do que a subluxação Objetivos e Condutas Prevenir Orientação Mobilização conjunta Mobilização escapular Estabilidade escapular Alongamento de rotadores internos Ganhar ADM passiva livre de dor CCF Mobilização articular Mobilização da articulação Adequar o tônus Estimular a motricidade voluntária e uso do membro FES Síndrome Ombro-Mão Ocorre entre a primeira e terceira semana Pode estar ou não associada a sintomatologia dolorosa do ombro Subluxação pode causar SOM Inicio com edema no dorso da mão Edema mole Mudança de cor da mão Limitação da ADM de punho e dedos Fase tardia ocorre piora dos sintomas Fase final: Desaparecimento do edema Instalação de deformidades Ausência de dor Causas: Flexão prolongada do punho Estiramento excessivo da musculatura da mão Escape de líquido de infusão Traumas Prevenção: Posicionamento adequado Cuidado durante a realização de alongamentos Evitar aplicação de calor superficial Tratamento: Reduzir sintomas: Edema e Dor Posicionar o membro em elevação Evitar o posicionamento em flexão Enfaixamento por contenção Crioterapia Mobilização passiva e ativa