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Alimentos Organicos

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Universidade Federal do Tocantins - UFT
Campus de Palmas 
Cursos de Enfermagem e Nutrição
ALIMENTOS ORGÂNICOS
Ana Karoliny Alecrim
Bianca Eva De Sousa Gomes
Karine Augusto Silva
Rosiely da Silva Sousa
Tania Cristina F. Felix
Palmas -TO
2016
Ana Karoliny Alecrim
Bianca Eva De Sousa Gomes
Karine Augusto Silva
Rosiely da Silva Sousa
Tania Cristina F. Felix
ALIMENTOS ORGÂNICOS
 
Trabalho apresentado a Professora MSc. Renata Andrade de Medeiros Moreira, disciplina Alimentos, Nutrientes e Nutrição, da turma do 2º, dos cursos de Enfermagem e Nutrição da Universidade Federal do Tocantins - UFT.
Palmas - TO
2016
INTRODUÇÃO
O alimento orgânico não é somente “sem agrotóxicos” como se veicula normalmente. Além de ser isento de insumos artificiais como os adubos químicos e os agrotóxicos (e isso resulta na isenção de uma infinidade de subprodutos como nitratos, metais pesados, etc) ele também deve ser isento de drogas veterinárias, hormônios e antibióticos e de organismos geneticamente modificados. Durante o processamento dos alimentos é proibido o uso das radiações ionizantes (que produzem substâncias cancerígenas, como o benzeno e formaldeído) e aditivos químicos sintéticos como corantes, aromatizantes, emulsificantes, entre outros.
Alimento orgânico vem da Agricultura Orgânica que na Legislação Brasileira de 2007 tem como objetivos a auto sustentação da propriedade agrícola no tempo e no espaço, a maximização dos benefícios sociais para o agricultor, a minimização da dependência de energias não renováveis na produção, a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente, o respeito à integridade cultural dos agricultores e a preservação da saúde ambiental e humana.
Você deve também entender que alimento orgânico não é menor ou de aspecto inferior do que o convencional. Normalmente esse tipo de alimento provém de uma fazenda orgânica em sua fase inicial de produção ou 	a um sistema produtivo que não aplica adequadamente as práticas da agricultura orgânica.
SÍNTESE SOBRE ALIMENTOS ORGÂNICOS 
HISTÓRICO DOS ALIMENTOS ORGÂNICOS
Até os meados do século XIX, o descanso da terra e a utilização de esterco eram as únicas receitas conhecidas para a recuperação das áreas agrícolas, eram as maneiras que os agricultores utilizavam para recolocar o solo em condições de produzir. Foi quando um pesquisador alemão, Justu Liebg, descobriu o efeito fertilizante do nitrogênio sobre as plantas, depois do potássio e do fósforo e de mais alguns micronutrientes. Foi uma revolução sem precedentes. Num terreno cansado, uns poucos quilos de adubos químicos podiam fazer aquilo que o descanso levaria anos para conseguir ou que exigiria toneladas de esterco ou de esforço humano. Mas nem todos concordaram com os novos métodos.
Alguns setores científicos rejeitaram a utilização dos adubos químicos, formando as escolas de agricultura orgânica que temos até hoje. Na primeira metade do século 20, surgiram eminentes pesquisadores, médicos e filósofos, pesquisando e propondo métodos e práticas para o incremento da fertilidade dos solos de forma orgânica, rejeitando a utilização desses novos adubos químicos, que estavam sendo utilizados. Grandes vertentes de pensamento formaram-se: a da agricultura biodinâmica, a biológica, a orgânica, a natural. Todas se reúnem hoje, num só movimento, sob a denominação de agricultura orgânica.
Em 1924, o filósofo austríaco, Rudolf Steiner, apresentou uma visão alternativa de agricultura, baseada na ciência espiritual da antroposofia, aos agricultores que se preocupavam com o rápido declínio das lavouras e criações submetidas às tecnologias modernas e à química, lançando os fundamentos do que seria a agricultura biodinâmica. Nela, o agricultor procura fazer de sua propriedade um organismo integrado, com entrada mínima de recursos de fora da propriedade; utiliza preparados homeopáticos para vitalizar as plantas e estimular o seu crescimento. As idéias de Steiner foram difundidas para vários países do mundo, com a colaboração de outros pesquisadores. Nos dias atuais produtos biodinâmicos são comercializados com o selo da Associação Demeter, sediada na Alemanha e que é representada no Brasil pela Associação Biodinâmica.
Alguns anos mais tarde, nas décadas de 30 e 40 - o inglês Sir Albert Howard dá início a uma das mais difundidas correntes do movimento orgânico, a da agricultura orgânica. Sir Howard trabalhou com pesquisas na Índia durante 40 anos, publicando obras relevantes, defendendo a não utilização de adubos artificiais e, particularmente de adubos químicos, destacando a importância do uso de matéria orgânica na melhoria da fertilidade e vida do solo e que da fertilidade natural do solo dependia a resistência das plantas a pragas e doenças. No final da década de 40, nos Estados Unidos, Jerome Inving Rodale, influenciado pelas idéias de Howard, fundou um forte movimento em prol da agricultura orgânica. O Rodale Institute realiza pesquisa, extensão e ensino em agricultura orgânica até os dias de hoje.
Após os modelos criados por Steiner e Howard, também no início dos anos 30, outro biologista e homem político, Hans Muller, trabalhou na Suíça em estudos sobre fertilidade do solo e microbiologia, criando a agricultura biológica. Esse movimento fez numerosos adeptos, destacadamente na França (Fundação Nature & Progrès), na Alemanha (Associação Bioland) e na Suíça (Cooperativa Muller). Dentro dessa tendência, cabe destacar ainda a participação de dois pesquisadores franceses considerados como personagens-chaves no desenvolvimento científico da agricultura orgânica. O primeiro é o pesquisador Claude Aubert, que publicou “A Agricultura Biológica”, em que destaca a importância de manter a saúde dos solos para melhorar a saúde das plantas e, em consequência melhorar a saúde do homem. O segundo personagem importante é Francis Chaboussou, que publicou em 1980, “Plantas doentes pelo uso de agrotóxico: a teoria da trofobiose”. Sua obra mostra que uma planta em bom estado nutricional torna-se mais resistente ao ataque de pragas e doenças. Outro ponto que o autor destaca é que o uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio nutricional e metabólico à planta, deixando-a mais vulnerável e causando alterações na qualidade biológica do alimento.
Outra corrente importante do movimento orgânico é a da agricultura natural, surgida em meados da década de 1930, com o filósofo japonês Mokiti Okada que ensinava que a purificação do espírito deve ser acompanhada pela purificação do corpo, daí a necessidade de evitar os produtos tratados com substâncias tóxicas. Suas idéias foram reforçadas e difundidas internacionalmente pelas pesquisas de Masanobu Fukuoka, que defendia a idéia de artificializar o menos possível a produção, mantendo o sistema agrícola o mais próximo possível dos sistemas naturais. Na Austrália, essas idéias evoluíram nas mãos do Dr. Bill Mollison e deram origem a um novo método conhecido como permacultura.
O avanço desses movimentos de agricultura orgânica e das suas repercussões práticas foi barrado, a princípio, em função do forte lobby da agricultura química, ligada a interesses econômicos expressivos. Além dos adubos, um outro tipo de produtos químicos, os “cidas” - inseticidas, fungicidas e herbicidas - que conseguem matar os insetos, os fungos e as ervas daninhas que incomodam os agricultores, haviam sido desenvolvidos e estavam sendo comercializados e utilizados por todos.
O que ocorreu é que as tecnologias que tinham sido desenvolvidas durante as Guerras Mundiais foram vistas como muito úteis para a produção agrícola. Por exemplo: o produto químico nitrato de amônio, que era usado como munição, se tornou um fertilizante eficaz; os organofosforados usados na fabricação de gás foram utilizados mais tarde como inseticida; a partir do agente laranja utilizadocomo desfolhante na Guerra do Vietnã, desenvolveram-se os herbicidas, que controlam as plantas invasoras das culturas. Abriu-se espaço para um novo e lucrativo mercado.
Com esses recursos, as propriedades agrícolas começaram a obter produções incríveis. A química dava ao homem um poder imenso diante das adversidades da natureza que, por séculos, fizeram parte do dia-a-dia da vida no campo. Tudo muito fácil e muito simples: se a terra está cansada, não é preciso recuperá-la, basta aplicar adubo químico na planta; se a formiga aparece, você joga veneno na lavoura; se é doença de folha, aplica-se o fungicida, etc. Esses produtos passaram a ser utilizados em larga escala, a agricultura tornou-se completamente dependente da indústria de agroquímicos.
A utilização de inseticidas se expandiu inicialmente nos países industrializados, já sendo corrente no final da década de 1950 nos EUA, na Europa Ocidental e no Japão. Ocupados esses mercados, a expansão foi orientada para os países pobres, sobretudo para aquelas culturas que pudessem pagá-los. No Brasil, a grande expansão do uso de inseticidas ocorreu apenas nos anos de 1970, vinculada ao crédito rural subsidiado, quando a liberação do crédito foi condicionada à utilização dos agrotóxicos.
No início dos anos 1960, a publicação do livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, chamou a atenção da opinião pública para os danos que a utilização de inseticidas estava causando ao ambiente, inclusive a grandes distâncias das áreas de aplicação.
Nas décadas de 1970 e 1980, sucedem-se as constatações da poluição generalizada no planeta e as consequentes ameaça de extinção de vários animais como os ursos polares no Ártico e exaustão iminente das reservas de importantes recursos naturais. A poluição dos ecossistemas havia atingido tais proporções que ameaçava as bases de sustentação da vida. A contaminação das águas doces e dos oceanos, a diminuição da camada de ozônio, o comprometimento das cadeias tróficas, os resíduos de agrotóxicos no leite materno e na água das chuvas, as chuvas ácidas, tudo isso não eram mais especulações ou alarmismo, mas fatos concretos e devidamente documentados. A agricultura, em particular, tornara-se a maior fonte de poluição difusa do planeta. 
Na sequência de Conferências da Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1972, 1982 e 1992, foi se tornando cada vez mais evidente que tanto o padrão industrial quanto o agrícola precisavam de mudanças urgentes. Com a consciência ecológica, nos anos 1980 e 1990, a proposta de uma agricultura sustentável ganha força, entre os produtores e os consumidores e governos.
Para o grande público, até o final da década de 1970, o termo ecologia não existia. Com a crescente conscientização da magnitude dos problemas ambientais, o termo passou a ser reconhecido com facilidade, sempre associado à preservação ou recuperação do meio ambiente e à saúde das pessoas. Os produtos orgânicos, por serem identificados como ecológicos, começaram a ser muito bem aceitos pelo mercado e as iniciativas de produção orgânica passaram a ser muito bem sucedidas.
No Brasil se diversificaram os setores interessados nos métodos orgânicos. Na década de 1970, eram quase que exclusivamente os alternativos. Na década de 1980, somaram-se os movimentos ligados à agricultura familiar, e, em parte, o movimento ambientalista. A partir de meados da década de 1990, o interesse mais evidente passou a vir do mundo empresarial, especialmente de supermercados e de produtores rurais mais capitalizados.
ALIMENTOS ORGÂNICOS – LEGISLAÇÃO
A busca por alimentos provenientes de sistemas de produção mais sustentáveis, como os métodos orgânicos de produção, é uma tendência que vem se fortalecendo e se consolidando mundialmente. Empresas e profissionais buscam qualificação e certificações para oferecer produtos livres de agrotóxicos e cultivados de maneira sustentável.
No Brasil, o sistema orgânico de produção está regulamentado pela Lei Federal no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que contém normas disciplinares para a produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação da qualidade dos produtos orgânicos, sejam de origem animal ou vegetal.
Segundo essa Lei, considera-se “sistema orgânico de produção a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, à minimização da dependência de energia não renovável, empregando métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente".
Quanto menos direta for a relação entre produtores e consumidores, maior será a necessidade de instrumentos formais de certificação da produção. Isso ocorre devido à maior distância entre os agentes e à dificuldade para a comprovação das características inerentes a esses produtos. As certificadoras são organismos essenciais para a manutenção e valorização da agricultura e processamento de orgânicos. São elas que fiscalizam desde a plantação, processamento e comercialização, garantindo que o produto que chega às mãos do consumidor aderiu a todos os regulamentos da produção orgânica.
Na certificação, produtores e processadores são inspecionados e orientados segundo as normas de produção orgânica. O consumidor tem a garantia de um alimento sem contaminação química, cuja produção respeita o meio ambiente e o trabalhador. Quando essas exigências são atendidas, emite-se um selo de certificação do alimento orgânico. No Brasil existem de 15 a 20 certificadoras.
 Os produtos comercializados in natura, sobretudo as hortaliças, são os mais expressivos na produção orgânica nacional. Entre os produtos destinados à exportação, merecem destaque a soja, café, cacau, açúcar mascavo, erva mate, suco de laranja, mel, frutas secas, castanha de caju, óleos essenciais, óleo de palma, frutas tropicais, palmito, guaraná e arroz.
Estima-se que 90% dos agricultores orgânicos do país sejam classificados como pequenos produtores. Os 10% restantes são representados pelos grandes produtores vinculados a empresas privadas. Os agricultores familiares são responsáveis por 70% da produção orgânica, com maior expressão na região sul do país, enquanto na região sudeste, observa-se maior adesão aos sistemas orgânicos de produção por parte de propriedades de grande porte.
CONSUMO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS
Uma das formas de divulgação dos produtos orgânicos é os meios de comunicação, e isso vem contribuindo bastante para o aumento no numero de consumidores. O crescimento não está diretamente relacionado com o valor nutricional dos alimentos. Mas sim por diversos significados atribuídos pelos consumidores, os significados variam desde a busca por uma alimentação mais saudável, de melhor qualidade, até a preocupação ecológica, havendo uma manutenção no equilíbrio ambiental. 
Uma pesquisa realizada numa feira em Curitiba demostrou que os consumidores que frequentava, a maioria estabeleciam uma estreita relação entre a alimentação e saúde. Os consumidores acreditavam que investiam na saúde, considerando em meio de prevenção e até de curar doenças. A maior parte dos consumidores estava atenta para os aspectos de produção e processamento dos alimentos orgânicos e de substâncias prejudiciais á saúde, muitas também se preocupavam com o conteúdo nutricional dos alimentos. No mercado de produtos orgânicos não existe um parâmetro definido para os estabelecimentos de preços, e que as estratégias de preço variam amplamente de acordo com o estabelecimento comercial. Em media os orgânicos in natura tem um sobre preço de 40%, quando comparado com alguns produtos convencionais.
VALOR NUTRITIVO: ORGÂNICOS X CONVENCIONAISA maioria dos estudos sobre a qualidade nutricional dos alimentos orgânicos e convencionais faz comparativos de teores de nutrientes e outros elementos entre os dois sistemas, entretanto são praticamente inexistentes os estudos de cunho epidemiológico que fazem uma associação com a saúde humana. 
	A comparação é difícil de ser realizada quando pensamos no ser humano, pois os hábitos de consumo e estilos de vida dos consumidores orgânicos e convencionais também são diferenciados. Provavelmente, consumidores orgânicos apresentam hábitos de vida mais saudáveis (DAROLT,2002; CERVEIRA & CASTRO,1999) - de forma geral - teriam uma saúde mais equilibrada. Numa visão sistêmica, poderíamos dizer que os benefícios dos alimentos orgânicos podem não estar diretamente associados à questão nutricional em si, mas a mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida desse tipo de consumidor, que é mais informado.
	O estudo de BOURN & PRESCOOT (2002) confirma que, com a possível exceção do conteúdo de nitrato e do teor de matéria seca mais elevado, não há evidências fortes que alimentos orgânicos e convencionais diferem significativamente em concentrações para a maioria dos nutrientes pesquisados.
	 No que concerne às substâncias que poderiam ter uma proteção à saúde, como é o caso dos compostos fenólico, segundo DUCASSE-COURNAC (2001) e REN (2001), a maioria dos estudos realizados mostra um teor mais elevado em alimentos orgânicos. Em verdade, os parâmetros para determinação da qualidade nutricional são multifatoriais, por isso condições de solo, clima, genética mesmo dentro de uma mesma variedade, poderiam mostrar diferenças significativas entre o modo de produção convencional e orgânico.
	Estudos referentes aos teores de elementos nutritivos ainda são pouco conclusivos. Enquanto alguns mostram superioridade dos orgânicos, outros mostram que não existem diferenças. Por outro lado, não foram encontrados estudos que mostram que o alimento convencional é superior ao orgânico.
	Segundo pesquisadores de Stanford: "Em termos nutricionais, ambos são iguais, pois as características nutritivas não têm a ver com o tipo de manejo, mas com as características do solo. O diferencial do orgânico é que ele, em teoria, não é contaminado com pesticidas. De modo geral oferecem 30% menos risco de intoxicação por pesticidas que os convencionais".
DIFERENÇAS NA APARÊNCIA DOS ALIMENTOS
“As aparências enganam”, diz o velho e tão atual dito popular, aquele pimentão bem colorido, robusto e com a casca lisinha. Tomate grande, perfeito, parece de plástico de tão bonito. Morango fora de época ou bem vermelho, melhor, aqueles enormes que chegam até ficar juntos. Lindos, mas como diz outro dito popular antigo “beleza não se põe a mesa”.
Os alimentos orgânicos, apesar de normalmente custarem mais, na maioria dos casos são menos vistosos do que seus similares convencionais. Mas, especialistas garantem, têm muito mais sabor do que itens obtidos a partir de sementes transgênicas e plantações com farto usam de fertilizantes artificiais, fungicidas, inseticidas e outros idas.
De fato, por não serem resultado de melhoramentos genéticos, além de não ter proteção artificial contra doenças ocasionadas por fungos e pragas, os orgânicos costumam ser mesmo mais feiosinhos e menores. Para piorar, ainda disputam os nutrientes e a água do solo com as ervas daninhas que, nos cultivos convencionais, são exterminadas pelos herbicidas. Além disso, os produtos "comuns" são programados por manipulação cromossômica para absorverem mais água. Eles ficam maiores e com mais polpa, mas menos gostosos. É como se estivessem inchados, com retenção de líquido. Por isso, os sabores ficam diluídos, o alimento orgânico tem menos água e mais matéria seca. O fato de não ter sido colocado agrotóxico na terra, ele teve que se autodefender para crescer, o que o torna um produto mais resistente, com mais nutriente. O que acontece nos alimentos inorgânicos é que a química cria um vegetal preguiçoso, que não fabrica as próprias defesas.
Para alguns especialistas, o tomate é um dos alimentos que deixam clara essa diferença, onde o convencional é muito ácido, aguado e tem textura porosa. Já o orgânico é adocicado, tem polpa mais firme, aroma e sabor muito mais intensos. As cenouras orgânicas possuem características parecidas– são mais doces, coloridas, perfumadas e crocantes. Outro produto que tem sabor nitidamente prejudicado por inseticidas e afins é o morango. O inorgânico parece um isopor, segundo alguns consumidores de alimentos orgânicos, enquanto que os morangos orgânicos são vibrantes, cheirosos, têm sabor vigoroso e refrescante, polpa de cor intensa e textura mais tenra.
Não somente nas plantações que o tipo de cultivo faz diferença. Animais criados com manejo biodinâmico ou orgânico, em geral, também são mais gostosos do que os demais. Para alguns especialistas, a carne de espécies que vivem no pasto, não consomem rações nem recebem hormônios tem mais proteína e gordura marmorizada, o que deixa seu sabor mais pronunciado. A diferença pode ser percebida no paladar mais atencioso, onde é possível notar, em determinados cortes, o gosto do milho da ração consumido pelo animal. Galinhas criadas sem remédios e hormônio também produzem melhores ovos, geralmente os convencionais têm claras mais líquidas e gemas pálidas, sem sabor.
Infelizmente, a parte ruim da história é que os orgânicos têm menor produtividade e exigem alguns cuidados especiais – o que acaba tornando-os mais caros. Nas grandes redes de supermercado a diferença média de preço é de cerca de 30%. A boa é que essa diferença já foi maior e esse tipo de produto está cada vez mais popular. 
O que observar quando for comprar um alimento orgânico:
Alimentos orgânicos frequentemente não são uniformes no tamanho, podem ser menores que os não-orgânicos. O importante neste caso é o sabor e valor nutritivo, não a aparência.
Não-orgânicos, costumam ser grandes e bonitos. Você já deve ter visto morangos grandes, alguns até crescem unidos. Isso ocorre devido aos produtos químicos usados na lavoura ou por deformação genética.
Frutas e legumes orgânicos podem não ser uniformes em tamanho e forma. São cultivados pelo teor nutritivo e pelo sabor, e não pela aparência.
Não desanime com as cores de algumas frutas secas orgânicas. Por exemplo, o damasco orgânico tem a cor mais escura e é mais saboroso porque não contém o conservante dióxido de enxofre.
Alguns alimentos orgânicos têm o prazo de validade menor que os produtos cultivados convencionalmente, porque não contêm conservantes. Não os deixe na despensa por muito tempo antes de consumi-los.
Verifique cuidadosamente o produto antes de comprar. Um rótulo orgânico apenas não garante que ele seja tão fresco ou nutritivo quanto deve ser.
Não se apavore se frutas e legumes orgânicos vierem com insetos esquisitos. Isso prova que os produtos não foram tratados com substâncias químicas.
 
ORGÂNICOS DE ORIGEM ANIMAL
A área de produção animal, assim como a área agrícola, sofreu a mesma influência da visão mercantilista da agropecuária moderna e teve por objetivo central a máxima produtividade. Esse fato levou à adoção da criação industrial, na qual os animais são obrigados a viver praticamente sem contato com o ambiente externo, submetidos aos processos contínuos de profilaxia como desinfecção, vacinação, consumo de ração com antibióticos, e sem possibilidade de se locomover livremente, procriar e de se comportar naturalmente de acordo com sua espécie.
Os produtos orgânicos de origem animal convencionais, obrigam o animal a viver praticamente sem contato com o meio externo, são criados em confinamento, submetidos ao processos contínuos de profilaxia como desinfecção, vacinação, consumo de ração e etc. 
A forma de manejo animal, dentro de conceito de orgânico, visa à prevenção de doenças e o fortalecimento do animal. Admite-se o semi-confinamento respeitando-se, entretanto, o seu bem-estar. O animal se movimenta em espaço adequado e tem contato com a luznatural, propiciando o comportamento natural da espécie. A alimentação é variada, com pastagem e grãos de origem orgânica.
Para a efetivação da sustentabilidade, esses sistemas devem obedecer os seguintes requisitos:
Respeitar o bem estar do animal;
Manter um nível higiênico em todo o processo criatório compatível com as normas sanitárias vigentes;
Adotar técnicas sanitárias preventivas sem o emprego de produtos proibidos;
Complementar uma alimentação nutritiva sadia e farta;
Dispor de instalações higiênicas, confortáveis e funcionais.
AGROTÓXICOS E PESTICIDAS EM ALIMENTOS
Conforme definição apresentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas, de culturas florestais e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.
Em termos estatísticos, o Brasil, em 2003, foi classificado como oitavo país entre os maiores consumidores de pesticidas e o quarto maior mercado de pesticidas no mundo. Segundo a ANVISA, em 2006, o Brasil está colocado como o segundo maior consumidor de agrotóxico do mundo. Os valores obtidos nas análises de resíduos de agrotóxicos, em conjunto com outros dados, geram os valores de limite máximo de resíduos (LMR).
Como o Brasil é um país de território extenso e possui várias pequenas propriedades (82%), os agricultores geralmente recebem pouca ou nenhuma informação sobre a utilização dos agrotóxicos e consequentemente sobre sua periculosidade. Muitas vezes não escolhem o agrotóxico correto, não possuem conhecimento no preparo, aplicação, transporte, armazenamento e descarte das embalagens e sobras desses agrotóxicos. Por esse motivo, um programa de monitoramento é imprescindível para população.
Para atender à enorme demanda por alimentos surgem, então, agroecossistemas e monocultivos. Essas novas modalidades de produção agrícola favoreceram o aparecimento de pragas, doenças, ervas daninhas e microrganismos, decorrentes do desequilíbrio que atingiu essas populações. Esse desequilíbrio traz sérios problemas para a produção agrícola de alimentos, obrigando ao uso de métodos artificiais como pesticidas, fertilizantes e outros. Portanto, para aumentar a produtividade de alimentos, sérios danos são impostos à natureza. Vale lembrar que a prática de consumo de pesticidas de origem inorgânica se intensificou no século passado; substâncias como fluorsilicato de cálcio, acetato arsenito de sódio, arsênio branco, entre outras, já foram utilizadas.
Além de pesticidas e fertilizantes, hormônios e antibióticos podem estar presentes nas fezes e urinas dos animais, havendo ainda a possibilidade de serem incorporados ao solo. Deve-se lembrar que esses produtos químicos podem deixar resíduos também nos ovos, no leite e na carne de animais, gerando problemas na população que os consome e no meio ambiente.
Quando pensamos em produtos orgânicos, devemos também nos preocupar com a maneira que são produzidos. A utilização de produtos naturais provenientes de resíduos gerados por animais (que normalmente são bons fertilizantes) leva-nos a pensar que estaremos isentos de contaminação; mas, na realidade, podemos estar correndo riscos de contaminação decorrentes de sua forma de armazenamento, distribuição e uso.
A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e a cromatografia gasosa (CG) são técnicas tradicionalmente empregadas nas análises de resíduos de pesticidas. São utilizadas para separação e quantificação de substâncias diversas, podendo também ser utilizadas como técnica de identificação, quando acopladas a um espectrômetro de massas ou outro detector qualitativo. Suas resoluções são excelentes, sendo possível analisar várias substâncias em uma mesma amostra (multi-resíduos). A sensibilidade da cromatografia é bastante elevada. Dependendo do tipo de substância analisada e detector empregado, podemos obter resultados quantitativos em concentrações que variam de picogramas a miligramas.
A ANVISA vem trabalhando no sentido de esclarecer os níveis de agrotóxicos nos produtos agrícolas, criando programas de monitoramento como o Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA). Trata-se de um trabalho complexo em que os laboratórios participantes analisam 92 tipos diferentes de princípios ativos em cada amostra, incluindo aqueles proibidos no país (5). Porém o ideal seria adotar hábitos de uso de técnicas voltadas à produção de alimentos de melhor qualidade, garantindo a utilização mínima de produtos agrotóxicos, diminuindo, assim, os efeitos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana, em vista de que o consumo de alimentos seguros significa a promoção da saúde e manutenção da qualidade de vida da população. A garantia de alimentos relativamente livre de contaminantes é essencial para a prevenção de doenças principalmente em um país como o Brasil, onde uma parte considerável da população enfrenta sérios problemas relativos aos distúrbios nutricionais e limitações no tocante ao acesso ao sistema público de saúde.
CONSEQUÊNCIAS DO CONTATO DO SER HUMANO COM OS AGROTÓXICOS
O Brasil é hoje o país com maior consumo mundial das substâncias agrotóxicas, isso se deve ao seu modelo de agricultura. Cada brasileiro em média consome 7,3 litros de agrotóxicos por ano segundo Alan Tygel coordenador da Campanha Contra os Agrotóxicos.
Uma das justificativas para esse consumo exacerbado é, o constante crescimento da população mundial, em uma produção agrícola que deve se tornar cada vez mais eficiente ao longo dos anos.
Mas não leva em consideração que essa pratica não mata só as pragas, mas também mata tudo e todos aos poucos. Um dos problemas mais comuns é a contaminação e empobrecimento do solo, de lençóis freáticos e de rios e lagos. Pois quando agrotóxico é utilizado, ele chega ao solo e a chuva, ou o próprio sistema de irrigação da plantação, facilita a chegada dos pesticidas aos corpos de água, poluindo-os e intoxicando toda vida lá presente. E outro problema e que normalmente esses pesticidas são bioacumulativos o que significa que o composto permanece no corpo do inseto e do peixe após a sua morte, e o ser que come-lo será também intoxicado. Há também a exposição crônica aos agrotóxicos, adicionalmente com a falta de proteção pessoal durante manuseio, além da carência e conhecimento no que diz respeito aos riscos do contato e a escassez de programas públicos com objetivo de diminuir o uso intenso e que tragam alternativas no cultivo de alimentos estão entre os principais problemas associados ao crescente número de intoxicação.
A ação desses agrotóxicos sobre a saúde humana pode ser observada de três modos: com efeitos Agudos, Subaguda, e Crônica. Na Aguda A intoxicação aguda é aquela na qual os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a produtos extremamente ou altamente tóxicos. Pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, dependerão da quantidade de veneno absorvido. Os sinais e sintomas são nítidos e objetivos são eles: cefaléia, tontura, náusea, vômito, fasciculação muscular, parestesias, desorientação, dificuldade respiratória, coma, morte, entre outros. Esse tipo são mais comuns aos Agricultores.
Nos efeitos subagudos ocorrem por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos ou medianamente tóxicos e tem aparecimento mais lento. Os sintomas são subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago e sonolência, entre outros, comuns aos agricultores e seus familiares que vivem próximos as plantações.
Já os efeitos Crônicos caracteriza-se porsurgimento tardio, em meses ou anos, por exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos irreversíveis como problemas Neurologicos, do tipo neoplasias paresia e paralisias reversíveis, ação neurotóxica retardada irreversível, pancitopenia, distúrbios neuro-psicológicos e até Mal de Alzheimer. Esse tipo é o que ocorre com a população em geral.
REFERÊNCIAS
BORGUINI, Renata, et al . Alimentos Orgânicos: Qualidade Nutritiva e Segurança do Alimento. Segurança alimentar e nutricional. Ed 13(2): 64-75. Campinas – São Paulo. 2006.
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Sites de Pesquisa Utilizados
http://www.agricultura.gov.br
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