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Psic IV resumo A DIVISÃO DO EGO NO PROCESSO DE DEFESA (Freud)

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Psicanálise IV
Prof. Rosa Maria Carvalho da Silveira
A DIVISÃO DO EGO NO PROCESSO DE DEFESA (FREUD, 1940 [1938])
O ego do menino diante de forte pressão devido a um trauma psíquico pode ter uma reação notável. As exigências instintuais pressionam o ego do menino para obter satisfação que é atingida pela masturbação manual. Nesse dado momento o menino leva um susto porque é flagrado pela babá (ou pela mãe) que o ameaça de castração, esta castração é realizada pelo pai, portanto essa experiência ameaçadora é real.
O ego do menino tem dois caminhos: reconhece o perigo real e renuncia a satisfação instintual (masturbação), ou rejeita a realidade por crer que não havia razão para o medo e continua a satisfazer o instinto pela masturbação.
 Consequência: existe o conflito entre a exigência do instinto e a proibição da realidade, que é resolvido por duas reações contrárias, ambas eficazes.
 Assim, nesse conflito, por um lado, o menino rejeita a realidade e recusa-se a aceitar qualquer proibição; e por outro, reconhece o perigo da realidade (castração), assume o (medo do) perigo como sintoma, e tenta desfazer-se do medo. Ambas as direções são bem sucedidas: permite que o instinto mantenha a sua satisfação e mostra o respeito pela realidade (ameaça de castração), porém esse sucesso é alcançado por uma divisão no ego.
Anteriormente o menino (3-4 anos) já havia sido seduzido e visto os genitais de uma menina mais velha, e depois disso prosseguiu se masturbando, mas foi ameaçado de castração pela mulher (mãe) e atribuída ao pai. Inicialmente considerou que a menina ainda poderia desenvolver um falo. Mas, frente à ameaça de castração o menino se lembra que esta ameaça que antes era inofensiva se torna uma confirmação temível. O menino não tem mais dúvidas que o mesmo pode acontecer com os seus genitais. Daí em diante o menino, como resultado do medo de castração, cede à ameaça e obedece à proibição, isto é, não toca nos genitais com as mãos (não masturbarás). O menino abandona, no todo ou em parte a satisfação do instinto. 
No entanto, o menino pode encontrar outra saída criando um substituto, o fetiche, para o pênis feminino (mãe). Assim fazendo, poupou o seu próprio pênis, mas rejeitou a realidade (as mulheres não terem pênis), portanto, houve um afastamento da realidade (psicose!!!). Anteriormente, quando o menino ainda não reconhecia que as mulheres não tinham pênis não havia a necessidade de acreditar na ameaça de castração e por isso se masturbava. O menino não negou a sua percepção e também não alucinou um pênis onde não havia, ele fez um deslocamento de valor, transferiu a importância do pênis para outra parte do corpo feminino em que foi auxiliado pelo mecanismo de regressão.
Essa maneira peculiar de lidar realidade resultou que o menino continuou com sua masturbação como se não houvesse perigo para o seu pênis, porém, ao mesmo tempo, desenvolveu um sintoma que mostrava que ele reconhecia o perigo. Ameaçado pelo pai de ser castrado simultaneamente criou um fetiche, mas desenvolveu um intenso medo que seu pai o punisse, e superou este medo por meio da regressão à fase oral assumindo a forma fantástica de medo de ser comido pelo pai*. O menino produziu ainda outro sintoma uma sensibilidade ansiosa pelo toque em seus dedinhos do pé, significando o vaivém entre rejeição e reconhecimento.
Neste texto acima inacabado, a rejeição é debatida por Freud pelo Complexo de Castração. O menino rejeita que a mulher não tem pênis o que resulta em uma divisão do ego. A divisão do ego está ligada a processos de defesa.
*Exemplo baseado na mitologia grega: Cronos, o velho Deus Pai, engoliu os filhos e tentou engolir seu filho mais novo Zeus. Zeus foi salvo pela mãe que posteriormente castrou o pai.
Referência
Freud S.(1940 [1938]) A dissolução do complexo de Édipo. Rio de Janeiro: Imago, 1980.

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