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A vida de Françoise Dolto

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NASIO, J-D. DOLTO. In: Introdução às Obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro -1995. 
J. D. Nasio, psiquiatra e psicanalista argentino, radicado na França desde 1969, tem 18 livros publicados e traduzidos em 13 idiomas.
A vida de Françoise Dolto
Françoise Marette nasceu em seis de novembro de 1908, em Paris. Sua educação foi muito severa e restritiva. Aos doze anos, a morte de sua irmã mais velha e as palavras de sua mãe iriam culpabilizá-la durante muito tempo. Seguiu a carreira de enfermeira e so mais tarde veio a cursar medicina. Analisou-se com René Laforgue (1934-1937), conheceu Sophie Morgenstern e logo começou a trabalhar com como psicanalista, após ingressar, 1938, na Sociedade Psicanalítica de Paris.
Em 1956, junto com Jacques Lacan e seus seguidores, criaram a Sociedade Francesa de Psicanálise, sendo esta não reconhecida pela IPA e logo se se cindiu em 1963-1964, resultando, com Lacan, na Escola Freudiana de Paris, à qual Dolto aderiu e na Associação Psicanalítica da França. 
Foi em 1971 que saiu o publicado O caso Dominique. E em 1979-1980, F.Dolto inaugurou a “Casa Verde” e, já doente, começou a receber as crianças de uma creche.
Françoise Dolto Morreu em 25 de agosto de 1988, em conseqüência de uma afecção pulmonar.
Introdução e Temas Principais
Françoise Dolto propôs teorizações originais e inovadoras, sempre buscando em sujeitos singulares as fontes de saber. Psicanalista atuante, forneceu uma fala e reflexões através da clínica e pela escuta do inconsciente.
Temas freqüentes:
O ser humano é um ser de “filiação linguajeira”, uma ser de linguagem, pertence a uma linguagem.
É também fonte autônoma de desejo desde a concepção.
O bebê se inscreve num espaço afetivo triangular.
A vinda ao mundo é a encarnação de três desejos: o da mãe, o do pai e o do próprio sujeito.
O ser humano busca comunicação
Vinculo entre a neurose dos pais e a dos filhos.
A relação mãe-filho e a triangulação
Se uma mãe nutriz é essencial para o bom desenvolvimento psicológico da criança pequena, o pai, o outro pólo do triangulo, também o é. Ele exerce uma função e ocupa um lugar radicalmente diferente do papel materno.
A triangulação mãe-pai-filho começa desde a concepção. O nascimento, momento consumado de força vital e de desejos: desejo de uma mãe, desejo de um pai e desejo de um sujeito de se encarnar num corpo. Mas tarde, a Díade (mãe-filho) será sempre tríade.
A díade
Durante os primeiros meses de vida é necessário que haja uma única pessoa para servir de relacionamento eletivo do bebê, a fim de que ele se centre em seu próprio interior, como também essa pessoa ser mediadora das outras. O “infans” so fundamenta sua existência na e através da relação com um outro. A relação com uma pessoa tutelar é vital, pois cria a memória de um “ele mesmo – o outro”, primeiro fator de segurança narcísica. Ela é representante do ser “ele-ela”. A relação mãe-filho é uma relação ideal, pois é nela que se dar sentido ao que o bebê procura através das trocas, como também quando a mãe se ausenta que a criança fica privada de seus referencias e quando ela reaparece se reconstitui em um continuum de ser. Desde muito cedo, ele armazena em sua memória percepções de encontros auditivos, olfativos e visuais. Esses formam pontes e são memorizados. Graças a isso e suporta a ausência materna, e essa dialética presença/ausência se torna vital em us vida psíquica.
A construção do “infans”
 O lactente se constrói através das vivências e pela comunicação da linguagem. Ele se escora numa mãe co-ser, num espaço-tempo humanizado por um vinculo de co-vivência. É o outro que é detentor da identidade do sujeito. Sem o outro, a função simbólica da criança se exerceria no vazio.
Nesse estádio, o bebê é um objeto parcial da mãe grande massa, esfera ovóide. O objeto total é “ele-a mãe nutriz, numa imagem do corpo fálica, funcional”. As mãos, os seios e os fonemas da mãe são percebidos pela criança como pedaços do seu próprio corpo. 
É o outro que centra o sujeito. O corpo da mãe é também seu próprio corpo.
Por ocasião da ruptura da díade simbiótica visível, uma zona erógena olfativa, que fora complementada pelo cheiro da mãe, passa a desempenhar um papel decisivo, onde o cheiro da mão faz presenciar-se. Além da distancia do corpo-a-corpo, quando a mãe sai do campo visual, são as percepções sutis que estabelecem um vínculo narcizante com a mãe e prolongam o “sentimento de viver em segurança”.
Da díade surge o “pré-eu”, a partir desses “seguimentos alternantes de corporeidade.
Os cuidados alimentares, repetidos, dão às zonas de comunicação um valor significante de trocas. O corpo como sendo um lugar relacional.
A noção de triangulação
Desde a concepção, a criança situa-se numa tríade. A díade mãe-filho só tem sentido estruturante quando a mãe conserva a desenvolver interesses fundamentais pela sociedade, e quando preserva atração física e emocional pelo parceiro. Para o bebê, “seu corpo e seu ser só se distinguem dos da mãe nos momentos em que uma terceira pessoa está presente”.
A não-resposta aos apelos da criança, quando a mãe esta ocupada com seu cônjuge, é um comportamento materno estruturante. É pelo fato de a criança ver sua mãe unida a um parceiro que a díade formada com ela adquire sentido para seu futuro acesso à identidade sexual. O casal mãe-pai sempre representa a mediação básica de referencia simbólica. É preciso uma triangulação para que o sujeito fale de si num Eu referindo-se a um Ele. Sem um terceiro, não existe Eu.
O pai tem uma função humanizante na relação mãe-filho, livrando a criança de uma relação imaginária. O pai tem uma função separadora e dinamogênica. A relação dual deve ser marcada ela lei do pai, que sapara esta relação tão prazerosa de mãe e filho, da díade, apontando à criança que a mãe não lhe pertence e à mãe que não reintegrarás teu produto.
Para Dolto o existe a idéia de atrações heterossexuais precoces, que ela situava nas primeiras mamadas. Para o menino, o pai é um modelo identificatório. Para a menina, é o pai que responde ao que, na mãe, não dá resposta ao desejo sexualizado da filha.
As castrações Simboligênicas
A castração é como uma proibição que se opõe a uma satisfação antes conhecida, mas que teve que ser ultrapassada, deslocada. Essa proibição de agir como antes provoca um efeito de choque, uma revolta e uma inibição. Há uma proibição das pulsões, recalcamento e, depois, sublimação.
A castração umbilical
 Refere-se ao nascimento, ao corte do cordão umbilical, à passagem de um certo tipo de vida, de fetal, para um novo tipo de vida, a aérea, cujas modalidades são muito diferentes: meio, percepções e circuitos de trocas novas.
A castração oral
Corresponde ao desmame, à privação de consumir algo que provém do corpo da mãe, ou aquilo que não é alimentar. Rompimento do corpo-a-corpo canibalesco, promovendo um circuito de trocas mais extenso e o desejo de fala.
A castração anal
Simultaneamente entendida como separação entre a criança, capaz de motricidade voluntária, e a assistência auxiliar da mãe, com a aquisição da autonomia motora, alimentar, do vestir-se e da locomoção, e como proibição de qualquer agir prejudicial aos outros, como proibição do assassinato, do vandalismo. A sublimação desse processo é o fazer industrioso, lúdico, linguajeiro e cultural com os outros.
A castração Simboligênica
A castração é simboligênica por impedir as pulsões de se satisfazerem de imediato num circuito curto em direção ao objeto visado, e por adiar a satisfação delas num circuito longo, mediante um objeto transicional e, posteriormente, graças a sucessivos objetos ligados ao primeiro objeto.
Para que as castrações tenham valor simboligênico, varias condições são desejáveis:
O esquema corporal da criança deve estar em condições de suportá-la.
É necessária que o adulto que impõe a castração seja movido pela tolerância, pelo respeito e pelo amor casto,e que possa servir exemplo e tornar seu poder e seu saber acessíveis a criança, um dia.
Desejo deve ser reconhecido e valorizado.
Essas castrações, sempre conflitivas, precisam de palavras.
Imagem Inconsciente do corpo
Estrutura-se na relação intersubjetiva; constrói-se sob o efeito das pulsões, da comunicação sensorial e da linguagem ouvida. É o esboço de uma unidade. Dolto diz que ela é um Isso relacional, tomado num corpo situado no espaço, um lugar de representação das pulsões. A imagem do corpo está ligada à história pessoal e é específica de uma relação libidinal. Ela “é a síntese viva de nossas experiências emocionais”. Remete o sujeito a seu gozo, mediatizando pela linguagem memorizada da comunicação entre sujeitos. Pode ser considerada como “a encarnação simbólica inconsciente do sujeito desejante”. É uma espécie de receptáculo psíquico basal onde se inscrevem as emoções e a vivência.
Do ponto de vista estrutural pode-se decompor-se em uma imagem de base, uma imagem erógena e uma imagem funcional.
Imagem de base: concerne ao ser em sua coesão narcísica, nas mesmidade de ser, numa continuidade narcísica espaço-temporal. O sentimento de existir numa continuidade.
Imagem funcional: imagem estênica, que desperta o funcionamento, do sujeito que visa à realização de seu desejo.
Imagem erógena: associada à imagem funcional do corpo, lugar de focalização do prazer e do desprazer.
O aspecto genético, dinâmico, é a imagem do corpo é fruto de uma elaboração e de um desenvolvimento que a reformulam através do tempo. As imagens do corpo evoluem e se estruturam, graças às emoções, articuladas com o desejo erótico. As castrações permitem suas sucessivas reformulações. A imagem escópica torna-se o substituto consciente da imagem inconsciente do corpo.
O aspecto relacional, a elaboração da imagem do corpo só se faz numa relação de trocas e de linguagem com os outros. A comunicação sensorial, emocional, e a fala do outro aparece como os dois substratos desse imagem do corpo.
As patologias das imagens do corpo
Françoise Dolto valorizou mais dois fatos. A disjunção das três imagens do corpo e a reversão para uma imagem básica mais arcaica. Varias noções esclarecem essa patologia: não-estruturação, enclaves fóbicos, alteração-dissociação, desvitalização.
A imagem inconsciente do corpo visa dar conta da atividade psíquica precoce do lactente, das figurações corpóreo-psíquicas do sujeito em relação, antes do estádio do espelho.
Formulações sobre as entrevistas preliminares e a psicanálise com crianças
As indicações, as condições, o contrato, as entrevistas preliminares e o lugar do psicanalista em relação aos pais e à educação foram objeto por parte dela, de explicações precisas. Dava grande atenção ao ambiente familiar. As entrevistas preliminares revestiam-se de grande importância, de uma função essencial.
O texto traz através de um método argumentativo hermenêutico a explanificação da obra de uma das mais atuantes psicanalistas de sua época, no qual trousse conceitos inovadores e esclarecedores do ponto de vista conceitual, o autor mostra um pouco da essência da obra de Dolto, como se vem a prestar apenas uma introdução mas de forma com que o leito se sinta atraído em buscar mais da obra a pensadora em questão.
Por ser um texto que trabalha muito questões infantis é interessante para afins das áreas de psicologia, pedagogia, medicina, para um aprofundamento de tal tema. Esse texto é de fundamental importância para estudos em Psicanálise nele se encontra conceitos chave para o entendimento da clinica tanto com adulto assim como a infantil.
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Ciências biológicas e da Saúde
Departamento de Psicologia
Teoria e Técnica Psicanalítica
 Resenha Crítica do Caput. DOLTO do Livro Introdução às Obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan.	
	
ERISON DE MORAIS 
Campina grande
Dezembro / 2011

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