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Fichamento do livro: Fundamentalismo, terrorismo, religião e paz: desafio para o século XXI.

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
iPuc - Engenharia Metalúrgica 
Disciplina: Cultura Religiosa II
Professor: Cezar Azevedo Carneiro
Aluna: Ana Luisa de Macedo Gatto
Fichamento Acadêmico
Citação da Fonte
Boff, Leonardo. Fundamentalismo, terrorismo, religião e paz: desafio para o século XXI. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2009 – 110 p.
Esquema Interpretativo
Como surgiu o fundamentalismo
Origem a partir dos 12 fascículos Fundamentals que continham pontos para a fé cristã contra o liberalismo.
 Traziam uma proposta de cristianismo rigoroso.
 A modernização trazia liberdade e para os fundamentalistas, colocava em risco a tranquilidade cristã.
No processo de secularização, as igrejas deixaram de ser o fator principal de agregação.
O fundamentalismo protestante
Surgiu dos teólogos e pregadores que tinham a Bíblia como verdade absoluta de Deus.
Para eles, as Ciências a História e Geografia questionavam a verdade bíblica e por isso eram rejeitadas.
A criação, segundo eles, se deu em sete dias e só Jesus é o caminho para a verdade e a vida.
A moral é inflexível principalmente referente à família e à sexualidade.
O fundamentalismo católico
A imposição na época da colonização acabou por destruir populações.
Os papas se sentiam representantes de Deus e tinham influência política e econômica.
Até hoje tenta impor seus dogmas e restaurar a antiga ordem, combatendo a Modernidade.
A Igreja é contra o uso de preservativos porque acreditam que está impedindo uma vida, mas não levam em conta as doenças que esse método pode evitar.
O fundamentalismo islâmico
Surgiu por último e é a que mais cresce no mundo.
Trata-se de uma síntese superior do cristianismo com o judaísmo.
“Os professantes são todos irmãos e todos os povos formam uma só nação” é uma frase do Alcorão que é uma importante arma contra o individualismo.
O Alcorão é considerado pelos islâmicos com a última revelação de Deus e foi recebida por Maomé através do anjo Gabriel.
Na fase Meca os textos tratam da moral, do juízo do inferno e do paraíso e do Deus único.
Na fase Medina os textos tem orientações a respeito da organização política e do sistema jurídico.
O islamismo original não é fundamentalista, é tolerante com todos os povos.
A tensão entre muçulmanos e ocidentais se transformou na guerra santa, marcada por mútuas violências.
O fundamentalismo da globalização
O fundamentalismo está presente na globalização econômico-financeira, não só nas religiões.
A lógica individualista destruiu laços de solidariedade e acaba com a política do bem comum.
O sistema econômico-social formado sobre a injustiça, exploração dos trabalhadores e depredação da natureza afeta o mundo inteiro.
Em momento de ameaça, as pessoas se agarram à religião para se autoafirmar.
Os Estados Unidos maltrata as nações árabes por causa do petróleo.
Os norte-americanos apoiam Israel contra os palestinos, que combatem com pedras as máquinas de guerra israelenses. O que mostra ser uma guerra totalmente unilateral.
O fundamentalismo neoliberal e científico-técnico
O fundamentalismo não aparece apenas na religião e na globalização, todos os sistemas apresentam portadores exclusivos de verdade.
O sistema capitalista é um exemplo fantástico de fundamentalismo.
A acumulação de bens e serviços gera desigualdades, destróis e explora a força de trabalho e age como predador da natureza.
Trata-se de um sistema competitivo e nada cooperativo. Economicamente é ditatorial e destrói a democracia participativa.
A ciência é fundamentalista em não pensar nas consequências ambientais, por exemplo, para seu progresso. 
Dois tipos de fundamentalismo: de Bush e de Bin Laden
Bush defendia em seus discursos a luta pelo bem da América, contra o mal representado pelo terrorismo islâmico, não havia alternativa.
Bush terminava suas intervenções com “Deus salve a América”, mas que Deus é esse que salva apenas a América às custas da destruição de outras.
Osama Bin Laden colocava em guerra o bem islâmico contra o mal americano. 
A cultura ocidental era toda vista como materialista, ateia, secularista, antiética e belicista e é daí que vem a recusa em dialogar com ela.
Revidar terror com terror é o próprio fundamentalismo, pois busca conferir vitória à única verdade e ao único bem.
Enquanto esse pensamento durar, seremos condenados à intolerância, à violência e à guerra.
Choque ou diálogo de civilizações?
Em 1996, Samuel J. Huntington apresentou dados que sustentam a tese de que estamos caminhando para um choque global de civilizações. 
Existe uma imensa incompatibilidade histórica entre o islamismo e o cristianismo.
O ocidente é extremamente individualista e acredita ter a melhor cultura, melhor religião e a melhor forma de governo, tentando impor isso ao resto do mundo. 
Para Huntington, a arrogância ocidental vai provocar uma guerra de civilizações com a utilização de armas de destruição em massa.
A China, a Europa, os Estados Unidos e o Japão se tornarão territórios quase inabitáveis, segundo ele.
Em oposição, Hans Kung acredita que apenas estabelecendo um contato entre religiões e culturas e buscando pontos comuns evitaremos o desastre. 
Sua tese é: “ Sem paz entre as religiões não haverá paz entre as nações.”
Para o norte-americano Mike Davis a guerra ocorre entre a cidade organizada e as favelas. A favelização está ocorrendo em todas as partes do mundo. 
Com a introdução do neoliberalismo, houve uma privatização de quase tudo, acumulação de bens em poucas mãos e levou milhões de pessoas á desestabilização. 
O que é, afinal, o fundamentalismo?
O fundamentalismo é uma forma de interpretar e viver uma doutrina. 
É assumir um caráter absolutamente representado por sua verdade absoluta. 
	O fundamentalismo, como atitude e tendência, se encontra em setores de todas as religiões e caminhos espirituais.
Dois fundamentalistas: Bush e Bin Laden
Nos últimos tempos vivenciamos uma guerra entre dois paladinos do ódio, Bin Laden arquitetou atentados em Nova York e Bush um terrorista contra os islâmicos. 
O Ocidente é inimigo dos muçulmanos desde o tempo das Cruzadas. 
Submeteu os países árabes a terríveis consequências em prol de seus interesses por petróleo e para disseminar os costumes ocidentais.
Bush possuía um atributo que eles denominavam de “nossa superioridade moral“ que justificava suas intervenções político-militares pelo mundo afora. 
A religiosidade de Bush o fazia acreditar que Deus escolheu os Estados Unidos para salvar o mundo. 
Trata-se da expressão mais acabada de fundamentalismo político fundado no religioso, tanto Bush como Bin Laden preferem a morte á vida.
Como conviver com o fundamentalismo?
Os fundamentalistas são sérios e não têem uma boa capacidade de comunicação.
Devemos considerar também que normalmente o fundamentalismo político é reposta de uma experiência dolorosa de humilhação e sofrimento.
Devem ser enfatizados mais os pontos comuns que os pontos divergentes. 
A tolerância tem limites, não devemos aceitar aqueles que têm poder de erradicar a vida humana, ou aqueles que assassinam inocentes, que escravizam menores.
A intenção para lidar com o fundamentalismo é levar o intolerante ao diálogo incansável e fazê-lo perceber as contradições de sua posição. 
São Francisco, patrono do diálogo com os muçulmanos
O fundamentalismo também tem suas interpretações positivas, o cristianismo, o judaísmo e o islamismo tem uma dimensão libertária.
 São Francisco de Assis, em 1216 foi ao Papa convencê-lo de que a cruzada era contra a vontade de Deus
 Ele afirmava que os cristãos não deveriam guerrear contra seus inimigos, e sim amá-los. 
Como não foi ouvido, Francisco foi ao Egito tentando encontrar com os muçulmanos mas é preso ao tentar romper fronteiras. 
Ele acaba ficando amigo de um sultão o que permite aos franciscanos a permanência na Palestina. 
Francisco trouxe ao mundo a ideia de “se queres a paz, prepara a paz”, só ela constrói o encontro fraterno e impede que as diferenças sejampropensas às guerras.
O sufi islâmico Rumi, místico da paz e do amor
Entre os muçulmanos existe a figura de Rumi que viveu na mesma época de São Francisco e tinham a mesma vontade de conviver com as diferenças através do amor.
A efusão do amor em Rumi abraça todo o universo, a natureza, as pessoas e principalmente Deus. 
Dificilmente na história encontramos poemas com sensibilidade e paixão como as de Rumi.
Terrorismo: a guerra dos fundamentalistas
A pior consequência do fundamentalismo é o terrorismo que possui um caráter político e substitui a negociação para fazer valer o próprio ponto de vista.
O terrorismo é toda violência com o propósito de causar medo e pavor nas pessoas. 
O crime organizado faz uso do terrorismo para punir o sistema de repressão e desviar a atenção do público ou das forças de controle. 
O Estados autoritários sem legitimidade usam do terror para se impor á população e acabar com a oposição.
No governo, um império marcado por contradições, não é possível impor ordem a todos senão por meio da violência militar e pelo terror econômico.
O terrorismo é consequência, e só depois causa da insegurança atual. 
A violência: desafio radical
Brasil, onde há muita violência, está habituado a ouvir os mesmos argumentos.
A paz resulta não da negação, mas da administração dos conflitos usando meios não conflitos.
Para Freud, a agressividade surge quando o instinto de morte é ativado por alguma ameaça que vem de fora.
Vivemos em um tipo de sociedade cujo eixo estruturador é a magnificação do consumo individualista.
O caminho mais curto e seguro para tal propósito é a educação critica, responsável, cuidadora, acessível a todos.
A construção continuada da paz
A vontade de poder-dominação patriarcal criou o exercito, a guerra, ou seja, que paz podemos esperar?
A paz somente é possível como obra da justiça.
Se não houver uma reconstrução das relações justas, igualitárias e includentes, seremos condenados a conviver com conflitos e guerras.
O mal não esta ai para ser compreendido, mas para ser superado pelo bem.
Incorporar o espírito de gentileza 
A falta de gentileza provoca as violências de toda ordem, no fundo, o terrorismo e as guerras.
O espírito de geometria foi inflacionado; com ele criamos o mundo dos artefatos, bons e perversos.
O espírito de gentileza nunca ganhou centralidade, por isso somos tão vazios e violentos.
Precisamos resgatar o cuidado, a confiança e a gentileza.
José da Trino começou a se autodenominar de José Agradecido ou Profeta Gentileza.
Resgatar a dimensão do coração
A paz entre os seres humanos.
Guerra contra Gaia, nossa Mãe Terra.
Não basta ciência, precisamos de consciência.
A ciência nos indica como funcionam as coisas.
Se não aprendermos a sentir a Terra como Gaia, não a amarmos como amamos nossa mãe, dificilmente a salvaremos.
Que provável futuro nos espera?
Agonizante mas não morto.
Estamos vivendo um processo de emergência de um novo paradigma civilizacional.
Superimpério, representado pelos Estados Unidos e seus aliados. 
Superconflito é o que segue a quebra da ordem imperial.
Superdemocracia, a humanidade se não quiser se autodestruir, deverá elaborar um contrato social mundial.
Conclusão - O próximo passo: capital espiritual
Ocupamos todo o espaço terrestre e exploramos o capital natural até os confins da matéria e da vida. 
O paradigma atual esta sentado sobre o poder como dominação da natureza e dos seres humanos.
A centralidade do capital espiritual, reside na vida, na alegria, na relação inclusiva, no amor incondicional e na compaixão.
O próximo passo seria exatamente descobrir o capital espiritual inesgotável e começar a organizar a vida, a produção, a sociedade e o cotidiano. 
Este passo não é mecânico é voluntário. 
A atual crise mundial pela qual passamos nos abre a possibilidade para realização da noosfera. 
Apreciação Pessoal
	As religiões existem no mundo há muito tempo, as pessoas têm fé em um Deus maior e esse cenário foi propício ao surgimento do fundamentalismo. Trata-se de uma forma de vida em que a religião é colocada como razão de viver, motivo para a existência.
	Cada uma á sua maneira, catolicismo, islamismo, budismo, entre tantas outras, tentam impor na sua sociedade a maneira de pensar, de comportar e de relacionar com o mundo. O catolicismo é a religião mais forte atualmente e através do Papa, tem domínio político e econômico de diversas civilizações.
	O fundamentalismo cria um cenário propício ao aparecimento de revoltas, o terrorismo é uma consequência da imposição fundamentalista de algum grupo. Um exemplo são os atentados terroristas aos muçulmanos, resposta das repressões que estes sofrem desde as Cruzadas por possuírem uma religião que discorda de alguns dogmas da religião católica que é ocidental. Hoje em dia, o motivo é outro: o petróleo. Esses atentados, tem como objetivo mostrar as condições de desigualdade que passam nas mão principalmente dos norte-americanos.
	A forma de combater o fundamentalismo, e consequentemente o terrorismo é com respeito às desigualdades, às religiões, com conscientização, respeito pela natureza, amor ao próximo, a luta pela paz e pela vida, e não a morte a todo custo. Se continuar do jeito que está, o mundo caminhará para o fim, as guerras vão se tornar mais constantes e o poder bélico que alguns países possuem são de destruição em massa.

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