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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

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APOSTILA 
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Curso Ciências Contábeis
CCSST – UFMA – Campus Imperatriz-MA
Profº Hélio R. Araújo 
5º Período
2011/1
1
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA 
CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA TRIBUTÁRIA
O Lucro Real para algumas empresas é obrigatório e para as outras que não estão obrigadas pela 
referida tributação pode representar economia de tributos. A opção pelo lucro real pressupõe 
contabilidade em dia, conciliada e com composição de saldo das contas.
Para optar pelo lucro real a empresa deverá manter sua escrita contábil em dia e conciliada, não basta 
apenas que a documentação esteja lançada na contabilidade, mas que os saldos das contas contábeis 
estejam conferidos e conciliados de forma que o setor contábil tenha a composição dos saldos 
constantes no balanço contábil. 
Exemplos:
 
1) Na conta adiantamento de viagens em 31/12/10 consta um saldo total de R$ 25.000,00. Na 
composição do saldo desta conta o setor responsável pelos adiantamentos de viagens deverá 
especificar data, nome, motivo e valor de cada numerário adiantado a cada funcionário, devendo o 
somatório fechar com a conta contábil. Através dessa relação poderão ser verificadas pendências 
antigas ou se o somatório confere com a contabilidade, etc.
2) O setor financeiro deve manter planilha atualizada (atualização e juros) dos empréstimos e 
financiamentos, a qual servirá de suporte e conferência dos saldos contábeis.
Enfim, todos os saldos constantes nos balancetes ou balanços contábeis devem estar suportados por 
posições de outros setores para que possam ser conferidos e confrontados, dessa forma, evita-se 
incorreções na contabilidade que trarão como consequência pagamentos indevidos de IRPJ e CSSL.
ITENS DE CONCILIAÇÃO CONTÁBIL
Ao fazer a conciliação das contas patrimoniais e de resultado, o Contabilista deverá atentar para o 
seguinte:
a) A conta Caixa deverá estar em conformidade com os boletins de caixa, caso os mesmos não sejam 
elaborados pela empresa o Contabilista deverá examinar o Razão da conta Caixa para evitar 
lançamentos incorretos;
b) As contas bancárias e de aplicações financeiras devem estar de acordo com os extratos bancários e 
ou conciliações dos bancos;
c) A conta de duplicatas a receber deve estar conciliada com o relatório de contas a receber. O 
Contabilista a cada período ou fechamento de balanço deverá solicitar ao financeiro da empresa a 
posição das duplicatas a receber naquela data, esse procedimento evita erros contábeis, por 
exemplo o lançamento a maior de Receitas que proporciona o pagamento a maior de tributos (PIS, 
COFINS, IRPJ, CSSL, ICMS, Simples e outros);
d) As contas de Adiantamentos e outros créditos devem ser conciliadas no sentido de verificar 
pendências existentes de longa data, as quais não refletem a posição consignada no balancete, bem 
como atentar para a documentação suporte dos lançamentos contábeis, tais como: contratos, 
recibos, notas fiscais e outros;
e) A conta de estoque deve estar conferindo obrigatoriamente com o total da posição do Inventário a 
cada trimestre (Lucro Real Trimestral) ou fechamento anual do balanço (Lucro Real Anual, 
Lucro Presumido e Simples), se e a empresa apura o Imposto de Renda anual com suspensão ou 
redução, mês a mês deve manter um relatório de estoque não sendo necessário o registro no Livro 
2
de Inventário. O Contabilista deve atentar para o preço unitário de cada mercadoria ou produto, 
podendo avaliar as mercadorias compradas para revenda pelo valor das últimas aquisições menos o 
ICMS. No caso de fabricação de produtos a matéria-prima pode ser avaliada pelo preço das últimas 
aquisições menos o ICMS e IPI, os produtos acabados avaliados por 70% do maior preço de venda 
(sem deduzir o ICMS) e os produtos em elaboração avaliados por 56% do maior preço de venda 
(sem deduzir o ICMS);
f) A conta de despesas antecipadas deve estar conciliada com as planilhas de rateio e com os 
documentos;
g) Nas contas do Realizável a Longo Prazo, o Contabilista deve verificar se os lançamentos estão 
suportados por documentos hábeis e se não há lançamentos incorretos. Exemplo: se o pagamento 
do contrato de mútuo está suportado por recibo, contrato etc.;
h) Se Investimentos relevantes em coligadas ou controladas estão avaliados pelo método da 
equivalência patrimonial, quando estiverem solicitar balanço a essas empresas para efetuar os 
lançamentos contábeis, lembrando que sobre o resultado positivo da equivalência patrimonial não 
incide tributação (IRPJ, CSSL, PIS, COFINS) e no caso de resultado negativo são indedutíveis 
para fins de IRPJ e CSSL;
i) As contas do Imobilizado e Diferido devem estar de acordo com os controles patrimoniais da 
empresa, caso não existam o Contabilista deverá manter planilha comprovando as despesas de 
depreciação e amortização contabilizadas, bem como, através de visualização do Razão Contábil 
verificar se estão corretos os lançamentos de aquisição do imobilizado e se nas vendas foram 
baixadas as depreciações e o custo contábil dos bens vendidos;
j) As contas de Fornecedores devem estar conciliadas com o relatório das contas a pagar ou o setor 
Financeiro deve realizar uma composição de saldos de cada fornecedores com o objetivo de 
confrontar com a contabilidade. O Contabilista poderá utilizar conta contábil distinta para os 
fornecedores mais representativos objetivando o controle contábil dessas contas;
k) Os tributos a pagar em dia devem conferir com o pagamento no mês seguinte, os tributos a pagar 
em atraso devem ser relacionados em planilhas a parte para contabilização dos juros e multas e 
posterior conferência com os saldos contábeis;
l) Empréstimos e financiamentos devem ser conciliados com o contrato objetivando a contabilização 
dos juros e das atualizações pelo período de competência;
m) Contas a pagar em dia devem estar conferindo com o(s) pagamento(s) no(s) mês (es) seguinte(s) ou 
manter planilha com composição de saldos;
n) Provisão de férias e 13º salário, de acordo com relatório analítico por funcionários, fornecido pelo 
setor de Pessoal;
o) As contas do Exigível a Longo Prazo devem ser verificadas com relação aos documentos suportes 
de movimentação no ano, a classificação superior a 12 meses após encerramento do balanço e 
planilhas subsidiárias;
p) As contas do Patrimônio Líquido devem refletir o capital social de acordo com o contrato social e 
alterações, as realizações das reservas de reavaliação motivadas por vendas e depreciações de bens 
reavaliados e se as movimentações das demais contas, inclusive lucros/prejuízos acumulados estão 
corretos; 
q) As receitas devem ser conciliadas com o livro de apuração do Icms, IPI ou do ISS, para evitar 
lançamentos a maior ou a menor, com conseqüências tributárias. Até porque em uma fiscalização o 
fiscal tem o direito de exigir tais livros;
r) As despesas devem ser consistentes com relação à documentação suporte e à atividade da empresa, 
é importante que o Contabilista visualize, através do Razão Contábil, se não há distorções nos 
lançamentos contábeis das despesas ou classificação indevida. 
DIFERENÇA ENTRE A CONTABILIZAÇÃO PELO 
REGIME DE COMPETÊNCIA X PROVISÃO
Período de Competência
3
O Art. 9º, Resolução CFC 750/93, estabelece a seguinte definição de Período de Competência: as 
receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrer, sempre 
simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 
O art. 177, da Lei 6.404/76, estabelece que a escrituração da companhia seja mantida em registros 
permanentes, com obediência aos preceitos da legislaçãocomercial e desta lei e aos princípios de 
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no 
tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.
O Decreto 3.000/99 (RIR/99) define o seguinte:
Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou 
compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei 1.598/1977, art. 6º).
§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de 
apuração com observância das disposições das leis comerciais (Lei 8.981, de 1995, art. 37, § 1º).
§ 2º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação 
do lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, Vide PN 2/96, 
que impõe ao Fisco a observância do preceito serão, na determinação do lucro real do período de 
apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente, observado o 
disposto no parágrafo seguinte (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 4º).
Art. 248. O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional (Capítulo 
V), dos resultados não operacionais (Capítulo VII), e das participações, e deverá ser determinado com 
observância dos preceitos da lei comercial (Decreto-Lei 1.598, de 1977, art. 6º, § 1º, Lei 7.450, de 
1985, art. 18, e Lei 9.249, de 1995, art. 4º).
Art. 273. A inexatidão quanto ao período de apuração de escrituração de receita, rendimento, custo ou 
dedução, ou do reconhecimento de lucro, somente constitui fundamento para lançamento de imposto, 
diferença de imposto, atualização monetária, quando for o caso, ou multa, se dela resultar (Decreto-Lei 
1.598, de 1977, art. 6º, § 5º):
I – a postergação do pagamento do imposto para período de apuração posterior ao em que seria devido; 
ou
II – a redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração.
§ 1º O lançamento de diferença de imposto com fundamento em inexatidão quanto ao período de 
apuração de competência de receitas, rendimentos ou deduções será feito pelo valor líquido, depois de 
compensada a diminuição do imposto lançado em outro período de apuração a que o contribuinte tiver 
direito em decorrência da aplicação do disposto no § 2º do art. 247 (Decreto-Lei 1.598, de 1977, art. 
6º, § 6º).
§ 2º O disposto no parágrafo anterior e no § 2º do art. 247 não exclui a cobrança de atualização 
monetária, quando for o caso, multa de mora e juros de mora pelo prazo em que tiver ocorrido 
postergação de pagamento do imposto em virtude de inexatidão quanto ao período de competência 
(Decreto-Lei 1.598, de 1977, art. 6º, § 7º, e Decreto-Lei 1.967, de 23 de novembro de 1982, art. 16).
- Art. 274. Ao fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte deverá apurar o lucro 
líquido mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço 
patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração de lucros ou 
prejuízos acumulados (Decreto-Lei 1.598, de 1977, art. 7º, § 4º, e Lei 7.450, de 1985, art. 18).
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com observância das disposições da Lei 6.404, de 
1976 (Decreto-Lei 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI, Lei 7.450, de 1985, art. 18, e Lei 9.249, de 1995, 
art. 5º).
-Art. 344, do RIR/99. Dispões que os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro 
4
real, segundo o regime de competência (Lei 8.981, de 1995, art. 41).
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica aos tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja 
suspensa, nos termos dos incisos II a IV do art. 151 da Lei 5.172, de 1966, haja ou não depósito 
judicial (Lei 8.981, de 1995, art. 41, § 1º).
-Art. 366. São admitidos, como despesas de propaganda, desde que diretamente relacionados com a 
atividade explorada pela empresa e respeitado o regime de competência, observado, ainda, o disposto 
no art. 249, parágrafo único, inciso VIII (Lei 4.506, de 1964, art. 54, e Lei 7.450, de 1985, art. 54).
Concluímos, então, que é dever do Contabilista registrar as RECEITAS e principalmente as 
DESPESAS pelo regime de Competência.
Provisão
Provisão é uma reserva de um valor para atender a despesas que se esperam. A provisão visa a 
cobertura de um gasto já considerado certo ou de grande possibilidade de ocorrência.
 
Também é um fundo de proteção a riscos sobre perdas que se esperam ou que já ocorreram e 
reduziram o valor do ativo, mas que, sendo reversíveis ou com probabilidade de redução. (Dicionário 
de Contabilidade, 9ª Edição, Editora Atlas).
O art. 13, da Lei 9.249/95, determina que para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da 
contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções, independentemente do 
disposto no art. 47 da Lei 4.506, de 30 de novembro de 1964:
I - de qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e de décimo 
- terceiro salário, a de que trata o art. 43 da Lei 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da 
Lei 9.065, de 20 de junho de 1995, e as provisões técnicas das companhias de seguro e de 
capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela 
legislação especial a elas aplicável;
Portanto as provisões são indedutíveis para fins de apuração do Imposto de Renda e da Contribuição 
Social sobre o Lucro, exceto as provisões de férias, 13º salário e as provisões técnicas de companhias 
de seguro, capitalização. A lei 10.833/2003, alterou o artigo 8º, da Lei 10.753/2003 e permitiu a 
dedutibilidade da provisão para perda de estoque para Editor de Livros, Distribuidoras de Livros e 
Livreiros.
O fisco não aceita a dedutibilidade das provisões por serem consideradas incertas, são gastos 
prováveis, mas não podem ser corretamente mensurados na data do balanço, dependem de eventos 
futuros, tais como: sua realização (venda), cotação do Dólar, da Bolsa de Valores e etc.
Contabilização pelo Regime de Competência x Provisão
Uma das grandes dificuldades do Contabilista na área tributária é diferenciar a Contabilização pelo 
Regime de Competência da Provisão.
A contabilização pelo Regime de Competência é uma obrigação do Contabilista, conforme vimos na 
definição de Competência pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), pela Lei das Sociedades 
Anônimas e pelo Fisco Federal. Por exemplo:
a) Contabilização no próprio período das despesas incorridas em dezembro e não no mês de janeiro e 
fevereiro do ano seguinte, quando foram pagas;
5
b) Contabilização dos fornecedores na data do faturamento e não no período do pagamento;
c) Contabilização dos juros e atualizações sobre financiamentos até a data do balanço, em 
conformidade com contrato firmado com a Instituição Financeira;
d) Contabilização dos Tributos, juros e multas (de mora) exigidos pela Legislação no mês de 
competência e não do seu pagamento.
Já provisão é um lançamento que depende de um evento futuro e incerto, que provavelmente vai 
ocorrer, mas na data do balanço não está totalmente definido ou quantificado, por exemplo: 
- Provisão para Imposto de Renda, ao fechar o Balanço de 31/12, no mês de janeiro ou fevereiro do 
ano seguinte, o Contabilista faz a referida provisão, no entanto até a data da entrega da Declaração de 
Imposto de Renda, em 30/jun., poderá haver mudanças no cálculo do IRPJ, com diferimento do 
Imposto, dedução do PAT, etc.
- Provisão para Férias, o funcionário com menos de um ano pode pedir demissão e não ter direitos às 
férias, bem como o funcionário pode ser demitido por justa causa ou abandonaro emprego.
- Provisão de Estoques, reserva constituída quando o preço de venda é menor que o preço de aquisição 
da mercadoria. Depende de um evento futuro: a venda.
- Provisão para Contingências judiciais – A empresa discute na justiça uma determinada ação, vai se 
tornar uma despesa apenas quando a empresa perder a ação e ainda o valor da ação somente será 
conhecido ao término da ação. Na data do Balanço é apenas uma provisão. 
O próprio meio Contábil utiliza incorretamente o termo provisionar, por exemplo, provisionar 
fornecedores, provisionar juros sobre contrato, provisionar Pis e a COFINS quando na realidade o 
termo correto seria contabilizar fornecedores, contabilizar juros sobre contrato e contabilizar Pis e a 
COFINS, pois é um valor líquido e certo, por exigência contratual ou legal. 
Parece ser simples, no entanto o uso incorreto do termo traz dúvidas na ocasião da interpretação da 
Lei, muitas vezes o Contabilista deixa de contabilizar uma despesa totalmente dedutível e pagar menos 
IRPJ e CSLL, devido o fato de confundir com provisões que são indedutíveis. 
ACOMPANHAMENTO TRIBUTÁRIO DAS CONTAS CONTÁBEIS
Para fins de gerenciamento tributário é essencial acompanhar, mês a mês, a situação do resultado 
tributável e sua projeção até o final do ano. Essa análise propiciará ao Contabilista, dentro do período 
calendário, tomar providências reduzir o pagamento do IRPJ e da CSSL, porém se não efetuar o 
acompanhamento, após o término do ano, restarão poucas alternativas visando economia tributária.
Uma análise detalhada no fechamento dos balancetes mensais e no balanço anual propiciará economia 
de IRPJ e CSSL para empresa, pois cada lançamento contábil tem uma consequência tributária a favor 
ou contra a empresa. Nos próximos itens relacionamos alguns pontos que visam a economia de tributos 
incidentes sobre o lucro, com base na contabilidade da empresa.
1. BALANÇO DE ABERTURA
Ocorrendo a mudança de regime tributário, do Simples ou lucro presumido para lucro real, a pessoa 
jurídica que não manteve escrituração contábil fica obrigada a realizar levantamento patrimonial no dia 
1o de janeiro seguinte ao do último período base em que foi tributada pelo lucro presumido, a fim de 
proceder a balanço de abertura e iniciar a escrituração contábil (parágrafo único do artigo 19 da Lei 
8541/92).
O levantamento patrimonial deverá incluir todos os bens do ativo, o patrimônio líquido e as 
obrigações. No ativo deverão ser inventariados o dinheiro em caixa e em bancos, as mercadorias, os 
6
produtos, as matérias primas, as duplicatas a receber, os bens do ativo permanente, etc. No passivo 
deverão ser arroladas todas as obrigações e no patrimônio líquido o capital registrado e a diferença 
(devedora ou credora) do ativo menos o passivo exigível e capital social.
Exemplo:
DESCRIÇÃO DÉBITO CRÉDITO
 R$ R$
Banco conta Movimento 10.000,00 
Duplicatas a Receber 100.000,00 
Estoques 25.000,00 
Construções e Benfeitorias 20.000,00 
Veículos 15.000,00 
(-) Depreciação Acumulada 5.000,00 
Fornecedores 20.000,00 
Obrigações Tributárias 10.000,00 
Financiamentos 6.000,00 
Obrigações Trabalhistas 4.000,00 
Outras Contas a Pagar 2.500,00 
Capital Social 80.000,00 
Lucros / Prejuízos Acumulados 42.500,00 
Total dos Lançamentos 170.000,00 170.000,00 
2. CAIXA e BANCOS
Deve-se verificar nos meses seguintes, ao do encerramento do balancete e balanço (Ex.: 
principalmente janeiro e fevereiro do ano seguinte), se existem despesas pagas do mês ou ano anterior 
que deveriam ser contabilizadas pelo período de Competência (mês em que foram incorridas e não 
pagas), mas estão sendo contabilizadas pelo pagamento. Exemplo:
-notas fiscais de despesas, acertos de viagens funcionários e sócios com data de novembro/dezembro 
do ano anterior e pagas ou apresentadas em janeiro/fevereiro do ano seguinte;
-Água, luz, telefone referente competência dezembro e pagas em janeiro do ano seguinte;
-Pagamento de despesas de dezembro com cheques compensados apenas em janeiro; 
-Juros e Encargos financeiros da conta corrente e conta garantida, bem como despesas bancárias 
relativos a dezembro e debitados em janeiro do ano seguinte;
-IOF cobrado sobre empréstimos e financiamentos;
-Outras despesas referentes aos meses de novembro e dezembro, pagas somente no ano seguinte, 
contabilizando-as no mês de sua competência.
Exemplo da Contabilização da Energia Elétrica de dezembro, paga em janeiro do ano seguinte:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
Contabilização da fatura pela Competência
31/12/10 Despesas/custos -
Resultado
Valor fatura Cemar– ref energia 
elétrica mês de dezembro 5.935,10
31/12/10 Contas a Pagar -
Passivo
Valor fatura Cemar ref energia elétrica 
do mês dez/ 5.935,10
Contabilização do pagamento no exercício seguinte
10/01/11 Contas a Pagar –
Passivo
Valor pagamento fatura Cemar
5.935,10
10/01/11 Banco c/corrente Valor débito c/c B.Brasil ref pgto 
fatura Cemar. 5.935,10
7
3. APLICAÇÕES FINANCEIRAS
a) RENDA FIXA
Os rendimentos das aplicações financeiras de Renda Fixa devem ser apropriados até 31/12, pois seus 
rendimentos são considerados líquidos e certos.
Esses rendimentos devem ser apropriados “pro-rata tempore“, segundo o regime de competência, ou 
seja, conforme o número de dias até a data do término do Balanço. Um exemplo é juros pré-fixados 
(CDB), com vencimento em 28.01.2011. Se o CDB foi aplicado em 29.12.2010, somente 2/30 da 
receita deve ser apropriada ao resultado de 2.011.
Exemplo:
Aplicação CDB em 29/12/2010, no valor de R$ 1.000.000,00, a ser resgatável em 28/01/2011, pelo 
valor de R$ 1.030.000,00.
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
Contabilização dos Rendimentos em 31/12/2010
31/12/10 Aplicação CDB- 
Ativo Circulante 
Valor rendimentos aplic. CDB ref a 02 
dias 2.000,00
31/12/10 Rendimento Aplic.
Financ- Resultado
Valor rendimentos aplic. CDB ref a 02 
dias 2.000,00
Contabilização dos Rendimentos em 28/01/2011
28/01/11 Aplicação CDB- 
Ativo Circulante
Valor rendimentos aplic. CDB ref a 28 
dias 28.000,00
28/01/11 Rendimento Aplic.
Financ- Resultado
Valor rendimentos aplic. CDB ref a 28 
dias 28.000,00
b) RENDA VARIÁVEL
Já os rendimentos de aplicações financeiras de renda variável (atreladas à Bolsa, ao Ouro, ao Dólar, 
etc.) devem ser registrados na data do respectivo resgate, por serem aplicações de risco, sendo que seu 
rendimento não é garantido e nem considerado líquido ou certo na data do Balanço, pois a qualquer 
momento pode ocorrer desvalorização da aplicação em função da indexação a um título de rendimento 
variável, podendo mensurar o rendimento apenas por ocasião do resgate. Exemplo:
-Aplicação em Fundos de Investimentos indexados à variação da Bolsa de Valores, Dólar e Ouro.
-Aplicação em Fundos de Investimentos administrados pelos Bancos, na qual a empresa corre risco.
Hoje em dia, praticamente todas as aplicações em fundos de investimentos não têm garantido os seus 
rendimentos, o cliente participa do risco, para isso basta ler o termo de compromisso de adesão da 
aplicação Financeira.
O registro contábil de um rendimento incerto fere o Princípio Contábil do Conservadorismo, pois a 
empresa registrando tal valor estará avaliando a maior seus ativos sem que se tenha certeza da sua 
realização. Outro efeito tributário negativo é o de que a empresa apropriaria o suposto rendimento 
num período sem o aproveitamento do IRRF, o qual é retido por ocasião do resgate. 
Exemplo:
-Aplicação em Fundo de Investimento indexado à variação da Bolsa ou Dólar.
8
Histórico da Aplicação 
- Em 30.08.10, a empresa aplica R$ 500.000,00, no referido Fundo;
- Em 30.09.10, conforme extrato da aplicação,o saldo é de R$ 517.500,00;
- Em 30.10.10, conforme extrato, o saldo é de R$ 533.025,00;
- Em 30.11.10, conforme extrato, o saldo é de R$ 525.135,00 (é menor que o mês anterior devido à 
queda da Bolsa ou do Dólar);
- Em 30.12.10, conforme extrato o saldo é de R$ 521.120,00;
- Em 20.01.11, a empresa resgatou a aplicação no Fundo de Investimento, no o valor líquido de R$ 
529.000,00, sendo o rendimento bruto de R$ 36.250,00 e retido o imposto de renda no valor de R$ 
7.250,00 (36.250,00 x 20%). A empresa optou em realizar a aplicação devido ao aumento dos 
rendimentos da Bolsa.
Contabilização:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
Contabilização da Aplicação em 30/ago/10
30/08/10 Fundo Investimento 
Ativo Circulante 
Valor aplicação Fundo de Investim. 
Variável B.Brasil 500.000,00
30/08/10 Banco c/corrente Valor aplicação Fundo de Investim. 
Variável B.Brasil 500.000,00
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
Contabilização do Resgate da Aplicação 20.01.11
20/01/11 Banco c/corrente Valor resgate Fundo de Investim. 
Variável B.Brasil 529.000,00
20/01/11 Fundo Investimento 
Ativo Circulante
Valor aplicação Fundo de Investim. 
Variável B.Brasil 529.000,00
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
Contabilização dos Rendimentos e retenção I.R em 20.01.11
20/01/11 Fundo Investimento 
Ativo Circulante
Valor rendimentos aplic. Fundo de 
Investim. B. Brasil 29.000,00
20/01/11 IRRF aplic. financ.
Ativo Circulante
Valor retenção IRRF s/ aplic. Fundo de 
Investimentos B. Brasil 7.250,00
20/01/11 Rendimento Aplic.
Receitas
Valor rendimento aplic. Fundo de 
Investimento B. Brasil 36.250,00
Como verificamos no exemplo, o rendimento fica variando conforme a oscilação da Bolsa ou do 
Dólar, podendo inclusive o investidor resgatar valor menor do que aplicou. Não cabe a contabilização, 
mês a mês, devido o rendimento não ser considerado líquido e nem certo. Nas aplicações de renda 
variável a receita deve ser contabilizada na data da realização da operação (resgate).
A partir de 02.08.2004, por força do Decreto 5.164/2004, (alterado pelo Decreto 5.442/2005), ficam 
reduzidas a zero as alíquotas do PIS e COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas 
pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência não cumulativa das referidas contribuições 
(variações cambiais ativas, SELIC, juros mútuos, rendimentos aplicações financeiras e outros).
4. CLIENTES – DUPLICATAS A RECEBER
Deve-se verificar junto ao Setor de Contas a Receber e a Contabilidade os seguintes assuntos:
a) DUPLICATAS NÃO RECEBIDAS QUE PODEM SER BAIXADAS COMO PERDA (DESPESA) 
DEDUTÍVEL
9
Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSL, poderão ser registrados como perda 
os créditos decorrentes de operações com pessoas ou empresas não ligadas, conforme artigos 9º a 12 
da Lei 9.430/1996,(artigos 340 a 434 RIR/99):
I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do 
Poder Judiciário;
II - sem garantia, de valor:
1) Até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de seis meses, 
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
2) Acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por operação, 
vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o 
seu recebimento, porém mantida a cobrança administrativa;
3) Superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e 
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos 
judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias;
IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à 
parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observado o seguinte:
1) A dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão da 
concordata, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários para o 
recebimento do crédito;
2) A parcela do crédito cujo compromisso de pagar não houver sido honrado pela empresa 
concordatária poderá também ser deduzida como perda, nas condições tratadas neste item.
Os limites de R$ 5.000,00 e R$ 30.000,00 estão fixados por operação e não por devedor, observando-
se que, para esse efeito:
1) Considera-se operação a venda de bens, a prestação de serviços, a cessão de direitos, a 
aplicação de recursos financeiros em operações com títulos e valores mobiliários, constante de 
um único contrato no qual esteja prevista a forma de pagamento do preço pactuado, ainda que a 
transação seja realizada para pagamento em mais de uma parcela;
2) No caso de empresas mercantis, a operação será caracterizada pela emissão da fatura, mesmo 
que englobe mais de uma nota fiscal.
Os créditos com garantia, qualquer que seja o seu valor, somente poderão ser deduzidos como perdas 
depois de decorridos dois anos do seu vencimento e desde que tenham sido iniciados e mantidos os 
procedimentos judiciais para o seu recebimento ou a execução das
garantias.
Para esse efeito, considera-se crédito garantido o proveniente de vendas com reserva de domínio, de 
alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais, tais como (artigo 1.419 do 
Novo Código Civil): o penhor de bens móveis, a hipoteca de bens imóveis ou a anticrese (garantia 
representada pelo direito aos frutos ou rendimentos de um imóvel).
Contabilização:
10
O artigo 341 do RIR/99 determina a seguinte forma de escrituração das perdas no recebimento de 
créditos:
I – a débito da conta de resultado e a crédito da conta que registro do crédito (duplicatas a receber) em 
se tratando de créditos sem garantia e de valor até R$ 5.000,00;
II - a débito da conta de resultado e a crédito da conta redutora do crédito (duplicatas a receber) nas 
demais hipóteses;
Exemplo:
a) Registro das duplicatas vencidas há mais de 180 dias, sem garantia e de valor até R$ 5.000,00:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
31/12/10 Perdas no Recbto Dupl-
Despesas 
Vlr dupl. 1010, vcto 28/06/10 não 
recebida do cliente XY 4.950,00
31/12/10 Duplicatas a Receber- 
Ativo Circulante
Vlr baixa dupl. 1010, vcto 28/16/10 
não recebida do cliente XY 4.950,00
b) Registro nas demais hipóteses:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
31/12/10 Perdas no Recebimento 
Dupl-
Despesas 
Vlr dupl. 521, vcto 29/11/10 não 
recebida do cliente YZ 25.000,00
31/12/10 (-) Provisão Perdas Dupl. 
Redutora Duplicatas a 
Receber 
Vlr. baixa dupl. 521, vcto 29/11/10 não 
recebida do cliente YZ 25.000,00
Nas duas formas de contabilização é importante que o Contabilista individualize duplicata por 
duplicata no lançamento da perda, para ficar evidenciado qual a duplicata que está sendo baixada como 
perda, pois em uma fiscalização a mesma será identificada facilmente. Normalmente, o fisco glosa 
despesas lançadas de forma global se o contribuinte não apresentar relação que justifique a despesa, 
pois passados 05 anos vai ser difícil saber quais duplicatas que foram baixadas. 
No caso em que há um grande número de duplicatas a serem baixadas pode-se contabilizar por totais 
mensais, desde que a Contabilidade ou o Setor Financeiro mantenha Registro auxiliar de duplicatas 
baixadas como perda.
Os valores registrados na conta redutora dos créditos poderão ser baixados definitivamente da 
escrituração contábil, a partir em que se completarem cinco anos do vencimento do crédito sem que o 
mesmo tenha sido liquidadopelo devedor.
b) ENCARGOS FINANCEIROS DE CRÉDITOS VENCIDOS
Após dois meses do vencimento do crédito, sem que tenha havido o seu recebimento, a pessoa jurídica 
credora poderá excluir do lucro líquido, para determinação do lucro real, o valor dos encargos 
financeiros incidentes sobre o crédito, contabilizado como receita, auferido a partir do prazo de dois 
meses do vencimento. (art. 11 da Lei 9.430/1996). A contabilização dos rendimentos será a débito de 
duplicatas a receber e a crédito de receitas financeiras, a exclusão será efetuada através do LALUR. 
Exemplo:
11
PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
DATA HISTÓRICO ADIÇÕES EXCLUSÕES
31/12/10 Demonstração do Lucro Real
1. Lucro contábil cfe balancete 21.325,00 
2. Adições - -
3. Exclusões (9.750,00) 9.750,00 
3.1 Juros não recebidos após 02 meses 9.750,00 
4. Lucro Real em 31/12/10 11.575,00 
c) ENCARGOS FINANCEIROS DE BANCOS
Apropriar os encargos financeiros das duplicatas descontadas em Bancos, pelo regime de competência 
e não somente quando do pagamento dos mesmos.
d) COMISSÕES NA VENDA COM CARTÕES DE CRÉDITO
Apropriar as comissões sobre vendas por cartões de crédito e outras despesas. Tais taxas devem ser 
contabilizadas, por ocasião da venda, e não somente por ocasião da liberação (crédito) do valor na 
conta corrente da empresa.
O registro contábil a ser feito nas letras ¨c¨ e ¨d¨ é o seguinte:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
31/12/10 Despesas Financeiras
Despesas /Comissões de 
venda
Vlr encargos financeiros até 31/12/10 
s/ duplicatas descontadas B.Brasil 1.200,00
31/12/10 Encargos Fin. a pagar Vlr encargos financeiros s/ desconto 
duplicatas B. Brasil 1.200,00
A débito na conta de despesas financeiras e a crédito na conta de Contas a pagar (Passivo Circulante) , 
no mês em que incorrer os encargos e comissões. Sendo que no mês do referido pagamento debita a 
conta de Contas a pagar e credita a conta do Banco ou Caixa.
Observação: Por força do art. 21 da Lei 10.865/2004, que alterou a redação do inciso V do art. 3 da 
Lei 10833/2003, as despesas financeiras não gerarão mais créditos para fins de PIS e COFINS, a 
partir de 01.05.2004.
5. ADIANTAMENTOS
a) NOTA FISCAL DE FORNECEDOR PENDENTE DE FATURAMENTO
Através da conciliação, pode verificar se há adiantamentos pendentes de fornecedores que ainda não 
emitiram nota fiscal, solicitando a emissão das mesmas no exercício e não no exercício seguinte. 
Normalmente o fornecedor segura a emissão da nota fiscal para postergar o seu imposto, prejudicando 
a empresa. O Contabilista deve ficar atento, solicitando ao fornecedor a emissão da nota fiscal no 
período de competência do gasto.
b) ACERTO DE ADIANTAMENTO DE VIAGENS ATÉ 31/12
12
Também, ocorre situação em que o funcionário não prestou contas, até o final do ano, do dinheiro 
adiantado referente aos gastos das viagens.
É aconselhável, além de acertos periódicos, que a gerência adote o procedimento em que todos os 
adiantamentos deverão ser prestados contas até a data de 31/12, para que não fique pendência alguma 
no encerramento do exercício. A pendência significa despesa não apropriada no exercício e por esse 
motivo há desembolso tributário.
6. VARIAÇÕES CAMBIAIS E ATUALIZAÇÕES DE CRÉDITOS
a) VARIAÇÃO CAMBIAL
Á opção do contribuinte, as variações cambiais ocorridas serão tributáveis, para fins de apuração do 
PIS, COFINS, IR e CSLL, a partir de sua realização, retroativamente a 01.01.1999.
A partir de 02.08.2004, por força do Decreto 5.164/2004, (alterado pelo Decreto 5.442/2005) ficam 
reduzidas a zero as alíquotas do PIS e COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas 
pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência não cumulativa das referidas contribuições 
(variações cambiais ativas, SELIC, juros mútuos, rendimentos aplicações financeiras e outros).
 
O disposto não se aplica às receitas financeiras oriundas de juros sobre capital próprio e as decorrentes 
de operações de hedge.
O disposto aplica-se, também, às pessoas jurídicas que tenham apenas parte de suas receitas 
submetidas ao regime de incidência não cumulativa.
Com isso, reduz-se o custo tributário final, pois as oscilações da taxa cambial poderão ser 
compensadas na apuração final do ganho.
A opção pela tributação pelo regime de competência (mensal), só é interessante aos contribuintes que 
têm grandes passivos sujeitos à variação cambial, de forma que o resultado líquido (receitas menos 
despesas cambiais) seja devedor.
Poderá ser excluída a parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária dos direitos de 
crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, submetida à tributação, 
segundo o regime de competência, relativa a períodos compreendidos no ano-calendário de 1999 em 
diante, excedente ao valor da variação monetária efetivamente realizada, ainda que a operação 
correspondente já tenha sido liquidada. 
b) CONTABILIZAÇÃO DA ATUALIZAÇÃO DE CRÉDITOS DE ANOS ANTERIORES
Quando um crédito fica sem atualização por vários anos, pode gerar Imposto de Renda e CSSL no 
período em que foi atualizado. Isso ocorre, por exemplo, com a taxa SELIC, que atualiza os tributos 
Federais. A empresa tem um crédito de Imposto de Renda a recuperar referente ao ano de 2.008, e no 
ano de 2010 precisa atualizá-lo para compensar, não tendo sido atualizado nos anos anteriores. No 
entanto, no ano-calendário de 2010, está com lucro contábil e qualquer lançamento nas contas de 
resultados a título de receita gera IRPJ e CSSL em percentual de 24% a 34%.
Porém se nos anos de 2008 e 2009 houve prejuízo fiscal, poderão ser feitos os seguintes lançamentos:
1) Atualização 2008 e 2009
13
Contabilidade:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
30/12/10 IRPJ a recuperar –2008 
Ativo Circulante
Valor atualização IRPJ-2008 a 
compensar pela taxa SELIC ref ao 
período de jan a dez/2009 15.000,00
30/12/10 Lucros/Prejuízos 
Acumulado – Patrimônio 
Líquido
Valor atualização IRPJ-2008 a 
compensar pela taxa SELIC ref ao 
período de jan a dez/2009 15.000,00
Através destes lançamentos contábeis não haverá a incidência de Imposto de Renda e nem CSSL, 
devendo apenas ajustar prejuízo fiscal de cada ano no Livro LALUR (Livro de Apuração do Lucro 
Real). Os valores são ajustados pelo regime de competência, em cada período a que se referem, 
utilizando-se o LALUR, não é necessário alterar os registros contábeis dos referidos períodos.
LALUR:
PARTE B- CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO
 LUCRO LÍQUIDO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
CONTA PREJUÍZO FISCAL DO ANO DE 2008
DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO
31/12/08 Valor prejuízo fiscal do ano de 2008 133.000,00 133.000,00
31/12/10 Valor atualização SELIC s/ IRPJ a recuperar 
ref ao ano de 2009 15.000,00
 
118.000,00
Obs.: referente ao ano 2009 segue o mesmo exemplo de contabilização e lançamento no LALUR.
2) Atualização de 2010:
Contabilidade:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
30/12/10 IRPJ a recuperar 2009 - 
Ativo Circulante
Valor atualização IRPJ-2009 a 
compensar pela taxa SELIC ref ao 
período de jan a dez/2010 10.000,00
30/12/10 Variação Monetária 
Ativa- Receitas 
Financeiras
Valor atualização IRPJ-2009 a 
compensar pela taxa SELIC ref ao 
período de jan a dez/2010 10.000,00
Apenas sobre o valor da atualização pela SELIC relativo ao ano de 2010 haverá a incidência do 
Imposto de Renda e da CSSL.
7. IMPOSTOS A RECUPERAR
a) COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS FEDERAIS DE ESPÉCIES DIFERENTES
O saldo negativo do IRPJ e CSSL (valores pagos a maior que o devido) bem como o PIS, COFINS, 
14IPI, ITR, SIMPLES, CPMF, a partir de 01/10/2002, conforme art. 49 da Lei 10.637/20002, 
disciplinada pela IN SRF 210/2002, poderão ser compensados com tributos federais de diferentes 
espécies, mediante Declaração de Compensação (PERDCOMP), via internet, como prevê a IN SRF 
320/2003. Essa compensação é automática, cabendo a Receita Federal posterior verificação para 
constatar a existência do crédito compensado. Em 18.10.2004, foi editada a IN SRF 460/2004, que 
revogou a IN SRF 210/2002, no entanto permaneceram as regras anteriores de compensação, sendo 
implementados alguns itens. A IN SRF 460/2004, foi posteriormente alterada pela IN SRF534/2005 e a 
IN RFB 563/2005. A partir de 30.12.2005, as regras de compensação estão disciplinadas pela IN SRF 
600/2005.
Exemplo:
O IRPJ e CSSL pagos a maior em 31/12/09 poderão ser compensados com o PIS, COFINS e o IRRF a 
pagar a partir de 01/01/10. 
O saldo credor do IPI poderá ser compensado com IRPJ, CSSL, PIS e COFINS a pagar. 
Contabilização:
A empresa tem crédito de R$ 77.000,00 referente saldo de IRPJ do ano anterior (apuração lucro anual) 
ou trimestre anterior (apuração lucro trimestral) e em 15/mar./10 vai compensar R$ 10.000,00 com o 
PIS e R$ 30.000,00 com a COFINS, já enviou o Pedido de Compensação (PERDCOMP via internet). 
O valor de R$ 37.000,00, não compensado em fevereiro/11 será compensado nos meses seguintes.
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
Compensação
15/03/11 Pis a recolher – Passivo 
Circulante
Vlr compensação saldo IRPJ 31/12/10 
com PIS a recolher do mês fev/11 10.000,00
15/03/11 Saldo IRPJ ano anterior 
Ativo Circulante
Vlr compensação saldo IRPJ 31/12/10 
com PIS a recolher do mês fev/11 10.000,00
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
Compensação
15/03/11 COFINS a recolher – 
Passivo Circulante
Vlr compensação saldo IRPJ 31/12/10 
com COFINS a recolher do mês fev/11 30.000,00
15/03/11 Saldo IRPJ ano anterior 
Ativo Circulante
Vlr compensação saldo IRPJ 31/12/10 
com COFINS a recolher do mês fev/11 30.000,00
b) ATUALIZAÇÃO PELA SELIC DOS TRIBUTOS PAGOS A MAIOR OU INDEVIDAMENTE
O tributo federal pago a maior ou indevidamente poderá ser acrescido pela taxa SELIC, conforme IN 
SRF 210/2002 até a data da compensação. Por exemplo: o tributo pago a maior em 30/abr./2002 e 
compensado em 15/ago./2003, poderá ser acrescido pela SELIC até a data de sua compensação 
(15/08/2003).
O artigo 894, do Decreto 3.000/99, Regulamento do Imposto de Renda, dispõe que o valor a ser 
utilizado na compensação ou restituição de tributos federais será acrescido de juros obtidos pela 
aplicação da taxa referencial da SELIC, acumulada mensalmente. Em observância ao Princípio 
Contábil da Competência, estes juros devem ser apropriados mensalmente. Lembramos que sobre a 
atualização dos créditos tributários pela SELIC haverá a incidência do PIS e da COFINS. 
A atualização pela SELIC dos tributos pagos a maior ou indevidamente é calculada a partir da data em 
que o tributo foi pago a maior (PIS, COFINS, IRRF, IPI, ITR). A atualização do IRPJ e da CSSL 
15
pagos a maior deverá ser efetuado a partir do dia seguinte ao do encerramento do trimestre (31/mar., 
30/jun., 30/set. e 31/dez.) quando a opção for pelo lucro real trimestral ou a partir do dia seguinte ao 
encerramento anual (31/dez.) quando a opção for pelo Lucro Real Anual. 
Contabilidade:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
30/12/10 IRPJ a recuperar – Ativo 
Circulante
Valor atualização IRPJ a compensar 
pela taxa SELIC ref ao período de jan a 
dez/2010 11.000,00
30/12/10 Variação Monetária 
Ativa- Receitas 
Financeiras
Valor atualização IRPJ a compensar 
pela taxa SELIC ref ao período de jan a 
dez/2010 11.000,00
8. ESTOQUES
a) CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE ESTOQUES
No encerramento do balanço pelo lucro real anual (31/12) ou lucro real trimestral (31/03, 30/06, 30/09 
e 31/12), os estoques consignados na contabilidade devem estar em conformidade com o Livro 
Registro Inventário de Estoques (art.260, RIR/99). O Contabilista deve realizar o ajuste contábil para 
que os saldos contábeis das contas de estoques estejam de acordo com o Livro de Registro de 
Inventário. 
Se durante o ano (lucro real anual), a empresa suspender ou reduzir o recolhimento do IRPJ e da 
CSSL, mediante balancetes, deverá manter relatório de estoques que “fechem” com a contabilidade, 
não sendo necessário seu registro no Livro de Registro de Inventário (§3, art.12, da IN SRF 093/1997). 
Cabe ao Contabilista verificar qual é a opção de avaliação de estoque mais vantajosa para a empresa, 
por exemplo: a) se no exercício há lucro, deve-se avaliar o estoque pelo critério de menor valor, com 
isso aumentando o custo da mercadoria ou produto; b) se no exercício há prejuízo, o estoque deve ser 
avaliado pelo critério de maior valor, pois no período seguinte o prejuízo é limitado a 30% do lucro, e 
o estoque estando supervalorizado (dentro dos critérios fiscais) deduzirá automaticamente o resultado 
do exercício seguinte se limitação, por conta do ajuste do Custo de Mercadorias ou Produtos Vendidos.
b) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUE
b.1) AVALIAÇÃO DAS MERCADORIAS PARA REVENDA E DAS MATÉRIAS-PRIMAS
1. Custo Médio
O Custo médio, para as mercadorias revendidas e matérias primas, o qual será determinado pelo 
registro permanente de estoques, sendo que não fazem parte do custo de aquisição os impostos 
recuperáveis, os quais a empresa tem o direito ao crédito (ICMS, IPI, PIS, COFINS), sendo acrescido 
o seguro e o transporte (art. 289 RIR/99). 
Obs.: na indústria o IPI é recuperável, porém em uma empresa que revende mercadoria o IPI não é 
recuperável, devendo ser parte integrante do custo da empresa.
O PN CST 6/1979, dispõe que as saídas podem registradas unicamente no fim de cada mês, desde que 
avaliadas ao preço médio que, sem considerar o lançamento de baixa, se verificar naquele mês.
16
Exemplo :
Adotando-se a baixa (saída), somente ao final do mês, em um único lote:
DATA ENTRADA SAÍDA SALDO
 QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$
30/11/10 1.000 5,0000 5.000,00 
01/12/10 150 6,00 900,00 1.150 5,1304 5.900,00 
05/12/10 200 8,00 1.600,00 1.350 5,5556 7.500,00 
10/12/10 50 9,00 450,00 1.400 5,6786 7.950,00 
20/12/10 100 7,00 700,00 1.500 5,7667 8.650,00 
28/12/10 150 5,00 750,00 1.650 5,6970 9.400,00 
31/12/10 1.350 5,6970 7.690,91 300 5,6970 1.709,09 
Observe-se que, a cada entrada, o custo médio variou, mas a baixa (saída) foi efetivada num único lote, 
alterando desta forma o Custo da Mercadoria Vendida. Porém, pode ser adotado o sistema que calcule 
diariamente o custo da baixa.
2. PEPS
Se a empresa não mantiver o registro permanente de estoque poderá avaliar o estoque das mercadorias 
e matérias-primas pelo preço das últimas aquisições menos os impostos recuperáveis - ICMS, IPI, PIS 
e COFINS-, também chamado de PEPS (art. 293 RIR/99).
PEPS - o primeiro que entra é o primeiro que sai. Também conhecido como FIFO (sigla, em inglês, de 
“first in, first out”).
Este método é admitido pela legislação fiscal (item 2.2 do PN CST 6/1979).
Vamos exemplificar, utilizando a mesma movimentação que apresentamos no custo médio. Pelo PEPS, 
a avaliação do CMV ficaria:
DATA ENTRADA SAÍDA SALDO
QTDE UN.R$ TOTAL R$ QTDE UN.R$ TOTAL R$ QTDE UN.R$ TOTAL R$
30/11/10 1.000 5,00 5.000,00 
01/12/10 1506,00 900,00 150 6,00 900,00 
1.000 5,00 5.000,00 
03/12/10 300 5,00 1.500,00 150 6,00 900,00 
700 5,00 3.500,00 
05/12/10 200 8,00 1.600,00 200 8,00 1.600,00 
150 6,00 900,00 
700 5,00 3.500,00 
08/12/10 500 5,00 2.500,00 200 8,00 1.600,00 
150 6,00 900,00 
200 5,00 1.000,00 
10/12/10 50 9,00 450,00 50 9,00 450,00 
200 8,00 1.600,00 
150 6,00 900,00 
200 5,00 1.000,00 
15/12/10 200 5,00 1.000,00 50 9,00 450,00 
200 8,00 1.600,00 
150 6,00 900,00 
20/12/10 100 7,00 700,00 100 7,00 700,00 
50 9,00 450,00 
200 8,00 1.600,00 
150 6,00 900,00 
17
26/12/10 150 6,00 900,00 100 7,00 700,00 
100 8,00 800,00 50 9,00 450,00 
 100 8,00 800,00 
28/12/10 150 5,00 750,00 150 5,00 750,00 
100 7,00 700,00 
50 9,00 450,00 
100 8,00 800,00 
31/12/10 100 8,00 800,00 150 5,00 750,00 
100 7,00 700,00 
50 9,00 450,00 
SOMAS 650 4.400,00 1.350 7.500,00 300 1.900,00
Como se observa na movimentação acima, os estoques finais pelo método PEPS foram de R$ 1.900,00 
(se fosse pelo custo médio o estoque final seria de R$ 1.709,09).
3. Custo arbitrado de Mercadorias e Matérias Primas
A empresa poderá também avaliar o estoque pelo custo arbitrado, no qual as mercadorias serão 
avaliadas em 70% do maior preço de vendas desse produto no período-base (art. 295 e 296 RIR/99), 
não sendo permitida a exclusão do ICMS. 
Exemplo:
Valor do maior preço de venda – conforme nota fiscal - R$ 88,00, por unidade.
Em 31.12.10, fez-se o inventário e constatou-se a existência de 780 unidades desse produto.
Cálculo:
 88,00 x 70% = R$ 62,000
Avaliação do estoque: 780 unid. x 62 = R$ 48.360,00
b2) AVALIAÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
1. Custo integrado e coordenado com o restante da escrituração contábil
Definição do custo de produção dos bens ou serviços vendidos constante no Regulamento do Imposto 
de Renda (art. 290 do RIR/99):
O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente:
I – o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou 
consumidos na produção, observado o disposto no artigo anterior;
II – o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das 
instalações de produção;
III – os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na 
produção;
IV – os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
V – os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a cinco por cento do custo total dos 
produtos vendidos no período de apuração anterior, poderá ser registrada diretamente como custo 
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 2º).
Nota: para fins contábeis, é necessário separar, por contas distintas, os respectivos gastos, a fim de 
determinar a composição dos custos de produção. A contabilização de gastos em contas de despesas 
18
operacionais, por exemplo, irá se refletir na composição dos custos dos produtos vendidos e dos 
estoques de produtos em elaboração e acabados.
A Matéria-Prima (MP), também chamada de Material Direto, representa todo o material incorporado 
ao produto que está sendo fabricado, inclusive a embalagem. Neste custo, computam-se o frete e o 
transporte, quando pagos pelo adquirente.
A Mão-de-Obra Direta (MO) é representada pelos salários devidos ao pessoal que trabalha diretamente 
no produto.
Os Gastos Gerais de Fabricação (GCF), também denominados de Despesas Indiretas de Fabricação, 
representam todos os custos relacionados com a produção, necessários à fabricação, porém, não 
identificáveis diretamente com a unidade produzida. Como exemplo, podemos citar os materiais 
indiretos, a mão de obra de supervisão, aluguéis e arrendamento mercantil dos bens de produção, o 
seguro do estabelecimento industrial, as depreciações das máquinas industriais, energia elétrica, 
manutenção dos bens, vigilância, limpeza, etc.
Uma equação bastante simples que visualiza o custo de produção unitário, poderia ser assim obtida:
Custo unitário de produção = (MP + MO + GGF) : número de unidades produzidas
Evidentemente que, para situações reais, haverá necessidade de cálculos e rateios relativos ás linhas de 
produção e aos diversos produtos fabricados, acrescido dos estoques em elaboração anteriores e 
descontados os estoques em elaboração atual, etc
O art. 294, do RIR/99, dispõe que os produtos em fabricação e acabados serão avaliados pelo custo de 
produção, sendo observado o seguinte:
 
O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante 
da escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques de produtos em 
fabricação e acabados.
Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração 
aquele: 
I – apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-obra direta, custos 
gerais de fabricação);
II – que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de matérias-primas 
e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;
III – apoiado em livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou mapas de apropriação ou rateio, tidos 
em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da escrituração principal;
IV – que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período de apropriação de 
resultados segundo os custos efetivamente incorridos.
Depois de apurado o Custo integrado e coordenado com o restante da escrituração contábil, para fins 
de avaliação e movimentação de estoque poderá ser adotado o Custo Médio ou o PEPS.
2. Custo Padrão
O custo-padrão é um custo pré-atribuído, tomado como base para o registro da produção antes da 
determinação do custo efetivo. 
19
Algumas características essenciais do método de custeio padrão são:
1. Pré-fixação de seu valor, com base no histórico ou em metas a serem perseguidas pela empresa;
2. Pode ser utilizado pela contabilidade, desde que se ajuste, periodicamente, suas variações para 
acompanhar seu valor efetivo real (pelo método do custo por absorção).
3. Permite maior facilidade de apuração de balancetes, sendo muito utilizado nas empresas que 
precisam grande agilidade de dados contábeis.
O item 37 da NPC 2 – Pronunciamento do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - 
IBRACON nº 2 de 30/04/1999, admite o custo-padrão, desde que ajustado periodicamente, nos 
seguintes termos:
“Custos-padrão são também aceitáveis se revisados e reajustados periodicamente, sempre que 
ocorrerem alterações significativas nos custos dos materiais, dos salários, ou no próprio processo de 
fabricação, de forma a refletir as condiçõescorrentes. Na data do balanço, o custo-padrão deve ser 
ajustado ao real.”
Também o Parecer Normativo CST nº 6/79, exige que se faça o ajuste periódico na contabilidade entre 
o método de custeio padrão e custeio integral, como descrito no item 3.5:
“3.5. No caso em que a empresa apure custos com base em padrões pré-estabelecidos (custo-padrão), 
como instrumento de controle de gestão, deverá cuidar no sentido de que o padrão incorpore todos os 
elementos constitutivos atrás referidos, e que a avaliação final dos estoques (imputações dos padrões 
mais ou menos as variações de custos) não discrepe da que seria obtida com o emprego do custo real. 
Particularmente, a distribuição das variações entre os produtos (em processo e acabados) em estoque e 
o custo dos produtos vendidos deve ser feito a intervalos não superiores a três meses ou em 
intervalo de maior duração, desde que não expedido qualquer um dos prazos seguintes: (1) o exercício 
social; (2) o ciclo usual de produção, entendido como tal o tempo normalmente despendido no 
processo industrial do produto avaliado. Essas variações, aliás, haverão que ser identificadas a nível de 
item final de estoque, para permitir verificação do critério de neutralidade do sistema adotado de 
custos sobre a valoração dos inventários.”
Exemplo: cálculo do Custo Padrão:
Produto: Placa de concreto pré-fabricado 1,5m x 2,0m
Materiais Quant. Unid.
 Custo
Unitário Custo
cimento 0,5 sc 18,00 9,00
areia 0,2 m3 7,00 1,40
ferro 4,2mm 1,0 barra 10,00 10,00
ferro 6,0 mm 1,0 barra 20,00 20,00
pedra 0,2 m3 7,00 1,40
Subtotal 41,80
 
Mão -de Obra direta 
horas/homem 2 horas 4,50 9,00
Subtotal 9,00
 
Gastos Gerais rateio
Energia Elétrica 3 rateio 1 3,00
Água 2 rateio 1 2,00
20
Depreciação 4 rateio 1 4,00
Manutenção 5 rateio 1 5,00
outros 7 rateio 1 7,00
Subtotal 21,00
 
Total Custo Padrão de Fabricação 71,80
Os cálculos deverão ser feitos, no caso da fabricação de pré-moldados, pelo Engenheiro Civil, 
demonstrados em forma de laudos (planilhas demonstrativas), assinados e revisados trimestralmente. 
Atualmente não haverá significativa modificação de um trimestre para o outro, podendo ser feita nova 
avaliação no máximo a cada término de exercício social, conforme item 3.5, do Parecer Normativo 
CST nº 6/79.
Depois de apurado o Custo Padrão, para fins de avaliação e movimentação do estoque poderá ser 
adotado o Custo Médio ou o PEPS.
3. Custo arbitrado
Conforme artigo 296, do RIR/99, se a escrituração do contribuinte não satisfizer às condições dos §§ 
1º e 2º do art. 294, os estoques deverão ser avaliados:
Os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas 
no período de apuração, ou em oitenta por cento do valor dos produtos acabados, determinado de 
acordo com o inciso II;
Os dos produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no período de apuração.
Para aplicação do disposto no inciso II, o valor dos produtos acabados deverá ser determinado 
tomando por base o preço de venda, sem exclusão de qualquer parcela a título de Imposto sobre 
Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações – ICMS.
O disposto neste artigo deverá ser reconhecido na escrituração comercial.
Exemplo:
A Placa de concreto pré-fabricado 1,5m x 2,0m é vendida por R$ 150,00 a unidade, estando inserido 
nesse preço 10% do IPI, no valor de R$ 15,00. O cálculo do estoque pelo arbitramento do custo será:
Valor do preço de venda 150,00
(-)IPI 15,00
Base de cálculo 135,00
Percentual de arbitramento 70%
Valor do custo arbitrado 94,50
Observação: somente o IPI será deduzido do preço praticado do produto. Os demais impostos, como o 
ICMS, serão mantidos na base de cálculo do custo arbitrado.
Os materiais em processamento (também chamados de “produtos em elaboração”) serão avaliados por 
uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-base, ou em 80% do valor 
dos produtos acabados (o que equivale dizer a 56% do maior preço de venda).
21
Exemplo:
Produto em elaboração
Valor do preço de venda 150,00
(-)IPI 15,00
Base de cálculo 135,00
Percentual de arbitramento 70%
Valor do custo arbitrado 94,50
Percentual do arbitramento
Produto em elaboração 80%
Valor custo arbitrado 75,60
O produto em elaboração equivale dizer 80% do valor do produto elaborado ou 56 % do preço de 
venda do produto. (R$ 135,00 x 56% = 75,60).
c) VALORIZAÇÃO DOS ESTOQUES EM ELABORAÇÃO
A legislação do Imposto de Renda permite, para as empresas que não mantém custos integrados á 
contabilidade, que se opte pela valoração dos estoques de produtos em elaboração por um das 
seguintes critérios (art. 296, inciso I do Regulamento do IR):
1. 56% do maior preço de venda do produto final, no período.
2. Uma vez e meia o maior custo das matérias primas incorporadas ao produto semi-elaborado.
Normalmente, o critério 2 é significativamente inferior ao critério 1, resultando num menor IRPJ e 
CSL a pagar.
Exemplo:
Um produto com valor de venda R$ 150,00, cujo estoque em elaboração, é de 1.500 unidades. O maior 
custo das matérias primas empregadas, por unidade, na fase de elaboração, é de R$ 20,00.
Método 1 de valoração: R$ 150,00 x 56% x 1.500 unidades = R$ 126.000,00
Método 2 de valoração: R$ 20,00 x 1,5 x 1.500 unidades = R$ 45.000,00
Diferença = R$ 126.000 - R$ 45.000,00 = R$ 81.000,00
Diferença de IRPJ e CSL = R$ 81.000,00 x até 34% = R$ 27.540,00 
Contabilidade:
O Contabilista deverá verificar qual é o critério de avaliação de estoques mais adequado para cada 
empresa, lembrando que os estoques constantes no final de cada exercício devem estar de acordo com 
o Registro de Inventário de Estoque, devendo ser procedidos ajustes no caso de divergências.
d) CONTABILIZAÇÃO DE ESTOQUES PELO CUSTO POR ABSORÇÃO
Muitas empresas industriais, por comodidade ou por desconhecimento, avaliam seus estoques de 
produtos acabados e em elaboração segundo os critérios estabelecidos no artigo 296 do Regulamento 
do Imposto de Renda (70% do maior preço de venda, para os produtos acabados, e 56% do maior 
preço de venda ou 1,5 vezes o custo da matéria prima empregadas, para os produtos em elaboração). 
Este critério eleva sensivelmente o valor final dos estoques, reduzindo o custo, e por decorrência, 
aumentando o lucro tributável, para fins de apuração do Lucro Real (IRPJ e CSL).
22
Mas de acordo com o artigo 294 do RIR/99 e o PN CST 6/79, nas empresas que exploram atividade 
industrial, o valor dos estoques, para o contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo 
integrado e coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados, determinado 
com observância do método conhecido como custeio por absorção (também chamado de custeio pleno 
ou integral).
O custo de produção deve compreender, além da matéria-prima e da mão-de-obra direta empregada 
(custos diretos), também os chamados gastos gerais de fabricação (custos indiretos).
O art. 290 do RIR/99 relaciona os seguintes componentes que devem integrar obrigatoriamente o custo 
dos produtos:
a) custo de aquisição de matérias-primas empregadas e de quaisquer outros bens ou serviços aplicados 
ou consumidos na produção.
b) custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das 
instalações de produção;
c) custos de locação, manutenção e reparo e encargos de depreciação dos bens aplicados na produção;
d) encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
e) encargos de exaustão dos recursos naturais empregados na produção.
O Contabilista deverá verificar qual é o critério de avaliação de estoques mais adequadopara cada 
empresa, lembrando que os estoques constantes no final de cada exercício devem estar de acordo com 
o Registro de Inventário de Estoque, devendo ser procedidos ajustes no caso de divergências.
e) CONTABILIZAÇÃO DE BENS DE CONSUMO EVENTUAL
A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a 5% do custo total dos produtos 
vendidos no exercício social anterior, poderá ser registrada diretamente como custo (parágrafo único 
do art. 290 do Regulamento do IR).
Como regra geral, toda a matéria-prima em estoque, no final do período, deveria ser inventariada e 
mantida em conta do Ativo. Porém, com relação aos materiais de consumo esporádico cujo valor não 
tenha sido superior a 5% do custo total dos produtos vendidos no exercício social anterior, as eventuais 
sobras não necessitam ser inventariadas, podendo ser levadas integralmente para custos. Desta forma, 
economiza-se IRPJ e CSL devidos sobre o Lucro Real.
Contabilidade:
Estando dentro do critério citado, esses bens de consumos não são inventariados, sendo contabilizados 
diretamente nas contas de resultado:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
30/11/10 Custos /Despesas Vlr nf. Fornecedor X ref aquisição 
materiais div. 4.500,00
30/11/10 Fornecedores Vlr nf. Fornecedor X 4.500,00
f) ESTOQUE EM CONSIGNAÇÃO
Verificar se a empresa não está contabilizando na conta de estoque os estoques em de terceiros 
recebidos em consignação, os quais deveriam ser contabilizados em contas de compensação. Essa 
análise deve ser feita no sentido e aumentar o custo das mercadorias vendidas.
23
Contabilidade:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
30/11/10 Contas de Compensação 
Ativas – Estoque de 
Terceiros
Vlr nf. Fornecedor Y – mercadorias em 
consignação 100.000,00
30/11/10 Contas de compensação 
Passivas – Estoque de 
Terceiros
Vlr nf. Fornecedor Y – mercadorias 
recebidas em consignação 100.000,00
g) APURAÇÃO DO CUSTO
A empresa pode estar utilizando na apuração do custo de seus produtos despesas que devem ser 
contabilizadas diretamente nas contas de resultado, não devendo ser ativadas, tais como: salários, 
energia elétrica, água e outras despesas relacionadas com a administração da empresa, bem como 
despesas comerciais e financeiras as quais não integram o custo. Neste caso deve ser feita uma análise 
nas contas e nos critérios de rateio que compõem o custo.
h) PROVISÃO PARA PERDA DE ESTOQUES DE LIVROS 
A Lei 10.753/2003, em seus artigos 8 e 9, alterado pela Lei 10.833/2003, permite às pessoas jurídicas e 
as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto sobre a renda que exerçam as atividades de 
editor, distribuidor e de livreiro. A constituição de provisão para perda de estoques, calculada no último 
dia de cada período de apuração do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro 
líquido (CSLL), correspondente a 1/3 (um terço) do valor do estoque existente naquela data.
Referida provisão foi normatizada pela IN SRF 412/2004.
Dedutibilidade
A partir de 31.10.2003 (data da publicação da Lei 10.753/2003 no DOU), a provisão referida será 
dedutível para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o 
lucro líquido.
Conceitos
Para efeito da regulamentação, é considerado:
I - editor: a pessoa jurídica que adquire o direito de reprodução de livros, dando a eles tratamento 
adequado à leitura;
II - distribuidor: a pessoa jurídica que opera no ramo de compra e venda de livros por atacado;
III - livreiro: a pessoa jurídica que se dedica à venda de livros.
Registros contábeis
Os registros contábeis relativos à constituição da provisão para perda de estoques, à reversão dessa 
provisão, à perda efetiva do estoque e a sua recuperação serão efetuados conforme a seguir:
I – a constituição da provisão será efetuada a débito da conta de resultado e a crédito da conta redutora 
do estoque;
II – a reversão da provisão será efetuada a débito da conta redutora do estoque, a que se refere o item I, 
e a crédito da conta de resultado;
III – a perda efetiva será efetuada a débito da conta redutora do estoque, até o seu valor, e o excesso, a 
24
débito da conta de resultado – custos ou despesas - e a crédito da conta de estoque;
IV – a recuperação das perdas que tenham impactado o resultado tributável, a débito da conta 
patrimonial e a crédito da conta de resultado.
Lançamentos contábeis
1) Pela constituição da provisão:
D - PROVISÃO PARA PERDAS - ESTOQUES (Conta de Resultado)
C - PROVISÃO PARA PERDAS - LIVROS (Conta Redutora de Estoques - Ativo Circulante)
2) Pela reversão da provisão constituída:
D - PROVISÃO PARA PERDAS - LIVROS (Conta Redutora de Estoques - Ativo Circulante)
C - PROVISÃO PARA PERDAS - ESTOQUES (Conta de Resultado)
3) Pela perda efetivada (até o limite da provisão constituída):
D - PROVISÃO PARA PERDAS - LIVROS (Conta Redutora de Estoques - Ativo Circulante)
C - ESTOQUES DE LIVROS (Ativo Circulante)
4) Pela perda efetivada (acima do valor da provisão constituída):
D - PERDAS DE LIVROS (Conta de Resultado)
C - ESTOQUES DE LIVROS (Ativo Circulante)
5) Pela recuperação das perdas já lançadas anteriormente no resultado:
D - ESTOQUES DE LIVROS (Ativo Circulante)
C - RECUPERAÇÃO DE PERDAS DE LIVROS (Conta de Resultado)
9. CRÉDITOS REALIZÁVEIS
a) DEPÓSITOS JUDICIAIS E OUTROS CRÉDITOS REALIZÁVEIS
Pela convenção do conservadorismo (ou da prudência) as contingências ativas ou os ganhos 
contingentes não devem ser registrados. Somente quando estiver efetivamente assegurada a sua 
obtenção ou recuperação é que devem ser reconhecidos. Contingência é uma condição ou situação cujo 
resultado final, favorável ou desfavorável, somente será confirmado caso ocorram, ou não ocorram, 
um ou mais eventos futuros incertos (Resolução CFC 750-93).
Para fins tributários, esta mesma situação viabiliza que as receitas futuras que dependem de resultado 
incerto somente venham a ser reconhecidas por ocasião de sua efetiva disponibilização econômica ou 
jurídica (art. 43 do CTN). Como exemplo, citamos:
Obtenção de juros sobre depósitos judiciais em garantia de instância, enquanto não definitiva a lide em 
favor do depositante os valores não deverão ser contabilizados como receita, evitando assim, o 
recolhimento do PIS, COFINS, IRPJ e CSSL.
b) CONTABILIZAÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS
Até 31.12.2007, o art. 182, § 1º, alínea d, da Lei 6.404/1976 (Lei das S/A) definia que eram 
classificadas como reservas de capital as contas que registrassem as doações e as subvenções para 
investimento. Portanto estes valores não integrarão resultado do exercício. 
A partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, tal contabilização estará prejudicada, não sendo 
mais admissível da forma apresentada a seguir.
25
Assim, por exemplo, um incentivo na área do ISS, originado de implantação de programa de geração 
de empregos, em que haja redução da base de cálculo do imposto em decorrência do programa de 
investimento, aprovado pela Prefeitura Municipal que concedeu o beneficio, era contabilizado da 
seguinte maneira:
D. ISS a Pagar - Passivo Circulante
C. Reserva de Incentivos Fiscais - Patrimônio Líquido
Histórico: pela formação de Reserva de Incentivo ISS n/mês, conforme Lei Municipal número ....... e 
projeto específico aprovado em ..../..../.....
Os efeitos tributários desta contabilização podiam permitir um ganho de até 34% em tributos (até 25% 
de IRPJ e 9% de CSL – considerando-se uma empresa optante pelo Lucro Real), além do PIS e 
COFINS sobre receita. Assim, um incentivo que gere, anualmente, uma redução de ISS de R$ 
100.000,00 poderia permitir uma economia fiscal (adicional ao incentivo) de até R$34.000,00.
c) BAIXA DE ATIVOS FICTÍCIOS
Muitas empresas detêm, em sua contabilidade, contas que geram despesas tributárias.
Uma das mais conhecidas são os "empréstimos compulsórios" de combustíveis, que mensalmente 
geram receita financeira (variação monetária e juros) de sua atualização. Uma receita/ano de R$ 
10.000,00 pode ter um custo tributário de até R$ 3.865,00/ano (IRPJ, CSL, PIS de 1,65% a partir de 
01.12.2002 e COFINS) – considerando-se uma empresa tributada pelo lucro real.
Muitas destas contas são heranças de balanços anteriores. A maioria delas não tem respaldo 
(documentação) contábil. Provavelmente mais de 90% das empresas que tem saldo na conta 
"compulsório sobre combustíveis" (oriunda dos idos anos 1986), não mantém mais a documentação 
(notas fiscais de aquisição) para comprovar o reembolso da quantia devida.
Nesta hipótese, é cabível a baixa, por inexistência de documentação suporte. Inexistindo o ativo, 
inexiste a receita financeira, e também o custo tributário. Recomenda-se documentar a baixa com 
laudo de perito contábil, indicando a inexistência da documentação pertinente. 
Contabilidade:
Data Conta Contábil Histórico Débito Crédito
30/12/10 Lucros/Prejuízos 
Acumulados- Patrimônio 
Líquido
Vlr baixa empréstimo compulsório por 
inexistência do referido ativo conforme 
Laudo 45.000,00
30/12/10 Empréstimos 
compulsórios - Ativo 
Realizável Longo Prazo
Vlr baixa empréstimo compulsório por 
inexistência do referido ativo conforme 
Laudo 45.000,00
d) EMPRÉSTIMOS DE MÚTUOS - IRRF
Os empréstimos de mútuos entre a empresa e seus sócios devem estar suportados por contrato. A 
empresa poderá ser questionada pelo fisco, devido ao fato de que a operação não está acobertada por 
documento hábil e que, se a empresa não efetua a cobrança de encargos sobre os empréstimos, os 
referidos valores deverão ser considerados na base de cálculo do imposto de renda, mensalmente, 
adicionados ao pró-labore pago no mês, conforme item 14.2.2, da IN SRF 49/1989.
26
Nos empréstimos de dinheiro entre pessoas jurídicas ou entre uma pessoa jurídica e uma pessoa física, 
desde que a mutuária (aquela que toma o dinheiro emprestado) seja pessoa jurídica, a totalidade dos 
rendimentos auferidos, a qualquer título está sujeita à tributação na fonte, nos seguintes moldes (art. 3º 
da IN SRF nº 487/04):
a) 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em operações com prazo de até 180 (cento e 
oitenta) dias;
b) 20% (vinte por cento), em operações com prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 
(trezentos e sessenta) dias;
c) 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em operações com prazo de 361 (trezentos e 
sessenta e um dias) até 720 (setecentos e vinte) dias;
d) 15% (quinze por cento), em operações com prazo acima de 720 (setecentos e vinte) dias.
A base de cálculo do imposto é a diferença positiva entre o valor emprestado e o valor da liquidação do 
mútuo.
Aplicam-se as normas referentes aos rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa, inclusive 
quanto ao informe a ser fornecido pela pessoa jurídica. (Art. 730, 731 RIR/99)
RESPONSÁVEL PELA RETENÇÃO
O responsável pela retenção e o recolhimento do imposto é a pessoa jurídica; inclusive se optante pelo 
SIMPLES:
a) mutuante (aquela que empresta), quando o mutuário for pessoa física;
b) mutuária (aquela que toma emprestado), nos demais casos.
TRATAMENTO DO IMPOSTO RETIDO
Pessoa Física, Pessoa Jurídica Optante pelo Simples, Isenta e Instituição de Educação ou de 
Assistência Social: a tributação na fonte é definitiva, ou seja, na Declaração de Ajuste o rendimento 
não será computado como tributável e o imposto retido não compensável.
Pessoa Jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado: os rendimentos integrarão o 
lucro real, o lucro presumido ou o lucro arbitrado. O imposto retido será deduzido do apurado no 
encerramento do período de apuração, trimestral ou anual.
Base: RIR/99: artigos 770, §§ 2º e 3º; e 773.
 
e) IOF SOBRE EMPRÉSTIMOS DE MÚTUOS 
1) Mútuos de pessoa jurídica à pessoa física
Sobre essa modalidade de operação há a incidência do IOF, conforme determina a Lei 9.779/99. 
A alíquota até 03.01.2008 era de 0,0041% ao dia para mutuários pessoa física ou jurídica, mas a partir 
de 04.01.2008 (data fixada pelo ADI 24/2008), com a edição do Decreto 6.339/2008, a alíquota passou 
a ser de 0,0082% ao dia para mutuários pessoas físicas e foi mantida em 0,0041% ao dia para 
quando o tomador do crédito for uma pessoa jurídica.
É responsável pela cobrança do IOF e pelo devido recolhimento aos cofres públicos a pessoa jurídica 
que conceder o crédito, nas operações correspondentes a mútuo de recursos financeiros.
Base: Art. 2º, 3º, 5º e 7º do Decreto 6.306/2007.
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2) Mútuos de pessoa jurídica para pessoa jurídica
Sobre os empréstimos para pessoas jurídicas, ficou estipulada a alíquota de 0,0041% ao dia, 
(aproximadamente 1,5% ao ano de tributação de IOF).
É responsável pela cobrança do IOF e pelo devido recolhimento aos cofres públicos a pessoa jurídica 
que conceder o crédito, nas operações correspondentes a mútuo de recursos financeiros.
Base: Art. 2º, 3º, 5º e 7º do Decreto 6.306/2007.
3) Mútuos de pessoa física para pessoa jurídica
Quando os empréstimos são efetuados por pessoas físicas para pessoas jurídicas não há a incidência de 
IOF, por falta de previsão legal. Por exemplo, quando o sócio empresta dinheiro para a empresa - não 
incide IOF sobre a operação.
4) Observações sobre o cálculo do IOF
Conforme Ato Declaratório SRF nº 07 de 1999, observar o seguinte:
1. No caso de mútuo entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física, sem prazo, 
realizado por meio de conta-corrente, o IOF, devido nos termos do art. 13 da Lei 9.779/1999:
a) incide somente em relação aos recursos entregues ou colocados à disposição do mutuário a partir de 
1º de janeiro de 1999;
b) será calculado e cobrado no primeiro dia útil do mês subsequente àquele a que se referir, 
relativamente a cada valor entregue ou colocado à disposição do mutuário durante o mês;
c) os encargos debitados ao mutuário serão computados na base de cálculo do IOF a partir do dia 
subsequente ao término do período a que se referirem.
2. No caso de mútuo entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física, com prazo de 
pagamento e taxa de juros definidos, o IOF devido nos termos do art. 13 da Lei 9.779/1999 será 
calculado e cobrado na data da entrega ou da colocação dos recursos à disposição do mutuário, 
ocorrida a partir de 1º de janeiro de 1999.
10. ATIVO PERMANENTE
10.1 ATIVO IMOBILIZADO
a) TAXAS DE DEPRECIAÇÃO E CONSIDERAÇÕES GERAIS:
- Conciliar a conta do Ativo Imobilizado, no sentido de verificar se as contas contábeis estão de acordo 
com o Relatório de Controle do Ativo Imobilizado;
- Conciliar a conta de vendas do ativo imobilizado, verificando se foram baixados o valor contábil 
corrigido e a depreciação acumulada dos bens vendidos no ano;
- Analisar o razão contábil de todo o ano, objetivando identificar lançamentos que chamam a atenção e 
certificar-se quanto a existência ou não do mesmo;
- O Contabilista deverá conferir as taxas de depreciação utilizadas que constam no sistema de controle 
do Ativo Imobilizado ou planilhas alternativas do cálculo da depreciação acumulada, verificando se as 
mesmas estão em conformidade com a IN SRF 162/1998 e IN SRF 130/1999. O RIR/99 trata das 
depreciações nos seus artigos 305 a 323. Em muitos casos, utiliza-se uma taxa menor que a legislação 
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permite, pagando-se mais tributos. Exemplo: normalmente utiliza-se a taxa de 20% ao ano para 
caminhões, no entanto a taxa de depreciação

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