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A responsabilidade civil nas relações de consumo

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27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 1/13
A responsabilidade civil nas relações de
consumo
MÓDULO II - A RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE
CONSUMO
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Introdução ao Direito do Consumidor (parceria ILB/ANATEL) - Turma 01 A
Livro: A responsabilidade civil nas relações de consumo
Impresso por: Nariene Pimentel
Data: domingo, 27 Mar 2016, 21:18
Sumário
Módulo II - A Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo
Unidade 1 - A responsabilidade pelo fato do produto e do serviço
Pág. 2 - Fato e vício
Pág. 3 - Exemplos
Pág. 4
Pág. 5
Pág. 6 - Profissionais liberais
Síntese
Unidade 2 - A nova disciplina do vício
Pág. 2 - Vício
Pág. 3 - Tipos de vícios
Pág. 4
Síntese
Unidade 3 - As responsabilidades subsidiária do comerciante e solidária do fornecedor
Pág. 2
Pág. 3
Pág. 4
Síntese
Unidade 4 - Excludentes de Responsabilidade Civil
Pág. 2 - Exclusão da responsabilidade do fornecedor
Síntese
Exercícios de Fixação - Módulo II
Módulo II - A Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo
27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 2/13
 
­ Identificar os tipos de responsabilidades civis nas
relações de consumo e suas principais diferenças;
­ conceituar e diferenciar "fato" de "vício" do produto e
do serviço;
­ identificar a figura dos responsáveis pelo fato e pelo
vício do produto e do serviço, entendendo os seus
alcances;
­ reconhecer as hipóteses de exclusão da
responsabilidade civil nas relações de consumo.
  
Unidade 1 - A responsabilidade pelo fato do produto e do serviço
.
 
 
Como  vimos  no  módulo  anterior,  foi  na  Constituição  de  1988  que  a  defesa  do  consumidor  passou  a  ser  considerado  um  direito
fundamental e um princípio geral da ordem econômica.
 
Com o zelo de não permitir qualquer descuido infraconstitucional, foi elaborado o código de defesa do consumidor (CDC), que prevê
duas espécies de responsabilidade civil nas relações de consumo, vejamos:
 
a primeira, pelo fato do produto ou serviço, com regramento previsto nos arts. 12 a 17;
e a segunda, pelo vício do produto ou serviço, com previsão legal nos arts. 18 a 25.
 
Antes  de  estabelecer  as  principais  diferenças  entre  as  modalidades  de  responsabilidades,  vejamos  o  que  o  CDC  versa  sobre  a
matéria:
 
 
“Art.  12.  O  fabricante,  o  produtor,  o  construtor,  nacional  ou  estrangeiro,  e  o  importador  respondem,
independentemente  da  existência  de  culpa,  pela  reparação  dos  danos  causados  aos  consumidores  por  defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento
de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.”
 
Pág. 2 - Fato e vício
 
Vamos entender primeiramente o que caracteriza o fato
 
Fato significa ocorrência, acontecimento, evento. O CDC fala em fato acompanhado de defeito; é, portanto, o fato que apresenta um
defeito causador de um dano.
 
 
Como diferenciar “fato” de “vício”?
27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 3/13
 
No vício, o problema encontrado no produto ou no serviço  frustra o consumidor  tão somente pelo erro encontrado neles próprios,
acarretando  o mau  ou  impossível  funcionamento.  No  fato  do  produto  ou  do  serviço,  por  outro  lado,  este  “erro”  é  externalizado,
saindo do domínio do produto ou serviço para atingir a esfera particular do consumidor,  causando­lhe um dano material,  físico ou
moral.
 
Sérgio Cavalieri Filho (2011, p. 208) define que:
 
“A palavra­chave neste ponto é o defeito. Ambos decorrem de um defeito do produto ou do serviço só que no fato do produto
ou do serviço o defeito é tão grave que provoca um acidente que atinge o consumidor, causando­lhe dano material ou moral.
O defeito compromete a segurança do produto ou serviço. Vício, por sua vez, é defeito menos grave, circunscrito ao produto
ou  serviço  em  si;  um  defeito  que  lhe  é  inerente  ou  intrínseco,  que  apenas  causa  o  seu  mau  funcionamento  ou  não
funcionamento”.
 
Pág. 3 - Exemplos
 
Fato x Vício
 
 
 
 
 
Observe a foto ao lado ­ um carro que esquenta demais e pega fogo.  
 
Trata­se de vício ou de fato? 
 
 
Vejamos  como  é  fácil  identificar  quando  se  lida  com  o  vício  e  quando  é  o  fato  que  atinge  o  consumidor,  por meio  dos  seguintes
exemplos: 
1. O seu refrigerador parou de gelar
Vício: Foi inserido pouco gás refrigerante no refrigerador de ar, que, por isso, para de gelar.
Fato: Ao invés do gás refrigerante normal, foi colocado um gás letal no refrigerador de ar, intoxicando as pessoas que ali estavam.
 
2. Um cosmético que promete eliminar rugas
Vício: Simplesmente não faz qualquer efeito.
Fato: O cosmético que promete eliminar rugas causa dilacerações na pele.
 
3. Um carro cujo motor esquenta demais
Vício: O motor do carro esquenta demais e para de funcionar.
Fato: O motor do carro esquenta demais e pega fogo.
 
4. Serviço de limpeza contratado
Vício: A empresa que deixa partes sujas.
Fato: O mesmo serviço de limpeza usa um produto que causa fortes náuseas nas pessoas que ali habitam.
 
 
Pág. 4
 
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http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 4/13
 
Estando clara a noção de fato, é hora de conhecer os possíveis responsáveis.
 
Nesse ponto, em vez de simplesmente imputar a responsabilidade aos fornecedores, quis o CDC restringir os personagens. Então, de
acordo com seu art. 12, são responsáveis pelo fato do produto e do serviço:
 
o fabricante ­ aquele que fabrica e coloca no mercado de consumo produtos industrializados;
o produtor ­ aquele que fabrica e coloca no mercado de consumo produtos não industrializados;
o  construtor,  nacional  ou  estrangeiro  ­  aquele  que  introduz  produtos  imobiliários  no  mercado  de  consumo,  através  de
fornecimento de bens ou serviços;
o importador ­ aquele que faz circular produto estrangeiro dentro do país.
Atenção
Logo se percebe a ausência do comerciante, contudo sua exclusão
não é absoluta, há exceção, conforme se verificará mais à frente.
 
Pág. 5
 
A responsabilidade pelo fato do produto ou serviço é objetiva e solidária:
 
Objetiva,  porque  independe  da  demonstração  de  culpa  (imprudência,  imperícia  ou  negligência)  do  responsável.  Basta,
portanto, a demonstração de que houve um dano, e o nexo causal entre este e o defeito no produto ou serviço que o gerou.
Assim,  a  simples  colocação  no mercado  de  determinado  produto,  ou  prestação  de  serviço,  ao  consumidor,  já  é  suficiente
para ensejar a responsabilização.
Solidária, uma vez que havendo mais de um responsável pela colocação do produto, ou serviço, defeituoso à disposição dos
consumidores, todos podem ser demandados, e a responsabilidade de um não exclui a do outro.
 
Em todos os casos, concorre solidariamente o fabricante da peça ou do componente do produto fabricado, produzido, construído ou
importado, assunto a ser abordado mais detalhadamente na Unidade 3.
 
Ver jurisprudência: Fato do produto e do serviço
Pág. 6 - Profissionais liberais
 
Haveria alguma diferença no entendimento das responsabilidades dos profissionais liberais?
 
“Art. 14 (...)
 
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.”27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 5/13
O CDC incluiu a possibilidade de responsabilização dos profissionais  liberais (médicos, advogados, dentistas etc.), conforme o § 4º
do  art.  14,  acima  descrito.  Entretanto,  nesse  caso  em  particular,  há  uma  quebra  da  regra  da  objetividade  e,  assim,  sua
responsabilização  será  verificada  mediante  verificação  de  culpa.  Em  outras  palavras,  não  basta  o  dano  e  o  nexo  causal  com  o
defeito no serviço do profissional  liberal: há que se verificar a existência de negligência,  imperícia ou  imprudência do profissional,
com o fim de responsabilizá­lo pessoalmente.
 
Veja jurisprudência: Profissionais Liberais
 
.
Há, na doutrina, quem defenda que o termo “fato” do produto e do serviço não sinônimo
de acidente de consumo e que, portanto, assim não deveria ser tratado, como define
Rizzato Nunes (2011, p.317), quando afirma que “Diga­se, de qualquer maneira, que se
tem usado tanto “fato” do produto e do serviço, quanto “acidente de consumo”, para
definir o defeito. Porém, o mais adequado é guardar a expressão “acidente de consumo”
para as hipóteses em que tenha ocorrido mesmo um acidente: queda de avião, batida do
veículo por falha do freio, quebra da roda gigante no parque de diversões, etc., e deixar
fato ou defeito para as demais ocorrências danosas.”
   
 
 
Síntese
Síntese
Vimos nesta unidade que fato do produto pode ser explicado  pelo
"erro" apresentado no produto ou no serviço, que extrapola o simples
problema de funcionamento, causando ao consumidor um dano
material, físico ou moral. Certamente, agora você já está apto a
identificar os possíveis responsáveis, de acordo com a norma legal
vigente.
  
Seguiremos buscando compreender a nova disciplina do vício. Bons estudos!
27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 6/13
Ver jurisprudência: Fato do produto e do serviço
 
 
Unidade 2 - A nova disciplina do vício
Vamos relembrar. 
Na unidade anterior, vimos que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) prevê duas espécies de responsabilidade civil nas relações
de consumo:
 
­ a primeira, pelo fato do produto ou serviço; e
 
­ a segunda, pelo vício do produto ou serviço, com previsão legal nos arts. 18 a 25, que veremos a seguir.
 
 
Então, analisemos o que o CDC versa sobre a matéria:
 
 
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de
qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o
valor,  assim  como  por  aqueles  decorrentes  da  disparidade,  com  as  indicações  constantes  do  recipiente,  da
embalagem,  rotulagem ou mensagem publicitária,  respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.”
 
 
Pág. 2 - Vício
 
 
O que é o vício do produto e serviço?
 
Quando falamos em vício do produto ou do serviço, estamos nos referindo a qualquer problema relacionado ao produto ou ao serviço
que, de alguma forma, prejudique sua funcionalidade e os tornem imperfeitos para o fim ao qual se destinam.
 
No  vício,  ao  contrário  do  que  vimos  em  relação  ao  fato,  a  falha  não  extrapola  a  esfera  do  produto  ou  serviço.  Não  atinge
pessoalmente  a  figura  do  consumidor,  de  forma  a  lhe  causar  um  dano  material,  físico  ou  moral.  É  a  falha  sem  acidentes  ou
consequências graves.
 
Pode­se dizer que o fato é um vício com algo a mais?
 
Sim, esse algo a mais seria o dano pessoal. Diz­se também que todo fato por origem é um vício, uma vez que para gerar o dano ao
consumidor, o produto ou serviço tem necessariamente que apresentar uma falha antecessora e causadora do dano. Já a recíproca,
obviamente, não é verdadeira.
 
Pág. 3 - Tipos de vícios
27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 7/13
Pág. 3 - Tipos de vícios
 
 
Quais são os tipos de vícios?
 
Além  dos  “vícios  ocultos”  previstos  no  Código  Civil  de  1916  pelos  chamados  “vícios  redibitórios”,  o  CDC  inovou  acrescentando  os
“vícios de qualidade” e “vícios de quantidade”, ainda que aparentes ou de fácil constatação, quando tornam os produtos  impróprios
ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhe diminuam o valor.
  
 
Acrescente­se, ainda, que o CDC facultou ao consumidor uma gama de possibilidades de
reparação mais abrangente que o Código Civil, incluindo a substituição do produto por
outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia
paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, o
abatimento proporcional do preço, a complementação do peso ou medida.
 
 
Pág. 4
 
 
Vejamos os seguintes tipos de vícios: 
 
1. Vícios redibitórios
 
Os vícios redibitórios são os defeitos ocultos da coisa, que fazem com que o negócio  jurídico de compra e venda não produza um
dos efeitos ao qual se destina, qual seja a perfeição do bem alienado.
 
Além da exigência de que o vício seja oculto, nos vícios redibitórios a coisa recebida deve originar­se de uma relação contratual e
possuir  defeito  grave  e  contemporâneo  à  celebração  do  contrato.  A  nova  disciplina  do  vício  derrubou  essas  amarras.  A
responsabilização  quanto  ao  vício,  como  previsto  no  CDC,  independe  de  um  contrato  entre  as  partes,  não  há  distinção  quanto  à
gravidade, e pode ocorrer antes, durante ou depois da realização do negócio.
 
Exemplos: comprar um cavalo manco ou estéril; alugar uma casa que tem muitas goteiras; receber em pagamento um carro
cujo motor aquece nas subidas.
 
 
2. Vícios de qualidade 
Apresentam­se nos produtos ou serviços com erros que diminuem as funções ou o valor que é normal se
esperar deles. A qualidade que se encontra é inferior à corretamente presumida pelo consumidor.
 
27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 8/13
Exemplos: televisão cujo som não funciona, carro com problemas de aquecimento, ferro de passar roupa
que esquenta pouco,  roupa descosturada, serviço de  limpeza mal executado, prazo de validade vencido
etc.
 
Ver jurisprudência: Vício de Qualidade
Síntese
 
 
3. Vícios de quantidade
 
Nos  produtos  ou  serviços  em  que  a  prestação  pode  ser  quantificada,  o  consumidor  recebe menos  do  que  o  que  lhe  foi  ofertado.
Decorrem  das  disparidades  com  as  indicações  constantes  do  recipiente,  embalagem,  rotulagem  ou  mensagem  publicitária,
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, que se dá quando a perda de certo conteúdo durante o processo distributivo
já é esperada como consequência natural do produto.
 
Ainda, produtos com peso ou, quando divisíveis, em número menor que o anunciado. Está diretamente ligado ao dever do fornecedor
de informar.
 
 
Exemplos: frango congelado cuja quantidade de água eleva o peso real do produto; vidro de mostarda de 200ml que só tem
150ml; caderno de 100 páginas com apenas 80; serviço de tevê por assinatura que retira canais de sua programação sem o
prévio aviso ao consumidor etc.
 
Ver jurisprudência: Vício de Quantidade
  
Síntese
Nesta unidade, vimos que vício do produto e do serviço pode ser
caracterizado por qualquer problema relacionado a eles que, de alguma
forma, prejudique sua funcionalidade e os tornem imperfeitos para o
fim ao qual se destinam.Ainda aqui, percebemos o alcance do Código
de Defesa do Consumidor, que permitiu ao consumidor uma gama de
possibilidades de reparação , mostrando­se bem mais abrangente e
27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=26358 9/13
pormenorizado que o Código Civil.
 
Unidade 3 - As responsabilidades subsidiária do comerciante e
solidária do fornecedor
 
 
 
 
Agora  que  já  identificamos  as  diferenças  entre  fato  e  vício  do  produto  e  do  serviço,  vamos  estudar  os  principais  conceitos  e  a
abrangência das responsabilidades dos agentes da relação de consumo.
 
Iniciaremos por conhecer as responsabilidades subsidiárias do comerciante.
 
Por  responsabilidade subsidiária, para efeito do estatuído no CDC, entenda­se aquela em que B passa a ser  responsável quando A
não pode ser  identificado.  Já na  responsabilidade solidária,  tanto A quanto B são  responsáveis, e é uma  faculdade do consumidor
escolher se vai demandar A, B ou ambos. Vejamos:
“Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
 
 I ­ o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
 
 II ­ o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
 
 III ­ não conservar adequadamente os produtos perecíveis.”
 
Pág. 2
Com  a  imputação  da  responsabilidade  subsidiária  do  comerciante,  o  CDC  previne  duas  situações  que  poderiam  gerar  falhas  no
processo de responsabilização pelo fato:
 
1. Com  a  retirada  do  comerciante  da  regra  de  responsabilização  porque  com  isso  evita­se  que  ele  pague  por  erro  que  não
cometeu. O que se quer nos casos em que a segurança do consumidor está sob risco é punir e educar aquele que de fato deu
causa para a ocorrência do dano.
2. Ao prever a  responsabilidade do comerciante nos casos em que os  responsáveis originários não puderem ser  identificados
com precisão. Nada mais  justo. Afinal, ao colocar o produto em circulação sabendo que o responsável pela sua fabricação,
construção, produção ou  importação não pode  ser  identificado  com clareza,  o  comerciante assume o  risco e atrai  para  si,
então, essa responsabilização. É como se o comerciante dissesse: “Ok, esse produto não é identificável, mas eu o garanto”.
27/03/2016 A responsabilidade civil nas relações de consumo
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Ver jurisprudência: Responsabilidade subsidiária do comerciante
Pág. 3
 
 
Vamos agora à responsabilidade solidária do fornecedor:
 
“Art.  18.  Os  fornecedores  de  produtos  de  consumo  duráveis  ou  não  duráveis  respondem  solidariamente  pelos
vícios de qualidade ou quantidade que os  tornem  impróprios ou  inadequados ao consumo a que se destinam ou  lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da
embalagem,  rotulagem ou mensagem publicitária,  respeitadas as variações decorrentes de  sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.” (Grifos nossos.)
 
O termo “solidariamente” que remete diretamente ao princípio da solidariedade, em que
mais de uma pessoa pode ser titular de um direito ou dever, está presente, no CDC, em
vários artigos além do acima citado, ao imputar responsabilidade comum àquelas pessoas
que contribuíram para a colocação, no mercado, de produto ou serviço defeituoso.
 
→ Consulte: CDC ­ arts. 7º, parágrafo único; 19; 25, §§ 1º e 2º; 28, § 3º; e, 34.  
 
Pág. 4
 
No vício do produto ou serviço, a solidariedade é a regra. Porém, há duas exceções. São elas:
 
1.       Produtos  in natura,  isto  é,  produtos  artesanais,  que  não  sofreram  processo  de  industrialização.  Nesse  caso,  quando  não
identificado claramente o seu produtor, o responsável será o fornecedor imediato. ­ Art. 18, § 5º do CDC. 
2.    Produtos pesados ou medidos na presença do consumidor utilizando instrumento (balança, trena etc.) não aferido segundo os
padrões oficiais. Igualmente, responsabilidade do fornecedor imediato. ­ Art. 19, § 2º do CDC.
 
Exemplo:
João compra um carro e ao dirigi­lo à noite percebe que os faróis subitamente se apagam e voltam a acender algum tempo depois.
João, nesse caso, pode demandar o  fabricante do carro, assim como aquele que  fornece a peça para o  fabricante e, ainda,  tendo
ocorrido somente o vício e não o fato, o comerciante que vendeu o carro para João. Caso seja impossível identificar o fabricante do
carro e o fornecedor da peça, João pode demandar o comerciante inclusive quando o defeito gerou um dano passível de configuração
do fato do produto, como já vimos na responsabilidade subsidiária do comerciante.
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Ver jurisprudência: Responsabilidade Solidária do Fornecedor
 
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Síntese
 
Síntese
Nesta unidade pudemos perceber a diferença entre a responsabilidade
subsidiária e a solidária. Exemplificando, à luz do CDC, a primeira é aquela
em que B passa a ser responsável quando A não pode ser identificado, e a
segunda, tanto A quanto B são responsáveis e é uma faculdade do
consumidor escolher se vai demandar A, B ou ambos.
Unidade 4 - Excludentes de Responsabilidade Civil
Entendendo a responsabilidade subsidiária do comerciante e a solidária do fornecedor, passaremos, agora, aos casos de exclusão da
responsabilidade do fornecedor, de acordo com o CDC.
 
Analise atentamente o caput do art. 12 do CDC e seu § 3º:
 
 
“Art.  12.  O  fabricante,  o  produtor,  o  construtor,  nacional  ou  estrangeiro,  e  o  importador  respondem,
independentemente  da  existência  de  culpa,  pela  reparação  dos  danos  causados  aos  consumidores  por  defeitos
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento
de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
(...)
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I ­ que não colocou o produto no mercado;
II ­ que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III ­ a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.”
 
 
Pág. 2 - Exclusão da responsabilidade do fornecedor
 
 
Como se percebe, são três as hipóteses de exclusão da responsabilidade do fornecedor:
 
1.   Quando provar que não colocou o produto no mercado: Naturalmente, estando o produto no mercado presume­se
que o fornecedor o colocou. Cabe, porém, a este, rebater essa presunção, quando puder demonstrar através de provas que
não  foi  o  responsável.  Tal  situação pode ocorrer quando, por exemplo, há produtos  falsificados em circulação ou quando o
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fornecedor foi vítima de furto ou roubo de produto ainda incompleto para ser colocado no mercado.
 
2.   Inexistência do defeito: Ainda que posto em circulação normal, o  fornecedor prova que na verdade não há defeito. Aqui,
sendo provado que o defeito  inexiste, o próprio  fato gerador da  responsabilidade é  fulminado. Trata­se do caso em que há
uma percepção equivocada por parte do  consumidor quanto ao defeito questionado. É o  caso, por exemplo, da pessoa que
pensa  ter  passado  mal  por  causa  da  ingestão  de  um  queijo,  quando  percebe  que  este  se  encontra  mofado.  Eis  que  o
fornecedor  demonstra  que  o  bolor  encontrado  nesse  queijo  nãosó  é  tolerado  como  desejado,  que  é  uma  característica
intrínseca  daquele  tipo  de  queijo  e  que  o  passar mal  do  consumidor,  portanto,  não  teve  qualquer  ligação  com  um  defeito
naquele laticínio, sendo tal defeito, assim, inexistente. 
3.         Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro:  Igualmente à  inexistência do defeito, mais uma vez,  caso provada pelo
fornecedor  a  culpa  exclusiva  do  consumidor  ou  de  terceiro,  o  fato  gerador  da  responsabilidade,  qual  seja,  o  defeito,  é
desconstituído. Pois se há culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, não há o que se falar em defeito do produto. Este foi
posto  em  circulação  pelo  fornecedor  em  sua  perfeição;  porém,  ao  alcançar  seu  destinatário  (o  consumidor)  ou  o  terceiro,
estes provocam o problema, seja por descuido, mau uso ou até mesmo  intencionalmente. Tal condição pode ser verificada,
por  exemplo,  quando  a  despeito  de  aviso  claro  no  medicamento  sobre  a  posologia,  o  indivíduo  toma  o  dobro  da  dose
recomendada.  Ou  seja,  não  há  defeito  no medicamento  e  sim  culpa  exclusiva  daquele  que  tomou  dose  superior  à  que  se
indicou.
 
 
Síntese
Síntese
Constatado o vício ou fato do produto ou serviço, verificamos que as
hipóteses nas quais o fornecedor é eximido de responsabilidade são: quando
ele provar que não colocou o produto no mercado, quando da inexistência
do defeito ou quando provada a culpa do consumidor ou de terceiro.
 
Ver jurisprudência: Excludentes de Responsabilidade Civil
 
Exercícios de Fixação - Módulo II
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II do curso Introdução ao Direito
do Consumidor (parceria ILB e ANATEL).
Como  parte  do  processo  de  aprendizagem,  sugerimos  que  você  faça  uma
releitura  do  mesmo  e  resolva  os  Exercícios  de  Fixação.  O  resultado  não
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o
seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz
a correção imediata das suas respostas!
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.
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