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OAB penal

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1) Assinale a alternativa correta:
a)    É pacífico na doutrina que somente a mulher pode ser sujeito ativo do crime de exposição ou abandono de recém-nascido (art. 134 do CP), considerando ser este um crime próprio.
b)    O crime de maus-tratos pode ser praticado pelo homem em detrimento de sua esposa, considerando a especial proteção outorgada pela legislação à mulher na vida conjugal.
c)     Severino chegou em casa bêbado. A primeira pessoa que encontrou foi seu filho Pablo, de cinco anos, e sem razão nenhuma desferiu um soco na criança que quebrou dois dentes dela. Nessa situação, deve Severino responder pelo crime de maus-tratos. 
d)    João, pessoa franzina, trabalha no supermercado de Terêncio como operador de caixa, sendo que este frequentemente obriga o empregado a carregar sacos com mais de cinquenta quilos de peso para forçá-lo a pedir demissão. Como João tem esposa e três filhos, se submete a essa condição de trabalho absolutamente incompatível com sua condição física. Nesse caso, Terêncio pratica o crime de maus-tratos.   
e)    Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069 , de 1990)
Quanto à letra “a”, percebe-se que a doutrina majoritária considera que o homem também pode ser sujeito ativo do crime de exposição ou abandono de recém-nascido, em casos que estiver envolvido em adultério ou incesto. Nesse sentido os ensinamentos de Heleno Fragoso (apud CUNHA, 2008, v. 3, p. 66): sujeito ativo “Só pode ser a mulher que concebe ilicitamente ou o pai adulterino ou inscetuoso, pois só tais pessoas podem alegar a prática do fato para ocultar desonra própria”. Acrescenta Cunha (2008, v. 3, p. 66) que esta é a posição que vem prevalecendo na doutrina.
No tocante à letra “b”, afasta-se a possibilidade do crime de maus-tratos ser praticado pelo marido em detrimento da esposa, visto que não há relação de subordinação entre eles.
No caso da letra “c”, também não há crime de maus-tratos, identificando-se a conduta com o crime de lesão corporal. Note-se que o pai não agiu com o intuito de corrigir o filho, mas simplesmente com a intenção de lesioná-lo.
A afirmação constante na letra “d” está incorreta porque no caso não há o crime de maus-tratos, mas sim o delito de redução à condição análoga à escravo (art. 149, caput, do CP). Lembre-se também que para haver maus-tratos a relação de sujeição da vítima em relação ao sujeito ativo deve ser para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, segundo se vê no art. 136 do CP. 
A afirmativa “e” está correta
2) Considere a seguinte situação hipotética: Pedro saiu de casa e abandonou sua esposa Laurentina com dois filhos menores. Não tendo como custear as despesas do lar a mulher ingressou em juízo contra o ex-marido, pedindo-lhe pensão alimentícia. No dia da audiência, enquanto esperavam no corredor, Pedro começou a provocar sua ex-mulher, falando em voz alta para uma pessoa que lá estava que Laurentina era uma “cachaceira”; e que ia provar que teve motivos para abandoná-la. Ouvindo isso, imediatamente a mulher se aproximou do ex-marido, que é negro, e gritou que ele era um “macaco fedorento”, no intuito de humilhá-lo.
Em referida situação:
a)    Pedro cometeu o crime de injúria.
b)    Laurentina não deverá ser condenada por nenhum crime, visto que está amparada pelo instituto da “retorsão imediata”.
c)     Pedro está amparado pela imunidade judiciária, não devendo responder por qualquer crime.
d)    Tanto Pedro quanto Laurentina estão amparados pela imunidade judiciária.
e)    Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
No momento em que Pedro chamou Laurentina de “cachaceira”, e isto chegou ao conhecimento dela, consumou-se o crime de injúria. Lembre-se que neste crime não há a necessidade de imputação de um fato determinado, sendo suficiente que o agressor profira uma ofensa (apta a agredir a honra subjetiva) no intuito de humilhar a vítima. Gabarito LETRA “A”
Laurentina, para revidar à injúria sofrida, chamou Pedro de “macaco fedorento” (injúria qualificada pelo preconceito - art. 140, § 3º, do CP), também no intuito de humilhá-lo. Nesse caso não há que se falar no instituto da “retorsão imediata” para beneficiar a mulher, visto que incabível na situação. Nesse sentido os ensinamentos de Fernando Capez, que, utilizando-se dos argumentos de Cezar Roberto Bitencourt, alega que nesse caso é desproporcional aceitar que uma injúria simples possa ser retorquida por uma injúria preconceituosa (2010, v. 2, pp. 310 e 316). Nesse andar, resta afastada a afirmação constante na letra "b".
 
No tocante à letra “c”, deve-se observar que a imunidade judiciária não abarca a ofensa proferida nos corredores do fórum (CAPEZ, 2010, v. 2, p. 322). Se fosse proferida durante a audiência, e no contexto da discussão da causa, aí sim se poderia falar em imunidade judiciária prevista no art. 142, I, do CP.
Quanto à letra “d”, acrescente-se, além daquelas colocações referentes à letra “c”, que não cabe imunidade judiciária no caso de injúria preconceituosa (no caso, proferida por Laurentina).
3. Considere a seguinte situação hipotética: certo dia, Rogério, que reside na zona rural, estava limpando seu revólver quando este disparou acidentalmente e atingiu sua empregada (Gertrudes) que estava próximo. Ocorre que Rogério havia esquecido um cartucho na arma antes de começar a limpá-la. Temendo ser responsabilizado, e percebendo que era muito provável que a empregada morresse, e ainda, considerando que estavam somente os dois na casa; foi embora e deixou a arma próximo de Gertrudes para fazer parecer que esta tinha mexido no revólver e se atirado acidentalmente. Voltou somente algumas horas depois, ocasião em que encontrou Gertrudes já morta.
Nesse caso:  
 
a) Rogério deve responder pelos crimes de homicídio culposo e de omissão de socorro, em concurso.
b) Rogério deve responder apenas pelo crime de homicídio culposo, sem a incidência de qualquer majorante, visto que não tinha como evitar a morte de Gertrudes.
c) Rogério deve responder apenas pelo crime de omissão de socorro, visto que não foi culpado pelo disparo da arma, considerando que a mesma disparou acidentalmente.
d) O fato de Rogério não ter prestado socorro à vítima é penalmente irrelevante.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
No caso, Rogério agiu culposamente produzindo os ferimentos que levaram à morte de Gertrudes. Além disso, se omitiu em prestar socorro à mesma. Nessa situação, segundo a doutrina majoritária, ele responde por homicídio culposo (art. 121, § 3º, do CP), com a incidência da majorante de omissão de socorro prevista no art. 121, § 4º, do CP. 
Referindo-me à letra “a”, deve-se ficar bem claro que apesar da discussão mencionada no parágrafo anterior, não há qualquer doutrinador que defenda a incidência, no caso, de concurso entre os crimes de homicídio culposo e omissão de socorro, visto que a omissão funciona como majorante do primeiro delito para os adeptos da corrente majoritária. 
No tocante à letra “b”, já vimos que se Rogério for responder por homicídio culposo, deve também responder pela majorante da omissão de socorro.
Quanto à letra “c”, descarta-se tal assertiva, visto que está evidente que houve culpa de Rogério no disparo
acidental, visto que deveria ter checado se na arma não havia algum cartucho antes de começar a limpá-la.
Afasta-se também a letra “d”, visto que a omissão, como já se viu, é penalmente relevante para o enquadramento da conduta do agente.
Resposta correta: Letra “e”.
4. Assinale a alternativa correta:
a) A doutrina não faz nenhuma diferenciação entre sequestro e cárcere privado.
b) Se um empregador mantém vigilância armada para evitar que seus empregados se retirem do local de trabalho, no intuito de explorar ilicitamente a mão-de-obra destes, deve responder pelo crime de seqüestro ou cárcere privado (art. 148 do CP).
c) É admissível o perdão judicial para beneficiar pessoa que cometeu o crime de constrangimento ilegal.
d) Zé desferiu, em sala de aula, um tapa em Tiago, seu colega de classe, que tropeçou, caiu e bateu com a cabeça em uma cadeira, tendo por essa razão falecido. Nesse caso, Zé deve responder pelo crime de homicídio culposo, afastando-se a hipótese de lesão corporal seguida de morte.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
A letra “a” está errada porque a doutrina diferencia sim sequestro de cárcere privado. Dizem os doutrinadores que sequestro é o gênero do qual cárcere privado é espécie. No cárcere privado deve haver o enclausuramento da vítima, enquanto que este é dispensável no seqüestro, que se contenta com qualquer tipo de privação da liberdade do sujeito passivo. Essa distinção serve apenas para fins teóricos, visto que em qualquer dos casos mencionados, o enquadramento será no art. 148 do CP, que trata do sequestro e cárcere privado.
Na letra “b” o caso é de redução à condição análoga à escravo (art. 149, § 1º, II, do CP). Cabe enfatizar que esse delito, no contexto que foi cobrado na questão, absorve o crime do art. 148 do CP, por ser este meio necessário para sua execução.
Afasta-se a letra “c” porque, segundo se tem com clareza na doutrina, o perdão judicial somente é possível quando é previsto legalmente para determinada infração penal (como é o caso da lesão corporal e do homicídio culposos, nas condições previstas nos arts. 121, § 5º, e 129, § 8º, ambos do CP) . No caso do constrangimento ilegal (art. 146 do CP), não há previsão nenhuma nesse sentido.
Deve-se marcar a letra “d”. Alerta Prado (2008, v. 2, p. 140) que para a configuração do crime de lesão corporal seguida de morte o resultado agravador (morte, sobrevinda culposamente) deve ter sido provocado por lesão corporal dolosa. De modo que, se culposa a lesão ou se o falecimento é provocado por vias de fato (art. 21 da LCP), deve o agente responder apenas por homicídio culposo (art. 121, § 3º, do CP). Por exemplo: “o indivíduo desfere uma bofetada no rosto da vítima, que perde o equilíbrio, vindo a bater a cabeça em uma pedra, sobrevindo, posteriormente, a sua morte. Há, na espécie, um delito culposo de homicídio que decorreu da prática de uma contravenção penal (LCP, art. 21)” (CAPEZ, 2010, v. 2, p. 184). Desse modo, como no caso da questão a conduta antecedente foi vias de fato, tendo no consequente a morte (que sobreveio culposamente), não há que se falar em lesão corporal seguida de morte, visto que não houve lesão corporal no antecedente, mas sim vias de fato. Responde o agente, portanto, por homicídio culposo.
(Questão 59 – OAB/Exame X) Coriolano, objetivando proteger seu amigo Romualdo, não obedeceu à requisição do Promotor de Justiça no sentido de determinar a instauração de inquérito policial para apurar eventual prática de conduta criminosa por parte de Romualdo.
 Nesse caso, é correto afirmar que Coriolano praticou crime de: 
A) desobediência (Art. 330, do CP).
 ALTERNATIVA INCORRETA – trata-se de exercício de adequação típica, isto é, o candidato deveria conhecer cada um dos crimes informados, e verificar em qual situação o fato narrado no problema melhor se adequaria. Questão errada por não se tratar de crime de desobediência.
Desobediência
Art. 330 – Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
B) prevaricação (Art. 319, do CP).
ALTERNATIVA CORRETA – a conduta descrita no problema enquadra-se perfeitamente na redação do crime previsto no artigo 319 do CP, que diz:
Prevaricação
Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
 
C) corrupção passiva (Art. 317, do CP).
 ALTERNATIVA INCORRETA – Questão errada por não se tratar de crime de corrupção passiva.
Corrupção passiva
Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
D) crime de advocacia administrativa (Art. 321, do CP).
 ALTERNATIVA INCORRETA – Questão errada por não se tratar de crime de Advocacia administrativa
Advocacia administrativa
Art. 321 – Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
(Questão 61 – OAB/Exame X) João, com intenção de matar, efetua vários disparos de arma de fogo contra Antônio, seu desafeto. Ferido, Antônio é internado em um hospital, no qual vem a falecer, não em razão dos ferimentos, mas queimado em um incêndio que destrói a enfermaria em que se encontrava.
 Assinale a alternativa que indica o crime pelo qual João será responsabilizado: 
A) Homicídio consumado.
ALTERNATIVA INCORRETA – A presente questão deve ser respondida com análise sobre o nexo de imputação (art.13, §1º do CP). A alternativa esta errada porque, embora, João tivesse dolo de matar seu desafeto, ainda assim, o resultado morte não foi alcançado com sua conduta, mas por fato que ocorreu de forma completamente independente. Antes do incêndio tudo que poderia fazer para matar Antônio, ele o fez, mas este só veio a falecer em decorrência de uma causa relativamente independente, e por isso ele só deve responder pelos atos praticados, ou seja, a quase morte, a tentativa, e não o homicídio consumado.
Relação de causalidade
Art. 13 – O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
  B) Homicídio tentado.
 ALTERNATIVA CORRETA – Considerando que a morte de Antônio só ocorreu em função de um incêndio ocorrido no hospital, incêndio este que não teve qualquer participação de João, este só responderá por aquilo que efetivamente tenha, anteriormente, praticado, ou seja, uma tentativa de homicídio. Considerando mais uma vez o disposto no artigo 13, §1º do CP.
C) Lesão corporal.
 ALTERNATIVA INCORRETA – Essa alternativa esta incorreta pois coloca que a intenção de João seria apenas de lesionar. Ainda que o resultado da conduta de João tenham sido as lesões corporais provocadas em razão dos disparos de arma de fogo, ainda sim, ele responderá pelo crime de homicídio na sua forma tentada, posto que esta claro no problema que a intenção dele, ou seja, seu DOLO, era de matar e não de lesionar, só não tendo alcançado seu objetivo por circunstancias alheias à sua vontade.
D) Lesão corporal seguida de morte.
 ALTERNATIVA INCORRETA – mais uma vez, uma alternativa que exige uma análise do íntimo do agente, isto é, no dolo. Responderia pelo crime de lesão corporal seguida de morte, se o seu dolo fosse apenas o de lesionar e o resultado morte ocorresse em razão de culpa, seria um claro exemplo de preterdolo. Restando claro no problema que sua intenção desde o início era efetivamente de matar.
61) Paula,
com intenção de matar Maria, desfere contra ela quinze facadas, todas na região do tórax. Cerca de duas horas após a ação de Paula, Maria vem a falecer. Todavia, a causa mortis determinada pelo auto de exame cadavérico foi envenenamento. Posteriormente, soube-se que Maria nutria intenções suicidas e que, na manhã dos fatos, havia ingerido 
veneno. 
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta. 
A) Paula responderá por homicídio doloso consumado. 
B) Paula responderá por tentativa de homicídio. 
C) O veneno, em relação às facadas, configura concausa relativamente independente superveniente que por si só gerou o resultado. 
D) O veneno, em relação às facadas, configura concausa
absolutamente independente concomitante. 
(Questão 62 – OAB/Exame X) José e Maria estavam enamorados, mas posteriormente vieram a descobrir que eram irmãos consanguíneos, separados na maternidade. Extremamente infelizes com a notícia recebida, que impedia por completo qualquer possibilidade de relacionamento, resolveram dar cabo à própria vida. Para tanto, combinaram e executaram o seguinte: no apartamento de Maria, com todas as portas e janelas trancadas, José abriu o registro do gás de cozinha.
Ambos inspiraram o ar envenenado e desmaiaram, sendo certo que somente não vieram a falecer porque os vizinhos, assustados com o cheiro forte que vinha do apartamento de Maria, decidiram arrombar a porta e resgatá-los. Ocorre que, não obstante o socorro ter chegado a tempo, José e Maria sofreram lesões corporais de natureza grave.
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta.
José responde por tentativa de homicídio e Maria por instigação ou auxílio ao suicídio.
 ALTERNATIVA CORRETA – ainda que ambos desejassem o suicídio, o fato de Jose ter aberto o registro de gás já o coloca como autor do crime de homicídio tentado em relação a sua irmã. Considerando que Maria, por não ter realizado conduta positiva no sentido de efetivarem o plano de morrerem juntos, deverá responder tão somente pela instigação ou auxílio ao suicídio.
B) José responde por lesão corporal grave e Maria não responde por nada, pois sua conduta é atípica.
 ALTERNATIVA INCORRETA – Mais uma vez, uma alternativa que exige análise sobre o dolo do agente. Dessa forma, ficou claro no problema que o objetivo de José não era lesionar tão somente Maria, mas de fato matá-la para que juntos pudessem morrer, só não alcançando seu objetivo por circunstancias alheias à sua vontade. Sendo assim, o correto é que ele responda por tentativa de homicídio. De outra feita, em relação a Maria é incorreto dizer que sua conduta é atípica, posto que se amolda perfeitamente no artigo 122 do Código Penal.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
Art. 122 – Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
C) José e Maria respondem por instigação ou auxílio ao suicídio, em concurso de agentes.
 ALTERNATIVA INCORRETA – Alternativa esta errada em relação à imputação que deve ser feita sobre José, posto que ele deverá responder por tentativa de homicídio.
D) José e Maria respondem por tentativa de homicídio.
 ALTERNATIVA INCORRETA – Alternativa esta errada em relação à imputação que deve ser feita sobre Maria, posto que ele deverá responder pela instigação ou auxílio ao suicídio de José
(Questão 63 – OAB/Exame X) José, rapaz de 23 anos, acredita ter poderes espirituais excepcionais, sendo certo que todos conhecem esse seu “dom”, já que ele o anuncia amplamente. Ocorre que José está apaixonado por Maria, jovem de 14 anos, mas não é correspondido. Objetivando manter relações sexuais com Maria e conhecendo o misticismo de sua vítima, José a faz acreditar que ela sofre de um mal espiritual, o qual só pode ser sanado por meio de um ritual mágico de cura e purificação, que consiste em manter relações sexuais com alguém espiritualmente capacitado a retirar o malefício. José diz para Maria que, se fosse para livrá-la daquilo, aceitaria de bom grado colaborar no ritual de cura e purificação. Maria, muito assustada com a notícia, aceita e mantém, de forma consentida, relação sexual com José, o qual fica muito satisfeito por ter conseguido enganá-la e, ainda, satisfazer seu intento, embora tenha ficado um pouco frustrado por ter descoberto que Maria não era mais virgem.
Com base na situação descrita, assinale a alternativa que indica o crime que José praticou.
A) Corrupção de menores (Art. 218, do CP).
 ALTERNATIVA INCORRETA – o problema exige conhecimento específico sobre os crimes lançados nas alternativas. A alternativa A esta errada, pois refere-se ao crime de corrupção de menor, contudo o tipo específica que a idade desse menor deve ser inferior a 14 anos. No caso visto no problema, Maria já havia completado os 14 anos, portanto, segundo a lei, não poderia ser sujeito passivo do crime em questão. Ademais, seguindo na análise típica, verifica que o crime considera a conduta daquele que corrompe o menor para que este satisfaça a lascívia de outrem e não a própria como foi no caso. Portanto, mais um ponto que torna impossível a configuração do crime do artigo 218 do CP.
Corrupção de menores
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:  
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
B) Violação sexual mediante fraude (Art. 215, do CP).
 ALTERNATIVA CORRETA – Alternativa correta, pois os dados fornecidos no problema indicam claramente que José, valendo-se de fraude praticou ato sexual com Maria, que só o fez por acreditar eu isso a curaria.
Adequação típica perfeita ao artigo 215 do CP.
Violação sexual mediante fraude 
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
C) Estupro qualificado (Art. 213, § 1º, parte final, do CP).
 ALTERNATIVA INCORRETA – restou claro no problema que o ato sexual entre José e Maria fora consentido, ou seja, não houve violência ou grave ameaça de Jose no sentido de constranger Maria a ter com ele relação sexual. O que se viu foi que ele se valeu de uma fraude, portanto, não há que se falar em crime de estupro.
Ressaltando apenas que a parte final do § 1º do artigo 213 do CP qualifica o crime de estupro, quando a vítima for menor de 18 anos.
Estupro
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos
D) Estupro de vulnerável (Art. 217-A, do CP).
 ALTERNATIVA INCORRETA – mais uma vez, o candidato deveria ter conhecimento sobre a espécie de crime, posto que tal figura traduz a violência sexual praticada contra o menor de 14 anos, ou então pessoa vulnerável. Maria não possuía idade inferior a 14 anos, portanto, a alternativa está errada.
Estupro de vulnerável 
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
10) O pai que, tendo o filho sequestrado e ameaçado de morte, é coagido por sequestradores armados e forçado a dirigir-se a certa agência bancária para efetuar um roubo a fim de obter a quantia necessária para o pagamento do resgate e livrar o filho do cárcere privado em que se encontra pode, em tese, lograr a absolvição com base na alegação de (TJSP, juiz, 2009, VUNESP)
a)      Inexigibilidade de conduta diversa.
b)      Legítima defesa.
c)      Exercício regular de direito.
d)      Estrito cumprimento do dever legal.
Deve ser marcada
a letra “a”. De fato, não era exigível outra conduta do pai nas circunstâncias que se apresentam. A inexigibilidade de conduta diversa leva à exclusão da culpabilidade, elemento integrante da estrutura do crime, segundo a doutrina majoritária. 
       Sabe-se que o CP elenca expressamente, em seu art. 22, duas causas de inexigibilidade de conduta diversa, quais sejam: coação irresistível e obediência hierárquica. No caso da questão certamente vislumbra-se uma coação moral irresistível que levou o pai desesperado a praticar um fato típico e ilícito, mas que não é culpável.
         O enunciado não traz hipótese de legítima defesa, posto não estarem presentes seus requisitos (art. 25 do CP). Necessário observar que a ação do agente não foi voltada a repelir injusta agressão, pois na realidade cedeu à coação dos sequestradores vindo a dirigir sua conduta danosa contra terceiros. 
         Também não é o caso de exercício regular de direito, visto que ninguém tem o direito de praticar roubo a banco. Do mesmo modo afasta-se a possibilidade de estrito cumprimento de dever legal, conquanto não havia nenhum dever imposto ao agente de proceder da forma como agiu.
20) A e B, agindo de comum acordo, apontaram revólveres para C exigindo a entrega de seus bens. Quando B encostou sua arma no corpo de C, este reagiu entrando em luta corporal com A e B, recusando a entrega da “res furtiva”. Nesse entrevero, a arma portada por B disparou e o projétil atingiu C, que veio a falecer, seguindo-se a fuga de A e B, todavia, sem levar coisa alguma de C. Esse fato configura (TJSP, juiz, 2009, VUNESP): 
a)   Roubo tentado e lesão corporal seguida de morte.
b)   Roubo tentado e homicídio consumado.
c)    Latrocínio.
d)   Homicídio consumado.
O roubo qualificado pela morte da vítima é um crime qualificado pelo resultado, denominado pela doutrina e pela jurisprudência de latrocínio. O resultado agravador (morte) pode sobrevir tanto a título de dolo quanto a título de culpa. Exige-se, portanto, dolo no antecedente (roubo) e dolo ou culpa no consequente (morte). Os atos tendentes a tirar a vida da vítima devem sobrevir durante ou logo após o roubo, mas sempre em razão deste. Foi o que ocorreu no caso versado na questão em comento: houve a morte da vítima em razão do roubo, podendo-se imputar aos agressores, pelo menos a título de culpa, referido evento.
       Quanto ao fato de não ter havido subtração, clara é a Súmula nº 610 do STF ao estabelecer que: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”.
1 - (OAB 03 – 2011-II) Acerca dos princípios que limitam e informam o direito penal, assinale a afirmativa correta.
(A) O princípio da insignificância diz respeito aos comportamentos aceitos no meio social.
(B) A conduta da mãe que autoriza determinada enfermeira da maternidade a furar a orelha da sua filha recém-nascida não configura crime de lesão corporal por conta do princípio da adequação social.
(C) O princípio da legalidade não se aplica às medidas de segurança, que não possuem natureza de pena, tanto que somente quanto a elas se refere o art. 1º do Código Penal.
(D) O princípio da lesividade impõe que a responsabilidade penal seja exclusivamente subjetiva, ou seja, a conduta penalmente relevante deve ter sido praticada com consciência e vontade de um dever objetivo de cuidado.
O Princípio da Insignificância elimina a tipicidade material de uma conduta, fazendo com que o fato se torne atípico, nas hipóteses em que forem preenchidos quatro requisitos cumulativos, na forma do HC 84.412/2004, STF: mínima ofensividade da conduta, nenhuma periculosidade social da ação, reduzidíssimo grau de reprovabilidade da conduta e irrelevância da lesão provocada. Os comportamentos adequados ao meio social, como a conduta da mãe que fura a orelha de sua filha, estão resguardados pelo Princípio da Adequação Social da Conduta. O Princípio da Legalidade se aplica a todas as figuras penais, valendo para crimes, contravenções, penas e medidas de segurança. O Princípio da Lesividade ou Ofensividade dispõe que o Direito Penal não pune atitudes internas, condutas que não excedam ao âmbito pessoal do agente, estados existenciais e condutas desviadas que não afetem quaisquer bens jurídicos. Alternativa B.
2 - (OAB 02 – 2011) Jefferson, segurança da mais famosa rede de supermercados do Brasil, percebeu que João escondera em suas vestes três sabonetes, de valor aproximado de R$ 12,00 (doze reais). Ao tentar sair do estabelecimento, entretanto, João é preso em flagrante delito pelo segurança, que chama a polícia. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
(A) A conduta de João não constitui crime, uma vez que este agiu em estado de necessidade.
(B) A conduta de João não constitui crime, uma vez que o fato é materialmente atípico.
(C) A conduta de João constitui crime, uma vez que se enquadra no art. 155 do Código Penal, não estando presente nenhuma das causas de exclusão de ilicitude ou culpabilidade, razão pela qual este deverá ser condenado.
(D) Embora sua conduta constitua crime, João deverá ser absolvido, uma vez que a prisão em flagrante é nula, por ter sido realizada por um segurança particular.
A tentativa de subtração de três sabonetes, bem como a irrisória quantia informada na questão, permite inferir pela aplicação do princípio da insignificância, que elimina a tipicidade material da conduta do agente e faz com que o fato se torne atípico. Cabe ressaltar que o STF exige a presença de quatro requisitos cumulativos para admitir a aplicação do referido princípio (HC 84.412/2004): mínima ofensividade da conduta, nenhuma periculosidade social da ação, reduzidíssimo grau de reprovabilidade da conduta e irrelevância da lesão provocada. Alternativa B.
3) Isadora, mãe da adolescente Larissa, de 12 anos de idade, saiu um pouco mais cedo do trabalho e, ao chegar à sua casa, da janela da sala, vê seu companheiro, Frederico, mantendo relações sexuais com sua filha no sofá. Chocada com a cena, não teve qualquer reação. Não tendo sido vista por ambos, Isadora decidiu, a partir de então, chegar à sua residência naquele mesmo horário e verificou que o fato se repetia por semanas. Isadora tinha efetiva ciência dos abusos perpetrados por Frederico, porém, muito apaixonada por ele, nada fez. Assim, Isadora, sabendo dos abusos cometidos por seu companheiro contra sua filha, deixa de agir para impedi-los. Nesse caso, é correto afirmar que o crime cometido por Isadora é: 
A) omissivo impróprio.
B) omissivo próprio.
C) comissivo.
D) omissivo por comissão.
(OAB 01 – 2012) John, cidadão inglês, capitão de uma embarcação particular de bandeira americana, é assassinado por José, cidadão brasileiro, dentro do aludido barco, que se encontrava atracado no Porto de Santos, no Estado de São Paulo. Nesse contexto, é correto afirmar que a lei brasileira
(A) não é aplicável, uma vez que a embarcação é americana, devendo José ser processado de acordo com a lei estadunidense.
(B) é aplicável, uma vez que a embarcação estrangeira de propriedade privada estava atracada em território nacional.
(C) é aplicável, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em território estrangeiro, foi praticado por brasileiro.
(D) não é aplicável, uma vez que, de acordo com a Convenção de Viena, é competência do Tribunal Penal Internacional processar e julgar os crimes praticados em embarcação estrangeira atracada em território de país diverso.
Trata-se de embarcação estrangeira privada ou mercante, que se encontra no território geográfico nacional (porto ou mar territorial do Brasil). Sendo assim, será aplicada a lei brasileira aos crimes cometidos em seu interior, em virtude do critério do território por extensão (art. 5º, § 2º, CP). 
Alternativa B.
(OAB 03 – 2011) José dispara cinco tiros de revólver contra Joaquim, jovem de 26 (vinte e seis) anos que acabara de estuprar sua filha. Contudo, em decorrência de um problema na mira da arma, José erra seu alvo,
vindo a atingir Rubem, senhor de 80 (oitenta) anos, ceifando-lhe a vida.
A esse respeito, é correto afirmar que José responderá
(A) Pelo homicídio de Rubem, agravado por ser a vítima maior de 60 (sessenta) anos.
(B) Por tentativa de homicídio privilegiado de Joaquim e homicídio culposo de Rubem, agravado por ser a vítima maior de 60 (sessenta) anos.
(C) Apenas por tentativa de homicídio privilegiado, uma vez que ocorreu erro quanto à pessoa.
(D) Apenas por homicídio privilegiado consumado, uma vez que ocorreu erro na execução.
Trata-se de hipótese de erro na execução (aberratio ictus), prevista no art. 73, CP. Nessa situação, quando o agente, por acidente ou erro na execução de um crime, ao invés de atingir a pessoa visada, atinge pessoa diversa, responderá como se tivesse praticado o crime contra a pessoa pretendida, aplicando-se ao caso o art. 20, § 3º, CP. Assim sendo, considerando que somente Rubem foi atingido, José responderá por homicídio privilegiado consumado, ou seja, responderá como se tivesse atingido Joaquim, seu verdadeiro alvo.
Alternativa D.
O Presidente da República, diante da nova onda de protestos, decide, por meio de medida provisória, criar um novo tipo penal para coibir os atos de vandalismo. A medida provisória foi convertida em lei, sem impugnações. Com base nos dados fornecidos, assinale a opção correta.
A) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida provisória, quando convertida em lei.
B) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida provisória, pois houve avaliação prévia do Congresso Nacional.
C) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não é possível
a criação de tipos penais por meio de medida provisória.
D) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não cabe ao Presidente da República a iniciativa de lei em matéria penal.
(OAB 03 – 2011-II) Com relação às causas da extinção da punibilidade previstas no art. 107 do Código Penal, assinale a alternativa correta.
(A) O perdão do ofendido é ato unilateral, prescindindo de anuência do querelado.
(B) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
(C) A perempção é causa de extinção de punibilidade exclusiva da ação penal privada.
(D) Em caso de morte do réu, não há falar em extinção da punibilidade, devendo o juiz absolvê-lo com base no método de resolução de conflitos do in dubio pro reo.
A renúncia é unilateral e o perdão é bilateral, sendo necessária a aceitação do querelado, na forma do art. 51, CPP. 
A extinção da punibilidade quanto a um dos crimes conexos não impede a agravação da pena pelo instituto da conexão, na forma do art. 108, CP. 
O art. 60, CPP, dispõe que nos casos em que somente se procede mediante queixa (ação penal privada), considera-se perempta a ação penal em cinco hipóteses, previstas ao longo de seus quatro incisos. Cabe ressaltar que tais casos estão ligados à desídia do querelante em relação ao processo e geram a extinção da punibilidade, na forma do art. 107, IV, CP. Por fim, a morte é causa extintiva da punibilidade, na forma do art. 107, I, CP. 
Alternativa C.
1) Com relação às modalidades de prisão, assinale a alternativa correta:
A) A prisão em flagrante delito somente poderá ser realizada dentro do período de vinte e quatro horas, contadas do momento em que se inicia a execução do crime.
B) A prisão temporária poderá ser decretada a qualquer tempo, desde que se mostre imprescindível para a produção da prova.
 
C) A prisão preventiva poderá ser decretada durante o inquérito policial.
D) Em caso de descumprimento de medida protetiva prevista na Lei 11.340/2006, o juiz não poderá decretar a prisão preventiva do acusado.
Prisões cautelares (estudar a lei 12.403/2011):
Alternativa “A”: Considera-se em flagrante delito quem:
I – Está cometendo a infração penal;
II – Acaba de cometê-la;
III – É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa em situação que faça presumir ser o autor da infração;
IV – É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração penal
(inteligência do art. 302 do CPP). 
Portanto, não há prazo estabelecido em lei para a prisão em flagrante delito. 
Enquanto durar a perseguição (podendo se dar por vários dias), a prisão em flagrante poderá ser efetivada. 
A alternativa “A” está errada!!!
Prisão temporária (alternativa “B”):
Lei 7.960/1989, art. 1º. : Caberá prisão temporária:
Quando IMPRESCINDÍVEL para as investigações do INQUÉRITO POLICIAL;
Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes (...).
Portanto, NÃO É CABÍVEL A PRISÃO TEMPORÁRIA NA FASE JUDICIAL DA PERSECUÇÃO PENAL. 
Está errada, portanto, a alternativa “B”
Violência doméstica (Lei Maria da Penha 11.340/2006).
O juiz poderá decretar a prisão preventiva do agressor, nos casos de violência doméstica, a qualquer tempo – seja na fase de inquérito policial, seja na fase judicial. O art. 20 da referida Lei assim o dispõe, textualmente:
“Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá prisão preventiva do agressor (...)
Parágrafo único: O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem”. 
Portanto, poderá a qualquer tempo o juiz decretar prisão preventiva contra o agressor que descumprir medida protetiva a ele imposta. 
Está errada a alternativa “D”.
A alternativa correta é a letra “C”, senão vejamos:
Artigo 311 do CPP, com redação dada pela lei 11.403/2011:
“Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente ou por representação da autoridade policial”.
A Constituição do Estado “X” estabeleceu foro por prerrogativa de função aos Prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça". José, Prefeito do Município “Y”, pertencente ao Estado “X”, mata João, amante de sua esposa. Pergunta‐se, qual o órgão competente para o Julgamento de José?
A) Justiça Estadual de 1ª Instância;
B) Tribunal de Justiça;
C) Tribunal Regional Federal;
D) Justiça Federal de 1ª Instância.
Antes de analisarmos a questão é importante observarmos o teor do inc. X do art. 29 da CFRB/88, que segue:
 
	“Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos”:
	“X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça”; Ver sum. 721\STF.
Súmula 721/STF
 
A COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO TRIBUNAL DO JÚRI PREVALECE SOBRE O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ESTABELECIDO EXCLUSIVAMENTE PELA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
O deputado “M” é um famoso político do Estado “Y”, e tem grande influência no governo estadual, em virtude das posições que já ocupou, como a de Presidente da Assembleia Legislativa. Atualmente, exerce a função de Presidente da Comissão de Finanças e Contratos. Durante a reunião semestral com as empresas interessadas em participar das inúmeras contratações que a Câmara fará até o final do ano, o deputado “M” exigiu do presidente da empresa “Z” R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para que esta pudesse participar da concorrência para a realização das obras na sede da Câmara dos Deputados.O presidente da empresa “Z”, assustado
com tal exigência, visto que sua empresa preenchia todos os requisitos legais para participar das obras, compareceu à Delegacia de Polícia e informou ao Delegado de Plantão o ocorrido, que o orientou a combinar a entrega da quantia para daqui a uma semana, oportunidade em que uma equipe de policiais estaria presente para efetuar a prisão em flagrante do deputado. No dia e hora aprazados para a entrega da quantia indevida, os policiais prenderam em flagrante o deputado “M” quando este conferia o valor entregue pelo presidente da empresa “Z”. Na qualidade de advogado contratado pelo Deputado, assinale a alternativa que indica a peça processual ou pretensão processual, exclusiva de advogado, cabível na hipótese acima:
A) Liberdade Provisória.
B) Habeas Corpus.
C) Relaxamento de Prisão.
D) Revisão Criminal.
Primeiramente, é de se admitir que a posição majoritária dos Tribunais Superiores entende que a prisão em flagrante in casu foi ilegal. Isso porque o crime ocorreu no momento da exigência. Nesse sentido, o gabarito apresentado pela Banca estaria correto. Contudo, a título argumentativo, há posicionamento minoritário na jurisprudência de que essa prisão seria legal. De acordo com esse posicionamento minoritário, no crime de concussão, a exigência perdura até o momento em que a vítima efetua o pagamento da vantagem. Dessa forma, para ele, a prisão em flagrante no momento da entrega não seria ilegal, por tratar-se de flagrante esperado, e não preparado.

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